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SALVADOR
SALVADOR DOMINGO 8/6/2014
REGIÃO METROPOLITANA
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Fotos Divulgação
SÃO JOÃO Com a chegada do período junino, soteropolitanos lotam turmas de aulas do ritmo ou formam grupos de dança para garantir o preparo no arrasta-pé
Aulas de forró são as mais procuradas em academias JAMILLY LIMA
A proximidade das festas juninas levou a um aumento da procura por aulas de forró nas academias da capital baiana nas últimas semanas. A dança que predomina no São João do Nordeste – executada ao som de ritmos como o xote e o baião – também é a grande aposta de academias que investem na preparação das pessoas que não abrem mão de um arrasta-pé durante o período. De acordo com Hildo Amaral, coordenador e educador físico da academia Órion Fitness, situada no bairro de Caminho de Areia (Cidade Baixa), a procura ocorre com maior frequência porque as pessoas querem aprender a melhor forma de dançar os hits deste São João. As classes acontecem duas ou três vezes por semana e variam entre os turnos matutino e noturno. “É uma forma divertida de aprender a praticar, ficar em forma e fazer bonito na festa”, diz Hildo Amaral. Segundo o professor de dança Wellington Souza, 29 anos, o tipo de forró predominante nas aulas é o universitário. “O número de alunos aumentou bastante. Alguns passos são mais complicados que outros, mas estamos começando do básico”, informa.
Aprendizes
Para os alunos, dançar é um exercício interativo. O enfermeiro Alan Trindade, 27 anos, faz aula de forró à noite e já tem notado os benefícios da prática em sua rotina. “Me sinto bem. Dançar forró fez aumentar minha atenção e concentração”, conta. A faixa etária das turmas é variável. Há desde adolescentes até gente da terceira idade frequentando as classes. Por ser uma dança popular, sem complexidades, a atividade é muito elogiada. “Eu era travada. Hoje, sinto-me uma verdadeira dançarina” diz a dona de casa Regiane Rabello, 43 anos, também aluna da academia. Mas não apenas nesses espaços é possível encontrar aulas de forró em Salvador. O ritmo, que cresceu com variações como o pé de serra, já originou vários grupos de dança na cidade. Forró Cabrueira, Chineleiros e Forró Stilo são alguns dos que já exibem passos em ambientes soteropolitanos. Geralmente, são formados, por professores e amantes da dança que gostam de ensinar e mostrar o que sabem.
ONDE APRENDER ÓRION FITNESS Possui filiais em Paripe e Caminho de Areia. Aulas ocorrem às terças-feiras e sextas-feiras, às 9h e 19h MAIS OPÇÃO Oferece aulas às segundas e quintas-feiras, às 20h, em Colinas de Pituaçu OPUS Situada na Pituba, possui turma todo sábado, às 9h30 GRUPOS CABRUEIRA, STILO E CHINELEIROS Oferecem aulas todos os dias da semana. Para participar, basta entrar em contato por meio dos sites www. cabrueira.com.br e www.forrostilo.com.br; fanpage Chineleirosba no Facebook
“É uma forma divertida de aprender a dança, ficar em forma e fazer bonito na festa” HILDO AMARAL, educador físico
Os aulões, como são chamados, são os principais métodos que os grupos de dança usam para atrair a população para o clima de festa. Além de ensinar em academias, os conjuntos fazem abertura de shows e apresentações em eventos. Para o professor de forró Vitor Cunha, 31 anos, um dos fundadores do Stilo, ainda são poucas as classes ministradas na cidade. “A demanda
é muito grande, principalmente nesta época do ano, falta também uma maior divulgação”, observa. O estudante de ciências exatas Cleiston Conceição, 22 anos, aprende forró há dois anos e acredita que a dificuldade é só no início, para pessoas que nunca tiveram contato com a dança. “Ensinamos de forma simples. Depois de um tempo, todos se soltam”, afirma.
Alunos aprendem e praticam o ritmo em espaços que apostam na preparação das pessoas, de várias faixas etárias, que não abrem mão de um arrasta-pé durante os festejos juninos
Ana júlia e Matheus se conheceram no grupo Cabrueira
Os benefícios da prática ultrapassam os estéticos Dentre todas as formas de fazer exercício, dançar é a mais divertida. O forró, como a maioria das danças, exige muito a utilização dos braços, das pernas, além de equilíbrio e concentração. Segundo o educador físico Hildo Amaral, dançar durante uma hora ajuda a eliminar 200 calorias. “Alivia o estresse, fortalece os músculos das pernas, abdômen e glúteos, melhora a flexibilidade, além de outros benefícios” afirma Hildo. Além da questão estética e de ajudar a manter a forma, para o público da terceira idade, o forró trabalha o lado cognitivo da coordenação motora, que auxilia no fortalecimento das articulações. Outra vantagem da prática é a melhoria da qualidade do sono e do humor.
Paquera
Com tantos ganhos, sem dúvida, o que mais atrai as pessoas para aprender a modalidade é a possibilidade de encontrar um parceiro. Por ser uma dança que exige par, o gênero facilita a aproximação e a cumplicidade de um casal. É um ambiente bastante favorável para o clima de paquera. A estudante de administração Ana Júlia Paes, 25 anos, conta que conheceu o noivo, Matheus Maia, 26 anos, em uma aula de forró do grupo Cabrueira. O relacionamento já completou três anos. “Nosso primeiro beijo foi dançando. Acredito que o forró é capaz de formar uma família”, diz a estudante. Não é só entre alunos é possível rolar um clima de romance. O professor do grupo de forró Chineleiros, Mardio Costa, 19 anos, contou que não resistiu aos encantos de uma aluna, a estudante Rafaela Ribeiro, 18 anos. “Ela não sabia dançar e hoje, só com quatro meses de aulas, está dançando um forró lindo de se ver”, destaca o professor, que classifica o forró como um cupido disfarçado de dança.
Professor garante que dançar durante uma hora ajuda a eliminar 200 calorias
Outra vantagem com a prática da dança é a melhoria da qualidade do sono