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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ

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ANO XXXII - 340

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MARÇO DE 2018


editorial expediente Diretor geral

DOM JOSÉ LANZA NETO Editor

PE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808 Equipe de produção

LUIZ FERNANDO GOMES JANE MARTINS Revisão

JANE MARTINS Jornalista responsável

ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração

BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

opinião

“O Espírito Santo é a alma da Igreja, com a sua força vivificadora e unificante: faz de muitos um só corpo, o Corpo místico de Cristo. Não cedamos jamais ao pessimismo, a esta amargura que o diabo nos oferece cada dia; não cedamos ao pessimismo e ao desânimo: tenhamos a firme certeza de que o Espírito Santo dá à Igreja, com o seu sopro poderoso, a coragem de perseverar e também de procurar novos métodos de evangelização, para levar o Evangelho até aos últimos confins da terra (cf. At 1,8). A verdade cristã é fascinante e persuasiva, porque responde a uma necessidade profunda da existência humana, anunciando de modo convincente que Cristo é o único Salvador do homem todo e de todos os homens. Este anúncio permanece válido hoje como o foi nos primórdios do cristianismo, quando se realizou a primeira grande expansão missionária do Evangelho” [papa Francisco, Discurso aos cardeais, 15.3.2013]

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omo descrever o fenômeno Francisco e seu impacto no ambiente eclesial e mundial? Seu anúncio como novo Pontífice da Igreja de Cristo foi um daqueles momentos que muitos se lembram onde estavam, com quem estavam, as emoções e os pensamentos sentidos no momento exato do surgimento de um inesperado papa latino-americano da Companhia de Jesus. Ao assumir o nome paradigmático de Francisco, o então cardeal Bergoglio revela ao mundo uma atitude revolucionária. A Igreja Católica viverá uma fase nova, nem extremamente enraizada no Vaticano e nem rebelde que nega sua história. A postura de Francisco propõe um desinstalar-se, posição desconfortável para conservadores e progressistas, pois a respostas e os

caminhos não estão prontos e definidos. É necessário analisar o mundo, conhecer as pessoas, viver a realidade e, a partir daí, propor perspectivas pastorais. A imagem de Francisco é quase sempre associada à sua presença afetuosa e, ao mesmo tempo, espontânea, o que claramente revela sua origem latino-americana. Porém, o papa atual não se mantém somente desta imagem midiática. Seu posicionamento diante dos conflitos e questões sociais contemporâneas indicam sua visão autêntica e exigente no seguimento do Evangelho. Não se pode confundir fraternidade com relativismo na pedagogia de Francisco. O itinerário proposto por ele contempla a acolhida compreensiva, a cura pessoal e, em seguida, a decisão pessoal pelo se-

Por padre Sérgio Bernardes, assessor de comunicação

A VIVÊNCIA RELIGIOSA NO CENÁRIO CONTEMPORÂNEO

guimento. Isso é o que muitos não se dão conta ao analisarem o papel decisivo de Francisco para a Igreja atual. Obviamente, a sucessão apostólica permite que o Espírito Santo aja na Igreja de Cristo, indicando-lhe o caminho correto a ser percorrido, portanto, a identidade e o ministério de cada sumo pontífice possuem características peculiares e de relevância para a Igreja. Mas, o que se percebe em Francisco é uma profunda habilidade de comunicação, além de seu carisma pessoal, que lhe proporciona uma atração da mídia e também do público religioso ou não. Com toda convicção, a presença do papa Francisco no processo evangelizador contribui imensamente para um verdadeiro arejar de toda a Igreja.

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voz do pastor

Dom José Lanza Neto, Bispo da Diocese de Guaxupé

ESPIRITUALIDADE QUARESMAL

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cada ano, somos chamados a celebrar a Festa da Páscoa da Ressurreição do Senhor. É uma oportunidade dada a cada cristão no aprofundamento de sua vivência cristã, numa busca intensa da fé que deve marcar definitivamente o destino último – a vida eterna. Este tempo quaresmal tem suas marcas próprias que devem incidir na vida de todo fiel. Destacamos, neste caminho que deve ser percorrido, os domingos com uma riqueza própria, pois os textos litúrgicos foram selecionados a partir de situações provocadoras e envolventes. É difícil ficar indiferente e alheio a isso. Temos o tripé da espiritualidade quaresmal: a oração, o jejum e a esmola. Temos, também, os exercícios quaresmais como a via sacra, com as reflexões da Campanha da Fraternidade, que dão um sentido genuíno a

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nossas vidas. O sinal mais concreto de nossa conversão tem seu coroamento no sacramento da confissão. Tomando consciência de nossos delitos, nos arrependemos e nos confessamos, acolhendo a graça abundante de Deus. A verdade de tudo quanto falamos tem seu ponto culminante na pessoa do Filho de Deus – Jesus Cristo. Desde a quarta-feira de Cinzas, já percebemos que o centro e o eixo estão na pessoa de Jesus Cristo, o Verbo Encarnado, aquele que veio para resgatar toda a humanidade. Neste sentido, Jesus vem para dar sua vida, que se configura em anunciar o Evangelho do Reino, a Boa Nova de Deus. Ao assumir a encarnação, Deus entra na história humana por meio de seu Filho Único fazendo-se um de nós. Já começa sua Paixão no caminho da entrega e do serviço, da solida-

riedade, da alteridade, ao doar-se sem nenhuma condição. Jesus, divino tornado humano, assume a humanidade para conduzir até o fim sua missão de salvar a todos. Não podemos só olhar e contemplar Jesus no fim de sua vida histórica, chorando e nos lamentando diante de seu martírio. Quando assim agimos, não compreendemos o que de fato Jesus veio realizar e permanecemos somente na superficialidade do mistério. Envolvidos pela espiritualidade desta quaresma, somos convidados a ter um olhar especial sobre a realidade atual, marcada pela violência, tão destruidora quanto a guerra. Que desta vivência pessoal e comunitária de fé, surjam frutos abundantes de paz e fraternidade e que aprendamos a viver mais intensamente o pedido do Evangelho: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23, 8)

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arca decisiva do mundo contemporâneo, de modo incomparavelmente superior a outros períodos históricos, é o acelerado processo de transformação social, principalmente o avanço da linguagem e do acesso à comunicação plural que acessibilizam à grande parte das populações o contato com outras cosmovisões e, isso, consequentemente, interfere na elaboração do discurso religioso. Assim, é preciso esforçar-se em re-elaborar a linguagem religiosa para que ela possa oferecer sentido na realidade contemporânea, altamente caracterizada pelo progresso científico, pela democratização de espaços de comunicação e pela pluralidade de visões e caminhos religiosos. Há 50 anos, a Constituição Pastoral Gaudium et Spes ponderava sobre os caminhos a serem trilhados pela Igreja neste cenário plural, fragmentado e fluído. “As relações do homem com seus semelhantes multiplicam-se continuamente. E, ao mesmo tempo, a própria socialização introduz novas relações, sem, contudo, promover sempre o pleno desenvolvimento da pessoa e de

relações realmente pessoais” (GS 216). Por isso, o esforço do pensamento teológico deve pautar-se na compreensão dessa realidade diagnosticada, oferecendo um repertório que provoque um processo de construção da proposta divina, mas permeado pela história humana, que se manifesta pela presença da cultura. O processo profundo de inculturação valorizado pela comunidade cristã é via concreta de promover o intercâmbio necessário entre a experiência de fé e a concretização de seus valores no mundo. É fundamental re-interpretar os valores presentes no Evangelho com uma ênfase na comunicação e vivência dos fiéis de hoje, pois, se não, o discurso religioso se perde na sua identificação com o sujeito de fé (SUESS). Para o teólogo Stoeger, não há qualquer contradição entre o discurso religioso e as descobertas científicas, pois o primeiro manifesta o porquê, o motivo pelo qual a realidade existe, destacando a dimensão essencial das coisas, diferente do posicionamento científico, que ampara-se na análise empírica e verificável, se debruça sobre o modo das diversas coisas

acontecerem, se limita ao nível de ação e interação. “A transcendência não impede ou contradiz a imanência, mas a possibilita” (STOEGER). Ao identificar a estreita relação entre Deus, o Homem e o Cosmo, há de se valorizar a ambivalência constante que nutre essas realidades, pois elas trazem em si a duplicidade da interação entre a transcendência e a imanência que se interpenetram. “O Espírito divino circunda o universo e habita nele” (JOHNSON). Mesmo fora da dimensão histórica, o divino se deixa perceber na realidade ao manifestar-se de inúmeros modos e formas, assim como o homem e o mundo trazem em si o anseio pela realidade transcendente. Uma afirmação bastante relevante é trazida por Johnson, ao afirmar que a ação divina “possibilita a criação contínua a partir de dentro, dotando o universo com a capacidade de se transcender e se tornar o que é novo”. Mesmo que, atualmente, a metafísica tenha perdido sua força numa contraposição indevida com o caráter técnico da humanidade, o ser religioso continua a ex-

pressar a expectativa para-histórica em sua experiência de fé. Para manter a relevância da linguagem religiosa, Suess aponta a integração de três universos culturais para uma compreensão autêntica do texto sagrado sem que haja perda do valor religioso e nem a incompreensão do receptor do discurso, que possui uma linguagem e um universo semântico próprios. Para o autor, a grande tarefa da evangelização pautada pela inculturação é “costurar a ruptura estrutural e histórica entre Evangelho e cultura e de facilitar uma comunicação intercultural da fé articulando a diferença reconhecida com a unidade de um projeto em comum” (SUESS). Buscar a construção de um universo simbólico capaz de transmitir a experiência religiosa é um profundo desafio, pois exige uma constante conservação da tradição religiosa, ao mesmo tempo que necessita de uma atualização da validade do conteúdo religioso para a sociedade na qual se anuncia a experiência de fé. Numa análise da proposta cristã de fé, o compromisso religioso não se restringe à dimensão cúltica, mas envolve todas as dimensões da vida do fiel, que deve manifestar os valores recebidos nas instâncias de sua vida pessoal, familiar e social. Mesmo que haja uma pluralidade de discursos e uma individualização crescente de propostas de vida, é a partir do contato profundo com a narrativa religiosa e na vivência da alteridade que o indivíduo vai construindo seu universo de sentido, de modo a compreender-se como interlocutor na experiência religiosa. Algo a ser considerado no processo de evangelização é a profunda liberdade, ofertada como dom divino ao homem, que caracteriza a vivência histórica humana, pois o homem não está obrigado a compreender a Criação como ato divino e até mesmo sua vida, pois na infinita bondade do Criador, não é exigido nada em troca desse gesto generoso que provém de Deus.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA

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notícias Desafios do Mundo Urbano são discutidos no 14º Intereclesial das CEBs, em Londrina Texto/Imagem: CEBs do Brasil

Evento reuniu agentes eclesiais de todo o país para refletir sobre a urbanidade

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14º Intereclesial ocorreu entre 23 e 27 de janeiro e teve como tema “CEBs e os desafios do mundo urbano”. O evento

realizado em Londrina (PR) reuniu cerca de 3 mil participantes de todo o país, além de representantes de Argentina, Uruguai, Paraguai, México,

Formação para bispos reúne especialistas para discutir as causas do ateísmo

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Texto/Imagem: Jornalismo ArqRio

omo ocorre anualmente em todo mês de janeiro, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro realizou, de 22 a 26 de janeiro, o 27º curso anual para os bispos brasileiros que, tendo esta possibilidade, passam uma semana de estudos, oração, descanso e lazer no Centro de Estudos e Formação do Sumaré, no Rio Comprido. Neste ano, o bispo diocesano de Guaxupé, dom José Lanza Neto, participou da formação.

Alemanha, França e Itália. Lideranças de comunidades de base, religiosos, militantes de movimentos sociais, professores, pesquisadores, entre outros, compuseram o público. A programação foi marcada por plenárias, grupos de discussão, filas do povo, celebrações, romaria em homenagem a mártires e apresentações culturais a partir da metodologia do ver-julgar-agir, da doutrina social da igreja. Em meio aos participantes, indígenas de 23 etnias (como xacriabá, xavante, guarani, kaingang, munduruku e tembé), 60 bispos, centenas de freiras e padres e representantes de outras religiões e igrejas (entre elas luterana, batista, espírita, presbiteriana e de matriz africana). Grande parte das pessoas ficou hospedada nas casas de 1,8 mil famílias de Londrina e das vizinhas Cambé e Ibiporã, colocando em prática o sentido de ser comunidade. Cerca de

mil voluntários ajudaram na preparação do encontro em diversas equipes, como transporte, alimentação, cadastramento, relatoria, limpeza e liturgia. Também houve parcerias com o poder público, para viabilizar espaços físicos, e cooperativas, acampamentos e assentamentos, para garantir alimentos. O papa Francisco enviou carta aos participantes, por intermédio do Secretário de Estado do Vaticano, destacando o trabalho das CEBs e pedindo atenção ao “clamor dos pobres e famintos de Deus, de justiça e de pão”. O 15º Intereclesial das CEBs vai ocorrer em 2022, em Rondonópolis (MT), mas a partir deste ano o encontro já começa a ser organizado, com debates sobre o tema central ainda não definido, diálogo com a população do estado, contatos com as Comunidades Eclesiais de Base do país inteiro e viabilização de estrutura.

Comunidades de Vida participam de Escola de Consagrados

Texto/Imagem: Comunidade Mariana Resgate

O tema central do curso este ano foi: “O Ateísmo – Formas atuais e desafios à evangelização”. Os conferencistas e professores internacionais e nacionais, especialistas no tema, que estiveram presentes no encontro foram: monsenhor Fernando Ocáriz, padre Rafael José Stanziona de Moraes, professor Francesco Botturi; frei Francisco Paton, OFM, Custódio da Terra Santa.

Transferências pastorais visam à dinamização da evangelização na diocese

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Texto/Imagens: Da Redação/Pascom

o dia 27 de janeiro, a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Paraguaçu, recebeu seu novo pároco, o padre Gladstone Miguel da Fonseca. A missa de posse foi presidida por Dom José Lanza Neto, que ressaltou a importância do padre no pastoreio de sua paróquia. A igreja matriz estava lotada pelos paroquianos e também com fiéis da Paróquia São José, de São Sebastião do Paraíso, paróquia onde o padre trabalhava. A posse também contou com a presença dos padres Robison Inácio de Souza Santos e Ronei Mendes Lauria. Foi apresentado como novo administrador paroquial, no dia 28 de janeiro, na Paróquia Sagrada Família e Santos Reis de Guaxupé, padre Sérgio Aparecido Bernardes Pedroso. A Santa Missa foi presidida pelo bispo diocesano. E contou com a presença dos padres Reginaldo da Silva e Júlio Cesar Agripino. Padre Sérgio também assume a mesma função na Paróquia Santa Cruz, no distrito de Santa Cruz da Prata. No mesmo dia, foi recebido, em Conceição da Aparecida, o padre Glauco Siqueira Santos, com a presença de muitos fiéis da cidade, além dos amigos e fiéis de Guaxupé, cidade onde o padre estava anteriormente. Com a presença de dom José Lanza e de alguns padres da diocese, o padre foi empossado como novo pároco da cidade. Após a contribuição na formação presbiteral

Padre Gladstone, pároco em Paraguaçu

na diocese, como reitor do Seminário Santo Antônio, em Pouso Alegre, padre Ronaldo Aparecido Passos foi acolhido com grande alegria pelos fiéis da paróquia São Sebastião em Alpinópolis. O presbítero irá coordenar a área de pastoral que compreende cinco comunidades rurais: Três Barras, Mutuca, Paulista, Sertão Grande e Monte Sião. Ele também estará na função de vigário paroquial nesta mesma paróquia de São Sebastião. No último dia de janeiro, o padre Marcelo Nascimento dos Santos assumiu como pároco a Paróquia São José, em São Sebastião do Paraíso. Com a presença de muitos fiéis de diversas cidades da diocese e com a presença do bispo diocesano, o padre destacou sua alegria em servir a nova comunidade. No dia 4 de fevereiro, em Poços de Caldas, a transferência envolveu dois padres e duas paróquias na mesma cidade. Padre José Augusto da Silva assumiu a Paróquia Nossa Senhora Aparecida e o padre Hiansen Vieira Franco tornou-se o novo pároco da Paróquia São Domingos. As provisões foram concedidas por dom José Lanza, em duas celebrações eucarísticas. Às 10h da manhã, foi celebrada a Santa Missa de posse de padre José Augusto na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e, no início da noite, a paróquia São Domingos acolheu padre Hiansen como pároco.

Padre Sérgio, administrador paroquial em Guaxupé

Padre Marcelo, pároco da São José em São Sebastião do Paraíso

Ateísmo é uma realidade complexa e crescente no país

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Ateísmo é uma realidade complexa e crescente no país

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conteceu, entre os dias 1 e 4 de fevereiro, o 1º módulo da Escola de Consagrados que reuniu todas as novas comunidades da Diocese de Guaxupé, em Machado. O encontro foi ministrado por Maria Francisca e Gislaine, fundadora e co-fundadora, respectivamente, da Comunidade Oásis, de Caxias do Sul (RS). A Escola de Formação para Consagrados tem por objetivo trabalhar a maturidade da pessoa humana e a fidelidade à vocação específica na Igreja. No primeiro módulo foi abordado o

tema “Carisma de Fundação e a pessoa do Fundador”. Os conteúdos abordados, as orações de cura interior, os momentos fraternos de convivência fizeram dessa escola um retiro que marcou profundamente cada um daqueles que estavam presentes, e por extensão, toda a sua Comunidade. O próximo módulo acontecerá dos dias 24 a 27 de maio e o tema a ser trabalhado será Conselhos Evangélicos.

Padre Glauco será o novo pároco de Conceição da Aparecida

Padre Ronaldo, coordenador da área pastoral Três Barras, em Alpinópolis

Padre José Augusto, pároco em Poços de Caldas

Padre Hiansen, pároco em Poços de Caldas

Divulgação da CF 2018 movimenta imprensa e comunidades

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Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação

ntre os dias 1º e 7 de fevereiro, o bispo diocesano dom José Lanza Neto e o coordenador diocesano de pastoral, padre Henrique Neveston, percorreram 4 cidades da diocese para divulgar a Campanha da Fraternidade, que desperta para a Superação da Violência. O ciclo de divulgação foi realizado em dois momentos distintos. À tarde, o bispo e o padre atenderam especificamente à imprensa local e, no período da noite, acontecia o encontro com as lideranças pastorais.

Além da participação de leigos, padres e religiosos, os eventos contaram com a presença de profissionais ligados à segurança pública. Além das falas oficiais do bispo e do coordenador de pastoral, as conferências contaram com a presença de advogados, assistente social e educadores. Os eventos aconteceram em espaços eclesiais das paróquias, mas também foram realizados em espaços acadêmicos, motivando o interesse do público externo.

Transcendência e convicção marcam Retiro Anual do Clero

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Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação

elebrações, reflexões, desertos pessoais. Assim, ocorreu o Retiro Anual do Clero, no Seminário Santo Antônio, em São Pedro (SP), entre os dias 19 e 22 de fevereiro. A assessoria foi feita pelo bispo de Patos de Minas (MG), dom Claudio Nori Sturm, OFM Cap. Com a presença de aproximadamente 100 padres, o retiro valorizou o aprofundamento da dimensão vocacional e ministerial dos presbíteros. O itinerário proposto por dom Cláudio percorreu as vocações bíblicas (Abraão, Jeremias, Pedro, Paulo e Maria de Nazaré), além de propor reflexões que destacam o papel dos sacerdotes no contexto atual. “Vivemos neste tempo e é neste tempo

que somos chamados a sermos homens da esperança, que olham além do naufrágio contemporâneo e buscam o verdadeiro sentido e anseiam pela Verdade”. Ao destacar a autenticidade da proposta cristã, o bispo reforçou o exemplo concreto e total de Jesus Cristo, com “sua escolha radical por Deus, portanto seguir a Jesus Cristo é segui-lo nesta mesma firme proposta”. Na missa de encerramento, o bispo diocesano dom José Lanza Neto destacou alguns exemplos de compromisso eclesial. “São Pedro e São Paulo nos demonstram a importância da cooperação e convergência no processo evangelizador e dom Inácio, nosso futuro beato, nos indica a importância em manter-se fiel na fé”.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA

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em pauta

Por Filipe Zanetti, seminarista - Teologia

HABEMUS PAPAM QUINQUE ANNOS! Jesus Cristo. Mas, sem dúvidas, de uma forma ou de outra, sua mensagem tem ecoado pelo mundo, fazendo chegar a todos os cantos os ensinamentos de justiça, amor e paz previamente anunciados pelo Divino Mestre. DOCUMENTOS DO MAGISTÉRIO DE FRANCISCO Nesses cinco anos, Francisco presenteou os fiéis católicos e as pessoas de boa vontade com suas reflexões e intuições. Cumprindo sua missão de confirmar os fiéis na fé e ensiná-los, o Pontífice já escreveu vários documentos, dentre os quais destacamos alguns a seguir:

LUMEN FIDEI A Luz da fé: sobre a fé (2013) A primeira Encíclica do Papa Francisco, que havia sido iniciada por Bento XVI, teve como finalidade recuperar a fé em seu caráter específico enquanto iluminadora de toda a existência humana. O Sucessor de Pedro exorta: “a fé nasce no encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor: um amor que nos precede e sobre o qual podemos apoiar-nos para construir solidamente a vida” (n. 4). E assim defende que a fé não se trata de uma aposta diante das incertezas, mas é uma virtude dada aos homens por Deus e que se sustenta na memória da vida de Jesus, aquele que confiou no Pai e experimentou o poder de um amor capaz de vencer até a morte.

EVANGELII GAUDIUM A alegria do Evangelho: sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual (2013) Com esta carta encíclica o Papa abordou grandes temas e delineou o programa evangelizador de seu pontificado. Ele fala sobre o anúncio da Boa Nova no mundo hodierno e convida a uma nova etapa da evangelização caracterizada pela alegria do Evangelho que “enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (n. 1). O Pontífice adverte sobre a necessidade de uma “conversão pastoral e missionária” que reforme estruturas monótonas e não tenha medo de se arriscar em novas formas de evangelizar, afinal, afirma o Papa: “prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas a uma Igreja enferma pelo fechamento e pela comodidade de se agarrar às suas próprias seguranças” (n. 49). A inquietação de Francisco é o grande número de irmãos que seguem suas vidas sem “a força, a luz e a consolação da amizade de Jesus Cristo” (n. 49). Por isso, exorta os fiéis a assumir verdadeiramente sua missão, pois, a vida fará mais sentido por uma única pessoa que puder ser ajudada e conseguir viver melhor. MISERICORDIAE VULTUS O rosto da misericórdia (2015) Consciente de que a misericórdia é “a arquitrave que suporta a vida da Igreja” (n. 10), Papa Francisco propôs o Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia com a intenção de dar um novo entusiasmo naquilo que é tão essencial na ação pastoral: o anúncio do perdão. O Pontífice explicou que “a credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo” (n. 10). Sem que lhe seja tirada a função de ensinar o que é justo e reto, lhe é imprescindível à mensagem esperançosa de um possível recomeço na vida daqueles que fizeram a experiência concreta da fragilidade humana. Diante disso, o Papa insistiu para que a comunidade cristã seja um “oásis de misericórdia” (n. 12), acabe com a indiferença, redescubra a beleza da confissão e se comprometa com uma real conversão sem medo de se deixar surpreender por Deus. LAUDATO SI’ Louvado sejas: Sobre o cuidado da casa comum (2015) A pergunta central desta encíclica é: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?” (n. 160). Francisco convida todos os povos a ouvir os gemidos da Mãe Terra, exortando a uma “conversão ecológica” que assuma a responsabilidade com a casa comum. E lembra aos católicos que

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nosso compromisso ecológico precisa ser sinal de nossas convicções e de nossa fé no Criador. O Papa é esperançoso na sensibilidade crescente que a humanidade vem desenvolvendo, emite uma mensagem de otimismo e incentivo, mas não deixa de denunciar claramente a “cultura do descarte, que afeta tanto os seres humanos excluídos, quanto as coisas que se convertem rapidamente em lixo” (n. 22). AMORIS LAETITIA A alegria do Amor: sobre o amor e a família Coletando as contribuições feitas pelo Sínodo das Famílias, o Papa Francisco apresenta sua reflexão a respeito do contexto familiar. Um discurso lúcido que, sem deixar de considerar os mais diversos desafios enfrentados pelas famílias atualmente, faz o convite perene da Igreja a uma vida de santidade e de resposta mais plena a Deus. Francisco afirma que a conversão é uma necessidade humana, e, obviamente, é sempre preciso deixar-se ser tocado pelo anúncio do Evangelho, porém, ninguém precisa afastar-se, sempre “pode haver uma maneira de participar na vida da comunidade” (n. 297). Por isso, no coração da exortação, Papa Francisco aponta para as três grandes atitudes que a Igreja precisa ter: acompanhar, discernir e integrar a fragilidade (cf. cap. 8). VIAGENS APOSTÓLICAS As viagens do Santo Padre são símbolo do chamado missionário cristão. Francisco vai ao encontro das “periferias existenciais” para promover a “cultura do encontro” e, com seu testemunho, insiste para que os fiéis deem uma resposta positiva a esse chamado do Senhor. Francisco já visitou mais de 30 países durante os cinco anos de seu Pontificado. Confira alguns destaques: Brasil Em 2013, o Brasil foi agraciado com a primeira viagem apostólica internacional de Francisco, para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, e uma rápida visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Carismático, o Papa se mostrou muito próximo do povo, quebrou protocolos, desceu do papamóvel, abraçou fiéis, trocou solidéu e proferiu palavras de fé e coragem para os jovens. Ao chegar ao Brasil, o Pontífice foi tenro e gentil pedindo licença aos brasileiros “para entrar e transcorrer essa semana com vocês. Não tenho nem ouro nem prata, mas tenho algo de mais precioso que me foi dado: Jesus Cristo”, afirmou o Papa Francisco. Estados Unidos e Cuba Em setembro de 2015, o papa realizou

uma viagem histórica a Cuba e aos Estados Unidos, simbolizando o reestabelecimento das relações diplomáticas entre esses países que foram adversários por muito tempo, mas que se abriram à cultura do encontro e do diálogo graças à mediação do Bispo de Roma. Durante a viagem, o papa enfatizou que o mundo tem sede de paz e fez um pedido para que “cada um construa pequenas pontes para edificar a grande ponte da paz”.

gelho” (1Cor 9,16), Francisco visitou o Egito cumprindo o seu programa mesmo depois de um recente atentado contra duas igrejas coptas reivindicados pelo Estado Islâmico em abril de 2017. A viagem, que deixou os fiéis do mundo todo apreensivos com a segurança do papa, levou esperança e fé aos cristãos coptas vítimas de inúmeros atentados no país. No início de sua visita, o Papa fez um apelo pela harmonia entre mulçumanos e cristãos e criticou a violência em nome de Deus. Para o Santo Padre, o único extremismo legítimo é a misericórdia. “Qualquer outra forma de extremismo não vem de Deus e nem agrada a Ele”.

(...) aprendemos a ver uma pessoa de gestos simples, conversa fácil, grande capacidade de compreensão e profundo conhecimento.

Egito Demonstrando sua coragem e impelido pelo mesmo sentimento do Apóstolo das Nações “ai de mim se não pregar o evan-

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s olhos do mundo estavam voltados para a chaminé da Capela Sistina quando, aos 13 de março de 2013, a fumaça branca enfim apareceu. Os fiéis reunidos na Praça de São Pedro esperavam pelo anúncio do novo Pontífice sob o frio dos últimos dias do inverno europeu. Unidos a eles estavam os católicos espalhados pelo mundo todo que, também, foram aquecidos pela apresentação singela e surpreendente de Francisco, o Papa “do fim do mundo” que, antes de dar sua bênção, curvou-se pedindo a oração do povo que a ele foi confiado. O argentino Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro latino-americano e o primeiro jesuíta na história da Igreja a assumir o papado. E, cinco anos depois, conta com um alto índice de aprovação dos fiéis católicos e admiração e respeito por parte de adeptos de diversas denominações religiosas. Aliás, sequer foi preciso tanto tempo para que Francisco desse o tom da sua mensagem para o mundo; o Pontífice rapidamente tornou-se estimado, sua influência no mundo, seus discursos e, mais do que isso, seu testemunho de vida, fizeram dele a “personalidade do ano” de 2013 pela revista americana “Time”, fazendo jus ao nome de peso que escolheu para seu pontificado, afinal, São Francisco de Assis foi escolhido pela mesma revista como a personalidade do segundo milênio. Obviamente, Papa Francisco não busca esse tipo de honra. É um homem a serviço do Evangelho de

NOSSO FRANCISCO É assim que Francisco tem deixado suas marcas que ficam gravadas na Igreja e em seus membros. Para Hélio Milicio de Souza, leigo da cidade de Alfenas, “aprendemos a ver uma pessoa de gestos simples, conversa fácil, grande capacidade de compreensão e profundo conhecimento. Bem humorado, alegre, extremamente acolhedor e um pastor que gosta de estar no meio de seu rebanho; que sempre tem uma palavra de carinho e conforto para quem o ouve. Preocupado com a família e com o papel dos leigos não só na Igreja, mas no cotidiano; amante da palavra de Deus, não cansa de nos exortar ao seu estudo e aplicação”. Irmã Marlene da Silva Della Torre, Congregação das Irmãs da Nova Betânia, Guaxupé, diz que Papa Francisco “é, para nós, um testemunho vivo da ação Divina naqueles que se doam e se dispõem a fazer a vontade de Deus! Na vida dos religiosos consagrados, o Santo Padre vem tão especialmente debruçar sobre suas atuais necessidades, exortando, corrigindo e preparando para toda a boa obra de uma forma tão profunda, ao proclamar o Ano da Vida Consagrada, nos deixando sua preciosa carta que tão alto fala aos nossos corações quando nos impele a voltar às origens, a viver a mística do fundador, adaptando-a aos novos tempos, vivendo em profunda comunhão na vida comunitária uma autêntica fraternidade, o que vai alimentar nossa alegria. Desta forma, possamos testemunhar ao mundo, com esta mesma alegria, a santidade e a vitalidade que o Senhor confere aos que são chamados”. Para padre Jean Poul Hansen, do clero da Diocese da Campanha, “Francisco imprimiu, nestes cinco anos, um novo alento à teologia, ao fazê-la retornar com todo gás ao Concílio Vaticano II, maior evento eclesial do segundo milênio, por um tempo abafado e esquecido como coisa do passado, mas agora relançado; e especialmente à eclesiologia (reflexão teológica sobre a Igreja) deu novo impulso, quando insiste no perigo da autorreferencialidade. A Igreja não pode olhar só para o seu próprio umbigo. Sua missão é sacramental. Por isso, ela precisa estar em atento diálogo com o mundo, para o serviço do qual ela existe, a fim de nele, e não fora dele, edificar o Reino de Deus. É nítido o tom missionário, quer na eclesiologia quer na pastoral, que propõe o Papa Francisco. No entanto, mais do que uma reflexão, são os gestos de Francisco que marcam e revelam que ele não está apresentando teorias novas ou velhas, mas está propondo uma verdadeira conversão, que começa na pessoa, seja ela do leigo missionário aqui na América Latina ou do eminentíssimo cardeal em Roma, e a partir daí chega à Igreja como conversão pastoral. Deus seja louvado por Francisco!”.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA

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missão

Por José Eduardo da Silva, estagiário pastoral

MISSIO DEI: A MISSÃO VEM DE DEUS E VOLTA PARA DEUS

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uando nos deparamos com a realidade sociocultural atual, percebemos que ela está, mais do que nunca, marcada pelo fenômeno da busca incessante por sólidos fundamentos, sejam pessoais, sociais, culturais ou espirituais. Se, por um lado, esta busca pode contribuir para o desenvolvimento das pessoas, nos diversos âmbitos, por outro, pode criar mecanismos enganadores, os quais deturpam as referências que o ser humano busca hoje, sendo capaz de não corresponder ao que ele realmente necessita. Considerando-se esta realidade, no âmbito espiritual e eclesial, percebe-se que há um abandono desta autenticidade e credibilidade que sustentam as instituições quando se fala de organização institucional ou mesmo pessoal, transformando-se, assim, em uma vivência meramente superficial das situações. Corre-se o risco de aumentar o esfacelamento institucional, perdendo sua essência e missão. Atualmente, se percebem algumas facetas deste movimento decididamente marcado pela globalização, haja vista o grande número de experiências religiosas que se manifestam cotidianamente, isto dentro da religião católica, abandonando, assim, a ideia de um catolicismo monolítico, pois já se encontram modos reservados de viver a mensagem do Evangelho no seio de uma mesma instituição. Vale ressaltar que, em grande parte, essas ex-

periências não contribuem para um sadio pluralismo, entendendo que no pluralismo pode-se encontrar unidade. São manifestações de uma fragmentação. Neste ínterim, surgem movimentos católicos como o popular, o comprometido, o reacionário, o universalista, o pentecostal, o emancipado e o descomprometido. Todos com suas características positivas e negativas buscam dar uma resposta, no interno da Igreja, aos desafios propostos por este meio sociocultural atual. Esse desafio faz-se presente na caminhada missionária da Igreja e, quando se parte destes pressupostos, se percebe a complexidade e a seriedade da missão de cada batizado que é chamado a se colocar

em missão, missão esta que não é do missionário em si, mas é Missio Dei (Missão de Deus). Com a afirmação de São João “Deus é amor” (1Jo 4, 8.16), consegue-se construir um significado para a expressão Missio Dei, pois, se “Deus é Amor”, ele não pode ser solidão, mas relação. Por conseguinte, comunicar e relacionar são características próprias do amor, assim, pode-se dizer que o amor que transborda da Trindade é o “Amor Fontal” (AG2b). A missão tem, portanto, a sua origem na iniciativa amorosa de Deus, Uno e Trino. Neste sentido, a Igreja se torna instrumento do plano salvífico de Deus, pois ela “é por natureza missio-

patrimônio espiritual

nária” (AG 2), e não tem a pretensão de se tornar a origem e a finalidade da Missio Dei. Vale ressaltar que na Missio Dei tem-se a presença integral de Deus no meio da humanidade, uma vez que Deus não é somente aquele que envia, mas, nas pessoas do Filho e do Espírito Santo, se torna, também, o enviado: “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9). Compreender que a missão não é uma invenção humana ou mesmo institucional, mas que ela mesma procede do “Amor fontal” (AG 2b), relacional da Trindade, faz com que nós enxerguemos nossa caminhada de fé e de enviados com outros olhos; e isto contribui para nossa resposta diante do chamado a sermos todos missionários, porque somos filhos muito amados de Deus (1Jo 3,2) e devemos assumir a missão que ele hoje nos confia: anunciar o Reino dos céus (Mt 4,17). Concluindo, a Igreja nasce do envio Trinitário, na Festa de Pentecostes. Ela vive a essência missionária a partir do seguimento de Jesus, que é mestre, que passou pelo mundo anunciando o Reino e convocando a humanidade para o encontro com Deus. Portanto, a missão vem de Deus e volta para Deus. O missionário é aquele que assume a missão de transformar a realidade sociocultural, política e religiosa que o rodeia, principalmente quando ele entende que a missão não é dele mesmo, mas é Missio Dei.

Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, Paulo VI (1975)

LAÇOS RECÍPROCOS ENTRE A IGREJA E A EVANGELIZAÇÃO

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Igreja nasce da ação evangelizadora de Jesus e dos doze. Ela é o fruto normal, querido, o mais imediato e o mais visível dessa evangelização: “Ide, pois, ensinai todas as gentes”. Ora “aqueles que acolheram a sua Palavra, fizeram-se batizar. E acrescentaram-se a eles, naquele dia, cerca de três mil pessoas... E o Senhor acrescentava cada dia ao seu número os que seriam salvos”. Nascida da missão, pois, a Igreja é por sua vez enviada por Jesus, a Igreja fica

no mundo quando o Senhor da glória volta para o Pai. Ela fica aí como um sinal, a um tempo opaco e luminoso, de uma nova presença de Jesus, sacramento da sua partida e da sua permanência, Ela prolonga-o e continua-o. Ora, é exatamente toda a sua missão e a sua condição de evangelizado, antes de mais nada, que ela é chamada a continuar. A comunidade dos cristãos, realmente, nunca é algo fechado sobre si mesmo. Nela, a vida íntima, vida de oração, ouvir a

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Palavra e o ensino dos apóstolos, caridade fraterna vivida e fração do pão, não adquire todo o seu sentido senão quando ela se torna testemunho, a provocar a admiração e a conversão e se desenvolve na pregação e no anúncio da Boa Nova. Assim, é a Igreja toda que recebe a missão de evangelizar, e a atividade de cada um é importante para o todo. [...] Enviada e evangelizadora, a Igreja envia também ela própria evangelizadores. É ela que coloca em seus lábios a Palavra

que salva, que lhes explica a mensagem de que ela mesma é depositária, que lhes confere o mandato que ela própria recebeu e que, enfim, os envia a pregar. E a pregar, não as suas próprias pessoas ou as suas idéias pessoais, mas sim um Evangelho do qual nem eles nem ela são senhores e proprietários absolutos, para dele disporem a seu bel-prazer, mas de que são os ministros para o transmitir com a máxima fidelidade.

direito canônico

Por padre Francisco Clóvis Nery, mestre em Direito Canônico e vigário judicial da Diocese de Guaxupé

SACRAMENTO DO BATISMO: O NASCIMENTO NA FÉ “O ato de fé não é um salto da escuridão para a luz. É uma afirmação de que a luz existe para além da escuridão, de que o caos e as desumanidades da existência fazem, ao fim e ao cabo, algum sentido, e que o ato criativo primordial, com tudo o que se seguiu a ele, foi um ato de amor”. [Morris West, Do alto da montanha: O testemunho de um peregrino]

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otivados pela luz da Palavra de Deus, da Tradição da Fé, a partir do Magistério da Igreja e das normas expressas no Código de Direito Canônico, apontamos alguns cânones referentes ao Batismo. Queremos contemplar e mergulhar nas fontes que sustentam a caminhada na maturidade cristã para anunciar e aprofundar a fé na mensagem de Jesus Cristo e da Igreja. O batismo, porta dos Sacramentos, necessário na realidade ou ao menos em desejo para a salvação, e pelo qual os homens se libertam do pecado, se regeneram tornando-se filhos de Deus e se incorporam à Igreja, configurados com Cristo mediante caráter indelével. Pelo batismo somos chamados a levar uma vida de acordo com a doutrina na fé católica, tendo direito à educação cristã, levando a uma maturidade humana, ao conhecimento e à vivência do mistério da salvação (Cân. 217 - Código de Direito Canônico). Os Sacramentos do Novo Testamento, instituídos pelo Cristo Senhor e confiados à Igreja, como ações de Jesus Cristo e da Igreja, constituem sinais e meios pelos quais se exprime e se robustece a fé, se presta culto a Deus e se realiza a santificação dos homens; por isso, muito concorrem para criar, fortalecer e manifestar a comunhão eclesial (Cân. 840). De que modo nossa catequese batismal tem oferecido uma oportunidade aos pais e padrinhos de retomar a vida cristã, aprofundar a fé e assumir o compromisso de

educar os filhos e afilhados como cristãos comprometidos? De que forma tem sido a pastoral para a recepção ao Sacramento do Batismo em nossas Paróquias? Ora, a preparação para o Sacramento do Batismo é uma tarefa fascinante e, ao mesmo tempo, desafiadora, porque, por meio dela, reavivamos em nós o dom do batismo, que sela o cristão com um sinal espiritual da sua pertença a Deus. Avaliar e assumir novos meios para a prática evangelizadora da preparação ao batismo é urgente para a Igreja e para todos os cristãos, a fim de que o anúncio do Evangelho seja inserido no atual quadro cultural, apareça como fator de identidade cristã, possibilite ensaios marcantes, determine e ilumine a vivência cotidiana, fortifique e desperte a esperança. Percebemos a fragilidade e a necessidade de formação e catequese dos próprios agentes da Pastoral do Batismo que, mesmo com boa vontade, acomodaram nesta catequese e, na maioria de nossas Paróquias, utilizam o mesmo material ultrapassado ou amarelado pelos anos de uso. A formação fica restrita ao mínimo do mínimo de tempo para fornecer o certificado de “curso de batismo”, não levando os pais e padrinhos a compreender o Sacramento que estão pedindo à Mãe Igreja. Se o Sacramento do Batismo marca o início da vida cristã, nele devemos concentrar nossos projetos de uma nova evangelização em nossas Comunidades Paroquiais, não economizando tempo e esforços para

para se aprofundar

que, de fato, novas experiências pastorais que têm dado bons frutos sejam compartilhadas e colocadas em prática. O novo deve partir do antigo modo que as Igrejas Primitivas experimentaram e testemunharam a adesão e o seguimento de Jesus Cristo. Os encontros de pais e padrinhos para a recepção do Sacramento do Batismo devem ser geradores de maduras reflexões e corresponsabilidade com os direitos e deveres que implicam a recepção deste Sacramento, ou seja, pela vivência de batizados, os pais assumem a dimensão espiritual cada vez mais acentuada em si e a geram nos filhos. Percebem que não basta somente gerar uma criança e colocar tudo a serviço dela. Faz-se necessário, desde o início, cultivar o dom da fé,

dar sentido à consagração a Deus, fonte do amor e da vida.’ [O artigo continua na próxima edição]

Texto/Imagem: Divulgação

OS SACRAMENTOS DA IGREJA NA SUA DIMENSÃO CANÔNICO- PASTORAL

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livro é uma tentativa d compreensão da legislação canônica sobre os seis primeiros sacramentos, por meio de um enfoque canônico-pastoral. O autor, conhecido estudioso de Direito eclesial, colocou nas páginas não só seu esforço intelectual, em uma exegese minuciosa do

texto legal, mas também sua experiência pastoral, ao longo de mais de vinte e cinco anos de sacerdócio. Por isso, a vida das sociedades cristãs no Brasil aparece como ponto de referência constante. Quem desejar pode buscar uma complementação em outra obra do mesmo

autor, O que Deus uniu. Lições de direito matrimonial canônico, muito usado em seminários, cúrias diocesanas e paróquias. Por isso, neste livro específico omitiu-se a parte relativa ao matrimônio, que já fora suficientemente desenvolvida naquela obra.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA

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fé e vida

Por padre Vinícius Pereira Silva, vigário paroquial em Campestre

TRÍDUO PASCAL: OS RITOS LITÚRGICOS E A CORRESPONDÊNCIA NA VIDA DOS FIÉIS

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ano litúrgico, vivido pela Igreja, tem seu centro no Tríduo Pascal, celebração do Senhor Jesus crucificado, sepultado e ressuscitado. De fato, toda a caminhada da Igreja ao longo do ano tem seu direcionamento voltado para a celebração da Semana Santa e todos os ritos que a compõem. Toda penitência, oração e conversão destinam-se a uma vivência mais profunda do tríduo sacro, em especial o Domingo da Ressurreição, com sua Vigília. O Tríduo Pascal, ao contrário do que se pensa, não é uma preparação para a páscoa. O Tríduo, como um todo, é a própria celebração pascal, e se estende desde a Missa da Ceia do Senhor, na quinta-feira, até às vésperas do domingo de Páscoa (Paschalis Sollemnitatis, 38). Todas as celebrações que compõem o Tríduo são marcadas por ricos simbolismos, buscando levar os fiéis à vivência do mistério pascal de Jesus. Paixão, morte e ressurreição possuem uma tal ligação de modo que “a morte de Cristo já é sua entrada numa vida nova: a vida do Ressuscitado permanece a vida em que ele entrou superando a morte” (Missal Dominical, pág. 284). Assim, o Tríduo Sacro, com todos os seus ritos e celebrações distintas, formam uma unidade litúrgica, e goza, no ano litúrgico, da mesma importância e culminância que o domingo em relação à semana (Normas para o Ano Litúrgico, 18). Na tarde/noite da quinta-feira santa, tem-se a celebração da Missa “In Coena Domini” (na ceia do Senhor). Esta celebração marca a transição entre a quaresma e o tríduo e, por isso, possui um caráter festivo, com canto do Glória, toque de sinos (ainda que somente durante o canto do hino de louvor), e ornamentação moderada com flores. Neste dia é celebrada a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, além do mandamento novo da caridade. As leituras primeira e segunda manifestam a páscoa judaica e a páscoa cristã, postas em paralelo; enquanto o Evangelho (sem canto de aleluia) narra o episódio em que Jesus lava os pés dos apóstolos. Assim, após a homilia, é possível realizar a cerimônia de lava-pés, pela qual manifesta-se a doação completa e a caridade sem limites de Jesus pela humanidade toda. Desde 2016, o papa Francisco mudou as rubricas para este rito, eliminando a obrigatoriedade anterior de que os escolhidos fossem apenas homens. Atualmente, mulheres também podem ser escolhidas. Contudo, as rubricas atuais não especificam a quantidade de pessoas a terem os pés lavados. Há o costume de ser em nú-

mero de doze, embora não pareça ser adequado de nomeá-los “apóstolos”. Evite-se também qualquer forma de teatralização do rito, com figurinos e outros elementos. Ao invés de enriquecer o rito, acaba-se por ocultar o seu verdadeiro sentido: o amor infinito de Jesus por todos os homens e mulheres. Ainda sobre a eucologia desta celebração, um detalhe não pode passar despercebido. No início da narrativa da instituição da eucaristia, na oração eucarística, tem-se uma diferença no texto comum. Lê-se: “Na noite em que ia ser entregue, para padecer pela salvação de todos, isto é, hoje (...)”. Nota-se o caráter atual da liturgia. Em cada missa, especialmente esta, Jesus está, de fato, partindo o pão e o entregando aos seus. Torna-se presente a redenção humana. Ao final da oração pós-comunhão, omitem-se os ritos finais para dar lugar à transladação do Santíssimo Sacramento para o lugar da reposição, onde a Eucaristia permanecerá até o Sábado Santo. A sexta-feira santa, ou da Paixão, juntamente com o dia do sábado santo, são dias alitúrgicos, ou seja, nestes dias não se celebra a Eucaristia e nenhum dos outros sacramentos, a não ser por razões graves, a confissão e a unção dos enfermos (PS, 61). É dia de penitência, expressa pelo jejum e pela abstinência de carne. Pela Ação Litúrgica da Paixão do Senhor, celebrada geral-

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mente às 15h, a Igreja celebra a imolação de Cristo, o cordeiro pascal, e meditando a paixão de Jesus, e adorando-o na Cruz, intercede pela salvação do mundo todo, pela oração universal. (PS, 58). Implora-se a Deus pelo papa, por todos os cristãos, pelos judeus, entre outras intenções. A celebração da Adoração da Cruz é a mais silenciosa do ano litúrgico. Não possui ritos iniciais, tampouco os finais. O canto é sóbrio, quase sem instrumentos. De modo geral, as orações do rito destacam a misericórdia de Deus, revelada na cruz de Jesus, e renovação dos fiéis, realizada pela morte de Cristo. No Sábado Santo, continua a Igreja junto do sepulcro de Jesus, refletindo sobre sua paixão e morte. Uma reflexão interessante neste dia é sobre a “descida de Cristo aos infernos”. Jesus, por sua morte, resgata o gênero humano e o conduz a Deus. Sugere-se, assim, expor nas igrejas uma pintura da referida ação de Cristo, ou ainda, a imagem de Jesus Crucificado ou de Nosso Senhor Morto. Ainda que não seja obrigatório, é salutar manter-se o jejum (PS, 73). O domingo de páscoa é o cume de toda a caminhada cristã ao longo do ano litúrgico. Por isso, é enriquecido com a Vigília Pascal, a “mãe de todas as vigílias” (Sto. Agostinho). Esta vigília é riquíssima em símbolos e ritos batismais e marca a

espiritualidade

Por Danusa da Silva, fundadora da Comunidade Mariana Resgate, em Alfenas

CANTAI AO SENHOR UM CÂNTICO NOVO, CANTAI AO SENHOR TODA A TERRA (SL 96,1)

passagem da morte para a vida, das trevas para a luz de Cristo. Isso era mais evidenciado nos ritos antigos, onde havia, em meio à celebração, a troca dos paramentos, do roxo para o branco (OLIVEIRA, pág. 142). No rito atual, a presença do Hino de Louvor entre as leituras do Antigo e do Novo Testamento se encarregam desse simbolismo. Aliás, o elenco de leituras é rico: sete leituras do Antigo Testamento são propostas, podendo ser parcial ou totalmente suprimidas, com exceção do texto de Ex 14,15 – 15,1. A história da salvação fica evidenciada pela escolha dos textos bíblicos. Desde a criação, passando pelas alianças com Deus e a libertação da escravidão no Egito, até culminar na Ressurreição de Cristo no evangelho, tudo faz parte do desejo salvífico de Deus. Entre outros elementos que enriquecem a celebração e merecem destaque está a bênção do fogo novo e acendimento do Círio Pascal, símbolo máximo do Cristo Ressuscitado, “coluna luminosa” que conduz o povo ao céu. Estando todos na igreja, a luz do círio motiva o canto do Exultet (Proclamação da Páscoa), “magnífico poema lírico que apresenta todo o mistério pascal inserido na economia da salvação” (PS, 84). Após a homilia, tem-se a liturgia batismal, com o batismo e a renovação das promessas batismais. Toda a caminhada quaresmal faz agora sentido. Cristo ressuscitou e permanece ressuscitado nos batizados, convidados a abraçar, em suas vidas, mesmo que ainda não plenamente, a vida nova que brota de Jesus Morto-Ressuscitado. Por fim, há que se destacar o caráter profundo das orações eucológicas em número bastante expressivo. Para cada leitura/salmo, há uma oração, sempre ligando o texto lido com o mistério da história da salvação. A oração coleta da missa suplica o espírito filial para os fiéis, que são iluminados pela glória da ressurreição do Senhor. É muito conveniente utilizar a oração eucarística primeira, dado que possui elementos próprios para a celebração da Vigília Pascal. A despedida/envio, com o duplo aleluia, sugere a vivência diária do mistério pascal de Jesus, proclamado e experimentado durante todo o Tríduo Sagrado. Também o dia de Páscoa deve ser celebrado com toda solenidade e sua oitava mostra a grandiosidade da celebração pascal. Durante todo o tempo pascal e, claro, durante toda a vida do cristão, deve resplandecer a luz do Ressuscitado, “princípio de renovação, de vida nova” (Missal Dominical, pág. 352) para toda humanidade, até que Deus seja tudo em todos (1Cor 15,28).

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s salmos são um livro da Bíblia que nos convida e nos motiva a um mergulhar na vivência do amor de Deus e Seus grandes feitos a um povo que O busca. Por amor a esse povo, Deus se revela muitas vezes com esplendor, misericórdia e graça. “Tem misericórdia de mim, ó Senhor, pois a ti clamo todo o dia. Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, levanto a minha alma” (Sl 86,3-4). São expressões de cânticos, orações, reflexões e lindas composições de autores como Davi, que falam de acontecimentos e situações que nos levam a Deus, a con-

fiar Nele, a honrá-Lo e amá-Lo como Ele é Digno de o ser. “Deem graças ao Senhor porque Ele é bom, e seu amor é para sempre” (Sl 136, 1). Na maioria de seus capítulos, cânticos de louvor, reconhecendo a grandeza, o poder, o governo e o amor misericordioso de Deus para com todos nós. Encontramos nele também celebrações, vitórias, clamores, súplicas, pedidos de perdão e sinais da presença de Deus. São 150 capítulos em que podemos encontrar orações para todos os momentos da nossa vida. Sua espiritualidade presente forte-

mente na liturgia, em celebrações dos sacramentos, nos levam a uma profunda intimidade com Deus. E tudo isso acontece desde há muito tempo. Sabemos que santos e santas meditavam com os salmos e se elevavam a Deus em momentos de intimidade e busca do conhecimento de Deus. É um livro oracional da Bíblia, que não é apenas uma simples leitura, mas um chamado à vivência para nós que buscamos a Deus. A própria Virgem Maria em seu cântico “Magnificat” (Lc 1, 46-56) cita trechos de salmos que falam da misericórdia de Deus (Sl 103,17)

in memorian

e do Seu poder (Sl 89,11). É um livro bíblico inspirador que nos conduz principalmente a confiar plenamente em Deus. Sabemos que a palavra de Deus é viva e atual, e os salmos são um convite a essa atualização no tempo em que vivemos; o grande desafio de fazer brotar de nossas histórias um salmo lindo que agrade a Deus, que O honre, que O exalte, que entre em comunhão com Ele. Sejamos, nesse tempo, compositores de salmos com nossas vidas. Que o Santo Espírito nos inspire a uma vida de oração e conversão para tocarmos nessa graça.

Texto/Imagem: Otavia Cristine

Padre Luiz Tavares de Jesus

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aleceu no dia 20 de fevereiro, o padre Luiz Tavares de Jesus, 81 anos. Natural de Paraguaçu, o padre foi surpreendido, após exames de rotina, com a notícia de que tinha contraído câncer no pâncreas, passando por uma cirurgia urgente, mas em razão da gravidade da doença, entrou em coma profundo, e não resistiu às várias complicações que atingiram outros órgãos vitais do abdome. Foi no dia 28 de janeiro de 1973, há pouco mais de 45 anos, que Luiz Tavares foi ordenado padre. Até se aposentar, há alguns anos, trabalhou em várias paróquias passenses como Nossa Senhora da Penha, São Benedito e Senhor Bom Jesus dos Passos, além de São Sebastião, em Alpinópolis. “Padre Luiz Tavares de Jesus cativou

muitos e muitos amigos, famílias que muito bem o queriam e era um querer recíproco. Pessoa de profunda espiritualidade, pastor que bem conduziu as ovelhas a ele confiadas. Deixa um grande legado, pois, muitos que conviveram com ele permanecem firmes nos diversos serviços da Igreja. Emotivo, de grande percepção, compaixão e sensibilidade. Ao aproximar-se dele, não sabíamos qual seria sua reação, de repente, fazia aquele alvoroço, e que vozeirão, que risada gostosa, e outras vezes, não parecia tão receptivo. Pessoa que podíamos dizer de extremos, mas, de alegria e amor pela vida imensos. Quando precisávamos de um conselho e ele não podia nos atender no momento, sabíamos que o conselho pode não ter sido dito, mas veio pela oração, e nos sentíamos

bem melhor. Tive a graça de conviver com ele, um ser humano tão simples e, às vezes, tão complexo, bênção de Deus em nossas vidas. Presença nos momentos marcantes de minha família, desde a inserção na vida cristã até a confirmação do matrimônio, não sendo uma realidade particular, pois quantos são os seus afilhados, os que receberam de suas mãos ungidas os sacramentos, muitos e muitos espalhados na paróquia a que pertenço e em outras localidades; todos revelam o carinho especial por este sacerdote, servo do povo de Deus. Amou e cuidou de sua família, especialmente de sua mãe, principalmente quando ela precisou, e disso fui testemunha. Homem de Deus, divulgou o evangelho e hoje contempla a face gloriosa do Pai”. COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA

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comunicações aniversários março Natalício 8 Padre José Augusto da Silva 11 Padre José Ronaldo Neto 12 Padre Gilgar Paulino Freire 14 Padre Gilvair Messias da Silva

17 Padre Célio Laurindo da Silva 17 Márcio Alves Pereira 19 Padre Luciano Campos Cabral 21 Padre Benedito Donizetti Vieira 24 Padre Guaraciba Lopes de Oliveira

28 Padre Claiton Ramos 30 Padre Vinícius Pereira Silva Ordenação 10 Padre Heraldo de Freitas Lamin

11 Dom Messias dos Reis Silveira (episcopal) 14 Padre Adivaldo Antônio Ferreira 25 Padre Edno Tadeu de Oliveira 30 Padre Juvenal Cândido Martins

agenda pastoral 1 3 4 5 7 8 8-11 10

Reunião do Conselho de Presbíteros – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana dos MECE’s – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da RCC – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana das CEB’s – Guaxupé Reunião de Coordenações Paroquiais de Catequese – Setores Areado, Cássia, Guaxupé, Passos e São Sebastião do Paraíso Reunião de Coordenações Paroquiais de Catequese – Setores Alfenas e Poços de Caldas Reunião ampliada do COMIRE – Belo Horizonte Reunião do Conselho de Formação Presbiteral – Guaxupé Reunião dos Presbíteros – Setor Guaxupé – Juruaia Cursilho Jovem Masculino Reunião do Setor Juventude – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da Formação de Leigos – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana do TLC – Guaxupé

10 Reunião do Conselho Diocesano do ECC – Conceição Aparecida 10-11 Encontro Diocesano de Coordenadores da RCC – Petúnia 12 Reunião dos Presbíteros – Setores Alfenas e Areado – Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Paraguaçu 14 Reunião dos Presbíteros – Setor Passos – Paróquia Nossa Senhora das Graças – Passos 15 Reunião dos Presbíteros – Setores Cássia e São Sebastião do Paraíso – Paróquia São José – São Sebastião do Paraíso 15-18 Cursilho Jovem Feminino 18 Encontro de Coordenações de Pastorais e Movimentos Diocesanos – Guaxupé 21 Reunião dos Presbíteros – Setor Poços de Caldas – Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Poços de Caldas 24 Reunião com os formadores das SMP – Setores Missionários 25-31 Semana Santa 29 Missa da Unidade – Santos Óleos – Catedral Diocesana

atos da cúria

• Padre Ronaldo Aparecido Passos nomeado coordenador da Área Pastoral das comunidades Três Barras, Monte Sião, Mutuca, Paulista e Sertão Grande. • Padre Ronaldo Aparecido Passos nomeado vigário paroquial da Paróquia São Sebastião em Alpinópolis.

• Frei Lázaro de Freitas nomeado pároco da Paróquia São Felix de Nicosia em Poços de Caldas. • Padre Henrique de Lima Mateus, rcj recebeu o Uso de Ordens por seu trabalho pastoral no Educandário Santo Aníbal em Passos

mensagem do papa francisco PAPA FRANCISCO ENVIA MENSAGEM PELA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2018 Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

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este tempo quaresmal, de bom grado me uno à Igreja no Brasil para celebrar a Campanha “Fraternidade e a superação da violência”, cujo objetivo é construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência. Desse modo, a Campanha da Fraternidade de 2018 nos convida a reconhecer a violência em tantos âmbitos e manifestações e, com confiança, fé e esperança, superá-la pelo caminho do amor visibilizado em Jesus Crucificado. Jesus veio para nos dar a vida plena (cf. Jo 10, 10). Na medida em que Ele está no meio de nós, a vida se converte num es-

paço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos (cf. Exort. Apost. Evangelii gaudium, 180). Este tempo penitencial, onde somos chamados a viver a prática do jejum, da oração e da esmola nos faz perceber que somos irmãos. Deixemos que o amor de Deus se torne visível entre nós, nas nossas famílias, nas comunidades, na sociedade. “É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (1 Co 6,2; cf. Is 49,8), que nos traz a graça do perdão recebido e oferecido. O perdão das ofensas é a expressão mais eloquente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. Às vezes, como é difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis

12 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

mãos para alcançar a serenidade do coração, a paz. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança é condição necessária para se viver como irmãos e irmãs e superar a violência. Acolhamos, pois, a exortação do Apóstolo: “Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento” (Ef 4, 26). Sejamos protagonistas da superação da violência fazendo-nos arautos e construtores da paz. Uma paz que é fruto do desenvolvimento integral de todos, uma paz que nasce de uma nova relação também com todas as criaturas. A paz é tecida no dia-a-dia com paciência e misericórdia, no seio da família, na dinâmica da comunidade, nas relações de trabalho, na relação com a natureza. São pequenos gestos de

respeito, de escuta, de diálogo, de silêncio, de afeto, de acolhida, de integração, que criam espaços onde se respira a fraternidade: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8), como destaca o lema da Campanha da Fraternidade deste ano. Em Cristo somos da mesma família, nascidos do sangue da cruz, nossa salvação. As comunidades da Igreja no Brasil anunciem a conversão, o dia da salvação para conviverem sem violência. Peço a Deus que a Campanha da Fraternidade deste ano anime a todos para encontrar caminhos de superação da violência, convivendo mais como irmãos e irmãs em Cristo. Invoco a proteção de Nossa Senhora da Conceição Aparecida sobre o povo brasileiro, concedendo a Bênção Apostólica. Peço que todos rezem por mim.


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