JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ
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ANO XXXII - 372
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NOVEMBRO DE 2020
“SE EU SUBIR AO CÉU, LÁ TU ESTÁS” [Sl 139, 8]
expediente
Diretor geral DOM JOSÉ LANZA NETO Editor SEMINARISTA JORGE AMÉRICO DE OLIVEIRA JUNIOR Equipe de produção ANTÔNIO CARLOS FERNANDES DANIELA FREITAS DA SILVA EVANDRO LÚCIO CORRÊA JOSÉ EDUARDO DUARTE LUCIANA OLIVEIRA MEZETTI SILVA MARIA ELIETE CASSIANO MOREIRA MARIVALDA CEZÁRIO SANTOS TOBIAS MESSIAS DONIZETE FALEIROS ROBERTO CAMILO ÓRFÃO MORAIS SIMARA APARECIDA TOTI VALÉRIA HELENA ALBINO DA SILVA CORRÊA Revisão VALÉRIA HELENA ALBINO DA SILVA CORRÊA Telefone 35 3551.1013 E-mail guaxupe.ascom@gmail.com Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal. Uma Publicação da Diocese de Guaxupé www.guaxupe.org.br
editorial NÃO HÁ DUAS HISTÓRIAS, MAS UMA ÚNICA, A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
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ão há uma história divina e uma história humana como que duas realidades distintas e inalcançáveis. Há somente uma única história, a História da Salvação, na qual as duas histórias, a divina e a humana, se fundem em um único mistério eterno.
Deus cria o ser humano à sua imagem e semelhança. Aqui cabe recordar uma pergunta que muitos fazem e não têm coragem de externar: porque não existe uma imagem do Deus Eterno como a dos santos que estão sobre os altares das Igrejas e das casas? A resposta é muito simples, é só abrir a primeira página do JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3
Livro do Gênesis: “E Deus disse: Façamos o ser humano à nossa imagem e semelhança” (Gn 1, 26). O ser humano é a imagem do Deus Eterno! Por isso, não será necessária esculpir outra. Deus mesmo “esculpiu com os seus dedos de artista” (Sl 8, 4) a sua própria imagem no ser humano. O ser humano foi criado para ser o destinatário do amor divino. A Sagrada Teologia ensina que se preciso for, Deus é capaz de descer aos infernos para transportar em seus ombros de pastor, o ser humano. A história humana, marcada pelas lutas, sofrimentos, exílios e êxodos, conforme consta nos escritos do Antigo Testamento tem ali a presença de Deus que os ensina a fazer uma leitura sobrenatural desses percalços. Por meio dos desafios, Deus prepara o ser humano a desafios ainda maiores. É certo, Deus não deixa o ser humano, que tanto ama e que é a sua imagem, à própria sorte, abandonado à orfandade. Deus é parceiro do ser humano! Onde está o ser humano Deus também está! Em Jesus, o ser humano encontra-se com a plena certeza de que Deus caminha sempre ao seu lado, como outrora, caminhou ao lado dos discípulos a caminho de Emaús. No fim da caminhada terrestre, sempre haverá no coração do ser humano a incerteza da vida a partir da morte. É fato! Negar isso não livrará ninguém da certeza de sua finitude. Ter sido criado à imagem do próprio Criador, ser destinaJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 4
tário de seu amor, ter recebido sua companhia e proteção, tudo isso chegado o momento de confrontar-se com o inimigo mortal parecerá inalcançável ao ser humano, parecerá reduzido à desesperança e à desconsolação. É trágico! É trágico, mas não é a última palavra sobre o ser humano! Em suas meditações sobre o mistério pascal, o teólogo jesuíta Hans Urs Von Balthasar lança um olhar de esperança para essa realidade que atingirá o ser humano. Assim diz: “Mas, a pedra da morte - quem rolará a pedra para nós? – não resiste àquele ataque, “pois o amor é forte como a morte”, as torrentes do caos “jamais poderão apagar as chamas do amor” (Ct 8, 6). No fim das contas, então, ninguém sabe, antes de sua morte, o quanto será exigido por sua missão, até que, para além de sua morte cada vez mais profunda, possa entrar na vida eterna da Comunhão dos Santos”.
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voz do pastor
Dom José Lanza Neto, Bispo da Diocese de Guaxupé
O SENHOR PREPARARÁ PARA NÓS A EXPERIÊNCIA DA ETERNIDADE JUNTO D’ELE
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o dia de Finados, todos nós paramos para pensar sobre o fim, nosso e de todos próximos a nós. Causa-nos impacto a morte de alguém muito próximo, principalmente, amigos e parentes. Ficamos pensativos por alguns dias, buscando decifrar sobre onde a pessoa falecida está e o que lhe aconteceu no momento derradeiro. Cada um faz sua própria experiência de reflexão com mais ou menos profundidade e assim, surgem grandes perguntas sobre a existência humana e o sentido da vida, mas a dificuldade em lidar com tais realidades nos faz ter um sentimento de fuga e negação, uma tentativa de se livrar de uma verdade tão inescapável à vida, o fim. A morte desafia a todos, até aqueles que, ingenuamente, se propõem à administrá-la como um recurso controlável pelo ser humano. A morte pode acontecer a qualquer momento, independentemente, de nossa vontade ou querer, ela pode estar longe ou perto, não há como prever. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 6
Como nos preparar para esse momento certo se não sabemos o dia e a hora? E, mesmo se soubéssemos, como reagiríamos diante de tal situação? Nada melhor do que buscarmos na Palavra de Deus e na Tradição da Igreja fundamentos que nos ajudem a criar uma esperança com o fortalecimento da fé e da confiança cristã na vida futura. A Igreja nos ensina com uma “Antiga Homilia para o Sábado Santo”, no Ofício de Leituras (Liturgia das Horas): “Um grande silêncio reina hoje sobre a terra; um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei dorme. A terra estremeceu e ficou silenciosa, porque Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos. (...) Desperta tu que dormes, porque Eu não te criei para que permaneças cativo no reino dos mortos: levanta-te de entre os mortos; Eu sou a vida dos mortos”. Quanto às Sagradas Escrituras, temos vários textos que nos falam da vida escondida em Cristo, destacamos um trecho do Evangelho de São João (Jo 5, 25): “Em verdade, em verdade vos digo, que vem a hora, e é agora, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão”. Considerando o texto do Apocalipse (Ap 1,18), também, encontramos: “Não tenhas medo. Eu sou o Primeiro e o Último, Aquele que vive; estive morto, mas agora estou vivo pelos séculos dos séculos. Eu tenho a chave da morte e da morada dos mortos”. Pois bem, a liturgia católica assim reza: “Senhor para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada”. Confiamos nossas vidas a Deus, sempre na fé certeira que o Senhor preparará para nós a experiência da eternidade junto d’Ele, corrigindo nossas faltas, mas sempre julgados pela justa misericórdia do Senhor. Que as almas dos fiéis defuntos descansem em paz!
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Por Toninho Fernandes, Especialista em Sociologia e Leigo, Machado /MG
opinião PADRE JÚLIO LANCELOTTI, DA EUCARISTIA ÀS RUAS
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omo é bela a sua Igreja”. Pois bem, é nesta ótica que vejo a Igreja. Bela nos rituais, bela em suas mensagens inerentes ao Evangelho, bela por seus monumentos, imagens, catedrais, etc. Porém, sua beleza ultrapassa a tudo isto e se encerra em duas belezas fundamentais: a de apresentar Jesus ao mundo, continuando sua obra e o homem que dela participa. Quantos homens e mulheres, santos e santas, a Igreja tem, por conseguinte nos apresentam como modelos. Muitos e muitas. Em nossas pequenas cidades, quantos são os que se dedicam ao próximo de diversas formas, vivendo profundamente a experiência do Evangelho. A Igreja nos dá santos do cotidiano e estão entre nós. Quando lecionava, no decorrer da aula, perguntei a uma aluna quem era o santo de sua devoção, ela JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 8
respondeu: “minha mãe”. De imediato pensei que a mãe já era falecida, até que ela completou a resposta: “está na minha casa cuidando de meu pai e de meu irmão que são doentes”. Muito bem, foi para mim uma das reflexões mais sensatas que já tinha ouvido sobre santos do dia-a-dia. Não obstante, ao buscar nomes que se identificam com a beleza da Igreja, a de ser santo, dentre tantos outros, deparei-me com a figura esplendorosa de um santo pós-moderno, de um conhecimento invejável e que não está nos altares para veneração. Está vivo e está nas ruas com sua maior riqueza: os pobres. De modo particular falo de padre Júlio Lancelotti. Um senhor quase encurvado pelos seus mais de 70 anos, servindo à Igreja de modo diferente de tantos outros padres, evidentemente, conforme seu chamado. Está na rua a serviço de Jesus. Em São Paulo há 35 anos, tem um compromisso com os indigentes, de modo especial, os vulneráveis e indefesos. Padre Júlio Lancelotti abraçou a causa pelo pobre abandonado, fazendo eco ao abraço da cruz, tão penoso, difícil e perigoso. Como todos que se prestam ao trabalho com os explorados e injustiçados, Padre Júlio Lancelotti também é alvo de perseguições, principalmente por políticos, que deveriam ser os guardiões de uma sociedade justa e não são. Escrevendo este texto, lembrei-me de um conhecido político, crítico do trabalho do Padre Júlio, a quem chegou a chamá-lo de “cafetão da miséria”. O Padre Júlio incomoda principalmente aqueles que nada JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9
fazem, pior ainda, vivem do dinheiro público. Este é o Santo da pós-modernidade, que a sociedade de hoje e a Igreja precisam tanto. O padre que vive nas ruas, fala nas ruas e convive com os homens, mulheres e crianças de rua. O que faz este padre para ser tão especial aos olhos da Igreja? Simples de responder: ele ama de uma maneira diferente, ele exerce a sua vocação na plenitude da Eucaristia e no serviço ao mais necessitado. É o grito do Cristo que ele ouve mais do que muitos: “com fome, destes-me de comer; com sede, destes-me de beber; estrangeiro, hospedastes-me; nu, vestistes-me”. Mesmo que polêmica, a fala do Padre Júlio é para mim a realidade: “mudança vem pela humanização e não pela religião”. De forma que Padre Júlio é o modelo do Santo da pós-modernidade, insisto nisto, a quem deveríamos seguir. Seguir seu exemplo é atender ao apelo de Cristo: “vai e faze tu a mesma coisa”. Se não dá para fazer a mesma coisa, façamos a nossa parte.
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Por: Roberto Camilo Orfão Morais, Mestre em Educação e Leigo, Machado/MG
magistério da igreja FRATELLI TUTTI: SOBRE A FRATERNIDADE E A AMIZADE SOCIAL
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Encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco está situada na tradição das Encíclicas Sociais da Igreja Católica, iniciada pelo Papa Leão XIII em 1891 quando, na oportunidade, escreveu a Rerum Novarum. Francisco enfrenta sob forma profética, os grandes desafios do mundo contemporâneo. Inspirado no diálogo com o Grão Imamede Al-Azhar Ahmad Al-Tayyeb, o texto é uma resposta à cultura do confronto e propõe a valorização do ser humano em sua dignidade inalienável. Cita ainda o poeta Vinícius de Mores: “A vida é uma arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida (215)”. A Fraternidade é apresentada como caminho a ser percorrido, pois sem ela a ‘Liberdade e a Igualdade’ ficam inconclusivas. Para Francisco não há outra saída: “situações de violência vão-se multiplicando cruelmente em muitas regiões do mundo, JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11
a ponto de assumir os contornos daquela que se poderia chamar uma terceira guerra mundial em pedaços (25)”. A Fraternidade é apresentada como uma decisão moral, fruto do pensar humano, princípio ético basilar, tanto para os que não creem, como para os crentes. Na reflexão sobre a fraternidade universal, Francisco sentiu-se motivado por São Francisco, Martin Luther King, Desmond Tutu, Mahatma Gandhi e muitos outros. Francisco, ao interpretar a parábola do Bom Samaritano, explica que é um olhar espiritual diferenciado sobre as sombras de um mundo fechado, não uma espiritualidade como fuga da realidade, mas um “abrir-se ao mundo (12)”, estar de olhos abertos ao próximo. O Papa também aprofunda a questão, citando o Livro de Gênesis (4,9): “onde está Abel, teu irmão?”, ao que leva concluir que, estão naqueles que se encontram nas estradas desoladas do próprio mundo. O texto orienta o leitor a vencer os preconceitos, desmentir toda manipulação ideológica, desafiando a todos em ampliar o nosso círculo de convivência, em sempre dar - doar a capacidade plena de amar- característica peculiar do ser humano. Chama a atenção o fato da Encíclica apresentar o tema da perda da consciência histórica, e suas terríveis consequências: “(...) ideologias de variadas cores, que destroem (ou desconstroem), tudo o que for diferente, podendo assim reinar sem oposição. Para isso, precisam de jovens que desprezem a história, rejeitem a riqueza espiritual e humana que se foi transmitida através de gerações, ignorem tudo quanto os precedeu (13)”. Francisco de maneira poética diz: “a vida não é tempo que passa, mas tempo de encontro (66)”, mas deixa claro que não se deve pensar a fraternidade sem enfrentar as feridas da vida; JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 12
assim, “a verdade é confessar o que aconteceu aos menores recrutados pelos agentes de violência. A verdade é reconhecer o sofrimento das mulheres vítimas de violência e de abusos (227)”. Como também “perdão não é esquecimento, não é amnésia social, mas renunciar a mesma força destruidora que os lesou (251)”. Condena com veemência todas as guerras e a pena de morte, como já havia declarado São João Paulo II, de que a mesma é inadequada no plano moral e já não necessária no plano penal. Por fim, Francisco conclama o diálogo entre as pessoas de diferentes religiões, com a partilha de valores e experiências morais e espirituais na essência da verdade e do amor, para que se supere aos desafios do momento histórico, semeando esperança. Como conclusão, há que se destacar a bela afirmativa de Francisco: “Cuidar do mundo que nos rodeia e sustenta significa cuidar de nós mesmos. Mas precisamos nos constituirmos como um nós que habita a casa comum (17)”.
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Assessoria de Comunicação da CNBB
notícias CNBB 68 ANOS: A ATUAL PRESIDÊNCIA REFLETE A INSTITUIÇÃO ENTRE O SEU PASSADO E FUTURO
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arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, reforça que a CNBB tem uma marcante trajetória de contribuições para a vida da Igreja e para a sociedade brasileira, com relevantes e insubstituíveis colaborações espirituais, humanísticas e cidadãs. Ele diz ainda que “É importante recordar o mês de outubro de 1952, quando bispos brasileiros se reuniram, no Rio de Janeiro, e, em profunda comunhão eclesial com a Sé Apostólica, iniciaram a rica história da CNBB. Um caminho bonito que se renova permanentemente e fortalece ainda mais a colegialidade e a unidade dos bispos brasileiros, em comunhão com o magisJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 14
tério do Papa”. O então primeiro vice-presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler lembrou que “no Brasil, quando surgiu a ideia de criação das conferências episcopais, foi um dos primeiros países que se prontificou a encaminhar junto à Santa Sé o que fosse necessário para criação da conferência”. E ainda destacou: “Nós tivemos várias figuras que foram protagonistas deste processo. E certamente aquilo que hoje a Conferência representa para a sociedade brasileira é fruto do trabalho destes homens pioneiros que há 68 anos acreditaram na proposta como um caminho viável para a maior comunhão entre os bispos do Brasil”. Um marco do passado, destacado pelo bispo de Roraima e segundo vice-presidente da CNBB, dom Mário Antônio da Silva, é a característica de ter sido profético, com muita sabedoria e zelo pela mensagem do Evangelho. “A CNBB exerceu, desde o seu início, e continua exercendo, um profetismo na defesa da vida em toda e qualquer circunstância, do ser humano e de toda a criação”, afirmou. O bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, destaca o primeiro planejamento pastoral conjunto da Conferência realizada, ainda em Roma, durante o Concílio, por convocação do Papa João XXIII. Neste momento, lembra dom Joel, que foi construído o Plano de Emergência. “Em 1966, bem no período de implantação do Concílio, os bispos brasileiros estabeleceram o primeiro Plano de Pastoral de Conjunto. Desde então, a CNBB tem sido instrumento de unidade pastoral em torno dos grandes desafios pastorais. Isso se concretiza nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 15
da Igreja (DGAE)”, reforça. O secretário-geral também se recorda não de um fato, mas de uma atitude que marcou a trajetória da organização: a da defesa da verdade, da justiça e dos fragilizados. Segundo ele, de modo especial a partir da década de 1970, a CNBB, por meio de suas presidências, manifestou-se inúmeras vezes de modo firme em favor dos direitos humanos e da democracia. Em 1988, na época da Constituinte, foi publicado o documento “Por uma nova ordem constitucional”. Pouco tempo depois, em 1989, foi publicado outro documento importante para aquele momento e que se tornou bastante conhecido: “Exigências cristãs da ordem democrática”. O presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira, diz que a Conferência persevera nos dias atuais, em sua missão de anunciar o Evangelho, a serviço da unidade da Igreja, da edificação do Reino de Deus, com ações que promovem o amparo aos mais pobres, a inclusão social e, consequentemente, contribuem para a justiça e a paz. Entre estas ações, o segundo vice-presidente da entidade, dom Jaime Spengler, destaca o processo atual de revisão do Estatuto Canônico, no qual todos os bispos do Brasil são chamados a participar e cooperar para responder aos desafios atuais. Dom Jaime destacou também o Pacto pela Vida e Pelo Brasil, assinado em abril deste ano pela Conferência junto à outras instituições brasileiras, com o intuito de promover um debate e diálogo, o mais amplo possível com as forças da sociedade, a partir da premissa de que o país pode se tornar mais integrado JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 16
e mais integrador, onde todos possam ter vida e vida em abundância. O segundo vice-presidente, dom Mário Antônio, destaca a realização pela CNBB e Cáritas Brasileira da Ação Solidária Emergencial “É Tempo de Cuidar”, com a adesão de toda a Igreja Católica no Brasil, entidades e instituições que buscam incentivar a vida, sobretudo no contexto da pandemia. Para ele, a solidariedade marca o trabalho da CNBB na atualidade. O secretário-geral da entidade destacou um desafio interno: a implantação e manutenção das comunidades eclesiais missionárias, conforme apresentado nas atuais DGAE (2019-2023). Dom Joel também destaca a ação emergencial “É tempo de Cuidar” e o esforço por ajudar a alimentar a esperança, a justiça e a paz, em meio a tantas angústias e pandemias. Para permanecer fiel ao sonho dos que a fundaram, dom Walmor afirma que a CNBB está vivendo um processo de renovação, buscando responder aos desafios próprios deste terceiro milênio, em: “As novas respostas incluem a exigência de sermos uma Igreja Sinodal e mais missionária, com efetivas e inclusivas participações dos cristãos leigos e leigas, especialmente das mulheres”.
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Por Maria Cristina M. A. Terra, Leiga, Paróquia São Joaquim, Alterosa/MG
BISPO DIOCESANO INSTIUI MECES EM ALTEROSA
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este sábado (17/10), aconteceu a Santa Missa de investidura de trinta e um Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística na Igreja Matriz São Joaquim de Alterosa, presidida pelo bispo Diocesano Dom José Lanza Neto e concelebrada pelo pároco, padre William Franquis Venâncio. Em sua homilia, disse Dom Lanza: “Somos povo escolhido por Deus e ainda hoje Ele suscita o trabalho de diferentes pessoas para anunciar o Seu Reino, como fez com Ciro, o desconhecido, o estrangeiro, o pagão”. Dirigindo-se aos novos MECES, completou: “Nesse dia mundial das missões, vamos dar a esses irmãos e irmãs o comJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 18
promisso de distribuir a Comunhão Eucarística não só na Igreja, mas aos enfermos. Deles esperamos mais do que palavras, esperamos testemunhos”. No semblante de cada um dos novos MECES era perceptível uma forte emoção. “Nos sentimos abençoados e ainda mais próximos de Deus na celebração de hoje”, disse o casal que recebeu a investidura, Larissa e Adrian. Também, Fábio Nani, investido no Ministério Extraordinário da Comunhão Eucarística, assim se manifestou: “para mim, foi um momento de muita Graça e Cura”.
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Texto /Imagem: Paco Editorial
destaque PADRE HIANSEN LANÇA LIVRO SOBRE A HISTÓRIA DA IGREJA NO SUL DE MINAS
BIOGRAFIA
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iansen Vieira Franco – Natural de Campestre-MG, nasceu em 1971. É pesquisador, professor e padre da diocese de Guaxupé, com Mestrado e Doutorado em História da Igreja pela Pontifícia Università Gregoriana, de Roma (Itália). Há mais de vinte anos se dedica à pesquisa histórica e genealógica, com ênfase no papel da Igreja Católica no Sul de Minas, tendo publicado alguns livros, entre eles: “O Clero Paulista no Sul de Minas no século XIX” (2003). Atualmente, é pároco da Paróquia São Domingos, em Poços de Caldas e professor de História da Igreja e de Patrologia na Faculdade Católica de Pouso Alegre.
OBRA Recentemente, Pe. Hansen Vieira Franco publicou pela Paco Editorial uma obra intitulada de “História da Igreja no Sul de Minas: a criação das dioceses de Pouso Alegre, Campanha e Guaxupé”. Sua obra é fruto de longos anos de pesquisa e estudo, tendo como objetivo a compreensão de “como, em apenas quinze anos, foram criadas três dioceses (Pouso Alegre, Campanha e Guaxupé) em uma região onde, em quase duzentos anos de presença da JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 20
Igreja, nenhum bispado havia sido fundado. As três dioceses são focalizadas conjuntamente em razão dos acontecimentos referentes ao surgimento delas estarem estreitamente interligadas. Entre as constatações, o leitor verá que o processo que levou à criação dos três bispados do Sul de Minas se inseria no amplo contexto de desenvolvimento da Igreja no Brasil, após a extinção do Padroado, e no movimento de reforma católica em ato na Igreja inteira desde meados do século XIX. Esta publicação é destinada a interessados pelos estudos sobre a Igreja Católica no Brasil e, especialmente, no Sul de Minas” (Informações cedidas pela Paco Editorial).
COMO ADQUIRIR? Os interessados em adquirir a obra poderão fazer o pedido no site da Paco Editorial (link disponível nas redes sociais da Diocese de Guaxupé) ou se dirigir à secretaria da Paróquia São Domingos, em Poços de Caldas/ MG.
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fortes na fé
Por Junio César Oliveira Martins, Historiador e Leigo, Paróquia Sagrada Família, Carmo do Rio Claro/MG
CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA E DA VIDA DE MONSENHOR MÁRIO PIO
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onsenhor Mário Pio de Faria, ou simplesmente Pe. Mário nasceu em Areado, em 10 de outubro de 1930. Filho de Joaquim Pio de Faria e Gabriela Emídia de Faria. E vem de uma família de 05 irmãos: Pedro, André, Adélia, Joaquim e Mário. Órfão de pai aos 02 anos, foi batizado por Pe. Antônio Henriques do Valle e crismado por D. Ranulfo da Silva Farias. Monsenhor fez sua 1ª Eucaristia em 16 de março de 1936. Sua primeira escola foi a Escola em Engenho da Serra-Dona Vitória. De 1936 a 1942, no Município de Alfenas, estudou da 1ª a 4ª série na Escola Rural do Campinho, sob orientação das professoras Lourdes e Alice Vieira. Foi seminarista entre 1943 e 1955 em Belo Horizonte, no Seminário Coração Eucarístico de Jesus, tendo como estudos básicos as matérias Filosofia e Teologia. Em 08 de dezembro de 1955 foi ordenado Sacerdote por D. Inácio João Dal Monte, juntamente com Pedro Meloni e Álvaro Alves da Silva na Catedral de Guaxupé. De 1956 a 1966, na cidade de Guaxupé, foi professor de Português e História, Vice-Reitor, ecônomo e Reitor no Seminário Diocesano. E ainda, professor de Ética, na Faculdade de IntroduJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 23
ção à Filosofia, hoje UNIFEG. Coordenador da Pastoral diocesana no ano de 1966, quando, no mesmo ano foi nomeado Pároco de Carmo do Rio Claro em substituição a Padre Marcelo Prado Campos, tendo tomado nesta cidade posse como pároco em 15 de outubro. Coube a ele traçar, de acordo com Concílio Vaticano II o 1º Plano de Pastoral de conjunto da Diocese de Guaxupé, também no ano de 1966. Monsenhor Mário foi responsável pelo acabamento da Igreja Matriz, pela construção da Casa Paroquial, e entre 1968 e 1969, após longa batalha junto ao Governo Federal, recolocou no ar a Rádio Difusora, criando para isso a Fundação Padre Penteado. Administrou também os sítios: Pau do Óleo, São Pedro do Itapiché e Country. Deu assistência às comunidades rurais e construções de sedes, capelas e barracões comunitários, reformas e reconstruções de capelas nos Mendonças, Leandros, Furna, Ferreiras, Balbinos, Pinheiros, Vargem dos Pinheiros, Buracão e Mandembo. Participou da reestruturação de toda a comunidade adequando às novas realidades da igreja após o Concílio do Vaticano II, deixando de celebrar as missas em latim e passando a celebrá-las no vernáculo.
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Em 1969, tornou- se o primeiro diretor da Escola Estadual de Carmo do Rio Claro, que sucedeu às escolas particulares Montfort e Sagrados Corações. Teve papel decisivo na estadualização de ambas as escolas e até o início da década de 90, ministrou aulas de Ensino Religioso na mesma escola, já nomeada de “Escola Estadual Monsenhor Mário Araújo Guimarães”. Participou da reativação do Lar Nossa Senhora do Carmo no início dos anos 70. Nos anos de 1971 e 1978, manteve o jornal “Resumo”, que noticiava além dos fatos da paróquia, também as notícias da cidade. Adquiriu a casa das Irmãs da Providência para abrigar o Centro Pastoral. Em 1978 recebeu o título de Cidadão Carmelitano, por proposição do então vereador, Antônio Adauto Leite. No início dos anos 80, construiu a nova sede da rádio Difusora, no bairro Santo Antônio, inaugurada em 15 de agosto de 1982. Montou os grupos de catequese e pastorais com atuação em diversas áreas. Foi também de suma importância o seu trabalho na encampação da CGE pela CEMIG, no ano de 1984, visto que àquela época a CEMIG não entendia ser lucrativo sua instaJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 25
lação em nossa Carmo do Rio Claro. Em 1992, foi Sócio Fundador da Associação Nacional de Presbíteros do Brasil da qual foi Vice-Presidente e representante, ora da Diocese, ora da ANPB, junto aos Encontros Nacionais de Presbíteros por seis vezes. Em 1999, construiu a capela da Sagrada Família, elevada a condição de Paróquia em 2006. Foi também eleito no ano de 2000 Cidadão do Século, na área de religião, pelo periódico Expresso Carmelitano. Além de todos estes trabalhos, cumpre ressaltar que o Pe. Mário Pio de Faria foi membro do Conselho de Presbíteros e representante dos Presbíteros, junto ao leste 2, regional do Conselho Nacional dos Pastorais do Brasil em Minas Gerais e Espírito Santo. Ele orientou ainda a comunidade na construção dos centros pastorais e incentivou efetivamente a criação das Associações de Bairros Rurais, para que pudessem melhor se organizar.
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Padre Mário Pio de Faria recebeu influência vocacional principalmente do Pe. Antônio Henriques do Valle, de Monsenhor Mário de Araújo Guimarães, do Monsenhor José Maria Matias da Silva, além, é claro, sua família, que seguia uma vida cristã. Foi o Pároco que esteve oficialmente por mais tempo em Carmo do Rio Claro - 54 anos - tendo se aposentado em 2009, por sua saúde debilitada. Mesmo emérito, permanece fiel em seu ministério sacerdotal, junto dos padres da diocese de Guaxupé: Pe. Michel e Pe. Hudson que zelam de forma extraordinária pela sua saúde. Aos 90 anos, vive no seio carmelitano, sempre às sombras do escapulário da Virgem e Senhora do Carmo.
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Por Assessoria de Pastoral da Diocese de Guaxupé
especial HÁ 40 ANOS, DOM LANZA ERA ORDENADO PADRE
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om José Lanza Neto, filho do casal Osvaldo Lanza e Palmira Bobato Lanza, nasceu em 31 de dezembro de 1952, na cidade de Pirangi, SP.
Em 02 de agosto de 1980, na cidade natal, foi ordenado Diácono. Sua ordenação Presbiteral aconteceu aos 31 de outubro de 1980, também em Pirangi. Em 23 de junho de 2004, o Papa João Paulo II o nomeou Bispo Titular de Mades e Auxiliar na Arquidiocese de Londrina, PR. Também foi ordenado Bispo em Jaboticabal, sua diocese de JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 28
origem, aos 19 de setembro de 2004 e tomou posse como Bispo Auxiliar de Londrina, em 1º de outubro de 2004.
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Em 13 de Junho de 2007 o Papa Bento XVI o nomeou Bispo Diocesano de Guaxupé, tendo tomado posse aos 22 de julho do mesmo ano. Seu lema episcopal é: “Permaneçamos no Amor” (Jo 15,9).
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Por Pe. Sebastião Marcos, Vigário Paroquial, Paróquia Sagrada Família e Santo Antônio, Machado/MG
em pauta
VIDA PARA ALÉM DA MORTE: A GRANDE ESPERANÇA DA FÉ CRISTÃ
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alar da vida após a morte é falar da grande esperança que dá razão à nossa fé. Ao longo da história, a Igreja procurou refletir sobre os mistérios da Revelação de Deus na história humana. E assim, desde o tempo dos Apóstolos ela se preocupou com a fé de seu povo. Desse modo, o credo apostólico é um patrimônio de fé revelado por Deus, construído e vivido nas comunidades primitivas e atualizado em nossas comunidades eclesiais que continuamente professam a fé recebida dos apóstolos e a vive no agir missionário batismal. O creio é a expressão viva da fé da Igreja. Podemos dizer que ele é a catequese que sempre anima e vivifica a fé do povo JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 31
peregrino. E é nesta perspectiva que vamos refletir sobre o artigo quinto do credo apostólico: “Jesus Cristo desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia”. Comecemos com uma pergunta. O que o credo quer dizer com a afirmação desceu à mansão dos mortos? A descida de Jesus Cristo à mansão dos mortos, ou morada dos mortos, ou ainda como está no Catecismo da Igreja Católica, desceu aos infernos fez Jesus conhecer a morte como todos os seres humanos. Ele fez a experiência da morte para este mundo e toda a realidade material. Assim diz o Catecismo: “As frequentes afirmações do Novo Testamento segundo as quais Jesus ‘ressuscitou dentre os mortos’ (1Cor 15,20) pressupõem, anteriormente à ressurreição, que este tenha ficado na Morada dos Mortos. Este é o sentido primeiro que a pregação apostólica deu à descida de Jesus aos Infernos: Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos e com sua alma esteve com eles na Morada dos mortos. Mas para lá foi como Salvador, proclamando a boa notícia aos espíritos que estavam aprisionados” (CIC, 632). A descida de Jesus à mansão dos mortos implica o cumprimento das antigas promessas messiânicas. Pois, ele desceu para lá como Salvador e libertador dos cativos que necessitavam da sua graça salvífica, sendo ele o Filho de Deus. A primeira carta de Pedro nos ajuda a entender a descida de Cristo à mansão dos mortos. Assim diz o Apóstolo: “A Boa Nova foi pregada também aos mortos, a fim de que sejam julgados como os homens na carne, mas vivam no espírito, segundo Deus” (1Pd 4,6). Cristo, o Senhor da vida e da história humana, destruiu o poder da morte. E a morte foi vencida pela ressurreição que se tornou a realidade central da vida dos cristãos de todos os tempos. E distante de ser uma ideia, a ressurreição é verdade da fé para nós cristãos. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 32
Sabemos que o mistério da ressureição de Jesus Cristo se situa dentro da história, a qual não pode ser desconsiderada, pois, pela encarnação, Jesus fez história na história humana. E falar do Ressuscitado é falar do Cristo histórico. Aquele que ressuscitou é o mesmo que passou pela cruz. Por isso, a nossa esperança cristã está na ressureição porque é a vida para além da morte. É a grande esperança que brota do madeiro da cruz transformando-a em árvore da vida. O cardeal Joseph Ratzinger, em seu livro: “Introdução ao Cristianismo”, ajuda-nos de maneira muito clara a entender o mistério da cruz. Assim escreve o cardeal: “O crucificado oferece ao ser humano o espelho em que este pode olhar-se sem retoques. Mas a cruz não revela apenas quem é o ser humano, ela revela também Deus: Deus é assim, ele se identifica com o ser humano até nas profundezas de seu abismo, e ele o julga salvando-o. No abismo do fracasso humano revela-se o abismo mais profundo do amor divino. Assim, a cruz é o verdadeiro centro da revelação, de uma revelação que não se desvenda enunciados até então desconhecidos e sim a nós mesmos, porque nos revela diante de Deus revelando Deus em nosso meio”. A ressurreição de Jesus constitui para a Igreja a razão fundamental de sua fé em Cristo, “crida e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada, juntamente com a cruz, como parte essencial do Mistério Pascal” (CIC, 638), pois, “se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a nossa fé” (1Cor 15,14). A ressurreição confirma antes de tudo as palavras do próprio Cristo que disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá”. Finalmente podemos dizer que a vida está para além da morJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 33
te, porque Jesus Cristo ao descer à mansão dos mortos desceu para nos salvar. E assim, deixar em nosso coração a grande esperança da ressurreição. Pois, no Cristo brilhou para nós a grande esperança da ressurreição. E aos que se sentem tristes com a certeza da morte, a certeza da imortalidade é o consolo que dá razão à nossa fé.
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Por Luciana Mezetti, Pós-Graduada em Gestão de Pessoas, Leiga, Machado-/MG
laicato O APOSTOLADO LEIGO EM TEMPOS DE PANDEMIA
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om esta passagem bíblica, começo a reflexão que nos fará mergulhar no verdadeiro papel do leigo em nossa Igreja, sob a ótica desses tempos de pandemia na qual estamos vivendo, que é ser esse sal e ser luz, cumprindo assim uma missão insubstituível para que o Reino de Deus aconteça. Todos nós batizados, somos chamados a uma vocação. Algumas pessoas respondem a essa vocação através dos ministérios ordenados, e outros como leigos e leigas que têm o principal papel em fazer chegar aonde o sacerdote ou uma religiosa não chega, a Boa Nova da Palavra de Cristo, ou muitas vezes alcançar o serviço, a doação de tempo, o amor. Além de tudo já mencionado, neste tempo de pandemia, o apostolado leigo foi chamado a ser um apoio ao sacerdote, ajudando-o nas inúmeras ações realizadas por quase todas as paróquias, a fim de que pudessem alcançar a palavra, o conforto, JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 35
o alimento, vindos das mais diversas formas e ações, aos mais distantes pontos do território de nossa diocese. O decreto Apostolicam Actuositatem, que trata sobre o apostolado dos leigos, que foi escrito em 1965, durante o Concílio Vaticano II, não pode ser mais atual. Se não soubéssemos que ele foi escrito naquele ano, poderíamos facilmente crer que foi escrito nestes tempos em que vivemos, pois nesse documento apostólico, que foi promulgado pelo Papa Paulo VI, diz que “os nossos tempos, porém, não exigem um menor zelo dos leigos; mais ainda, as condições atuais exigem deles absolutamente um apostolado cada vez mais intenso e mais universal. Com efeito, o aumento crescente da população, o progresso da ciência e da técnica, as relações mais estreitas entre os homens, não só dilataram o imenso campo do apostolado dos leigos, em grande parte acessíveis só a eles, mas também suscitaram novos problemas que reclamam a sua atenção interessada e seu esforço. Esse apostolado torna-se tanto mais urgente quanto a autonomia de muitos setores da vida humana, além disso, em muitas regiões onde os sacerdotes são poucos ou, como acontece por vezes, são privados da liberdade de ministério, a Igreja dificilmente poderia estar presente e ativa sem o trabalho dos leigos”. Mas como Deus sabe tirar boas coisas, das piores situações, na medida em que a pandemia se instalava, e a situação se agravava, foi surgindo uma nova forma de trabalho pastoral, e assim juntamente uma nova forma de atuação do leigo. Como não eram mais possíveis a realização das ações presenciais que foram anteriormente planejadas pelas paróquias. Então, diante da adversidade, devido à pandemia, as comunidades paroquiais foram obrigadas a se organizarem com novas ações, JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 36
como: carreatas, passeio com imagens, lives, formações através de meios remotos, ações sociais de distribuição de alimentos e outras. E o mais importante, em meio a tantas atividades, foi a de viabilizar a Santa Missa aos lares das pessoas, mesmo com as dificuldades inerentes de cada paróquia. E por meio do brilhante trabalho de cada membro da PASCOM, ficou evidente como que as nossas casas podem ser, sim, de fato uma “Igreja doméstica”. Neste cenário pandêmico em que estamos vivendo, o apostolado leigo deve continuar atento às necessidades da Igreja e se manter disponível para servir e ajudar a manter viva a fé e a esperança de todas as pessoas, sendo verdadeiramente sal da terra e luz do mundo para todos, principalmente aos mais necessitados.
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Por Roberto Camilo Orfão Morais, Mestre em Educação e Leigo, Machado/MG
política A IGREJA APOIA ALGUM CANDIDATO OU PARTIDO POLÍTICO?
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om as eleições municipais no dia 15 de novembro, surgem desafios em nossas paróquias, comunidades, que nos fazem refletir e exigem discernimento e compromisso com a fraternidade, na ótica dos valores evangélicos e da Tradição de nossa fé. A política diz respeito a todo alinhamento de diálogo sobre a complexidade de pensamentos que geram ações que afetam a vida da comunidade, na saúde, escola, geração de trabalho e renda, etc. As eleições por serem municipais passam a ter intenso envolvimento das populações locais, que em muitos casos, geram disputas, ultrapassando as regras e normas da boa convivência democrática, despertando paixões que ferem o sentimento fraterno. Então, surgem dúvidas e perguntas como: A Igreja apoia JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 38
algum candidato ou partido político? Quais são as propostas da Igreja para essas eleições? A Igreja com base nos Evangelhos e nos Documentos do Magistério incentiva a participação do leigo na política, como forma mais perfeita da caridade, como ensinou o Papa Pio XI, reiterado pelo Papa São Paulo VI e atualmente retomado pelo Papa Francisco, pois pela prática da boa política é possível erradicar a fome e a miséria. A Igreja não tem partido político, nem mesmo candidato, mas convida a todos os homens e mulheres de boa vontade a observarem e incentivarem a prática de valores, que não podem faltar no exercício de um mandato, ou seja, a política como sinônimo de serviço ao bem comum e não de privilégios e vantagens pessoais. Faz-se necessário diferenciar “Fé e Política” da confessionalização da política. Fé e Política são necessárias na prática da evangelização. A política diz respeito ao outro, ao próximo, ao bem-estar da coletividade. A confessionalização da política é querer manipular a religião a serviço de um projeto pessoal ou partidário. Quem é capaz de manipular a fé para ter poder político é sinal de mau-caratismo e corrupção e não merecem o nosso voto. A história ensina que quem utiliza o nome de Deus para se promover é capaz das maiores barbaridades contra o ser humano, imagem e semelhança do próprio Deus. O Evangelho sugere que o critério para avaliar a boa ação política é o direito dos pobres: “eu estava com fome e me destes de comer” (Mt 25,35). E, a partir do Evangelho nossa diocese bem explicitou em seu Plano Diocesano de Pastoral que é indispensáJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 39
vel “implantar ações em prol das pessoas marginalizadas, empobrecidas e vulneráveis”. O Papa Francisco, em sua bela Encíclica Fratelli Tutti (sobre a fraternidade e a amizade social), busca caminhos para “caridade social e política” (nº. 176), pois para o Santo Padre, o amor, a caridade e a misericórdia devem prevalecer sobre o ódio, a indiferença e a miséria. Parafraseando Vinícius de Moraes, citado pelo Papa Francisco, a política imitando a vida, deve ser a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida. Todo Cristão é chamado a dar seu voto consciente em uma democracia representativa. No que se refere ao exercício da democracia participativa, deve-se constituir “fóruns permanentes de fé e política” (Plano Diocesano de Pastoral), para acompanhar e criar instrumentos de implantação de políticas públicas voltadas aos excluídos de nossa sociedade. E como filhos e filhas de Deus somos destinados à liberdade e à vida plena na fé, na esperança e na caridade.
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Por Pe. Francisco Albertin Ferreira, Mestre em Ciências da Religião, Pároco da Paróquia São Judas Tadeu, Passos/MG
para aprofundar O JUÍZO FINAL: AMOR AOS PEQUENINOS
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eus, em seu infinito amor, criou o mundo e viu que tudo era muito bom. Criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança (Gn 1,27). Hoje, o mundo está globalizado e com sérios desafios: a fome, a pobreza, o clima, a escassez de água, a produção de alimentos... em um sistema econômico capitalista, que visa o dinheiro e o lucro, muitas vezes, os mais pobres, os doentes e os migrantes são excluídos e marginalizados. O ensinamento de Jesus, neste texto, leva-nos a questionar e exige de nós uma ação concreta em defesa da vida. O texto do Juízo Final (Mt 25,31-46) está inserido no final do bloco escatológico deste evangelista (24-25). Sua redação, de maneira bem resumida e sem entrar em detalhes: • vv. 31-32ª: Mateus utiliza a linguagem apocalíptica para inJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 41
troduzir o modo pelo qual se dará o julgamento; • vv. 32b-33: Percebe-se claramente o uso de uma parábola; • vv. 34-40: Diálogo entre Jesus e aqueles que estão à direita, referindo-se às obras de misericórdia em relação aos mais pequeninos; • vv. 41-45: Diálogo entre Jesus e aqueles que estão à esquerda, referindo-se às obras de misericórdia, não praticadas em relação aos mais pequeninos; • v. 46: “E irão estes para o castigo eterno, e os justos para a vida eterna”. Novamente, tem-se a conclusão com uma linguagem apocalíptica.
Quanto às obras de misericórdia praticadas em relação aos mais pequeninos, no presente e na nossa vida, aqui no mundo, o segredo é, ao mesmo tempo, o critério utilizado no Juízo Final (vv.35-36): • Porque tive fome e me destes de comer; • Tive sede e me destes de beber; • Era estrangeiro (migrante) e me recebestes; • Nu e me vestistes; • Estive doente e me visitastes; • Preso e viestes ver-me.
Então, os justos que estão à direita perguntam quando foi que isso aconteceu, e a resposta de Jesus revela um grande segredo: “Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,40).
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A eles, Jesus diz:“Vinde benditos de meu Pai, herdai o reino preparado para vós desde a criação do mundo” (Mt 25,34). Por outro lado, aos que se encontram à esquerda de Jesus, os critérios de julgamento também serão os mesmos (vv. 42-43), mas com uma grande diferença: • Porque tive fome e não me destes de comer; • Tive sede e não me destes de beber; • Era estrangeiro (migrante) e não me recebestes; • Nu e não me vestistes; • Doente e preso e não me visitastes. Então, os que estiverem à esquerda, no dia do julgamento, vão perguntar quando foi que isso aconteceu, e Jesus responderá: “Em verdade vos digo: cada vez que não fizestes a um destes pequeninos, a mim não o fizestes” (Mt 25,45). A eles, dirá: “Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e aos seus anjos” (Mt 25,41). Penso que se Jesus fosse fazer esse ensinamento hoje, acrescentaria ainda outros pontos. E nas obras de misericórdia, acrescentaria os drogados, os prostituídos, as crianças abandonadas, os idosos esquecidos nos asilos, a cultura da indiferença, etc., bem como toda e qualquer discriminação, seja racial, social ou de gênero. Hoje, acompanhamos, com indignação, a política adotada em alguns países em relação aos migrantes, vindos de diversas JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 43
raças e etnias que, fugindo de suas terras de origem devido às guerras, violências, perseguições políticas ou até mesmo da fome e da miséria, procuram uma vida mais digna em outros países. Em alguns destes, são chutados, excluídos e vistos até mesmo como “inimigos” e recebidos por exércitos. O grito dos migrantes, pobres e abandonados, clama não só pela comida, bebida, roupa e moradia... Eles e elas têm fome e sede de justiça, de amor, de acolhida, de carinho, de dignidade. Por outro lado, há o grito dos moradores de rua, das crianças abandonadas, dos desempregados, dos jovens que lutam para estudar e para entrar no mercado de trabalho, e você poderá enumerar muitos outros gritos... São eles os nossos irmãos e irmãs e Jesus continua sofrendo neles. Mais do que nunca, o texto de Mateus 25,31-46, sobre o Juízo Final, é atual e exige de todos nós, cristãos e pessoas de boa vontade que sonham e lutam por um mundo melhor, uma ação concreta em benefício da vida. É um apelo à conversão e mudança de vida. A vida eterna é um dom e, ao mesmo tempo, uma conquista. Dom, pois é gratuidade de Deus, que a concede a seus filhos e filhas, e conquista, no sentido de amar e servir Jesus, que sofre nos mais pobres e excluídos. Quem segue os ensinamentos de Jesus está ciente de que: as obras de misericórdia praticadas em relação aos mais pequeninos, aqui e agora, serão decisivas na conquista da eternidade.
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Por Ricardo Ribeiro Calori, Seminarista na Diocese de Guaxupé. Natural do Distrito do Divino Espírito Santo (Cavacos)
vocações A ROTINA DOS SEMINARISTAS DURANTE A PANDEMIA
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ano de 2020 está sendo um ano atípico devido à pandemia que assola todo o mundo. E nós, do Seminário Santo Antônio, da Diocese de Guaxupé, não ficamos isentos das
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consequências que a pandemia provocou e provoca na vida das pessoas. No dia 17 de março, fomos comunicado que o seminário iria fechar por medidas de segurança, então, a orientação viável foi o retorno à casa dos familiares. A perspectiva inicial era de um curto período, no entanto, como a situação foi se agravando cada vez mais, essa permanência se prorrogou até os dias de hoje. No início não foi fácil, mas aos poucos a situação foi se organizando e ficando mais tranquila. Mesmo não estando no seminário, não deixamos de ter algumas atividades juntos, já que todas as semanas temos um momento de formação e outro dia, nos reunimos para rezar as Vésperas. A faculdade continua normalmente, utilizando o meio de estudo remoto (via internet). Partilhando um pouco da minha vivência nesse tempo de pandemia longe do seminário, posso ressaltar que não foi fácil regressar para casa dos pais e readaptar a rotina familiar, uma vez que já estava ausente da casa dos pais há 11 anos, e de fato, depois de um longo período numa experiência religiosa, indo somente visitar a família, reinserir-se neste contexto é realmente desafiante, mas, com paciência, compreensão e maturidade as coisas seguiram seu curso natural. Em relação aos estudos, a faculdade também vem como um enorme desafio, porque o estudo remoto é mais exigente diante da tecnologia que temos, contudo, está dando para acompanhar bem as disciplinas, entender o que é apresentado pelos professores e ajudar a aprofundar meus conhecimentos.
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Nessa ocasião, distante do seminário, o que é mais desafiante é o vínculo com os outros seminaristas, mesmo tendo a oportunidade de conversarmos sempre por meios remotos e nas aulas, nada substitui o contato pessoal. Esse distanciamento afeta um pouco o vínculo com os reitores, que nos acompanham diretamente, mas sempre que possível ocorrem conversas para que esse vínculo mantenha e o processo não se perca. Mesmo diante de toda essa situação, não significa que esse período não seja proveitoso, afinal mesmo com todas as dificuldades está sendo uma oportunidade de colocar muitas coisas em ordem, contexto para rever a verdadeira vocação sacerdotal, pois passando por toda essa situação, ao retornarmos, estaremos mais fortes e assertivos na escolha que fizemos. Portanto, a pandemia tem sido um tempo de reinvenção e adaptação às novas situações existenciais. Foi bom para refletirmos sobre nossa própria existência, visto que, são nesses momentos de dificuldades que passamos a reavaliar muitos fatores da caminhada, muitas atitudes e situações. Tudo o que acontece na nossa vida tem um propósito, assim, é importante ver as coisas boas diante da dificuldade. E eu, como seminarista pude ressignificar minha vida e, principalmente meu chamado sacerdotal, independentemente da situação, a fé é o que nos ajuda a superar e dar sentido na caminhada, pois não importa o que vivenciamos na trajetória existencial, o que importa é que nossa vida seja carregada de sentido.
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patrimônio
Por Irmã Sonia Maria Augusto, Membra da Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração, Atualmente reside na Comunidade Religiosa do Colégio Sagrado Coração, Alfenas/MG
OLHAR PARA A VIDA CONSAGRADA COMO QUEM OLHA PARA TODA OBRA DE DEUS
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omeço assim com essas palavras do Concílio Vaticano II, que nos inspira a olhar para a vida consagrada como quem olha para toda obra de Deus.
Existem desde o primórdio da Igreja homens e mulheres que se propuseram pela prática dos conselhos evangélicos seguir a Cristo com maior liberdade, e imitá-lo mais de perto e levaram, cada qual a seu modo, vida consagrada a Deus. Surgiu assim, por divina providência, uma admirável variedade de grupos religiosos, a qual muito contribuiu para que a Igreja não apenas esteja aparelhada para toda obra boa (2 Tim 3,17) e organizada para atividaJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 48
des do seu ministério em vista da edificação do Corpo de Cristo (Ef 4,12), mas aparece também ornamentada com vários dons de seus filhos, como uma esposa adornada para o seu esposo (Ap 21,2), e por ela se manifeste a multiforme sabedoria de Deus (cf. Ef 3,10). Este chamado para estar com o Senhor é transmitido a cada pessoa, desde seu batismo, mas toda vocação é muito específica e não existem dois percursos que são verdadeiramente iguais. A Vida Religiosa se baseia na experiência fundante de Deus, vida comunitária e missão. A vocação religiosa é assumida por homens e mulheres que foram chamados a testemunhar Jesus Cristo de uma maneira radical, é a entrega da própria vida a Deus. Deixando tudo para seguir Cristo e viver como Ele pobre, casto e obediente. Os religiosos pela sua vocação são chamados de muitas formas para estar a serviço do povo de Deus por meio da oração, da missão, da educação, de seu apostolado de tantas outras obras de caridade. Com sua vocação, eles demonstram que o Evangelho é plenamente possível de ser vivido, em um mundo excessivamente materialista e consumista. Todavia, são convidados a viver em comunidade, com carisma específico e com pessoas de diversos lugares diferentes, “constituições Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração: formamos uma só família no Coração de Jesus”, pois acreditamos que o Espírito Santo anima e conduz esta vida comunitária. O código de direito canônico define a vida religiosa como uma vida essencialmente comunitária. Nos últimos anos ouvimos JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 49
muito falar da “crise de vocações” se assim podemos dizer, sim houve uma diminuição de candidatos (as), mas isso não deve assustar, pois na igreja está surgindo outros tipos de vida, como as comunidades vida e de aliança, Deus vai suscitando novos meios para que a igreja continue sua missão de evangelizar, nesse tempo precisamos também pensar em outras formas de chamar os jovens em tempo de pandemia. Penso que para vida religiosa essa crise é uma oportunidade de mudança, de procurar novos caminhos, de se reinventar. “Quando Deus quer uma obra, os obstáculos são meios” (Padre Júlio Chevalier). Chamados a viver como Jesus, professamos os votos, para uma total dedicação a Deus, O sagrado Concílio já mostrou, na Constituição que começa pelas palavras Lumen Gentium, que a consecução da caridade perfeita por meio dos conselhos evangélicos tem a sua origem na doutrina e nos exemplos do divino mestre e brilha como um sinal luminoso do reino dos céus. A castidade “por amor do reino dos céus” (Mt 19,12), que os religiosos professam, deve ser tida como exímio dom da graça. Liberta de modo singular o coração do homem (1 Cor 7, 32-35), para que mais se acenda na caridade para com Deus e para com todos os homens. É, por isso, sinal dos bens celestes e meio aptíssimo pelo qual os religiosos alegremente se dedicam ao serviço de Deus e às obras de apostolado. Assim, dão testemunho diante de todos os cristãos daquele admirável consórcio estabelecido por Deus e que se há de manifestar plenamente na vida futura, pelo qual a Igreja tem a Cristo por seu único esposo. A pobreza voluntária abraçada para seguir a Cristo, do que ela é um sinal hoje muito apreciado, seja diligentemente cultivada pelos religiosos e, se for necessário, exprima-se até sob novas JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 50
formas. Por ela é participada a pobreza de Cristo, que sendo rico, por nosso amor se fez pobre, para que nós fôssemos ricos da sua pobreza (2 Cor 8, 9; Mt 8,20). Pelo que toca, porém, à pobreza religiosa, não basta sujeitar-se aos Superiores no uso dos bens, mas é preciso que os religiosos sejam pobres real e espiritualmente, possuindo os seus tesouros no céu (Mt 6, 20). Pela profissão da obediência, os religiosos oferecem a plena oblação da própria vontade como sacrifício de si mesmos a Deus, e por ele se unem mais constante e seguramente à vontade divina salvífica. Por isso, a exemplo de Jesus Cristo, que veio para fazer a vontade do Pai (Jo 4,34; 5,30; Hb 10,7; Sl 39,9), e “tomando a forma de servo” (Fl 2,7), aprendeu a obedecer por aquilo que padeceu (Hb 5,8), os religiosos, sob a moção do Espírito Santo, sujeitam-se na fé aos Superiores, vigários de Deus, e por eles são levados a servir todos os seus irmãos em Cristo, da mesma maneira que o próprio Cristo, por causa da sua sujeição ao Pai, serviu os irmãos e deu a sua vida para redenção de muitos (Mt 20,28; Jo 10, 14-18). Assim, unem-se mais estreitamente ao serviço da Igreja e procuram chegar à medida da idade plena de Cristo (Ef 4,13). Participando do mistério pascal nossos votos são uma aliança com Cristo. O fato é que a vida religiosa é única na sua essência, porém variada em suas formas, a vida religiosa nos imerge no mistério da morte e da ressurreição de Cristo. Segundo o Papa, “saber ver a graça é o ponto de partida. Olhar para trás, reler a própria história e ver nela o dom fiel de Deus, não apenas nos grandes momentos da vida, mas também nas fragilidades, fraquezas e misérias. O tentador, o diabo insiste precisamente em nossas misérias, em nossas mãos vazias, e corremos o risco de perder a bússola, que é a gratuidade de Deus. Com efeito, Deus nos ama e sempre se JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 51
oferece a nós, mesmo nas nossas misérias. Quando mantemos o olhar fixo n’Ele, abrimo-nos ao perdão que nos renova e somos confirmados pela sua fidelidade”. Frisou o Papa “A vida consagrada, quando deixa de girar em torno da graça de Deus, retrai-se no próprio eu: perde impulso, acomoda-se, paralisa”. Como religiosa sou convidada a viver, como Cristo deixando tudo, quando falamos deixar tudo, precisamos lembrar que Deus nos dará em dobro, acreditando no seu amor para comigo e com toda minha família. A vida religiosa é lugar de amor e perdão, de vivência comunitária, viver como família aceitando nossas diferenças, nacionalidade ou meio social. A Eucaristia é fonte e centro de nossa vida. Nossa Espiritualidade é centrada no Coração de Jesus, com dimensão mariana. Servimos a igreja onde estamos inseridas trabalhando com os sacerdotes para a edificação do Corpo de Cristo no amor. Somos uma congregação missionária e estamos em diversos países. Padre Júlio Chevalier, via a mãe de Jesus, como primeira discípula e missionária do amor do verbo encarnado, e foi inspirado a honrá-la com o título de Nossa Senhora do Sagrado Coração, e em 1874 fundou as filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração, com o mesmo carisma e espiritualidade, dos Missionários do Sagrado Coração. Convicto de que o remédio para os males de seu tempo se achava no conhecimento e no amor de Deus revelados no Coração de Cristo abertos na cruz. Devemos compreender que cada um de nós é convidado a lançar-se corajosamente na tarefa de anunciar e testemunhar ao mundo que o Evangelho é vida e vida em plenitude. Todavia muitos têm um chamado específico de entrega total a vida religiosa consagrada, pois vale a pena, é um caminho de realização e felicidade, Cristo é o nosso exemplo e guia. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 52
missão
Ir. Sandra dos Reis Barros, Religiosa na Congregação das Irmãs de N. S. da Consolação, Atualmente reside na Cidade do México, Brasileira em terras mexicanas
A IGREJA SERÁ MAIS SOLIDÁRIA NA PÓS-PANDEMIA?
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uero começar este artigo recordando as palavras do nosso Papa Francisco, sua rica mensagem para toda a humanidade.
A primeira mensagem que o Papa nos apresenta é que esta pandemia nos indica algumas direções chaves e orientações para reconstruir um mundo melhor e favorável a toda a humanidade. A segunda mensagem é um convite para sermos semeadores de Esperança no meio tanto sofrimento e desconcerto. Como ser semeadores de Esperança no meio de tantas incertezas e desesperança?
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Tenho esperança de que depois de tudo o que passamos este ano, não deveríamos ter medo de trilhar por novos caminhos e propor soluções inovadoras, comprometedora e valentes. Tivemos um empobrecimento no contato humano durante este tempo, estivemos separados dos vizinhos, amigos, companheiros. E sobretudo, da família, sem contar a absoluta crueldade de não poder acompanhar os doentes de COVID em seus últimos instantes de vida, estar ao seu lado para acompanhá-los e fazer a travessia do luto. É necessário e urgente mudar nossa forma de ser, de estar e convertermos mais em seres de escuta. De uma escuta profunda que nos convida à conversão. Escutar os gemidos mais profundos da vida. Diante das realidades que já nos interpelavam na nova ordem mundial: os estados falidos; guerra e violência; migrações massivas, aumento do abandono das pessoas e a realidade da JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 54
pandemia que trouxe tantos rostos de irmãos abandonados a sua própria sorte. A crise de fundo de todo estes gemidos está na incapacidade para discernir e aceitar que nós pertencemos um ao outro, e que não existimos; e, sim coexistimos. Pertencemos à vida, à arvore, à natureza, aos outros. Aceitar e crescer na consciência de que a vida só existe, quando está conectada com o outro, Deus, com o outro irmão, com o outro Mãe Terra. Tudo está interconectado. Dependemos uns dos outros para que a harmonia e a paz sigam gerando vida em nosso mundo. É tempo da solidariedade, em que todos estamos no mesmo plano de dignidade. Cada um, tomando sua própria responsabilidade e contribuindo para que todos e as gerações futuras possam prosperar. Todo começo é em casa, com pequenos gestos de humanização, como o respeito pela vida, o diálogo, o valorizar a presença de cada um, o compartilhar na simplicidade o que se é, e seus dons a serviço do bem comum. O mundo pós COVID-19 será remodelado por todos. E a Igreja também deve seguir moldando-se, desde uma conversão sinodal – relacional. Convertendo nossa forma de relacionar, de discernir, de escutar, de estar juntos; de ser comunidade e aprender a tomar decisões em comum. A conversão deverá ser realizada a partir de um: “Éfata” (Abra-te!). Abrir-nos aos outros para escutar seus gritos profundos e assim curar a humanidade, sarar a terra e todos nossos tecidos relacionais. Aprender a cuidar uns dos outros, a começar pelos mais frágeis; não podemos sanar o mundo, se não nos comproJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 55
metemos. Eu creio que seremos uma Igreja muito mais solidária depois da pandemia. Porque creio no caminho da solidariedade e de uma solidariedade universal, que nos conduzirá a uma visão distinta, pode ensinar-nos a orientar nossas relações, estilos de vida, expectativas, políticas, em direção de um crescimento humano integral e pleno para todos. Porque a solidariedade é gesto concreto, é ação libertadora, consoladora que sai do coração e se traduz em vida para os demais. Sejamos misericordiosos com os mais frágeis. Busquemos alternativas para aliviar o sofrimento de nossos irmãos cometidos pela doença do COVID-19 e de suas consequências em nossa sociedade. A oração, o serviço silencioso, a presença por meio das redes sociais, nas redes de solidariedade que buscam ser presença consoladora em meio às famílias que sofrem além do COVID-19, o desemprego, a fome, a perda de sentido de vida, o medo da morte. Oremos por esta realidade que nos cerca em nossas comunidades paroquiais. Contemplemos o corpo de Cristo nos irmãos. Deixemos ser tocados por seu jeito de ser e estar em meio dos mais pobres. Aprendamos com o Senhor a tomar nossa Cruz e abraçar junto a Ele os sofrimentos de muitos irmãos. Confiemos a Maria, Virgem de Guadalupe, a vida de tantos irmãos. Ela tem muito a nos ensinar. Assim como, disse a Juan Diego, hoje nos diz: “Não estou eu aqui, que sou sua mãe? E por JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 56
acaso não estás em meus braços?”. Peçamos sua intercessão e que Ela nos ensine a dizer “Sim” a cada dia, a ser disponíveis, generosos e solidários.
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comunicações aniversários novembro Natalício 01 Seminarista Walisson José Correa 02 Padre Bruce Éder Nascimento 03 Monsenhor José dos Reis 04 Padre Luiz Gonzaga Lemos 05 Padre Darci Donizetti da Silva 06 Padre Paulo Sérgio Barbosa 07 Padre Norival Sardinha Filho 13 Padre Juliano Borges Lima 20 Frei Mário Mazuchi de Novaes, OFM 23 Padre Antônio Garcia Ordenação 09 Padre João Batista da Silva 14 Padre Maurício Marques da Silva 25 Padre Antônio Carlos Maia 25 Padre Leandro José de Melo 26 Padre José Donizetti de Faria (Religioso do Sion)
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atos da cúria
O
Excelentíssimo Senhor Bispo Diocesano de Guaxupé, Dom José Lanza Neto, comunica:
Transferências Pe. Adivaldo Antônio Ferreira, transferido da Paróquia Senhor Bom Jesus da cidade de Bom Jesus da Penha (MG) e nomeado VIGÁRIO PAROQUIAL da Paróquia Sagrada Família e Santo Antônio na cidade de Machado (MG), aos 30 dias do mês de setembro de 2020.
Nomeações Pe. Leandro José de Melo, ADMINISTRADOR PAROQUIAL, Paróquia Senhor Bom Jesus na cidade de Bom Jesus da Penha (MG), aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Alessandro Oliveira Faria, PÁROCO, Paróquia de Nossa Senhora da Conceição na cidade de Divisa Nova (MG), aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Claiton Ramos, PÁROCO, Paróquia de São Pedro Apostolo na cidade de São Pedro da União (MG), aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
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Pe. Claudemir Lopes, PÁROCO, Paróquia de N. Sra. das Graças na cidade de Poços de Caldas (MG), aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Clayton Bueno Mendonça, PÁROCO, Paróquia de Sagrada Família e Santos Reis na cidade de Guaxupé, aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Dione Romualdo Ferreira Piza, PÁROCO, Paróquia São Sebastião na cidade de Juruaia, aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Eder Carlos de Oliveira, PÁROCO, Paróquia São Pedro Apóstolo na cidade de Alfenas (MG), aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Jeremias Nicanor Alves Moreira, PÁROCO, Paróquia São Sebastião e São Cristóvão na cidade de Alfenas (MG), aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
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Pe. Júlio César Agripino, PÁROCO, Paróquia Santa Rita de Cássia na cidade de Cássia (MG), 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Lucas Souza Muniz, PÁROCO, Paróquia Sagrado Coração de Jesus na cidade de Poços de Caldas (MG), aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Michel Donizetti Pires, PÁROCO, Paróquia N. Sra. do Carmo na cidade de Carmo do Rio Claro, aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Paulo Rogério Sobral, PÁROCO, Paróquia São Judas Tadeu na cidade de São Sebastião do Paraiso, aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Rovilson Ângelo da Silva, PÁROCO, Paróquia Nossa Senhora da Assunção na cidade de Cabo Verde (MG), aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
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Pe. Sérgio Aparecido Bernardes Pedroso, PÁROCO, Paróquia Santa Rita de Cássia na cidade de Nova Resende, aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. William Franquis Venâncio, PÁROCO, Paróquia São Joaquim na cidade de Alterosa, aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Pe. Gilmar Antônio Pimenta, PÁROCO, Paróquia N. Sra. Aparecida na cidade de Bandeira do Sul (MG), aos 07 dias do mês de outubro de 2020.
Decretos Segue nas páginas seguintes.
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