Trabalho de Curso de Arquitetura

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CONJUNTO HABITACIONAL HÍBRIDO COM ESPAÇOS COLETIVOS E COMUNITÁRIOS

182 UNIDADES NA VILA PRUDENTE

MILLENA CARVALHO FÉLIX DA SILVA UNIP 2022

CONJUNTO HABITACIONAL HÍBRIDO COM ESPAÇOS COLETIVOS E COMUNITÁRIOS NA VILA PRUDENTE

SÃO PAULO 2022

Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Paulista - UNIP

Orientador: Prof. Sérgio Abrahão

MILLENA CARVALHO FÉLIX DA SILVA

CIP - Catalogação na Publicação

Silva, Millena Carvalho Félix da CONJUNTO HABITACIONAL HÍBRIDO COM ESPAÇOS COLETIVOS E COMUNITÁRIOS NA VILA PRUDENTE / Millena Carvalho Félix da Silva. - 2022.

93 f. : il. color

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto de Ciência Exatas e Tecnologia da Universidade Paulista, São Paulo, 2022.

Área de Concentração: Projeto Habitacional. Orientador: Prof. Dr. Sergio Luis Abrahão.

1. Habitação. 2. Centro Comunitário. 3. Usos Culturais. 4. Praça e Espaços Abertos. 5. Requalificação. I. Abrahão, Sergio Luis (orientador). II.Título.

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Universidade Paulista com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

CONJUNTO HABITACIONAL HÍBRIDO COM ESPAÇOS COLETIVOS E COMUNITÁRIOS NA VILA PRUDENTE

Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Paulista - UNIP

BANCA EXAMINADORA

Sérgio Luís Abrahão Universidade Paulista - UNIP

Corina Bianco Universidade Paulista - UNIP

Renata Fragoso Coradin Universidade Presbiteriana Mackenzie

MILLENA CARVALHO FÉLIX DA SILVA

AGRADECIMENTOS

Tenho a agradecer especialmente à minha família, meus pais e minha irmã, que me apoiaram desde cedo e incentivaram meus estudos, desde sua ajuda para minhas tarefas até seus ensinamentos sobre a vida e a importância do conhecimento.

Aos meus amigos e o meu cachorrinho, que me acompanhou desde criança e infelizmente faleceu durante a minha etapa na faculdade, porém que esteve ao meu lado por incontáveis horas enquanto eu realizava meus trabalhos e maquetes.

Agradeço também aos meus colegas de classe e professores, que me orientaram com seus conhecimentos e experiências, além dos esforços e criatividade necessários durante o período de pandemia em que estivemos afastados.

RESUM0

O presente trabalho de curso tem como foco principal um projeto de requalificação de um lote abandonado, localizado em uma região industrial degradada, com diversos edifícios e áreas subutilizadas, entre a Vila Prudente e Ipiranga. O projeto foi fundamentado devido à análises históricas, sociais e territoriais de quatro distritos: Mooca, Ipiranga, Cambuci e Vila Prudente.

Através da leitura e diagnóstico dos distritos, foram propostos edifícios de Habitação de Interesse Social e Mercado Popular dialogando com uma praça e um centro comunitário. Além de oferecer moradia em um local consolidado, de boa infraestrutura, de modo acessível, traz diferentes atividades para os moradores dos edifícios e da região.

ABSTRACT

The present course work has as main focus a requalification project of an abandoned lot, located in a degraded industrial region, with several buildings and underused areas, between Vila Prudente and Ipiranga. The project was based on the historical, social and territorial analysis of four districts: Mooca, Ipiranga, Cambuci and Vila Prudente.

Through the reading and diagnosis of the districts, buildings of Social Interest Housing and Popular Market were proposed, dialoguing with a square and a community center. In addition to offering housing in a consolidated location, with good infrastructure, in an affordable way, it brings different activities for the residents of the buildings and the region.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

IMAGENS

Figura 1 - Foto do Terreno (Tirado pela autora) (p. 10)

Figura 2 - Render do Projeto (p. 10)

Figura 3 - Perspectiva Isométrica do Projeto (p. 11)

Figura 4 - Homens e mulheres imigrantes em colheita do café. Fonte: disponível em https://g1.globo.com/mundo/fotos/2016/06/veja-fotos-historicas-da-imigracao-no-brasil.html (p. 14)

Figura 5 - Linha Férrea São Paulo Railway. Fonte: disponível em https://vitruvius.com.br/ revistas/read/arquitextos/17.201/6435 (p. 14)

Figura 6 - Vista aérea da Mooca. Fonte: disponível em https://www.saopauloinfoco. com.br/bairro-da-mooca/ (p. 15)

Figura 7 - Construção da rodovia dos Imigrantes, 1975. Fonte: disponível em http://m. acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,aniversario-de-sao-paulo-veja-fotos-de-simbolos-da-cidade-em-construcao,70003586697,0.htm (p. 15)

Figura 8 - Obras de canalização do no Rio Tamanduateí, próximo ao Mercado Municipal, 1969. Fonte: disponível em http://m.acervo.estadao.com.br/noticias/ acervo,aniversario-de-sao-paulo-veja-fotos-de-simbolos-da-cidade-em-construcao,70003586697,0.htm (p. 16)

Figura 9 - Museu do Ipiranga, cerca de 1930. Fonte: disponível em https://sao-paulo. estadao.com.br/blogs/caminhadas-urbanas/museu-do-ipiranga-a-reforma-de-oito-anos-e-um-sintoma-da-desatencao-com-o-patrimonio-historico/ (p. 16)

Figura 10 - Favela do Tamanduateí. Fonte: Google Earth Pro, 2021. (p. 27)

Figura 11 - Favela Vila Prudente. Fonte: Google Earth Pro, 2021. (p. 27)

Figura 12 - Favela Jacaraípe. Fonte: Google Earth Pro, 2021. (p. 27)

Figura 13 - Favela Heliópolis. Fonte: Google Earth Pro, 2021. (p. 27)

Figura 14 - ZEIS. Fonte: disponível em https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/plano-diretor/texto-da-lei-ilustrado/ (p. 30)

Figura 15 - Núcleos Compactos e de Uso Misto. Fonte: ROGERS, 2001, p. 39. (p. 30)

Figura 16 - Política de Habitação Social. Fonte: disponível em https://gestaourbana. prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/plano-diretor/texto-da-lei-ilustrado/ (p. 31)

Figura 17 - Vista aérea da área de interesse. Fonte: Google Earth Pro, 2021. (p. 33)

Figura 18 –Conjunto Habitacional Heliópolis. Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos (p. 35)

Figura 19 - 85 Habitações Sociais em Cornellà. Fonte: disponível em https://tectonica.

archi/projects/85-viviendas-sociales-en-cornella-de-peris-toral-arquitectes/ (p. 35)

Figura 20 - Casa para Livros e Blues. Fonte: disponível em https://www.architecturenorway.no/projects/culture/notodden-2013/ (p. 35)

Figura 21 - Conjunto Habitacional Heliópolis. Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/01-16929/his-conjunto-heliopolis-gleba-g-biselli-mais-katchborian-arquitetos?ad_medium=gallery (p. 36)

Figura 22 - Conjunto Habitacional Heliópolis. Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos (p. 36)

Figura 23 - Conjunto Habitacional Heliópolis. Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos (p. 36)

Figura 24 - Conjunto Habitacional Heliópolis. Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos (p. 36)

Figura 25 - Conjunto Habitacional Heliópolis. Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos (p. 36)

Figura 26 - Conjunto Habitacional Heliópolis - Vista aérea. Fonte: disponível em https:// www.archdaily.com.br/br/01-16929/his-conjunto-heliopolis-gleba-g-biselli-mais-katchborian-arquitetos?ad_medium=gallery (p. 36)

Figura 27 - Conjunto Habitacional Heliópolis – Implantação - Planta Térreo (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos (p. 37)

Figura 28- Conjunto Habitacional Heliópolis – Planta 1º Pavimento (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos (p. 37)

Figura 29 - Conjunto Habitacional Heliópolis – Planta 3º Pavimento (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos (p. 37)

Figura 30 - Conjunto Habitacional Heliópolis – Corte Longitudinal (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos (p. 38)

Figura 31 - Conjunto Habitacional Heliópolis – Corte Transversal (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos (p. 38)

Figura 32 - Conjunto Habitacional Heliópolis – Planta Apartamento Tipo A (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/01-16929/his-conjunto-heliopolis-gleba-g-biselli-mais-katchborian-arquitetos?ad_medium=gallery (p. 38)

Figura 33 - Conjunto Habitacional Heliópolis – Planta Apartamento Tipo A Adaptada (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/0116929/his-conjunto-heliopolis-gleba-g-biselli-mais-katchborian-arquitetos?ad_medium=gallery (p. 38)

Figura 34 - Conjunto Habitacional Heliópolis – Planta Apartamento Tipo B (Elaborada

pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/01-16929/his-conjunto-heliopolis-gleba-g-biselli-mais-katchborian-arquitetos?ad_medium=gallery (p. 38)

Figura 35 - Conjunto Habitacional Heliópolis - Perspectivas de Implantação (p. 39)

Figura 36 - Conjunto Habitacional Heliópolis - Perspectiva Isométrica dos Usos (p. 39)

Figura 37 - 85 Habitações Sociais em Cornellà. Fonte disponível em https://www. archdaily.com.br/br/977222/85-habitacoes-sociais-em-cornella-peris-plus-torarquitectes?ad_medium=gallery (p. 40)

Figura 38 - 85 Habitações Sociais em Cornellà. Fonte disponível em https://www. archdaily.com.br/br/977222/85-habitacoes-sociais-em-cornella-peris-plus-torarquitectes?ad_medium=gallery (p. 40)

Figura 39 - 85 Habitações Sociais em Cornellà - Fachada frontal de acesso. Fonte disponível em https://www.archdaily.com.br/br/977222/85-habitacoes-sociais-em-cornella-peris-plus-torarquitectes?ad_medium=gallery (p. 40)

Figura 40 - 85 Habitações Sociais em Cornellà - Esquema de Situação. Fonte: disponível em https://archello.com/fr/project/85-social-dwellings-in-cornella (p. 40)

Figura 41 - 85 Habitações Sociais em Cornellà - Praça Interna. Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/977222/85-habitacoes-sociais-em-cornella- peri-plus-torarquitectes?ad_medium=gallery (p. 40)

Figura 42 - 85 Habitações Sociais em Cornellà - Fachada de Perto. Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/977222/85-habitacoes-sociais-em-cornella-peris-plus-torarquitectes?ad_medium=gallery (p. 40)

Figura 43 - 85 Habitações Sociais em Cornellà - Vista aérea (Elaborada pela autora). Fonte: Google Earth Pro (p. 40)

Figura 44 - 85 Habitações Sociais em Cornellà. Fonte: disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/977222/85-habitacoes-sociais-em-cornella-peris-plus-torarquitectes?ad_medium=gallery (p. 40)

Figura 45 - 85 Habitações Sociais em Cornellà. Fonte: disponível em https://www. archdaily.com.br/br/977222/85-habitacoes-sociais-em-cornella-peris-plus-torarquitectes?ad_medium=gallery (p. 40)

Figura 46 - 85 Habitações Sociais em Cornellà – Planta Subsolo (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://tectonica.archi/projects/85-viviendas-sociales-en-cornella-de- peris-toral-arquitectes/ (p. 41)

Figura 47 - 85 Habitações Sociais em Cornellà – Planta Térreo (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://tectonica.archi/projects/85-viviendas-sociales-en-cornella-de- peris-toral-arquitectes/ (p. 41)

Figura 48 - 85 Habitações Sociais em Cornellà – Planta Pavimento-Tipo (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://tectonica.archi/projects/85-viviendas-sociales-en-cornella-de- peris-toral-arquitectes/ (p. 41)

Figura 49 - 85 Habitações Sociais em Cornellà – Planta 5º Pavimento (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://tectonica.archi/projects/85-viviendas-sociales-

-en-cornella-de- peris-toral-arquitectes/ (p. 41)

Figura 50 - 85 Habitações Sociais em Cornellà – Divisão de Apartamentos (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://tectonica.archi/projects/85-viviendas-sociales-en-cornella-de- peris-toral-arquitectes/ (p. 41)

Figura 51 - 85 Habitações Sociais em Cornellà – Layout dos Apartamentos (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://tectonica.archi/projects/85-viviendas-sociales-en-cornella-de- peris-toral-arquitectes/ (p. 42)

Figura 52 - 85 Habitações Sociais em Cornellà – Layout Apartamento de 6 módulos (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://tectonica.archi/projects/85-viviendas-sociales-en-cornella-de- peris-toral-arquitectes/ (p. 42)

Figura 53 - 85 Habitações Sociais em Cornellà – Perspectiva Isométrica (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://tectonica.archi/projects/85-viviendas-sociales-en-cornella-de- peris-toral-arquitectes/ (p. 42)

Figura 54 - 85 Habitações Sociais em Cornellà - Perspectivas (p. 43)

Figura 55 - 85 Habitações Sociais em Cornellà – Corte Longitudinal (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://tectonica.archi/projects/85-viviendas-sociales-en-cornella-de- peris-toral-arquitectes/ (p. 43)

Figura 56 - 85 Habitações Sociais em Cornellà - Perspectiva Isométrica dos Usos (p. 43)

Figura 57 - Casa para Livros e Blues - Praça “Bluesplassen”. Fonte: disponível em https://www.architecturenorway.no/projects/culture/notodden-2013/ (p. 44)

Figura 58 - Casa para Livros e Blues. Fonte: disponível em https://www.architecturenorway.no/projects/culture/notodden-2013/ (p. 44)

Figura 59 - Casa para Livros e Blues. Fonte: disponível em https://www.architecturenorway.no/projects/culture/notodden-2013/ (p. 44)

Figura 60 - Casa para Livros e Blues - Palco de Apresentações ao Vivo. Fonte: disponível em https://www.architecturenorway.no/projects/culture/notodden-2013/ (p. 44)

Figura 61 - Casa para Livros e Blues - Auditório. Fonte: disponível em https://arkitektur-n.no/prosjekter/bok-blueshuset-notodden?cat=22 (p. 44)

Figura 62 - Casa para Livros e Blues - Biblioteca no 1º Pavimento. Fonte: disponível em https://arkitektur-n.no/prosjekter/bok-blueshuset-notodden?cat=22 (p. 44)

Figura 63 - Casa para Livros e Blues – Planta Térreo (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/924431/casa-para-livros-e-blues-borve-bor chsenius-arkitekter?ad_medium=gallery (p. 45)

Figura 64 - Casa para Livros e Blues – Planta 1º Pavimento (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/924431/casa-para-livros-e-blues-borve-bor chsenius-arkitekter?ad_medium=gallery (p. 45)

Figura 65 - Casa para Livros e Blues – Planta 2º Pavimento (Elaborada pela autora). Fonte: disponível em https://www.archdaily.com.br/br/924431/casa-para-livros-e-blues-borve-bor chsenius-arkitekter?ad_medium=gallery (p. 45)

Figura 66 - Casa para Livros e Blues - Perspectivas (p. 46)

Figura 67 - Casa para Livros e Blues – Corte Longitudinal (Elaborada pela autora)Fonte: disponível em https://www.architecturenorway.no/projects/culture/notodden-2013/ (p. 46)

Figura 68 - Casa para Livros e Blues - Perspectiva Isométrica de Usos (p. 46)

Figura 69 - Estudo do Lote (p. 49)

Figura 70 - Vista aérea do terreno de maio de 2017. Fonte: Google Earth Pro, 2017. (p. 49)

Figura 71 - Vista aérea do terreno de fevereiro de 2021. Fonte: Google Earth Pro, 2021. (p. 49)

Figuras 72 a 79 - Tiradas pela autora (p. 50)

Figuras 80 a 82 - Fotos da Maquete Renderizada (p. 51)

Figura 83 - Planta de Estudo de Insolação (p. 52)

Figura 84 - Estudo de Insolação nas Fachadas (p. 52)

Figura 85 - Planta de Estudo de Ventilação (p. 53)

Figura 86 - Gráfico Rosa dos Ventos: Dia (Alterado pela autora). Fonte: disponível em http://www.mme.gov.br/projeteee/dados-climaticos/?cidade=SP+-+S%C3%A3o+Paulo&id_cidade=bra_sp_sao.paulo-congonhas.ap.837800_try.1954 (p. 53)

Figura 87 - Gráfico Rosa dos Ventos: Noite (Alterado pela autora). Fonte: disponível em http://www.mme.gov.br/projeteee/dados-climaticos/?cidade=SP+-+S%C3%A3o+Paulo&id_cidade=bra_sp_sao.paulo-congonhas.ap.837800_try.1954 (p. 53)

Figura 88 - Casas de baixo padrão, Av. Dr. Francisco Mesquita. Fonte: Google Street, 2022 (p. 54)

Figura 89 - Comunidade do Jacaraípe. Fonte: Google Street, 2022 (p. 54)

Figura 90 - Condomínios de médio/alto padrâo, Rua Zacarias Alves de Mello. Fonte: Google Street, 2022 (p. 54)

Figura 91 - Edifícios ao lado do lote de intervenção, Rua Zacarias Alves de Mello. Fonte: Google Street, 2022 (p. 54)

Figura 92 - Acesso as casas da “vila” da Rua Santa Beatriz, ao lado do lote de intervenção. Fonte: Google Street, 2022 (p. 54)

Figura 93 - Condomínio de uso misto, com serviços e comércios, Av. Dr. Francisco Mesquita. Fonte: Google Street, 2022 (p. 54)

Figura 94 - Diagrama de Projeto (p. 55)

Figura 95 - Perspectiva Isométrica do Projeto (P. 58)

Figuras 96 a 99 - Perspectivas Isométricas do Projeto (p. 59)

Figuras 100 e 101 - Perspectivas Estruturais do Bloco A: HIS (p. 68)

Figuras 102 e 103 - Perspectivas Estruturais do Bloco B: HIS (p. 71)

Figuras 104 e 105 - Perspectivas Estruturais do Bloco C: HMP (p. 75)

Figuras 106 e 107 - Perspectivas do Apartamento Tipo 1: HIS (p. 77)

Figura 108 - Perspectiva do Apartamento Tipo 2: HMP (p. 78)

Figura 109 - Perspectiva do Apartamento Tipo 3: HMP (p. 78)

Figura 110 - Perspectiva da Sala de Estudo: HIS A (p. 79)

Figura 111 - Perspectiva da Lavanderia / Sala de Estudos: HIS B (p. 79)

Figura 112 - Perspectiva da Lavanderia: HIS A (p. 80)

Figura 113 - Perspectiva da Sala de Serviços e Vendas dos Moradores: HIS A (p. 80)

Figura 114 - Perspectiva do Salão de Festas: HIS A (p. 81)

Figura 115 - Perspectiva da Churrasqueira: HMP (p. 81)

Figuras 116 e 117 - Perspectivas do Centro Comunitário (p. 84)

Figuras 118 e 119 - Perspectivas Estruturais do Centro Comunitário (p. 85)

Figura 120 - Render do Projeto (p. 86)

Figura 121 - Render do Projeto (p. 87)

Figura 122 - Render do Projeto (p. 88)

Figura 123 - Render do Projeto (p. 89)

Figuras 124 e 125 - Renders do Projeto (p. 90)

Figuras 126 e 127 - Renders do Projeto (p. 91)

MAPAS

Mapa 1 - Região Metropolitana de São Paulo com Subprefeituras (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 13)

Mapa 2 - Situação da Área de Estudo (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/; Google Earth, 2021. (p. 13)

Mapa 3 - Cidade de São Paulo, 1914 (alterado pela autora). Fonte: disponível em flickr. com/photos/arquivonacionalbrasil/50026174392/ (p. 14)

Mapa 4 - Cidade de São Paulo, 1916 (alterado pela autora). Fonte: disponível em http:// smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1900 (p. 14)

Mapa 5 - Cidade de São Paulo, 1924 (alterado pela autora). Fonte: disponível em http:// smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1920 (p. 14)

Mapa 6 - Cidade de São Paulo, 1930 (alterado pela autora). Fonte: disponível em http:// geosampa.prefeitura.sp.gov.br/; Sara Brasil, 1930 (p. 15)

Mapa 7 - Cidade de São Paulo, 1943 (alterado pela autora). Fonte: disponível em http:// smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1940 (p. 15)

Mapa 8 - São Paulo, 1951 (alterado pela autora). Fonte: disponível em http://smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1950 (p. 15)

Mapa 9 - Expansão da Urbanização do Município de São Paulo (Elaborado pela autora). Fonte: disponível em smul.prefeitura.sp.gov.br; http://dados.prefeitura.sp.gov.br/ pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo (p. 16)

Mapa 10 - Hipsometria e Hidrografia (elaborado pela autora). Fonte: United States Geological Survey, 2014; http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 17)

Mapa 11 - Áreas Contaminadas e de Risco (elaborado pela autora). Fonte: CETESB, 2020; http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 18)

Mapa 12 - Uso do Solo e Imóveis Tombados (elaborado pela autora). Fonte: Cadastro Territorial Predial de Conservação e Limpeza; http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/ dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov. br/ (p. 19)

Mapa 13 - Principais Eixos Viários (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http:// dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 20)

Mapa 14 - Mobilidade e Transporte (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http:// dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 20)

Mapa 15 - Equipamentos Urbanos (elaborado da pela autora). Fonte: disponível em http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 21)

Mapa 16 - Lei de Zoneamento nº 16.402/2016 (elaborado pela autora). Fonte: Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, 2016; http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/ dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo (p. 22)

Mapa 17 - Habitações Precárias (elaborado pela autora). Fonte: Centro de Estudos de Metrópole, 2016; http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 23)

Mapa 18 - Alfabetização (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http://dados. prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; IBGE, 2010. (p. 25)

Mapa 19 - Densidade Demográfica (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http:// dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; IBGE, 2010. (p. 26)

Mapa 20 - Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; SEADE, 2010. (p. 27)

Mapa 21 - Síntese e Diretrizes (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http:// dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 28)

Mapa 22 – Caracterização da Área (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http:// dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 32)

Mapa 23 – Uso e Ocupação do Solo (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 33)

Mapa 24 – Gabarito de Altura (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http:// dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ (p. 33)

Mapa 25 - Caracterização do Entorno (elaborado pela autora). Fonte: disponível em http://dados.prefeitura.sp.gov.br/pt_PT/dataset/mapa-digital-da-cidade-mdc-sao-paulo; http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/; Google Earth, 2022 (p. 54)

Tabela 9 - Distribuição dos Setores: SEHAB Heliópolis (Elaborada pela autora) (p. 37)

Tabela 10 - Distribuição dos Setores: 85 Habitações Sociais em Cornellà (Elaborada pela autora) (p. 41)

Tabela 11 - Distribuição dos Setores: 85 Habitações Sociais em Cornellà (Elaborada pela autora) (p. 41)

Tabela 12- Distribuição dos Setores: Casa Para Livros e Blues (Elaborada pela autora) (p. 45)

Tabela 13 - Distribuição dos Setores: Casa Para Livros e Blues (Elaborada pela autora) (p. 45)

Tabela 14 - Parâmetros De Ocupação, Exceto De Quota Ambiental (Elaborada pela autora). Fonte: Quadro 3, anexo integrante da Lei Nº 16.042, de 22 de março de 2016. (p. 49)

Tabela 15 - Percentual de Área Construída Total por Usos Residenciais e Não Residenciais (elaborada pela autora). Fonte: Quadro 4 da Lei Nº 16.050, de 2014. (p. 57)

Tabela 16 - Quadro de Áreas por Pavimento (p. 57)

Tabela 17 - Programa (p. 57)

GRÁFICOS

TABELAS

Tabela 1 - Área Cadastradas Contaminadas no Estado de São Paulo (Elaborada pela aluna). Fonte: CETESB, 2020. (p. 18)

Tabela 2 - Algumas Características dos Setores Censitários de Aglomerados Subnormais (Elaborada pela autora). Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. (p. 23)

Tabela 3 - Equipamentos de Cultura (Elaborada pela autora). Fonte: Secretaria Municipal de Cultura; Infocidade, 2017 e 2020. (p. 24)

Tabela 4 - Equipamentos de Esportes, Lazer e Recreação Municipais por Porte (Elaborada pela autora). Fonte: Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação; Infocidade, 2020. (p. 24)

Tabela 5 - Domicílios Particulares Permanentes por Faixa de Rendimento, Em SaláriosMínimos (Elaborada pela autora). Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. (p. 24)

Tabela 6 - População Total E Alfabetizada De 10 Anos E Mais E Taxa De Alfabetização (Elaborada pela autora). Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e 2010. (p. 25)

Tabela 7 - População Recenseada por Faixa Etária e Sexo (Elaborada pela autora). Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. (p. 26)

Tabela 8 - Distribuição dos Setores: SEHAB Heliópolis (Elaborada pela autora) (p. 37)

Gráfico 1 - Domicílios Segundo Tipologias Residenciais (Elaborado pela autora). Fonte: extraída do IBGE, Censos demográficos 2010. (p. 23)

Gráfico 2 - Estimativa de Domicílios em Favelas (Elaborado pela autora). Fonte: extraída do SEHAB/HABITAsampa/GEOSAMPA, 2010 e 2020. (p. 23)

Gráfico 3 - Empregos Formais, exclusive Administração Pública, segundo Faixa Etária (Elaborado pela autora). Fonte: Infocidade, 2020. (p. 24)

Gráfico 4 - Empregos Formais, exclusive Administração Pública, segundo Escolaridade (Elaborado pela autora). Fonte: Infocidade, 2020. (p. 24)

Gráfico 5 - População de 10 ou Mais Anos de Idade, por Instrução (Elaborado pela autora). Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. (p. 25)

Gráfico 6 - População dos Distritos (1980-2010) (Elaborado pela autora). Fonte: IBGE - Censos demográficos 1980, 1991, 2000 e 2010. (p. 26)

INTRODUÇÃO........................................................................................10 1.0 ANÁLISE URBANA................................................................................12 1.1 SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO........................................................................13 1.2 FORMAÇÃO HISTÓRICA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO..................................................14 1.3 LEVANTAMENTOS FÍSICO-TERRITORIAIS.............................................................17 1.4 LEVANTAMENTOS SOCIOECONÔMICOS.................................................................23 1.5 SÍNTESE E DIRETRIZES..........................................................................28 2.0 TEMÁTICA......................................................................................29 2.1 TEMA DE PROJETO...............................................................................30 2.2 HABITAÇÃO SOCIAL..............................................................................31 2.3 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE INTERESSE..............................................................32 3.0 ESTUDOS DE CASO...............................................................................34 3.1 CONJUNTO HABITACIONAL HELIÓPOLIS..............................................................36 3.2 85 HABITAÇÕES SOCIAIS E CORNELLÀ..............................................................40 3.3 CASA PARA LIVROS E BLUES “BOK & BLUESHUSET”...................................................44 3.4 CONCLUSÃO ESTUDOS DE CASO.....................................................................47 4.0 PROJETO.......................................................................................48 4.1 LOTE DO PROJETO...............................................................................49 4.2 RELATÓRIO FOTOGRÁFICO.........................................................................50 4.3 MAQUETE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO................................................................51 4.4 ESTUDO DO LOTE................................................................................52 4.5 ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO...........................................................54 4.6 DIRETRIZES E PARTIDO ARQUITETÔNICO............................................................55 4.7 SITUAÇÃO E QUADROS DE ÁREAS E PROGRAMAS.......................................................56 4.8 PROJETO.......................................................................................58 BIBLIOGRAFIA......................................................................................92

SUMÁRIO
1 2 3 4

INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Curso é localizado na Vila Prudente, um dos quatro distritos estudados para o diagnóstico e proposta de intervenção. Inicialmente foram feitos levantamentos e análises da área proposta pelos orientadores, para assim serem feitos diretrizes e diagnósticos, que indicariam a intervenção necessária e o tema da proposta. Após a definição do tema e escolha de projetos de referência, iniciaram os estudos para o projeto de intervenção.

Com os levantamentos dos distritos, que são: Cambuci, Mooca, Ipiranga e Vila Prudente, uma grande região de indústrias e lotes abandonados e subutilizados se destacou, com uma grande necessidade de intervenção, para atingir sua função social.

O terreno escolhido é caracterizado como uma Zona Especial de Interesse Social, direcionado para a implantação de habitações à população de baixa renda. Juntando-se ao diagnóstico feito, é concluída que a zona, mesmo que tivesse permissão para 40% de usos não residenciais, deveria se direcionar às Habitações de Interesse de Social e de Mercado Popular, por ser uma área predominantemente residencial, bem consolidada, próxima ao Metrô Tamanduateí, com linhas de ônibus e bastante infraestrutura.

Para o projeto arquitetônico desse trabalho, serão apresentados três edifícios habitacionais, duas de Interesse de Social e uma de Mercado Popular, além de um centro comunitário, com usos culturais, e uma praça. Todos os usos foram pensados para os futuros habitantes do lote, assim como os moradores da região. Foi levado em consideração o tema de acessibilidade, em que o Centro Comunitário oferece espaços de lazer para os moradores, assim como oficinas para profissionalização, espaços para eventos e feiras para a população, e um mini mercado adjacente ao Centro, visto que esta grande região residencial não possui mercados e padarias para o uso do dia a dia.

Um programa geral foi elaborado para os edifícios, porém adaptados de acordo com a proporção de cada um. Todos possuem usos pensados para oferecer uma melhor qualidade de vida para os moradores e estrutura para sua vida cotidiana. Os edifícios possuem um total de 182 unidade habitacionais, onde um dos objetivos do trabalho era conseguir oferecer a maior quantidade de unidades possíveis, mas com conforto, ventilação e insolação, sem a necessidade de um elevador da Habitações de Interesse Social, para manter um valor acessível nas unidades.

O objetivo do projeto proposto, é especialmente oferecer uma habitação acessível para as camadas menos favorecidas, que tivessem espaços coletivos e públicos interligados, para que se torne um local não apenas para morar, mas para convivência, aprendizado, lazer e que dê uma maior qualidade de vida para os moradores, neste local que está atualmente abandonado, próximo à uma grande centralidade.

10 Figura 1 - Foto do terreno (Tirada pela autora) Figura 2 - Render do Projeto.
11 Figura 3 - Perspectiva Isométrica do Projeto.

1. ANÁLISE URBANA

No capítulo Análise Urbana apontamos a localização da área de estudos escolhida para o desenvolvimento desde trabalho de curso, descrevemos o processo histórico e sua estruturação, realizamos levantamentos físico-territoriais e socioeconômicos.

A partir desses dados serão feitas as suas sínteses e diretrizes, as pontuações de potencialidades e problemas, para analisar a condição urbana da área.

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SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo para o presente trabalho de graduação compreende os distritos do Cambuci, Mooca, Ipiranga e Vila Prudente, que por sua vez, estão compreendidos respectivamente nas Subprefeituras da Sé, Mooca, Ipiranga e Vila Prudente, do município de São Paulo, conforme podem ser observadas no mapa abaixo. Nas próximas páginas serão feitos levantamentos e análises das características dessa área de estudo. A área de estudos localiza-se próxima ao centro histórico de São Paulo, onde se encontra o Triângulo Histórico, a sudeste da cidade. Ela é entrecortada pela antiga SP Railways Santos-Jundiaí, pelo Rio Tamanduateí e a Av. do Estado. Localizada a sudeste, sua situação é da marcante, pelo fato do bairro da Mooca e Vila Prudente serem a entrada da Zona Leste do município, e da Mooca e o Cambuci serem uma conexão com o Centro Histórico.

13 1.1
Mapa 1 - Região Metropolitana de São Paulo com Subprefeituras (elaborado pela autora) Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Geosampa. Mapa 2 - Situação da Área de Estudo (elaborado pela autora) Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Google Earth, 2021; Geosampa. MAPA DA RMSP COM SUBPREFEITURAS DE SÃO PAULO

FORMAÇÃO HISTÓRICA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

A área de estudos, objeto deste trabalho de curso, compreende os distritos do Cambuci, Mooca, Ipiranga e Vila Prudente. Eles são parte importante da história de São Paulo, interligados pela linha férrea, desfruta da localização estratégica, visto se encontrar entre o litoral sul do Estado de São Paulo e o centro histórico.

Nos mapas que se seguem, torna-se possível observar a evolução e expansão, e perceber como seus rios, sua topografia suave e ferrovia foram importantes para a sua estruturação, e, consequentemente, para o crescimento físico e econômico do Município de São Paulo.

A história de São Paulo se inicia quando a expedição do bandeirante Martim Afonso de Sousa e dois padres jesuítas, quando se depararam com uma colina cercada por dois rios: o Tamanduateí e o Anhangabaú. Nesse local foi realizada a primeira missa, no dia 25 de janeiro de 1554, data estabelecida como a do aniversário da Cidade de São

Paulo, e, portanto, de sua fundação da mesma. Nessa área, os padres construíram um colégio e uma igreja, núcleo inicial de um pequeno assentamento populacional, que assim permaneceu até meados do século XIX. Com isso, se iniciou um crescimento nessa área, da população e das construções, que transformou o vilarejo em “São Paulo de Piratininga”.

A vila teve um maior destaque durante o movimento bandeirante, visto sua localização, entre o litoral e interior do Brasil. Mais tarde, se iniciou o incentivo à plantação da cana de açúcar e São Paulo se tornou uma grande conexão para o escoamento do interior e os portos, que ampliou a economia do local.

Com a queda do lucro da cana de açúcar, veio o surgimento da cafeicultura no final do século XIX, que se expandiu pela cidade, aumentando as atividades e diversificando a renda de sua população comerciária. Com a grande quantidade de capital gerado pelo café em São Paulo, grandes investimentos surgiram, entre eles, a construção da ferrovia Santos-Jundiaí em 1867, operada pela The São Paulo Railway Company Ltd, que fazia a ligação com o interior e o porto de Santos. O número de migrantes aumentou consideravelmente, onde muitos vieram para trabalhar nas lavouras e em 1890, São Paulo já possuía cerca de 65 mil habitantes.

“Na segunda metade do século XIX, o Brasil experimentou notável surto de progresso e grandes transformações sociais: Ao mesmo tempo que decaia e patriarcalismo rural, expandia-se o cultivo do café (já com o trabalho assalariado dos imigrantes) e desenvolviam-se o capitalismo, a burguesia urbana, os transportes e a indústria.” (VILLAÇA, 2001, p. 252).

1914

Mapa 3 - Cidade de São Paulo, 1914 (alterado pela autora)

Fonte: flickr.com/photos/arquivonacionalbrasil/50026174392/

A Cambuci e a Mooca foram as primeiras a se consolidarem, junto à parte do Ipiranga mais próxima do centro. Neste mapa a ferrovia já havia sido implantada e a maior parte do centro estava consolidada, que foi se estendendo para seu arredor.

1916

Mapa 4 - Cidade de São Paulo, 1916 (alterado pela autora)

Fonte: smul.prefeitura.sp.gov.br

O mapa acima possui apenas dois anos de diferença do primeiro apresentado, portanto não se notam grandes mudanças, além do crescimento na região do Ipiranga, seguindo a margem do rio.

1924

Mapa 5 - Cidade de São Paulo, 1924 (alterado pela autora)

Fonte: smul.prefeitura.sp.gov.br

O mapa de 1924 apresenta um crescimento bem maior na Mooca, já que nos mapas anteriores a área ocupada se limitava ao entorno do Brás, mas agora se estende até o início da Vila Prudente.

14 1.2
Figura 4 - Homens e mulheres imigrantes em colheita do café. Fonte: G1, 2016. Figura 5 - Linha Férrea São Paulo Railway. Fonte: Vitruvius, 2017.

Nos anos 40, durante a Segunda Guerra Mundial, a principal atividade passou a ser industrial, concentrando assim, a economia na própria cidade. Um dos principais fatores da instalação das fábricas ao longo da linha férrea Santos-Jundiaí foi pela facilidade de escoamento, surgindo assim um polo industrial, segundo Villaça “Em quase todos os casos, entretanto, as principais zonas industriais se desenvolveram junto às vias regionais mais movimentadas, ou seja, aquelas que estabeleciam as ligações regionais mais importantes.” (VILLAÇA, 2001, p. 135). Com esse grande impulso e a necessidade de mão de obra, muitos imigrantes vieram em busca de emprego, especialmente italianos, que moldaram o a região industrial.

O rio e principalmente a linha Férrea, mesmo que a princípio tenham sido responsáveis pela ocupação no Ipiranga, Cambuci e Mooca, criaram uma barreira, separando os bairros do centro do outro lado do rio, à leste. Enquanto um lado, que se encontrava o centro, se expandia para a região dos Campos Elísios, Higienópolis e Paulista, o outro lado concentrava a população operária e menos favorecida da sociedade, onde os terrenos eram menos valorizados. Conforme cita Canutti:

“A instalação de indústrias do ramo automobilístico na Grande São Paulo a partir da década de 1940 marcou um novo momento da urbanização e industrialização em São Paulo, com a expansão da ocupação pela população de baixa renda em direção aos bairros mais afastados, desprovidos de infraestrutura, mas seguidos pelo crescente adensamento populacional que se dava com a implantação de loteamentos populares.” (CANUTTI, 2020, p. 72)

Portanto, formaram-se centralidades menores e de melhor acesso do que o centro, para a população que se encontrava do outro lado da barreira, muitos deles imigrantes que vieram para trabalhar nas indústrias, sem acesso ao centro, como é citado por Villaça “Tal camada consegue localizar-se junto ao local de emprego, mas tem de

ficar longe do centro principal da cidade. Sem acesso – inclusive social e econômico –ao centro principal, essa classe desenvolve então subcentros de comércio e serviços para seu uso próprio.” (VILLAÇA, 2001, p. 138, 139).

Na década de 1970, as indústrias e armazéns foram abandonados e se tornaram ociosos, pois, o setor de serviços ganhou maior destaque em São Paulo e as indústrias migraram para a região conhecida do ABCD, onde priorizaram as rodovias invés a ferrovias.

1930

Mapa 6 - Cidade de São Paulo, 1930 (alterado pela autora)

Fonte: Geosampa; Sara Brasil, 1930 1943

Neste mapa, de 1930, toda a região de estudo continua a se expandir, onde pode-se notar que a Vila Prudente, que ainda não mostrava uma ocupação como os outros distritos, agora tem seu crescimento mais aparente, em áreas que ligam o Ipiranga e a Mooca, assim como São Caetano, no mapa anterior.

Mapa 7 - Cidade de São Paulo, 1943 (alterado pela autora)

Fonte: smul.prefeitura.sp.gov.br

A expansão ocorreu drasticamente do mapa anterior, de 1930, para o de 1943, que se diferem em 13 anos. Agora, os distritos já se mostram bastante consolidados, especialmente as regiões mais próximas ao centro. A área separada do rio, em direção à Zona Leste, se expandiu consideravelmente.

1951

Mapa 8 - São Paulo, 1951 (alterado pela autora)

Fonte: smul.prefeitura.sp.gov.br

O mapa acima destaca importantes ruas da época, que podem ser relacionadas às atuais, como a Av. Paes de Barros, Av. do Estado e a Rua da Mooca. Em relação à expansão das áreas, não difere muito do mapa anterior, porém o centro já se encontra totalmente consolidado, sem áreas vazias.

15
Figura 6 - Vista aérea da Mooca. Fonte: São Paulo In Foco, 2014. Figura 7 - Construção da rodovia dos Imigrantes, 1975. Fonte: Estadão, 2021.

Mapa 9 - Expansão da Urbanização (Elaborado pela autora) Fonte: smul.prefeitura.sp.gov.br; Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016.

O mapa acima apresenta os períodos de crescimento da mancha urbana, indicando as primeiras áreas de São Paulo a serem ocupadas e o modo como o centro se expandiu em anéis, chegando aos municípios vizinhos.

A região estudada, podemos observar, identificada no mapa, teve seu maior crescimento de 1882 a 1949, com um crescimento tardio de 1975 a 1985 na região da Vila Prudente, Mooca, e um pouco do Ipiranga.

No primeiro período de expansão, além da ocupação inicial no centro, em 1872, nota-se que as áreas de crescimento foram as próximas ao centro e numa porção do Ipiranga. No crescimento dessas áreas nesse período (a partir de 1882), um dos principais responsáveis deve-se a implantação da Ferrovia Santos-Jundiaí.

O crescimento que se deu após a construção da SP Railways, o período até 1949, deveu-se à industrialização, dando um grande impulso econômico para a cidade de São Paulo, como também na quantidade de habitantes e de imigrantes, que, para aqui, vieram, claramente observável, sobretudo no período de 1950 a 1962.

Com relação, especificamente, aos bairros em que a área de estudos compreende (Ipiranga, Mooca, Cambuci e Vila Prudente), destacam-se alguns aspectos que se entendem como importantes para ilustrar sua estruturação e processo de formação:

IPIRANGA

O início do Ipiranga tem os primeiros registros no século XVI, quando João Ramalho - um português essencial para a história de São Paulo, através de sua aliança com jesuítas para catequizar os índios - habitava a área atualmente conhecida como Ipiranga, com os índios Guaianazes, e foi aos poucos sendo ocupada por brancos, que foram se estendendo por toda a colina do Tamanduateí.

No ano de 1882, a área do Ipiranga se tornava um importante local histórico, com a Proclamação da Independência do Brasil por Dom Pedro I, em 7 de setembro, às margens do Ribeirão Ipiranga.

Anos mais tarde, com a região posicionada ao longo da ferrovia Santos-Jundiaí, além do centro e o porto de Santos, muitas fábricas foram instaladas e os bairros operários se expandiram. Se instalaram grandes montadoras, como Ford e Volkswagen.

MOOCA

A Mooca teve sua ocupação no final do século XIX, com a instalação da estrada de ferro e a chegada de imigrantes italianos. Ainda durante esse período, a região passou a receber pequenas fábricas, que formaram mais tarde o grande polo industrial de São Paulo. Outros detalhes importantes para o bairro ocorreram nessa época: em 1877, foi inaugurado a linha de Bonde Centro-Mooca, primeiramente de tração animal, mas depois substituída por bondes elétricos da São Paulo Railway, e em 1890, foi inaugurado o Clube Paulista de Corrida de Cavalo, de grande popularidade, atualmente conhecido como Jóquei Clube.

Por volta dos anos 50, o bairro era um dos mais populosos de São Paulo, com uma grande quantidade de operários e imigrantes italianos, entre outros, e por fim, se caracterizando pelos enormes galpões e indústria, que mais tarde abandonariam a área.

CAMBUCI

Graças ao caminho utilizado para chegar à Santos, do centro, que atravessava o Cambuci, foi se desenvolvimento na região, em 1850, pequenos comércios, chácaras e fazendas. Com a construção do bonde, a área passou a ser mais valorizada, ganhando alamedas, arruamentos e praças. Na mesma época, os imigrantes italianos passaram a ocupar mais o bairro.

No século XX se deu início à industrialização, assim como seus distritos vizinhos. Porém, na década de 1970, as fábricas passaram a abandonar a região, restando apenas algumas indústrias e gráficas, um dos elementos que caracterizou o bairro.

VILA PRUDENTE

No final do século XIX, terras conhecidas como Campo Grande, pouco mais da metade do que é atualmente a Vila Prudente, foram vendidas a três irmãos: os irmãos Falchi. Com um grande plano para a região, eles instalaram a primeira indústria da região, a Fábrica de Chocolates Falchi, que impulsionou o desenvolvimento industrial e comercial.

Graças aos incentivos dos irmãos para a construção de moradias operárias no entorno da fábrica - já que muitos dos operários eram imigrantes italianos - se iniciou um processo acelerado de ocupação na Vila Prudente. No início do século XX, vieram outras importantes indústrias, de papelão, cerâmica, louças e tecelagem.

SÍNTESE DA EXPANSÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
MAPA
16
Figura 9 - Museu do Ipiranga, cerca de 1930. Fonte: Estadão, 2017. Figura 8 - Obras de canalização do no Rio Tamanduateí, próximo ao Mercado Municipal, em 1969. Fonte: Estadão, 2021. Mancha de Urbanização

HIPSOMETRIA E HIDROGRAFIA

São apresentados no mapa a hidrografia, os rios e córregos, além da topografia e hipsometria, em que os tons mais quentes (amarelo a vermelho) representam os níveis mais altos, as colinas e picos, e os tons de verde os níveis mais baixos, as várzeas. As curvas de nível da área variam de por volta de 730 a 820. Na hidrografia também é mostrada a área inundável, que como pode-se observar, tem relação com a topografia, onde nas partes mais baixas estão localizados os rios e córregos, e podem se formar os alagamentos, especialmente nessa área, onde o solo é pouco permeável, com ruas asfaltadas e poucos parques e praças, como se pode também observar no mapa.

O relevo da área de estudo é predominantemente de fundo de vale, considerado uma várzea, ao longo do rio Tamanduateí, junto à Av. do Estado e Av. Dr. Francisco Mesquita. Existem dentro da região estudada quatro colinas, cada uma concentrada no extremo de um distrito.

Nesta área, devido a presença do rio, se forma em torno uma grande área inundável, que está presente nos distritos do Ipiranga e principalmente do Cambuci, onde se encontra uma grande presença de rios e córregos, quando comparado com os outros três distritos, especialmente a Mooca, que conta apenas com a presença do córrego Cassandoca, que tem seu fim nos pontos mais altos da Mooca, além do Rio Tamanduateí, que praticamente separa a Mooca do Cambuci. No entorno da área de estudo é possível notar que quase também todo o Brás é inundável, com uma grande várzea.

No Ipiranga existem duas nascentes importantes, dos Córregos Ipiranga e Moinho Velho, na Av. Teresa Cristina Av. Pres. Tancredo Neves, respectivamente, e que desaguam no Tamanduateí. Já na Vila Prudente está presente o Córrego da Mooca, na Av. Prof. Luiz Ignácio Anhaia Mello.

Todos os córregos e rios dentro da área estão canalizados, com a maioria subterrâneos. Os que estão canalizados ao ar livre nesses quatro distritos, são: o Rio Tamanduateí, na Av. do Estado, embora grande parte dele no Cambuci esteja tamponado; o córrego Ipiranga na Av. Teresa Cristina; e o córrego do Moinho Velho na Rua das Juntas Provisórias.

17 1.3.1
Mapa 10 - Hipsometria e Hidrografia (elaborado pela autora) Fonte: United States Geological Survey, 2014; Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Geosampa.

ÁREAS CONTAMINADAS E DE RISCO

A Tabela 1 abaixo indica as Áreas Cadastradas Contaminadas no Estado de São Paulo, segundo o Relatório de Área Contaminadas e Reabilitadas do Estado de São Paulo (CETESB, 2020). Observa-se que o município de São Paulo possui mais que o dobro de áreas cadastradas contaminadas dos restantes municípios do RMSP e mais de um terço do Estado de São Paulo. Os postos de combustíveis são as maiores atividades responsáveis por essas áreas cadastradas, seguindo pela atividade industrial, segundo a CETESB.

As áreas apresentadas são quatro, com a mais presente sendo a Reabilitada para o Uso Declarado (82), que é definida por uma área anteriormente contaminada, em que a contaminação foi reduzida a um nível aceitável às pessoas e ao meio ambiente. A segunda área em maior quantidade é a Contaminada em Processo de Remediação ou Reutilização (69), uma área contaminada em que estão sendo aplicadas medidas para a remediação, ou pretende-se, assim reduzindo ou eliminando a massa de contaminantes

A Área Contaminada com Risco Confirmado (37), é formada pelas áreas onde foram confirmados nível de contaminação de risco à saúde ou ecológico, no solo ou em águas subterrâneas. Por último tem as Áreas em Processo de Monitoramento para Encerramento (36), em que não foi constatado risco ou as metas para remediação atingiram níveis aceitáveis de concentração.

Como pode-se observar no mapa ao lado, segundo levantamento da CETESB, em 2020, os distritos do Cambuci e Ipiranga são os que mais possuem áreas contaminadas, com várias delas localizadas próximas ou dentro das áreas inundáveis e rios. A Vila Prudente é que menos possui essas áreas, assim como a região do Ipiranga que se encontra mais afastada do rio.

Também se encontra no mapa as áreas inundáveis, que são áreas de risco, e são de grande importância nessa região, que está em grande volume, no distrito do Cambuci e Ipiranga, ao longo do rio, especialmente no Cambuci.

TABELA 1 – ÁREAS CADASTRADAS CONTAMINADAS NO ESTADO DE SÃO PAULO 2020 REGIÃO ATIVIDADE GERADORA DE CONTAMINAÇÃO Comercial Industrial Resíduos Postos de Combustíveis Acidentes / Desconhecida / Agricultura TOTAL Município São Paulo 153 497 59 1.674 15 2.398 RMSP 61 340 39 689 14 1.143 Interior 99 341 73 1.650 22 2.185 Litoral 33 50 31 289 4 407 Vale do Paraíba 6 66 6 221 2 301 Estado São Paulo 352 1.294 208 4.523 57 6.434 1.3.2
Mapa 11 - Áreas Contaminadas e de Risco (elaborado pela autora)
18
Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; CETESP, 2020; Geosampa. Tabela 1 - Área Cadastradas Contaminadas no Estado de São Paulo (Elaborada pela aluna). Fonte: extraída do CETESB, 2020.

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E IMÓVEIS TOMBADOS

A área de estudo configura-se como predominantemente residencial, seguida de usos mistos (de comercial e serviços) e industrial, um uso muito característico da região. A área de estudo carece de áreas verdes, em que apenas três delas possuem um tamanho significativo. Dessas, se destaca o Parque da Independência, que é tombado, junto ao Museu do Ipiranga.

No Ipiranga pode-se observar a predominância de uso residencial, em quantidades equilibradas de residências unifamiliares e verticalizadas. A área do Ipiranga próxima à Av. do Estado e R. das Juntas Provisórias se observa a concentração de usos mistos, indústrias e terrenos vagos. Nota-se que na Vila Prudente a quantidade de usos residenciais horizontais é muito maior que o vertical, o que não ocorre com os outros distritos. Além disso, os usos não residenciais são menores, com a maior parte deles localizada na Av. Prof. Ignácio de Anhaia Mello.

Quanto ao distrito da Mooca, observa-se uma maior presença de uso residencial verticalizado, embora tenha, assim como os outros distritos, grande quantidade de uso industrial e de armazém. Tanto na Vila Prudente como na Mooca a quantidade de residências se expande para o leste, podendo ser observada nos distritos Água Rasa e São Lucas. A presença das indústrias na área de estudo é antiga, porém várias foram abandonadas e estão ociosas, e para esse trabalho foram revisadas e incluídas na categoria de terrenos vagos.

O Cambuci, assim como a o Ipiranga e o norte da Mooca, possui muitos usos de comércios, serviços e indústria, em torno dos antigos armazéns industriais. Nas áreas em direção à Vila Mariana, os usos se tornam mais residenciais. O mesmo acontece com o Ipiranga, que também se estende ao sul.

Os imóveis tombados na área de estudo são poucos, entre eles se destacando as universidades PUC São Paulo e São Camilo no Ipiranga, além do Parque da Independência já citado. Nos distritos da Mooca se encontram os Armazéns da Antiga São Paulo Railway e vários outros imóveis, na R. Borgesde Figueiredo, e o Clube Atlético Juventus. No Cambuci se destaca a Antiga Fábrica da Companhia Antarctica, além de outras indústrias antigas. Em direção a Sé, no Centro de São Paulo, a quantidade de imóveis tombados aumenta, onde é uma área histórica.

1.3.3
19
Mapa 12 - Uso do Solo e Imóveis Tombados (elaborado pela autora) Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Cadastro Territorial Predial de Conservação e Limpeza; Geosampa.

MOBILIDADE, TRANSPORTE E EIXOS VIÁRIOS

A oferta de transportes na área de estudo encontra-se bem estruturada, com diversas opções e possibilidades de conexões entre si. O mapa ao lado apresenta as estações de metrô, trem e os terminais de ônibus, as linhas de metrô, trem, monotrilho (Linha Prata de metrô), ônibus, ciclovias, além do Expresso Tiradentes, popularmente conhecido como Fura-Fila, e o corredor de ônibus da Av. Paes de Barros.

Os distritos da Vila Prudente e Ipiranga são os que mais possuem diferentes transportes, porém pode-se observar que a Vila Prudente possui poucas linhas de ônibus, mesmo que seja tudo o que tenha de opção em algumas áreas, assim como o Cambuci e a região entre a Mooca e Vila Prudente.

A presença destas linhas de transporte acaba gerando um maior fluxo de pessoas e tornando a área mais ativa, que vão encadeando outros fatores, como comércios e serviços, que trazem renda, empregos e mais investimento de infraestrutura local.

Com base no mapa abaixo, em que são destacadas as principais vias desta região, nota-se que os distritos do Cambuci e Ipiranga são os mais movimentados, com a Av. do Estado, Av. Dr. Ricardo Jafet, Av. Nazaré etc., enquanto a Mooca é fortemente marcada pela Radial Leste e a Av. Paes de Barros e a Vila Prudente possui uma grande área sem vias arteriais, exceto pela Av. Prof. Luiz Ignácio Anhaia Mello e a Av. Dr. Francisco Mesquita. Por outro lado, o Cambuci é o único distrito que não possui uma linha de Metrô (com as estações mais próximas sendo Brás e Pedro II) e em grande parte, o Ipiranga é estruturado apenas com linhas de ônibus.

MAPA COM VIAS ARTERIAIS

1.3.4
20
Mapa 14 - Mobilidade e Transporte (elaborado pela autora) Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Geosampa. Mapa 13 - Principais Eixos Viários (elaborado pela autora) Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Geosampa.

EQUIPAMENTOS URBANOS

O mapa aponta a localização dos principais pontos de equipamentos, de: cultura, saúde, esporte, educação (escolas públicas e privadas, escolas técnicas e universidades particulares) e segurança (bombeiro, polícia civil e militar).

Os equipamentos educacionais constituem-se de 123 escolas privadas e 103 escolas públicas, e dessas 39 são de ensino fundamental e médio e 64 de ensino infantil. Na área de estudo encontram-se ainda 9 faculdades particulares e diversos ensinos técnicos. Embora tais equipamentos estejam espalhados por toda a região, observa-se que o distrito do Ipiranga se destaca com uma concentração de escolas particulares. O Cambuci é o distrito que menos conta com a presença de escolas.

Os equipamentos de saúde, constituem-se de: 20 hospitais, 11 UBS e 10 serviços de saúde mental. A área possui uma boa oferta de equipamentos de saúde, com mais uma vez, o distrito com menos quantidades sendo o Cambuci, além da Vila Prudente, considerando o tamanho de sua área.

Os equipamentos menos presentes na área de estudo são os culturais (19) e esportivos (14), sobretudo na Vila Prudente e no Cambuci. Mais adiante apresentamos duas tabelas contabilizando os equipamentos, de acordo com suas respectivas categorias e portes.

Dos 19 equipamentos de cultura, 10 deles se encontram no Ipiranga, 6 na Mooca, 2 no Cambuci e 1 na Vila Prudente. Constituem-se de salas de teatro, museus e bibliotecas públicas. Os 14 equipamentos esportivos, sua em sua maioria, de menor porte. 5 encontram-se no Ipiranga, 5 na Vila Prudente, 2 na Mooca e 2 no Cambuci.

Os equipamentos de segurança também são poucos na região, com 16 no total, com 3 de bombeiros, 7 de polícia civil, 5 de polícia militar e uma Delegacia de Defesa da Mulher no Cambuci.

Mapa 15 - Equipamentos Urbanos (elaborado pela autora)

Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Geosampa.

1.3.5
21

LEI DE ZONEAMENTO 16.402/2016

O zoneamento dos distritos estudados é bastante diversificado, com a incidência acentuada nas seguintes zonas: Zona Mista, Zona Eixo de Estruturação da Transformação, Zona Predominantemente Industrial, Zona de Centralidade e Zona Especial de Interesse Social. Segundo a plataforma Gestão Urbana SP, criada em 2013 pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) da Prefeitura de São Paulo, as zonas citadas acima são definidas como:

- A Zona Mista tem como foco promover os usos residenciais e não residenciais, integrando estes usos no mesmo lote ou quadra, porém preservando a morfologia existente. Essa zona é encontrada na área de estudo nas áreas predominantemente residenciais ou residenciais com uso misto (comércios, serviços ou indústrias);

- A Zona de Eixo de Estruturação da Transformação é definida pela presença de eixos de transporte coletivo de alta e média densidade, e tem como estratégia adensar e qualificar a área e promover os usos residenciais e não residenciais. Com a produção de habitação, equipamentos e empreendimentos que melhorem a relação com os espaços públicos e privados e diminuam o tempo de deslocamento. Essa zona é onde se encontra o instrumento do Eixo de Estruturação, na área, pode ser localizado nas avenidas mais movimentadas, como Av. Paes de Bairro, Av. Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello e na R. das Juntas Provisórias;

- A Zona Predominantemente Industrial tem seu foco em implantação de usos não residenciais e industriais. Ela se encontra na antiga região industrial da Mooca, Ipiranga e Vila Prudente. Embora o Mapa de Uso e Ocupação do Solo mostre a existência indústrias no Cambuci, a zona não se encontra lá.

- A Zona de Centralidade é destinada a áreas centrais, promovendo usos não residenciais e a qualificação na área. Ela está localizada nas centralidades, pequenas ou grandes, dos distritos, onde os usos predominantes são comerciais, de serviços ou industriais;

- As Zonas Especiais de Interesse Social não se apresentam em quantidade representativa, estão em sua maioria no distrito do Cambuci e nas áreas ociosas próximas à região industrial, no Ipiranga e na Vila Prudente, onde existem muitos imóveis subutilizados e deteriorados, além dos cortiços e favelas. Essas zonas são destinadas à habitação para a população de baixa renda, por meio da implantação HIS e HMP (Habitações de Interesse Social e Habitações de Mercado Popular), assim como a regularização de assentamentos precários e irregulares.

Mapa 16 - Lei de Zoneamento (elaborado pela autora) Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, 2016, nº 16.402/2016.

1.3.6
22

FAVELAS, CORTIÇOS E AGLOMERADOS

SUBNORMAIS

O mapa ao lado mostra a presença de favelas, cortiços, loteamento irregular e uso residencial de baixo padrão na área, onde se observa que a Mooca e o Cambuci possuem uma quantidade grande de cortiços, enquanto a Vila Prudente e o Ipiranga são os distritos com maior presença de favelas e loteamentos irregulares. Já as residências de baixo padrão, com renda muito baixa, se encontram mais na Mooca e Vila Prudente.

Segundo o Gráfico 1 de Tipologias Residenciais, a maior parte da população vive em casas e apartamentos, com a Mooca e o Cambuci sendo os únicos que a população que mora em apartamentos supera a população que mora em casas. A Vila Prudente é a que mais possui domicílios em cabeça de porco - moradia coletiva e insalubre -, seguido do Cambuci, Ipiranga e por último Mooca, que mostrou ter a melhor renda e condição nos anteriores mapas e dados socioeconômicos.

O Ipiranga e a Vila Prudente são os que mais possuem domicílios em favelas e aglomerados subnormais, enquanto a Mooca apenas possui 50 domicílios em favelas (Gráfico 2), e o Cambuci não possui domicílios em nenhum dos dois. Com a Favela Heliópolis, o número de habitantes residentes em favelas ultrapassa a Vila Prudente, que possui 5.740 pessoas, enquanto o Ipiranga possui 6.501 pessoas vivendo em aglomerados subnormais (Tabela 2).

Mapa 17 - Habitações Precárias (elaborado pela autora) Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Centro de Estudos da Metrópole, 2016; Geosampa.

1.4.1
23
600 50 1.833 1.338 50 1.960 0 500 1000 1500 2000 2500 IPIRANGA MOOCA VILA PRUDENTE GRÁFICO 2 - ESTIMATIVAS DE DOMICÍLIOS EM FAVELAS 2020 2010 36.461 26.460 12.636 34.708 20.304 9.968 4.870 25.539 15.811 16.302 7.330 8.298 346 190 437 870 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 IPIRANGA MOOCA CAMBUCI VILA PRUDENTE GRÁFICO 1 - DOMICÍLIOS SEGUNDO TIPOLOGIAS RESIDENCIAIS habitação em casa de cômodos / cortiço / cabeça de porco Apartamento casa Total de Domicílios Permanentes Gráfico 1 - Domicílios Segundo Tipologias Residenciais (Elaborado pela autora). Fonte: extraída do IBGE - Censos demográficos 2010. Gráfico 2 - Estimativas de Domicílios em Favelas(Elaborado pela autora). Fonte: extraída do SEHAB/HABITAsampa/GEOSAMPA, 2010 E 2020. TABELA 2 - ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DOS SETORES CENSITÁRIOS DE AGLOMERADOS SUBNORMAIS 2010
SETORES CENSITÁRIOS EM AGLOMERADOS SUBNORMAIS Número De Domicílios Particulares Ocupados População Residente Em Domicílios Particulares Densidade Demográfica (Hab/Ha) Densidade De Domicílios Particulares Ocupados (Dom/Ha) MSP 355 756 1 280 400 297,4 82,6 IPIRANGA 1 868 6 501 982,4 282,3 VILA PRUDENTE 1 539 5 740 718,5
Tabela 2 - Algumas Características do Setores Censitários de Aglomerados Urbanos (Elaborada pela autora). Fonte: extraída do IBGE, Censo Demográfico 2010.
UNIDADES TERRITORIAIS
192,7

EQUIPAMENTOS URBANOS, RENDA E EMPREGOS FORMAIS

As tabelas de Equipamentos de Cultura (Tabela 3) e de Esportes (Tabela 4) mostram a quantidade de equipamentos por categoria e porte, respectivamente, como já haviam sidos citadas no mapa de Equipamento Urbanos. Em ambos os casos a quantidade de equipamentos carece, a Vila Prudente, por exemplo, só possui um equipamento, uma biblioteca próxima a área do metrô Vila Prudente. Já na Mooca e Cambuci, existem apenas dois equipamentos de esporte em cada, um de pequeno porte e outro médio. É importante ressaltar que em nenhum dos distritos existe equipamentos esportivos de grande porte, como estádios e clubes desportivos.

A tabela de Domicílios Particulares Permanentes por Faixa de Rendimento (Tabela 5) mostra rendimento mensal em salário-mínimo, considerado R$510, em 2010. Em todos os distritos as duas maiores faixa são de “mais de 2 a 5 salários-mínimos” e de “mais de 5 a 10 salários-mínimos”, porém na Mooca e Cambuci é maior na faixa de 5 a 10 salários-mínimos, enquanto no Ipiranga e na Vila Prudente a maior faixa é de 2 a 5 salários-mínimos. Conclui-se que a renda dos habitantes em geral é boa, especialmente na Mooca e Cambuci, notando que a Mooca também possui uma quantidade boa de domicílios que ganham de 10 a 20 salários-mínimos. A Vila Prudente, comparado aos outros distritos, possui uma grande quantidade de domicílios (369) que têm uma renda de até 1/2 salário-mínimo, o que é um valor alto, já que o Ipiranga possui uma quantidade maior de domicílios totais.

No gráfico de Empregos Formais, nota-se que a faixa etária (Gráfico 3) mais ativa é de 30 a 49 anos. O outro gráfico, separado por escolaridade (Gráfico 4), mostra que a maior parte dos trabalhadores possui o ensino médio e superior completo, seguido por ensino fundamento completo.

Tabela 5 - Domicílios Particulares Permanentes por Falta de Rendimento, em Salários Mínimos (Elaborada pela autora). Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Tabela 4 - Equipamentos de Esportes, Lazer e Recreação por Porte (Elaborada pela autora).

Fonte: Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação; Infocidade, 2020.

Gráfico 3 - Empregos Formais, Exclusive Administração Pública, Segunda Faixa Etária (Elaborado pela autora). Fonte: Infocidade, 2020.

Gráfico 4 - Empregos Formais, Exclusive Administração Pública, Segundo escolaridade (Elaborado pela autora). Fonte: Infocidade, 2020.

24 1.4.2
Tabela 3 - Equipamentos de Cultura (Elaborada pela autora). Fonte: Secretaria Municipal de Cultura; Infocidade, 2017 e 2020.
749 1.604 599 514 1.037 1.170 536 555 1.590 1.879 3.156 1.152 5.096 3.993 3.226 2.763 3.124 3.078 2.085 1.942 33.080 37.840 17.319 19.456 4.248 2.791 1.385 1.329 20.323 10.592 5.138 4.254 1.154 761 254 320 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 IPIRANGA MOOCA CAMBUCI VILA PRUDENTE
Nível de Escolaridade Analfabeto e Fund I Incompleto Nível de Escolaridade 5a compl Fundamental Nível de Escolaridade 6a9 Fundamental Nível de Escolaridade Fund. Completo Nível de Escolaridade Médio incompl Nível
Nível
Nível
Superior
Nível
119
0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 IPIRANGA MOOCA CAMBUCI VILA PRUDENTE GRÁFICO 3 - EMPREGOS FORMAIS, EXCLUSIVE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, SEGUNDO FAIXA ETÁRIA Faixa Etária Até 17 Faixa Etária 18 a 24 Faixa Etária 25 a 29 Faixa Etária 30 a 39 Faixa Etária 40 a 49 Faixa Etária 50 a 64 Faixa Etária 65 ou mais TABELA 3 - EQUIPAMENTOS DE CULTURA 2017 E 2020 UNIDADES TERRITORIAIS TOTAL SALAS DE TEATRO (2017) MUSEU (2017) BIBLIOTECAS PÚBLICAS (2020) MUNICIPAL PARTICULAR MUNICIPAL ESTADUAL PARTICULAR MSP 544 21 245 21 53 59 145 CAMBUCI 2 - 1 - - 1IPIRANGA 10 - 2 2 2 3 1 MOOCA 6 1 3 - 1 - 1 VILA PRUDENTE 1 - - - - - 1 TABELA 4 - EQUIPAMENTOS DE ESPORTES, LAZER E RECREAÇÃO MUNICIPAIS POR PORTE 2020 DISTRITOS TOTAL PORTE PEQUENO (CLUBES DA COMUNIDADE, CAMPOS, MODELÓDROMOS E OUTROS) MÉDIO (CENTROS EDUCACIONAIS E ESPORTIVOS BALNEÁRIOS, MINI BALNEÁRIOS E CLUBE DA COMUNIDADE DOS CEUS) GRANDE (CLUBES DESPORTIVOS, ESTÁDIOS, CENTRO OLÍMPICO, AUTÓDROMO) MSP 342 248 87 7 IPIRANGA 5 2 3MOOCA 2 1 1CAMBUCI 2 1 1VILA PRUDENTE 5 4 1TABELA 5 - DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES POR FAIXA DE RENDIMENTO, EM SALÁRIOS MÍNIMOS 2010 DISTRITOS TOTAL CLASSES DE RENDIMENTO NOMINAL MENSAL DOMICILIAR (SALÁRIO MÍNIMO CONSIDERADO: R$510) ATÉ 1/2 MAIS DE 1/2 A 1 MAIS DE 1 A 2 MAIS DE 2 A 5 MAIS DE 5 A 10 MAIS DE 10 A 20 MAIS DE 20 SEM RENDIMENTO
GRÁFICO 4 - EMPREGOS FORMAIS, EXCLUSIVE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, SEGUNDO ESCOLARIDADE
de Escolaridade Médio Compl.
de Escolaridade Superior inc.
de Escolaridade
comp.
de Escolaridade Mestrado e Doutorado
165 57 153 9.224 8.633 3.534 5.364 11.596 8.399 4.136 4.500 22.294 18.926 10.380 9.238 15.873 15.713 9.278 7.389 10.438 10.999 5.862 5.267 857 873 451 374
IPIRANGA 36.572 85 1.381 3.997 10.625 8.785 6.115 3.563 2.012 MOOCA 26.456 41 695 1.829 6.315 7.332 5.856 3.279 1.104 CAMBUCI 12.645 30 393 1.032 3.350 3.432 2.607 1.296 503 VILA PRUDENTE 34.707 369 1.759 4.374 11.294 8.308 4.933 1.888 1.780

ALFABETIZAÇÃO E ESCOLARIDADE

O Gráfico 5 apresenta a instrução da população nos distritos, com cada um possuindo valores bastante divergentes. O Ipiranga e a Vila Prudente possuem a maior parte da população sem instrução e fundamental incompleto, seguido pela população com médio completo e superior incompleto. Já na Mooca, a maior parte da população possui superior completo e médio completo. Por último, o Cambuci tem como a maior parte a população com médio completo e superior incompleto, seguido por quem tem superior incompleto.

A alfabetização do setor, segundo a Tabela 6, é alta, com a taxa de alfabetização acima de 96,99% em todos os distritos, que a média de São Paulo, com a Vila Prudente possuindo a menor taxa (97,27%) e a Mooca com a maior taxa (98,76%). No mapa, das pessoas alfabetizadas acima de 5 anos de idade por setor censitário, as categorias mais frequentes são de 400 a 1.000 pessoas. As áreas mais claras, de 0 a 250 pessoas, assim como o mapa de densidade, é onde estão as indústrias e armazéns.

Em todos os distritos grande parte da população possui fundamental incompleto, especialmente na Vila Prudente e no Ipiranga, que conforme analisado no mapa de densidade, que são os que possuem uma maior quantidade de habitantes.

Mapa 18 - Alfabetização (elaborado pela autora)

Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; IBGE, 2010.

TABELA 6 - POPULAÇÃO TOTAL E ALFABETIZADA DE 10 ANOS E MAIS E TAXA DE ALFABETIZAÇÃO 2000 e 2010 UNIDADES TERRITORIAIS Total Alfabetizadas Total Alfabetizadas Taxa de Alfabetização (em %) 2000 2000 2010 2010 2000 2010 MSP
8.327.045 9.783.868
PRUDENTE
1.4.3
8.727.411
9.489.002 95,41 96,99 IPIRANGA 86.147 83.433 95.600 93.667 96,85 97,98 MOOCA 56.921 55.944 68.668 67.819 98,28 98,76 CAMBUCI 25.475 24.796 32.818 32.169 97,33 98,02 VILA
88.915 85.429 93.543 90.992 96,08 97,27
25
17.122
19.537
22.370
0
IPIRANGA MOOCA CAMBUCI VILA PRUDENTE GRÁFICO
-
DE 10
OU MAIS DE
PopulaçãoTotal Sem instrução e fundamental incompleto Fundamental completo
incompleto Médio completo e superior incompleto Superior completo Não determinado
Gráfico 5 - População de 10 Anos ou Mais de Idade, por Instrução (Elaborado pela autora). Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010 Tabela 6 - População Total e Alfabetizada de 10 Anos e Mais e Taxa de Alfabetização(Elaborada pela autora). Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000 e 2010 95.600 68.668 32.818 93.543 32.155
8.239 31.695 15.555 9.673 5.923 16.071 24.241
10.208 27.108
21.690 8.222 17.362 1.280 647 226 1.307
10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000 90.000 100.000
5
POPULAÇÃO
ANOS
IDADE, POR INSTRUÇÃO
e médio

DENSIDADE DEMOGRÁFICA E FAIXA ETÁRIA

O mapa apresenta a densidade demográfica dos habitantes por hectare, por setor censitário. A densidade demográfica é uma média feita entre total de habitantes e a área do local em que residem. A densidade na região é na maioria de o a 100 habitantes por hectare, com seu centro, onde passa a linha férrea, e seus arredores, onde estão as indústrias e armazéns, o local com a densidade mais baixa, de 0 a 50. Comparando com o mapa de uso do solo, as áreas caracterizadas com uso residencial são as com mais habitantes no mapa ao lado, e as áreas com mais concentração são as áreas caracterizadas como residencial vertical, além das favelas, que possuem uma quantidade muito grande de domicílios em áreas menores.

No Gráfico 6 pode-se observar o histórico da quantidade de pessoas por distritos, em que a Vila Prudente (104.242) é a mais populosa, seguida do Ipiranga (106.865), Mooca (75.724) e, por último o Cambuci (36.948), dado o seu tamanho e as áreas industriais. Nota-se em que o ano de 1980, em todos os distritos, era o que possuía a maior população, que diminuiu nos anos seguintes, mas aumentou novamente em 2010. Na Tabela 7 estão destacadas as duas maiores quantidades de faixa etária presentes de cada distrito, em que as faixas de 20 a 39 anos estão em maior quantidade, exceto pela Mooca e Vila Prudente, em que a faixa de 50 a 64 anos é a faixa etária mais presente.

TABELA 7 - POPULAÇÃO RECENSEADA POR FAIXA ETÁRIA E SEXO 2010 DISTRITOS SEXO TOTAL MSP 0 A 9 ANOS 10 A 19 ANOS 20 A 29 ANOS 30 A 39 ANOS 40 A 49 ANOS 50 A 64 ANOS 65 OU MAIS MSP Total 11.253.503 1.470.099 1.710.404 2.064.152 1.897.908 1.556.007 1.639.618 915.315 Homens 5.328.632 747.849 859.242 1.008.174 903.949 727.427 728.960 353.033 Mulheres 5.924.871 722.251 851.162 1.055.978 993.959 828.580 910.658 562.282 CAMBUCI Total 36.948 4.095 4.122 6.289 6.628 5.163 5.963 4.688 Homens 16.999 2.127 2.061 2.971 3.151 2.449 2.556 1684 Mulheres 19.949 1.968 2.061 3.318 3.477 2.714 3.407 3004 IPIRANGA Total 106.865 11.359 13.267 18.456 17.832 15.225 17.577 13.148 Homens 49.440 5.810 6.714 9.057 8.483 7.018 7.658 4.701
57.425 5.549 6.553 9.400 9.350 8.207 9.919 8.447
75.724 7.128 8.109 12.274 12.567 11.329 13.293 11.024
3.623 4.121 6.107 6.059 5.417 5.965
3.505 3.988 6.167 6.508
26 1.4.4
Mulheres
MOÓCA Total
Homens 35.203
3.911 Mulheres 40.521
5.912 7.328 7.113 VILA PRUDENTE Total 104.242 10.945 12.880 17.923 16.660 15.102 18.137 12.595 Homens 48.920 5.535 6.486 8.907 7.983 7.137 8.132 4.741 Mulheres 55.322 5.410 6.394 9.016 8.677 7.966 10.005 7.854
Tabela 7 - População Recenseada por Faixa Etária e Sexo (Elaborada pela autora). Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010 117.588 84.583 44.851
71.999 37.069
63.280 28.717
75.724 36.948
20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 IPIRANGA MOOCA CAMBUCI VILA PRUDENTE GRÁFICO 6 - POPULAÇÃO DOS DISTRITOS (1980-2010) População 1980 População 1991 População 2000 População 2010 Gráfico 6 - População dos Distritos (Elaborado pela autora). Fonte: IBGE - Censos demográficos 1980, 1991, 2000 e 2010 Mapa 19 - Densidade Demográfica (elaborado pela autora) Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; IBGE, 2010.
124.777 101.533
114.297 98.863
102.104 106.865
104.242

ÍNDICE PAULISTA DE VULNERABILIDADE SOCIAL

O Índice Paulista de Vulnerabilidade Social, IPVS, elaborado pela SEADE, em 2010, identifica os grupos populacionais mais vulneráveis à pobreza e classifica os diferentes graus de vulnerabilidade. O índice não leva em conta apenas a renda, mas outros elementos, como níveis de escolaridade, acesso a saúde, vida familiar e inserção no mercado de trabalho, entre outros fatores determinantes, junto à localização. Assim a classificação fica de melhor qualidade e condição de vida a pior, de Baixíssima Vulnerabilidade a Vulnerabilidade muito alta.

A Vulnerabilidade da área é predomina na faixa Muito Baixa, com alguns pontos da faixa Baixa e Alta. Considerando todos os outros mapas e gráficos, a Mooca é o melhor classificado, com várias áreas com Baixíssima Vulnerabilidade, seguido pelo restante dos distritos, a Vila Prudente e o Ipiranga, com suas grandes áreas, possuem vários pontos de Vulnerabilidade Alta embora tenham em sua maioria a faixa de Vulnerabilidade Muito Baixa, e o Cambuci, com a vulnerabilidade mais baixa de todos, pois a proporção de Vulnerabilidade Baixa é muito desigual considerando o tamanho da sua área. Os setores censitários com a Vulnerabilidade Média, Alta e Muito Alta estão localizados nas comunidades, como pode se observar na Heliópolis, Vila Prudente, Jacaraípe, Barão de Resende e Favela do Tamanduateí, além dos cortiços, como acontece na Mooca e Cambuci. Como era apresentada no mapa de Áreas Contaminadas e de Risco, a área inundável coincide com a grande parte do Cambuci e Ipiranga da faixa Vulnerabilidade Baixa, vendo que o IPVS leva em consideração a localização e as pessoas que moram em área de risco.

Mapa 20 - IPVS (elaborado pela autora)

Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; SEADE, 2010.

1.4.5
27
Figura 13 - Favela Heliópolis. Fonte: Google Earth. Figura 12 - Favela Jacaraípe. Fonte: Google Earth. Figura 11 - Favela Vila Prudente. Fonte: Google Earth. Figura 10 - Favela do Tamanduateí. Fonte: Google Earth.

SÍNTESE E DIRETRIZES DA ÁREA DE ESTUDO

SÍNTESE:

- A região de estudos está em uma área consolidada bem estruturada, sem carência de transporte, com diferentes ofertas, seja público ou privado. Também possui uma boa quantidade de equipamentos de saúde e de educação, com escolas particulares e públicas, além de escolas técnicas, por toda a área.

- A Vila Prudente possui poucos usos não residenciais, com grandes concentrações de áreas residenciais. Todos os outros distritos têm muitos usos residenciais, porém mais proporcionais aos usos não residenciais.

A maior parte das residências na área de estudo são de média/alta renda;

- A região entre o Ipiranga e a Vila Prudente possui uma grande quantidade de imóveis degradados e subutilizados (muitos até chegaram a ser caraterizados como ZEIS), principalmente indústrias, que formam áreas inteiras sem nenhuma função e utilidade, que chegam a ter presença de favelas;

- A quantidade de equipamentos culturais e esportivos é precária na área, principalmente na área central da Vila Prudente e em algumas partes da Mooca e Cambuci;

- A Mooca e o Cambuci possuem uma grande concentração de cortiços, embora a Mooca tenha presença de favelas e o Cambuci não;

- A falta de praças e parques existe em toda a área, com os únicos parques sendo o Parque da Independência, Parque da Mooca e o Parque Ecológico na Vila Prudente;

- A presença do rio Tamanduateí, canalizado, e o alto grau de impermeabilidade do solo ao longo da Av. do Estado, constitui-se de uma grande área inundável, sobretudo no Cambuci e no Ipiranga. No Cambuci, a maior parte do rio se encontra tamponado;

- A linha de trem, o rio Tamanduateí e a Av. do Estado formam uma grande barreira, que impede o fluxo de pedestres e causa a falta de conexão entre os distritos.

DIRETRIZES:

- Implantar equipamentos de cultura e esporte para suprir os locais de maior carência, principalmente na Vila Prudente;

- Aumentar a quantidade de áreas verdes, também dentro da área inundável, para que se incremente a quantidade de hajam áreas permeáveis;

- Implantar Habitações de Interesse Sociais e Populares próximas a favelas, cortiços e áreas bem estruturadas;

- Criar Zonas Especiais de Interesse Social onde estão imóveis ociosos;

- Recuperar e ressignificar, quando for o caso, os imóveis abandonados e sem uso, de acordo com as necessidades socioeconômicas da região;

- Mitigar os problemas de capilaridade causadas pela existência da Av. do Estado, rio Tamanduateí e da linha férrea, com passarelas e aumentando a largura dos passeios. Para a segurança, aumentar a quantidade de fachadas ativas (com comércios e serviços) e residências.

Mapa 21 - Síntese e Diretrizes (elaborado pela autora)

Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Geosampa.

28 1.3.6

2. TEMÁTICA

No capítulo Temática é discutido o tema do projeto de graduação, junto ao seu programa e sua relação com o entorno. Além disso, a motivação e importância do tema não apenas para a área, mas para o Brasil e São Paulo atualmente.

Com a escolha da temática, será apresentada a área de interesse para o projeto de intervenção, definida com base na melhor localização e potencialidade para o tema. Serão feitos levantamentos e análises da área escolhida, indicando suas necessidades.

29

Considerando as análises e diretrizes estabelecidas para a área de estudos, a proposta do projeto, objeto deste trabalho de curso, constitui-se de um projeto de um complexo híbrido que dialogue com o entorno, formado por um conjunto habitacional de interesse social e mercado popular integrado com um centro comunitário, abrigando diferentes usos (cultural, lazer e social) e uma praça, além de um mini mercado.

Pretende-se que o uso misto seja de utilidade tanto para os moradores da região, visto que todo seu entorno é constituído de casas e condomínios, como os próprios moradores dos edifícios habitacionais, como afirma Bonduki (2011, p. 32): “A moradia poderia estar harmonicamente associada a usos não residenciais, configurando novos núcleos urbanos, com espaço público aberto para a cidade, onde o trabalho, o consumo e o lazer possam estar próximos à moradia, reduzindo a necessidade de longos deslocamentos urbanos” (Figura 15).

A praça deverá contar com, além das áreas verdes, equipamentos de academia ao ar livre, para atender, sobretudo, a população idosa, espaços para piquenique e playground, considerando, mais uma vez, a quantidade de edifícios e casas próximos. As áreas comerciais e de serviços presentes (o mini mercado e a cafeteria no centro comunitário, além de uma área de vendas e serviços dentro do edifício habitacional) deverão ser compatíveis com a condição financeira dos moradores das habitações sociais.

Acredito que os usos integrados tornarão a área mais atrativa e ativa, reforçando a potencialidade da localização e expandindo sua centralidade. Neste aspecto, Jan Gehl afirma: “É evidente que lojas, restaurantes, monumentos e funções públicas devem estar localizados onde as pessoas deverão passar. Desse modo, as distâncias feitas a pé parecem mais curtas e o trajeto, algo mais do que uma simples experiência” (GEHL, 2013, p. 67).

Contribui para o projeto o fato do terreno escolhido ser classificado como ZEIS 5, ou seja, destinado à construção de habitações para a famílias que ganham de 3 a 10 salários-mínimos. As ZEIS 5 são definidas por áreas vazias, deterioradas ou ocupadas por loteamentos irregulares, dando assim o potencial para ser completamente reurbanizada (Figura 14).

A ZEIS 5, diferente das outras, permite o uso não residencial de até 40%, que é bastante incentivado pelo Plano Diretor Estratégico, especialmente quando combinado com o uso habitacional, para ter melhor aproveitamento de serviços urbanos, como o transporte público.

Figura 14 - ZEIS. Fonte: gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/

Distância que exige deslocamento de carro

O zoneamento das atividades induz à utilização e dependência do automóvel particular.

Distância que pode ser percorrida a pé ou de bicicleta

Núcleos compactos reduzem as distâncias e permitem o deslocamento a pé ou de bicicleta.

Figura 15 - Núcleos Compactos e de Uso Misto. Fonte: ROGERS, 2001, p. 39

Com base nas análises e levantamentos anteriores, justifica-se o centro comunitário, com usos culturais e de recreação, de que a Vila Prudente possui uma carência extrema de áreas culturais (Tabela 3 - Equipamentos de Cultura, p. 24), onde a única existente está a aproximadamente um raio de 1,5 km de distância: a Biblioteca Pública Ricardo Ramos, próxima a estação do Metrô Vila Prudente.

Com isso, deverá ter uma variedade de usos, entre eles: uma biblioteca computadorizada, uma cafeteria, salões multiusos para eventos, que funcionarão com oficinas no dia a dia, uma brinquedoteca e um auditório de pequeno porte para palestras, que também poderá ser usado como um local para reuniões entre os moradores da região e do Conjunto Habitacional, para maior participação da vizinhança em melhoras e pequenas mudanças. Assim como as habitações, o uso diversificado foi empregado para melhor aproveitamento da área e dar um local de lazer e confortável, sempre visando o aspecto social.

“A transformação desses assentamentos periféricos precários em bairros de verdade, com infraestrutura, áreas verdes, equipamentos, documentação de posse e organização social teria enorme repercussão na redução da violência e mudaria a cara dos bairros-dormitório que caracterizam a região, marcada por uma paisagem indefinida e acinzentada” (BONDUKI, 2011, p. 34)

Todos esses equipamentos e diferentes usos foram escolhidos com base na visão do que poderia dar a Vila Prudente um propósito diferenciado do que é atualmente, que não possui muitos usos não residências, especialmente acessíveis. Analisando o que seria o melhor para a região, o que ela necessita, atraindo um fluxo maior de pessoas e qualificando uma área hoje em dia caracterizada como um terreno abandonado, em que pessoas utilizam de forma ilegal e inapropriada, talvez até impulsionando a região ao redor do Metrô e até iniciando uma sequência de requalificações desses lotes e indústrias abandonadas.

2.1
30
TEMA DE PROJETO

HABITAÇÃO SOCIAL

A escolha do tema de habitação tem como objetivo valorizar e tirar proveito das potencialidades da área, antiga, na região sudeste do município de São Paulo, estrutura e consolidada, porém subutilizada atualmente, um local sem nenhuma função alguma, em uma boa localização em questões de infraestrutura. É muito importante que a habitação esteja ligada a essa questão, pois apenas um lugar para morar atualmente não é o suficiente, pelo menos não sem um modo de sustentá-la, e que traga uma condição de vida adequada. É citado por Villaça: “Mostram bem que a questão da moradia não se limita à casa, sua forma, seu tamanho, sua solidez. Interessa também, e muito, sua localização, sua vizinhança, os serviços e comércio próximos, as distâncias aos locais de emprego.” (VILLAÇA, 1986, p. 41).

A moradia é algo indispensável para se viver no mundo atual, representa abrigo, privacidade, conforto, estabilidade, um modo digno de viver. Atualmente, nas cidades grandes, a moradia pode ser vista tanto como um lugar de trabalho, quanto um lugar apenas para repouso, visto que o restante do cotidiano se passa na cidade. A casa própria, no entanto, é vista como um investimento, já que será sempre necessário pagar para morar, independente da sua tipologia, que acabou se tornando, com o tempo, no mundo capitalista, como tudo, uma mercadoria.

“Todo ser humano precisa de abrigo e proteção contra as intempéries e outras agressões da natureza, e mesmo contra as agressões de seus semelhantes; precisa de privacidade e de abrigo para desenvolver sua vida individual, familiar e social. O problema que os homens têm que enfrentar para conseguir esse abrigo – a habitação – é o ‘problema habitacional’.” (VILLAÇA, 1986, p. 3)

A habitação acaba se tornando, então, um problema, onde não consegue se oferecer a todos, visto que o seu custo como mercadoria é grande, onde envolve seu tempo de produção, materiais, mão de obra, além de ser vinculado a um território, uma propriedade.

A visão da habitação como mercadoria acaba então se tornando uma questão de estabilidade muito maior do que antes, ligada muitas vezes, ao status. É então conceituado por Bonduki: “Assim como a casa própria tornou-se um bem indispensável à afirmação e ao êxito da família, esta organizou sua vida em torno da moradia, como se ela fosse um troféu” (BONDUKI, 1998, p. 312).

É dever, então, dos municípios, estados e Distrito Federal viabilizar acesso à moradia adequada à população de baixa renda, através de programas e iniciativas. A Habitação de Interesse Social, voltada para essa população, que não possui acesso à moradia formal ou condições para contratar profissionais para sua construção.

Nos anos 30, o governo federal passou a participar da produção de HIS no Brasil, onde antes, a população dependia da iniciativa do mercado. Um grande marco foi a criação do Banco Nacional de Habitação (BNH), em 1964, em que tinha a política para promover a construção e aquisição da casa própria pelas classes de menor renda. O BNH contava com dois mecanismos: o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e os SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo).

Em 1986, o BNH foi extinto, e dois anos depois, a moradia foi definida como um direito garantido pelo Art. 6 da Constituição Federal de 1988, além da criação do Art. 182, que determinava a criação do Plano Diretor para cidades com mais de 20 mil habitantes, em que Plano Diretor no município de São Paulo mais tarde reforçou o direito à moradia digna e objetivos para a habitação (Figura 13), com o Art. 291 da lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014: “I – assegurar o direito à moradia digna como direito social; II – reduzir o déficit habitacional; III – reduzir as moradias inadequadas; IV – reduzir os impactos de assentamentos precários sobre áreas de proteção ambiental.” (São Paulo (SP), 2014).

Em 2009, um programa bastante conhecido foi implementado: Minha Casa, Minha Vida, pelo Governo Federal, que tinha como propósito facilitar a conquista da casa própria pelas famílias de baixa renda, através de subsídios e financiamentos. Porém existem diversas críticas à esse programa, como o fato de não levar em conta a qualidade dos espaços, com foco na quantidade de habitações produzidas, com tipologias pequenas, para um menor custo, e padronizadas, sem considerar as condições climáticas ou a topografia do local, até a localização, que muitas vezes é afastada das cidades, o que não contribui para a condição adequada comentada anteriormente.

Atualmente, a produção de habitações sociais é ainda muito necessária, devido à grande desigualdade social existente em São Paulo, que torna extremamente difícil a aquisição de um local para morar por grande parte da população. Nessa região, a segregação socioespacial ainda é reforçada pela presença da barreira córrego-ferrovia, da proximidade com a favela Jacaraípe e várias residências em condições precárias.

“É necessário compatibilizar a reabilitação com a produção de habitação, até mesmo para a população de baixa renda, objetivando aproximar o morar do trabalhar. Para isso, foram criadas as Zonas Especiais de Interesse Social, mas é necessário muito mais: investimentos públicos para ampliar a oferta, ações para baratear os preços de prédios e terrenos para a produção habitacional, combatendo com forte carga tributária a ociosidade e a subutilização de terrenos (incluindo os ocupados por estacionamentos), prédios e galpões industriais vazios” (BONDUKI, 2011, p. 32)

Figura 16 - Política de Habitação Social. Fonte: gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/

31
2.2

DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE INTERESSE: CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

A escolha e delimitação da área de interesse se deu pelo relevante número de lotes vagos no entorno de uma antiga área industrial hoje, degradada, como também pela excelente infraestrutura viária e de transportes públicos. Entretanto, percebe-se que é uma área que não possui um fluxo intenso de pessoas, por ser um local apenas de usos residenciais, salvo pela presença do Shopping Central Plaza, em frente à Estação Tamanduateí, ao lado do Ipiranga no limite da Vila Prudente, como pode ser observado no mapa. Nota-se também a sua topografia, que se torna elevada em direção ao leste. O distrito da Vila Prudente, é um dos menos favorecidos - senão o menos - entre os quatro estudos. A Vila Prudente possui, segundo o IBGE (Gráfico 2 – Estimativas de Domicílios em Favelas, P. 23), uma grande quantidade de domicílios em favelas, contabilizando 1.960 domicílios, e nesta condição, 870 domicílios distribuídos em: casas de cômodos, cortiços ou em condições insalubres, segundo o IBGE (Gráfico 1 –Domicílios Segundo Tipologias Residenciais, P. 23).

Embora a Vila Prudente possua uma quantidade relevante de transporte na área próxima à Mooca e Ipiranga (onde se situa a área de interesse, com a presença de linhas de ônibus e ciclovias) – Metrô, Trem e Terminal de Ônibus, o restante da sua área possui apenas pouquíssimas linhas de ônibus. Segundo Bonduki “O deslocamento pendular dos bairros-dormitório para o centro expandido gera a superlotação do sistema viário e de transporte coletivo.” (BONDUKI, 2011, p. 25-26)

Vila Prudente conta, atualmente, com 104.242 habitantes em sua maioria na faixa de 20 a 29 anos e 50 a 64 (Tabela 7 – População Recenseada por Faixa Etária e Sexo, P. 26), atrás apenas do Ipiranga, que tem 106.865 habitantes. Sua densidade mais alta se encontra nas favelas e residências verticais.

Por fim, o distrito possui uma boa renda, com a maior faixa de rendimento mensal de 2 a 5 salários-mínimos (valor de R$ 510), seguido pela de 5 a 10 salários-mínimos (Tabela 5 - Domicílios Particulares Permanentes por Faixa de Rendimento, em Salários-mínimos, P. 25).

Como já fora citado, a Vila Prudente é menos avantajada que os outros distritos - Mooca, Cambuci e Ipiranga - e um dos motivos é em conta de sua formação histórica. Durante a expansão da ocupação da cidade, foi construída a Estrada de Ferro São Paulo Railway, que separou as zonas Leste e Oeste, definindo o processo de urbanização.

Assim foi formada uma barreira, junto à grande várzea inundável, e visto que no Oeste é onde está o centro - que estava em seu auge durando o século XIX – o lado Leste foi prejudicado, pois o outro lado da barreira passou a ser ocupado pela alta renda, assim se desenvolvendo, com investimentos em arruamentos, infraestrutura e comércios/serviços. Como foi citado por Villaça “Na primeira região surgiram os loteamentos das camadas de mais alta renda. A segunda região foi desprezada por essas camadas e deixada às classes populares.” (VILLAÇA, 2001, p. 117)

32 2.3.1
Mapa 22 - Caracterização da Área (elaborado pela autora) Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Google Earth, 2021; Geosampa.

DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE INTERESSE: USO

DO SOLO E GABARITO DE ALTURA

A região apresenta uso predominantemente industrial e residencial, como pode se notar no Mapa 23. A linha do trem, visível no Mapa 22, deixa claro as diferentes morfologias das indústrias e habitações, no Ipiranga e Vila Prudente, respectivamente. A área conta com a presença da comunidade do Jacaraípe e várias casas de baixo padrão dentro do local de interesse. A área de interesse se constitui em residências, de médio/alto e baixo padrão, indústrias e grandes terrenos vagos (por indústrias que foram demolidas, mas sem nunca dar outro uso ao lote). Não se nota uma presença relevante de usos comerciais e de serviços, bem como de área verdes.

A Vila Prudente é carente em equipamentos culturais e esportivos, visto que seu uso é predominantemente residencial unifamiliar, com poucos usos não residenciais. Assim como ocorre com a área de interesse, em que lado direito à linha do trem é constituído basicamente de residências, sem nenhuns equipamentos culturais/esportivos próximos, exceto pelo Shopping.

O Mapa 24 apresenta o gabarito de altura da região, que se observa em sua maioria baixo, de até 3 pavimentos. Porém, nota-se que existem alguns edifícios e condomínios na Vila Prudente, se destacando entre as residências unifamiliares, que possuem mais de 10 pavimentos. No Ipiranga, a região também apresenta o gabarito predominantemente baixo.

2.3.2
Mapa 24 - Gabarito de Altura (elaborado pela autora)
33
Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Google Earth, 2021; Geosampa. Mapa 23 - Uso e Ocupação do Solo (elaborado pela autora) Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Google Earth, 2021; Geosampa. Figura 17 - Vista aérea da área de interesse. Fonte: Google Earth, 2021.

3. ESTUDOS DE CASO

Neste capítulo são apresentados 3 estudos de caso: o Conjunto Habitacional Heliópolis, 85 Habitações Sociais em Cornellà e Casa para Livros e Blues “Bok & Blueshuset”. O primeiro construído em São Paulo/Brasil, na Favela Heliópolis, o segundo em Barcelona/Espanha e o último em Notodden/ Noruega.

Os projetos em São Paulo e Barcelona são habitações sociais que possuem uma relação direta com o tema deste trabalho de curso, já o último, se trata de um Centro Cultural/Biblioteca, com usos culturais variados, que possui relação com os usos culturais e não residenciais do trabalho.

Todos os casos apresentados são existentes, foram construídos e possuem aspectos importantes pelo qual foram escolhidos, em relação ao seu programa, setorização, implantação, entre outros. Serão analisadas desde a porcentagem de suas áreas, em tabelas, até a sua geometria espacial e usos em perspectivas e diagramas.

34

1. CONJUNTO HABITACIONAL HELIÓPOLIS

2. 85 HABITAÇÕES SOCIAIS EM CORNELLÀ

3. CASA PARA LIVROS E BLUES “Bok & Blueshuset”

35
Figura 18 - Conjunto Habitacional Heliópolis. Fonte: Archdaily, 2021 Figura 19 - 85 Habitações Sociais em Cornellà. Fonte: Tectonica Archi, 2022. Figura 20 - Casa para Livros e Blues. Fonte: Architecture Norway, 2015.

CONJUNTO HABITACIONAL HELIÓPOLIS

DADOS DO PROJETO

Localização: Favela Heliópolis Gleba G, São Paulo

Tema do Projeto: Habitação Social

Autores: Mario Biselli e Artur Katchborian

Data: 2011 - Projeto / 2014 - Conclusão da Obra Área do Terreno: 12.000 m² Área Construída: 31.330 m²

O Conjunto Habitacional Heliópolis foi realizado, em 2011, através do Programa de Reurbanização de Favelas da Prefeitura do Município de São Paulo, da Secretaria de Habitação. O terreno se localiza ao lado da maior favela de São Paulo: Heliópolis.

O edifício foi pensando para abrigar o maior número possível de habitações, contudo sem promover edifícios de gabarito excessivamente alto. Foram planejadas 420 habitações para o projeto, com aproximadamente 50 m², porém apenas 199 foram construídas e ocupadas, até hoje, o restante ainda está em construção. Os acessos diferentes níveis possibilitaram a construção de até 8 pavimentos, visto que não foi previsto o uso de elevadores, apenas escadas. Nos pavimentos, pode-se encontrar

de 17 a 34 apartamentos.

As passarelas construídas para a conexão entre as circulações horizontais estão presentes nos pavimentos em que se têm acessos para entrada / saída do edifício, com salas de convivência conectando as passarelas que dão acesso ao edifício da rua e as internas, que passam por cima do espaço coletivo no térreo, com a presença de áreas verdes.

O conjunto habitacional foi edificado em uma ZEIS 1, definida por ser uma porção do território destinada à moradia para a população da baixa renda e regularização fundiária de assentamentos precários e irregulares, através da implantação de Habitações de Interesse Social – HIS e Habitações de Mercado Popular – HMP.

36 3.1
Figura 22 - Fonte: Archdaily, 2021. Figura 21 - Fonte: Archdaily, 2011. Figura 23 - Fonte: Archdaily, 2021. Figura 24 - Fonte: Archdaily, 2021. Figura 25 - Fonte: Archdaily, 2021. Figura 26 - Vista aérea. Fonte: Archdaily, 2011.

TABELA 08 – DISTRIBUIÇÃO DOS SETORES: SEHAB HELIÓPOLIS

ITEM ÁREA (M²) PORCENTAGEM

Área Total da Edificação (Exceto Praça)

26834,26 100%

Circulação horizontal e Vertical coletiva 3879,25 14,46%

Setor 1: Habitação (420 apartamentos) 20154,93 75,11%

Setor 2: Banheiros 1721,24 6,41%

Setor 3: Espaço de Convivência 413,16 1,54%

Setor 4: Área Serviços Prédio 467,68 1,74%

Setor 5: Comércio 198 0,74%

Setor 6: Praças e Áreas Verdes 3429,06 -

Tabela 8 - Distribuição dos Setores 1: Sehab Heliópolis.

TABELA 09 – DISTRIBUIÇÃO DOS SETORES: SEHAB HELIÓPOLIS

ITEM ÁREA (M²) PORCENTAGEM

Área Total da Edificação (Exceto Praça) 26834,26 100%

Circulação Vertical 113,08 0,42%

IMPLANTAÇÃO - PLANTA TÉRREO

Figura 27 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Archdaily, 2021.

Térreo

Pavimento 1

Circulação Horizontal 36,12 0,13% Banheiros (24) 98,52 0,37%

Circulação Vertical 113,08 0,42%

Circulação Horizontal 293,32 1,09% Banheiros (28) 115,2 0,43%

Circulação Vertical 113,08 0,42%

PLANTA 1º PAVIMENTO - NÍVEL DE ACESSO AO CONJUNTO A (EDIFICADO)

CONJUNTO A (Edificado)

Pavimento 2

Pavimento-tipo 1 (3, 4 e 5)

Circulação Horizontal 177,78 0,44% Banheiros (28) 115,2 0,43%

Circulação Vertical 113,08 0,42%

Circulação Horizontal 166,32 0,62% Banheiros (34) 139,18 0,52%

Circulação Vertical 56,54 0,21%

Pavimento 6

Térreo

Circulação Horizontal 83,16 0,31% Banheiros (17) 69,59 0,26%

Circulação Vertical 131,16 0,49%

Circulação Horizontal 18,06 0,67% Banheiros (12) 48,48 0,18%

Circulação Vertical 113,08 0,42%

CONJUNTO B (Não edificado)

Pavimento-tipo 1 (1 e 2)

Pavimento 3

Circulação Horizontal 125,26 0,47%

Banheiros (30) 123,54 0,46%

Circulação Vertical 113,08 0,42%

Circulação Horizontal 338,01 1,26%

Banheiros (30) 122,5 0,46%

Circulação Vertical 113,08 0,42%

Pavimento-tipo 2 (4, 5 e 6)

Pavimento 7

Circulação Horizontal 166,32 0,62%

Banheiros (34) 139,18 0,52%

Circulação Vertical 56,54 0,21%

Circulação Horizontal 83,16 0,31%

Banheiros (17) 69,59 0,26%

Tabela 9 - Distribuição dos Setores 2: Sehab Heliópolis.

Figura 28 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Archdaily, 2021.

PLANTA 3º PAVIMENTO - NÍVEL DE ACESSO CONJUNTO B (NÃO EDIFICADO)

Figura 29 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Archdaily, 2021.

37

CORTE TRANSVERSAL

Figura 31 (Elaborada pela autora) Fonte: extraída do Archdaily, 2011.

ANÁLISE PROGRAMÁTICA E DE CIRCULAÇÃO

O edifício possui 420 habitações no total, com 199 no conjunto A (construído e ocupado) e 221 no conjunto B (em obra). O conjunto B, por estar em um nível mais alto no terreno, conta com um pavimento a mais. Os seus acessos se darão pelo térreo e 3º pavimento, favorecendo a circulação dos moradores, enquanto o conjunto A tem acessos pelo térreo, 1º e 2º pavimentos, ambos com passarelas entre a circulação horizontal privada nos andares de acesso.

Os pavimentos se articulam entre si através de um conjunto de 8 escadas.

Além do uso habitacional, o projeto tem também uso comercial, com 4 unidades para comércio voltadas para a Rua Maciel Parente. Apresentam a mesma área dos apartamentos que substituíram.

O destaque do nível térreo do projeto foi o seu espaço aberto, com largos

Figura 30 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Archdaily, 2011.

caminhos e áreas verdes, que inclui um parque infantil.

Existem 2 apartamentos-tipos, um deles adaptado para o acesso de cadeirante. Os dois possuem 2 dormitórios, porém com possibilidade de configuração, pois as famílias para que as habitações foram planejadas variam de 5 a 11 pessoas. As habitações possuem espaço para as famílias que trabalham em casa para completar a renda, com pequenos serviços como costura e consertos.

São no total 116 apartamentos-tipo A, com 53 no conjunto A e 63 no conjunto B. Já o apartamento-tipo B está em maior quantidade, com 304 no total, em que 146 se encontram no conjunto A e 158 no conjunto B.

PLANTA APTO. TIPO A

PLANTA APTO. TIPO A - ADAPTADA

PLANTA APTO. TIPO B

Figura 32 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Archdaily, 2011.

Figura 33 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Archdaily, 2011.

Figura 34 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Archdaily, 2011.

38
CORTE LONGITUDINAL

IMPLANTAÇÃO

O projeto ocupa um terreno de 12.000 m², em que equilibra entre áreas permeáveis e edificadas, com seus edifícios alinhados junto à rua, formando no centro um pátio voltado para o lazer dos moradores, de acesso público, algo que foi levado em consideração no projeto, sendo ainda complementado com equipamentos recreativos, infantis e de ginástica.

O projeto conta com pórtico, criando conexões entre as entradas opostas do edifício e um fluxo para passagem não apenas dos moradores, mas da população.

Os banheiros das habitações do edifício seguem com uma altura além dos 8 pavimentos e são reforçados com cores, visto os blocos de apartamentos apresentam a mesma tipologia, assim auxiliando os visitantes e moradores.

PERSPECTIVAS

JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA

Um detalhe importante da escolha do projeto como referência para este trabalho, é que ele está localizado dentro da área de estudo, em que sua realidade se aproxima muito do contexto do projeto.

Além disso, seu programa e sua forma de acesso aos conjuntos, com uma grande quantidade de habitações, porém sem elevadores, algo que muitas vezes não parece possível, observando que possui 8 pavimentos. O modo de como seu acesso é feito em diferentes níveis e com passarelas entre suas áreas de circulação horizontal privada, pode ser explorado na área de intervenção, já que o terreno escolhido tem um desnível bem acentuado.

PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DE USOS

39 ANÁLISE ESPACIAL
E DE
Figura 35 - Perspectivas de Implantação (Elaborada pela autora) Figura 36 - Perspectiva Isométrica dos Usos (Elaborada pela autora)

85 HABITAÇÕES SOCIAIS EM CORNELLÀ

DADOS DO PROJETO

Localização: Cornellà de Llobregat, Barcelona

Tema do Projeto: Habitação Social

Autores: Peris+Toral Arquitectes - Marta Peris e José Manuel Toral

Cliente: Instituto Metropolitano de Desenvolvimento Fundiário e Gestão de Propriedades (IMPSOL)

Data: 2017 - Primeiro Prêmio Concurso / 2018 Início da Obra / 2020 Conclusão da Obra Área do Terreno: 2.137 m² Área Construída: 12.815 m²

Em 2017, Peris+Toral Arquitectes venceu o concurso de habitação social promovido pelo órgão público IMPSOL. O projeto se encontra implantado em um terreno de 2.137 m², com um pátio no centro, que mantém a inclinação da rua, mitigando a movimentação de terra e possibilitando um 1/2 piso para o estacionamento.

Por mais que o subsolo tenha estrutura de concreto, nos pavimentos residenciais, foi usada uma estrutura de madeira, com o objetivo de reduzir o tempo de construção e tornar o projeto mais sustentável. Segundo

o Archdaily: “Como se trata de habitação social, o volume de madeira necessário por metro quadrado de construção foi otimizado para 0,24 m3 por m2 de área útil, a fim de alcançar viabilidade econômica.” (ARCHDAILY, 2022)

Foram projetadas para o projeto, como pode-se observar nas fotos, persianas para as varandas das fachadas, que além de terem um uso flexível, dão privacidade e protegem as residências contra a incidência do sol.

40 3.2
Figura 39 - Fachada frontal de acesso. Fonte: Archdaily, 2022. Figura 37 e 38- Fonte: Archdaily, 2022. Figura 40 - Esquema de Situação. Fonte: Archello. Figura 41 (Praça Interna) e 42 (Fachada de Perto)- Fonte: Archdaily, 2022. Figura 43 - Vista aérea (Elaborada pela autora) Fonte: extraída do Google Earth. Figura 44 e 45 - Fonte: Archdaily, 2022.

PLANTA SUBSOLO

PLANTA TÉRREO

PLANTA PAVIMENTO-TIPO (1º ao 4º) PLANTA 5º PAVIMENTO

Figura 46 (Elaborada pela autora)

Fonte: extraída do Tectonica Archi, 2022.

Figura 47 (Elaborada pela autora)

Fonte: extraída do Tectonica Archi, 2022.

Figura 48 (Elaborada pela autora) Fonte: extraída do Tectonica Archi, 2022.

Figura

DIVISÃO

TABELA 10 – DISTRIBUIÇÃO DOS SETORES: 85 HABITAÇÕES SOCIAIS EM CORNELLÀ

ITEM

ÁREA (M²) PORCENTAGEM

Área Total da Edificação (exceto Estacionamento, Terraço Aberto e Praça Interna) 12.235,14 100%

Circulação horizontal e Vertical coletiva

DE

(1º AO 4º)

APARTAMENTOS

Tabela 10 - Distribuição dos Setores 1: 85 Habitações Sociais em Cornellà.

TABELA 11 – DISTRIBUIÇÃO DOS SETORES: 85 HABITAÇÕES SOCIAIS EM CORNELLÀ

ITEM ÁREA (M²) PORCENTAGEM

Área Total da Edificação (exceto Estacionamento, Terraço Aberto e Praça Interna) 12.235,14 100%

Circulação Vertical 199,41 1,63%

Térreo

Pavimento-tipo (4)

Circulação Horizontal 123,49 1% Banheiros - -

Circulação Vertical 75,16 0,62%

Circulação Horizontal 109,39 0,89% Banheiros (18) 74,57 0,61%

Circulação Vertical 75,16 0,61%

5º Pavimento

Subsolo

Circulação Horizontal 124,94 1,02% Banheiros (13) 53,71 0,44%

Circulação Vertical 173,82 1,42%

Circulação Horizontal 139,34 1,14%

Banheiros 58 0,47%

Tabela 11 - Distribuição dos Setores 2: 85 Habitações Sociais em Cornellà.

41
49 (Elaborada pela autora) Fonte: extraída do Tectonica Archi, 2022.
Fonte:
1.574,36 12,87% Setor 1: Habitação (85 apartamentos) 8.464,84 69,18% Setor 2: Banheiros 409,99 3,35% Setor 3: Espaço de Convivência – Hall 912,96 7,46% Setor 4: Área Serviços Prédio 238,53 1,95% Setor 5: Sala de Projeção 376,07 3,07% Setor 6: Foyer 224,70 1,84% Setor 7: Apoio Técnico Sala de Projeção 33,69 0,28% Setor 8: Terraço Aberto – Cobertura 448,59Setor 9: Praça Interna 542,74Figura 50 (Elaborada pela autora)
extraída do Tectonica Archi, 2022.

ANÁLISE PROGRAMÁTICA E DE CIRCULAÇÃO

O programa do edifício se divide em basicamente três: as habitações, a sala de projeção e os espaços de convivência, em que podem ser agrupados: o terraço na cobertura, a praça interna e o saguão no térreo.

O edifício dá lugar a um antigo cinema que antes ocupava o local. Por isso, foi reservada uma sala no porão, para abrir futuramente um pequeno cinema público.

O projeto, previu 85 unidades habitacionais, com 18 em cada pavimento-tipo, que vai do 1º ao 4º pavimento, e 13 no 5º pavimento. O acesso a esses pavimentos se dá por quatro conjuntos de escadas e elevadores, localizados nos cantos do edifício, em que as sacadas internas limitam a circulação horizontal dos moradores, já que apenas quatro ou cinco apartamentos podem ser acessados por conjunto de circulação. Além disso, foi feita uma porta de acesso adicional para a varanda em algumas unidades, que pode ser usada para um espaço de negócios independente, ou um estúdio, com uma entrada separada.

As casas são compostas de 4 a 6 módulos, dependendo da quantidade de quartos (dois ou três), e cada módulo possui 3,5 x 3,5 m aproximadamente. O terraço privado, além de se encontrar nos corredores externos voltados para a praça, também estão nas fachadas do edifício, proporcionando mais circulação entre os módulos e aumentando a quantidade de luz natural.

Como pode-se observar nas plantas e na perspectiva isométrica abaixo, a planta dos apartamentos está organizada em unidades comunicantes, removendo a necessidade de corredores dentro dos apartamentos para conectar os quartos, maximizando o espaço. Um dos exemplos é a cozinha (identificada em laranja na perspectiva abaixo), localizada no anel central do pavimento, que conecta os ambientes dos anéis internos e externos, substituindo o papel do corredor. Na planta abaixo é possível observar mais detalhadamente o layout dos apartamentos e a sua ventilação.

Na Tabela 1 é possível observar que a maior parte do uso se destina às habitações, e por mais que a praça interna e o terraço tenham grandes áreas e sejam importantes para o projeto, não foram adicionados na porcentagem vendo que são espaços abertos.

Figura 53 - Perspectiva Isométrica (Elaborada pela autora) Fonte: extraída do Tectonica Archi, 2022.
Figura 51 - Layout dos Apartamentos (Elaborada pela autora) Fonte: extraída do Tectonica Archi, 2022.
ESTAR
Figura 52 - Layout Apartamento de 6 módulos (Elaborada pela autora) Fonte: extraída do Tectonica Archi, 2022. DORMITÓRIO 1 DORMITÓRIO 3 DORMITÓRIO 2
COZINHA / JANTAR
SACADA 42
BANHEIRO

ANÁLISE ESPACIAL E DE IMPLANTAÇÃO

O edifício possui apenas 6 pavimentos, dialogando com os prédios em volta, que assim como ele, possuem uma altura em torno dos 20 metros.

O acesso do interior do edifício se dá pela praça central, não sendo possível entrar diretamente pelas fachadas voltadas para as ruas para o saguão do térreo e os quatro núcleos de circulação, fazendo com que os moradores interajam com o edifício.

O pátio permanece aberto durante o dia, reforçando uma conexão com a rua. Assim, a praça fica protegida do barulho da cidade e proporciona uma ventilação cruzada para os apartamentos, além de orientação dupla.

A disposição do 5º pavimento é similar ao pavimento-tipo, com a diferença de quem cinco apartamentos foram substituídos por um terraço, oferecendo outro espaço aberto de convivência para os moradores além da praça. Ele pode ser acessado por dois dos quatro núcleos de circulação, visto que as varandas privadas dos apartamentos impedem a circulação deles para o terraço.

JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA

A escolha desse projeto como estudo de caso se deu pelo seu programa, que não se limita a apenas residências, como também pelo seu desenho, com vários apartamentos por andar, mas ainda mantendo a privacidade e conforto dos os moradores. O modo que os apartamentos foram pensados, com módulos, em que podem ser separados e utilizados separadamente, com pequenos cômodos para os moradores usarem como local de trabalho.

Por mais que o projeto esteja localizado na Espanha, que resulta em diferentes parâmetros, por exemplo na área de seus apartamentos, que variam de 70 a 118 m² (incluindo a área das varandas privadas), ainda é possível usar a planta dos apartamentos como referência, com a economia de espaço através de módulos e a resolução de sua circulação vertical e horizontal.

O projeto também busca áreas de convivências e uma relação com o entorno, que podem-se basear no terraço, no saguão e na praça no térreo que se conecta às ruas.

PERSPECTIVAS
CORTE LONGITUDINAL
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DE USOS
Figura 55 - Corte Longitudinal (Elaborada pela autora). Fonte: extraída do Tectonica Archi, 2022. Figura 54 - Perspectivas
43
Figura 56 - Perspectiva Isométrica dos Usos.

CASA PARA LIVROS E BLUES “Bok & Blueshuset”

DADOS DO PROJETO

Localização: Storgata 1, 3674 Notodden, Noruega

Tema do Projeto: Biblioteca e Centro Cultural

Autores: Askim/Lantto Arkitekter, Borve Borchsenius Arkitekter

Arquiteto Paisagista: Dronninga Landskap AS Data: 2011 - Início da Obra / 2013 - Conclusão da Obra Área Construída: 5.225 m²

O projeto foi o ganhador, entre 74 projetos apresentados, de um concurso internacional em 2010. Ele recebeu o Prêmio de Prática de Construção do Município de Notodden em 2014 e foi exibido na Bienal de Arquitetura de Veneza 2016, em uma categoria de arquiteturas de lugares públicos, salas e edifícios onde as pessoas se encontram. O projeto possui uma linguagem que dialoga com a arquitetura industrial que caracteriza partes de Notodden.

O edifício possui 3 pavimentos com usos culturais divididos entre: biblioteca, cinema, auditório, museu e salas de aula. Além de uma cafeteria,

escritórios, um espaço para pequenos shows e apresentações.

Fora do edifício, o projeto conta com um grande programa de usos ao ar livre, com duas praças com equipamentos para crianças, largos bancos de madeira, um anfiteatro e um píer à frente de um lago, se conectando ao seu redor. Essas áreas podem acomodar um grande número de pessoas, ao mesmo tempo que procura ser atraente no dia a dia.

44 3.2
Figura 58 - Fonte: Architecture Norway, 2015 Figura 57 - Praça “Bluesplassen”. Fonte: Architecture Norway, 2015 Figura 59 - Fonte: Architecture Norway, 2015 Figura 60 - Palco de Apresentações ao Vivo. Fonte: Architecture Norway, 2015 Figura 61 - Auditório. Fonte: Arkitektur Figura 62 - Biblioteca no 1º Pavimento. Fonte: Arkitektur

PLANTA 1º PAVIMENTO

Figura 64 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Archdaily, 2019.

PLANTA 2º PAVIMENTO

Figura 63 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Archdaily, 2019.

ANÁLISE PROGRAMÁTICA E DE CIRCULAÇÃO

O projeto incorpora diversas funções, focando em usos culturais. Ele se organiza através de um bloco principal, que tem uma cafeteria, espaço de exposição, lojas, que conecta os outros blocos: biblioteca, espaço para apresentações e auditório/cinema, que são os usos principais do pavimento térreo, além das áreas expositivas.

Todos esses usos possuem diferentes acessos, vindo da fachada ou da praça, algum deles sendo privados. O projeto possui dois elevadores e quatro escadas principais, cada uma localizada em um uso diferente.

O 2º pavimento ainda conta com a biblioteca, uma das partes mais importantes do projeto, e escritórios e salas de estudo. Já no 3º pavimento, o piso onde ficava a biblioteca se abre, dando a andar de baixo um pé direito duplo. O foco deste andar são as salas de estudos e música, que se divide entre salas de ensaio, canto, instrumentos, dança e gravação. Ainda neste pavimento, tem um terraço com vista para o lago Heddalsvatnet.

Dentro do edifício, existem grandes vãos que se formam como três poços de luz, que dão um destaque à arquitetura do edifício.

Figura 65 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Archdaily, 2019.

TABELA 12 – DISTRIBUIÇÃO DOS SETORES: CASA PARA LIVROS E BLUES

ITEM ÁREA (M²) PORCENTAGEM

Área Total da Edificação (Exceto Estacionamento, Áreas Verdes e Terraço) 5.224,58 100%

Circulação horizontal e Vertical coletiva 1.241,3 23,76%

Setor 1: Banheiros 89,6 1,71%

Setor 2: Biblioteca 931,47 17,84%

Setor 3: Cinema 206,66 3,95%

Setor 4: Auditório 266,59 5,1%

Setor 5: Espaço Expositivo 423,13 8,1%

Setor 6: Lojas 53,22 1,02%

Setor 7: Café 34,6 0,66%

Setor 8: Espaço com Palco para Apresentações 295,82 5,66%

Setor 9: Escritórios 168,12 3,22%

Setor 10: Salas de Música (Gravação, Ensaio, Canto, etc.) 358,45 6,86%

Setor 11: Salas de Estudo 225,41 4,31%

Setor 12: Recepção 29,79 0,57%

Setor 13: Sala Técnica (para Cinema, Auditório e Música) 176,5 3,38%

Setor 14: Área Serviços Prédio 723,92 13,86%

Setor 15: Terraço 140,5Setor 16: Áreas Verdes 2.316,97TABELA 13 – DISTRIBUIÇÃO DOS

Tabela 12 - Distribuição dos Setores 1: Casa para Livros e Blues.

Área Total da Edificação (Exceto Praça) 5.224,58 100%

Circulação Vertical 97,28 1,86%

Térreo

Circulação Horizontal 389,94 7,46%

Banheiros 58,52 1,12%

Circulação Vertical 80,32 1,54%

Pavimento 1

Pavimento 2

Circulação Horizontal 359,6 6,88%

Banheiros 15,03 0,29%

Circulação Vertical 62,53 1,2%

Circulação Horizontal 251,63 4,82%

Banheiros 16,05 0,31%

Tabela 13 - Distribuição dos Setores 2: Casa para Livros e Blues.

45 PLANTA TÉRREO
SETORES:
CASA PARA
LIVROS E BLUES ITEM ÁREA (M²) PORCENTAGEM

Figura 66 - Perspectivas.

ANÁLISE ESPACIAL E DE IMPLANTAÇÃO

Vários espaços se organizam na área do projeto, conectando a cidade e o Bok & Blueshuset ao Lago Heddalsvatnet

O anfiteatro é uma peça importante para o projeto, com largos degraus, que somam entre 4 a 5 metros de altura, virados a um palco flutuante. Se une a ele um píer, com uma rampa de acesso, que é usado para passeios de barco, além de um lugar convidativo e relaxante.

A praça central, “Bluesplassen”, além das áreas verdes, é composta de equipamentos, criados como objetos lúdicos para a interação do público, além de algumas bordas de concreto para andar de skate.

Ao observar o volume do edifício à noite, a biblioteca se destaca com sua fachada iluminada de vidro e madeira, tornando o local mais convidativo. Chamam atenção também as já comentadas três torres que trazem luz para dentro do edifício.

CORTE LONGITUDINAL

JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA

O projeto foi escolhido pelo seu extenso programa, que são organizados de uma forma em que se conectam, inclusive, com seus usos externos.

Diferente dos outros dois projetos de referência, esse edifício não tem uso residencial, porém é importante para definir os outros usos do projeto do trabalho de graduação, tanto os usos externos, de praças, pátios e caminhos, mas os usos do térreo e/ou o primeiro pavimento, que terão como foco usos culturais como a biblioteca, auditório, espaços expositivos, salas de estudo para os moradores, restaurantes e lojas.

Como esses usos não terão uma importância tão grande quanto as habitações, o tamanho das áreas e seu equilíbrio é exatamente o objetivo que este trabalho busca, assim como sua circulação externa e interna.

Figura 67 (Elaborada pela autora) - Fonte: extraída do Architecture Norway, 2015

Figura 68 - Perspectiva Isométrica de Usos .

46
PERSPECTIVAS
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DE USOS

CONCLUSÃO: ESTUDOS DE CASO

A escolha desses três estudos de casos deve-se principalmente aos seus programas, suas setorizações, implantações e o modo como se relacionam com seu entorno e buscam criar espaços atrativos para a população que habita e frequenta suas áreas.

Os dois projetos de Habitação Social escolhidos são importantes pelas quantidades de unidades habitacionais e blocos, área dos apartamentos tipo e a sua implantação. O Conjunto Habitacional de Heliópolis tem uma grande capacidade, podendo acomodar mais de 190 famílias (no edifício que foi finalizado), sem a necessidade de elevadores, o que ajuda no custo da obra. Já o de Barcelona é construído em uma área menor e pode acomodar 85 famílias, mas com uma grande quantidade de pessoas, pois seus apartamentos possuem em torno de 70 a 118 m² (incluindo as varandas).

O modo como os apartamentos em Barcelona foram construídos, é um detalhe interessante no projeto, em módulos, em que em muitos apartamentos pode-se acessar o apartamento por mais de uma porta, o que dá a oportunidade para transformar um dos módulos em consultórios ou espaços de trabalho. Já as habitações sociais em Heliópolis são importantes por se tratar de uma realidade extremamente próxima da área escolhida, inclusive o layout de seus apartamentos, que se diferem em dois, ambos com varanda, além de um dos apartamentos tipo ser adaptado para cadeirantes.

Enquanto o Conjunto de Heliópolis possui 4 unidades de comércio e um grande pátio público no térreo, que liga as duas entradas opostas na quadra, o projeto de Barcelona possui duas salas de projeção no subsolo, que planejam usar como um cinema no futuro, e uma pequena praça que fica aberta

durante o dia. Os dois projetos têm seu foco em habitação social, que será o tema deste trabalho, mas não possuíam grandes referências para usos não residenciais, exceto pelos citados acima.

Por isso, como 3º estudo de caso foi escolhido um Centro Cultural/ Biblioteca na Noruega, com um complexo e amplo programa, com usos culturais e espaços abertos diversificados. O seu programa e suas áreas externas foram os principais aspectos para sua escolha. O projeto tem como principais usos: biblioteca, auditório, espaços expositivos, salas de estudo para os moradores, restaurantes e lojas. O modo como sua implantação forma duas praças, uma de entrada, que possui um bicicletário, e outra no interior do lote, onde têm equipamentos, que funcionam como esculturas interativas, diferentes dos brinquedos infantis padrão, e segue para um anfiteatro ao ar livre e um píer, já que se encontra ao lado de um lago.

Outros detalhes também são considerados importantes nos projetos, como os diferentes níveis de acesso e as passarelas internas no Conjunto Habitacional Heliópolis; o terraço no último pavimento e as persianas projetadas que se apoiam no guarda-corpo da varanda, para proteger os apartamentos do sol, visto que casa módulos possui grandes aberturas para a sacada, no 85 Habitações Sociais em Cornellà; e os diferentes usos que se dividem em 3 pavimentos na Casa para Livros e Blues, com espaços que se conectam, por exemplo a cafeteria que liga o espaço expositivo com o espaço para apresentações e a biblioteca que segue em dois pisos e possui uma grande fachada de vidro voltada para a praça e o lago.

47
3.4

4. PROJETO

O capítulo Projeto é a etapa final do Trabalho de Conclusão de Curso, onde será desenvolvido o projeto de intervenção, conforme tudo o que já foi apresentado e analisado anteriormente.

Serão feitos estudos de viabilidade da área, que guiarão para uma coerência de projeto, junto à programa de necessidades, setorizações de usos e espaços, e por último, os desenhos finais de projeto.

48

LOTE DO PROJETO

LOTE 1

Distrito: Vila Prudente

Área do Lote: 13.567,96 m² (1,3 ha)

Endereço: Av. Dr. Francisco Mesquita, 1621

Rua lateral: R. Zacarias Alves de Melo

Área envoltória: Não possui

Zona: Zona Especial de Interesse Social 5

Setor / Quadra / Lote: 051 / 278 / 034

LOTE 2

Distrito: Vila Prudente

Área do Lote: 605,67 m² (0,06 ha)

Endereço: R. Santa Beatriz, 84

Rua lateral: Av. Dr. Francisco Mesquita

Área envoltória: Não possui

Zona: Zona Especial de Interesse Social 5

Setor / Quadra / Lote: 051 / 278 / 041

RECUOS MÍNIMOS (metros)

FUNDOS E LATERAIS C.A. mínimo C.A. básico C.A. máximo (m)

Gabarito de altura máxima (metros)

Cota parte máxima de terreno por unidade (metros²) Frente (i)

Altura da edificação menor ou igual a 10 metros

Altura da edificação superior a 10 metros

ZEIS 5 0,5 1 4 (f) 0,85 0,70 NA 5 NA 3 (j) NA

Tabela 14 - Parâmetros de Ocupação (Elaborada pela autora). Fonte: Quadro 3, anexo integrante da Lei Nº 16.042, de 22 de março de 2016.

Figura 69 - Estudo do Lote. Corte BB’: Terreno

49 4.1
CORTE BB CORTE AA ESTUDO DO LOTE
14 – PARÂMETROS DE OCUPAÇÃO, EXCETO DE QUOTA
2016
Figura 70 - Vista aérea do terreno de maio de 2017. Fonte: Google Earth. Figura 71 - Vista aérea do terreno
de fevereiro de 2021. Fonte: Google Earth.
TABELA
AMBIENTAL
ZONA (a) COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO TAXA DE OCUPAÇÃO MÁXIMA
T.O. para lotes até 500 metros²
T.O. para lotes igual ou superior a 500 metros²
Corte AA’: Terreno

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

A visita ao lote da área de intervenção ocorreu no dia 14 de maio, onde foram tiradas diversas fotos do lado externo do terreno, que é cercado por um grande muro e várias árvores. O terreno encontra-se abandonado, com inúmeras pichações nos muros e lixos. As ruas que cercam o lote são: a Avenida Doutor Francisco Mesquita e a Rua Zacarias Alves de Mello, além da presença do rio Tamanduateí. Como pode-se notar em algumas das fotos, existem no entorno alguns edifícios residenciais, como já foi citado anteriormente, que a área é predominantemente residencial, que se divide em habitações verticais e horizontais, tanto de baixo quanto de médio/alto padrão. Nas ruas foi possível observar que a Rua Zacarias Alves de Mello é levemente inclinada, com uma acentuação para o final do lote, na direção oposta ao rio.

50 4.2
Figuras 72 a 79 (Tiradas pela autora)

MAQUETE ELETRÔNICA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

51 4.3
Figuras 80 a 82 - Fotos da Maquete Renderizada.

ESTUDO DO LOTE: INSOLAÇÃO

O estudo de insolação foi feito a partir da carta solar com a latitude 24º Sul, que é o valor mais próximo de São Paulo. Na planta são indicadas as posições do sol durante os dias de solstício de verão, inverno e os equinócios, no outono e primavera. De acordo com o estudo de insolação abaixo, pode-se observar que as duas fachadas do lote que mais recebem a incidência de sol são as B e C, com a fachada C recebendo durante a manhã e a fachada B no período da tarde. A fachada A, voltada para o Rio Tamanduateí, conta com a incidência do sol a tarde e a fachada D, recebe sol apenas de manhã bem cedo, mais durante o verão e primavera/inverno.

FACHADA A FACHADA B

Verão: 12h - 18h45

Outono / Primavera: 13h20 - 18h

Inverno: 14h20 - 17h15

Verão: 12h - 18h45

Outono / Primavera: 10h20 - 18h

Inverno: 8h20 - 17h15

FACHADA C FACHADA D

Verão: 5h15 - 12h

Outono / Primavera: 6h - 13h

Inverno: 6h45 - 14h

ESTUDO DE INSOLAÇÃO

Figura 83 - Estudo de Insolação do Lote.

Verão: 5h15 - 12h

Outono / Primavera: 6h 10h Inverno: 6h45 - 8h20

Figura 84 - Estudo de Insolação nas Fachadas.

52 4.4.1

ESTUDO DO LOTE: VENTILAÇÃO

O estudo de ventilação abaixo foi feito de acordo com a predominância dos ventos na Cidade de São Paulo, segundo os dados da plataforma Projeteee (Projetando Edificações Energeticamente Eficientes), no endereço do site: http://www.mme.gov. br/projeteee/dados-climaticos/. Nota-se que os ventos predominantes nessa região são, por ordem de decrescente: Sudeste, Leste, Sul e Noroeste. O que torna as fachadas D e B, no fluxo Sudeste/Noroeste, as mais ventiladas e as fachadas A e C, no fluxo Sudoeste/ Nordeste, as com menor circulação de ventos.

GRÁFICO ROSA DOS VENTOS (DIA)

Figura 85 - Estudo de Ventilação do Lote.

Figura 86 - Gráfico Rosa dos Ventos: Dia (Alterado pela autora) Fonte: mme.gov.br/projeteee/

GRÁFICO ROSA DOS VENTOS (NOITE)

Figura 87 - Gráfico Rosa dos Ventos: Noite (Alterado pela autora) Fonte: mme.gov.br/projeteee/Fonte: mme.gov.br/projeteee/

53 4.4.2
ESTUDO DE VENTILAÇÃO

ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO

O entorno do lote de intervenção é predominantemente residencial, já apontado anteriormente, mas como pode-se observar nas fotos abaixo, as residências diferem bastante entre si, com a comunidade do Jacaraípe (Figura 89) e um conjunto de quatro quadras próximas que não são oficialmente uma favela, porém são de extremo baixo padrão (Figura 88). Já nas áreas mais próximas do local de intervenção, se nota a mudança de tipologia, com diversos condomínios, em que se destacam na Figura 93, onde possuem comércios e serviços dentro do lote, junto às edificações, e na figura 91, um conjunto de prédio ao lado da área de intervenção, que aparentam serem habitações de mercado popular, pelo seu padrão simples e altura nos edifícios, com 4 pavimentos. Paralela a esta rua, Zacarias Alves de Mello, está a Rua Santa Beatriz, onde é possível identificar um portão (Figura 92), que acaba formando uma rua interna para algumas casas, que conforme o Mapa 23, na página 33, são casas de médio/alto padrão. Além disso, foram destacados diferentes tipos de comércios e serviços no entorno, porém nenhum deles é verdadeiramente próximo da área de intervenção, visto que a Rua Zacarias Alves de Mello tem uma grande subida na direção oposta ao Rio Tamanduateí, algo bastante desfavorável para os futuros ocupantes das habitações.

Mapa 25 - Caracterização do Entorno (elaborado pela autora)
54 4.5
Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2016; Google Earth, 2021; Geosampa. Figura 88 - Casas de baixo padrão, Av. Dr. Francisco Mesquita. Fonte: Google Street, 2022. Figura 89 - Comunidade do Jacaraípe. Fonte: Google Street, 2022. Figura 90 - Condomínios de médio/alto padrâo, Rua Zacarias Alves de Mello. Fonte: Google Street, 2022. Figura 91 - Edifícios ao lado do lote de intervenção, Rua Zacarias Alves de Mello. Fonte: Google Street, 2022. Figura 92 - Acesso as casas da “vila” da Rua Santa Beatriz, ao lado do lote de intervenção. Fonte: Google Earth. Figura 93 - Condomínio de uso misto, com serviços e comércios, Av. Dr. Francisco Mesquita. Fonte: Google Street, 2022.
2
2 4 3 5 6 1 2 3 4 5 6

DIRETRIZES

Conforme já citado, o projeto de intervenção se baseia essencialmente em edifícios de habitação social integrados com um centro comunitário e uma praça. O terreno é classificado como ZEIS 5, que impulsiona a um uso misto mais que as outras Zonas de Interesse, com isso foi pensado em um projeto que equilibrasse a ocupação do terreno, com os edifícios mais afastados da Av. Dr. Francisco Mesquita, bastante movimentada, recuados para uma área mais particular e confortável, com uma praça entre eles para maior distância e melhor insolação e ventilação, que também conectará ao centro comunitário, que ficará em frente a avenida ao lado do mini mercado, pensado para o melhor acesso da população e com o propósito de servir os moradores das habitações, assim como outros próximos, apontado no Mapa 25 da página anterior.

Pretende-se, com estes usos:

- Tornar a área mais atrativa e ativa, aproveitando a centralidade próxima, pela Estação Tamanduateí e o Shopping;

- Qualificar a área vazia e deteriorada atual, com atividades para os moradores da região;

- Fornecer atividades e recursos culturais, sociais e de lazer compatíveis com a renda das habitações sociais (HIS 1 - de até R$ 3.300 de renda familiar e HIS 2 - de R$ 3.300 até R$ 6.600 de renda familiar), além de oferecer atividades para diferentes faixas etárias; desde crianças à idosos, com a praça e o centro comunitário;

- Dar usos que aproveitem o espaço, não apenas para moradia, mas para convivência, lazer e recreação, assim como locais para aprendizado, qualificação e profissionalização dos moradores de baixa renda da região.

PARTIDO ARQUITETÔNICO

O projeto possuí como os principais objetivos fornecer uma moradia e espaços de qualidade para a população de baixa renda, mas especialmente o modo como isso será feito, com a maior quantidade de habitações possíveis, sem a necessidade de um elevador nas Habitações de Interesse Social, preservando também o conforto, ventilação e insolação. Com isso em mente, todas as unidades recebem sol nos quartos e salas, mas também possuem aberturas para os banheiros, cozinhas e áreas de serviço.

Todos os edifícios habitacionais têm salas de estudos, lavanderias comunitárias, salão de festas e hortas comunitárias no terraço. Para a sala de estudos foi levada em consideração a pandemia recente, em que milhares de brasileiros precisaram trabalhar e estudar em casa, assim como vários continuam até hoje, mas não tinham a estrutura necessária - internet, computadores, até mesmo celulares. Para a lavanderia, foram espalhadas salas em alguns pavimentos, assim como a sala de estudos, para que os moradores possam utilizar no dia a dia, sem a necessidade de comprar sua própria maquina de lavar. Tanto os salões de festa, como as salas multiuso do auditório podem ser alugadas para eventos, além dos própríos moradores. A Habitação de Mercado Popular possui churrasqueira no terraço, além das hortas comunitárias, visto que ele é o único edifício que possui elevador, e o mais alto, com uma vista mais agradável. O Bloco A, de Interesse Social, possui duas salas para os moradores oferecerem seus serviços, como costura e consertos, e venderem produtos, como bijuterias e artesanatos, para complementar a renda, e ficará posicionado em frente à praça.

O Centro Comunitário tem como principal suas salas multiuso, que no dia a dia funcionarão como oficinas e workshops, para a profissionação dos moradores da região, com aulas como corte e costura, costumização de peças, estética - maquiagem, manicura, cilios e sombrancelhas-, e esportes, para lazer e recreação dos jovens, como judô e capoeira.

Outros usos de destaque são a cafeteria e lanchonete, que se estenderá para mesas na praça, ao ar livre, junto com mobiliário infantil, visto que no entorno da região existem muitas poucas opções de restaurantes, assim como mercado, que será implantado junto ao Centro Comunitário. Também terá uma biblioteca, brinquedoteca e audítorio, para eventos, palestras, reunião entre os moradores dos edifícios, e da região, para decisões da vizinhança.

55 4.6
DIAGRAMA PROJETO Figura 94 - Diagrama de Projeto.

PLANTA DE SITUAÇÃO

56 4.7

TABELA 15 – PERCENTUAL DE ÁREA CONSTRUÍDA TOTAL POR USOS RESIDENCIAIS E NÃO RESIDENCIAIS

HIS 1 HIS 2 HMP

TIPO DE ZEIS

Quant. Permitida

Residencial e Não Residencial até R$ 3.300 de renda familiar de R$3.300 a R$6.600 de renda familiar

de R$ 6.600 a R$11.000 de renda familiar

Permitido Máximo 40%

TABELA 17 – PROGRAMA USO

ITEM ÁREA

na ZEIS 5 Mínimo 40%

Quant. Construída 61,2 % (11.614,3 m²) 32,4 % (6.147,2 m²) 6,4 % (1.206,7 m²)

Tabela 15 - Percentual de Área Contruída Total por Usos Residenciais e Não Residenciais (Elaborada pela autora). Fonte: Quadro 4 da Lei Nº 16.050, de 2014.

HABITACIONAL

Bloco A Habitação de Interesse Social

Bloco B

Habitação de Interesse Social

TABELA 16 – QUADRO DE ÁREAS POR PAVIMENTO

USO PAVIMENTO ÁREA

Total 10.435,6 m²

HIS A

Pavimento Térreo ao 5º 1.723,8 m² Cobertura 93,1 m²

HIS B Total 1.178,7 m²

Pavimento Térreo ao 3º 290,8 m² Cobertura 15,51 m²

HMP Total 6.147,2 m² Pavimento Térreo ao 7º 754,4 m² Cobertura 112,0 m²

CENTRO COMUNITÁRIO

Total 980,2 m² Térreo 520,7 m² Pavimento 1 459, 5 m² MINI MERCADO Térreo 226,5 m²

Área Terreno: 14.173,63 m²

Coeficiente de Aproveitamento Básico: 14.173,6 m² (1)

Coeficiente de Aproveitamento Máximo: 56.694,5 m² (4)

Coeficiente de Aproveitamento do Projeto: 18.968,2 m² (1,33)

Taxa de Ocupação Máxima: 9.921,5 m² (0,7)

Taxa de Ocupação do Projeto: 3.567,7 m² (0,25)

Habitação de Mercado Popular

Apartamentos Tipo 1 10.435,6 m²

Salas de Estudo Computadorizadas Salão de Festas / Espaço Comunitário Lavanderia Coletiva

Salas de Vendas e Serviços para Moradores Oferecerem Horta Comunitária + Espaço de Convivência Depósito de Lixo Depósito para Material de Limpeza

Apartamentos Tipo 1 1.178,7 m²

Salas de Estudo Computadorizadas Salão de Festas / Espaço Comunitário Lavanderia Coletiva

Horta Comunitária + Espaço de Convivência Depósito de Lixo Depósito para Material de Limpeza Bloco C

Apartamentos Tipo 3 Salas de Estudo Computadorizadas Salão de Festas / Espaço Comunitário Lavanderia Coletiva

Apartamentos Tipo 2 6.147,2 m²

Churrasqueira Horta Comunitária + Espaço de Convivência Depósito de Lixo Depósito para Material de Limpeza

CENTRO COMUNITÁRIO

Café / Lanchonete e Zona de Estar Cozinha Depósito de Lixo Secretaria Copa Depósito Banheiro 2º Pavimento

1º Pavimento

Salões Multiusos (eventos / workshops) 980,2 m²

Auditório de Pequeno Porte Foyer Sala Técnica Biblioteca (computadorizada) Brinquedoteca Administração Depósito de Limpeza Banheiro

SERVIÇO

ÁREAS VERDES E ESPAÇOS ABERTOS

Mini Mercado 226,5 m²

Praça com palco, mobiliários Infantis e equipamentos de academia ao ar livre - Estacionamento descoberto para moradores (HIS e HMP) Estacionamento descoberto para os usos não residenciais

Tabela 16 - Quadros de Área por Pavimento. Tabela 17 - Programa.

57

PROJETO

58 4.8
Figura 95 - Perspectiva Isométrica do Projeto.
59
Figura 96 a 99 - Perspectivas Isométricas do Projeto.
60
IMPLANTAÇÃO GERAL: ACESSO TÉRREO - NÍVEL 733
61
IMPLANTAÇÃO GERAL: ACESSO 2º PAVIMENTO - NÍVEL 738
62 CORTES GERAIS
63
ELEVAÇÕES GERAIS

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL BLOCO A

64
65
66
67
Figuras 100 e 101 - Perspectivas Estruturais do Bloco A: HIS. 68
PERSPECTIVA ESTRUTURAL EXPLODIDA PERSPECTIVA ESTRUTURAL

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL BLOCO B

69
70
71 Figuras 102 e 103 - Perspectivas Estruturais do Bloco B: HIS.
PERSPECTIVA ESTRUTURAL EXPLODIDA PERSPECTIVA ESTRUTURAL
72
HABITAÇÃO DE MERCADO POPULAR
73
74
75
Figuras 104 e 105 - Perspectivas Estruturais do Bloco C: HMP.
PERSPECTIVA ESTRUTURAL EXPLODIDA PERSPECTIVA ESTRUTURAL

AMPLIAÇÕES DAS HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL E DE MERCADO POPULAR

76
77
Figuras 106 e 107 - Perspectivas do Apartamento Tipo 1: HIS. APARTAMENTO TIPO 1: BLOCO A E B
78
Figuras 108 e 109 - Perspectivas do Apartamento Tipo 1 e 2: HMP. APARTAMENTO TIPO 2: BLOCO C APARTAMENTO TIPO 3: BLOCO C
79
Figuras110 e 111 - Perspectivas da Sala de Estudo: HIS A e Lavanderia / Sala de Estudos: HIS B. SALA DE ESTUDOS: BLOCO A LAVANDERIA E SALA DE ESTUDOS: BLOCO B

SALA DE SERVIÇOS E VENDAS DOS MORADORES: BLOCO A

80
Figuras 112 e 113 - Perspectivas da Lavanderia: HIS A e Sala de Serviços e Vendas dos Moradores: HIS A. LAVANDERIA: BLOCO A
81
Figuras 114 e 115 - Perspectivas do Salão de Festas: HIS A e Churrasqueira: HMP. SALÃO DE FESTAS: BLOCO A CHURRASQUEIRA: BLOCO C
82
CENTRO COMUNITÁRIO E MINI MERCADO
83

PERSPECTIVA DO 1º PAVIMENTO CENTRO COMUNITÁRIO

PERSPECTIVA DO TÉRREO CENTRO COMUNITÁRIO

Figuras 116 e 117 - Perspectivas do Centro Comunitário.

84

PERSPECTIVA ESTRUTURAL EXPLODIDA

ESTRUTURA METÁLICA COM TRELIÇA

PERSPECTIVA ESTRUTURAL

85
Figura 118 e 119 - Perspectivas Estruturais do Centro Comunitário.
86
120 - Render do Projeto.
DO PROJETO
Figura
RENDER
87
121 - Render do Projeto.
Figura
88 Figura 122 - Render do Projeto.
89 Figura 123 - Render do Projeto.
90
124
Figuras
e 125 - Render do Projeto.
91
Figuras 126 e 127 - Render do Projeto.

1. BONDUKI, N. O modelo de desenvolvimento urbano de São Paulo precisa ser revertido. Estudos Avançados, [S. l.], v. 25, n. 71, p. 23-36, 2011.

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6. ROGERS, R. Cidades para um Pequeno Planeta. 1ed. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.

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SITES

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92
BIBLIOGRAFIA

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93

CONJUNTO HABITACIONAL HÍBRIDO COM ESPAÇOS COLETIVOS E COMUNITÁRIOS ARQUITETURA E URBANISMO

MILLENA CARVALHO FÉLIX DA SILVA UNIP 2022

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