Congresso AT . Itinerâncias em Grupo

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Artigo apresentado pela Equipe Ponte em 21/11/2014 no IX Congresso Internacional de Acompanhamento Terapêutico realizado em Montevidéu/Uruguai

ITINERÂNCIAS EM GRUPO: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA

RESUMO: O presente trabalho pretende discorrer sobre os grupos itinerantes. Este dispositivo foi pensado pela Equipe Ponte a partir da prática de Acompanhamento Terapêutico em escolas, em que testemunhamos os impasses vividos por crianças em relação à inclusão. Com isso, foi percebida a importância da ampliação de espaços de circulação e pertencimento junto a seus pares. Nesses encontros armam-se novas experiências, possibilidades de trocas, laços de amizade e desenvolvimento da autonomia. As saídas ocorrem uma vez ao mês, sempre em algum lugar da cidade, privilegiando o movimento do coletivo e os interesses das crianças. Relataremos cenas e falas que ilustram os efeitos do encontro com o olhar do outro, a separação breve da família em situações inusitadas e desconhecidas, assim como a possibilidade de experimentar novas posições na relação com seu semelhante. Dessa forma, exporemos algo dos efeitos desse trabalho: marcas que produzem giros subjetivos e deslocamentos discursivos, ou seja, novos modos de olhar para o mundo e de se colocar junto aos outros.

Palavras-chaves: infância, psicanálise, AT ,inclusão, grupo.

A infância e a adolescência são momentos privilegiados de construção da identidade, das relações com os outros, do desenvolvimento da autonomia, num percurso de novas descobertas em que curiosidades e interesses singulares começam a se delinear. No entanto, algumas crianças e adolescentes enfrentam maiores dificuldades nesse caminho, que se expressam na maneira de elas se colocarem no mundo: impasses na relação com os outros, na organização das atividades cotidianas e na experiência escolar. Tendo esse panorama por base, a Equipe Ponte vem trabalhando no sentido de compor projetos terapêuticos singulares através de diversas modalidades de atendimento. O presente trabalho pretende discorrer sobre uma delas: os grupos itinerantes. Esse projeto teve sua origem através da prática do Acompanhamento Terapêutico em diferentes escolas de São Paulo.


Com as novas políticas de inclusão escolar, o AT tem adentrado cada vez mais nesse campo, em que busca mediar a relação entre a criança e a escola. Escola esta, não apenas enquanto espaço físico, mas espaço de transmissão da cultura: de pertencimento e encontros, expectativas e ideais, demandas e leis. Mas e quando estes se tornam imperativos superegóicos para as crianças e essa travessia é vivida como experiência de desprazer e solidão? Testemunhamos junto às crianças muitos dos impasses da inclusão, o que pode ser trazido de modo emblemático na fala de uma delas, que ao não ser chamada para festa de um colega diz: “eu me esqueci de ser convidado”. Evidenciou-se então uma angústia coletiva, o que nos mobilizou na construção de um espaço outro, em que estas crianças pudessem se encontrar e juntas experimentar novas posições. Dessa forma, o objetivo do grupo itinerante é que se possa construir um lugar de pertencimento, em que a criação de uma identidade grupal e o vínculo entre os participantes potencializem novas relações de amizade e trocas: de experiências, opiniões, conhecimentos e diferentes formas de ser. Estar junto aos pares que também enfrentam dificuldades nas relações com os outros e nas atividades cotidianas possibilita identificações em que a criança ou o adolescente não precise estar no lugar comumente ocupado da exceção e do diferente. Nessa atmosfera mais desprendida de expectativas e obrigações podem ser vivenciadas formas mais livres, espontâneas, divertidas e menos solitárias de estar no mundo. Os encontros acontecem uma vez ao mês, aos finais de semana, com saídas a diferentes lugares da cidade – das salas de cinema ao ar livre dos parques – de acordo com os interesses e demandas dos participantes e do grupo. Com esse formato, o grupo dispõe do acaso e do inesperado ao circular pela cidade, o que leva seus participantes a terem que enfrentar os desafios de cada passeio juntos, em um coletivo que trilha caminhos de subjetivação. Aposta-se que, com essas novas descobertas experienciadas nas saídas e testemunhadas pelo grupo, a criança possa retornar aos outros ambientes em que circula com mais recursos e mais fortalecida, dando maior suporte no processo de inclusão e socialização. Selecionamos algumas cenas que contam um pouco de cada criança, sua experiência no grupo e os efeitos deste dispositivo: 1ª cena: Luiza Luiza é uma menina de 9 anos, que sabe que tem síndrome de down, se percebe diferente dos outros, mas não sabe o que isso de fato significa, quais são suas potencialidades e os limites que irá enfrentar. Tal situação se torna mais angustiante para Luiza, pois ela tem pouco convívio com outras crianças que são portadoras e sua leitura sobre essa diferença é “eu sou feia, burra e não sei nada”, por isso ela parou de tentar se relacionar com seus colegas na escola e de se deparar com o erro, que é essencial para a


aprendizagem. É importante destacar aqui que na Síndrome de Down essa diferença é percebida pelos outros muito cedo, pois está marcada no rosto, isso pode acabar provocando na criança uma grande angústia quando recebe um olhar que marca o estranhamento devolvendo-lhe especularmente um rompimento da identificação. Diante do olhar do outro e ao ouvir risadas, Luiza se fechava e começava a chorar, dizendo: “estão zombando de mim, zoando com a minha cara”. Nessas situações, sua vontade era sair da escola e não ter mais que lidar com essa angústia, que certa vez foi enunciada como “eu sou uma E.T”. Essa vontade de se retirar da escola era considerada pelos profissionais da instituição apenas como efeito das dificuldades impostas pela síndrome, e não a forma que Luiza encontrou de se relacionar com a aprendizagem e de posicionar-se perante os outros. Desde essa concepção, as expectativas sobre Luiza eram reduzidas, o que a desafiava pouco em suas produções escolares. Ela acabava imersa na angústia dos que estavam à sua volta e se apressavam em antecipar as coisas para ela, sem saberem que assim contribuíam para que ela ocupasse uma posição passiva. Dessa forma, o grupo itinerante passa a ter um lugar muito importante para Luiza onde pode se deparar e se identificar com outras crianças que também encontram algumas dificuldades em seu percurso escolar e no mundo. Para ilustrar a importância desse lugar para Luiza, relataremos algumas cenas que ela foi a protagonista de sua própria história, assumindo uma posição de se implicar com aquilo que a angustia e não de desistir ou de se vitimizar: Estávamos no Ibirapuera a beira do lago, quando alguém pergunta “quem conhece a historinha do patinho feio?”. Prontamente Luiza levanta a mão e espontaneamente cria uma história, que tem suas semelhanças com a tradicional, mas que carrega situações novas e engraçadas inventadas por ela. Ao contar a história, ela se depara com olhares de admiração, o que a faz ter mais entusiasmo para continuar. Isso produz uma satisfação em Luiza e a coloca em um lugar novo, o lugar de quem produz, de quem sabe e não mais o lugar de “café com leite ou de feia e burra”. A história do patinho feio pôde representar seu lugar no mundo, levando traços de sua própria vivência. O patinho da história narrada por Luiza não se transforma em um lindo cisne no final, mas fica feliz ao encontrar seus amigos, depois de tê-los perdido e ter ficado sozinho com todos os jacarés rindo de sua cara. Outra cena que ilustra a possibilidade de uma nova posição de Luiza foi quando Raquel, outra criança do grupo, estava muito angustiada por não poder nadar na piscina do Sesc durante um passeio. Diante da desorganização de Raquel, Luiza, que muitas vezes se encontrou nessa mesma posição na escola – em que também queria sustentar sua vontade acima dos combinados coletivos – disse a Raquel que elas poderiam fazer de conta que estavam nadando, não bastando, a convidou para nadar outro dia em sua casa. A espontaneidade desse gesto foi uma saída criativa diante de um acontecimento em que tanto na fantasia de brincar de nadar quanto na realidade ao produzir um convite, não repetiu a atitude que geralmente os outros têm de infantilizá-la.


Após algum tempo, Luiza parece se dar conta que diferentes pessoas esperam diferentes coisas dela. Fazer parte desse grupo permitiu a ela perceber que não é uma vítima, um E.T, ou a exceção, que ela não é a única que tem dificuldades em fazer amigos, aprender e estar no coletivo. Luiza pôde retornar com essas marcas para a escola e com isso, elaborar como a maioria de seus colegas espera que ela responda, enunciando: “as pessoas só são minhas amigas porque eu preciso de ajuda”. O grupo foi a possibilidade de ela se deparar com essa questão e poder escolher os amigos que ela vai ter e como vai responder as expectativas de cada um.

2ª cena Ricardo: Ricardo tem 13 anos de idade, seu primeiro passeio com o grupo foi para o Instituto Butantã. Seus pais estavam um tanto receosos. Ricardo tem um quadro de epilepsia que nele se manifesta em episódios de ausência e desmaios. Sua primeira crise foi aos 5 anos e desde lá seus pais temem possíveis acidentes. Diante desse risco real a família responde numa dinâmica em que ele não pode nunca se ausentar do olhar do outro, tendo sempre que estar acompanhado, o que reduziu significativamente sua circulação social. No ano anterior ao passeio, Ricardo frequentava uma escola em que seu horário se restringia a duas horas diárias de aula, entrava às 9h para sair às 11h. Mudou-se então para uma 3a escola em que um trabalho começou a ser feito na direção de que ele pudesse vir a ocupar um lugar mais pertencente à rotina escolar. Passar a manhã toda no colégio parecia ser para ele um compromisso insuportável, ia para casa sempre um pouco antes das aulas acabarem. Assim, Ricardo tendia a ocupar para aqueles ao seu redor um lugar de exceção, o que muitas vezes inibia o investimento nele como capaz de realizar suas produções e saberes. Conflitando com isso, via-se em outros momentos cobrado por uma expectativa de aprendizagem ao que respondia recusando tudo aquilo que lhe era demandado. Foi neste momento que Ricardo chegou para seu primeiro passeio. Lá, assim como na escola, deu sinais de sentir-se seguro para andar sem a presença constante de alguém ao seu lado. O grupo pôde apostar nisso, e Ricardo circular com mais autonomia. Ele assumiu uma posição diferente daquela de recusa que repetia em seu cotidiano: participou das atividades propostas e respeitou as regras e combinados, que na escola buscava frequentemente transgredir. Isso se sustentou até o momento em que avistou de longe sua mãe e irmã, sua família não havia deixado o local do passeio, como havia sido combinado. A dificuldade em poder se ausentar e aguentar a espera longe do filho, sem saber o que se passa naquele intervalo de tempo, pode ser em alguns casos angustiante para os pais. O passeio não é apenas algo novo para Ricardo, mas também para sua família e isto arma


uma descontinuidade na dinâmica familiar pouco acostumada com a circulação social do filho. Ao ver a sua família, o que Ricardo vinha conseguindo sustentar caiu novamente no sintoma habitual: primeiro ele se recusou a participar do pega-pega que íamos dar início, e então anunciou sua saída, deixando o passeio. Repetiu, com isso, o lugar em que se lança no dia-a-dia de quem não consegue concluir suas atividades e circular de forma mais desprendida por espaços outros, tendo assim que retornar para casa e para família. Diante deste movimento de Ricardo, as outras crianças o convidaram para continuar no passeio. Ele se negou, o grupo se mobilizou um tempo por isso, mas respeitou sua saída. Tempo depois, ele reapareceu. Com alguma dificuldade foi retornando aos poucos para o grupo, chegou perto, se distanciou, arriscou e por fim, sentou-se com todos. Permaneceu assim até o encerramento do passeio, compartilhando com o grupo o momento da despedida e conclusão. Essa cena parece abrir uma possibilidade nova para Ricardo na medida em que ele consegue retornar para o grupo e ir até o fim. Sua presença é importante para as outras crianças, mas elas podem respeitar e entender sua saída. Diferente de outros espaços, como a escola, no qual insistem por sua presença e ele se nega, ao aceitarem que ele se retire ele pode se perguntar se deseja estar ali ou não e então sair da posição enrijecida de recusa e retornar para o grupo. Essa experiência pôde então se inscrever para Ricardo como um novo registro – que ele pode ir até o fim e concluir suas produções e compartilhar experiências; que ele pode experimentar outras posições sem se sentir ameaçado subjetivamente. E são com essas marcas, que ele pôde retornar para escola e pela primeira vez concluir um dia de aula, se envolvendo com as atividades, que foram ganhando novos sentidos. Tempos depois, diante da cena de um menino novo na escola que estava com dificuldades em permanecer na aula e pediu para professora para ir para casa mais cedo, Ricardo se aproximou e disse “você ainda não pode ir embora, só quando acabar a aula e fizer suas lições, mas se quiser, você pode copiar a minha.” Assim, Ricardo reconheceu no outro o sofrimento que antes era seu e pôde compartilhar com ele sua travessia que se transformou num saber. 3ª cena: Lia Lia é uma menina de 11 anos que frequenta a escola regular. No momento em que participou de seu primeiro passeio ela estava enfrentando diversos impasses na escola: diante da demanda pedagógica de seu ano escolar e de seu testemunho de que, perante os outros alunos, ela pouco podia oferecer, aquilo que se inscrevia para ela era que nada podia aprender, como ela mesma dizia: “eu não sei fazer nada”. O laço com as outras crianças estava bastante fragilizado: a aproximação com o outro era vivida como


ameaça, a ponto dela gritar ou arrancar os próprios cabelos. Muitas vezes, diante da convocação do outro para ela dar uma opinião, dizer algo sobre si ou sobre o que estava acontecendo, Lia respondia ecolalicamente, as vezes em terceira pessoa, e raramente produzia uma fala própria. Frequentemente ela se fechava produzindo algumas estereotipias: balançando as mãos, virando os olhos, fazendo barulhos, se sacudindo, o que também causava certo estranhamento nos colegas, de modo que sua vida escolar era experienciada de maneira muito solitária. Diante disso, abre-se a pergunta: como dar lugar a experiências em que o encontro com o outro possa produzir trocas e não seja vivido de forma tão ameaçadora e paralisante? O passeio para o instituto Butantã foi o primeiro em que Lia participou. Na cena relatada anteriormente, em que Ricardo sai da roda antes da despedida e as crianças começam a pensar como poderiam convoca-lo de volta, Lia, que até então estava bem silenciosa, levanta a mão e diz: “eu quero dizer uma coisa, estou chateada porque o Ricardo saiu e nem deixou um tchau”. O encontro com aqueles que também tinham seus impasses constitutivos e discursivos permitiu a Lia se desprender da exigência do olhar do outro, produzir uma fala de sujeito e assim, uma troca com o grupo. Diferente da escola, não se paralisa, toma a palavra e pode representar um afeto. Ao longo de seu percurso no grupo itinerante, Lia foi se apropriando de um lugar em que sua produção tinha reconhecimento e interlocução. Assim, em seu retorno à escola Lia vai descobrindo que também tem algo a oferecer. Junto a isso, sua professora deste ano (2014) é bastante sensível às suas possibilidades. Muitas vezes Lia fala sozinha no meio da aula e a professora articula suas falas com as dos outros alunos de modo a coloca-la dentro das discussões. Assim, ela se sente mais pertencente ao grupo escolar e sua diferença em relação às outras crianças não é mais vivida como um abismo e sim como um intervalo. Durante uma aula de português, a professora estava lendo um texto que falava sobre supermercado. Lia voltou-se para a AT e perguntou se ela se lembrava de quando tinham ido ao supermercado com Raquel e Julia. A professora perguntou sobre o que ela estava falando e ela disse: “A Raquel correu com o carrinho no supermercado”. A professora escreveu essa frase na lousa e perguntou aos alunos, onde estavam substantivo e verbo, relacionando a frase dela aos conteúdos que estavam sendo desenvolvidos. Depois ela pediu para Lia contar mais sobre o que tinha acontecido no supermercado. Lia ficou super entusiasmada e disse: “Nós compramos pão de queijo, bala e sorvete. A Raquel deu chilique e a Julia correu atrás dela”. Diferente do estranhamento que geralmente Lia causava em seus colegas, as crianças se surpreenderam com sua história e acharam divertida aquela atividade. Um dos meninos perguntou: “Mas quem são essas, Raquel e Julia?”, Lia imediatamente respondeu: “São minhas amigas!”. Essa cena desmonta a imagem da menina solitária, inadequada e radicalmente diferente e dá lugar a uma menina que, apesar de suas diferenças, também tem suas atividades de lazer e amigos.


4ª cena: Raquel Raquel é uma menina de 10 anos que é acompanhada por uma AT na escola, que também é uma das coordenadoras do grupo itinerante. Em uma reunião com os pais de Raquel para fechar o ano e retomar seus avanços na escola, o pai dela interrompe a AT e diz que tem se surpreendido e ficado muito contente com as saídas em grupo. Ele relata a dificuldade que tinha em conversar com a filha, pois muitas vezes ela dizia coisas desconexas e não necessariamente respondia ao que ele perguntava. Como resposta a isso, frequentemente, o pai se retirava dessa relação. Após alguns passeios, ele começou a notar que quando Raquel retornava, queria contar tudo o que tinha acontecido e conforme ia contando, se entusiasmava. Algumas vezes queria vivenciar com sua família brincadeiras aprendidas e também encenar algo divertido do passeio. Certa vez, ao buscar a filha na saída do passeio do Sesc Pinheiros e testemunhar a brincadeira final de corre-cotia, surpreendeu-se de ver que, como ele diz, “as crianças normais” pediram para brincar com sua filha e suas colegas. Nessa mesma conversa, o pai diz o quanto é difícil para ele sair com sua filha em lugares públicos, pois tem medo de que ela seja muito inadequada e que os outros a olhem com preconceito. Nessa mesma conversa, o pai diz o quanto é difícil para ele sair com sua filha em lugares públicos, pois tem medo de que ela seja muito inadequada e que os outros a olhem com preconceito. Então, no encontro com essa nova cena, na qual Raquel é uma criança que atrai o olhar e se faz interessante para os outros por ser diver;da e brincalhona, o pai pôde reconhece-la como uma menina que chama atenção não apenas por sua diferença, mas também por sua espontaneidade enquanto criança.

... Todos os casos relatados são de crianças em inclusão escolar e em tratamento. Assim, para além desses espaços, o dispositivo do grupo itinerante com Acompanhantes Terapêuticos produz por meio de intervenções em ato mediações na relação com os outros, possibilitando reposicionamentos subjetivos e de aprendizagem que tiveram efeitos no desdobramento dos tratamentos e no ambiente escolar.

Equipe Ponte Julia Fatio Vasconcelos Manuela Borghi Crissiuma Marcela Morgado Cury Mariana Facanali Angelini equipeponte@gmail.com Colaboradora: Joyce Eiko Fukuda


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