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ANO XXXII - 366

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MAIO DE 2020

PARA QUE POSSAS CONTAR E FIXAR NA MEMÓRIA

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ

[EX 10, 2]


expediente Diretor geral DOM JOSÉ LANZA NETO Editor PE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808 Equipe de produção LUIZ FERNANDO GOMES JANE MARTINS Revisão JANE MARTINS Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265 Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160 Telefone 35 3551.1013 E-mail guaxupe.ascom@gmail.com Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal. Uma Publicação da Diocese de Guaxupé www.guaxupe.org.br


editorial “Diga quem você é, me diga Me fale sobre a sua estrada Me conte sobre a sua vida Tira a máscara que cobre o seu rosto Se mostre e eu descubro se eu gosto Do seu verdadeiro jeito de ser Ninguém merece ser só mais um bonitinho Nem transparecer consciente inconsequente Sem se preocupar em ser adulto ou criança O importante é ser você Mesmo que seja estranho, seja você Mesmo que seja bizarro...”

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[Pitty, cantora brasileira, na canção Máscara]

ara onde temos direcionado nosso olhar? Percebendo a forma como as pessoas manifestam sua personalidade e suas ideias diante de questões corriqueiras e complexas, me ocorre um questionamento sobre as referências que temos cultivado e que têm contribuído para elaborar nosso repertório pessoal. Sem querer parecer um saudosista, ou até mesmo um romântico, a sensação é que a cada dia temos nos desumanizado e nos esquecido pouco a pouco de aspectos fundamentais que nos construíram como sociedade. Não que o processo histórico que nos fez chegar até aqui fosse realizado sem máculas, mas ultimamente temos abandonado a proposta de humanização, alicerçada na diplomacia e na luta pelos direitos humanos. Diante da crise econômica, que vivenciamos há anos, o pensamento de muitos coloca em xeque alguns degraus que a humanidade havia galgado no último século, principalmente, como se o recuo de avanços sociais fosse responsável pela problemática de inúmeras nações. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3


Os próprios direitos humanos são questionados em sua legitimidade por estabelecerem critérios básicos para todas as nações. O pior disso tudo é que seus antagonistas não se dão conta dos absurdos que reverberam por todos os lados. Triste perceber que vivemos uma crise humanitária quanto à ideia de humanidade, que críamos ter avançado, mas basta uma dimensão social relevante cambalear que todas as bases sociais, que acreditávamos sólidas, desmoronam diante de nossos olhos. Daí nos deparamos com uma visão inesperada da humanidade marcada pelo ódio, pela intolerância e por um egoísmo utilitarista. Isso tudo hipermidiatizado pelas redes sociais. O que estava oculto no pensamento pessoal ou restrito às rodas sociais eclode no espaço social, mobilizando uma imensa massa de pensamentos convergentes, em sua maioria, com discursos e métodos persuasivos, porém nefastos. A polarização dos dias de hoje pode trazer consequências graves para nosso futuro, pois quando grupos sociais rivalizam a ponto de se esquecerem das necessidades essenciais para a humanidade, as perdas são imensas. O objetivo desloca-se do bem comum para a vitória pessoal, não importando o resultado do embate. Viver num momento histórico como o nosso exige discernimento para não sermos vítimas das armadilhas criadas por grupos sociais de diferentes correntes ideológicas. Sugiro que não percamos as referências que nos propiciaram um sonho de humanidade, ainda distante, mas que não pode ser abortado por nossa geração.

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voz do pastor

Dom José Lanza Neto, Bispo da Diocese de Guaxupé

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uem diria que num momento como este – a pós-modernidade – teríamos como objeto de reflexão e de estudo a história. Já diz um pensamento conhecido que “quem não tem passado, não conta história e quem apagou o seu passado então formatou a sua memória”. A vida é feita de memórias, com tudo o que a envolve. Nenhum povo, família ou grupo sobrevive se, ao longo do tempo, não construir história, não marcar o tempo, não escrever ou ainda não transmitir de pessoa para pessoa fatos e acontecimentos. Tudo está entrelaçado, uma coisa perpassa a outra, um elo vai dependendo do outro, até formar uma ligação estreita e forte. Caminhamos como civilização e estamos no auge de um momento dramático de nossa existência. Muitos de nós estão conectados, mas não envolvidos e entrelaçados, falta-nos a emoção, a afetividade, o toque, o sentimento e a percepção. Sem um entendimento verdadeiro da realidade não basta nos conectar, pois teríamos apenas uma miragem. A história foi descartada, interpretada só com os olhos do hoje, como se o passado não existisse mais, o que vale é o instante imediato - iluminado, feliz, acabado, insuperável, imbatível, definitivo, tudo está desvendado, temos o domínio absoluto. É a grande tentação, já conhecida e narrada no livro do Gênesis: O homem se sentiu como Deus; senhor de si, conhecedor de tudo, o grande dominador, como se tudo girasse ao seu redor. Grande luz brilha para nós a partir da mensagem do Papa JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5


Francisco para a 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais: “Para que possas contar e fixar na memória (Ex 10,2). A vida faz-se história”. Às vezes, nos parece que precisamos chegar ao fundo do poço para entendermos que estamos mergulhados em nós mesmos, a própria história nos mostra isso. Precisamos tomar consciência de nossa teimosia e nos convertermos para o óbvio: nossa ruína sempre se apresentará quando caminharmos rumo ao incerto, ao duvidoso, e isso torna-se mais terrível ainda quando nossa insistência nos torna cegos, arrogantes, egoístas e frustrados. Tomemos uma imagem para nos clarear. O tear é um instrumento fabuloso para a confecção de roupas, tapetes etc. Olhemos a repetição, a técnica, a habilidade, a dedicação e a ternura de quem faz uso desse instrumento. Só o ser humano consegue ser mais fabuloso do que qualquer instrumento, mesmo que este possa parecer indispensável para a vida humana. O instrumento servirá somente para aquilo que foi destinado, não tem a capacidade de superar a si mesmo, o ser humano sim, sempre estará acima de toda engenharia, pois esta depende da inteligência do próprio homem. O ser humano, constituído pela bondade divina como filho de Deus, é infinitamente superior a qualquer conquista. Que sejamos luz no mundo com olhos abertos e corações ao alto, a caminhar sempre na Luz do Ressuscitado. “Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a Luz da Vida” (Jo 8, 12)

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opinião

Por padre Sérgio Bernardes jornalista e especialista em Teologia Contemporânea

COMUNICO, LOGO, EXISTO

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onsiderado o maior fenômeno na comunicação a partir do século 20, a internet vem demonstrando sua potencialidade, principalmente desde os anos 1990. Com o impacto produzido pela internet 2.0 e os inúmeros recursos proporcionados pela tecnologia, têm-se transformados o modo e a velocidade da comunicação, não somente na transmissão de informações, mas o meio on line tem influenciado fortemente as relações sociais e as formas de comunicação interpessoal. Os ambientes real e virtual são dimensões diferentes de uma mesma realidade e com as interações midiáticas houve uma simbiose tremenda entre as pessoas e o ambiente virtual, parte integrante da existência de um número crescente de pessoas. Há muitos que optam por nutrir relações predominantemente virtuais, mas nem por isso deixam de ser reais. Para uma definição deste efervescente universo de sentido, é fundamental utilizar-se de uma exposição clara de que este ciberespaço é um “espaço de comunicação aberto pela JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7


interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores”. Isso é o que diz o estudioso de Comunicação e Socidade, Pierre Lévy, na sua obra mais conhecida Cibercultura. Ainda é possível optar por uma explicação mais poética e mais futurista do mesmo autor: “Eis o ciberespaço, a pululação de suas comunidades, a ramificação entrelaçada de suas obras, como se toda a memória dos homens se desdobrasse no instante: um imenso ato de inteligência coletiva sincrônica, convergindo para o presente, clarão silencioso, divergente, explodindo como uma ramificação de neurônios”. Independentemente das versões conceituais sobre a realidade virtual, há uma característica fundamental deste meio que interfere na sua produção: a democratização. Com a elaboração de espaços de difusão de pensamento, a internet se tornou um espaço plural de trocas de experiências onde, com recursos muito básicos, um sujeito pode utilizar-se do instrumental técnico disponibilizado pelos inúmeros aparelhos para difundir sua mensagem e até mesmo do seu grupo social. Nunca dantes na história um canal de comunicação possibilitou desta forma a comunicação entre todos aqueles que se vinculam à plataforma on line. É possível estabelecer um contato direto e rápido com quaisquer pessoas, grupos ou organizações. A possibilidade de comunicação aberta pela internet é um recurso que supera todas as outras formas de comunicação, não por expô-las ao fim, mas por convergir em um só equipamento diversas linguagens de comunicação (áudio, vídeo, foto e texto). Assim, compreender a relevância desta guinada no processo comunicacional é fundamental para a evangelização, pois as instituições e grupos religiosos poderão utilizar-se desta infiniJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 8


dade de recursos para transmitir seus ensinamentos, além da possibilidade de construir redes de partilha e ajuda mútua. Com o avanço da tecnologia é necessário reavaliar os métodos utilizados na vivência religiosa, pois com o progresso surgem novas questões e necessidades que antes não existiam. Adaptar-se à nova realidade tornou-se uma condição de existência. Ao percorrer as principais etapas de desenvolvimento da comunicação humana ao longo da história, é possível perceber um elemento essencial que perpassa todas as iniciativas e tecnologias de estabelecer interação entre a humanidade: o anseio pelo diálogo. É como se a humanidade, desde os registros rupestres da Antiguidade, buscasse registrar sua existência, deixando alguma marca no mundo. E é possível perceber algo ainda mais existencial, os seres humanos manifestam sua transcendência de si mesmos ao abrir-se ao diálogo com o outro, seja outro ser humano, o divino e até mesmo o universo. Não se concebe a ideia de viver sem interagir de algum modo com outras existências. No texto poético Tabacaria de seu heterônimo Álvaro de Campos, Fernando Pessoa indica a obsolescência fatal de toda forma de comunicação, mas que não impede seus construtores de conteúdo de prosseguir no intento de comunicar a si mesmos e suas mensagens. Não importa se o fim ou a extinção da mensagem produzida seja breve, mas se faz necessário lançar para fora de si uma imagem, um texto, uma ideia: Ele morrerá e eu morrerei. Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos. A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9


Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, E a língua em que foram escritos os versos. Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra, Sempre o impossível tão estúpido como o real, Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra. O avanço das formas de comunicação comprova a profunda intenção humana em produzir informações, interações e registros sobre sua existência. Além da comunicação interpessoal cotidiana, a humanidade produz história e este percurso da espécie exige a transmissão deste roteiro criativo construído por mais de 7,79 bilhões de indivíduos da espécie humana, em 2020. Será sempre um mistério compreender a capacidade humana em superar sua existência biológica e se estabelecer como cooperadora e transformadora da Criação.

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em pauta MENSAGEM PARA O 54º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

« “PARA QUE POSSAS CONTAR E FIXAR NA MEMÓRIA” (EX 10, 2). A VIDA FAZ-SE HISTÓRIA »

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Paróquia Nossa Senhora do Carmo, de Paraguaçu, realizou uma Semana de Animação Missionária entre os dias 1 e 7 de março. Convicta de já ser uma comunidade em saída, a paróquia se envolveu em uma programação intensa para mostrar seu rosto missionário, divulgando seu trabalho evangelizador tanto nos doze regionais urbanos, quanto nas seis comunidades rurais, inspirada pelo tema: ‘Batizados e enviados’ e o lema: “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Desejo dedicar a Mensagem deste ano ao tema da narJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11


ração, pois, para não nos perdermos, penso que precisamos respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destroem; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos. Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita; uma narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos com ternura, conte a nossa participação num tecido vivo, revele o entrançado dos fios pelos quais estamos ligados uns aos outros. Tecer histórias O homem é um ente narrador. Desde pequenos, temos fome de histórias, como a temos de alimento. Sejam elas em forma de fábula, romance, filme, canção, ou simples notícia, influenciam a nossa vida, mesmo sem termos consciência disso. Muitas vezes, decidimos aquilo que é justo ou errado com base nos personagens e histórias assimiladas. As narrativas marcam-nos, plasmam as nossas convicções e comportamentos, podem ajudar-nos a compreender e dizer quem somos. O homem não só é o único ser que precisa de vestuário para cobrir a própria vulnerabilidade (cf. Gn 3, 21), mas também o único que tem necessidade de narrar-se a si mesmo, «revestir-se» de histórias para guardar a própria vida. Não tecemos apenas roupa, mas também histórias: de fato, servimo-nos da capacidade humana de «tecer» quer para os tecidos, quer para os textos. As histórias de todos os tempos têm um «tear» comum: a estrutura prevê «heróis» – mesmo do dia a dia – que, para encalçar um sonho, enfrentam situações difíceis, combatem o mal movidos por uma força que os torna corajosos, a força do amor. Mergulhando dentro das histórias, podemos voltar a encontrar JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 12


razões heroicas para enfrentar os desafios da vida. O homem é um ente narrador, porque em devir: descobre-se e enriquece-se com as tramas dos seus dias. Mas, desde o início, a nossa narração está ameaçada: na história, serpeja o mal. Nem todas as histórias são boas «Se comeres, tornar-te-ás como Deus» (cf. Gn 3, 4): esta tentação da serpente introduz, na trama da história, um nó difícil de desfazer. «Se possuíres…, tornar-te-ás…, conseguirás…»: sussurra ainda hoje a quem se utiliza do chamado storytelling para fins instrumentais. Quantas histórias nos narcotizam, convencendo-nos de que, para sermos felizes, precisamos continuamente ter, possuir, consumir. Quase não nos damos conta de quão ávidos nos tornamos de bisbilhotices e intrigas, de quanta violência e falsidade consumimos. Frequentemente, nos «teares» da comunicação, em vez de narrações construtivas, que solidificam os laços sociais e o tecido cultural, produzem-se histórias devastadoras e provocatórias, que corroem e rompem os fios frágeis da convivência. Quando se misturam informações não verificadas, repetem discursos banais e falsamente persuasivos, percutem com proclamações de ódio, está-se, não a tecer a história humana, mas a despojar o homem da sua dignidade. Mas, enquanto as histórias utilizadas para proveito próprio ou ao serviço do poder têm vida curta, uma história boa é capaz de transpor os confins do espaço e do tempo: à distância de séculos, permanece atual, porque nutre a vida. Numa época em que se revela cada vez mais sofisticada a falsificação, atingindo níveis exponenciais (o deepfake), preJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 13


cisamos de sapiência para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas. Necessitamos de coragem para rejeitar as falsas e depravadas. Precisamos de paciência e discernimento para descobrirmos histórias que nos ajudem a não perder o fio, no meio das inúmeras lacerações de hoje; histórias que tragam à luz a verdade daquilo que somos, mesmo na heroicidade oculta do dia a dia. A História das histórias A Sagrada Escritura é uma História de histórias. Quantas vicissitudes, povos, pessoas nos apresenta! Desde o início, mostra-nos um Deus que é simultaneamente criador e narrador: de fato, pronuncia a sua Palavra e as coisas existem (cf. Gn 1). Deus, através deste seu narrar, chama à vida as coisas e, no apogeu, cria o homem e a mulher como seus livres interlocutores, geradores de história juntamente com Ele. Temos um Salmo onde a criatura se conta ao Criador: «Tu modelaste as entranhas do meu ser e teceste-me no seio de minha mãe. Dou-Te graças por me teres feito uma maravilha estupenda (…). Quando os meus ossos estavam a ser formados, e eu, em segredo, me desenvolvia, recamado nas profundezas da terra, nada disso Te era oculto» (Sal 139/138, 13-15). Não nascemos perfeitos, mas necessitamos de ser constantemente «tecidos» e «recamados». A vida foi-nos dada como convite a continuar a tecer a «maravilha estupenda» que somos. Neste sentido, a Bíblia é a grande história de amor entre Deus e a humanidade. No centro, está Jesus: a sua história leva à perfeição o amor de Deus pelo homem e, ao mesmo tempo, a história de amor do homem por Deus. Assim, o homem será chamado, de geração em geração, a contar e fixar na memória os episódios mais significativos desta História de histórias: os JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 14


episódios capazes de comunicar o sentido daquilo que aconteceu. O título desta Mensagem é tirado do livro do Êxodo, narrativa bíblica fundamental que nos faz ver Deus a intervir na história do seu povo. Com efeito, quando os filhos de Israel, escravizados, clamam por Ele, Deus ouve e recorda-Se: «Deus recordou-Se da sua aliança com Abraão, Isaac e Jacob. Deus viu os filhos de Israel e reconheceu-os» (Ex 2, 24-25). Da memória de Deus brota a libertação da opressão, que se verifica através de sinais e prodígios. E aqui o Senhor dá a Moisés o sentido de todos estes sinais: «Para que possas contar e fixar na memória do teu filho e do filho do teu filho (…) os meus sinais que Eu realizei no meio deles. E vós conhecereis que Eu sou o Senhor» (Ex 10, 2). A experiência do Êxodo ensina-nos que o conhecimento de Deus se transmite sobretudo contando, de geração em geração, como Ele continua a tornar-Se presente. O Deus da vida comunica-Se, narrando a vida. O próprio Jesus falava de Deus, não com discursos abstratos, mas com as parábolas, breves narrativas tiradas da vida de todos os dias. Aqui a vida faz-se história e depois, para o ouvinte, a história faz-se vida: tal narração entra na vida de quem a escuta e transforma-a. Também os Evangelhos – não por acaso – são narrações. Enquanto nos informam acerca de Jesus, «performam-nos»[1] à imagem de Jesus, configuram-nos a Ele: o Evangelho pede ao leitor que participe da mesma fé para partilhar da mesma vida. O Evangelho de João diz-nos que o Narrador por excelência – o Verbo, a Palavra – fez-Se narração: «O Filho unigênito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem O contou» (1, 18). Usei JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 15


o termo «contou», porque o original exeghésato tanto se pode traduzir «revelou» como «contou». Deus teceu-Se pessoalmente com a nossa humanidade, dando-nos assim uma nova maneira de tecer as nossas histórias. Uma história que se renova A história de Cristo não é um patrimônio do passado; é a nossa história, sempre atual. Mostra-nos que Deus tomou a peito o homem, a nossa carne, a nossa história, a ponto de Se fazer homem, carne e história. E diz-nos também que não existem histórias humanas insignificantes ou pequenas. Depois que Deus Se fez história, toda a história humana é, de certo modo, história divina. Na história de cada homem, o Pai revê a história do seu Filho descido à terra. Cada história humana tem uma dignidade incancelável. Por isso, a humanidade merece narrações que estejam à sua altura, àquela altura vertiginosa e fascinante a que Jesus a elevou. Vós «sois uma carta de Cristo – escrevia São Paulo aos Coríntios –, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações» (2 Cor 3, 3). O Espírito Santo, o amor de Deus, escreve em nós. E, escrevendo dentro de nós, fixa em nós o bem, recorda-no-lo. De fato, re-cordar significa levar ao coração, «escrever» no coração. Por obra do Espírito Santo, cada história, mesmo a mais esquecida, mesmo aquela que parece escrita em linhas mais tortas, pode tornar-se inspirada, pode renascer como obra-prima, tornando-se um apêndice de Evangelho. Assim as Confissões de Agostinho, o Relato do Peregrino de Inácio, a História de uma alma de Teresinha do Menino Jesus, os Noivos prometidos (Promessi sposi) de Alexandre Manzoni, os Irmãos Karamazov de Fiódor JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 16


Dostoiévski… e inumeráveis outras histórias, que têm representado admiravelmente o encontro entre a liberdade de Deus e a do homem. Cada um de nós conhece várias histórias que perfumam de Evangelho: testemunham o Amor que transforma a vida. Estas histórias pedem para ser partilhadas, contadas, feitas viver em todos os tempos, com todas as linguagens, por todos os meios. Uma história que nos renova Em cada grande história, entra em jogo a nossa história. Ao mesmo tempo que lemos a Escritura, as histórias dos Santos e outros textos que souberam ler a alma do homem e trazer à luz a sua beleza, o Espírito Santo fica livre para escrever no nosso coração, renovando em nós a memória daquilo que somos aos olhos de Deus. Quando fazemos memória do amor que nos criou e salvou, quando metemos amor nas nossas histórias diárias, quando tecemos de misericórdia as tramas dos nossos dias, nesse momento estamos a mudar de página. Já não ficamos atados a lamentos e tristezas, ligados a uma memória doente que nos aprisiona o coração, mas, abrindo-nos aos outros, abrimo-nos à própria visão do Narrador. Nunca é inútil narrar a Deus a nossa história: ainda que permaneça inalterada a crônica dos fatos, mudam o sentido e a perspectiva. Narrarmo-nos ao Senhor é entrar no seu olhar de amor compassivo por nós e pelos outros. A Ele podemos narrar as histórias que vivemos, levar as pessoas, confiar situações. Com Ele, podemos recompor o tecido da vida, cosendo as rupturas e os rasgões. Quanto nós, todos, precisamos disso! Com o olhar do Narrador – o único que tem o ponto de vista final –, aproximamo-nos depois dos protagonistas, dos nossos irmãos e irmãs, atores juntamente conosco da história de hoje. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 17


Sim, porque ninguém é mero figurante no palco do mundo; a história de cada um está aberta a possibilidades de mudança. Mesmo quando narramos o mal, podemos aprender a deixar o espaço à redenção; podemos reconhecer, no meio do mal, também o dinamismo do bem e dar-lhe espaço. Por isso, não se trata de seguir as lógicas do storytelling, nem de fazer ou fazer-se publicidade, mas de fazer memória daquilo que somos aos olhos de Deus, testemunhar aquilo que o Espírito escreve nos corações, revelar a cada um que a sua história contém maravilhas estupendas. Para o conseguirmos fazer, confiemo-nos a uma Mulher que teceu a humanidade de Deus no seio e – diz o Evangelho – teceu conjuntamente tudo o que Lhe acontecia. De fato, a Virgem Maria tudo guardou, meditando-o no seu coração (cf. Lc 2, 19). Peçamos ajuda a Ela, que soube desatar os nós da vida com a força suave do amor: Ó Maria, mulher e mãe, Vós tecestes no seio a Palavra divina, Vós narrastes com a vossa vida as magníficas obras de Deus. Ouvi as nossas histórias, guardai-as no vosso coração e fazei vossas também as histórias que ninguém quer escutar. Ensinai-nos a reconhecer o fio bom que guia a história. Olhai o cúmulo de nós em que se emaranhou a nossa vida, paralisando a nossa memória. Pelas vossas mãos delicadas, todos os nós podem ser desatados. Mulher do Espírito, Mãe da confiança, inspirai-nos também a nós. Ajudai-nos a construir histórias de paz, histórias de futuro. E indicai-nos o caminho para as percorrermos juntos. Roma, em São João de Latrão, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2020.

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Franciscus [1] Cf. Bento XVI, Carta enc. Spe salvi (30/XI/2007), 2: «A mensagem cristã não era só “informativa”, mas “performativa”. Significa isto que o Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera factos e muda a vida».

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inclusão

Por Rafael Carlos Lima da Silva, mestre em Educação e professor na Unifal, Alfenas

LIBRAS: A MISSA NAS PALMAS DAS MÃOS

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tualmente, é comum vermos nas celebrações litúrgicas a presença do tradutor-intérprete de Libras. Em consequência, aumenta o número de fiéis surdos que podem participar das celebrações, pois as celebrações estão se tornando mais acessíveis para eles. Desse modo, neste artigo, será realizada uma breve perspectiva histórica de quem são as pessoas surdas e a necessidade das celebrações serem acessíveis em Libras.

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Para esclarecer sobre a pessoa surda, recorremos ao Evangelho de Marcos (7, 31-37), em que é relatado o encontro de Jesus com um “surdo-mudo”. Conforme a Sagrada Escritura, Jesus colocou os dedos nos ouvidos do homem e, em seguida, cuspiu e tocou-lhe a língua dizendo-lhe: Efatá!, isto é: abre-te! O relato do evangelista, ilustra que além da abertura de mente, ao ser pronunciado Efatá! abriram-se ouvidos e a boca do homem “surdo-mudo”, que imediatamente se pôs a falar e a ouvir. No entanto, nos dias atuais, é equivocado acreditar que as pessoas surdas são mudas. Mudez está relacionada ao aparelho fonador e, surdez, ao aparelho auditivo. Sendo assim, a nomenclatura surdo-mudo está incorreta, pois ser surdo não significa ser mudo e ser mudo não guarda relação com ser surdo. Nesse sentido, há duas perspectivas de considerar a pessoa surda, a saber: Oralismo e Bilinguismo. Na primeira abordagem, as pessoas surdas são submetidas a práticas terapêuticas, com o objetivo de aprenderem leitura labial e se oralizarem – reproduzirem a forma oralizada de alguma língua oral-auditiva. Porém, nas línguas orais-auditivas, recebemos a informação linguística via audição (input) e reproduzimos a língua via aparelho fonador-oral (output). Portanto, em comparação às pessoas ouvintes, as pessoas surdas não possuem o canal auditivo como principal meio de recepção das línguas orais-auditivas. Já na perspectiva Bilíngue, considerando que as pessoas surdas são essencialmente visuais e que recebem a informação pela visão (input) e reproduzem a língua com as mãos e o corpo (output), a ênfase se coloca no ser surdo e são as línguas de sinais que representam a propriedade de ser surdo, sendo essenciais para a comunicação com/entre surdos. Desse modo, embora as pessoas surdas possam aprender JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 21


a reproduzir alguma língua oral-auditiva, seja porque nasceram ouvintes e ao longo da vida ensurdeceram ou porque são submetidas às práticas de oralismo. Sob a ótica do bilinguismo, a primeira língua dos surdos são as línguas de sinais e a língua oral-auditiva do país é a segunda língua, mas em sua modalidade escrita. No Brasil, a língua de sinais utilizada pela maioria dos membros das comunidades surdas é denominada Língua Brasileira de Sinais-Libras, oficializada em todo território nacional, através da Lei nº 10.436. Entretanto, não podemos deixar de levar em conta que nem todos os surdos são adeptos e usuários de alguma língua sinalizada e que as línguas de sinais não são iguais em todos os países. Na história contemporânea da Igreja Católica brasileira, após anos de trabalho com surdos, no ano de 1969, o padre ouvinte Eugênio Oates (1915-2012) publicou o segundo dicionário de Libras no país. No Brasil, além de instituições católicas de ensino para surdos, há duas Congregações Religiosas que acolhem pessoas surdas: Pequena Missão para Surdos e a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Calvário. Atualmente, existem padres brasileiros que são surdos de nascença ou que nasceram ouvintes e ensurdeceram ao longo do tempo e, sendo padres com fluência em Libras, desenvolvem seus trabalhos pastorais com as pessoas surdas. Também existem padres ouvintes que aprendem Libras para presidirem as celebrações com a presença de fiéis surdos. No mundo todo, aproximadamente, 30 sacerdotes são surdos e/ou ensurdecidos e quando as missas e demais celebrações litúrgicas são presididas em Libras, há a presença de tradutor-intérprete para realizar a mediação entre sacerdotes usuários da língua de sinais e os ouvintes usuários da Língua Portuguesa. De igual modo, quando na assembleia há pessoas surdas usuárias de Libras e os padres são ouvintes, é JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 22


necessária a presença do tradutor-intérprete para que as missas se tornem acessíveis aos surdos. Na Diocese de Guaxupé, não há freiras ou padres surdos. No entanto, as paróquias estão se empenhando para que a Palavra de Deus possa chegar de maneira acessível aos nossos irmãos surdos, como, por exemplo, a Paróquia São Pedro Apóstolo, na cidade de Alfenas. Com a participação de surdos nas celebrações eucarísticas, as celebrações passaram a contar com a presença voluntária de tradutor-intérprete de Libras desde a Missa de Páscoa, celebrada no dia 12 de abril deste ano. Na mesma Paróquia, no Centro de Pastoral Papa Francisco, em parceria com a Universidade Federal de Alfenas, aos sábados, gratuitamente, acontece o curso de Libras com a participação de surdos e ouvintes. Durante o curso, com carga horária de 80 horas, os aprendizes irão realizar estágios nas celebrações litúrgicas, acompanhados pelo professor ministrante. De acordo com o Administrador Paroquial, padre Eder Carlos de Oliveira, o curso é para que “outras pessoas possam ter oportunidade de aprender Libras e contribuírem para transmitir a palavra de Deus às pessoas surdas”. Nesse período de afastamento social, na Paróquia São Pedro Apóstolo, a missa dominical celebrada às 19h30, e transmitida via redes sociais, possui janela de interpretação para que as pessoas surdas possam acompanhar a celebração. Em síntese, procurando outros sentidos para ‘Efatá!’ nos dias de hoje, Jesus quer dizer para nós, ouvintes, para identificarmos as necessidades dos nossos irmãos surdos e que possamos nos abrir para o entendimento de que Libras é um instrumento de evangelização que mantém as pessoas surdas na fé e no caminho de Deus. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 23


Texto/Imagem: CNBB

campanha TEMPO DE CUIDAR: AÇÃO SOLIDÁRIA DA IGREJA NO BRASIL

U

m conceito de família é muito comum a todos: Celula Mater da sociedade. A família está na base de toda a nossa organização social, política e religiosa. Mesmo que de maneira geral essa ideia esteja em crise e a família como a conhecemos parece estar com os dias contados, para muitas tradições ainda é muito forte a ideia de laços familiares. Por isso, pensar na família significa redescobrir aqueles valores fundamentais: a ideia de lar, de convívio com aquelas pessoas com as quais estamos unidos por laços de sangue e por laços afetivos, em última análise, significa também entender que esse é também o lugar de encontro com Deus. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 24


A prática da solidariedade é inerente à vida e aos ensinamentos cristãos como um chamado permanente para olhar as realidades de vulnerabilidade e, principalmente, os necessitados. Não é um olhar de desprezo como o daqueles que passaram pelo caminho e foram indiferentes à dor e sofrimento daquele homem que foi atacado por assaltantes, mas um olhar bondoso e repleto de caridade como o que teve o bom samaritano. “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Objetivo Geral da Campanha Estamos diante de uma emergência sanitária global que já afeta mais de 1,4 milhão de pessoas diretamente e já ceifou mais de 80 mil vidas. Nessa grave crise sanitária, que se espalha em uma velocidade acelerada, muitos governos precisaram adotar medidas duras de isolamento social para conter o avanço da pandemia no planeta. No Brasil, do mesmo modo, e por orientação da Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde, muitas cidades e estados têm decretos em vigor com restrições de movimentação de pessoas, transporte público reduzido, fechamento de comércios, alguns setores da indústria, restaurantes, órgãos públicos, etc. Essas restrições, embora extremamente necessárias para a contenção da pandemia, geram efeitos sociais graves como a demissão de trabalhadores e trabalhadoras ou a diminuição drástica na renda de profissionais autônomos, informais, trabalhadores e trabalhadoras do campo, catadores e catadoras de materiais recicláveis, artesãos e artesãs, etc. É diante deste cenário que a Igreja no Brasil renova sua esperança e amorosidade às pessoas que sofrem as consequências sociais da pandemia e convoca a sociedade brasileira para uma Ação Solidária Emergencial que promova gestos concretos de ajuda às famílias em situação de vulnerabilidade diante da pandemia de coronavírus. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 25


Sabemos que muitas comunidades, paróquias e dioceses realizam muitos trabalhos de promoção da dignidade humana e também ações de solidariedade com pessoas em situação de vulnerabilidade social há muitos anos. Por isso, a Igreja do Brasil convoca todas as pessoas de bom coração, especialmente, suas comunidades eclesiais, para que se somem às iniciativas já em curso ou promovam novas ações de solidariedade nesse momento tão difícil da vida humana. Precisamos dar uma resposta! Para uma ação de resposta aos impactos e consequências da pandemia de coronavírus, há três fatores abrangentes que devem ser levados em consideração: Primeiro, as pessoas devem ser vistas como seres humanos, não apenas como casos. Portanto, é fundamental a garantia da dignidade humana. Em segundo lugar, o envolvimento da comunidade é crucial, mas esse envolvimento deve ocorrer de maneira cuidadosa para não expor as pessoas que querem ajudar nem as pessoas que estão precisando de ajuda. E, em terceiro lugar, o enfoque na prevenção da propagação do coronavírus não deve fazer-nos esquecer as outras necessidades das pessoas afetadas, nem as necessidades médicas de longo prazo da população em geral. A Ação Solidária Emergencial fornecerá orientações para a continuidade e adaptação das ações em curso e também um grande estímulo aos gestos de generosidade e práticas solidárias que poderão ser organizadas individualmente, em comunidades, paróquias ou dioceses com a finalidade de aliviar os impactos e consequências que afetam populações vulneráveis em todo o país. Algo muito importante para decidir se é necessário realizar JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 26


ou não uma Ação Solidária Emergencial diante da pandemia é identificar se há pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social que precisam de ajuda emergencial para superar os impactos e consequências da pandemia de coronavírus que assola nosso país. Quer saber como ajudar? Acesse: http://www.cnbb.org.br/tempodecuidar

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comunicações aniversários maio Natalício 03 Padre Paulo Rogério Sobral 03 Padre Irineu (Rodeney) Olmedo Viana 04 Padre Geraldo Henrique Benjamin 09 Padre Luciano do Nascimento Rodrigues 10 Padre Benedito Clímaco Passos 14 Padre José Benedito dos Santos 15 Padre Thomaz Patrick O’Brien – OMI 20 Padre José Hamilton de Castro 21 Padre Hiansen Vieira Franco 22 Padre Antônio Carlos Maia 22 Padre Antônio Batista Cirino 24 Padre Graziano Cirina 26 Padre Homero Hélio de Oliveira Ordenação 04 Padre Francisco Albertin Ferreira 04 Padre José Hamilton de Castro 06 Dione Romualdo Ferreira Piza 07 Padre César Acorinte 07 Padre Rovilson Ângelo da Silva 09 Padre Francisco Carlos Pereira 10 Padre Eduardo Pádua Carvalho 11 Padre Reginaldo Vieira Santos 13 Padre Michel Donizete Pires 13 Padre Matheus Júnior Pereira 16 Padre Antônio Donizete de Oliveira 16 Padre Hudson Ivan Teixeira 16 Padre Francisco Clóvis Nery 20 Padre Geraldo Henrique Benjamin 22 Padre Vítor Aparecido Francisco 22 Padre José Carlos de Carvalho-Mosteiro 27 Padre Lucas de Souza Muniz 30 Padre Donizete Miranda Mendes 30 Padre José Ricardo Esteves Pereira 31 Padre Thomaz Patrick O’Brien – OMI JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 28


atos da cúria Padre Antônio Carlos de Melo nomeado Pároco da Paróquia Divino Espírito Santo, em Pratápolis, no dia 1 de abril de 2020. Padre Matheus Júnior Pereira nomeado Administrador Paroquial da Paróquia São Benedito, em Petúnia, distrito de Nova Resende, no dia 24 de abril de 2020. Padre Edimar Mendes Xavier nomeado Administrador Paroquial da Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Jureia, distrito de Monte Belo, no dia 25 de abril de 2020.

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