CARÍSSIMOS NOIVOS
A decisão que em breve concretizarão no caminho da felicidade, conforme o mandamento de Deus, deve ser motivo de grande alegria para vocês e júbilo para toda a Igreja. Obedientes à palavra de Deus, vocês se apresentam com o propósito de constituir uma nova família alicerçada no Amor, assim como Cristo desposou a Igreja, fazendo-Se cabeça desta, em sacrifício para salvação de toda a humanidade. Uma família que, conforme as palavras de João Paulo II seja expansão da “Igreja Doméstica”, local de oração e tra2
balho, de compromisso e de fidelidade, onde as portas estejam abertas à vida que emana do Espírito Santo, na confiança que se espera dos filhos de Deus. Vocês estão recebendo nestas páginas a “Preparação para o Matrimônio” elaborado pela Pastoral da Família da Paróquia Nossa Senhora do Brasil. É um trabalho que procura levar a vocês, alguns dos principais pontos de reflexão para que possam conhecer, compreender e amar o Sacramento do Matrimônio. Certamente, ele não dispensa um estudo mais aprofundado, que é dever de todo casal que deseja se unir em liberdade e com fé ao caminho apresentado por Deus como o início da humanidade e confirmado por Cristo para toda a eternidade. Pelo contrário, espera animá-los na busca pelo conhecimento da Palavra. Para tanto, a direção espiritual com um sacerdote, a oração individual e comunitária, assim como a leitura do Catecismo, e a freqüência à Santa Missa, tornam-se imprescindíveis para que se alcance uma preparação mais adequada e necessária para o desafio amoroso que se apresenta diante de vocês. Leiam com calma, saboreando as palavras, sem a pressa de concluílo ou abreviá-lo. Pelo contrário, aproveitem cada situação para uma adaptação personalizada à realidade de vocês, que sem dúvida é única, e que exatamente por ser única, como cada pessoa que vive, torna-se de valor inestimável aos olhos de Deus. Que a Sagrada Família, modelo de vida e santidade a todas as famílias, seja exemplo de convivência e perseverança no Amor, que certamente fará parte da união daqueles que buscam em Cristo o Caminho, guiados pela ação do Espírito Santo. Sejam felizes!
A Equipe da Pastoral da Família
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INDICE Novos tempos Matrimônio: comprometimento com Amor por Valdir Reginato
Um marco para toda vida / A resposta da Igreja à mudança dos tempos
Conhecer, compreender e amar o outro
por Valdir Reginato e Cynthia Thais de Lima Sinisgalli Reginato
Um desejo entre o homem e a mulher / Conhecer o outro como ele(a) é na realidade / O que é importante conhecer no outro? / Compreensão: ninguém é “perfeito” / O caminho do Amor
Diferenças entre o homem e a mulher por Marco Ruiz e Mariana Ferraz de Campos Mazo Ruiz
Cada ser humano é único / Dois olhares para o mesmo mundo / O silêncio dele que preocupa ela / O que importa é a complementaridade
Comunicação do casal
por Lutfe Mohamed Yunes e Fernanda Pires Letieri Yunes
Maneiras de se comunicar / O conteúdo da comunicação /Ouvir o outro / Cuidado ao falar / Um desafio a ser enfrentado com diálogo
O Matrimônio e as leis de Deus por Julia Barbi
A vocação para o amor conjugal / Os dez mandamentos: orientações para as dificuldades / Os sacramentos: graças necessárias para o cumprimento das leis / É possível viver um matrimônio santo!
Sacramento do matrimônio
por Paulo Pennacchi e Cristiane Rolim Cimino Pennacchi
O dom especial da graça / As condições indispensáveis para o matrimônio / Impedimentos para o matrimônio
40 Paternidade e maternidade responsáveis por Marília de Siqueira
A alegria dos filhos! /Pais: colaboradores de Deus / Um recurso natural para o planejamento /Anticoncepção: um risco ao amor conjugal/ Valorizar a beleza da vida
48 Trabalho e família por Valdir Reginato
“Renoivar”: um trabalho constante! / Hierarquia: o critério de dedicação / A santidade pelo trabalho / O “emprego” na família
54 Para onde vai o meu casamento?
por Valdir Reginato e Cynthia Thais de Lima Sinisgalli Reginato
Iniciando a caminhada / Não caminhamos sozinhos /Caminhar com e para Deus
60 Fidelidade: uma condição para perseverar por Valdir Reginato e Cynthia Thais de Lima Sinisgalli Reginato
Uma obra fantástica! / Fidelidade: alicerce para o matrimônio / Fidelidade gera felicidade
65 Casamento: um desafio cotidiano
por Valdir Reginato e Cynthia Thais de Lima Sinisgalli Reginato
O desafio: uma incerteza “perturbadora” / Casar: um mergulho total! / O tempo de adaptação / Não desanimar nunca!
68 Devoção à Sagrada Família
por Evandro Rodrigues e Alessandra de Angelis Oliveira
Uma tradição / A família de Nazaré / Estar presente em nossos lares
72 O dia da celebração do casamento
por Luciano Martins Bezerra e Marcia Cristina Bezerra
Preparação espiritual / Encontros de preparação / Fotografias-Filmagem / Horário-Pontualidade / Ensaios / Trajes / Músicas / Recomendações
78 Exame de consciência “pré-nupcial”
por José Armando Andrade Guarita Filho e Maria Lucia Costacurta Guarita
82 Sejam felizes! 83 Livros recomendados para consulta
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NOVOS TEMPOS...
O matrimônio não é fruto do acaso “O matrimônio não é fruto do acaso, ou produto de forças naturais inconscientes: é uma instituição sapiente do Criador, para realizar na humanidade o seu desígnio de amor. Mediante a doação pessoal recíproca, que lhes é própria e exclusiva, os esposos tendem para comunhão dos seus seres, em vista de um aperfeiçoamento mútuo pessoal, para colaborarem com Deus na geração e educação de novas vidas” (Humanae Vitae 8) .
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Estas palavras de Paulo VI apresentam não somente uma definição do matrimônio, mas um caminho que orienta para o desenvolvimento e finalidade da família cristã. No entanto, as últimas déca6
das, marcadas por diversos acontecimentos na esfera social, procedentes dos avanços da tecnologia, das condições econômicas, do surgimento de novos valores,... Promoveram uma reflexão sobre a estruturação da família no seu modelo fundamental.
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Estes acontecimentos, com reflexos imediatos nas famílias já constituídas, não deixam de levar aqueles que se preparam para o casamento uma nova visão, muitas vezes, com horizontes mal definidos. Desta forma, procurou a Igreja, na sua condição de Mãe e orientadora, criar os instrumentos necessários para que se “renove” a família no contexto atual, sem se afastar do seu ideal enquanto instituição “sapiente do Criador”, sempre considerada o berço natural para a “geração e educação de novas vidas”.
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O trabalho da Pastoral da Família Conscientes desta responsabilidade, que cabe a nós cristãos seguir neste caminho, é que a Pastoral da Família nasceu, e se desenvolve, no intuito de poder colaborar na formação daqueles que, corajosamente, abraçam o compromisso do matrimônio. Não sendo o matrimônio um “fruto do acaso”, é necessário que se prepare para esta jornada. Neste espírito de oferecer uma melhor formação aos que se propõem a esta missão, é necessário promover um trabalho que procure acolher a todos que desejam corresponder, em suas vidas, a esta vocação matrimonial.
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Por que casar hoje?; casamento e liberdade; o casal na intimidade; filhos: quando tê-los?; fidelidade conjugal; os sacramentos em família; trabalho e família; maturidade conjugal;... são alguns dos temas que fazem parte desta proposta. São questões que constituem desafios aos noivos no mundo contemporâneo. Enfrentá-los com sinceridade, serenidade, alegria e otimismo à luz da Boa Nova de Cristo, com o objetivo de difundir ao mundo inteiro uma manifestação de paz e amor, encontra sua justificativa nas palavras de João Paulo II: “o futuro da humanidade passa pela família”.
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ATRIMÔNIO: M COMPROMETIMENTO COM AMOR
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Um marco para toda vida O glamour da entrada triunfal da noiva na igreja ainda hoje é motivo de emoção para todos os presentes, de modo particular para aqueles que já contam anos de vida conjugal e recordam o seu dia, como para os que sonham pela chegada do seu. Em cada coração registra-se um momento único, em que os noivos se preparam para dar um passo significativo (dos mais importantes) nas suas vidas: unir-se definitivamente, em desejo e esperança ao seu amor. Definitivamente, pois o amor quando encontrado não enxerga estradas curtas, ou com fins previstos, mas deseja, pela felicidade, a sua perpetuação.
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Não é simplesmente um encontro, mais do que isto, é firmar em definitivo, por uma entrega livre de um para o outro, para que se tornem “uma só carne”. Esta expressão tão forte e soberana do livro dos Gênesis (2, 24) dá um sentido novo aqueles que aguardaram, responsavelmente, por este passo onde não somente “a carne”, mas a pessoa na sua totalidade se une ao outro, sem reservas, para uma 9
Não é simplesmente um encontro, mais do que isto, é firmar em definitivo, por uma entrega livre de um para o outro, para que se tornem “uma só carne”.
nova vida. Esta sempre foi, e continua sendo, a orientação da Igreja Católica no que diz respeito ao que se espera do comportamento de um homem e de uma mulher que dentro do caminho da Igreja procuram percorrer este caminho de Felicidade.
A resposta da Igreja à mudança dos tempos
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As mudanças nos hábitos do relacionamento sexual entre homem e mulher, ocorridos principalmente após a introdução e proliferação dos meios anticoncepcionais na sociedade, facilitaram a “união dos corpos” sem que houvesse a respectiva responsabilidade da união das pessoas. As conseqüências disso são bastante conhecidas: crescimento no número de abortos, processos de união descompromissados, gravidez precoce na adolescência, e a própria “instrumentalização” da mulher como simples objeto de prazer. 10
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Estas conseqüências todas foram profetizadas e advertidas por Paulo VI quando redigiu a memorável encíclica “Humanae Vitae” ainda no ano de 1968, quando após profunda reflexão e oração, apresentou em favor da vida, a decisão contrária ao uso dos meios anticoncepcionais pelos católicos. Desde então, a Igreja mantém o mesmo parecer quanto a uma paternidade e maternidade responsáveis, onde somente o planejamento natural é reconhecidamente aceito, em respeito ao amor dos cônjuges e da vida, fruto deste amor. Uma vida que foi gerada no princípio pelo Amor, e comprometida para Amar, para que permaneça unida ao Amor. Assim, não se pode ver desvinculado do Amor a união dos cônjuges, que unidos livremente e responsavelmente tomam este caminho de felicidade, ainda que muitas vezes acompanhado de dificuldades.
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O relacionamento de um homem com uma mulher permanece como caminho de conhecimento durante todo o período do namoro, e diante das convicções estabelecidas por um amor maduro deve se concretizar na “união dos corpos”, mediante o sacramento do Matrimônio. Relacionamentos antecipados, ainda que conscientizados do compromisso dos noivos, seja de modo casual ou com inteiro amor, não é uma forma de manifestação aceita, e que deve ser evitada ainda que com sacrifício. Um esforço que seguramente fortalece o respeito em relação ao outro, tão necessário em oportunidades que, frequentemente, ocorrem na vida matrimonial. Aos que assim não se preparam, poderá se verificar na infidelidade, infelizmente, uma possível alternativa futura. No entanto, a Igreja, como Mãe, reconhecendo as dificuldades humanas, sempre procurou compreender e reconciliar aqueles que, conscientes de seus compromissos, sabem renovar os seus propósitos, sem se enganar por estarem atuando conforme a “modernidade” apregoada por alguns.
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ONHECER, C COMPREENDER E AMAR O OUTRO
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Um desejo entre o homem e a mulher Apesar de todas as grandes transformações do mundo moderno, homens e mulheres, na sua grande maioria, continuam se preparando para casar desde que nascem, como em todos os tempos. Esta é a condição que tem garantido a permanência, ou sobrevivência, da espécie humana sobre o planeta. “Crescei e multiplicai-vos” lemos no Gênesis (1,28).
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Meninos e meninas, desde muito cedo, enxergam em seus pais uma visão de futuro. Pouco compreendida nos primeiros anos da infância, vai se configurando mais próxima da realidade quando chega a adolescência. Cumpre-se assim a preparação remota, que leva os pais a transmitirem aos filhos as alegrias e o esforço em vencer as dificuldades da vida conjugal. Vencida esta etapa, e já na juventude, olhando responsavelmente para a maturidade, o caminho da união aparece como uma via preferencial para a maioria. 13
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Conhecer o outro como ele (a) é na realidade “Não é bom o homem estar só”, nos orienta as Sagradas Escrituras (Gen. 2,18). Adentra-se ao período de preparação próxima, pelo namoro. Só podemos amar, de verdade, o que, ou quem conhecemos. Do contrário, estamos entregando nossos sentimentos a uma imaginação repleta de figuras construídas por mim mesmo e que alimentam um desejo que freqüentemente não estará de acordo com a realidade.
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Esta simples constatação não é acompanhada por muitos apaixonados, que nutrem um sentimento profundo por alguém mais baseado no que desejariam que o outro fosse e não pelo conhecimento que têm dele. Não se conhece, em realidade, sem ter tido contato. Pode-se conhecer por ouvir falar, por ter lido, por ter visto um retrato....mas nada disso supera a primeira sensação despertada pela real presença de uma pessoa diante da outra. E o que se vê em primeiro lugar? Um corpo. O mais natural é que a primeira comunicação de dois namorados seja pela visão do físico. Gordo ou magro, alto ou baixo, careca ou cabeludo, loira ou morena,... em nada disso existe uma característica peculiar. São milhões na humanidade. Ocorre que naquela pessoa aquele conjunto assumiu uma atenção especial, sem se saber todas as razões do porque, mas que por um motivo torna aquela pessoa diferente de todas para alguém. E aí começa a imaginação? Gostamos de construir o que nos convém, e corre-se o risco de se começar a se apaixonar por quem eu gostaria que fosse e não por quem realmente é. Para os mais tímidos esta ilusão pode chegar aos cumes da maravilha antes de se decidirem perguntar “qual é o seu nome?”
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O que é importante conhecer no outro Conhecer. Vencido o deslumbramento é importante saber o que pensa, como fala, como escuta, o que sente,... aquela pessoa “escolhida”. É preciso discernir o que é mais importante conhecer a respeito dele(a). É evidente que isto não se fará mediante um interrogatório policial, ou um relatório técnico, mas mediante um diálogo 14
que nasce freqüentemente nas amenidades e pouco a pouco no tempo deve avançar para temas de maior significância. Um diálogo que deve ser construído não somente pela aquisição do que um sabe, mas também pelo que o outro revela de si mesmo.
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Nesta construção não podem faltar temas que revelam os valores fundamentais para quem deseja comprometer-se por uma vida de união comum e para sempre. Que os dois gostem de praia pode ser interessante, mas não tão importante quanto saber o que cada um pensa em relação à importância dos filhos no casamento, por exemplo. Objetivos de vida, trabalho profissional, relações familiares, aspirações e dificuldades pessoais, são temas que não podem faltar. Não se esquecer, particularmente da questão da vivência da Fé e da Religião. Se for verdade que este tema é de ordem pessoal, também é fato que a vida conjugal aproximará certamente acontecimentos nos quais a visão que cada um tem a respeito desse assunto poderá interferir muito na dinâmica do casal, inicialmente, e depois em toda a família.
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Compreensão: Ninguém é “perfeito” O conhecimento nos leva a realidade do outro, que não significa uma idealização da perfeição. Somos todos de carne e osso, humanos. A convivência consiste em saber conjugar os pontos positivos que fortalecem a união com a tolerância aos defeitos inerentes em cada um. É necessário ter claro 15
Pode-se conhecer por ouvir falar, por ter lido, por ter visto um retrato... mas nada disso supera a primeira sensação despertada pela real presença de uma pessoa diante da outra.
É necessário ter claro que casamos também com os defeitos.
que casamos também com os defeitos, e esses possivelmente podem se modificar após o casamento, para melhor ou para pior. Admitir que após casar tudo passe para melhor não é o planejamento adequado. Porém, precisamos discernir “defeito” de característica.
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Ter em conta, sempre, que estas considerações são válidas para ambos os cônjuges, o que tornará o tema mais dinâmico, aumentando a capacidade de conhecimento e compreensão. À medida que crescemos na compreensão e na aceitação do outro como é, e não como gostaríamos, estaremos crescendo no Amor. Aceitar o outro como é não significa que não possa melhorar. A compreensão deve ser generosa, mas sempre amparada na esperança que com a ajuda mútua os dois poderão melhorar enquanto pessoa. Crescer enquanto pessoa, e fazer o outro crescer, é o caminho 16
que os cônjuges devem buscar para que se consiga alcançar a felicidade. Estamos no período da preparação imediata para o matrimônio.
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O caminho do Amor Esse caminho de crescimento só será conseguido quando trilhado com Amor. Um Amor que conforme as palavras do Apóstolo São Paulo: “ ...é paciente, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido; não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo.” (1Cor 13, 4-8)
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É importante lembrar que nesta preparação para a união em que os dois se tornarão “uma só carne”, se estarão unindo um homem e uma mulher. Pessoas com características próprias, segundo a sexualidade de cada uma. Ajuda muito, para melhor se conseguir viver as palavras do Apóstolo quanto ao significado do Amor, que se conheça bem estas diferenças da masculinidade e da feminilidade, a fim de que não se constitua uma rivalidade incompreensível, mas sim uma complementaridade indispensável.
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IFERENÇAS D ENTRE O HOMEM E MULHER
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Cada ser humano é único Antes de falar de diferenças entre homens e mulheres, devemos lembrar que cada ser humano é único. Deus nos criou como seres únicos que pensam e agem conforme suas características e educação, que se formam ao longo da vida, onde ocorrem episódios de diversas naturezas. Conhecer a história de vida de alguém colabora em muito para compreender determinados comportamentos, manifestados em reações próprias da sua individualidade. Isto é fundamental quando este “alguém” será o meu cônjuge para toda a vida.
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Os fatos que se seguem aqui como ações masculinas e femininas são parte de um compilado de traços e comportamentos padrões para ambos os sexos. Todos têm qualidades e defeitos e vivem cada um deles em seu dia a dia...Lembrem-se de que em cada uma destas ações deve existir uma adaptação própria a história de cada um, com suas peculiaridades. 19
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Dois olhares para o mesmo mundo A primeira coisa a se dizer sobre homens e mulheres é que, definitivamente, não vêem o mesmo mundo do mesmo modo. Eles se complementam. Homens e mulheres, diariamente, relacionam-se e tumultuam-se entre seus pontos em comum e suas diferenças biológicas. Enquanto os homens vêem o mundo com objetividade e razão, as mulheres vêem este mesmo mundo com sensibilidade e emoção... Pensem neste exemplo de um casal que indo buscar o filho na casa da avó materna, pois na noite anterior foram a um casamento de um amigo, são questionados por esta “como foi o casamento ?”. Imaginem as possíveis respostas de cada um:
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Ele: “-O casamento foi muito bom. Foi muita gente e mal consegui achar lugar para estacionar o carro. Para variar entramos atrasados. Acabou o casamento e fomos para a festa. Lá estava legal. A banda era boa e o salão bem grande, porém demoraram em servir o jantar. Aproveitei para apreciar o vinho, que foi muito bem escolhido e saímos logo após o jantar pois tínhamos que acordar cedo para voltar para casa.”
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Ela:“- Nossa.... foi lindo, chorei muito quando vi a Priscila entrar (aliás entramos com ela...). Que vestido lindo ! Era frente única e em ‘evasê’ de renda italiana e com pedras bordadas. Tinha uma madrinha com um vestido igual da mãe do noivo, um absurdo.... a cerimônia foi linda e o padre disse coisas lindíssimas para eles. Chorei o tempo todo. A Priscila me viu na saída e sorriu, chorei mais ainda... A festa estava maravilhosa, todos felizes. Você acredita que eu encontrei a Luiza lá na festa ? Pois é... conversamos quase a noite toda, ela também já se casou.... (etc....)
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Esta mesma emoção faz com que elas conectem todos os fatos a um grande fio de lembranças que parece ser interminável, enquanto eles mal conseguem lembrar do dia anterior. A matemática de um casal também passa pelos mimos e ações feitas um para o outro. Enquanto um homem despende uma grande energia em uma ação que ele entende ser grandiosa (e gerará muitos pontos); para a mulher esta ação é somente mais uma, de tantas outras que o homem deve fazer. Para as mulheres uma ação que demorou 20
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semanas para ser feita e uma que despendeu somente alguns minutos, tem o mesmo valor. Mulheres são, em geral, avessas a mudanças. A rotina traz tranquilidade e segurança necessárias para elas. Isso pode ser incompreendido pelos homens que sempre querem mudar e alterar o ambiente a sua volta.
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Dois amigos se encontram na rua, um breve cumprimento e um aperto de mão são suficientes para dizer “alo”. No caso deste encontro ser entre duas mulheres, ele será o momento perfeito para que cada uma delas faça um “check-up” completo da amiga, notando tudo dos pés a cabeça.
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Compras... Quem pode resistir aquela promoção imperdível ? No momento das compras homens e mulheres também mostram as suas diferenças. Enquanto homens entram em um shopping para comprar uma camiseta e saem de lá com ela em... 30 minutos; as mulheres sempre saem com umas sacolas a mais...em 3horas.
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Não se pode deixar de mencionar nestas diferenças o aspecto da sexualidade no campo da sua intimidade física. Homens e mulheres reagem de modos distintos. Enquanto elas percebem esta relação a dois como o fim de uma caminhada preenchida por carinhos e afetos, demonstrada por pequenos gestos que muitas vezes preenchem todo um dia de expectativas; os homens seguem uma meta mais objetiva, esquecendo-se de que a realização se faz a dois. A união amorosa dos corpos 21
A primeira coisa a se dizer sobre homens e mulheres, é que, definitivamente, não vêem o mesmo mundo do mesmo modo.
deve contemplar esta plenitude que se forma mediante a compreensão da pessoa do outro na sua totalidade.
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O silêncio dele que preocupa ela
Um diálogo entre homem e mulher também tem suas particularidades.
Um diálogo entre homem e mulher também tem suas particularidades. Os homens, em geral, são quietos e reservados. Quando um problema os incomoda, este silêncio torna-se mais profundo e necessário, até a resolução do problema. Uma mulher pode ver isso como um problema de relacionamento entre os dois, pois quando ela tem um problema, a primeira ação a ser feita é partilhar com a pessoa que ela mais confia. Um silêncio do homem, em um caso como este, pode significar para ela que ele não confia mais no relacionamento entre os dois.
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Deste modo, mulheres compartilham seus problemas simplesmente para desabafar e partilhar suas preocupações. Elas não buscam, necessariamente, soluções. Os homens, ao ouvirem o problema começam a propor soluções, pois quando um homem partilha um problema é porque ele busca ajuda na solução. Uma sugestão para um problema que uma mulher acabou de compartilhar pode soar para ela que ele não confia na capacidade feminina de resolver o problema. Então, podem surgir problemas.
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Homens são concentrados e gostam de tratar um problema de cada vez. Muitas frentes abertas ao mesmo tempo confundem seu raciocínio e os faz falhar em ações. As mulheres conseguem se concentrar em muitas ações ao mesmo tempo, dando a devida atenção a cada uma em seu determinado momento. Neste momento ambos devem ter atenção como cada um atua nas ações a sua volta.
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O que importa é a complementaridade Lembrar que estas manifestações não são sempre exatas para homens e mulheres. É possível que muitos homens guardem alguns traços da feminilidade, e vive-versa. O que não quer dizer nada. Contudo, é interessante que o que sobra em um, frequentemente, é o que falta no outro. Enfim, homens e mulheres com suas diferenças se complementam. Cada um com sua características soma ao outro, criando um todo, chamado família.
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COMUNICAÇÃO DO CASAL 36
Maneiras de se comunicar Existem várias formas de comunicação entre o casal que se dão não somente pelo diálogo, mas também por expressões, gestos e olhares. O olhar e a entonação da voz, independentemente do conteúdo da informação, podem expressar sentimentos negativos que gerarão no outro (marido ou esposa) desconforto e definitivamente não serem uma boa forma de comunicação. É bom lembrar que o casal pode ter a falta de comunicação, por mera ausência física, contato pessoal ou descaso da prática eficaz da comunicação.
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Desta forma, expressa-se a importância da boa forma da comunicação entre o casal, que é um desafio constante, o que requer disciplina e dedicação baseada nos seguintes valores: Amor, Atenção e Cuidado. Amor no conteúdo proveniente de Deus, atenção ao ouvir e cuidado ao falar.
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O conteúdo da comunicação A conversa de um casal não é uma reunião de negócios, onde sempre deve haver uma pauta minuciosa, para que não se 25
A boa forma da comunicação entre o casal é um desafio constante, o que requer disciplina e dedicação baseada nos seguintes valores: Amor, Atenção e Cuidado.
perca tempo. Isto quer dizer que não devemos estar permanentemente nos policiando com o que vamos falar, “olhando o relógio”. O conteúdo deve ser de uma variedade enorme, desde alegrias, preocupações, projetos, dificuldades, no âmbito pessoal, do casal, dos filhos, de familiares, e amigos, que aconteçam no espaço de casa, no emprego, ou em passeios e viagens, etc. Enfim, não há limites ao conteúdo. Tudo deve interessar ao outro, quando se trata do cônjuge. A falta de interesse em função do conteúdo transparece uma sensação de falta de amor. O que muitas vezes não tem importância para ele pode ser fundamental para ela. Isso deve ser o suficiente para que ele preste atenção. O que é preciso discernir é se o conteúdo é adequado para aquele momento e circunstâncias.
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Ouvir ao outro Deixar de ouvir o que não interessa é o primeiro passo para não saber o 26
que está acontecendo de real importância para os dois. Assim sendo, a atenção no ouvir torna-se uma ação de extrema delicadeza em relação ao outro. Ouvir sem a sensação de que já sabe o que vai ser dito. Ouvir sem interromper, até o fim, ainda que já imagine no que vai dar. Ouvir sem fazer outra atividade concomitantemente. Ouvir sem querer adivinhar. Ouvir atento como se fosse a primeira vez, ainda que já tenha se repetido na semana anterior. Ouvir sem dizer que “já sabia”, e “já havia alertado”. Ouvir sem querer abreviar. Simplesmente ouvir. Esta é uma atitude que em si só já encerra uma grande demonstração de amor.
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Cuidado ao falar Quando se fala, ou é para responder a algo perguntado, comentar após ter ouvido alguém ou para contar uma idéia ou um fato acontecido. É sempre melhor avaliar se o momento é o mais adequado para aquele assunto. Se as circunstâncias favorecem aquele comentário ou aquela notícia. Respostas bruscas, frequentemente, não se associam ao fato em si, mas a algum sentimento que estava guardado em relação a outras coisas. Comentários precoces, sem uma reflexão adequada podem parecer que se dá pouca importância. Notícias que exigem diálogo necessitam de lugar e circunstâncias que favoreçam aquele conteúdo. Aguardar uma melhor oportunidade, sem se esquecer, pode ser uma medida prudente em situações quentes ou desconfortáveis de humores. Silenciar para retornar ao tema menos cansado, pode levar a uma visão mais favorável ao que parecia perdido.
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Um desafio a ser enfrentado com diálogo O desafio ainda é maior quando o casal atravessa problemas (turbulências) de ordem financeira, saúde, familiar dentre outros aspectos da vida de qualquer ser humano. Nessas circunstâncias, principalmente, deve existir a busca por uma comunicação eficaz entre o casal com harmonia, respeito, compreensão e focado no amor de Deus por nós, no nosso amor a Deus e do nosso amor que devemos 27
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ter ao próximo. Lembremos que a nossa esposa ou marido é, também, o nosso próximo e devemos a eles um amor cristão - neste caso - “Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles” (Mt 7,12).
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O diálogo não deve esperar por vencedores e vencidos ao seu final. Se a conversa é entre os cônjuges, os dois ganham pela manifestação de compreensão, em oferecer uma nova oportunidade, ou por crescer em paciência e amor, a uma dificuldade do outro. Falar até que um saia “vencedor” é o início do caminho para que o casamento comece a se sentir vencido. A comunicação do casal não é uma batalha, mas uma avenida onde trafegam idéias, que podem ser divergentes, mas que convergem para o conhecimento maior de um em relação ao outro, crescendo o respeito entre os dois, favorecendo a um amor mais maduro.
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Falar até que um saia “vencedor” é o início do caminho para que o casamento comece a se sentir vencido.
MATRIMÔNIO O E AS LEIS DE DEUS
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A vocação para o Amor Conjugal A vocação à felicidade e ao amor é comum a todos os seres humanos. Quando um homem e uma mulher se apaixonam e decidem juntos unir as próprias vidas em matrimônio, entendem que essa união constituirá para eles fonte de alegrias e vivência desse amor que ambos anseiam. Isso acontece porque criados à imagem e semelhança de Deus, nos realizamos plenamente apenas quando essa vida divina está presente em nós. “Deus é Amor”(1 Jo 4,8) e na própria intimidade divina há uma comunhão de amor entre as Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O matrimônio é o chamado a que a comunhão de vida entre homem e mulher seja um reflexo dessa comunhão de amor da Santíssima Trindade.
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A este chamado vocacional para o matrimônio deve se entender como um caminho de santidade no estado de vida conjugal. Casar não deve ser um exercício para todo ser humano que se sente só, mas para aqueles que conseguem compreender que mediante o matrimônio estarão se entregando a Deus da melhor maneira de como entenderam o Seu chamado. 31
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Os Dez Mandamentos: orientações para as dificuldades Podemos, no entanto, frustrar essa sublime vocação, permitindo que o egoísmo desfigure o relacionamento. Quando o desejo de posse e prazer fazem do outro, não mais um dom recebido ao qual me entrego por completo, mas um objeto, então o relacionamento se torna incapaz de preencher os anseios de felicidade. A vida a dois se torna amarga, buscam-se compensações fora da união e o rompimento do laço conjugal torna-se a única solução capaz de trazer sentido a essas almas infelizes.
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Diante de caminhos tão contrários, como conseguir realizar-se no amor e fugir da frustração? Confiando nas próprias forças, poucas esperanças teríamos nós. Mas se cantarmos com o salmista: “És tu, Senhor, minha esperança, és minha confiança desde a minha juventude” (Salmo 71,5), então a plenitude dessa vocação estará ao nosso alcance. Os Dez Mandamentos são a salvaguarda contra o pecado. Por isso o primeiro compromisso deve ser esforçar-se, com toda a vontade e entendimento, a viver na íntegra os mandamentos.
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Jesus retomou os Dez Mandamentos que há mil anos Deus já tinha dado a Moisés e levou-os à plenitude no sermão da montanha, quando aquele jovem perguntou-lhe “Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” (Mt 19,16), Jesus respondeu dizendo: “Se queres entrar na vida guarda os mandamentos”; e fez questão de citá-los “não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra pai e mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo”(Dt 5,16-20; Lv19,18).
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Os mandamentos nos ajudam a compreender e a viver este amor a Deus e aos irmãos, que nos levam à santidade e ao rompimento com a desordem, como Santo Agostinho chamava o pecado. Santo Agostinho, recordando as palavras de Cristo que se lê em Lucas (10,27): “E, respondendo Ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”, dizia que essas são as duas asas que Deus nos deu para voar alto e chegar aos céus: o amor a Deus (I ao III)e ao próximo (IV ao X). 32
I. Amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda as tuas forças. II. Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus. III. Guardarás (santificar) domingos e festas (dias de preceito). IV. Honrar pai e mãe. V. Não matarás. VI. Não cometerás adultério. VII. Não furtarás. VIII. Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo. IX. Não cobiçarás a mulher do teu próximo. X. Não cobiçarás nada do que pertence ao teu próximo.
Os Sacramentos: graças necessárias para o cumprimento das Leis
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Jesus Cristo, com sua Paixão, Morte e Ressurreição, vem nos libertar do poder da morte e do pecado. Ele confiou à Sua Igreja a administração das graças da redenção para que todos participássemos de Sua vitória. Os sacramentos são os canais pelos quais nos chegam as graças de Deus. Cristo confiou à Igreja também a missão de nos ensinar a bem viver, de modo que no exercício da liberdade escolhamos sempre o verdadeiro bem. São os ensinamentos morais da Igreja que cumprem esse papel, como balizas no caminho de realização plena da nossa vocação. 33
Os sacramentos são os canais pelos quais nos chegam as graças de Deus.
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A orientação dos mandamentos e, principalmente, com a graça dos sacramentos, viveremos o matrimônio como plena vocação à santidade e reflexo da comunhão de Amor da Santíssima Trindade.
São sete os sacramentos, que acompanham as necessidades da vida de toda pessoa. Quando se nasce recebe-se o Batismo, que nos introduz na Igreja. Conforme se cresce, se fortalece com a Confirmação ou Crisma. Necessita-se constantemente do alimento da alma, mediante a Eucaristia. As dificuldades podem levar ao adoecimento da alma, e para tanto temos a Confissão ou sacramento da Reconciliação. Para a preparação da morte, recebe-se a Unção dos Enfermos. Como guia para nossa vida se têm os sacerdotes pelo sacramento da Ordem, e no Matrimônio contamos com as graças necessárias para a perpetuação da espécie gerando os filhos de Deus.
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É possível viver um matrimônio santo! O Papa João Paulo II disse certa vez que “a Igreja existe para nos levar à santidade”. É o mesmo que dizer que ela foi instituída por Jesus para “arrancar os pecados” do mundo e de nossa alma. O Catecismo da Igreja Católica nos mostra toda gravidade do pecado: “Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave do que o pecado, e nada tem conseqüências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro” (1488)
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Portanto, com a orientação dos mandamentos e, principalmente, com a graça dos sacramentos, viveremos o matrimônio como plena vocação à santidade e reflexo da comunhão de Amor da Santíssima Trindade. “Este mistério é grande” (Ef 5,32), disse São Paulo ao falar da sublimidade da vocação matrimonial e é dessa grandeza que homem e mulher estão chamados a participar quando se unem diante de Deus em matrimônio.
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ACRAMENTO S DO MATRIMÔNIO “Deus os abençoou dizendo: Sede fecundos e multiplicai-vos e povoai a terra” (Gen,1,28 ). “Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gen, 2,24) “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu não o separe o homem”. (Mt 19,6)
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O dom especial da graça! A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão para a vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação dos filhos, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de Sacramento, por Jesus Cristo. Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é concedida a vida divina. A graça sacramental é a graça do Espírito Santo, dada por Cristo e própria de cada sacramento. Essa graça ajuda o fiel no seu caminho de santidade, bem como a Igreja no seu crescimento de caridade e de testemunho. 37
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Deus quis que o homem e a mulher se completassem um ao outro, que se apoiassem um no outro, que se amassem e contribuíssem para seu mútuo crescimento espiritual. Em seu estado de vida e função (esposos cristãos) têm um dom especial dentro do povo de Deus. O sacramento do Matrimônio é um canal de sua graça, que se destina a aperfeiçoar o amor dos cônjuges, a fortificar sua unidade indissolúvel, e por esta graça eles se ajudam mutuamente a santificar-se na vida conjugal, como também na aceitação e educação dos filhos. A graça deste sacramento consiste na ajuda sobrenatural de Deus para que os esposos possam se amar em Cristo sem infidelidade, e para sempre, assim como receber todos os auxílios espirituais necessários para a função de seu lar. Deve-se receber o Sacramento do Matrimônio em estado de graça, e com a devida preparação para isso. Portanto, recomenda-se aos noivos que se confessem antes da cerimônia.
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As condições indispensáveis para o Matrimônio No Matrimônio, os noivos são os agentes principais que promovem o sacramento, mediante as promessas de um para com o outro diante de Deus. O Sacerdote (ou diácono) que assiste à celebração do Matrimônio recebe o consentimento dos esposos em nome da Igreja. A comunidade cristã é testemunha desse consentimento mútuo.
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Durante o rito do sacramento do matrimônio o sacerdote pergunta aos noivos se estão lá de livre vontade e de todo coração: decididos a se amarem por toda a vida e a receber os filhos como dom de Deus e educá-los segundo a lei de Cristo e da Sua Igreja. A resposta aguardada deve ser: “sim”; para que se legitime o sacramento. A seguir ocorrerá o consentimento por parte dos noivos na presença de Deus e da Sua Igreja. “Eu N., recebo-te por minha esposa(o) a ti N., e prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida”. 38
Conclue-se com a aceitação do consentimento proferido pelo sacerdote, seguida da benção das alianças que serão colocadas no dedo anelar entre os noivos. “N. recebe esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”.
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O Sacramento do Matrimônio proporciona aos esposos (e possíveis pais) todas as graças para uma vida familiar em Cristo, a exemplo da família de Nazaré, modelo dos lares cristãos . Esta graça recebida favorece que os noivos assumam o compromisso das quatro condições essenciais para que o Matrimônio se realize de modo válido: decisão responsável, livre de impedimentos e de coação de qualquer natureza; compromisso de fidelidade, em todas as circunstâncias da vida conjugal, na saúde e na doença, na fortuna ou na carência, na traquilidade e nas tribulações; aceitação amorosa da condição de indissolubilidade até a morte; e a abertura aos filhos que Deus enviar, prometendo educá-los na religião católica.
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Estas condições exigem por parte dos noivos um comprometimento responsável e generoso, principalmente para que se desenvolva a prudência, a fortaleza e a temperança, tão necessárias para a superação dos problemas que ocorrem na vida familiar. Desta forma, com a graça sacramental, os cônjuges, com respeito e paciência, aprenderão na ajuda mútua a minimizar e a relevar as fraquezas do temperamento de cada um, próprias da natureza humana. 39
Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é concedida a vida divina.
ATERNIDADE E PMATERNIDADE RESPONSÁVEIS
(Valor, Beleza e Dignidade da Vida Humana) “O gravíssimo dever de transmitir a vida humana, pelo qual os esposos são os colaboradores livres e responsáveis de Deus Criador, foi sempre para eles fonte de grandes alegrias, se bem que, algumas vezes, acompanhadas de não poucas dificuldades e angústias.” (Humanae Vitae 1, Paulo VI)
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A alegria dos filhos! É natural que os filhos aconteçam na vida matrimonial. Atualmente os casais, cheios de cálculos, querem ter a segurança se poderão pagar a faculdade antes que ocorra o nascimento. É fato que a paternidade deve ser responsável, mas assim torna-se impossível, e paternidade responsável significa “ser pai e mãe” e não deixar de sê-los. Com a chegada do filho(a) descobrimos que ele(a) era quem faltava. Um casal que não se alegra com a chegada de um filho não pode ser um casal que vivia o matrimônio em plenitude. Pode um casal não ter 41
filhos, por condições que independam deles, mas jamais se entristecer com a chegada de um filho. Este acontecimento é, sem dúvida, mais um desafio, que vale a pena enfrentar!
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Os filhos transformam os pais. Colaboram para que estes possam crescer em generosidade, em disponibilidade, em renúncia, em amor. Como “efeitos colaterais” favorecem pensar mais no outro, diminuindo o egoísmo, a vaidade exagerada. Contudo, há de se fazer uma advertência: os filhos não podem construir um muro entre os pais, e sim uma ponte. Quando a mulher esquece que além de mãe é também esposa, ou o homem se esquece que continua a ser marido, além de se tornar pai, o assunto não vai bem. Os filhos devem ser fator de união familiar e não de desunião conjugal. O casal deve estar ciente que o desenvolvimento dos filhos depende em muito da força do amor entre os dois.
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Pais: colaboradores de Deus A premissa da valorização do amor fiel, confiante, é condizente e coerente com a doação de corpos, que é o ato sexual, tal como foi criado. Esta atitude do homem e da mulher possibilitam a eles participarem do poder criador de Deus e levarem a cabo a construção de novas vidas humanas. Para tanto, foi-lhes dado um presente: o dom da fertilidade. Como acontece com qualquer presente, caso não se queira usá-lo imediatamente, pode-se guardá-lo, mas estragá-lo seria uma falta de gratidão e sabedoria.
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“O homem é chamado a uma plenitude de vida que se estende muito para além das dimensões da sua existência terrena, porque consiste na participação da própria vida de Deus.” (Evangelium Vitae 2). O homem e a mulher são chamados a colaborar na obra de Deus, enquanto agentes capazes de gerar uma vida, decorrente do poder transmitido por Deus a eles!
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“Ao perguntar: ‘Estais dispostos’, afirma o papa João Paulo II (Carta às Famílias,8) a Igreja recorda aos noivos que eles se encontram perante o poder criador de Deus. São chamados a tornar-se pais, ou seja, a cooperar com o Criador no dom da vida. Cooperar com Deus no chamamento à vida de novos 42
seres humanos significa contribuir para a transmissão daquela imagem e semelhança divina, de que é portador todo o ‘nascido de mulher.”
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No entanto, a responsabilidade do casal a este chamado, intrínseco ao cumprimento das promessas do sacramento do matrimônio, está sujeita a pressões e adversidades de toda sorte, procedentes de dificuldades dos próprios cônjuges, assim como do ambiente ao redor, ou de circunstâncias alheias a vontade dos esposos. Diante disso, é possível que em caráter temporário, ou mesmo por período prolongado, o casal necessite preservar-se à chegada de um novo filho, sem com isto perder o propósito do vínculo da união conjugal, que deve fortalecer pelo afeto o crescimento do amor humano.
Um recurso natural para o planejamento
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Foi dado à natureza humana o conhecimento dos sinais biológicos da fertilidade. Se respeitarmos e observarmos a natureza, veremos que a mulher manifesta exteriormente, por meio de mudanças corporais bem identificáveis, os sinais de seu período fértil. À semelhança da natureza, o período fértil é de umidade, dado pela liberação do muco procedente do colo uterino, que dá aos órgãos genitais femininos externos uma sensação lubrificante, escorregadia. Esse fenômeno se inicia 5 dias antes da liberação do óvulo pelo ovário (fenômeno a que chamamos ovulação) e permanece até a liberação deste. O óvulo é aspirado pela trompa e o muco cessa 43
O homem e a mulher são chamados a colaborar na obra de Deus.
quase completamente, com nítida mudança do padrão de secreção. O final do período fértil seria após 2 dias à mudança de secreção, quando o óvulo já teria perdido sua viabilidade. De forma que, ao todo, a duração do período fértil seria de 8 dias, a saber: 5 dias de muco pré-ovulatório, o próprio dia da ovulação e mais 2 dias de viabilidade do óvulo.
O método da ovulação ou Billings investe numa relação completa, em que ambos assumem a responsabilidade de sua fertilidade.
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O método propõe que estes dias sejam respeitados pelo casal, caso não se deseje prole. Se o desejo for de concepção, este é o período mais adequado para a tentativa. A eficácia do método depende da perspicácia da mulher e seu interesse em se observar e identificar o início do período mucoso e seu término. Depende também que o casal esteja motivado para cumprir a abstinência do período fértil e requer a correta aprendizagem do método.
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O método da ovulação ou Billings tem uma inteligência. É um método positivo, visa o fortalecimento da relação. Investe na realidade da fidelidade e indissolubilidade e dá credito ao casal, na sua capacidade de auto controle, de auto conhecimento e de diálogo. Ele foi idealizado para preservar a integridade física da mulher, e para não destruir sua fertilidade, pois segue as leis biológicas da reprodução. Visa libertar a mulher da carga hormonal que tantos outros métodos lhe impõem. Investe numa relação completa, em que ambos assumem a responsabilidade de sua fertilidade. E também respeita a vida, porque conserva os canais da transmissão da vida, dispostos pelo Criador.
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Anticoncepção: um risco ao amor conjugal A maioria dos métodos artificiais promove uma “hormonização”. Estes hormônios assumem o controle da menstruação e bloqueiam a liberação do óvulo, ao mesmo tempo que endurecem o muco do colo uterino, que é o responsável pelo transporte dos espermatozóides que são depositados na vagina e que necessitam subir pelo útero e trompas para o encontro com o óvulo. Uma vez endurecido, ele se torna hostil, em forma de barreira contra a subida do espermatozóide, que não chegará ao seu objetivo de fertilizar o óvulo. Além disso, a carga hormonal visa atrofiar a matriz da menstruação, que é onde o óvulo fecundado se implanta. Estes três mecanismos, ou seja: o bloqueio da liberação do óvulo, as barreiras contra os espermatozóides e o bloqueio da implantação são a “inteligência” dos métodos hormonais.
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Esta estratégia deles poderá ser desastrosa para muitas mulheres, tendo-se em vista o comprometimento da própria fertilidade, de forma transitória ou mesmo definitiva, dependendo da sensibilidade de cada mulher e de doenças prévias, que nem sempre são investigadas. Isso é preocupante, porque a oferta destes métodos é feita, atualmente, em idades cada vez mais precoces, chegando a produzir verdadeiros desequilíbrios, que serão conhecidos, muitas vezes, após muitos anos de uso.
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Além dessa ação hormonal, a estratégia desses métodos torna a mulher mais disponível aos assédios e contribui para a irresponsabilidade dos relacionamentos sem qualquer compromisso, o que 45
É fundamental lembrar aos casais o valor que tem a vida humana.
torna mulheres e homens mais vulneráveis a doenças sexualmente transmissíveis, à infidelidade, à dissolução de vínculos mais estáveis e à construção do amor confiante entre homem e mulher.
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Valorizar a beleza da vida! É fundamental lembrar aos casais o valor que tem a vida humana, pois a mesma está muito atacada e o início dela, dentro do útero materno, é motivo de atentados, pois parece que a violência chegou até a este reduto! O início desta vida, como o prova a genética, é na fecundação e então é acionado um gatilho, onde o novo ser se desenvolve de forma ininterrupta, contínua, gradual, com um comando e organização internos independentes. Por isso deve ser protegido este ser humano de 1mm, onde está a humanidade concentrada, pois revela a maior concentração de humanidade por cm³! Ele já está em desenvolvimento desde este momento, com uma carga genética única, que não se repete!
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Este ser vai adquirindo complexidade e aumentando em tamanho, adquirindo órgãos, de forma que com 12 semanas e 6 cm de cabeça à nádega, ele já apresenta todos os órgãos formados, funcionantes, e até possui impressões digitais, de forma que já poderia tirar a carteira de identidade! E já se relaciona com sua mãe e com o meio externo, porque os órgãos dos sentidos se diferenciam e o feto já demonstra preferências: gustativas, musicais, já se movimenta em todos os senti46
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dos, com sensações táteis, já sonha...E a ciência ainda não nos revelou tudo do que ele é capaz! Para concluir, propomos aos casais, seguindo os conselhos de Bento XVI, que valorizem a vida humana, a família, defendam os princípios que protegem a união de homem e mulher como fundamentos da verdadeira família, em detrimento de modismos que visam solapar a união conjugal verdadeira, introduzindo uma visão distorcida e forçada da instituição familiar.
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TRABALHO E FAMÍLIA “Santificar o trabalho, santificar-se no trabalho, santificar com o trabalho” (São Josemaria Escrivá)
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“Renoivar”! Um trabalho constante!
A rotina do trabalho retorna, o tempo às vezes se torna curto, e corremos o risco de entrar na convivência “administrativa” de marido-mulher, onde os noivos não passam de uma fotografia saudosa no álbum de casamento. É preciso vencer a este desafio promovendo atividades que facilitem a renovação do namoro. Caso contrário, a distância pode crescer e, sem que se perceba, podemos encontrar os primeiros atritos pela falta de comunicação. Se isto vier a acontecer, os atritos, fazer as pazes é sempre um excelente “negócio”. Casar é estar sempre renovando. Lembrem de um trocadilho: é sempre estar “renoivando”.
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Hierarquia: o critério de dedicação A realidade do trabalho externo profissional da mulher acarretou mudanças nas atribuições do casal, exigindo uma maior 49
participação do marido nas tarefas domésticas, provocando uma melhor integração não somente entre o casal, mas também com os filhos.
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Quando o casal entende a necessidade de uma hierarquia prática na vida individual que afirma: 1º Deus, 2º Família (na família antecede o bom relacionamento do casal às solicitações dos filhos) e em 3º Trabalho; a família consegue vencer a dificuldade alicerçada na fé em Deus, que deve ser o motor da esperança de todos os cristãos. Não é demais lembrar que o trabalho pode ser trocado, transferido, ou até permanecer um período afastado. A família é uma união constante para toda a vida. O amor a Deus é um compromisso de eternidade.
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O que queremos dizer ou mostrar com isso? Que mesmo hoje, a família não perdeu a sua importância, o seu significado, simplesmente ficou esquecida, ou trocada na ordem hierárquica, por muitos. Optaram
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por anos de trabalho contínuo, gastos com atividades de consumo, muitas vezes desnecessárias, estimulados por uma sociedade hedonista numa busca contínua e a qualquer preço para “crescer na vida”. Afastam-se da família, para qual dizem trabalhar; e esquecem-se de Deus, para quem não têm tempo.
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A santidade pelo trabalho Quando comentamos o trabalho em terceiro lugar não estamos diminuindo a sua importância, muito pelo contrário; o trabalho enobrece homens e mulheres, faz com que as pessoas se sintam realizadas e possam de alguma forma serem úteis à sociedade. O trabalho é uma atividade pela qual o homem deve santificar-se e procurar santificar aos demais, porém, o que não deve acontecer 51
O trabalho é uma atividade onde deve o homem santificar-se e procurar santificar aos demais.
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é deixar que o trabalho substitua ou roube o tempo da convivência familiar.
Atividades domésticas merecem planejamento, dedicação e tempo como qualquer trabalho, quedeve ser realizado com amor e santidade.
”O trabalho acompanha inevitavelmente a vida do homem sobre a terra. Com ele aparecem o esforço, a fadiga, o cansaço, manifestação da dor e da luta que fazem parte da nossa existência humana atual, e que são sinais da realidade do pecado e da necessidade da redenção. Mas o trabalho em si não é uma pena, nem uma maldição ou um castigo: aqueles que falam assim não leram bem a Sagrada Escritura.” (S. Josemaria Escrivá)
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“ É hora de que todos nós, cristãos, anunciemos bem alto que o trabalho é um dom de Deus, ...O trabalho, todo o trabalho, é testemunho da dignidade do homem, do seu domínio sobre a criação; é meio de desenvolvimento da personalidade; é vínculo de união com os outros seres; fonte de recursos
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para o sustento da família; meio de contribuir para o progresso da sociedade em que se vive e para o progresso de toda a humanidade.” (idem) Vale ressaltar que a nossa falta no emprego amanhã pode ser facilmente substituído por outro em questão de poucos dias. Porém, a família que deixamos sentirá a perda pelo resto da vida. Deste modo, procure sempre pensar na família antes do trabalho, porque geralmente nos entregamos demais ao trabalho e muito menos à nossa família. Será que não se trata de uma inversão de valores? Pense nisso! Reflita!
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O “emprego” na família É fundamental que os pais percebem a importância de sua participação presencial em atividades com os filhos, mesmo naquelas aparentemente sem relevância, em detrimento de mudar horários de reuniões de trabalho, ou cronograma de viagens da empresa. Isto reforça a idéia de que os pais jamais podem ser substituídos enquanto pai, mãe e cônjuges. Considerar que as atividades domésticas são de igual valor, ou mesmo maior, do que as atividades de serviço externo, e merecem planejamento, dedicação e tempo como qualquer trabalho, que deve ser realizado com amor e santidade.
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ARA ONDE VAI P O MEU CASAMENTO? “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai, senão por mim.” (Jo 14,6)
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Iniciando a caminhada... Após a grande decisão que é casar, ou seja, comprometer-se por toda a vida com alguém que escolhemos livremente para amar em toda plenitude, precisamos pensar para onde estamos direcionando o nosso casamento para que esse desejo seja uma realidade de fato. Uma caminhada ao encontro da felicidade que já se percebe nos primeiros passos, mas que só poderá ser completa com a fidelidade amorosa dos cônjuges até a sua consumação no Amor de Deus.
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Caminho, que construímos ao longo da vida. Caminho, que nos leva a um destino não casual, nem guiado por questões de sorte ou azar, mas é aberto dia-a-dia pelo esforço continuado dos cônjuges que mediante o crescimento no conhecimento mútuo, refletem, elaboram e seguem objetivos comuns que conduzam ao compromisso assumido diante de Cristo. 55
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A comunhão, “unidade de carne” conforme nos afirma o próprio Cristo, recordando o Gênesis, não anula a individualidade de cada uma das partes, que comprometidas pelo crescimento mútuo e dos possíveis descendentes, mantém a responsabilidade livre de sua resposta pessoal à chamada vocacional do matrimônio. Assim sendo, o conhecimento próprio, com suas características peculiares na sua forma de ação e reação aos estímulos e acontecimentos que enfrentamos, cotidianamente, é fundamental para que se possa oferecer no âmbito conjugal uma colaboração positiva, ao mesmo tempo em que se exige uma compreensão esperançosa diante dos limites da natureza humana.
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Não caminhamos sozinhos “Cada caminhante faz o seu caminho”, nos afirma o ditado com todo uso da liberdade. Contudo, esta expressão nos conduz para uma prudente reflexão do filósofo José Ortega y Gasset: “Eu sou eu e as minhas circunstâncias”. Não caminho sozinho no matrimônio, mas acompanhado das minhas circunstâncias, dentre as quais as promessas com a esposa(o) é parte integrante fundamental: “uma só carne”.
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Cada pessoa tem sua maneira de conduzir-se pela vida, assim como diferentes são as estradas. A diversidade de estradas é grande. Com autopistas velozes, com curvas sinuosas, outras de pistas largas e seguras, e até lentas de terra batida,... cada um tem uma preferência pessoal. O modo de se deslocar também difere. Se para uns o risco da velocidade os impulsiona, para outros a segurança é fundamental. É preciso conhecer qual é a estrada que o cônjuge está trafegando.
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Um casal precisa andar junto, pelo menos nos pontos fundamentais que estão alicerçados os valores principais que os mantém unidos. Andar de carroça pela pista de velocidade, ou querer que um “carro de corridas” trafegue por estradas de terra, pode gerar atritos de difícil reconciliação. Portanto, o conhecimento do outro antes de uma decisão como o casamento, e saber da capacidade de adaptação são imprescindíveis para que possam seguir para um fim comum, lado a lado. 56
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Caminhar com e para Deus É evidente que no caminho da vida conjugal existirão momentos onde predomina o desejo pelas estradas de velocidade, às vezes com sabor de risco, e em outros é melhor a opção por caminhos mais seguros com ampla faixa de acostamento... A vida é dinâmica e a flexibilidade do casal numa atmosfera de participação, união e encorajamento, fazem com que a cada etapa se verifique qual a melhor opção por se caminhar.
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O mais importante é que em cada decisão se perceba a participação de Deus, para que se encontre a resposta mais adequada, que esteja de acordo com a SUA vontade, na certeza de que assim se estará trilhando pelo melhor caminho. Em qualquer 57
O mais importante é que em cada decisão se perceba a participação de Deus.
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opção que se faça pela estrada, ou pelo veículo que nos leva, sempre se deverá ter a presença de Deus, que se faz vivo e representativo, humanamente, na Sagrada Família, caminho de luz e segurança.
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Em Deus, e no exemplo da Família de Nazaré, haverá sempre alivio às nossas dificuldades e forças que fazem superar com alegria os sacrifícios necessários para se chegar ao término da caminhada com as palavras do Apóstolo: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Desde agora, está reservado para mim o prêmio da justiça, que o Senhor, o juiz justo, me dará naquele dia, não somente a mim, mas a todos os que tiverem esperado com amor a sua manifestação” (2Tm ,4, 7-8).
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Em Deus, e no exemplo da Família de Nazaré, haverá sempre alivio às nossas dificuldades.
IDELIDADE: F UMA CONDIÇÃO
PARA PERSEVERAR
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Uma obra fantástica! Todos os noivos deveriam se colocar uma pegunta fundamental: quais são as colunas que estão no alicerce da construção familiar? A constituição de uma nova família é uma obra fantástica! Algo para durar uma vida interia para aqueles que se comprometem diante de um e do outro com o verdadeiro amor. É assim que fala o silêncio do coração quando homem e mulher se posicionam frente a frente e comprometem-se com o casamento.
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O verdadeiro amor, por si só, tem em si este desejo de eternidade. Casar com outra intenção é um erro conceitual para o amor. Isto não é “romantismo” de dia dos namorados, mas é a mais sincera e verdadeira versão do significado do amor. Se estamos enamorados desejamos que ele dure para sempre, do contrário não será amor. É o maior bem que um homem pode possuir, esta capacidade de amar. E quando isto se concretiza no casamento é porque se tem a esperança desta certeza. Não uma esperança duvidosa, mas uma esperança de certeza que corresponde a fé que temos pela convivência de amar. 61
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Fidelidade: alicerce para o matrimônio Como quem recebe um tesouro – o matrimônio - precisa saber guardá-lo e mais, fazê-lo crescer, deve-se saber o que pode favorecer a este crescimento em lugar seguro. Sustentar com segurança é exatamente a função do alicerce. Então se falará de colunas mestras. Vamos olhar para uma especial do casamento: a fidelidade.
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Ser fiel é consequência da alegria de se sentir amado e de amar. A fidelidade não é uma “obrigação”, mas uma atitude de desprendimento de quem ama. É um erro pensar na fidelidade como um grande fardo, principalmente quando se vive o grande amor. A fidelidade é alegre, cativamente, e necessariamente livre, pois nasce, vive e se desenvolve na intimidade do coração. A fidelidade está não como uma vitrine que se revela aos outros de forma exuberante, mas como uma coluna oculta, escondida, mas que sustenta o amor.
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A fidelidade está visível nas pequenas atitudes com a pessoa amada. A fidelidade está nas atitudes de carinho contínuo, no beijo de bom dia e boa noite, no interesse pelas atividades do outro, no que o outro gosta, na dedicação e atenção cotidiana. A fidelidade alimenta a memória, e como já disse alguém, “a memória é uma questão de amor”.
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Fidelidade gera Felicidade Esta relação está inserida no coração dos homens. Aqueles que perderam esta percepção, sabem que ela existe, mas talvez tiveram dificuldades em perseverar no caminho. Não cabe julgamentos. O que importa é saber que esta relação é real e está ao alcance de todos que se comprometem fielmente no casamento, na união familiar.
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A fidelidade conjugal está na dependência direta de como cada um dos cônjuges vive a sua fidelidade a Deus. E Ele que nos espera sempre, como o Pai amoroso do filho pródigo, saberá nos dar um abraço forte de perdão, calçar sapatos e vestir roupas no62
vas, colocar o anel de filiação no dedo e se alegrar com todos porque revivemos Nele (Lc 15, 11-30). A fidelidade deve impulsionar a atitude de perdão, sempre que brotar do coração arrependido o desejo sincero de renovar a aliança que rompida pelo pecado, se refaz pela misericórdia do Cristo ressuscitado.
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Renovar as energias pelos pequenos encantos da vida a dois na simplicidade dos primeiros dias reforçam as raízes. Enamorar-se sempre! Descobrir a cada dia uma novidade no outro, mesmo após o passar dos anos! A novidade é o encanto que revigora! Fugir da comodidade e da rotina! Crescer na vontade e na certeza de que é possível!
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Vale a pena perseverar! Saber dizer não quando for necessário. Buscar ajuda quando se sente mais cansado ou fraco. Fortalecer os limites de segurança. Colocar a confiança na graça recebida pelo sacramento do Matrimônio, e alimentar-se da Eucaristia com frequência, são disposições que fortalecem a convivência com esta virtude fundamental para o caminhar feliz ao longo do casamento.
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ASAMENTO: C UM DESAFIO COTIDIANO
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O desafio: uma incerteza “perturbadora” Ao longo do relacionamento entre um homem e uma mulher alguns temas merecem maior destaque. Um dos mais perturbadores é a incerteza. A incerteza é que nos lança ao desafio. Estou apaixonado? O que é isto? Por quem me apaixonei? Eu a(o) conheço de fato? Por que me apaixonei? Será que isto é Amor? Isto é garantia para a minha união? E para sempre?! A primeira questão que surge já está no fato de que os verdadeiros “apaixonados” freqüentemente não se fazem estas perguntas, porque como diz o ditado: “a paixão cega”, e não admite dúvidas. A dúvida acusa ou uma grande insegurança negativa do envolvido, ou um amadurecimento positivo de quem já está vivendo um grande amor que evoluiu da paixão, e busca uma confirmação.
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“O tempo é o senhor da verdade” dizia Leonardo da Vinci. Assim sendo é razoável que a preparação para o casamento apresente um período para conhecimento, de tantos aspectos já comentados para que este fim não seja um “qualquer de repente”. Quanto tempo? Não há resposta certa. Aliás, resposta “certa” para quase 65
todas estas perguntas não se encontra. Podemos encontrar sugestões. Dizem que um casal para se conhecer deve passar por algumas crises, nas quais o interior das pessoas foge ao controle das máscaras. Nas dificuldades se costuma revelar o interior das pessoas, que pode esconder-se quando tudo acontece sem contrariedades e adversidades.
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Casar: Um mergulho total Com mais ou menos tempo, o primeiro desafio da incerteza está lançado, e já se sabe que não tem “seguro-casamento”, ou seja, se não funcionar recebo “um novo”. É preciso mergulhar de cabeça, os dois. Sim, os dois, porque no casamento não pode existir o “casei”, mas sempre o “casamos”. Mergulha-se como se cai numa piscina e não como se entra na água do mar. No mar vamos pondo o pé para ver se a água está fria, e eu saio um pouco. Vejo se o mar está bravo, e espero passar, me arrependo. Vou observando até onde as pessoas entram no mar com segurança. Na piscina isto não ocorre. É mergulhar e já se está todo molhado, de corpo inteiro, e lá dentro. Não pode um ficar olhando se o outro sabe nadar para depois pular, ou quem sabe ir embora. Isto é o que ocorre com muitos casamentos, em que se fica esperando o que o outro vai fazer, para depois...
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A insegurança, em maior ou menor intensidade, faz parte das limitações humanas. Talvez seja por este motivo que, geralmente, se casem jovens, ainda que hoje em dia nem tanto. Os jovens são mais arrojados, buscam os desafios, enfrentam dificuldades sem tanta cautela, sem tantas previsões matemáticas. Estas contas precisam ser feitas com a calculadora do amor, da entrega por inteiro, sem reservas. Para isto casamos. Ser um do outro e querer fazê-lo a cada dia mais feliz. Outro grande desafio. Não é uma questão de irresponsabilidade, mas de saber que não estão sós nesta decisão, mas com Deus.
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O tempo de adaptação Os primeiros meses são de grande adaptação. Namoros de dez anos não garantem a certeza da felicidade na con66
vivência debaixo do mesmo teto todos os dias. Cada um passa a perceber melhor a intimidade do outro, suas manias pessoais, seus rituais matinais e noturnos. Como se costuma dizer, em casa todos somos mais espontâneos, autênticos, nas manifestações, ou seja, não é mais o namorado, o noivo, o profissional, mas “o que realmente somos”. A intimidade da casa rasga todas as máscaras que ainda possam ter ficado da maquiagem das deliciosas núpcias para dar lugar ao que cada um é. As incertezas tornam-se mais esclarecidas, menos nebulosas, e vamos aos poucos conhecendo cada vez mais um ao outro.
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Este desafio da convivência exige paciência, respeito, mas que não pode distanciar a entrega amorosa de um para o outro. A antecipação das “experiências de uma vida a dois”, para saber se vai dar certo, atitude não aprovada pela Igreja, também não oferece esta segurança, que está desvinculada do compromisso pessoal, só presente após a aceitação no ato sacramental. O matrimônio não é uma “experiência”, uma “tentativa”, mas um compromisso que se assume para sempre.
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Sem desanimar, nunca! É possível, porque somos humanos, que pequenos problemas (ou maiores) aconteçam. Nunca poderemos desanimar. Para tanto é bom lembrar que casamos na Igreja Católica Apostólica Romana, fundada por Jesus Cristo, que nos deixou sete sacramentos para que crescêssemos e nos fortalecêssemos no casamento. O sacramento do Matrimônio não pode ser um sacramento isolado. Contamos com a Confissão e a Eucaristia, que renova oportunamente as disposições para que se continue nesta caminhada que nos conduz à felicidade. A felicidade não é um lugar para nós a ser encontrado, mas uma opção de postura íntima diante da vida que nos faz capaz de amar e vencer a cada dia os desafios cotidianos. Encontrar-se-á esta felicidade somente quando houver a conscientização de que para crescer no amor a dois é imprescindível vincular-se ao verdadeiro Amor, que é Cristo.
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EVOÇÃO À D SAGRADA FAMÍLIA
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Uma tradição A devoção à Sagrada Família alcançou grande popularidade no século XVII, propagando-se rapidamente não só na Europa, mas também nos países da América. A festa, instituída pelo Papa Leão XIII, em 1883, foi estendida pelo Papa Bento XVI a toda a Igreja.
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O Papa Leão XIII nos diz: ”Os pais de família tem em São José um modelo admirável de vigilância e solicitude paterna; as mães podem admirar na Virgem Santíssima, um exemplo insigne de amor, de respeito e de submissão; os filhos têm em Jesus, submisso a seus pais, um exemplo divino de obediência”, o que, traduzido para os dias atuais, nos aponta que devemos viver pregando o amor e o respeito em nossas famílias.
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A Família de Nazaré Ao entrarmos na casa de Nazaré, encontramos uma família muito unida. Jesus, Maria e José sabiam que o amor que os 69
unia vinha de Deus. José, na carpintaria, deixava transparecer toda a sua dedicação à sua família no trabalho que desempenhava, construindo objetos primorosos. Maria reinava neste lar feliz, sabendo que a harmonia da família passava por suas mãos, no pão que preparava e no carinho que dedicava a Jesus e a José. O menino Jesus, entre a carpintaria e a sua casa, aprendia a amar com a dedicação de seus pais.
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Esse amor foi vivido nas dificuldades cotidianas de toda família pobre, mas que soube colocar a esperança na confiança em Deus. Quantos obstáculos foram ultrapassados, quantas situações foram vencidas, porque entre os três estava presente o amor divino, pois Deus fazia parte desta família. O próprio Deus-Menino estava lá.
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Estar presente em nossos lares A presença no lar de uma imagem da Sagrada Família Jesus, Maria e José – que possa ser vista com facilidade, várias vezes ao dia, é um recurso de enorme ajuda para lembrar a quem imitar, a quem recorrer, a quem agradecer. Crescer na oração em família.
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Entramos na igreja para casar. Alguns podem estar muito distantes, há muito tempo, não importa. Entrar para casar e não mais sair da Igreja é o que interessa. Permanecer na Igreja em oração não é uma sugestão, mas uma orientação a todos aqueles que com paixão se uniram para viver um grande Amor. Um Amor que se realiza entre os cônjuges, transmite-se aos filhos, e cresce à medida que é compartilhado com Deus na sua Trindade Santa, como se revela a nós humanamente pelo exemplo da Sagrada Família.
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Lembrar-se de dizer “eu te amo” à sua esposa (o), dar um abraço carinhoso em seus pais, filhos, num amigo (a), não lhe custa absolutamente nada. Lembrar-se de passar mais tempo com as pessoas que você ama. Um beijo e um abraço curam qualquer dor, quando vêm do fundo do coração. Por isso, valorize sua família e as pessoas que estão ao seu lado, sempre! 70
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Que a oração a seguir, nos ajude a construir, com a intercessão de Maria e José, um ambiente de paz e amor em nossas casas e no mundo.
“Ó Deus, Pai e Criador de todas as coisas, que preparastes para vosso filho e Senhor nosso, uma família que lhe fosse digna, concedei-nos, pelos méritos desta oração, os dons necessários para minha família e eu vivermos em paz e no amor. Jesus ensinai-me a construir uma família feliz!” “Santo Deus, Senhor Meu, zeloso guardador, se a Ti me confiou a conhecer-Te, rege minha vida, guarde minha família e me ilumine, Amém!”
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DIA DA O CELEBRAÇÃO DO
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CASAMENTO
A essência do casamento é o amor que assume o compromisso definitivo, unindo duas vidas. A celebração do casamento é a celebração do compromisso. Como se trata de um ato importante e decisivo na vida, as pessoas gostam de comemorar festivamente, como as datas significativas. O casamento cristão é celebrado na fé que inclui o vínculo dos batizados com Jesus Cristo.
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Preparação Espiritual O s noivos devem se apresentar para o casamento com responsabilidade e, portanto, darão grande importância à preparação espiritual. Aliás, o casamento oferece aos noivos uma oportunidade singular de descoberta e redescoberta de valores espirituais que podem ter sido esquecidos durante o tempo da adolescência.
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Não se esqueçam de que o casamento na Igreja Católica é um ato religioso e se trata de um sacramento. Vocês deverão informar de suas práticas religiosas e de sua vida de fé ao sacerdote que irá realizar o casamento. Consideramos de fundamental importân73
cia que ambos façam uma boa Confissão. Desta forma, irão alicerçar o vosso amor, como também aconselhamos que recebam o Sacramento da Eucaristia, pois é o próprio Deus que os unirá, e sem Ele não será possível o amor e a felicidade.
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Encontros de Preparação Todos os noivos devem participar dos encontros de preparação para o sacramento do matrimônio. Não há curso que substitua o namoro, mas este namoro precisa ter conteúdo que prepare para o casamento. O curso de noivos e as palestras promovidos pela Pastoral da Família oferecem subsídios para que namorados e noivos se preparem para o casamento durante o namoro.
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Fotografias - Filmagem A função dos fotógrafos e cinegrafistas é gravar, como reportagem, o acontecimento. Não devem, pois, interferir no andamento dos ritos. Entretanto, eles se desempenham, profissionalmente, durante o andamento da celebração. Recomendamos, pois, aos noivos que escolham e contratem profissionais que tenham recebido orientação especializada para a atuação profissional durante a celebração litúrgica.
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Fotógrafos e cinegrafistas precisam ser preparados para o serviço na liturgia matrimonial a fim de comportarem-se com discrição. No momento da homilia não é recomendável a presença dos fotógrafos e cinegrafistas no altar, pois poderão atrapalhar a cerimônia. Lembrar que o registro do fato não é mais importante do que o ato em si que está ocorrendo, e que merece toda a atenção possível, por parte dos noivos e dos convidados que são testemunhas deste compromisso perante Deus. Assim, ouvir o que Deus tem a dizer, mediante as leituras, e a palavra do sacerdote é fundamental. 74
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Da mesma maneira, na hora das promessas dos noivos e da colocação das alianças, que estes possam estar concentrados nesta atitude, sem preocupações que sejam fotografados e filmados, que o serão, discretamente.
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Horário – Pontualidade No dia do casamento, o noivo, pais e padrinhos devem apresentar-se na igreja meia hora antes do horário da cerimônia. A noiva deve estar à porta da Igreja (5) cinco minutos antes do horário do casamento. A programação dos casamentos reserva para cada um tempo suficiente para uma celebração bonita, bem preparada, como festa que é do amor e alegria. Mas é preciso que não haja atraso. É falta de delicadeza convidar pessoas para um ato e fazê-los esperar por um tempo indesejável, além de estar interferindo em outros compromissos da paróquia e do sacerdote.
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Tendo havido atraso, os noivos e familiares hão de compreender que a programação seguinte da Paróquia não poderá ser prejudicada. Nosso desejo é que os noivos e seus convidados sintam-se bem e felizes. Por isso é necessário que haja colaboração de todos. A principal colaboradora deve ser a noiva e seus pais, exigindo pontualidade também dos outros profissionais que se dedicam à sua preparação.
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Ensaios
Para evitar nervosismos ou erros na hora da entrada e na disposição de pais, noivos, padrinhos, daminhas e pajens é aconselhável realizar um ensaio sobre como se dará o cerimonial, de acordo com as regras definidas pela tradição religiosa e pelos protocolos internos que buscam dar um maior significado para essa importante data. Para qualquer tipo de ensaio os noivos devem agendar na secretaria paroquial. 75
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Trajes
O casal de noivos, os pais dos noivos e os padrinhos devem apresentar-se, devidamente trajados, respeitando o princípio da decência. Ainda que se siga a festa, a delicadeza e o pudor, na apresentação pessoal, fazem parte do comportamento cristão. A sofisticação de determinados trajes pode comprometer a dignidade do acontecimento, suscitando constrangimentos ao sacerdote e convidados, totalmente desnecessários.
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Músicas
As músicas escolhidas não precisam ser sacras, mas obviamente deve-se ater ao momento e observar se essas músicas e suas letras são adequadas para o cerimonial religioso. A alegria do momento deve ser combinada com a dignidade e respeito do local, ficando certos gêneros musicais ou melodias mais apropriados para salões de festas, pois a dedicação ao ato formal do casamento já se consumou. Lembrar que cada igreja tem sua acústica peculiar, e tanto número de músicos e cantores assim como tipos de instrumentos musicais devem ser adequados a cada situação. O momento das alianças com as palavras dos noivos deve ser acompanhado de ambiente onde se escute os noivos, podendo-se a seguir, as músicas em intensidade mais calorosa.
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Recomendações NÃO tomem sedativos ou bebidas alcoólicas para ficarem calmos. Algumas noivas tomam alguns sedativos ou um “drink” para enfrentarem e suportarem o nervosismo de caminhar até o altar. Ainda por cima, você corre o risco de não aproveitar nada e pior ainda, não se lembrar de nada deste dia tão sonhado. Resista, e tente ficar calma naturalmente, respirando fundo e pensando que vai ser tudo lindo. 76
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NÃO se esqueçam de comer. Comam alguma coisa leve antes de sair de casa para enfrentarem a maratona de cumprimentos, beijinhos e fotos. Vocês certamente precisaram de energia para tudo isso. Procurem seguir um cardápio de frutas, legumes, carnes brancas e muito líquido.
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A condução das alianças para o altar poderá ser realizada por crianças ou jovens parentes dos noivos (sobrinhos, etc). A criança, o jovem, sempre representa o início da caminhada, saúde, alegria, beleza e otimismo. Tudo que se espera desta nova união. Homenagens a entes queridos podem ser feitas em outras circunstâncias.
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XAME DE E CONSCIÊNCIA
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“PRÉ-NUPCIAL”
Vocês que estão terminando a leitura deste manual, procurem lembrar-se do conteúdo que aqui foi exposto, ampliem o conhecimento pela doutrina que está no Catecismo da Igreja e mesmo por passagens das Sagradas Escrituras. Procurem ajuda junto ao diretor espiritual e depois, em clima de oração, leiam os parágrafos abaixo e respondam, com serenidade e sinceridade a estas perguntas que se seguem. São respostas que cada um de vocês dará a você mesmo, tendo em consideração que elas estão comprometidas com o teu futuro cônjuge, e acima de tudo com o próprio Deus.
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Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o casamento é considerado como “A aliança matrimonial, pelo qual um homem e uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, fundada e dotada das suas leis próprias pelo Criador. Pela sua natureza, ordena-se ao bem dos cônjuges, bem como à geração e educação dos filhos.” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1660).
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Casar-se na Igreja Católica significa comprometer-se perante o olhar e a benção do Senhor, em fazer o cônjuge feliz, tendo os filhos que Deus desejar, educando-os segundo as leis da 79
Igreja. Estar casado não é uma tarefa simples, mas exige ousadia. Além de possuir vocação é preciso se preparar. Assim, para que tudo isso dê certo, temos que ter em mente a importância de estarmos próximos de Deus, em plena afinidade com nosso cônjuge, dispostos a muitas vezes renegar nossa vontade visando a felicidade da nossa nova família.
Deus e eu 1. Quem é Deus para mim? 2. Sei o que Deus quer de mim? 3. Procuro conhecê-lo através da leitura freqüente do Evangelho? 4. Converso com Ele em oração? 5. Procuro estar perto Dele, participando da Santa Missa todos os domingos e dias santos, freqüentando os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia? 6. Procuro viver seus ensinamentos sabendo que serei exemplo para minha família?
“Casarei ou casaremos?” 1. Conheço bem meu futuro cônjuge? 2. Sei o que o faz feliz? Esforço-me por deixá-la (o) feliz? 3. Rezo com freqüência para ela (e) e por nós? 4. Procuro construir uma “memória” de nossa relação? 5. Sei quais são os principais vínculos e valores do meu cônjuge? 6. Consigo descobrir novidades no meu noivo(a)? Boas ou não. Estou indiferente? 7. Sinto-me bem em sua companhia? Desejo estar com ela (e)? 80
8. Alegro-me com o que ela (e) conquista? Desejo contar a ela (e) as minhas “vitórias”, “tristezas” e alegrias? 9. Esqueço-me das suas solicitações, com freqüência? 10. Tenho sonhos concretos por realizar com ele(a)? 11. Consegui crescer, e fazer crescê-la (lo), como pessoa na compreensão do que é o Amor? 12. Tenho a esperança de alcançar a felicidade com ele (a)? 13. Estou disposta (o) a colocar todo empenho pessoal para que nosso casamento dê certo, com a ajuda da graça de Deus?
Perguntas com as quais me comprometerei no altar 1. N. e N. viestes aqui para celebrar o vosso Matrimônio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo? 2. Vós que seguis o caminho do Matrimônio, estais decididos a amar-vos e a respeitar-vos, ao longo de toda a vossa vida? 3. Estais dispostos a receber amorosamente os filhos como dom de Deus e a educá-los segundo a lei de Cristo e da sua Igreja?
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SEJAM FELIZES!
Vocês concluíram estas páginas. Esperamos ter contribuído para o discernimento quanto a plena convicção de que este é o caminho que vocês livremente escolheram para percorrer, um ao lado do outro. É necessário que estejam confiantes na esperança de que Deus lhes concederá todas as graças necessárias ao esforço conjunto para que possam caminhar felizes. Nunca duvidem de que as dificuldades que encontrarem podem ser superadas com a oração, a frequência aos sacramentos e as lições do Evangelho reveladas por Jesus Cristo. Encontrem no amor ao Espírito Santo, que nunca nos abandona, a força para a fidelidade mútua e o compromisso com a Igreja. Possa em vosso lar, no comportamento de um para com o outro, estar viva a busca pela santidade, pela presença de Maria e José, que iluminam e animam a todas as famílias. Sejam felizes!
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IVROS L RECOMENDADOS Como mencionado no início, esta breve preparação pode e deve ser complementada pela leitura de referências que colaboram para o melhor entendimento da importância e da dimensão do Matrimônio, início da constituição de uma nova família, em colaboração com a obra criadora de Deus. Abaixo deixamos algumas: Bíblia Sagrada. Carta às Famílias. João Paulo II. 1994. Carta às Famílias do Brasil. Dom Rafael LLano Cifuentes. Comissão Família e Vida da CNBB. 2003. Catecismo da Igreja Católica. 1993. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. 2005. Familiaris Consortio. A Missão da Família Cristã no Mundo de Hoje. João Paulo II.1981. Humanae Vitae. Sobre a Regulação da Natalidade. Paulo VI. 1968. Orientações Pastorais sobre o Matrimônio. Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. 1978. Preparação Para o Sacramento do Matrimônio. Conselho Pontifício para a Família. Alfonso Cardeal López Trujillo. 1996. Sexualidade Humana: Verdade e Significado. Orientações educativas em família. Alfonso Cardeal López Trujillo .1995.
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Preparação para o Matrimônio © 2012 Paróquia Nossa Senhora do Brasil REALIZAÇÃO Pastoral da Família - Paróquia Nossa Senhora do Brasil COORDENAÇÃO Valdir Reginato vreginato@uol.com.br COLABORADORES Evandro Rodrigues e Alessandra de Angelis Oliveira José Armando Andrade Guarita Filho e Maria Lucia Costacurta Guarita Julia Barbi Luciano Martins Bezerra e Marcia Cristina Bezerra Lutfe Mohamed Yunes e Fernanda Pires Letieri Yunes Marco Ruiz e Mariana Ferraz de Campos Mazo Ruiz Marília de Siqueira Paulo Pennacchi e Cristiane Rolim Cimino Pennacchi Valdir Reginato e Cynthia Thais de Lima Sinisgalli Reginato PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Minha Paróquia www.minhaparoquia.com.br IMPRESSÃO Gráfica Serrano paulo@grafserrano.com.br 1º Edição - 1.500 exemplares
Paróquia Nossa Senhora do Brasil Praça Nossa Senhora do Brasil, s/nº, Jardim Paulista CEP 01438-060 – São Paulo, SP E-mail: nsbrasil@nossasenhoradobrasil.com.br Telefone: (11) 3082 9786 Site: www. nossasenhoradobrasil.com.br Participe dos Encontros de Formação Permanente da Família No Salão Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Brasil Confira a programação nos sites: www.nossasenhoradobrasil.com.br/pastoral-da-familia www.casadefamilia.org.br
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