FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT
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Deus viu tudo o que tinha feito: e era muito bom.
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Gn 1, 31
editorial “Tomai, Senhor, e recebei Toda a minha liberdade, a minha memória também. O meu entendimento e toda a minha vontade Tudo o que tenho e possuo, vós me destes com amor. Todos os dons que me destes, com gratidão vos devolvo Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade. Dai-me somente, o vosso amor, vossa graça Isto me basta, nada mais quero pedir” [Santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas]
expediente Diretor geral
DOM JOSÉ LANZA NETO Editor
PE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808 Equipe de produção
LUIZ FERNANDO GOMES JANE MARTINS Revisão
JANE MARTINS Jornalista responsável
ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265
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ser humano é um local privilegiado onde a graça divina atua. Na essência humana está a marca do Criador que o institui seu legítimo cooperador. A missão humana nasce de sua criação e na maturidade dos dons possibilitados pela ação do Espírito Santo que o qualifica com inúmeras habilidades para transformar sua realidade. Porém, a cicatriz do pecado impede que o homem desenvolva, de modo puro e justo, a tarefa a qual a Trindade lhe confiou. Nesta edição, o jornal apresenta duas áreas de ação centrais para a humanidade: o meio ambiente e a sociedade. A Igreja tem refletido e atuado profundamente sobre essas duas realidades vitais para a garantia da vida humana e da convivência so-
cial. Sem uma dessas realidades, o homem estaria diante de limitações graves. Sem uma sociedade justa e fraterna, tudo o que se construiu historicamente sofre ameaças, e aqui estão os direitos humanos, a economia, a política e a cultura. A humanidade se desumaniza ao se ameaçar o tecido social que a mantém. Do mesmo modo, a Casa Comum e todos os seus recursos naturais que tornam possível a vida no planeta em nível mais essencial. Tanto os projetos atendidos pelos Fundos de Solidariedade, ação concreta da Igreja no Brasil, quanto a reflexão do próximo Sínodo dos Bispos, ao olhar sobre a Amazônia, indicam a preocupação da Igreja, em seu duplo papel de Mãe e Mestra, em lutar pela humanidade, oferecendo-lhe luzes e alimento.
Outras editorias destacam: a valorização do papel das famílias como espaço de diálogo e consolidação dos valores humanos, com o auxílio da Amoris Laetitia, o Caminho de fé dos discípulos no Evangelho de São Marcos; as características bíblicas e teológicas do Dízimo e a conscientização das comunidades; e, ainda, a postura da Conferência dos Bispos sobre as eleições deste ano. Chamados a ser Sal e Luz, os cristãos devem incidir de modo constante e sutil no mundo, transformando todas as realidades em que se inserem. Ao agir de modo livre e autêntico, a figura de Cristo resplandece em seus rostos e suas ações.
Projeto gráfico e editoração
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Impressão
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jornal.comunhao.guaxupe@gmail.com Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal. Uma Publicação da Diocese de Guaxupé www.guaxupe.org.br
voz do pastor
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m toda a sua história de vida e de fé, a Igreja sempre se preocupou e se envolveu com as grandes questões sociais. Nos últimos tempos, escreveu vários documentos iluminadores como parâmetros de sua presença e ação. A Igreja foi e é especialista no tocante à vida humana e sempre se colocou a serviço, mesmo porque, em sua doutrina e a partir dos evangelhos, encontra sua razão de ser. Ao longo de sua caminhada, a exemplo de Jesus, foi ao encontro dos pobres e dos sofredores, dando-lhes alívio e consolo. Ninguém tem como negar os grandes feitos em favor de pobres, órfãos, migrantes, doentes, asilados, deportados. Esses irmãos e irmãs encontram acolhida em abrigos, orfanatos, asilos, creches, hospitais, escolas e casas que lhes oferecem alimento, roupa, segurança e dignidade. Tivemos grandes personagens históricos envolvidos com a caridade: santos e santas, catequistas, missionários, voluntários, consagrados, leigos e leigas: São Francisco, Santa Clara, Santa Teresa de Calcutá, Beata Dulce dos Pobres, Santa Margarida Maria, Santo Dias (operário), São Vicente, Dom Oscar Romero e tantos outros. Em cada tempo, nos deparamos com irmãos e irmãs em situações de risco, fragilizados e desprezados, que passam a ser vistos como um peso inconveniente. A mis-
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são da comunidade cristã - a Igreja - deve estar sempre em sintonia com o Senhor, através da escuta constante do Evangelho para responder às necessidades urgentes e desafiadoras. Mesmo com a presença do Estado, que deveria suprir as demandas sociais, a Igreja vem respondendo a contento aos apelos dos mais frágeis, por isso é interessante olhar ao nosso redor e percebermos a presença cristã em algumas realidades de risco. Gostaria de destacar o grande envolvimento da Igreja através da Campanha da Fraternidade, realizada todos os anos. De alguns anos para cá, os temas contemplam de alguma forma a realidade social e atendem a alguns projetos sociais. Com a Coleta da Solidariedade, realizada no Domingo de Ramos, cria-se um fundo denominado Fundo Diocesano de Solidariedade. São muito os projetos atendidos por esse fundo em nível diocesano e, também, em todo o país. É uma participação das comunidades que não ajudam somente naquela temática central, mas gera, também, consciência comunitária. O Papa Francisco têm-nos nos dado muita luz e encorajamento na busca de soluções para questões sociais e humanitárias. Falou-nos através da encíclica Laudato Si’ e, no próximo ano, promoverá o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia. O papa sempre
Dom José Lanza Neto, Bispo da Diocese de Guaxupé
demonstra sensibilidade para com os povos em situação de risco, como os imigrantes que chegam de toda parte na Europa. Em nossas comunidades, podemos também desenvolver e incentivar aqueles trabalhos pastorais de incidência na realidade social e acompanharmos as políticas públicas. Destacaríamos nosso empenho em viver uma Igreja samaritana: pastoral da criança, pastoral da saúde, pastoral da sobriedade, pastoral dos idosos, casa de acolhida para dependentes químicos e moradores de rua, vicentinos e tantas outras atividades que acontecem no anonimato. O Documento de Puebla (1976) deu grande destaque aos pobres e levou-nos a fazer uma opção preferencial pelos pobres, colocou-nos no coração do Evangelho. O desafio é sempre grande ao fazermos essa opção, pois caminhamos na contramão de um mundo consumista, voltado mais para o acumular e ao fechamento sobre si mesmo. Queremos renovar nossa disposição ao Evangelho e aos documentos magisteriais da Igreja para permanecermos nesta grande empreitada: sermos a presença viva de Jesus na pessoa do pobre e do marginalizado. Inspiremos ainda nossa opção na sagrada Família de Nazaré, pobre desde sua origem até o calvário, onde da cruz Jesus abraça toda a humanidade pobre e carente e dá o seu amor.
opinião
Por padre Sérgio Bernardes, assessor de comunicação – Diocese de Guaxupé
FUNDO DE SOLIDARIEDADE: CONCRETIZAÇÃO DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
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o ano passado, a Diocese de Guaxupé distribuiu mais de 40 mil reais a 5 projetos sociais em seu território com o Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS). O valor arrecadado é fruto das doações de todas as comunidades que compõem a diocese no Domingo de Ramos. No mesmo ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) financiou 237 projetos em todo o Brasil com um valor superior a 5 milhões e 800 mil reais. As iniciativas visam sempre uma concretização do objetivo de cada campanha. Assim, a CNBB e as dioceses podem multiplicar o auxílio a variadas instituições e projetos que utilizam o valor a eles destinados para transformar muitas realidades do país. No ano passado, os projetos participantes incluíam atividades como conscientização de jovens e adultos, produção de hortas caseiras e comunitárias, captação de água pluvial, coleta de resíduos e produção de produtos de limpeza. Apesar das polêmicas envolvendo a CNBB no início deste ano sobre as instituições e os projetos atendidos, informações inexatas já esclarecidas pela instituição, é essencial perceber o resultado concreto que a participação de tantos fiéis tem gerado para projetos que seriam inviabilizados sem os recursos proporcionados pelas dioceses. Como afirma o subsídio preparatório para a 5ª Assembleia Diocesana de Pastoral, “é urgente a criação de estruturas sociais justas e transformadoras” (ADP 29). Essa realidade só acontecerá com a contribuição sistemática das instituições e o empenho maciço de todas as pessoas que acreditam num mundo novo, marcado pela igualdade e justiça social. A iniciativa realizada pela Igreja no Brasil visa a estabelecer uma vivência sólida de princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja (DSI): Bem Comum, Destinação Universal dos Bens, Subsidiariedade, Participação, Solidariedade e Valores Fundamentais da Vida Social. Bem Comum e Destinação dos Bens Ao se compreender a Criação como iniciativa divina e dom ofertado gratuitamente à humanidade, esses dois princípios podem ser compreendidos como parte do plano salvífico, que toda a humanidade tivesse para seu justo e necessário sustento, acesso aos recursos essenciais que lhe propiciassem uma vida digna a todos os seus membros. “A pessoa não pode pres-
cindir dos bens materiais que respondem às suas necessidades primárias e constituem as condições basilares para a sua existência; estes bens lhe são absolutamente indispensáveis para alimentar-se e crescer, para comunicar, para associar-se e para poder conseguir as mais altas finalidades a que é chamada”. (DSI 171) Desse modo, é tarefa dos cristãos considerar o bem comum como critério para o estabelecimento de suas estruturas culturais, políticas e econômicas. Quaisquer caminhos estabelecidos para as nações devem, antes de considerar o direito individual, priorizar o bem comum a fim de oferecer condições satisfatórias para toda a população, assim evitando-se o risco de privilegiar uma pequena camada social em detrimento de uma população imensa com seus direitos básicos limitados. “O bem comum não consiste na simples soma dos bens particulares de cada sujeito do corpo social. Sendo de todos e de cada um, é e permanece comum, porque indivisível e porque somente juntos é possível alcançá-lo, aumentá-lo e conservá-lo, também em vista do futuro” (DSI 164). Participação e Subsidiariedade A sociedade é formada por todos os indivíduos nela inseridos, independentemente de sua condição financeira, orientação sexual, ideologia ou modo de vida. Desse modo, é fundamental oferecer o direito à participação integral de cada sujeito, não somente nos deveres civis e legais, mas, também, nos bens produzidos pela comunidade humana, sejam de ordem material, moral ou cultural. A participação dos sujeitos “não pode ser delimitada ou reduzida a alguns conteúdos particulares da vida social, dada a sua impor-
tância para o crescimento, humano antes de tudo, em âmbitos como o mundo do trabalho e as atividades econômicas nas suas dinâmicas internas, a informação e a cultura e, em grau máximo, a vida social e política até aos níveis mais altos, como são aqueles dos quais depende a colaboração de todos os povos para a edificação de uma comunidade internacional solidária” (DSI 189). Com o objetivo de promover a integração plena de todos no tecido social, a Igreja destaca a subsidiariedade como via da conscientização dos direitos básicos de cada pessoa, assim como a promoção da dignidade humana com iniciativas transformadoras e igualitárias. Daí se compreende o investimento sistemático de recursos provindos das comunidades em campanhas e ações direcionadas por temas e realidades diversos. “É impossível promover a dignidade da pessoa sem que se cuide da família, dos grupos, das associações, das realidades territoriais locais, em outras palavras, daquelas expressões agregativas de tipo econômico, social, cultural, desportivo, recreativo, profissional, político, às quais as pessoas dão vida espontaneamente e que lhes tornam possível um efetivo crescimento social” (DSI 185). Valores Fundamentais e Solidariedade “Em todo o mundo, desigualdades muito fortes entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento, alimentadas também por diversas formas de exploração, de opressão e de corrupção, que influem negativamente na vida interna e internacional de muitos Estados” (DSI 192). O princípio da solidariedade expõe a relevância de se acompanhar com uma visão ética as situações humanas que podem gerar injustiça e a degradação do ser humano. A Doutrina
Social da Igreja busca manter conscientemente a fraternidade entre indivíduos, classes e nações. Atualmente, um recurso pode contribuir decisivamente para o controle social em vista da garantia dos direitos humanos. “A rapidíssima multiplicação das vias e dos meios de comunicação «em tempo real», como são os telemáticos, os extraordinários progressos da informática, o crescente volume dos intercâmbios comerciais e das informações estão a testemunhar que, pela primeira vez desde o início da história da humanidade, ao menos tecnicamente, é já possível estabelecer relações também entre pessoas muito distantes umas das outras ou desconhecidos” (DSI 192). A Igreja defende como valores intrínsecos à humanidade a Verdade, a Justiça e a Liberdade. Assim, toda a ação social das comunidades cristãs se estabelece com a meta de preservar esses pilares sociais que garantem critérios universais válidos para que não se estabeleça uma barbárie. Conservar a prática de uma ética universal que responda aos anseios mais profundos da vida e das atividades humanas “constitui a via segura e necessária para alcançar um aperfeiçoamento pessoal e uma convivência social mais humana; eles constituem a referência imprescindível para os responsáveis pela coisa pública” (DSI 197) Ao refletir sobre temas estruturais da sociedade brasileira, a Campanha da Fraternidade investe em projetos de grande incidência social com a partilha cristã de recursos a uma ampla rede de pessoas de boa vontade dispostas a transformar o mundo em que vivem por consciência de sua corresponsabilidade com o mundo, com a humanidade e com o Criador.
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
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notícias PUC Minas promove Festival de Música Cristã, em Poços
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Com imagens e informações da Coordenação de Pastoral – PUC Minas
Pastoral Universitária da PUC Minas, campus de Poços de Caldas, promoveu, no mês de maio, a primeira edição do Festival de Música Cristã. A organização foi realizada pela coordenação de pastoral da universidade, liderada por Rosinei Costa Papi Dei Agnoli. Segundo a organização do evento, o objetivo do festival é semear a cultura do encontro e da fraternidade, da alegria e da
paz, e valorizar aqueles que se dedicam à música, a compor, a cantar e a tocar a alma e o coração das pessoas. Três padres da Diocese de Guaxupé se apresentaram no festival: Luciano Campos Cabral, de Botelhos, Rodrigo Papi, de São Sebastião do Paraíso, e Rovilson Ângelo da Silva, de Machado. Leigos e comunidades de vida da diocese também se apresentaram no evento, que tinha caráter ecumênico.
Comunidades de Vida participam de formação continuada
Com informações e imagens de padre Glauco Siqueira e Comunidade Mariana Resgate
E Assembleia Regional reúne bispos e coordenadores de pastoral Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação CNBB - Padre Henrique Neveston
ntre os dias 24 e 27 de maio, aconteceu 2º Módulo da Escola de Formação para novas comunidades. O encontro aconteceu na Vila Betânia, em Machado, e reuniu cerca de 50 participantes de comunidades de vida da Diocese de Guaxupé e de dioceses vizinhas. O encontro teve como temática os Conselhos Evangélicos e teve a assessoria de membros da Comunidade de Vida Oásis, de
SAV promove Encontro Vocacional em Guaxupé
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Texto: Douglas Ribeiro | Fotos: Gustavo Henrique
ntre os dias 8 e 10 de junho aconteceu, no Seminário Diocesano São José, em Guaxupé, o primeiro Encontro Vocacional do ano. O tema principal foi Fortalezas e fragilidades do jovem no caminho vocacional, com base na nova Ratio Fundamentalis, documento da Congregação para o Clero que trabalha o dom da vocação presbiteral. Com a participação de 40 jovens, de 14 a 27 anos, o encontro foi enriquecido com palestras, momentos de partilha, Vigília Eucarística, orações e com a Eucaristia, centro da vida do Seminário.
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ntre os dias 4 e 7 de junho, foi realizado em Caeté (MG), a assembleia anual do Conselho Episcopal de Pastoral do Regional Leste 2. Em conjunto com esse encontro também se realiza o encontro regional dos coordenadores de Pastoral. O encontro aconteceu na Casa de Retiro Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro, de propriedade do Instituto São Luís da Congregação das Irmãs Auxiliadoras de Nossa Senhora da Piedade. Dentre os palestrantes da assembleia estiveram Dom Vicente de Paula Ferreira, bispo auxiliar de Belo Horizonte, e José Antônio, que discorreram, respectivamente, sobre o
tema: Igreja em saída em ano de eleições e Quais as crises do sistema eleitoral? A ficha limpa não funciona? Vícios de nosso sistema eleitoral. Também, os participantes acompanharam uma reflexão sobre a liturgia tendo como cenário as Igrejas Particulares do Regional Leste 2. O encontro foi encerrado no Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, situado no coração de Minas Gerais. Segundo informações do seu site oficial, desde 13 de maio de 2010, o santuário está vinculado espiritualmente à Basílica de Santa Maria Maior em Roma.
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Caxias do Sul (RS), Gislaine Benedetti e Cristina Barbosa. Nesse módulo foram abordados a vida consagrada e os conselhos evangélicos através de formações, partilhas, filmes e orações conduzidas, o que levou cada membro de comunidade a uma experiência linda com o chamado que Deus fez a cada um dentro do seu carisma específico.
O bispo, dom José Lanza Neto, presidiu a Santa Missa no sábado de manhã. Aproveitou a oportunidade para conhecer os vocacionados e, num momento fraterno, conversou sobre o surgimento da vocação com alguns. Para o vocacionado Jean Gabriel, da Paróquia São Joaquim em Alterosa, “o encontro foi propício para discernir a vocação, conhecer outros jovens que também se sentem chamados a ser padre e para meditar a Palavra de Deus”.
Comunidade Mariana Resgate lança CD com músicas litúrgicas Com informações/imagem: Comunidade Mariana Resgate
“O canto e a música desempenham a sua função de sinais, dum modo tanto mais significativo, quanto mais intimamente estiverem unidos à ação litúrgica.” (CIC 1157)
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nspirada nesse ensinamento do catecismo católico, a Comunidade de Vida e Aliança Mariana Resgate, de Alfenas, lança o CD Celebrai, com propostas de canções para celebrações litúrgicas. “A música na liturgia tem a função de levar os fiéis a rezarem de forma única, criar um ambiente de alegria, partilha e oração. Sendo um instrumento para que o louvor
da assembleia unida suba a Deus como um incenso agradável”, esclarece a fundadora da comunidade, Danusa da Silva. A Comunidade Mariana Resgate, que já desenvolve um projeto de música com o ministério Mariano Resgate, busca contribuir com o enriquecimento da liturgia, fonte e cume da espiritualidade cristã.
Catequese e Liturgia: formação reúne 200 catequistas em Guaxupé Com informações de Edon Fonseca, coordenador diocesano de Catequese Imagem: José Eduardo da Silva
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o dia 17 de junho, mais de 200 catequistas de todos os setores da diocese participaram do Encontro Diocesano de Coordenadores Paroquiais de Catequese, na Cúria Diocesana, em Guaxupé. A assessoria foi do padre Vanildo de Paiva, catequéta, autor de livros na área de catequética e membro do clero da Arquidiocese de Pouso Alegre. As obras principais do autor são Catequese e Liturgia e O Processo de Formação da Identidade Cristã. O tema abordado no encontro foi Catequese e Liturgia. O assessor desenvolveu a primeira colocação sobre Catequese e Li-
Seminário Diocesano Santo Antônio celebra festa de seu padroeiro Texto: Gabriel Ribeiro, seminarista filosofia / Imagem: Pascom Seminário
turgia e sua necessária interação. A segunda conferência abordou a Educação para a ritualidade – O simbólico na catequese e na liturgia. A última fala versou sobre como celebrar na catequese, apresentando pistas para uma catequese celebrativa. No encerramento do encontro, foi realizada uma celebração de louvor à Palavra de Deus. Para a participante Ana Rosa Prado, de Paraguaçu, o encontro foi muito positivo por apresentar novas perspectivas, “Foi muito importante para nosso crescimento na fé e prática da catequese, fazendo essa união com a liturgia”.
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Seminário Diocesano Santo Antônio em Pouso Alegre, onde residem os seminaristas das etapas da filosofia e teologia, celebrou, no dia 13 de junho, a festa de seu padroeiro. A Celebração Eucarística foi presidida pelo vigário geral da diocese de Guaxupé, Padre Maia, e contou com a participação do clero da Diocese de Guaxupé. Em sua reflexão, Padre Maia falou da vida de Santo Antônio e deu conselhos para os seminaristas sobre como cultivar a vocação sacerdotal. Para a realização das festividades, a comunidade filosófica e teológica promoveu dois dias preparatórios. No primeiro dia, a celebração foi presidida
pelo Padre Robson Inácio, com a presença dos seminaristas da arquidiocese de Pouso Alegre. No segundo dia, a Missa foi presidida pelo Padre José Augusto, com a participação dos seminaristas da Diocese da Campanha. Antônio de Pádua nasceu em Lisboa, Portugal, no final do século XII. Pertenceu à Ordem dos Frades Menores. Sua fama de santidade se espalhou devido aos seus famosos sermões, fruto de sua hábil retórica e vida íntima com Deus. Faleceu em 1231, aos 35 anos. O papa Leão XIII o chamou de “o santo de todo o mundo”, percebendo sua popularidade.
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
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em pauta IDENTIDADE E CLAMORES DA PAN-AMAZÔNIA
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Amazônia é um dos temas debatidos no Vaticano atualmente. No dia 8 de junho, foi apresentado na Sala de Imprensa o Documento Preparatório do Sínodo dos Bispos de 2019. “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral” é o título do Documento, composto por um texto-base, que oferece uma análise da conjuntura atual da Amazônia e aponta percursos e novos caminhos para a Igreja a serviço da vida nesse bioma. O objetivo do material é preparar as comunidades para o Sínodo e ouvi-las, para que essa grande assembleia repercuta, de fato, os clamores que saem das bases, o que é um desejo expresso do Papa Francisco. O texto está dividido em três partes, segundo o método ver, discernir e agir. Ao final do material, estão algumas questões que permitem um diálogo e uma progressiva aproximação da realidade para que as populações da Amazônia sejam ouvidas. Nesta edição apresentamos a primeira parte, o Ver, que apresenta um convite a olhar a identidade e os clamores da Pan-Amazônia. Território, diversidade sociocultural, identidade dos povos indígenas, memória histórica eclesial, justiça e direitos dos povos, espiritualidade e sabedoria, são os pontos apresentados nessa parte do texto. O território A bacia amazônica representa para nosso planeta uma das maiores reservas de biodiversidade (30 a 50% da flora e fauna do mundo), de água doce (20% da água doce não congelada de todo o planeta), e possui mais de um terço das florestas primárias do planeta. Também a captação do carbono pela Amazônia é significativa, embora os oceanos sejam os maiores captadores de carbono. São mais de sete milhões e meio de quilômetros quadrados, com nove países que fazem parte deste grande bioma que é a Amazônia (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela, incluindo a Guiana Francesa como território ultramar). A denominada “Ilha Guiana”, delimitada pelos rios Orinoco e Negro, pelo Amazonas e pelas costas Atlânticas da América do Sul, entre as desembocaduras do Orinoco e do Amazonas, faz também parte deste território. Outros espaços compõem igualmente o território porque se encontram, por causa de sua proximidade, sob a influência climática e geográfica da Amazônia. Sem dúvida, esses dados não representam uma região homogênea. Observamos que a Amazônia abriga muitos tipos de “Amazônia”. Nesse contexto, é a água, através de suas cachoeiras, rios e lagos, que representa o elemento articulador e integrador, tendo como eixo principal o Amazonas, o rio mãe e pai de todos. Num território tão diverso, pode-se imaginar que os diferentes grupos humanos que o habitam precisavam
adaptar-se às distintas realidades geográficas, ecossistêmicas e políticas. Durante muitos séculos, o trabalho da Igreja Católica na Amazônia procurou dar respostas a esses diferentes contextos humanos e ambientais. Diversidade sociocultural Dadas as proporções geográficas, a Amazônia é uma região na qual vivem e convivem povos e culturas diversas, e com modos de vida diferentes. A ocupação demográfica da Amazônia antecede o processo colonizador por milênios. Por uma questão de sobrevivência que incluía as atividades de caça, pesca e o cultivo na várzea, até a colonização, o predomínio demográfico na Amazônia concentrava-se às margens dos grandes rios e lagos. Com a colonização, e com a escravidão indígena, muitos povos abandonaram esses sítios e se refugiaram no interior da selva. Desta maneira, teve início durante a primeira fase da colonização um processo de substituição populacional, com uma nova concentração demográfica às margens dos rios e lagos. Além das circunstâncias históricas, os povos das águas, neste caso, da Amazônia, sempre tiveram em comum a relação de interdependência com os recursos hídricos. Por isso, os camponeses da Amazônia e suas famílias utilizam as várzeas, em sintonia com o movimento cíclico de seus rios – inundação, refluxo e período de seca –, numa relação de respeito por entenderem que “a vida dirige o rio” e “o rio dirige a vida”. Ademais, os povos da selva, recolhedores e caçadores por excelência, sobrevivem com aquilo que a terra e a floresta lhes oferecem. Esses povos vigiam os rios e cuidam da terra, da mesma maneira que a terra cuida deles. São os protetores da selva e de seus recursos. Sem embargo, hoje, a riqueza da selva e dos rios da Amazônia está ameaçada pelos grandes interesses econômicos que se alastram sobre diferentes regiões do território. Tais interesses provocam, entre outras coisas, a intensificação do desmatamento indiscriminado na selva, a contaminação dos rios, lagos e afluentes (por causa do uso indiscriminado de agrotóxicos, derrame de petróleo, mineração legal e ilegal, e dos derivados da produção de drogas). A tudo isso, soma-se o narcotráfico, pondo em risco a sobrevivência dos povos que, nesses territórios, dependem de recursos animais e vegetais. Por outro lado, as cidades da Amazônia cresceram muito rapidamente, e integraram muitos migrantes, forçosamente deslocados de suas terras, empurrados até as periferias dos grandes centros urbanos que avançam selva adentro. Em sua maioria são povos indígenas, ribeirinhos e afrodescendentes expulsos pela mineração ilegal e legal ou pela indústria de extração petroleira; são encurralados pela expansão da exploração da
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madeira e representam os mais flagelados pelos conflitos agrários e socioambientais. As cidades também se caracterizam pelas desigualdades sociais. A pobreza produzida ao largo da história gerou relações de subordinação, de violência política e institucional, aumento do consumo de álcool e drogas – tanto nas cidades como nas comunidades –, e representa uma ferida profunda nos corpos dos povos amazônicos. Os movimentos migratórios mais recentes na região amazônica estão caracterizados sobretudo pela mobilização de indígenas de seus territórios originários para as cidades. Atualmente, entre 70% e 80% da população da Pan-Amazônia vive nas cidades. Muitos indígenas estão sem documentos ou irregulares; são refugiados, ribeirinhos, ou pertencem a outros grupos de pessoas vulneráveis. Em consequência desse fluxo migratório, cresce em toda a Amazônia uma atitude de xenofobia e de criminalização dos migrantes e deslocados. Tudo isso dá lugar à exploração dos povos da Amazônia, vítimas de mudança de valores decorrentes da economia mundial, na qual prevalece o valor lucrativo sobre a dignidade humana. Um exemplo disso é o crescimento dramático do tráfico de pessoas, especialmente o de mulheres, para fins de exploração sexual e comercial. Elas perdem seu protagonismo nos processos de transformação social, econômica, cultural, ecológica, religiosa e política em suas comunidades. Em resumo, o crescimento desmedido das atividades agropecuárias, extrativistas e madeireiras da Amazônia, não só danificou a riqueza ecológica da região, de suas florestas e de suas águas, mas também empobreceu sua riqueza social e cultural, forçando um desenvolvimento urbano não “integral” nem “inclusivo” da bacia Amazônica. Como resposta a essa situação, nota-se um crescimento das capacidades de organização e um avanço da sociedade civil, com atenção particular às problemáticas ambientais. No campo das relações sociais, apesar de limitações, a Igreja Católica desenvolveu em geral um trabalho significativo, fortalecendo seus próprios caminhos a partir de sua presença encarnada e de sua criatividade pastoral e social. Identidade dos povos indígenas Nos nove países que compõem a Pan-Amazônia, registra-se uma presença aproximada de três milhões indígenas, constituída por cerca de 390 povos e nacionalidades diferentes. Vivem nesse território também, segundo dados de instituições especializadas da Igreja (por exemplo, o Conselho Indigenista Missionário do Brasil/CIMI) e outras, entre 110 e 130 “povos livres”, ou “Povos Indígenas em Situação de Isolamento Voluntário”. Além disso, nos últimos tempos, surge uma nova situação, constituída pelos indígenas que vivem no tecido urbano; alguns reconhecidos como tais, e outros, que
desaparecem nesse contexto e, por isso, são chamados “invisíveis”. Cada um desses povos representa uma identidade cultural particular, uma riqueza histórica específica e um modo próprio de ver o mundo, e de relacionar-se com este, a partir de sua cosmovisão e territorialidade específica. Além das ameaças que emergem do interior de suas próprias culturas, os povos indígenas viveram desde os primeiros contatos com os colonizadores fortes ameaças externas (cf. LS 143, DAp 90). Para enfrentá-las, os povos indígenas e comunidades amazônicas se organizaram e se organizam, lutam em defesa de suas vidas e culturas, seus territórios e direitos, da vida do universo e de toda a criação. Os mais vulneráveis são, sem dúvida, os “Povos Indígenas em Situação de Isolamento Voluntário”, que não têm instrumentos de diálogo e negociação com os atores externos que invadem seus territórios. Alguns “não indígenas” têm dificuldade de compreender a alteridade indígena e, muitas vezes, não respeitam a diferença do outro. Diz o Documento de Aparecida sobre a falta de respeito aos indígenas e afro-americanos: «A sociedade tende a menosprezá-los, desconhecendo o porquê de suas diferenças. Sua situação social está marcada pela exclusão e a pobreza » (DAp 89). No entanto, segundo a afirmação do Papa Francisco em Puerto Maldonado: «A sua visão do mundo, a sua sabedoria, têm muito
Fonte: Documento Preparatório – Sínodo dos Bispos 2019
identidade e contrasta com uma visão mercantilista dos bens da criação (cf. LS 38). Em muitos desses contextos, a Igreja Católica está presente através de missionários e missionárias comprometidos com as causas dos povos indígenas e amazônicos.
para ensinar a nós que não pertencemos à sua cultura. Todos os esforços que fizermos para melhorar a vida dos povos amazônicos serão sempre poucos» (Fr.PM). Nos últimos anos, os povos indígenas começaram a escrever sua própria história e a descrever de maneira mais formal suas próprias culturas, costumes, tradições e saberes. Escreveram sobre o ensino que receberam da parte de seus antepassados, pais e avós, que são memórias pessoais e coletivas. Hoje, o ser indígena não se deduz somente da pertença étnica. Esse ser se refere também à capacidade de manter a identidade sem se isolar das sociedades que o rodeiam e com as quais interage. Face a esse processo de interação, surgem organizações indígenas que buscam o fortalecimento da história de seus povos, para orientar a luta pela autonomia e autodeterminação: «é justo reconhecer a existência de esperançosas iniciativas que surgem das vossas próprias bases e organizações, procurando fazer com que os próprios povos originários e as comunidades sejam os guardiões das florestas e que os recursos produzidos pela sua conservação revertam em benefício das vossas famílias, na melhoria das vossas condições de vida, da saúde e da instrução das vossas comunidades» (Fr. PM). Por conseguinte, nenhuma iniciativa pode ignorar que a relação de pertença e participação que os habitantes amazônicos estabelecem com a criação faz parte de sua
Memória histórica eclesial O início da memória histórica da presença da Igreja na Amazônia situa-se no cenário da ocupação colonial da Espanha e de Portugal. A incorporação do imenso território amazônico na sociedade colonial, com sua posterior apropriação por parte dos Estados nacionais, transcorreu num longo processo, de mais de quatro séculos. Até o início do século XX, as vozes em defesa dos povos indígenas eram frágeis, embora não ausentes (cf. Pio X, Carta Encíclica Lacrimabili Statu 7.6.1912). Com o Concílio Vaticano II, essas vozes se fortaleceram. Para estimular “o processo de mudança através dos valores evangélicos”, a II Conferência do Episcopado Latino-Americano, realizada em Medellín (1968), em sua Mensagem aos Povos da América Latina, lembrou que «apesar de suas limitações », a Igreja «viveu com nossos povos o problema da colonização, libertação e organização». E a III Conferência do Episcopado Latino-Americano, realizada em Puebla (1979), nos lembrou que a ocupação e colonização do território de Ameríndia foi «um agigantado processo de dominações», cheio de «contradições e dilacerações» (DP 6). E, mais tarde, a IV Conferência de Santo Domingo (1992) nos advertiu sobre «um dos episódios mais tristes da história latino-americana e caribenha», que «foi o translado forçado, como escravos, de um enorme número de africanos». São João Paulo II chamou este deslocamento de um «holocausto desconhecido do qual participaram batizados que não viveram a sua fé» (DSD 20; cf. João Paulo II, Discurso à comunidade católica da Ilha de Gorée, Senegal, 22.02.1992, n.3; Mensagem aos Afro-americanos, Santo Domingo, 13.10.1992, n.2). Por essa «ofensa escandalosa para a história da humanidade» (DSD 20), o Papa e os delegados em Santo Domingo pediram perdão. Lamentavelmente, ainda hoje existem restos do projeto colonizador que criou manifestações de inferiorização e demonização das culturas indígenas. Tais resquícios debilitam as estruturas sociais indígenas e permitem o desprezo de seus saberes intelectuais e de seus meios de expressão. O que assusta é que até hoje, 500 anos depois da conquista e depois de mais ou menos 400 anos de missão e evangelização organizada, e depois de 200 anos da independência dos países que configuram a Pan-Amazônia, processos semelhantes continuam-se alastrando sobre o território e seus habitantes, hoje vítimas de um novo colonialismo feroz com máscara de progresso. Com razão, o Papa Francisco afirmou em Puerto Maldonado: «Provavelmente, nunca os povos originários amazônicos estiveram tão ameaçados nos seus territórios com o estão agora». Hoje, por causa da ofensa escandalosa des-
ses novos colonialismos, «a Amazônia é uma terra disputada em várias frentes» (Fr.PM). Em sua história missionária, a Amazônia tem sido lugar de testemunho concreto de estar na cruz, inclusive, muitas vezes, lugar de martírio. A Igreja também aprendeu que, nesse território, habitado por mais de dez mil anos por uma grande diversidade de povos, suas culturas se construíram em harmonia com o meio ambiente. As culturas pré-colombianas ofereceram ao cristianismo ibérico que acompanhava os conquistadores múltiplas pontes e conexões possíveis «como a abertura à ação de Deus, o sentido da gratidão pelos frutos da terra, o caráter sagrado da vida humana e a valorização da família, o sentido de solidariedade e a corresponsabilidade no trabalho comum, a importância do culto, a crença em uma vida ultraterrena e tantos outros valores» (DSD 17). Justiça e direitos dos povos Em sua visita a Puerto Maldonado, o Papa Francisco pediu que se transforme o paradigma histórico em que os Estados veem a Amazônia como despensa de recursos naturais, “sem ter em conta os seus habitantes” (Fr.PM) e sem se preocupar com a destruição da natureza. As relações harmoniosas entre o Deus Criador, os seres humanos e a natureza estão quebradas por causa dos efeitos nocivos do neoextrativismo e por pressão dos grandes interesses econômicos que exploram o petróleo, o gás, a madeira, o ouro, e pela construção de obras de infraestrutura (por exemplo: megaprojetos hidrelétricos, eixos viários, como rodoviárias interoceânicas) e pelas monoculturas agroindustriais (cf. Fr.PM). A cultura dominante de consumo e de descarte converte o planeta num lixão. O Papa denuncia esse modelo de desenvolvimento anônimo, asfixiante, sem mãe, com sua obsessão pelo consumo e seus ídolos de dinheiro e poder. Impõem-se novos colonialismos ideológicos disfarçados pelo mito do progresso que destroem as identidades culturais próprias. Francisco apela à defesa das culturas e à apropriação de sua herança, que é portadora da sabedoria ancestral. Essa herança propõe uma relação harmoniosa entre a natureza e o Criador e expressa com clareza que «a defesa da terra não tem outra finalidade senão a defesa da vida» (Fr.PM). A terra deve conservar-se terra santa: «Esta não é uma terra órfã! Tem Mãe!» (Fr.EP). Por outra parte, a ameaça contra os territórios amazônicos «também vem da perversão de certas políticas que promovem a `conservação´ da natureza sem ter em conta o ser humano, nomeadamente vós, irmãos amazônicos que a habitais» (Fr.PM). A orientação do Papa Francisco é cristalina: «Acho que o problema essencial é como reconciliar o direito ao desenvolvimento, inclusive o social e cultural, com a proteção das características próprias dos indígenas e dos seus territórios. [...] Nesse sentido, deveria prevalecer sempre o direito ao consenso prévio e informado» (Fr.FPI).
Paralelamente, os povos indígenas, campesinos e outros setores populares em nível regional na Amazônia e em nível nacional em cada país, organizaram processos políticos em torno de agendas baseadas em seus direitos humanos. A situação do direito ao território dos povos indígenas na Pan-Amazônia gira em torno de um problema constante, que é a falta de regularização de terras e do reconhecimento de sua propriedade ancestral e coletiva. Em consequência disso, não existe no território em questão uma interpretação integralmente articulada com a dimensão da cultura e cosmovisão de cada povo ou comunidade indígena. Proteger os povos indígenas e seus territórios é uma exigência ética fundamental e um compromisso básico dos direitos humanos. Para a Igreja, esse compromisso é um imperativo moral coerente com o enfoque da “ecologia integral” de Laudato si’(cf. LS, cap. IV). Espiritualidade e sabedoria Para os povos indígenas da Amazônia, o bem viver existe quando estão em comunhão com as outras pessoas, com o mundo, com os seres de seu entorno e com o Criador. Os povos indígenas, realmente, vivem no interior da casa que Deus mesmo criou e lhes deu como presente: a Terra. Suas diversas espiritualidades e crenças os motivam a viver uma comunhão com a terra, a água, as árvores, os animais, com o dia e a noite. Os anciãos sábios, segundo as diferentes culturas chamados pajé, curandeiro, mestre, wayanga ou xamã – entre outros – promovem a harmonia das pessoas entre si e com o cosmo. Todos eles são «memória viva da missão que Deus nos confiou a todos: cuidar da Casa Comum» (Fr.PM). Os indígenas amazônicos cristãos entendem a proposta do bem viver como vida plena no horizonte da colaboração na criação do Reino de Deus. Esse bem viver será alcançado somente quando se realizar o projeto comunitário em defesa da vida, do mundo e de todos os seres vivos. «Mas somos chamados a tornar-nos os instrumentos de Deus Pai para que o nosso planeta seja o que Ele sonhou ao criá-lo e corresponda ao seu projeto de paz, beleza e plenitude» (LS 53). Esse sonho começa a ser construído dentro da família, que é a primeira comunidade da nossa existência: «A família é e sempre foi a instituição social que mais contribuiu para manter vivas as nossas culturas. Em períodos de crises passadas, face aos diferentes imperialismos, a família dos povos indígenas foi a melhor defesa da vida» (Fr.PM). No entanto, é necessário reconhecer que na região amazônica existe uma grande diversidade cultural e religiosa. Se por um lado, em sua maioria, promovem o bem viver como um projeto de harmonia entre Deus, os povos e a natureza, por outro lado existem também algumas seitas que, motivadas por interesses alheios ao território e a seus habitantes, nem sempre favorecem uma ecologia integral.
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
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bíblia
Por padre Francisco Albertin Ferreira, mestre em Ciências da Religião com especialização em Sagrada Escritura
O CAMINHO: O ITINERÁRIO DOS DISCÍPULOS NO EVANGELHO DE MARCOS
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Evangelho de Marcos (68-70) passa o tempo todo falando do caminho percorrido por Jesus desde a Galileia até Jerusalém; ele mostra que, para ser discípulo e discípula, é necessário seguir o mesmo caminho de Jesus. Fica evidente que os primeiros discípulos de Jesus (1,16-20) são chamados ao seguimento na Galileia e, depois
de ressuscitado, as mulheres recebem esta ordem: “Agora vocês devem ir e dizer aos discípulos dele e a Pedro que ele vai a Galileia na frente de vocês. Lá vocês o verão, conforme ele mesmo disse” (16,7). Os discípulos (menos Judas Iscariotes) que estavam em Jerusalém são convocados a voltar para a Galileia e a fazer o mesmo caminho de Jesus. Claro que não é um caminho no sentido geográfico mas, sim, um caminho teológico. Tudo no evangelho de Marcos acontece ao longo do caminho. • Marcos 1,1-13 é uma apresentação de Jesus, da mesma forma que 16,9-20 é como se fosse uma conclusão. • 1,14—8,26 – Jesus caminha ensinando
o povo da Galileia e região, bem como os povos pagãos do outro lado do mar, juntamente com seus discípulos, vários ensinamentos, vários milagres, parábolas e ação concreta em defesa da vida. • 8,27—10,52 – Jesus mostra qual é o caminho do verdadeiro discipulado, onde estavam como que cegos e, depois de curados pela fé, purificados pelo batismo e renovados pela nova criação. Como o cego Bartimeu, são convidados “a ver de novo e seguir Jesus pelo caminho” (10,52); • 11—15,47 – E que caminho? O caminho para Jerusalém, ou seja, o caminho da cruz, da doação sem reserva da própria vida até as últimas consequências como fez Jesus. • 16,1-8 – Mostra o novo caminho com Jesus Ressuscitado, que se reinicia na Galileia: é o caminho teológico. Em poucas palavras: seguir o mesmo caminho de Jesus e viver como ele viveu. O Evangelho de Marcos mostra que os discípulos são bem humanos, com fraquezas, cegos, querendo poder, ser maior do que os outros. Jesus repreende Pedro: “Fique longe de mim, Satanás! Você não pensa as coisas de Deus, mas as coisas dos homens” (8,33). Os discípulos discutem pelo caminho qual deles é o maior e Jesus diz: “Se alguém quer ser o primeiro, deverá ser
para se aprofundar
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GESTÃO PAROQUIAL PARA UMA IGREJA EM SAÍDA
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livro escrito por dom Edson Oriolo, bispo auxiliar da arquidiocese de Belo Horizonte, trata da gestão paroquial como meio que pode ajudar a comunidade paroquial a viver melhor a proposta do evangelho. Segundo o autor, muito se fala sobre gestão, seja ela econômica, social, familiar, gestão da saúde, entre outras. Para ele, as pessoas procuram atingir uma excelência em suas atividades diárias, com isso, tudo o que é feito para sair da realidade, a fim de alcançar uma excelência, pode ser chamado de gestão. Como por exemplo: planejamentos, orçamentos e gestão de conflitos. Com esse pensamento e inspirado nas exortações apostólicas Evangelii Nuntiandi do Papa Paulo VI e Evangelli Gaudium do
Papa Francisco, ambos sobre o anúncio do evangelho no mundo contemporâneo, dom Oriolo apresenta, no livro, pistas de gestão paroquial, com o objetivo de incentivar uma evangelização alicerçada no amor por Jesus Cristo e pela valorização do povo de Deus. Os capítulos introdutórios que seguem do um ao sexto discorrem sobre a passagem da chamada pastoral de manutenção para uma pastoral missionária. A leitura traz indicações sobre a finalidade da paróquia num contexto urbano, ressaltando a questão da “gestão” no dinamismo da evangelização. Outro tema em destaque é a figura do sacerdote como gestor por excelência. O autor, com base em suas experiências, aponta caminhos para os sacerdotes administrarem bem suas paró-
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o último, e ser aquele que serve a todos” (9,35). Querem poder, lugar de honra e, para decepção total deles, Jesus afirma: “Porque o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos” (10,45). Tanto naquela época quanto nos dias de hoje percorremos vários caminhos, dentre eles: do poder, do querer ser mais do que os outros, da violência, riquezas e glórias... Todavia, Jesus nos mostra que só Ele é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). Os primeiros cristãos foram definidos como seguidores do Caminho (At 9,2). Não é fácil seguir o itinerário de Jesus traçado no Evangelho de Marcos, é muito exigente e requer renúncias, bem como assumir a cruz e doar a própria vida. Muitos dos discípulos e discípulas de Jesus ainda estão preocupados com o Templo e Jesus mostrou neste Evangelho que o caminho se faz pelo deserto, um caminho de conversão, sacrifícios e de uma vida nova, tanto que as primeiras palavras de Jesus neste Evangelho são: O tempo já se cumpriu e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia” (1,15). Qual caminho queremos seguir? A vida e o mundo nos oferecem várias opções. Jesus nos ensina a assumir nossa cruz, a doar nossa vida e a amar verdadeiramente como ele nos amou. Ainda hoje uma voz grita no deserto: “Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas!” (1,3).
quias. Oriolo afirma que a gestão deve estar alicerçada, sobretudo, na força do Espírito Santo. O sétimo capítulo discute a gestão de conflitos no ambiente paroquial. Dom Oriolo lembra que uma paróquia saudável é aquela que aprende a lidar com os conflitos. No oitavo capítulo, o volume apresenta o tema da gestão de pesquisa. Por fim, o último capítulo apresenta, além de treinamentos e estratégias para as equipes da pastoral do dízimo, uma reflexão acerca da compreensão do dízimo como pastoral e não somente como um meio de arrecadação de dinheiro. A obra é indicada não apenas para os sacerdotes, mas também para os conselhos: paroquiais, pastorais, administrativos e para todos os fiéis.
vida cristã
Por Luciano Nascimento, estagiário pastoral
CONTRIBUIÇÕES DA AMORIS LAETITIA PARA A REFLEXÃO FAMILIAR
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abe-se da dificuldade de conciliar, na maioria das vezes, doutrina e práxis. Sobre o tema famílias, as distintas ciências estão apresentando notáveis considerações que acabam por distanciar ainda mais as duas realidades. Frente a esta situação, a Igreja, após um profundo percurso de reflexão sinodal, oferece a seus membros a Exortação Apostólica Amoris Laetitia. A partir dela pode-se compreender como está o caminho da Igreja para contribuir com as famílias sem perder sua missão de anunciar a verdade sobre a família. Nota-se que o caminho mais seguro está no anúncio da alegria do amor, que pode ser encontrado na família e é a fonte de encontro pessoal com Deus e a salvação. A exortação foi publicada no dia 19 de março de 2016, quarto ano do pontificado do papa Francisco. O texto possui nove capítulos marcados por um acontecimento linguístico que não pode ser negligenciado: linguagem materna, familiar, próxima, coloquial, doméstica. Vale ressaltar que este marco linguístico não desqualifica o texto. Embora fosse um texto muito esperado, sua recepção causou estranhamento e dificuldades de compreensão em alguns pontos específicos. Frente a esta situação, além do método de leitura indicado pelo próprio papa, faz se necessário ressaltar que: 1. Todo documento oficial da Igreja tem como objetivo favorecer o crescimento espiritual de seus membros; 2. A Exortação não foi produzida somente para um grupo especifico de
pessoas, pelo contrário, é para a Igreja universal; 3. Ela é fruto de um percurso sinodal que foi respeitado pelo papa Francisco. Com estas pistas de leituras, consegue-se extrair deste documento preciosas contribuições para nossa reflexão familiar. Dentre elas, uma perspectiva de leitura à luz de um redescobrimento da pessoa para o amor. Pois a alegria que nasce da experiência de um amor verdadeiro é o maior contributo que o documento pode oferecer. A Recepção da Exortação e sua Aplicação Pastoral Uma das clarezas sobre a realização do Sínodo era o olhar da Igreja para a realidade matrimonial e familiar com o objetivo de aproximar a fé e a práxis, o que gerou grandes expectativas nos âmbitos eclesiais e extra eclesiais. Com a divulgação do documento final, redigido pelo papa, iniciaram-se profundas e acirradas reflexões sobre as interpretações sobre o texto. Mesmo não sendo o centro, o capítulo oitavo foi o que mais despertou atenção dos leitores. As imprecisões na escrita e o seu caráter subjetivo fez com que não fosse submetido a uma exegese atenta e analítica. Diante deste fato, surge a indagação: como aplicar pastoralmente o documento? Acreditamos que, para a eficácia pastoral da exortação, faz-se necessário compreender as ações do papa Francisco. Elas são uma reforma ecle-
iniciação à vida cristã
sial ou um modo de se fazer pastoral? Logo depois, aprofundar os três verbos (acompanhar, discernir e integrar) e seus significados em uma ação pastoral. E, por fim, refletir a compreensão do papa no que tange à moral, que seguramente não se trata de uma moral casuística. Pelos seus pronunciamentos, logo no início de seu pontificado, juntamente com outros gestos, percebe-se que o papa “assimilou o que há de melhor na teologia moral e nos ensinamentos da Igreja, mas esboçou uma concepção ainda mais rica, reforçando o que se poderia chamar de ‘Moral de Jesus Cristo’” (SILVA apud MOSER, 2014 p.46-47). No que consiste essa Moral de Jesus Cristo?
Trata-se de um resgate da pessoa. Cristo, nos Evangelhos, devolve as pessoas a si mesmas. Segundo o cardeal italiano Coccopalmerio (2017), o papa afirma uma própria hermenêutica da pessoa: O da não exclusão, pois toda pessoa, independente da situação em que se encontra, possui valor em si. Esse percurso nos levará a uma atitude pastoral que o desejo maior não seja o de reformular, inovar ou disputar questões ideológicas, mas, sim, devolver às pessoas a sua dignidade, que refletirá diretamente na família. Concluindo que a vivência do amor, propagado pela família e exaltado pela exortação, poderá contribuir qualitativamente para a aproximação doutrina e práxis.
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APROFUNDAMENTO DA FÉ: TEMPO DE CULTIVAR
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livro do catequista e o livro das cartas compõem o segundo volume da coleção Viver em Cristo, elaborada pela Província Eclesiástica de Pouso Alegre (MG), formada pelas dioceses de Campanha, Guaxupé e Pouso Alegre. A coleção se destina à catequese com adultos e possui inspiração catecumenal, cujo processo é dividido em três volumes: Tempo de Semear (anúncio da fé); Tempo de Cultivar (Aprofundamento da Fé) e Tempo de Colher e Partilhar os frutos (vivência quaresmal e mistagógica). Neste Tempo se realizará o aprofundamento da fé que coincide com o tempo que costumeiramente chamávamos de catequese
com adultos, pois os conteúdos da mensagem de Jesus e ensinamentos da Igreja são aqui desdobrados e interiorizados. No Tempo de Cultivar, além do livro guia para o processo de formação, o catequista terá em mãos o Livro das Cartas, que serão entregues ao iniciando a cada encontro, assumindo uma dimensão de transmissão de um “testamento” de fé, em nome da Igreja. Daí a importância das assinaturas e da entrega somente à medida que os conteúdos forem sendo aprofundados. O material pode ser adquirido pelo Secretariado de Pastoral da Diocese de Guaxupé (secpastoral@guaxupe.org.br / 35 3551 1013). COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
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direito canônico
Por padre Francisco Clóvis Nery, vigário judicial da Diocese de Guaxupé
ASPECTOS BÍBLICOS E TEOLÓGICOS DO DÍZIMO “Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum: vendiam suas propriedades e bens, e dividiam-nos entre todos, segundo as necessidades de cada um.” (Atos 2,44-45)
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dízimo é paroquial, partilhado na comunidade em que participa. Uma vez que se espera que todos os agentes de pastoral, dos diversos movimentos e ministérios contribuam com o dízimo, o testemunho é o mais importante. Os ministros ordenados, além de serem dizimistas, são também agentes e têm grande responsabilidade. Boa formação dos agentes da pastoral do dízimo e material de boa qualidade. Ter coragem de investir e com ousadia. Muito além de uma lei e seu cumprimento obrigatório, o dízimo se diferencia por provir de uma decisão pessoal, é compromisso moral, sua contribuição é sistemática, estável, assumida de modo permanente. É periódico: mensal - ligado ao salário ou outros tipos de ganho; ou anual ligado a colheitas ou à venda de produtos. A contribuição com o dízimo e sua correspondência pastoral precisam estar baseadas em uma correta compreensão dos fundamentos bíblicos e eclesiais, em suas dimensões e finalidades. Tal perspectiva garante que o dízimo se situe no âmbito da fé cristã e na ação evangelizadora. Ele não pode ser assumido unicamente como forma de captação de recursos para outras pastorais. Esta compreensão não expressa toda riqueza de seu significado. A principal fundamentação do dízimo encontra-se na Sagrada Escritura. Antes de tudo, é preciso recordar que a revelação divina é progressiva e orientada para Cristo. A decisão de contribuir com o dízimo nasce de um coração agradecido por ter encontrado o Deus da vida e experimentado a beleza de sua presença amo-
rosa no dia a dia. Deus é o Senhor de tudo, o proprietário da terra de onde provém o alimento e a fonte de toda bênção (Lv 25,23; Sl 24,1). Dízimo é gratidão: Abrão decide dar a Melquisedec o dízimo de todos os despojos oriundos de sua vitória (Gn 14,17-20); Jacó se dispõe a oferecer o dízimo como resultado de sua experiência com Deus em Betel (Gn 28,18-22). O dízimo é oferecido como reconhecimento e gratidão pela dádiva de Deus que abençoa e acompanha aquele que a Ele se confia. O dízimo deve ser compreendido como preceito: “Todo dízimo do país tirado das sementes da terra e dos frutos das árvores pertence ao Senhor como coisa consagrada” (Lv 27,30). Assim, decorrem alguns elementos significativos: sustento dos serviços litúrgicos (Nm 18,21-32; Dt 12,12; 14,27), ao sacerdote (Nm 18,26), no auxílio
patrimônio espiritual
A VIDA EM COMUNIDADE
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e vier alguém até você e ensinar tudo o que foi dito anteriormente, deve ser acolhido. Mas se aquele que ensina é perverso e ensinar outra doutrina para te destruir, não lhe dê atenção. No entanto, se ele ensina para estabelecer a justiça e conhecimento do Senhor, você deve acolhê-lo como se fosse o Senhor. Já quanto aos apóstolos e profetas, faça conforme o princípio do Evangelho. Todo apóstolo que vem até você deve ser recebido como o próprio Senhor. Ele não deve ficar mais que um dia ou, se necessário, mais outro. Se ficar três dias é um falso profeta. Ao partir, o apóstolo não deve levar nada a não ser o pão necessário para chegar ao lugar onde deve parar. Se pedir dinheiro é um falso profeta. Não ponha à prova nem julgue
um profeta que fala tudo sob inspiração, pois todo pecado será perdoado, mas esse não será perdoado. Nem todo aquele que fala inspirado é profeta, a não ser que viva como o Senhor. É desse modo que você reconhece o falso e o verdadeiro profeta. Todo profeta que, sob inspiração, manda preparar a mesa não deve comer dela. Caso contrário, é um falso profeta. Todo profeta que ensina a verdade mas não pratica o que ensina é um falso profeta. Todo profeta comprovado e verdadeiro, que age pelo mistério terreno da Igreja, mas que não ensina a fazer como ele faz não deverá ser julgado por você; ele será julgado por Deus. Assim fizeram também os antigos profetas. Se alguém disser sob inspiração: “Dê-me dinhei-
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aos necessitados: estrangeiro, órfão e viúva (Dt 14,28-29; 26,12-13) e, numa perspectiva pedagógica: caminho para se aprender e exercitar o temor do Senhor (Dt 14,22-23). O profeta Amós condena o dízimo descompromissado (Am 4,45), e em Malaquias encontramos o preceito do dízimo sob um prisma mais profundo: o da fidelidade à Aliança. Nos Evangelhos, na Comunidade dos discípulos de Jesus, encontramos que “ajudavam com seus bens” (Lc 8,1-3) e tinham uma “bolsa comum” (Jo 13,29). Nas primeiras comunidades cristãs o que cada um possuía era posto a serviço dos outros. Eram perseverantes: em ouvir o ensinamento dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações (cf At. 2,44-47). Por livre decisão: “a partilha não era imposta pelos apóstolos, mas expressão natural do amor a Cristo e aos irmãos” (CNBB Doc.
100 n. 84). Coletas feitas para ajudar os que, na Judeia, sofriam durante a “grande fome” eram modelos de uma prática que se tornou recorrente entre as comunidades cristãs (At 11,29; Rm 15,26-27; 1Cor 16,1-4; 2Cor 8-9; Gl 2,10). Essas coletas são uma das formas que a partilha de bens assumiu e inspiram a dimensão caritativa do dízimo. O apóstolo Paulo ensina que cada fiel deve dar “como dispôs em seu coração” pois “Deus ama a quem dá com alegria” (2Cor 9,7). O cristão é chamado a contribuir pela consciência que tem de ser servo de Cristo (1Cor 7,22) e por saber que ele não pertence a si mesmo (1Cor 6,19). A diferença principal do dízimo no Novo Testamento está na motivação: não é mais por força da lei, mas pela decisão livre de consciência. Este percurso bíblico leva a perceber que a consciência do dízimo parte do reconhecimento a Deus e da gratidão a Ele, é atitude que brota da fé. Em nossos dias, uma mentalidade bastante difundida e que precisamos evitar é propor o dízimo baseando-se na chamada teologia da prosperidade, fundamentada somente em alguns textos do Antigo Testamento que relacionam a obediência a Deus e o dízimo com a multiplicação de bens materiais e com a prosperidade pessoal. Essa interpretação isola os textos bíblicos do seu contexto e do conjunto da Sagrada Escritura. Quando o dízimo é proposto com essa fundamentação, se falsifica o rosto paterno e amoroso de Deus revelado por Jesus Cristo, se distorce a relação com Ele e se priva do dízimo seu autêntico significado. [Continua na próxima edição]
Fonte: Didaqué – A Instrução dos Doze Apóstolos, escrito do século 2 da Era Cristã
ro” ou qualquer outra coisa, não o escutem. Porém, se ele pedir para dar a outros necessitados, então ninguém o julgue. Acolha toda aquele que vier em nome do Senhor. Depois, examine para conhecê-lo, pois você tem discernimento para distinguir a esquerda da direita. Se o hóspede estiver de passagem, dê-lhe ajuda no que puder. Entretanto, ele não deve permanecer com você mais que dois ou três dias, se necessário. Se quiser se estabelecer e tiver uma profissão, então que trabalhe para se sustentar. Porém, se ele não tiver profissão, proceda de acordo com a prudência, para que um cristão não viva ociosamente em seu meio. Se ele não aceitar isso, trata-se de um comerciante de Cristo. Tenha cuidado com essa gente!
Todo verdadeiro profeta que queira estabelecer-se em seu meio é digno do alimento. Assim também o verdadeiro mestre é digno do seu alimento, como qualquer operário. Assim, tome os primeiros frutos de todos os produtos da vinha e da eira, dos bois e das ovelhas, e os dê aos profetas, pois são eles os seus sumos-sacerdotes. Porém, se você não tiver profetas, dê aos pobres. Se você fizer pão, tome os primeiros e os dê conforme o preceito. Da mesma maneira, ao abrir um recipiente de vinho ou óleo, tome a primeira parte e a dê aos profetas. Tome uma parte de seu dinheiro, da sua roupa e de todas as suas posses, conforme lhe parecer oportuno, e os dê de acordo com o preceito.
política
FONTE: CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
ELEIÇÕES 2018: COMPROMISSO E ESPERANÇA - MENSAGEM DA 56ª ASSEMBLEIA GERAL DA CNBB AO POVO BRASILEIRO “Continuemos a afirmar a nossa esperança, sem esmorecer” (Hb 10,23)
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ós, bispos católicos do Brasil, conscientes de que a Igreja “não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça” (Papa Bento XVI – Deus Caritas Est, 28), olhamos para a realidade brasileira com o coração de pastores, preocupados com a defesa integral da vida e da dignidade da pessoa humana, especialmente dos pobres e excluídos. Do Evangelho nos vem a consciência de que “todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a preocupar-se com a construção de um mundo melhor” (Papa Francisco – Evangelii Gaudium, 183), sinal do Reino de Deus. Neste ano eleitoral, o Brasil vive um momento complexo, alimentado por uma aguda crise que abala fortemente suas estruturas democráticas e compromete a construção do bem comum, razão da verdadeira política. A atual situação do País exige discernimento e compromisso de todos os cidadãos e das instituições e organizações responsáveis pela justiça e pela construção do bem comum. Ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador, no qual a corrupção ganha destaque, ao revelar raízes cada vez mais alastradas e profundas. Nem mesmo os avanços em seu combate conseguem convencer a todos de que a corrupção será definitivamente erradicada. Cresce, por isso, na população, um perigoso descrédito com a política. A esse respeito, adverte-nos o Papa Francisco que, “muitas vezes, a própria política é responsável pelo seu descrédito, devido à corrupção e à falta de boas políticas públicas” (Laudato Sì, 197). De fato, a carência de políticas públicas consistentes, no país, está na raiz de graves questões sociais, como o aumento do desemprego e da violência que, no campo e na cidade, vitima milhares de pessoas, sobretudo, mulheres, pobres, jovens, negros e indígenas. Além disso, a perda de direitos e de conquistas sociais, resultado de uma economia que submete a política aos interesses do mercado, tem aumentado o número dos pobres e dos que vivem em situação de vulnerabilidade. Inúmeras situações exigem soluções urgentes, como a dos presidiários, que clama aos céus e é causa, em grande parte, das rebeliões que ceifam muitas vidas. Os discursos e atos de intolerância, de ódio e de violência, tanto nas redes sociais como em manifestações públicas, revelam uma polarização e uma radicalização que produzem posturas antidemocráticas, fechadas a toda possibilida-
de de diálogo e conciliação. Nesse contexto, as eleições de 2018 têm sentido particularmente importante e promissor. Elas devem garantir o fortalecimento da democracia e o exercício da cidadania da população brasileira. Constituem-se, na atual conjuntura, num passo importante para que o Brasil reafirme a normalidade democrática, supere a crise institucional vigente, garanta a independência e a autonomia dos três poderes constituídos – Executivo, Legislativo e Judiciário – e evite o risco de judicialização da política e de politização da Justiça. É imperativo assegurar que as eleições sejam realizadas dentro dos princípios democráticos e éticos para que se restabeleçam a confiança e a esperança tão abaladas do povo brasileiro. O bem maior do País, para além de ideologias e interesses particulares, deve conduzir a consciência e o coração tanto de candidatos, quanto de eleitores. Nas eleições, não se deve abrir mão de princípios éticos e de dispositivos legais, como o valor e a importância do voto, embora este não esgote o exercício da cidadania; o compromisso de acompanhar os eleitos e participar efetivamente da construção de um país justo, ético e igualitário; a lisura do processo eleitoral, fazendo valer
as leis que o regem, particularmente, a Lei 9840/1999 de combate à corrupção eleitoral mediante a compra de votos e o uso da máquina administrativa, e a Lei 135/2010, conhecida como “Lei da Ficha Limpa”, que torna inelegível quem tenha sido condenado em decisão proferida por órgão judicial colegiado. Neste Ano Nacional do Laicato, com o Papa Francisco, afirmamos que “há necessidade de dirigentes políticos que vivam com paixão o seu serviço aos povos, (…) solidários com os seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados; que não se deixem intimidar pelos grandes poderes financeiros e midiáticos; que sejam competentes e pacientes face a problemas complexos; que sejam abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático; que conjuguem a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação” (Mensagem aos participantes no encontro de políticos católicos – Bogotá, Dezembro-2017). É fundamental, portanto, conhecer e avaliar as propostas e a vida dos candidatos, procurando identificar com clareza os interesses subjacentes a cada candidatura. A campanha eleitoral torna-se, assim, oportunidade para os candidatos revelarem seu
pensamento sobre o Brasil que queremos construir. Não merecem ser eleitos ou reeleitos candidatos que se rendem a uma economia que coloca o lucro acima de tudo e não assumem o bem comum como sua meta, nem os que propõem e defendem reformas que atentam contra a vida dos pobres e sua dignidade. São igualmente reprováveis candidaturas motivadas pela busca do foro privilegiado e outras vantagens. Reafirmamos que “dos agentes políticos, em cargos executivos, se exige a conduta ética, nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e com os poderes econômicos” (CNBB – Doc. 91, n. 40 – 2010). Dos que forem eleitos para o Parlamento espera-se uma ação de fiscalização e legislação que não se limite à simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao Executivo (cf. CNBB – Doc. 91, n. 40– 2010). As eleições são ocasião para os eleitores avaliarem os candidatos, sobretudo, os que já exercem mandatos, aprovando os que honraram o exercício da política e reprovando os que se deixaram corromper pelo poder político e econômico. Exortamos a população brasileira a fazer desse momento difícil uma oportunidade de crescimento, abandonando os caminhos da intolerância, do desânimo e do desencanto. Incentivamos as comunidades eclesiais a assumirem, à luz do Evangelho, a dimensão política da fé, a serviço do Reino de Deus. Sem tirar os pés do duro chão da realidade, somos movidos pela esperança, que nos compromete com a superação de tudo o que aflige o povo. Alertamos para o cuidado com fake news, já presentes nesse período pré-eleitoral, com tendência a se proliferarem, em ocasião das eleições, causando graves prejuízos à democracia. O Senhor “nos conceda mais políticos, que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres” (Papa Francisco – Evangelii Gaudium, 205). Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, seja nossa fiel intercessora. Aparecida – SP, 17 de abril de 2018. Cardeal Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília – DF Presidente da CNBB Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ Arcebispo São Salvador da Bahia Vice-Presidente da CNBB
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
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comunicações aniversários julho Natalício 3 Padre Edimar Mendes Xavier 9 Padre Francisco dos Santos 11 Padre Antônio Carlos Melo 12 Padre Ailton Goulart Rosa 16 Padre José Milton Reis 17 Padre Rovilson Ângelo da Silva 22 Padre José Pimenta dos Santos
28 Padre Claudionor de Barros 28 Padre Juvenal Cândido Martins Ordenação 1 Padre Sérgio A. Bernardes Pedroso 2 Padre Denis Nunes de Araújo 6 Padre Norival Sardinha Filho
agenda pastoral 1 5 5 - 8 7 7 – 8 8 9 11 12 13
Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo Encontro Setorial da Mãe Rainha – Setor Alfenas Reunião do Conselho de Presbíteros - Guaxupé Encontro para Coordenadores Diocesanos de Catequese no Regional Leste II – Belo Horizonte Encontro Diocesano das Equipes Paroquiais de Formação Cristã – Guaxupé Retiro do Conselho Diocesano da RCC – Petúnia Encontro dos MECE’s – Setor Passos Reunião dos Presbíteros – Setores Alfenas e Areado – Paróquia Sagrada Família – Machado Reunião dos Presbíteros – Setor Passos – Paróquia São José – Passos Reunião do Conselho Econômico Diocesano – Guaxupé Reunião dos Presbíteros – Setor Guaxupé – Catedral Diocesana
9 Padre Edson Alves de Oliveira 10 Padre Antônio Donizeti de Oliveira 15 Padre Robison Inácio de Souza Santos 16 Padre Francisco Clóvis Nery 16 Padre Sidney da Silva Carvalho 16 Padre Weberton Reis Magno 17 Padre Reinaldo Marques Rezende 17 Padre Paulo Carmo Pereira
20 Monsenhor José dos Reis 22 Padre Vinícius Pereira Silva 23 Dom José Geraldo Oliveira do Valle (episcopal) 30 Padre José Ricardo Esteves Pereira 30 Padre Ademir da Silva Ribeiro 30 Padre Sebastião Marcos Ferreira
14 Reunião do Conselho Diocesano do ECC – Paróquia São José – São Sebastião do Paraíso 15 Kairós Diocesano da RCC – Petúnia 18 Reunião dos Presbíteros – Setor Poços de Caldas – Paróquia São João Bosco – Poços de Caldas 19 Reunião dos Presbíteros – Setores Cássia e São Sebastião do Paraíso – Jacuí 22 Encontro dos MECE’s – Setor Areado Encontro Setorial da Mãe Rainha – Setor São Sebastião do Paraíso 23 - 26 Formação Permanente do Clero em Brodowski - SP 27 - 29 Cursilho Jovem Misto em Poços de Caldas 28 Setores Missionários: Reunião com os formadores das SMP 29 Encontro dos MECE’s – Setor Guaxupé
sínodo dos bispos
Texto/Imagem: Vatican News
SÍNODO DOS JOVENS: SETE PALAVRAS-CHAVE DO INSTRUMENTO DE TRABALHO
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ublicado o Documento de trabalho da 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, programado no Vaticano de 3 a 28 de outubro deste ano, sobre o tema Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. Um bilhão e 800 mil pessoas entre 16 e 29 anos, isto é, ¼ da humanidade, são os jovens do mundo. No Instrumento de Trabalho do próximo Sínodo sobre a juventude, publi-
cado no dia 19 de junho, os padres sinodais poderão encontrar a descrição de sua variedade, suas esperanças e dificuldades. O Instrumentum Laboris é o momento de convergência da escuta de todos os componentes da Igreja e também de vozes que não pertencem a ela. Estruturado em três partes – reconhecer, interpretar e escolher – o documento busca oferecer as chaves de leitura da realidade juvenil, baseando-se em diferentes fontes, entre as quais um Questionário on line que reuniu as respostas de mais de 100 mil jovens. Que querem os jovens da Igreja Portanto, o que querem os jovens de hoje? Sobretudo, o que buscam na Igreja? Em primeiro lugar, desejam uma “Igreja autêntica”, que brilhe por “exemplaridade, competência, corresponsabilidade e solidez cultural”, uma Igreja que compartilhe “sua situação de vida à luz do Evangelho ao invés de fazer pregações”,
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uma Igreja que seja “transparente, acolhedora, honesta, atraente, comunicativa, acessível, alegre e interativa”. Enfim: uma Igreja “menos institucional e mais relacional, capaz de acolher sem julgar previamente, amiga e próxima, acolhedora e misericordiosa”. Tolerância zero Mas há também quem não pede nada à Igreja ou pede que seja deixado em paz, considerando-a um interlocutor não significativo ou uma presença que “incomoda e irrita”. Um motivo para essa atitude está nos casos de escândalos sexuais e econômicos, sobre os quais os jovens pedem à Igreja que “reforce sua política de tolerância zero”. Outro motivo está no despreparo dos ministros ordenados e na dificuldade da Igreja em explicar o motivo das próprias posições doutrinais e éticas diante da sociedade contemporânea. Sete palavras Tudo isso se articula em sete palavras que o Instrumentum Laboris assim classificou: 1. Escuta: os jovens querem ser ouvidos com empatia.
2. Acompanhamento: espiritual, psicológico, formativo, familiar e vocacional. 3. Conversão: seja de tipo religioso, sistêmico, ecológico e cultural. 4. Discernimento: uma das palavras mais usadas no Documento, seja no sentido de uma “Igreja em saída” para responder às exigências dos jovens, seja como dinâmica espiritual. 5. Desafios: discriminações religiosas, racismo, precariedade no trabalho, pobreza, dependência de drogas e álcool, bullying, exploração sexual, corrupção, tráfico de pessoas, educação e solidão. 6. Vocação: repensar a pastoral juvenil. 7. Santidade: o Documento sinodal se concluiu com uma reflexão sobre a santidade, “porque a juventude é um tempo para a santidade”. Que a vida dos santos inspire os jovens de hoje a “cultivar a esperança” para que – como escreve o Papa Francisco na oração final do Documento – os jovens, “com coragem, tomem as rédeas de sua vida, almejem as coisas mais belas e mais profundas e mantenham sempre um coração livre”.