Jornal da Arquidiocese de Goiânia
Ano 26, nº 528, Janeiro/ Fevereiro de 2012
Plano Diretor da cidade
ENTREVISTA
Sílvio Silva Sousa
O secretário de Estado da região Metropolitana afirma que a população tem de se conscientizar e ver que há outros meios de locomoção além de carros e motos para depois se pensar em aumentar a frota de ônibus em circulação. PÁGINA 5
POLÍTICA
IGREJA HOJE
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
CULTURA
SUCESSÃO Dirigentes de partido fazem projeções mais modestas para evitar dispersão no propósito de maior urgência, a eleição expressiva de prefeitos e vereadores. PÁGINA 4
RESSUREIÇÃO O sofrimento e a morte são as duas realidades mais difíceis a serem enfrentadas na vida do ser humano, inclusive pelos cristãos. PÁGINA 6
MEDIAÇÃO VIRTUAL O problema se concentra no grande efetivo de fiéis que vão renunciando à participação comunitária para isolar-se num modelo de missa particular. PÁGINA 7
MÚSICA Goiás é conhecido nacionalmente como o estado da música sertaneja, mas também dá lugar a outros estilos musicais, como o samba, que ganha espaço a cada dia. PÁGINA 8
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Brasil Central Janeiro/Fevereiro de 2012
Arquidiocese de Goiânia
PALAVRA DO ARCEBISPO
União para revigorar a Igreja DOM WASHINGTON CRUZ, CP
Áreas Públicas...
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
E
sta porção do Povo de Deus, ouvindo e conversando com uns e com outros, fui percebendo a necessidade de convocar uma assembleia especial, tempo que fosse, para nós, “um ano da graça do Senhor” (Is 61,2). Contemplando a Jesus com o olhar de Maria – como nos ensinou o Servo de Deus João Paulo II – depois de ter refletido e rezado, consultado o Conselho Presbiteral, como prevê o Direito Canônico, e após ter feito o primeiro anúncio na reunião geral do Clero de 1° de fevereiro de 2008, com “...agora,inicia-se um grande alegria e esperança, caminho em direção a convoquei o Sínodo da Arquidiocese de Goiânia, com preparação no triênio uma ampla assembleia de 2009 a 2011. O evento e caminho pastoral envolveu, arquidiocesana para na unidade, todos os Vicariatos, todas as Paróquias atualizar o fundamene Comunidades, todas as tal compromisso com a instituições arquidiocesanas, todos os fiéis católicos. evangelização.” Vários são os motivos que me levaram à convocação deste Sínodo. A esse respeito, o Concílio Vaticano II expressou claramente o desejo de que “o venerável instituto dos Sínodos e Concílios seja revigorado” (CD, n. 36). Ainda mais nítida é a formulação do Código de Direito Canônico, quando afirma: “Celebre-se o sínodo diocesano em cada Igreja particular quando as circunstâncias o aconselharem, a juízo do Bispo diocesano e ouvido o conselho presbiteral” (CDC, cân. 461 § 1°). “O Concílio Vaticano II impulsionou uma nova época sinodal na Igreja (...) estou convencido de que é necessário voltar a essa experiência sinodal da Igreja” (cf. João Paulo II. Discurso em Manila em 15/1/1995). Entendo que, no alvorecer de seus 56 anos de fundação, chegou a hora de nossa Arquidiocese recorrer a esta instituição tão recomendada pela Igreja de ontem e de hoje, para a adequada renovação e atualização de sua vida e missão. O Sínodo, convenientemente celebrado, nos ajudará também na aplicação do que está indicado no Documento de Aparecida, para que o discipulado e a missão refloresçam na vida de todos os católicos e em nossas comunidades. Tudo começa e depende da ação do Espírito Santo na manifestação das comunidades sobre a caminhada da Igreja. Nestes três anos de caminhada sinodal, a igreja refletiu a caminhada eclesial no âmbito da Palavra, da Liturgia e da Caridade e relatou um quadro de desafios na missão evangelizadora da Arquidiocese. Agora, inicia-se um caminho em direção a uma ampla assembleia arquidiocesana para atualizar o fundamental compromisso com a evangelização.
Jornal mensal da Arquidiocese de Goiânia
Jornalista responsável e coordenador editorial: Talita Salgado– DRT-GO 2162 Edição: Talita Salgado Redação: Karina Santos e Talita Salgado Revisão: Jane Greco Projeto gráfico©: Edson de Melo Alves
EDITORIAL
Repaginar-se Talita Salgado Jornalista responsável e coordenadora editorial do Brasil Central
Volta e meia algumas coisas parecem esmorecer, perder a cor... Aquela roupa comprada para uma ocasião especial, que adorávamos quando compramos, não tem a mesma beleza, o mesmo brilho e se transforma na roupa do dia a dia, o programa de tv a que sempre assistimos, naquele dia parece mudo, imagens e sons que passam diante de um espectador apático, as ruas sempre as mesmas, a mesma rotina, o que antes era natural, passa a ser um árduo acompanhamento de um ciclo, ao nos levantar e dormir, paulatinamente. E esperamos ansiosos que de algum lugar saia algo novo, que nos sacoleje, movimente, dê novos tons. E logo somos tomados pelo pensamento de romper com o antigo, por Diagramação: José Carlos Guimarães Colaboração: Fernanda Freitas; Departamento comercial: Renatho Melo Editoração eletrônica: Agência Cerrado - (62) 3582-0193 Correspondências: Vicariato para a Comunicação Praça Dom Emanuel, s/n - Centro / Caixa Postal 174 -
algo novo. Embolar como papel a realidade, lançá-la no lixo e pegar uma alva folha de possibilidades. Em tempos de reciclar, que difícil pode ser a tarefa de repaginar-se, reinventar, não livrar-se no velho para o novo, e sim ter um novo olhar para o antigo e, por que não, ver o novo com belas nuances do que passou, reinventar-se. Porque a rotina pode ser colorida, o ciclo perfeito inspira, recria. Não fazer, e sim refazer. Uma nova pintura, com pinceladas delicadas, ora ali, ora aqui, buscando iluminar o todo. Nós da redação do Brasil Central, entramos nessa e nesta edição, apresentamos editorias reiventadas, novas pinceladas... para fazer parte da rotina de nossos leitores, sempre como fôlego novo, com cores que vibram vibrantes. Sim, queremos ser o de sempre, familiar, como bons amigos... mas sempre em movimento, a caminho, renovando-se. Goiânia - GO / CEP 74001-970 / Fones: (62) 3229-2673 / 3229-2683 / E-mail: arquidiocesedegoiania@ gmail.com Acesse o conteúdo do jornal pelo site www.arquidiocesedegoiania.org.br
Arquidiocese de Goiânia
OPINIÃO
Brasil Central Janeiro / Fevereiro de 2011
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“A amizade é uma espécie de amor que nunca morre.” MARIO QUINTANA, escritor FONTE: KARINA SANTOS
Karina Santos
ktfsantos@gmail.com
FEIJÃO COM ARROZ
CHEIRA BEM Eu perguntei para
Ecologia
Charmosa, não poluente, unissex, moderna: assim é a ecobike ou biobike ou, ainda, bicicleta elétrica. É uma opção megaecológica, que faz uso de energia alternativa ao combustível, a bateria. A ecobike é um trunfo na luta para preservar o meio ambiente e começa a despontar como alternativa de transporte para grandes metrópoles que enfrentam problemas de mobilidade urbana. Quem topa trocar o carro por uma dessas?
Ficha Limpa
A Lei Ficha Limpa foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal. A lei que será aplicada a partir deste ano eleitoral, proíbe por oito anos a candidatura de quem tiver o mandato cassado, renunciar para evitar a cassação ou for condenado por decisão de órgão colegiado. Em Goiânia, diversos candidatos caíram na malha da fina.
Folia
A mesma história se repete a cada carnaval. Embriaguez, afogamento, direção alcoolizada, imprudência no trânsito, depredação de patrimônio público, uso exacerbado de drogas, brigas e muito, mas muita produção de lixo. O carnaval nasceu sob o signo da alegria, mas tem se transformado em sinônimo de violência com perdas e danos material e humano.
Famosos
Intrigante como a vida do outro é mais interessante do que a nossa. Diariamente os noticiários mostram artistas se envolvendo com drogas ou em brigas, morrendo por overdose, provocando acidentes, casando ou se divorciando. Engraçado que a vida deles não tem nada de diferente da vida cotidiana. Inúmeras pessoas no mundo passam ou vivem o mesmo drama, porém ficam no anonimato.
Fábio Mendonça Pascoal Missionário Redentorista, Padre, Arquiteto e Urbanista
Goiânia antes era vista como a capital da art décor e hoje qual é a “cara” da cidade? “Acredito que um misto de décor e tendências diversas que acompanham os gostos e designs pessoais dos profissionais e proprietários de cada edifício”.
Festival
O Festival de Bregens é realizado anualmente no Lago Contance, na Áustria, com palcos fabulosos, repleto de alegorias gigantes e móveis, montados em plataformas sobre as águas. A plateia assisite ao espetáculo em uma mia-arena inclinada em terra firme e se delicia com cenários e iluminação deslumbrantes.
Todo início de ano os problemas causados pela chuva são notícia em vários jornais da capital. E o Brasil Central não poderia deixar de registrar um episódio ocorrido no mês de janeiro, no Setor Urias Magalhães. Em uma única chuva de vento foi registrada a queda de 6 árvores no bairro, três delas em uma mesma rua.
Texto-base da Campanha da Fraternidade 2012 O material contém a oração oficial, os objetivos geral e específicos e uma explicação ampla sobre o assunto “Saúde Pública”, que será abordado pela Igreja no Brasil este ano. Ao longo do texto, o subsídio da CNBB chama a atenção para três ações importantes: o primeiro é o cuidado com o doente; o segundo, a prática de hábitos de vida saudá- vel; o terceiro, por sua vez, é a exigência de melhoria no sistema público de saúde, com atenção especial ao SUS. A Campanha deste ano tem como lema “Que a saúde se difunda sobre a terra!” (Eclo, 38, 8). O objetivo é provocar uma ampla discussão sobre a realidade da saúde no Brasil e das políticas públicas para a área, de modo contribuir para a qualificação, o fortalecimento e a consolidação do SUS,tudo com vistas a promover a melhoria da qualidade dos serviços, do acesso e da vida da população.
PASSOU DO PONTO A falta de fiscalização e planejamento urbano tem causado algumas tragédias de grande porte nos últimos dias. Neste mês três prédios desabaram no Rio de Janeiro e um em São Bernardo do Campo. Outro exemplo foi o deslizamento de terra que aconteceu no Morro do Bumba, antigo lixão, em Niterói.
O Ministério da Saúde iniciou a distribuição da Carta SUS aos estados, que vai permitir ao governo saber a satisfação do usuário com o atendimento na rede pública de saúde do país. Com as respostas dos usuários, o ministério quer identificar como está o atendimento nas unidades de saúde e também denúncias de abuso ou desvio de dinheiro público. eventos paralelos como exposições e a Primavera de Bregenz, mostra de dança internacional, entre outras programações.
Você engoliu? Mais um ato de crueldade registrado em nossa sociedade. O jovem Vitor Suarez Cunha foi agredido ao tentar defender um morador de rua na Ilha do Governador. Agressores seriam rapazes de classe média, de famílias bemestruturadas, o que não justifica a crueldade. Este caso se assemelha aos jovens de Brasília que atearam fogo em um índio, da vítima de homofobia que foi cercado por agressores e só conseguiu escapar ao pedir ajuda a um motorista que passava na rua e outros casos que aguardam investigação e julgamento...
LAVANDO OS PRATOS No dia que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, visitou o Hospital de Urgências de Goiânia para anunciar a ampliação de repasses mensais e investimentos para reformas emergenciais, aparelho de raio-X estragou e faltou água...
Crise afeta o Flamengo. O meia de campo, Thiago Neves, deixa o clube devido a atrasos nos salários. E o jogador Ronaldinho Gaúcho tem atrito com o técnico do time, Vanderlei Luxemburgo, e se queixa de atraso do pagamento...
Nem igreja escapa de assaltos. Cerca de 15 pessoas, incluindo o padre Antônio Maria (cantor e escritor), foram rendidos durante a invasão ao Mosteiro Karim, em Jacareí, no interior paulista. O grupo fugiu levando eletrônicos, carros e dinheiro. ...
Segundo levantamento da Agência Brasil a falta de abastecimento de água e de coleta de lixo está relacionada ao alto número de casos de dengue. Dados revelam que 48 municípios sofre com risco de surto da doença no verão...
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Brasil Central Janeiro/Fevereiro de 2012
Eleições2012:
POLÍTICA
MAURICIOTEIXEIRABLOG.COM
Partidos reforçam estratégias municipais
INÃ ZOÉ Jornalista
É
ninguém quer dar ponto sem nó. Ainda faltam cerca de oito meses para as eleições municipais, mas os partidos já articulam saídas para garantir bons resultados nas urnas. Para os mais apressadinhos, não menos visionários, os eleitos deste ano são as portas de entrada para os governos estadual e federal em 2014. Muitos dirigentes de partido, porém, preferem fazer projeções mais modestas de forma a evitar dispersão no propósito de maior urgência, a eleição expressiva de prefeitos e vereadores. Entre a infinidade de siglas existentes, quatro possuem maior visibilidade no Estado e devem encabeçar a maior parte das alianças aos Executivos municipais. PMDB, PSDB, PP e PT trabalham de maneira profissional e acirrada para se reafirmarem como potências e, ao que tudo indica, vão jogar pesado. Comandada pelo Partido dos Trabalhadores, Goiânia neste cenário é um espelho para as demais cidades de Goiás. Isso, porém, não diminui as peculiaridades típicas das disputas locais e os compro-
missos firmados, às vezes bastante curiosos. O PMDB, a maior sigla no Estado, com 142 mil membros, começou a se articular em 2011 com a filiação de mais de quatro mil novos militantes. Pessoas escolhidas a dedo, segundo o presidente regional Adib Elias. “Fomos atrás de pessoas de peso na sociedade que podem realmente colaborar para a renovação e fortalecimento do PMDB.” A reestruturação dos diretórios também faz parte das ações para as eleições deste ano, de forma que os candidatos tenham em nível local o suporte ao embate. Ponderado De acordo com o presidente regional, o objetivo é eleger entre 80 e 100 prefeitos peemedebistas ou da base aliada. “Temos 189 pré-candidatos, todos muito bem avaliados. A partir de março teremos condições de dizer onde lançaremos candidatura própria ou apoiaremos outro partido”, pondera. A grande dúvida que paira sobre o partido é quanto ao apoio a Paulo Garcia (PT), prefeito de Goiânia. A reeleição do petista é algo natural, mas há quem de-
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fenda candidatura própria na capital. Isso é enxergado por lideranças petistas como charme para valorizar o passe. “O PMDB será vice na nossa chapa, já está acertado”, enfatiza um interlocutor da cúpula do PT. Adib avalia que Garcia é parceiro e deve ser tratado como tal. “Onde houver aliança e o PT estiver melhor nas pesquisas, vamos apoiar”, frisa o presidente. Base do governo estadual No núcleo tucano a agenda de encontros, cursos e seminários regionais já foi preparada para dar suporte aos pré-candidatos. A proposta é levar o programa “Discutindo Nossa Cidade” para vários municípios de forma que os membros do partido possam lapidar prós e contras do universo que os rodeia. O momento é propício para dar unidade ao discurso, uma vez que são levadas sugestões aos pré-candidatos nos moldes da social democracia em áreas como educação, saúde, emprego, segurança e cidadania. São temas corriqueiros neste período eleitoral que se não forem bem trabalhados junto ao eleitorado, podem levar ao fracasso nas urnas. O PSDB deve lançar 170
Ações vão desde a reestruturação dos diretórios à realização de cursos preparatórios. Quatro maiores siglas do Estado apresentam planos nada modestos para 2012 candidatos a prefeito em todo o Estado, mas é fato que há empenho extra em relação às 50 maiores cidades. “Além de Goiânia, temos Aparecida de Goiânia, Trindade, Anápolis e municípios do entorno de Brasília no foco do partido”, ressalta o presidente da sigla Paulo de Jesus. Para a capital, a intenção é lançar candidatura própria. “No entanto, o senador Demóstenes [Torres] (DEM) é da base aliada e é o mais natural até agora, está bem avaliado. Se decidir ser candidato, tem possibilidade de unir à base”, pondera. Planejamento e avaliação Terceiro em número de filiados no Estado, o Partido Progressista (PP) oferecerá a todos os pré-candidatos curso de qualificação pela Fundação Milton Campos. O momento é de sondagem das potencialidades da sigla em cada município de forma a reforçar seus quadros em nível local. “Alguns municípios já têm bons nomes. Onde temos prefeitos indo para a reeleição está definido. Cada cidade é uma realidade e o diretório existe justamente para dar o suporte necessário”, ressalta o presidente estadual da sigla, deputado federal Roberto Balestra. De acordo com o líder pepista, o momento não é de se apresentar quantidade de candidatos a serem lançados. Ele avalia que muitos nomes despontam agora, mas não terão relevância suficiente para representarem o PP nas eleições. “Por outro lado, podemos ter surpresas. É algo a ser discutido à exaustão até 30 de junho [término do prazo para a realização das convenções]”, frisa. Sobre disputa ao Paço Municipal da capital, o presidente lembra que o deputado federal Sandro Mabel entrou no páreo
por duas vezes representando a sigla e se mostra disposto para mais um embate. Foco em projetos maior O vice-presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Antônio Macário diz que o PT tem algumas prioridades, entre elas as reeleições dos prefeitos das duas maiores cidades do Estado, Goiânia e Anápolis. Ele observa que há diretório ou comissões nos 246 municípios goianos e mais de 100 pré-candidatos aos Executivos municipais, porém algumas cidades saem na frente, como Rio Verde, Valparaíso, Luziânia, Ceres, Iporá, Caldas Novas, Porangatu, Goianésia, Planaltina, Mineiros e Aragarças. No colo do Governo Federal, os pré-candidatos do partido já fazem a lista de benefícios e obras desenvolvidas pelo governo Dilma Rousseff para usarem como subsídio em seus discursos. A estratégia é bolada sempre com foco em projetos maiores, como a eleição para governador e reeleição da presidenta. “Temos o que mostrar. A duplicação da BR – 060, a Ferrovia Norte-Sul, o ProUni, o programa Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, enfim, uma série de mudanças pensadas e postas em prática pelo PT.” A verdade é que ninguém quer deixar para a última hora, o que é mais que plausível, devido aos tamanhos pepinos que surgem no decorrer de uma campanha. Cada partido, a seu modo, tenta respaldar seus pré-cadidatos, de forma a encorpar as possíveis confirmações ao pleito. Quanto mais preparados, mais revestidos de argumetos para convencimento do eleitorado, maiores as chances de vitória. E foi dada a largada!
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Brasil Central Janeiro/Fevereiro de 2012
ENTREVISTA
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SÍLVIO SILVA SOUSA
“É preciso colocar em prática o Plano Diretor da cidade” O que o poder público pode fazer para viabilizar o transporte coletivo e, em consequência, melhorar o tráfego terrestre? Sílvio Silva Sousa,secretário de Estado da região Metropolitana, responde de forma prática. Segundo ele, a população tem de se conscientizar e ver que há outros meios de locomoção além de carros e motos para depois se pensar em aumentar a frota de ônibus em circulação. Sob sua responsabilidade, 20 municípios são monitorados de forma a conversarem entre si. É a busca por unidade na Região Metropolitana de Goiânia, respeitando as peculiaridades e potencialidades de cada cidade. Como o senhor analisa o sistema viário que serve de berço à operação dos serviços da RMTC, abrangendo trechos de linhas urbanas e trechos de linhas intermunicipais semiurbanas? Temos em Goiânia um modelo de integração do sistema de transporte coletivo considerado por especialistas de todo o país como um dos melhores do Brasil. Entretanto, nossas vias ainda deixam muito a desejar. Precisamos enfrentar a questão e deixar de lado partidarismo e vaidades e colocar o senso prático nas questões dos corredores do semiurbano, dos eixos estruturantes e os corredores preferenciais urbanos. Qual a possibilidade de se aumentar a frota de ônibus para diminuir o fluxo de carros e motos nas vias urbanas para viabilizar o tráfego? Precisamos, primeiro, entender o processo. Na maioria das vezes não é simplesmente o aumento da frota a solução para o problema, passa pela questão de criar no cidadão a cultura de uso. Sabemos que a região metropolitana possui uma frota de automóveis que já ultrapassa um milhão de veículos e isso está criando gargalos em todo o processo de mobilidade da cidade, por isso a questão é mais complexa e exige soluções integradas.
Como a secretaria enxerga a explosão de novos loteamentos principalmente em Aparecida, Senador Canedo, Trindade e Goianira?
O crescimento da área conturbada de Goiânia é uma realidade cada vez mais tangível e, do ponto de vista da gestão pública, isso se torna um problema a ser estudado, e naturalmente apontadas soluções. Ocorre que o fluxo migratório, a demanda por serviços gerados pela expansão imobiliária cria uma pressão para que o Governo, seja ele municipal ou estadual, entregue serviços essenciais a essas novas comunidades e isso também cria uma pressão interna no governo. É preciso colocar em prática os instrumentos existentes, como é o caso do Plano Diretor da Cidade, além de criar novos instrumentos de ordenamento jurídico, como é o caso da lei que exige o estudo de impacto de trânsito e vizinhança, para qualquer novo projeto, seja ele horizontal (loteamentos e condomínios) ou vertical (prédios). Trindade projeta crescimento bem acima das médias registradas ao longo dos anos, decorrente do turismo religioso. A secretaria tem planos específicos para atender essa expansão? Trindade projeta um crescimento relativo, e tem como prerrogativa o turismo religioso, porém temos pressões migratórias maiores em outros municípios, como é o caso de Aparecida. No entanto, Trindade é objeto da preocupação da Secretaria, especialmente no que diz respeito ao transporte e ao corredor Goiânia-Trindade (a Agetop, já está concluindo o
projeto de revitalização desta via), além, é claro, de determinação do Governador para que os municípios da Região Metropolitana sejam atendidos em suas demandas. Esse crescimento fortalece a necessidade de extensão do Eixo Anhanguera até Trindade e também até Senador Canedo? Sem dúvida, essa situação já está contemplada no projeto do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) do Eixo Anhanguera, integrando Trindade e Senador Canedo através do BRT, que é a frota circulante do eixo atualmente. Em 2011 comentou-se muito a criação de um polo industrial que favorecesse cidades como Goianira, Trindade, Abadia de Goiás e Guapó. Como caminha esse processo? Está em estudo e neste caso a questão da área a ser definida é fundamental, por isso, estamos elaborando um estudo de viabilidade técnica e econômica desse projeto. Com o crescimento das cidades ao redor de Goiânia, cresce também a quantidade de lixo produzido. O projeto para um novo aterro sanitário para a Região Metropolitana já está concluído? Já existe na Secretaria das Cidades um trabalho sendo executado, que trata do programa estadual de resíduos sólidos e a região metropolitana está inserida nesse projeto.
Como funciona o Conselho de Desenvolvimento Metropolitano (Codemetro), do qual o
senhor é o presidente? O Conselho de Desenvolvimento Metropolitano (Codemetro) é o principal fórum e o instrumento legal para a discussão da região metropolitana. Estamos concluindo sua implantação e iniciaremos os trabalhos na primeira quinzena de fevereiro. O Conselho reunirá todos os municípios da região, além das secretarias de governo que tratam dos interesses específicos da região, e dará inicio à construção do Plano diretor da Metrópole e do Estatuto da Metrópole, instrumentos que visam uniformizar ações e procedimentos do governo do estado para
Curtas
com os municípios, bem como dos municípios para com o governo. O que é o CEDATT e qual a parceria deste órgão com a sua secretaria? O CEDATT é o Conselho Estadual da Diminuição de Acidentes de Trânsito e está sob responsabilidade da Secretaria das Cidades. A criação de um convênio com os órgãos e empresas que atuam no transporte coletivo está em andamento, visando à redução dos acidentes de trânsito na Grande Goiânia, o que já se tornou uma endemia e afeta a toda a comunidade.
* Publicado também no Jornal Cidade Agora
Transporte – público, de qualidade, com foco no cidadão e aprimoramento contínuo dos processos. Trânsito – humanizado, privilegiando pedestres, ciclistas e o transporte de massa além de criar a cultura do respeito. RMTC – essencial, parceria, troca de experiências entre o público e o privado. Codemetro – principal fórum de discussões com foco na uniformização das ações de governo na Metropolitana.
Buraco no asfalto – uma vergonha para qualquer gestor público entregar serviços de péssima qualidade ao cidadão que paga por isso De Sílvio para Sílvio – fazer do cargo público um fator de convergência de ações que resultem na entrega de bons serviços para o cidadão, fazendo tudo o que for necessário para isso, desde que seja legal do ponto de vista jurídico e moral do ponto de vista ético.
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Brasil Central Janeiro/Fevereiro de 2012
IGREJA HOJE
O Ministério da Esperança
Arquidiocese de Goiânia
RAFAEL, Ressurreição, 1502, imagem Google
“Com efeito, mortos, nós não nos separamos uns dos outros, porque todos percorremos o mesmo caminho e nos reencontraremos no mesmo lugar, estaremos todos juntos em Cristo” (tradição bizantina,Ósculo do Adeus -23)
A
s exéquias são celebrações que derivam dos sacramentos. Que podem, também, ser realizadas por leigos e leigas que assumem e são preparados e delegados pela Igreja para esta função que fortalece a convicção de que para os que creem, a vida não é tirada, mas transformada. O sentido principal é celebrar a esperança e fortificar a fé dos envolvidos, valorizando os sentimentos e os costumes e, principalmente, a dor e tristeza dos que sofrem. O ministério das exéquias passou a ser chamado de ministério da esperança, a partir do Concílio Vaticano II, que recomendou a revisão do Ritual das Exéquias, para que nele se exprimisse mais claramente a índole pascal da morte cristã, apresentando Cristo como vencedor da morte e fonte da ressurreição, associando a morte do cristão ao mistério pascal de Cristo. Desta forma, a celebração da morte alimenta em todos os fiéis a esperança da eternidade e afirma o caráter escatológico da vida cristã (SC, 8; LG, 48-51). Segundo o catecismo da Igreja Católica,“a Celebração das Exéquias – Ordo exsequiarum – da liturgia propõe três ações celebrativas, correspondentes aos três lugares em que se desenrolam (a casa, a igreja, o cemitério) e, segundo a
importância que lhes dão a família, os costumes locais, a cultura e a piedade popular” (CIC, 1686). Segundo Cássio José, membro desse ministério, a presença do ministro da esperança, durante o rito das exéquias, é uma presença amiga, fraterna e solidária da comunidade eclesial junto àqueles que foram visitados pela morte. É um serviço belíssimo, reconfortando os que choram, acompanhando a família enlutada, acendendo em todos a chama da fé em Cristo Ressuscitado, garantia de nossa ressurreição. Para se tornar um ministro da esperança, além de uma formação específica, também é feito exercício da prática de estar nos cemitérios. A pessoa que se dispõe a esse serviço precisa ter disponibilidade, dedicação e, sobretudo, vocação e amor. Ser um católico atuante e pertencer a uma paróquia, onde ele será indicado pelo pároco por meio de ofício. A realidade da morte O sofrimento e a morte são as duas realidades mais difícies de serem enfrentadas na vida do ser humano, inclusive dos cristãos. O ministério da esperança, neste ápice da perda, procura fazer com que o quadro sombrio e triste da morte, seja iluminado pela fé, na certeza que Cristo
ressuscitado enxugará toda lágrima dos olhos, pois, nunca mais haverá morte nem clamor e nem dor haverá mais, pois, as coisas antigas se foram (cf. Ap 21, 4). Pela celebração do Batismo as pessoas são mortas, sepultadas e ressuscitadas com Cristo (Rm 6,4); Ef 26; Cl 3,1; 2Tm 2,11). Essa participação no mistério pascal de Cristo renova-se em cada celebração sacramental. O que acontece tantas vezes sacramentalmente a fé cristã assegura que acon-
tece existencialmente na morte do cristão. O culto cristão por ocasião da morte, por execelencia é a Celebração Eucarística, celebração da morte e ressureissão de Cristo que “morrendo destruiu a morte, e ressucitando deu-nos vida(...).” Como prolongamento da celebração eucarística, há os três momentos que envolvem a pessoa(corpo) de quem morreu. Esta reverência ao corpo tem como base a sacralidade da vida humana: corpo, alma, espírito,
e, sua totalidade. Ainda mais que cremos na Ressureição da carne. Esse corpo sepultado ressurgirá para a incorruptibilidade.E é isto que professamos no Creio. Um outro aspecto e que sepultar os mortos é uma das características essenciais na cultura e identidade do povo hebreu, que fundaram as raízes da fé cristã. Para nós, cristãos católicos, o sepultamento é expressão do mais sagrado respeito à dignidade humana.
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Brasil Central Janeiro/Fevereiro de 2012
CIÊNCIA&TECNOLOGIA
Arquidiocese de Goiânia
Missa e adoração nas mídias JOSÉ REINALDO F. MARTINS FILHO
Não há dicotomia entre missa na igreja e missa na televisão, deste que haja uma fé madura, capaz de conferir a cada uma o seu devido luigar.
Músico: professor de Filosofia e Liturgia Cristã
V
ivemos o ápice do
desenvolvimento científico e tecnológico. No que se refere à comunicação, em nenhum outro momento da história o ser humano pôde se relacionar, conhecer novos horizontes, manifestar sua opinião ou tomar conhecimento de determinado fato ou notícia de modo tão abrangente e veloz. Certamente, o escocês John Baird, inventor do primeiro protótipo de TV, jamais previu os alcances de sua invenção, capaz de recompor o novo cenário mundial: o surgimento de uma humanidade caracterizada pela mediação virtual. Trata-se de um dos temas mais recorrentes de nossa época, frente ao qual a evangelização não poderia passar alheia.
História Em meados da década de 40, acontece na França a primeira missa televisionada da história, idealizada por um frade dominicano. Apesar da irrisória audiência, sua repercussão alcançou a Igreja de todo o mundo, inclusive a autoridade pontifícia. Duas décadas à frente, um programa televisivo católico da França, de periodicidade semanal, apresentaria ao mundo as principais resoluções do Concílio Vaticano II. Enquanto as telecomunicações ainda percorriam seus primeiros passos, a Igreja, anunciadora da Boa Nova do Reino, já se inscrevia nas fileiras desse novo modo de evangelizar. No Brasil,
a primeira missa transmitida pela TV somente seria realizada alguns anos mais tarde, o que não impediria que sua influência fosse determinante sobre o modo de pensar a pastoral no século XX. Hoje contamos com um bom número de emissoras católicas que, de maneira eficaz, levam a mensagem do Evangelho a localidades antes inimagináveis. A internet Com o advento da internet tal fenômeno globalizante se intensifica. Dissolvem-se as fronteiras entre os povos, fundem-se as culturas e desfazem-se os limites. De um ponto de vista eclesial, a gama de consequências desencadeadas por um processo de tamanha proporção traria consigo tanto acréscimos quanto decréscimos. Idealizada para os fiéis impossibilitados de participar da celebração eucarística, sobretudo os
doentes, idosos e seus acompanhantes, a missa televisionada não pretende, em nenhuma circunstância, substituir a participação comunitária própria da missa. Como destaca A. Couto, “nesse fenômeno galopante dum certo cristianismo individualista, vemos cada vez mais cristãos católicos optarem pela missa na televisão, em vez de saírem de casa e irem à igreja, de forma presencial. O problema se concentra no grande efetivo de fiéis que, paulatinamente, renunciam à participação comunitária em prol de isolar-se num modelo de missa particular, que não exige interrelação ou compromisso com outrem. Nas palavras de Jesus encontramos o valor da comunidade: “[...] onde dois ou mais estiverem unidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). A comunidade é
lugar de manifestação da presença real de Cristo. Após sua ressurreição, o Senhor se apresenta diante da comunidade dos apóstolos e, “estandose no meio deles, diz: ‘a paz esteja convosco!’” (Jo 20,26). Sobretudo na comunidade, encontramos o verdadeiro valor da eucaristia e nos tornamos, pelo sacrifício de Cristo, comunhão entre nós. Trata-se da vocação comunitária que todos recebemos pelo batismo, através da qual, por nosso testemunho de unidade, também os que não creem reconhecerão a mensagem de Jesus: “e serão levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste” (Jo 17, 20-24). Não há cristianismo sem a vivência da dimensão comunitária do batismo. Pelo testemunho de Cristo e dos apóstolos somos convidados a redescobrir o valor de nossa
comunidade; a mergulharmos no mistério comunitário e a doarmos nossa própria vida pela construção do Reino de Deus. Do seio da Santíssima Trindade, quis o Pai nos enviar o seu Filho único para que, por intermédio de sua revelação, descobríssemos a profundidade de Seu amor por nós (cf. Jo 3,16). Não há dicotomia entre missa na igreja e missa pela televisão, desde que haja uma fé madura, capaz de conferir a cada uma o seu devido lugar. Não há dicotomia entre missa na igreja e missa pela televisão, desde que haja uma fé madura, capaz de conferir a cada uma o seu devido lugar.
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Brasil Central Janeiro/Fevereiro de 2012
Música
Arquidiocese de Goiânia
CULTURA sobre a realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os compositores de partido alto, mais conhecidos são: Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.
O samba em Goiás Espaço para todos os estilos culturais
AGÊNCIA CERRADO
G
oiás é conhecido nacionalmente como o estado da música sertaneja, mas também dá lugar a outros estilos musicais, como o samba, que vem ganhando espaço a cada dia que passa. Vários jovens são adeptos do estilo musical, como a estudante Kátia Santos, que afirma: “O que faltava eram bons músicos, com bons repertórios, e também bares que tocassem esse estilo musical. Vou a todos os espaços que tocam samba aqui”. O grupo Heróis de Botequim tem três anos de carreira e já é muito conhecido em Goiânia. Os integrantes iniciaram por influência familiar, em encontros em que se reuniam com os tios para tocar nas festas da família e de amigos. Em família Segundo Diogo Noleto, integrante do grupo ao lado de dois primos, eles começaram a tocar meio que por brincadeira, diversão, e acabou virando um trabalho. Atualmente o grupo é
composto por três primos e dois amigos (Diogo Noleto, Fausto Noleto, Guilherme Noleto, Alex Formiga e Gilberto Lima) e tem um repertório musical muito diversificado e é muito aplaudido nas noites de Goiânia. Eles mostram que o bom samba de raiz tem muita aceitação na “terra do sertanejo” e que o estilo musical tem conquistado muitos jovens. “Goiânia é muito grande e tem espaço para todos os estilos musicais”, ressalta o músico Diogo Noleto.
Samba de cada lugar
Os tipos de samba mais conhecidos e que fazem mais sucesso são os da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. O samba baiano é influenciado pelo lundu e maxixe, com letras simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. A lambada, por exemplo, é neste estilo, pois tem origem no maxixe. Já o samba de roda, surgido na Bahia no século XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançarinos
dançam dentro de uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola, atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro. No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor. Entre os paulistas, o samba ganha uma conotação de mistura de raças. Com influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros de trabalhadores ganha espaço no estilo do samba de São Paulo. Samba-enredo Surgiu no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba. Samba de partido alto Com letras improvisadas, falam
Pagode Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70 (década de 1970), e ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Difundiu-se rapidamente pelo Brasil, graças às letras simples e românticas. Os principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar, Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art Popular. Samba-canção Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto. Samba carnavalesco Marchinhas e sambas feitos para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. Abre alas, Apaga
a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras.São exemplos desse estilo. Samba exaltação Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves. Samba de breque Este estilo tem momentos de paradas rápidas, em que o cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é Moreira da Silva. Samba de gafieira Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão. Sambalanço Surgiu, na década de 50 em boates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor, que mistura outros estilos.
Lugares onde se pode curtir o gênero, em Goiânia: BAR GLÓRIA Rua 0101, 435 - Setor Sul Goiânia - GO, 74080-150 (0xx)62 3224-9033 SOCIEDADE DO CHOPP Rua C - 233 Qd. 573, Lt 18 St. Nova Suiça Goiânia - GO, CEP 74290-040 / (0xx)62 3086-1704 CAFÉ NICE Bar e restaurante Av. T-11 - Setor Bueno Goiânia - GO (0xx)62 3541-4690
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Brasil Central Janeiro/Fevereiro de 2012
Psicologia
COMPORTAMENTO
Ninguém é uma coisa só
Arquidiocese de Goiânia
Dicas CARA VÍDEO INFANTIL: O PEQUENO POLEGAR Um filme antigo, um clássico do cinema, imprescindível para quem gosta de boas histórias, feito para crianças, mas que pode divertir também os adultos. A história começa com um lenhador que salva uma árvore especial e, por isso, a Rainha da Floresta, em sinal de agradecimento, concede-lhe uma preciosa dádiva, um filho, que o casal de lenhadores há muito tempo ansiava, mas sem resultado. Esse filho, porém, era tão pequenino, tão pequenino, que tinha o tamanho de um polegar. Bandidos raptam o pequeno Polegar para utilizá-lo, pela sua reduzida estatura, nos seus pérfidos planos. O ator-bailarino Russ Tamblyn alcançou grande sucesso, representando o Pequeno Polegar.Este filme é do ano 1958 e faz parte da história do cinema. Ficha técnica: Título original: Tom Thumb Diretor: George Pal Ano de produção: 1958 Estrelando: Russ Tamblyn e Alan Young Idioma: português Duração: 103 minutos
ROGÉRIO GONÇALVES
Psicoterapeuta
M
eu vizinho é egoísta, minha mãe é irritada, meu amigo é um homem feliz! Cotidianamente, sem que notemos, acabamos por rotular as pessoas com as quais convivemos, atribuindo a elas características concebidas de percepções rasas, como se cada pessoa vivesse de um só sentimento ou ação. Acabamos cometendo o erro grotesco de não deixar ao outro opção diferente daquela por nós impressa, o que faz com que meu amigo não possa ficar triste, já que espero dele sempre a felicidade, exclamando: “Ele está muito estranho comigo, não está sorrindo”, ou então: “Meu vizinho não é altruísta, ele deve estar
buscando algum interesse pessoal ao me fazer um favor”. Sem querer, acabamos por determinar a forma como essas pessoas irão se relacionar conosco, não dando a opção de escolherem ser ou agir de forma diferente daquilo que delas é esperado. Uma vez, ao conversar
“Acabamos comentendo o erro grotesco de não deixar ao outro opção diferente daquela por nós impressa. com uma criança com dificuldades escolares, mas muito inteligente, ouvi de sua boca: “Minha mãe fala que eu sou burro, então ela já sabe que não vou tirar um 10”. Esse
é um exemplo de como agimos ao nos sentirmos rotulados, podemos nos acomodar àquilo que dizem que somos ou até mesmo confirmar o rótulo recebido: “Não adianta eu fazer diferente, no final vai dar no mesmo”. O ser humano é muito mais complexo e rico do que possamos imaginar, somos alegres, tristes, nervosos, calmos, focados, desatentos, tudo isso ao mesmo tempo! Portanto, respeitemos a riqueza do próximo, acolhamos o outro assim como ele se mostra, sem prejulgamentos, pois assim nos permitiremos ver o outro como inteiro e nos colocaremos também com um olhar mais rico e cheio de aceitação da diversidade humana, não nos reduzindo também ao julgamento alheio.
ADULTO: QUEBRANDO O TABU Um documentário polêmico costurado por Fernando Henrique Cardoso, ouvindo as vozes mais diversas do mundo inteiro sobre o problema das drogas: Bill Clinton, Jimmy Carter, chefes de estado da Colômbia, México e Suiça e contando as experiências de pessoas comuns, que tiveram suas vidas marcadas pela guerra às drogas, até as experiências de Dráuzio Varella, Paulo Coelho e Gael Garcia Bernal. Se não conseguimos acabar com as drogas dentro de uma prisão de segurança máxima, como poderemos acabar com elas em uma sociedade livre? O ponto polêmico desta obra está nas soluções oferecidas, como aquela de chegar à liberação das drogas. Ficha técnica: Título original: o mesmo Diretor: Fernando Grostein Andrade Ano de produção: Brasil 2011 Idioma: português Duração: 80 minutos.
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Janeiro/Fevereiro de 2012
Xadrez
Arquidiocese de Goiânia
ESPORTE
Raciocinar para não entrar em xeque
Jogo de xadrez desperta criatividade, ativa o pensamento e é excelente ferramenta pedagógica nas escolas. ANTÔNIO erasmo
V
ocê já deve ter ouvido a expressão “ficar em xeque”, mas realmente sabe o que significa? No dialeto popular quer dizer “estar encurralado, quase sem saída”. Do xadrez, o termo foi agregado à linguagem coloquial, assim como táticas e estratégias do jogo. A modalidade esportiva que desperta o raciocínio não é tão popular quanto o linguajar das pessoas, mas tem boa aceitação mundo afora. Há uma estimativa de que cerca de 605 milhões em todo o planeta saibam jogar. Você é uma delas? No “embate enxadrístico” não existe sorte. A única exceção, neste caso, é o sorteio das cores no início do jogo, já que as peças brancas sempre fazem o primeiro movimento e teriam, em tese, uma pequena vantagem por isso. Para quem não conhece, a partida de xadrez é disputada em um tabuleiro de casas claras e escuras, semelhante ao do jogo de damas. No início, cada enxadrista controla 16 estatuetas (peças) com diferentes nomes, formatos e características. Xeque Mate! O objetivo da partida é dar xeque-mate – também
chamado somente de mate – no adversário. Teóricos do enxadrismo desenvolveram uma grande variedade de estratégias e táticas para se atingir esse objetivo, sendo a mais rápida delas em apenas dois lances, chamada de “xeque do louco”. Na prática, vencer uma partida não é um fato 100% comum, já que os jogadores em grande desvantagem ou iminência de derrota têm a opção de abandonar a partida, desistir antes de receberem a jogada fatídica. O xadrez como modalidade esportiva criou força em Goiás na década de 1980, com a criação da Federação de Xadrez do Estado de Goiás (Fexeg). Infelizmente, até hoje o tabuleiro com peças não desperta muito interesse no Governo. A primeira guinada satisfatória ocorreu em 1995, quando foi incluído como disciplina complementar nas escolas. Formação De acordo com o presidente da Fexeg, Emivaldo Vieira Júnior, o pioneiro no Estado a implementar a modalidade esportiva foi o Colégio Delta. “Hoje em dia quase toda a rede particular de Goiás tem o xadrez em sua grade curricular ou como disciplina ou como opção para educação física.
Isto deixa óbvio que é uma excelente ferramenta pedagógica”, analisa. A maior esperança da Federação para a modalidade são as crianças. Vieira acentua que o xadrez nas escolas vem crescendo cada dia mais e, com mais enxadristas, cresce a expectativa de novos talentos. “A Fexeg vem tentando expandir esse trabalho de incentivo em vários municípios, não apenas com realizações de torneios, mas também com cursos de capacitação para professores.” Roberto Rivelino foi um dos pioneiros a se profissionalizar didaticamente. Formado pela Secretaria Estadual de Educação em 1995, lecionou a disciplina, plantou a semente, mas atualmente se atém apenas a jogar. “É um trabalho que não depende só de quem ensina. Tem que haver interesse de todas as partes.” Enxadrista há mais de 20 anos, gosta de praticar no computador e com amigos, revelando-se um apaixonado pela modalidade. “É muito estimulante!” Atletas de alto rendimento O xadrez é bem difundido mundialmente. No Brasil, Goiás está longe dos grandes centros de destaque, como afirma o presidente da Federação de Xadrez
do Estado de Goiás (Fexeg), Emivaldo Vieira Júnior. “No Estado temos, no máximo, 20 jogadores em nível mediano e apenas um mestre que mora aqui, mas nem é goiano, aliás, nem brasileiro. É o senhor Leandro Daniel Perdomo, mestre internacional, que é argentino”, acrescenta. O ponto alto das competições já realizadas na região ocorreu de 17 a 27 de novembro do ano passado, em Caldas Novas. Tratase do Mundial de Xadrez por Categorias. O evento, com enorme estrutura montada, contou com a participação de 1071 inscritos, representando 78 países. Para infelicidade dos goianos, nenhum conterrâneo obteve resultado de destaque. “De toda forma foi um sucesso! Pena que não contou com o apoio do Governo Estadual”, acentua Vieira. Mas Goiás também tem do que se orgulhar. O maior nome de todos os tempos do xadrez no Estado, com certeza, é o senhor Helder Gaioso, 10 vezes campeão goiano. Merecem destaque ainda Cláudio Santos Sérgio e o próprio presidente da Fexeg, que conquistaram títulos de campeões do Centro-Oeste em 2004 e 2007, respectivamente. A grande expectativa da Federação agora é para o Campeonato Brasileiro Amador, que será realizado em março, no Clube Jaó, em Goiânia. “Estamos trazendo eventos importantes para Goiás, mas precisamos que os governantes nos ajudem a investir na base”, finaliza Emivaldo Vieira.
Kasparov de todos os tempos Garry Kasparov, natural de Azerbaijão, antigo país da União Soviética, aos 22 anos,foi o jogador mais novo a se tornar campeão mundial de xadrez em 1985. Manteve o título oficial da Federação Internacional de Xadrez até 1993, quando criou uma organização rival, a Professional Chess Association. Ele continuou a vencer o Campeonato Mundial de Xadrez Clássico até ser derrotado por Vladimir Kramnik em 2000. Garry também é largamente conhecido por ser o primeiro campeão mundial de xadrez a perder uma partida para um computador, o Deep Blue, em 1997. As conquistas de Kasparov incluem ser classificado como o número um do mundo de acordo com o rating ELO quase continuamente de 1986 até sua aposentadoria em 2005 e, por sustentar a classificação mais alta de todos os tempos, de 2851 pontos. Ele mantém, também, o recorde de Chess Oscars, tendo recebido o prêmio onze vezes. Autor de algumas publicações, lançou no Brasil o livro “A vida imita o xadrez”, com jogadas certas para o trabalho e a vida.
O russo kasparov