revista3-2009

Page 1

Sumário Editorial . .......................................................................................................................... 3 I – Santa Sé Discursos 1. Educação e oração caminham juntas...................................................................... 5 Mensagens 2. Urgência em favor dos privados do pão................................................................. 9 3. Usar a mídia como poderoso recurso................................................................... 13 4. Mandato missionário de Cristo. . .......................................................................... 15 Homilias 5. Advento, uma visita de Deus a nós....................................................................... 21 6. Acordar para sair do mundo particular. . ............................................................ 25 Entrevista 7. É preciso diálogo intelectual entre agnósticos e crentes.................................... 31 II – CNBB Artigos 1. Dia da Bíblia.............................................................................................................. 37 2. Lançar-se com paixão na missão............................................................................ 39 3. O sentido de uma festa............................................................................................ 41 Notas 4. Mataram mais um irmão ....................................................................................... 43 5. Novo portal da CNBB ........................................................................................... 45 6. Sobre a PEC do Divórcio . ...................................................................................... 49 III – CNBB Regional Notícias 1. Cardeal Zenon Grocholewski visita Goiás........................................................... 51 Nomeações 2. Dom Romualdo é o novo bispo de Porto Nacional............................................. 53 3. Assessor da CNBB é nomeado bispo para a diocese de Jataí............................ 55 4. Bento XVI nomeia bispo auxiliar para Arquidiocese de Goiânia.................... 59. Artigos 5. É Advento!................................................................................................................. 61 6. Uma economia a serviço da vida........................................................................... 63 IV – Arquidiocese Eventos 1. Um Grito pela vida.................................................................................................. 75 2. UCG agora é PUC.................................................................................................... 79 3. Frei Ignacio Larrañaga faz palestras em Goiânia................................................ 83


4. Setembro bíblico e missionário ............................................................................. 85 5. Papa Bento XVI envia Bênção Apostólica à PUC e sua comunidade universitária.....89 6. Período pré-Sínodo tem primeiras avaliações .................................................... 93 7. Hora da participação da base ................................................................................ 97 8. Concluída 1ª fase do pré-Sínodo ......................................................................... 101 9. Nova cara para fazer o bem ................................................................................. 105 10. Dom Washington ordena novo padre e três diáconos................................... 109 11. Silvânia recebe as relíquias de Dom Bosco ...................................................... 113 Reuniões mensais 1. Reunião Mensal tem mesa redonda sobre as eleições 2010 ............................ 115

Editorial O ano de 2009 ficará marcado para a Arquidiocese de Goiânia como aquele no qual um momento histórico começou a ser construído: os trabalhos para o Sínodo Arquidiocesano, que ocorrerá em 2012, e que se iniciaram com os estudos sobre a Palavra; continuarão com o ano da Liturgia em 2010 e com o da Caridade em 2011. É a junção dos esforços pelo Sínodo o mote da capa desta Revista da Arquidiocese, que remete a uma ilustração que acompanhou a rotina das equipes de coordenação e de animadores deste período de preparação. Ainda no âmbito dos fatos ocorridos no último quadrimestre da Arquidiocese em 2009, é preciso registrar a mudança da sede da Feira da Solidariedade, que, depois de cinco edições – as três primeiras no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia e as duas últimas no Flamboyant Shopping Center – passa a ocupar um vasto espaço na Estação Goiânia e ganha novo formato, com divisão em setores e um Bazar Ar-

quidiocesano abrigando as obras sociais da Igreja de Goiânia. Outros fatos de destaque: a passagem, pela capital goiana e por Silvânia, das relíquias de São João Dom Bosco, fundador da congregação salesiana, às vésperas do bicentenário de seu nascimento e do sesquicentenário de fundação da instituição; e a ordenação de um padre – José Luiz da Silva e três diáconos – Rafael Oliveira, Divino Antônio e Aurélio Vinhadele – pelo arcebispo Dom Washington Cruz para auxiliar nos muitos trabalhos da Igreja de Goiânia. Na parte desta Revista dedicada à CNBB Regional, merece destaque especial o artigo escrito pela irmã Rita Petra Kallabis sobre a Campanha da Fraternidade de 2010, com o tema Economia e Vida e com o lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”. Em várias páginas, a religiosa e economista descreve de forma clara a conjuntura mundial e a forma com a qual os cristão devem encarar a lógica capitalista. É preciso Revista da Arquidiocese

3


Santa Sé Discursos

ressaltar, ainda, os textos históricos sobre a visita do prefeito da Sagrada Congregação para a Educação Católica, cardeal Zenon Grocholewski, que recebeu título honorífico de doutor honoris causa da Universidade Católica de Goiás, instituição que passa – por reconhecimento pontifício anunciado por ele – a ser denominada Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás). Fato de grande relevância protagonizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e ressaltado neste volume foi a nota, assinada pelos bispos do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep) e enviada ao Senado Federal, sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 28/2009, chamada de PEC do Divórcio. Por fim, o período de setembro a dezembro de 2009 teve fatos marcantes na missão do papa Bento XVI à frente da Igreja: fica registrada, na revista, a importante entrevista concedida por Sua Santidade durante o voo para a viagem apos-

tólica à República Checa, em que ele expõe seu conhecimento sobre o país e a Europa Oriental como um todo, tocando em assuntos que desafiam governos e igrejas, entre eles o necessário diálogo entre crentes e agnósticos – os checos são um povo muito secularizado, em que a religião católica é uma minoria. Dois outros textos memoráveis estão aqui relembrados: o discurso do Santo Padre a professores e acadêmicos de universidades católicas – em que pede a união e o “caminhar juntos” entre educação e oração; e a mensagem dirigida ao diretor-geral da FAO – organismo da ONU para o combate à fome –, Jacques Diouf, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, em que pede “urgência” para suprir as necessidades básicas dos famintos do mundo. Nas páginas seguintes, portanto, isso e um pouco mais sobre o que se passou na Igreja local, regional, nacional e mundial nos últimos quatro meses de 2009. Boa leitura!

Educação e oração caminham juntas DISCURSO DO PAPA BENTO XVI AOS PROFESSORES E ESTUDANTES DOS PONTIFÍCIOS ATENEUS ROMANOS E ÀS UNIVERSIDADES CATÓLICAS 19 de novembro de 2009

Senhores Cardeais Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio Ilustres Reitores, Autoridades acadêmicas e Professores Prezados estudantes, irmãos e irmãs É com alegria que vos recebo e vos dou graças por terdes vindo ad Petri Sedem, para serdes confirmados na vossa importante e exigen-

Revista da Arquidiocese

4

te tarefa de ensino, de estudo e de investigação ao serviço da Igreja e de toda a sociedade. Agradeço cordialmente ao Cardeal Zenon Grocholewski as palavras que me dirigiu, ao introduzir este encontro, em que recordamos duas celebrações particulares: o 30º aniversário da Constituição Apostólica Sapientia christiana, promulgada no dia 15 de Abril de 1979 pelo Servo de Revista da Arquidiocese

5


Santa Sé

Santa Sé

Discursos

Discursos

Deus João Paulo II, e o 60º aniversário do reconhecimento por parte da Santa Sé, do Estatuto da Fédération Internationale des Universités Catholiques (FIUC). Estou feliz por recordar juntamente convosco estes aniversários significativos, que me oferecem a ocasião de evidenciar mais uma vez o papel insubstituível das Faculdades eclesiásticas e das Universidades católicas na Igreja e na sociedade. O Concílio Vaticano II já o tinha salientado na Declaração Gravissimum educationis, quando exortava as Faculdades eclesiásticas a aprofundar os vários setores das ciências sagradas, para ter um conhecimento cada vez mais profundo da Revelação, para explorar o tesouro da sabedoria cristã, favorecer o diálogo ecumênico e inter-religioso, e para responder aos problemas emergentes no âmbito cultural (cf. n. 11). Este mesmo Documento conciliar recomendava a promoção das Universidades católicas, distribuindo-as nas várias regiões do mundo e, principalmente, preocupando-se com o seu nível qualitativo para formar pessoas versadas no saber, prontas para dar testemunho da sua fé no mundo e para desempenhar tarefas de responsabilidade na Revista da Arquidiocese

6

sociedade (cf. n. 10). O convite do Concílio encontrou um vasto eco na Igreja. Com efeito, hoje existem 1.300 Universidades católicas e cerca de 400 Faculdades eclesiásticas, espalhadas em todos os continentes, muitas das quais foram instituídas ao longo das últimas décadas, dando testemunho de uma atenção crescente das Igrejas particulares pela formação dos eclesiásticos e dos leigos na cultura e na pesquisa. A Constituição Apostólica Sapientia christiana, desde as suas primeiras expressões, releva a urgência ainda atual de superar a lacuna existente entre fé e cultura, convidando a um maior compromisso de evangelização, com a firme convicção de que a Revelação cristã constitui uma força transformadora, destinada a permear os modos de pensar, os critérios de juízo, as normas de ação. Ela é capaz de iluminar, purificar e renovar os hábitos dos homens e as suas culturas (cf. Proêmio, 1) e deve constituir o ponto fulcral do ensino e da investigação, assim como o horizonte que ilumina a natureza e as finalidades de cada Faculdade eclesiástica. Nesta perspectiva, enquanto se sublinha o dever que os cultores das disciplinas sagradas têm de alcan-

çar, mediante a pesquisa teológica, um conhecimento mais profundo da Verdade revelada, encorajam-se ao mesmo tempo os contactos com os outros campos do saber, para um diálogo fecundo, sobretudo em vista de oferecer uma contribuição preciosa para a missão que a Igreja é chamada a desempenhar no mundo. Depois de trinta anos, as linhas-base da Constituição Apostólica Sapientia christiana ainda conservam toda a sua atualidade. Aliás, na sociedade contemporânea, onde o conhecimento se torna cada vez mais especializado e setorial, mas é profundamente assinalado pelo relativismo, é ainda mais necessário abrir-se à "sabedoria" que deriva do Evangelho. Efetivamente, o homem é incapaz de se compreender plenamente a si próprio sem Jesus Cristo: somente Ele ilumina a sua verdadeira dignidade, a sua vocação, o seu destino derradeiro, e abre o coração a uma esperança sólida e duradoura. Queridos amigos, o vosso compromisso de servir a verdade que Deus nos revelou faz parte da missão evangelizadora que Cristo confiou à Igreja: portanto, é um serviço eclesial. A este propósito, a Sapientia christiana cita a conclusão do

Evangelho segundo Mateus: "Ide, pois, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado" (Mt 28,19-20). É importante para todos, docentes e estudantes, nunca perder de vista a finalidade a perseguir, isto é, ser instrumento do anúncio evangélico. Os anos dos estudos eclesiásticos superiores podem-se comparar com a experiência que os Apóstolos viveram com Jesus: no ato de permanecer com Ele, aprenderam a verdade, para se tornar depois anunciadores em toda a parte. Ao mesmo tempo, é importante recordar que o estudo das ciências sagradas jamais deve ser separado da oração, da união com Deus, da contemplação – como evoquei nas recentes Catequeses sobre a teologia monástica medieval – caso contrário, as reflexões sobre os mistérios divinos correm o risco de serem um inútil exercício intelectual. Em última análise, toda a ciência sagrada encontra inspiração na "ciência dos santos", na sua intuição dos mistérios de Deus vivo, na sabedoria, que é dádiva do Espírito Santo e alma da "fides quaerens intellectum" (cf. Audiência geral, 21 de outubro de 2009). A Federação Internacional das Revista da Arquidiocese

7


Santa Sé

Santa Sé Mensagens

Universidades Católicas (FIUC) foi fundada em 1924, por iniciativa de alguns Reitores, e reconhecida pela Santa Sé 25 anos mais tarde. Estimados Reitores das Universidades católicas, o 60º aniversário da ereção canônica desta vossa Federação constitui uma ocasião muito propícia para realizar um balanço da atividade levada a cabo e para traçar as linhas dos compromissos futuros. Celebrar um aniversário é dar graças a Deus que orientou os nossos passos, mas significa também haurir da própria história um impulso ulterior para renovar a vontade de servir a Igreja. Neste sentido, o vosso lema é um programa inclusive para o porvir da Federação: "Sciat ut serviat", saber para servir. Numa cultura que manifesta uma "carência de sabedoria, de reflexão e de pensamento capaz de realizar

uma síntese orientadora" (Encíclica Caritas in veritate, 31), as Universidades católicas, fiéis à sua identidade que faz da inspiração cristã um ponto qualificador, são chamadas a promover uma "nova síntese humanista" (ibid., n. 21), um saber que seja "sabedoria capaz de orientar o homem à luz dos princípios primeiros e dos seus fins últimos" (ibid., n. 30), um saber iluminado pela fé. Prezados amigos, o serviço que prestais é precioso para a missão da Igreja. Enquanto a todos formulo sinceros bons votos para o ano acadêmico há pouco iniciado e para o pleno sucesso do Congresso da FIUC, confio cada um de vós e as instituições que representais à salvaguarda maternal de Maria Santíssima, Sede da Sabedoria, e de bom grado concedo a todos vós a Bênção apostólica.

Divulgação

Discursos

Urgência em favor dos privados do pão MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI AO DIRETOR-GERAL DA FAO JACQUES DIOUF POR OCASIÃO DO DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO 2009 Vaticano, 16 de setembro de 2009

Ao Senhor Jacques Diouf Diretor-Geral da FAO Se a celebração do Dia Mundial da Alimentação recorda a fundação da FAO e a sua ação para combater a fome e a malnutrição no mundo, ela ressalta, sobretudo, a urgência e a necessidade das intervenções em favor de quantos são privados do pão cotidiano em tantos países pela

Revista da Arquidiocese

8

falta de condições de segurança alimentar adequadas. A crise atual, que atinge sem distinção o conjunto dos setores da economia, investe de modo particular e duramente o mundo agrícola cuja situação se torna dramática. Esta crise exige que os governos e os diferentes componentes da comunidade internacional façam escolhas determinantes e eficazes. Revista da Arquidiocese

9


Santa Sé

Santa Sé

Mensagens

Mensagens

Garantir às pessoas e aos povos a possibilidade de debelar o flagelo da fome significa garantir-lhes o acesso concreto a uma alimentação adequada e sadia. De fato, trata-se de uma manifestação concreta do direito à vida que, mesmo sendo proclamado solenemente, permanece com muita frequência distante da sua plena aplicação. O tema escolhido este ano pela FAO para o Dia Mundial da Alimentação é "Alcançar a segurança alimentar em tempos de crise". Ele convida a considerar o trabalho agrícola como um elemento fundamental da segurança alimentar e, por conseguinte, como um componente integral da atividade econômica. Por este motivo, a agricultura deve poder dispor de investimentos e de recursos suficientes. Este tema interpela e faz compreender que os bens da criação são limitados por sua natureza: são necessárias, portanto, atitudes responsáveis e capazes de favorecer a segurança procurada, pensando igualmente na das gerações vindouras. Por conseguinte, são necessárias uma profunda solidariedade e uma fraternidade clarividente. A realização destes objetivos requer uma modificação necessária dos estilos de vida e dos modos de Revista da Arquidiocese

10

pensar. Ela obriga a Comunidade internacional e as suas Instituições a intervir de modo mais adequado e forte. Faço votos por que essa intervenção possa favorecer uma cooperação em vista de proteger os métodos de cultivo da terra próprios de cada região e de evitar um uso desconsiderado dos recursos naturais. Noutras palavras, faço votos por que esta cooperação preserve os valores próprios do mundo rural e os direitos fundamentais de quantos trabalham a terra. Pondo de lado privilégios, lucro e comodidades, estes objetivos poderão ser alcançados para benefício dos homens, das mulheres, das crianças, das famílias e das comunidades que vivem nas regiões mais pobres do planeta e que são os mais vulneráveis. A experiência mostra que as soluções técnicas, até as mais progredidas, não possuem eficácia se não se destinam antes de tudo à pessoa, que deve estar em primeiro lugar e que, na sua dimensão espiritual e material, é a origem e a finalidade de qualquer atividade. Mais que uma necessidade elementar, o acesso à alimentação é um direito fundamental das pessoas e dos povos. Ele poderá tornar-se uma realidade, e, por conseguinte, uma segurança, se for garantido

um desenvolvimento adequado às diversas regiões. Sobretudo, o drama da fome só poderá ser vencido, "eliminando as causas estruturais que o provocam e promovendo o desenvolvimento agrícola dos países mais pobres por meio de investimentos em infraestruturas rurais, sistemas de irrigação, transportes, de organização dos mercados, formação e difusão de técnicas agrícolas apropriadas, isto é, capazes de utilizar o melhor possível os recursos humanos, naturais e socioeconômicos mais acessíveis a nível local" (Caritas in veritate, 27).

Fiel à sua vocação de estar próxima dos mais desfavorecidos, a Igreja católica promove o apoio e participa dos esforços realizados a fim de permitir que cada povo e comunidade disponha dos meios necessários para garantir um nível de segurança alimentar adequado. Ao formular estes votos, renovo-lhe, Senhor Diretor-Geral, as expressões da minha grande estima, e invoco sobre a FAO, sobre os seus Estados-membros e sobre todos os funcionários, abundantes bênçãos divinas..

Revista da Arquidiocese

11


Santa Sé

Divulgação

Mensagens

Usar a mídia como poderoso recurso MENSAGEM DO PAPA A SACERDOTES: USAI OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO - TEMA PARA O DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS 2010 Castel Gandolfo, 29 de setembro de 2009

"O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos meios a serviço da Palavra" é o tema escolhido por Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2010. A Mensagem para o 44º Dia Mundial das Comunicações Sociais se dirige especialmente aos sacerdotes, neste Ano Sacerdotal e após a celebração da 12ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

O pontífice os convida a "considerar os novos meios como um poderoso recurso para seu ministério a serviço da Palavra e quer dirigir uma palavra de alento para enfrentar os desafios derivados da nova cultura digital". Assim indica um comunicado do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais que anuncia o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais, divulgado pela Sala de Revista da Arquidiocese

13


Santa Sé

Santa Sé Mensagens

Imprensa da Santa Sé hoje, festa dos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. "Se os novos meios forem conhecidos e avaliados adequadamente, podem oferecer aos sacerdotes e a todos os agentes de pastoral uma riqueza de dados e conteúdos que antes eram de difícil acesso, e facilitam formas de colaboração e de crescimento de comunhão impensáveis no passado", explica o Conselho Pontifício. O comunicado destaca que, "graças aos novos meios, os que pregam e dão a conhecer o Verbo da vida podem chegar, com palavras, sons e imagens – verdadeira e expressiva gramática da cultura digital – a indivíduos e a comunidades inteiras de todos os continentes". Isso permite "criar novos espaços de conhecimento e de diálogo e chegar a propor e realizar itinerários de comunhão". "Se forem usados sabiamente, com a ajuda de especialistas em tecnologia e cultura da comunicação, os novos meios podem converter-se, para os sacerdotes e para todos os agentes de pastoral, em um válido e eficaz instrumento de verdadeira e profunda evangelização e comunhão", indica. E deseja: "Serão uma nova forma de evangelização, para que Cristo chegue e, diante das portas das nossas casas, diga novamente: 'Vede que estou à porta e chamo; se alguém ouvir minha

Revista da Arquidiocese

14

voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, comerei com ele e ele comigo'". O comunicado também recorda que "a principal responsabilidade do sacerdote é anunciar a Palavra de Deus feita carne, homem, história, convertendo-se, assim, em sinal dessa comunhão que Deus realiza com o homem". A eficácia deste ministério requer, portanto, que o sacerdote viva uma relação íntima com Deus, radicada em um amor profundo e em um conhecimento vivo das Sagradas Escrituras, "testemunho" escrito da Palavra divina. Em 2009, o Dia Mundial das Comunicações Sociais foi dedicado ao tema "Novas tecnologias, novas elações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade". Em sua mensagem para aquela ocasião, o Papa convidava "todos os que empregam as novas tecnologias da comunicação, em especial os jovens, a utilizá-las de uma maneira positiva e a compreender o grande potencial desses meios para construir laços de amizade e solidariedade que possam contribuir para um mundo melhor". O Dia Mundial das Comunicações Sociais é a única celebração mundial convocada pelo Concílio Vaticano II e é realizado em quase todos os países do mundo no domingo precedente a Pentecostes.

Divulgação

Mensagens

Mandato missionário de Cristo MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O DIA MISSIONÁRIO MUNDIAL DE 2009 "AS NAÇÕES CAMINHARÃO À SUA LUZ" (AP 21, 24) Cidade do Vaticano, 29 de junho de 2009 Neste domingo dedicado às missões, me dirijo, sobretudo, a vós, Irmãos no ministério episcopal e sacerdotal, e também aos irmãos e irmãs do Povo de Deus, a fim de vos exortar a reavivar em si a consciência do mandato missionário de Cristo para que "todos os povos se tornem seus discípulos" (Mt 28,19), seguindo as pegadas de São Paulo, o Apóstolo dos Gentios.

"As nações caminharão à sua luz" (Ap 21,24). O objetivo da missão da Igreja é iluminar com a luz do Evangelho todos os povos em seu caminhar na história rumo a Deus, pois Nele encontramos a sua plena realização. Devemos sentir o anseio e a paixão de iluminar todos os povos, com a luz de Cristo, que resplandece no rosto da Igreja, para que todos se reúnam na única família humana, Revista da Arquidiocese

15


Santa Sé

Santa Sé

Mensagens

Mensagens

sob a amável paternidade de Deus. É nesta perspectiva que os discípulos de Cristo espalhados pelo mundo trabalham, se dedicam, gemem sob o peso dos sofrimentos e doam a vida. Reitero com veemência o que muitas vezes foi dito pelos meus Predecessores: a Igreja não age para ampliar o seu poder ou reforçar o seu domínio, mas para levar a todos Cristo, salvação do mundo. Pedimos somente de nos colocar a serviço da humanidade, sobretudo daquela sofredora e marginalizada, porque acreditamos que "o compromisso de anunciar o Evangelho aos homens de nosso tempo... é sem dúvida alguma um serviço prestado à comunidade cristã, mas também a toda a humanidade"(Evangelii nuntiandi, 1), que "apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido último das coisas e de sua própria existência"(Redemptoris missio, 2). 1. Todos os Povos são chamados à salvação Na verdade, a humanidade inteira tem a vocação radical de voltar à sua origem, que é Deus, somente no Qual ela encontrará a sua plenitude por meio da restauração de todas as coisas em Cristo. A disRevista da Arquidiocese

16

persão, a multiplicidade, o conflito, a inimizade serão repacificadas e reconciliadas através do sangue da Cruz e reconduzidas à unidade. O novo início já começou com a ressurreição e a exaltação de Cristo, que atrai a si todas as coisas, as renova, as tornam participantes da eterna glória de Deus. O futuro da nova criação brilha já em nosso mundo e acende, mesmo se em meio a contradições e sofrimentos, a nossa esperança por uma vida nova. A missão da Igreja é "contagiar" de esperança todos os povos. Por isto, Cristo chama, justifica, santifica e envia os seus discípulos para anunciar o Reino de Deus, a fim de que todas as nações se tornem Povo de Deus. É somente nesta missão que se compreende e se confirma o verdadeiro caminho histórico da humanidade. A missão universal deve se tornar uma constante fundamental na vida da Igreja. Anunciar o Evangelho deve ser para nós, como já dizia o apóstolo Paulo, um compromisso impreterível e primário. 2. Igreja peregrina A Igreja Universal, sem confim e sem fronteiras, se sente responsável por anunciar o Evangelho a todos

os povos (cfr. Evangelii nuntiandi, 53). Ela, germe de esperança por vocação, deve continuar o serviço de Cristo no mundo. A sua missão e o seu serviço não se limitam às necessidades materiais ou mesmo espirituais que se exaurem no âmbito da existência temporal, mas na salvação transcendente que se realiza no Reino de Deus. (cfr. Evangelii nuntiandi, 27). Este Reino, mesmo sendo em sua essência escatológico e não deste mundo (cf. Jo 18,36), está também neste mundo e em sua história é força de justiça, paz, verdadeira liberdade e respeito pela dignidade de todo ser humano. A Igreja mira em transformar o mundo com a proclamação do Evangelho do amor, "que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir e... deste modo, fazer entrar a luz de Deus no mundo" (Deus caritas est, 39). Esta é a missão e o serviço que, também com esta Mensagem, chamo a participar todos os membros e instituições da Igreja.

promisso de anunciar o Evangelho, fermento de liberdade e progresso, fraternidade, união e paz (cf. Ad gentes, 8). Desejo "novamente confirmar que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja" (Evangelii nuntiandi, 14), tarefa e missão que as vastas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes. Está em questão a salvação eterna das pessoas, o fim e a plenitude da história humana e do universo. Animados e inspirados pelo Apóstolo dos Gentios, devemos estar conscientes de que Deus tem um povo numeroso em todas as cidades percorridas também pelos apóstolos de hoje (cf. At 18, 10). De fato, "a promessa é em favor de todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar "(At 2,39). Toda a Igreja deve se empenhar na missio ad gentes, enquanto a soberania salvífica de Cristo não está plenamente realizada: "Agora, porém, ainda não vemos que tudo lhe esteja submisso" (Hb 2,8).

3. Missio ad gentes A missão da Igreja é chamar todos os povos à salvação realizada por Deus em seu Filho encarnado. É necessário, portanto, renovar o com-

4. Chamados a evangelizar também por meio do martírio Neste dia dedicado às missões, recordo na oração aqueles que fizeram de suas vidas uma exclusiva Revista da Arquidiocese

17


Santa Sé

Santa Sé

Mensagens

Mensagens

consagração ao trabalho de evangelização. Menciono em particular as Igrejas locais, os missionários e missionárias que testemunham e propagam o Reino de Deus em situações de perseguição, com formas de opressão que vão desde a discriminação social até a prisão, a tortura e a morte. Não são poucos aqueles que atualmente são levados à morte por causa de seu "Nome". É ainda de grande atualidade o que escreveu o meu venerado Predecessor Papa João Paulo II: "A comemoração jubilar descerrou-nos um cenário surpreendente, mostrando o nosso tempo particularmente rico de testemunhas, que souberam, ora dum modo ora doutro, viver o Evangelho em situações de hostilidade e perseguição até darem muitas vezes a prova suprema do sangue" (Novo millennio ineunte, 41). A participação na missão de Cristo, de fato, destaca também a vida dos anunciadores do Evangelho, aos quais é reservado o mesmo destino de seu Mestre. "Lembrem-vos do que eu disse: nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir a vós também" (Jo 15,20). A Igreja se coloca no mesmo caminho e passa por tudo aquilo que Cristo passou, Revista da Arquidiocese

18

porque não age baseando-se numa lógica humana ou com a força, mas seguindo o caminho da Cruz e se fazendo, em obediência filial ao Pai, testemunha e companheira de viagem desta humanidade. Às Igrejas antigas como as de recente fundação, recordo que são colocadas pelo Senhor como sal da terra e luz do mundo, chamadas a irradiar Cristo, Luz do mundo, até os extremos confins da terra. A missio ad gentes deve ser a prioridade de seus planos pastorais. Agradeço e encorajo as Pontifícias Obras Missionárias pelo indispensável trabalho a serviço da animação, formação missionária e ajuda econômica às jovens Igrejas. Por meio destas instituições pontifícias, se realiza de forma admirável a comunhão entre as Igrejas, com a troca de dons, na solicitude recíproca e na comum projetualidade missionária.

de Cristo (cf. Redemptoris missio, 26) através da Igreja local, que envia os seus missionários e missionárias para além de suas fronteiras. Rogo a todos os católicos para que peçam ao Espírito Santo que aumente na Igreja a paixão pela missão de proclamar o Reino de Deus e ajudar os missionários, as missionárias e as comunidades cristãs empenhadas nesta missão, muitas vezes em ambientes hostis de perseguição. Ao mesmo tempo, convido todos a darem um sinal crível da comunhão entre as Igrejas, com uma

ajuda econômica, especialmente neste período de crise que a humanidade está vivendo, a fim de colocar as jovens Igrejas em condições de iluminar as pessoas com o Evangelho da caridade. Nos guie em nossa ação missionária a Virgem Maria, Estrela da Evangelização, que deu ao mundo Cristo, luz das nações, para que leve a salvação "até aos extremos da terra" (At 13,47). A todos, a minha Bênção. Vaticano, 29 de junho de 2009.

5. Conclusão O impulso missionário sempre foi sinal de vitalidade de nossas Igrejas (cf. Redemptoris missio, 2). É preciso, todavia, reafirmar que a evangelização é obra do Espírito, e que antes mesmo de ser ação, é testemunho e irradiação da luz Revista da Arquidiocese

19


Santa Sé Homilias

Google

Homilias

2010 Centenário de nascimento de Dom Fernando Gomes dos Santos

Advento, uma visita de Deus a nós CELEBRAÇÃO DAS VÉSPERAS DO PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO Basílica Vaticana, 28 de novembro de 2009

Caros irmãos e irmãs Com esta celebração vespertina, entramos no tempo litúrgico do Advento. Na leitura bíblica que há pouco ouvimos, tirada da Primeira Carta aos Tessalonicenses, o Apóstolo Paulo convida-nos a preparar a "vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (5, 23), conservando-nos irrepreensíveis com a graça de Deus.

Paulo recorre precisamente à palavra "vinda", em latim, adventus, do qual deriva o termo Advento. Reflitamos brevemente sobre o significado desta palavra, que pode traduzir-se com "presença", "chegada" e "vinda". Na linguagem do mundo antigo, era um termo técnico utilizado para indicar a chegada de um funcionário, a visita do rei ou do imperador a uma província. Revista da Arquidiocese

21


Santa Sé

Santa Sé

Homilias

Homilias

No entanto, podia indicar também a vinda da divindade, que sai do seu escondimento para se manifestar com poder, ou que é celebrada presente no culto. Os cristãos adotaram a palavra "advento" para expressar a sua relação com Jesus Cristo: Jesus é o Rei, que entrou nesta pobre "província" denominada terra para visitar todos; na festa do seu advento faz participar quantos nele creem, aqueles que acreditam na sua presença na assembleia litúrgica. Substancialmente, com a palavra adventus desejava-se dizer: Deus está aqui, não se retirou do mundo, não nos deixou sozinhos. Embora não O possamos ver nem tocar, como acontece com as realidades sensíveis, Ele está aqui e vem visitar-nos de múltiplos modos. Portanto, o significado da expressão "advento" inclui também o de visitatio que, simples e propriamente, quer dizer "visita"; neste caso, trata-se de uma visita de Deus: Ele entra na minha vida e quer dirigir-se a mim. Na existência cotidiana, todos nós vivemos a experiência de ter pouco tempo para o Senhor e pouco tempo também para nós. Terminamos por ser absorvidos pelo "fazer". Não é porventura verdade que com frequência é precisaRevista da Arquidiocese

22

mente a atividade que nos possui, a sociedade com os seus múltiplos interesses que monopoliza a nossa atenção? Não é talvez verdade que dedicamos muito tempo à diversão e a distrações de vários tipos? Às vezes, a realidade "arrebata-nos". O Advento, este tempo litúrgico forte que estamos a começar, convidanos a refletir silenciosamente para compreender uma presença. Tratase de um convite a compreender que cada um dos acontecimentos do dia é um sinal que Deus nos faz, um vestígio da atenção que Ele tem por cada um de nós. Quantas vezes Deus nos faz sentir algo do seu amor! Manter, por assim dizer, um "diário interior" deste amor seria uma tarefa bonita e saudável para a nossa vida! O Advento convidanos e estimula-nos a contemplar o Senhor que está presente. Não deveria porventura a certeza da sua presença ajudar-nos a ver o mundo com olhos diferentes? Não deveria acaso ajudar-nos a considerar toda a nossa existência como uma "visita", um modo como Ele pode vir ter conosco e estar ao nosso lado em cada situação? Outro elemento fundamental do Advento é a espera, expectativa que é ao mesmo tempo esperança.

O Advento leva-nos a compreender o sentido do tempo e da história como "kairós", como ocasião favorável para a nossa salvação. Jesus explicou esta realidade misteriosa mediante muitas parábolas: na narração dos servos convidados a esperar o retorno do dono; na parábola das virgens que esperam o esposo; ou naquelas da sementeira e da colheita. Na sua vida, o homem está constantemente à espera: quando é menino, deseja crescer; quando é adulto, tende para a realização e o sucesso; na idade avançada, aspira ao merecido descanso. Mas chega a hora em que ele descobre que esperou demasiado pouco se, para além da profissão ou da posição social, nada mais lhe resta para esperar. A esperança marca o caminho da humanidade, mas para os cristãos ela é animada por uma certeza: o Senhor está presente no fluxo da nossa vida, acompanha-nos, e um dia enxugará também as nossas lágrimas. Um dia, não distante, tudo encontrará o seu cumprimento no Reino de Deus, Reino de justiça e de paz. No entanto, existem modos muito diferentes de esperar. Se o tempo não foi preenchido por um presente dotado de sentido, a espera corre o risco de se tornar insuportável; se

se espera algo, mas neste momento não há nada, ou seja, se o presente permanece vazio, cada instante que passa parece exageradamente longo, e a expectativa transformase num peso demasiado grave, porque o futuro permanece totalmente incerto. Ao contrário, quando o tempo é dotado de sentido, e em cada instante compreendemos algo de específico e de válido, então a alegria da espera torna o presente mais precioso. Queridos irmãos e irmãs, vivamos intensamente o presente, em que já nos são concedidos os dons do Senhor, vivamo-lo projetados para o futuro, um porvir repleto de esperança. Deste modo, o Advento cristão torna-se ocasião para despertar em nós o autêntico sentido da espera, voltando ao coração da nossa fé que é o mistério de Cristo, o Messias esperado durante longos séculos e nascido na pobreza de Belém. Quando veio ao meio de nós, trouxe-nos e continua a oferecer-nos o dom do seu amor e da sua salvação. Presente entre nós, fala-nos de muitas maneiras: na Sagrada Escritura, no ano litúrgico, nos santos, nos acontecimentos da vida quotidiana e em toda a criação, que muda de aspecto se Ele se encontra por detrás dela, ou se a Revista da Arquidiocese

23


Santa Sé

Santa Sé Homilias

mesma está ofuscada pela neblina de uma origem incerta ou de um futuro inseguro. Por nossa vez, podemos dirigir-lhe a palavra, apresentar-lhe os sofrimentos que nos afligem, a impaciência e as interrogações que brotam do nosso coração. Estamos persuadidos de que nos ouve sempre! E se Jesus está presente, já não existe tempo algum sem sentido e vazio. Se Ele está presente, podemos continuar a esperar mesmo quando os outros já não conseguem garantir-nos qualquer apoio, até quando o presente se torna cansativo. Queridos amigos, o Advento é o tempo da presença e da es-

pera eterna. Precisamente por esta razão é, de modo particular, o tempo da alegria, de um júbilo interiorizado, que nenhum sofrimento pode anular. A alegria pelo fato de que Deus se fez Menino. Esta alegria, invisivelmente presente em nós, encoraja-nos a caminhar com confiança. Modelo e ajuda deste íntimo júbilo é a Virgem Maria, por meio da qual nos foi oferecido o Menino Jesus. Que Ela, discípula fiel do seu Filho, nos conceda a graça de viver este tempo litúrgico vigilantes e diligentes na esperança. Amém!

Divulgação

Homilias

Acordar para sair do mundo particular SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR - MISSA DA MEIA-NOITE Basílica Vaticana, 24 de dezembro de 2009

Amados irmãos e irmãs, «Um Menino nasceu para nós, um filho nos foi concedido» (Is 9,5). Aquilo que Isaías, olhando de longe para o futuro, diz a Israel como consolação nas suas angústias e obscuridade, o Anjo, de quem emana uma nuvem de luz, anuncia-o aos pastores como presente: «Nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, Revista da Arquidiocese

24

que é o Messias Senhor» (Lc 2,11). O Senhor está presente. Desde então, Deus é verdadeiramente um «Deus conosco». Já não é o Deus distante, que, através da criação e por meio da consciência, se pode de algum modo intuir de longe. Ele entrou no mundo. É o Vizinho. Disse-o Cristo ressuscitado aos Seus, a nós: «Eu estou sempre convosco, até ao fim dos tempos» (Mt 28,20). Nasceu para vós Revista da Arquidiocese

25


Santa Sé

Santa Sé

Homilias

Homilias

o Salvador: aquilo que o Anjo anunciou aos pastores, Deus no-lo recorda agora por meio do Evangelho e dos seus mensageiros. Trata-se de uma notícia que não nos pode deixar indiferentes. Se é verdadeira, mudou tudo. Se é verdadeira, diz respeito a mim também. Então, como os pastores, devo dizer também eu: Levantemo-nos, quero ir a Belém e ver a Palavra que aconteceu lá. Não é sem intuito que o Evangelho nos narra a história dos pastores. Estes mostramnos o modo justo como responder àquela mensagem que nos é dirigida também a nós. Que nos dizem então estas primeiras testemunhas da encarnação de Deus? A respeito dos pastores, diz-se em primeiro lugar que eram pessoas vigilantes e que a mensagem pôde chegar até eles precisamente porque estavam acordados. Nós temos de despertar, para que a mensagem chegue até nós. Devemos tornar-nos pessoas verdadeiramente vigilantes. Que significa isto? A diferença entre um que sonha e outro que está acordado consiste, antes de mais nada, no fato de aquele que sonha se encontrar num mundo particular. Ele está, com o seu eu, fechado neste mundo do sonho que é apenas dele e não o relaciona com Revista da Arquidiocese

26

os outros. Acordar significa sair desse mundo particular do eu e entrar na realidade comum, na única verdade que a todos une. O conflito no mundo, a recíproca inconciliabilidade derivam do fato de estarmos fechados nos nossos próprios interesses e opiniões pessoais, no nosso próprio e minúsculo mundo privado. O egoísmo, tanto do grupo como do indivíduo, mantém-nos prisioneiros dos nossos interesses e desejos, que contrastam com a verdade e dividem-nos uns dos outros. Acordai: diz-nos o Evangelho. Vinde para fora, a fim de entrar na grande verdade comum, na comunhão do único Deus. Acordar significa, portanto, desenvolver a sensibilidade para com Deus, para com os sinais silenciosos pelos quais Ele quer guiar-nos, para com os múltiplos indícios da sua presença. Há pessoas que se dizem «religiosamente desprovidas de ouvido musical». A capacidade de perceber Deus parece quase uma qualidade que é recusada a alguns. E, realmente, a nossa maneira de pensar e agir, a mentalidade do mundo atual, a gama das nossas diversas experiências parecem talhadas para reduzir a nossa sensibilidade a Deus, para nos tornar «desprovidos de

ouvido musical» a respeito d’Ele. E, todavia, em cada alma está presente de maneira velada ou patente a expectativa de Deus, a capacidade de O encontrar. A fim de obter esta vigilância, este despertar para o essencial, queremos rezar, por nós mesmos e pelos outros, por quantos parecem ser «desprovidos deste ouvido musical» e contudo neles está vivo o desejo de que Deus Se manifeste. O grande teólogo Orígenes disse: Se eu tivesse a graça de ver como viu Paulo, poderia agora (durante a Liturgia) contemplar uma falange imensa de Anjos (cf. In Lc 23,9). De fato, na Liturgia sagrada, rodeiam-nos os Anjos de Deus e os Santos. O próprio Senhor está presente no meio de nós. Senhor, abri os olhos dos nossos corações, para nos tornarmos vigilantes e videntes e assim podermos estender a vossa proximidade também aos outros! Voltemos ao Evangelho de Natal. Aí se narra que os pastores, depois de ter ouvido a mensagem do Anjo, disseram uns para os outros: «“Vamos até Belém” (…). Partiram então a toda a pressa» (Lc 2,15s). «Apressaram-se»: diz, literalmente, o texto grego. O que lhes fora anunciado era tão importante que deviam ir imediatamente. Com

efeito, o que lhes fora dito ultrapassava totalmente aquilo a que estavam habituados. Mudava o mundo. Nasceu o Salvador. O esperado Filho de David veio ao mundo na sua cidade. Que podia haver de mais importante? Impelia-os certamente a curiosidade, mas, sobretudo, o alvoroço pela realidade imensa que fora comunicada precisamente a eles, os pequenos e homens aparentemente irrelevantes. Apressaramse… sem demora. Na nossa vida ordinária, as coisas não acontecem assim. A maioria dos homens não considera prioritárias as coisas de Deus. Estas não nos premem de forma imediata. E assim nós, na grande maioria, estamos prontos a adiálas. Antes de tudo faz-se aquilo que se apresenta como urgente aqui e agora. No elenco das prioridades, Deus encontra-Se frequentemente quase no último lugar. Isto – pensase – poder-se-á realizar sempre. O Evangelho diz-nos: Deus tem a máxima prioridade. Se alguma coisa na nossa vida merece a nossa pressa sem demora, isso só pode ser a causa de Deus. Diz uma máxima da Regra de São Bento: «Nada antepor à obra de Deus (isto é, ao ofício divino)». Para os monges, a Liturgia é a primeira prioridade; tudo Revista da Arquidiocese

27


Santa Sé

Santa Sé

Homilias

Homilias

o mais vem depois. Mas, no seu núcleo, esta frase vale para todo o homem. Deus é importante, a realidade absolutamente mais importante da nossa vida. É precisamente esta prioridade que nos ensinam os pastores. Deles queremos aprender a não deixar-nos esmagar por todas as coisas urgentes da vida de cada dia. Deles queremos aprender a liberdade interior de colocar em segundo plano outras ocupações – por mais importantes que sejam – a fim de nos encaminharmos para Deus, a fim de O deixarmos entrar na nossa vida e no nosso tempo. O tempo empregue para Deus e, a partir d’Ele, para o próximo nunca é tempo perdido. É o tempo em que vivemos de verdade, em que vivemos o ser próprio de pessoas humanas. Alguns comentadores observam como os primeiros que vieram ao pé de Jesus na manjedoura e puderam encontrar o Redentor do mundo foram os pastores, as almas simples. Os sábios vindos do Oriente, os representantes daqueles que possuem nível e nome chegaram muito mais tarde. E os comentadores acrescentam: O motivo é totalmente óbvio. De fato, os pastores habitavam perto. Não tinham de Revista da Arquidiocese

28

fazer mais nada senão «atravessar» (cf. Lc 2,15), como se atravessa um breve espaço para ir ter com os vizinhos. Ao contrário, os sábios habitavam longe. Tinham de percorrer um caminho longo e difícil para chegar a Belém. E precisavam de guia e de orientação. Pois bem, hoje também existem almas simples e humildes que habitam muito perto do Senhor. São, por assim dizer, os seus vizinhos e podem facilmente ir ter com Ele. Mas a maior parte de nós, homens modernos, vive longe de Jesus Cristo, d’Aquele que Se fez homem, de Deus que veio para o nosso meio. Vivemos em filosofias, em negócios e ocupações que nos enchem totalmente e a partir dos quais o caminho para a manjedoura é muito longo. De variados modos e repetidamente, Deus tem de nos impelir e dar uma mão para podermos sair da enrodilhada dos nossos pensamentos e ocupações e encontrar o caminho para Ele. Mas há um caminho para todos. Para todos, o Senhor estabelece sinais adequados a cada um. Chama-nos a todos, para que nos seja possível também dizer: Levantemo-nos, «atravessemos», vamos a Belém, até junto d’Aquele Deus que veio ao nosso encontro. Sim, Deus encaminhou-Se para

nós. Sozinhos, não poderíamos chegar até Ele. O caminho supera as nossas forças. Mas Deus desceu. Vem ao nosso encontro. Percorreu a parte mais longa do caminho. Agora pede-nos: Vinde e vede quanto vos amo. Vinde e vede que Eu estou aqui. Transeamus usque Bethleem: diz a Bíblia latina. Atravessemos para o outro lado! Ultrapassemo-nos a nós mesmos! Façamo-nos viandantes rumo a Deus dos mais variados modos: sentindo-nos interiormente a caminho para Ele; mas também em caminhos muito concretos, como na Liturgia da Igreja, no serviço do próximo onde Cristo me espera. Ouçamos uma vez mais diretamente o Evangelho. Os pastores dizem uns aos outros o motivo por que se põem a caminho: «Vamos ver o que dizem ter sucedido». Literalmente o texto grego diz: «Vejamos esta Palavra, que lá aconteceu». Sim, aqui está a novidade desta noite: a Palavra pode ser vista, porque Se fez carne. Aquele Deus de quem não se deve fazer qualquer imagem, porque toda a imagem poderia apenas reduzi-Lo, antes desvirtuá-Lo, aquele Deus tornou-Se, Ele mesmo, visível n’Aquele que é a sua verdadeira imagem, como diz Paulo (cf. 2Cor 4,4; Cl 1,15). Na fi-

gura de Jesus Cristo, em todo o seu viver e operar, no seu morrer e ressuscitar, podemos ver a Palavra de Deus e, consequentemente, o próprio mistério do Deus vivo. Deus é assim. O Anjo dissera aos pastores: «Isto vos servirá de sinal: achareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2,12; cf. 16). O sinal de Deus, o sinal que é dado aos pastores e a nós não é um milagre impressionante. O sinal de Deus é a sua humildade. O sinal de Deus é que Ele Se faz pequeno; torna-Se menino; deixa-Se tocar e pede o nosso amor. Quanto desejaríamos nós, homens, um sinal diverso, imponente, irrefutável do poder de Deus e da sua grandeza! Mas o seu sinal convida-nos à fé e ao amor e assim nos dá esperança: assim é Deus. Ele possui o poder e é a Bondade. Convida a tornarmonos semelhantes a Ele. Sim, tornamo-nos semelhantes a Deus, se nos deixarmos plasmar por este sinal; se aprendermos, nós mesmos, a humildade e deste modo a verdadeira grandeza; se renunciarmos à violência e usarmos apenas as armas da verdade e do amor. Orígenes, na linha de uma palavra de João Batista, viu expressa a essência do paganismo no símbolo das pedras: Revista da Arquidiocese

29


Santa Sé

Santa Sé

Homilias

Entrevista

paganismo é falta de sensibilidade, significa um coração de pedra, que é incapaz de amar e de perceber o amor de Deus. Orígenes diz a respeito dos pagãos: «Desprovidos de sentimento e de razão, transformam-se em pedras e madeira» (In Lc 22,9). Mas Cristo quer dar-nos um coração de carne. Quando O vemos a Ele, ao Deus que Se tornou um menino, abre-se-nos o coração. Na Liturgia da Noite Santa, Deus vem até nós como homem, para nos tornarmos verdadeiramente humanos. Escutemos uma vez mais Orígenes: «Com efeito, de que te apro-

veitaria Cristo ter vindo uma vez na carne, se Ele não chegasse até à tua alma? Oremos para que venha diariamente a nós e possamos dizer: vivo, contundo já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim (Gl 2,20)» (In Lc 22,3). Sim, por isto queremos rezar nesta Noite Santa. Senhor Jesus Cristo, Vós que nascestes em Belém, vinde a nós! Entrai em mim, na minha alma. Transformai-me. Renovai-me. Fazei que eu e todos nós, de pedra e madeira que somos, nos tornemos pessoas vivas, nas quais se torna presente o vosso amor e o mundo é transformado.

Entrevista do papa Bento XVI durante viagem apostólica à República Checa

É preciso diálogo intelectual entre agnósticos e crentes ENTREVISTA CONCEDIDA PELO SANTO PADRE DURANTE O VOO PARA VIAGEM APOSTÓLICA À REPÚBLICA CHECA 26 de setembro de 2009 Primeira pergunta: como Vossa Santidade disse no Angelus de domingo passado, a República Checa encontra-se não só geográfica, mas também historicamente, no coração da Europa. Poderia explicar melhor este "historicamente" e dizernos como e por que pensa que esta visita possa ser significativa para o continente no seu conjunto, no seu caminho cultural, espiritual e,

Revista da Arquidiocese

30

eventualmente, político, de construção da União Europeia? R – Em todos os séculos, a República Checa, o seu território, foi lugar de encontro de culturas. Comecemos pelo século IX: por um lado, na Morávia, temos a grande missão dos irmãos Cirilo e Metódio, que de Bizâncio levam a cultura bizantina, mas criam uma cultura eslava, com caracteres cirílicos e uma liturgia em Revista da Arquidiocese

31


Santa Sé

Santa Sé

Entrevista

Entrevista

língua eslava; por outro, na Boêmia, as dioceses confinantes de Regensburg e Passau anunciam o Evangelho em língua latina e, dessa maneira, na conexão com a cultura romano-latina as duas culturas encontram-se. Todos os encontros são difíceis, mas também fecundos. Poder-se-ia demonstrar facilmente com este exemplo. Faço um grande salto: no século XIV foi Carlos IV quem fundou em Praga a primeira universidade na Europa central. A universidade por si mesma é um lugar de encontro de culturas; neste caso, além disso, torna-se um lugar de encontro entre cultura eslava e germanófona. Assim como no século e no período da Reforma, exatamente nesse território, os encontros e confrontos tornam-se decisivos e fortes, como sabemos. Agora, faço um salto ao presente: no século passado, a República Checa sofreu sob uma ditadura comunista particularmente rigorosa, mas também teve uma resistência quer católica, quer laica, de altíssimo nível. Penso nos textos de Václav Havel, do Cardeal Vlk, em personalidades como o Cardeal Tomásek, que realmente transmitiram à Europa uma mensagem do que é a liberdade e de como devemos viver e trabalhar na liberdade. E penso que deste encontro de Revista da Arquidiocese

32

culturas nos séculos, e precisamente desta última fase de reflexão, não só, de sofrimento por um conceito novo de liberdade e de sociedade livre, nascem para nós tantas mensagens importantes, que podem e devem ser fecundas para a construção da Europa. Devemos estar muito atentos exatamente à mensagem deste país. P – Vinte anos depois da queda dos regimes comunistas do Leste europeu; João Paulo II, visitando diversos países sobreviventes ao comunismo, encorajava-os a usar com responsabilidade a liberdade recuperada. Hoje, qual é a sua mensagem para os povos da Europa Oriental nesta nova fase histórica? R – Como disse, estes países sofreram particularmente sob a ditadura, mas no sofrimento também amadureceram conceitos de liberdade que são atuais e agora devem ser ainda ulteriormente elaborados e realizados. Por exemplo, penso num texto de Václav Havel que diz: "A ditadura baseia-se na mentira e se a mentira for superada, se ninguém mais mentir e se vier à luz a verdade, haverá liberdade". E assim elaborou este nexo entre verdade e liberdade, onde liberdade não é libertinagem, arbitrariedade, mas está vinculada e é condicionada

aos grandes valores da verdade, do amor, da solidariedade e do bem em geral. Desse modo, penso que estes conceitos, estas ideias amadurecidas no tempo da ditadura não se devem perder: precisamente agora devemos voltar a elas! E na liberdade, frequentemente um pouco vazia e sem valores, reconhecer de novo que liberdade e valores, liberdade e bem, liberdade e verdade caminham juntos: caso contrário, destrói-se também a liberdade. Parece-me esta a mensagem que vem desses países e que deve ser atualizada neste momento. P – Santidade, a República Checa é um país muito secularizado no qual a Igreja católica é uma minoria. Em tal situação, como pode contribuir efetivamente a Igreja para o bem comum do país? R – Diria que normalmente são as minorias criativas que determinam o futuro, e neste sentido a Igreja católica deve compreender como minoria criativa que tem uma herança de valores que não são coisas do passado, mas uma realidade muito viva e atual. A Igreja deve atualizar-se, estar presente no debate público, na nossa luta por um conceito verdadeiro de liberdade e de paz. Assim, pode contribuir

para os diversos setores. Diria que o primeiro é precisamente o diálogo intelectual entre agnósticos e crentes. Ambos têm necessidade do outro: o agnóstico não pode estar contente por não saber se Deus existe ou não, mas deve buscar e sentir a grande herança da fé; o católico não se pode satisfazer porque tem a fé, mas deve procurar Deus, ainda mais, e no diálogo com os outros reaprender Deus de modo mais profundo. Este é o primeiro nível: o grande diálogo intelectual, ético e humano. Depois, no setor educativo, a Igreja tem muito para fazer e para oferecer no que diz respeito à formação. Na Itália, falamos sobre o problema da emergência educativa. É um problema comum a todo o Ocidente: a Igreja neste aspecto deve de novo atualizarse, concretizar, abrir para o futuro a sua grande herança. O terceiro setor é a "Caritas". A Igreja desde sempre teve isto como sinal da sua identidade: ajudar os pobres, ser instrumento da caridade. A Caritas na República Checa realiza muitíssimo nas diversas comunidades, nas situações de necessidade e oferece muito também à humanidade sofredora nos diversos continentes, dando dessa maneira um exemplo Revista da Arquidiocese

33


Santa Sé

Santa Sé

Entrevista

Entrevista

de responsabilidade aos outros, de solidariedade internacional, que é também condição de paz. P – Santidade, a sua última Encíclica, Caritas in veritate, teve uma ampla repercussão no mundo. Como avalia esta repercussão? Está satisfeito? Pensa que efetivamente a recente crise mundial seja uma ocasião para que a humanidade se torne mais disponível para refletir sobre a importância dos valores morais e espirituais, a fim de enfrentar os grandes problemas do seu futuro? E a Igreja, continuará a oferecer orientações nesta direção? R – Estou muito contente por este grande debate. Era esta justamente a finalidade: incentivar e motivar um debate sobre estes problemas, não deixar as coisas como estão, mas encontrar novos modelos para uma economia responsável, quer para cada país, quer para a totalidade da humanidade unificada. Parece-me realmente visível, hoje, que a ética não é algo exterior à economia, a qual como uma técnica poderia funcionar por si, mas é um princípio interior da economia, a qual não funciona se não considerar os valores humanos da solidariedade, Revista da Arquidiocese

34

as responsabilidades recíprocas e se não integrar a ética na construção da própria economia: é o grande desafio deste momento. Com a Encíclica, espero ter contribuído para este desafio. O debate em curso parece-me encorajador. Certamente, queremos continuar a responder aos desafios do momento e a ajudar a fim de que o sentido da responsabilidade seja mais forte do que o desejo de lucro, que a responsabilidade em relação aos outros seja mais forte do que o egoísmo; neste sentido, queremos contribuir para uma economia humana também no futuro. P – E para concluir, uma pergunta um pouco pessoal: durante o Verão, teve um pequeno acidente no pulso. Está completamente curado? Pôde retomar plenamente a sua atividade e trabalhar na segunda parte do seu livro sobre Jesus, como deseja? R – Não está totalmente superado, mas podeis ver que a mão direita já está ativa e posso fazer o essencial: posso comer e, sobretudo, escrever. O meu pensamento desenvolve-se, sobretudo, quando escrevo; assim para mim foi verdadeiramente um sofrimento, uma escola de paciência,

não ter podido escrever por seis semanas. Contudo, pude trabalhar, ler, fazer outras coisas e também adiantar um pouco o livro. Mas, ainda tenho muito para

fazer. Penso que, com a bibliografia e tudo o que ainda falta, "Deo adiuvante", poderia ser concluído na próxima Primavera. Mas esta é uma esperança!

Revista da Arquidiocese

35


CNBB Artigos

Dia da Bíblia Sua fonte mensal de formação e informação na Igreja e fora dela

B B liltr ra asn rC e linl tral re aa t C l n si s ra B e C l Cent i Bras ral

DOM GIL ANTÔNIO MOREIRA Arcebispo de Juiz de Fora (MG) Celebra-se a 30 de setembro o Dia da Bíblia. A data foi escolhida por ser festa litúrgica de São Jerônimo, o Padroeiro dos biblistas. Jerônimo, cujo nome exato é Eusebius Sophronius Hieronymus, nasceu em Strídon, possivelmente no ano de 347 e faleceu em Belém, a 30 de setembro de 419 ou 420. Sua maior obra foi fazer a primeira tradução da Bíblia, do grego e do hebraico, para o latim, tradução esta conhecida como ‘vulgata’ que serve para a Bíblia Católica e para a Protestante. Sobre Jerônimo, um dos maiores doutores da Igreja, disse o Papa Bento XVI: “a preparação literária e a ampla erudição permitiram que Jerônimo fizesse a revisão e a tradução de muitos textos bíblicos: um precioso trabalho para a Igreja latina e para a cultura ocidental. Com base nos textos originais em grego e em hebraico

e graças ao confronto com versões anteriores, ele realizou a revisão dos quatro Evangelhos em língua latina, depois o Saltério e grande parte do Antigo Testamento. Tendo em conta o original hebraico e grego, dos Setenta, a versão grega clássica do Antigo Testamento que remontava ao tempo pré-cristão, e as precedentes versões latinas, Jerônimo, com a ajuda de outros colaboradores, pôde oferecer uma tradução melhor: ela constitui a chamada "Vulgata", o texto "oficial" da Igreja latina, que foi reconhecido como tal pelo Concílio de Trento que, depois da recente revisão, permanece o texto "oficial" da Igreja de língua latina”. (Audiência geral, Roma, em 7 de novembro de 2007). A obra de São Jerônimo é de tal importância, que qualquer estudo bíblico que não levasse em consideração suas pesquisas, ficaria certamente falho. Revista da Arquidiocese

37


CNBB

CNBB

Artigos

Artigos

Ele teve o cuidado de ser totalmente fiel ao texto original, O principal objetivo da Sagrada Escritura é a revelação e a vivência. No evangelho de São Mateus, pode-se perceber que não basta conhecer a Palavra e nem mesmo orar sobre ela. Diz Jesus: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus; mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este entrará no reino dos céus” (Mt 7,21). Para maior seriedade ainda, vemos o Senhor asseverar: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em vosso nome, em vosso nome não expelimos demônios, em vosso nome não fizemos muitos milagres? E então eu lhes direi bem alto: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que operais a iniquidade”. (Mt 7,22-23). O esforço diário de colocar a Palavra de Deus na vida é o fundamento sólido da obra e da salvação. Por isso o Senhor prossegue dizendo: Todo aquele que ouve a Palavra e a põe em prática será semelhante a um homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha firme. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa, mas ela não desabou, porque estava edificada sobre a rocha. (Mt 7,24-25).

Revista da Arquidiocese

38

Viver a Palavra é estar sempre aberto à ação do Espírito e sempre atento à vontade de Deus. Maria é apresentada como a mais fiel servidora do Senhor, em quem o Altíssimo realizou maravilhas. Sua decisão de cumprir a vontade de Deus expressa ao anjo Gabriel, Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim a sua palavra, é o protótipo para todos os que procuram autenticamente a Cristo. Ela é a expressão máxima, na Bíblia, no que se refere à vivência da Palavra. Toda a sua existência, desde a anunciação, passando pelo nascimento e a infância de Jesus, pelos tormentos da paixão e morte de seu Filho, depois experimentando a alegria da ressurreição e por fim sua presença no dia de Pentecostes, no nascimento da Igreja, Maria é a imagem viva e reluzente de fidelidade a Deus e à sua Palavra. Pedro Apóstolo pôde exclamar após o discurso eucarístico de Jesus, transcrito por São João: Para onde iremos, Senhor, só Tu tens palavra de vida eterna. (Jo 6,69). Somente pode possuir a vida eterna quem vive na Palavra do Senhor, como nos afirmou Jesus de forma clara e animadora: Quem guardar a minha Palavra não provará a morte (Jo 24, 52).

Lançar-se com paixão na missão... DOM JOSÉ NELSON WESTRUPP Bispo de Santo André (SP) Anualmente, por ocasião do mês missionário, somos interpelados a reavivar a nossa consciência missionária, reassumindo o mandato do próprio Cristo de ir fazer discípulos entre todas as nações (cf. Mt 28,19). O Papa Bento XVI, em sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano, enfatiza o objetivo da missão da Igreja: “iluminar com a luz do Evangelho todos os povos em seu caminhar na história rumo a Deus, pois Nele encontramos a sua plena realização”. Não há atividade mais nobre e serviço mais elevado a ser prestado à humanidade do que proclamar o Evangelho. Evangelizar é isso: levar as pessoas a Jesus, “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14,6). Preocupa-me, sobremaneira, o número crescente daqueles que levam um estilo de vida longe de Cristo e de seu Evangelho. Tal

preocupação leva-me, muitas vezes, a contemplar o Coração do Bom Pastor, em busca das ovelhas fugidias às verdadeiras e abundantes pastagens por Ele oferecidas. A grande preocupação nossa de cada dia deveria consistir em levar a todos Cristo e Cristo a todos. O Dia Mundial das Missões é um veemente convite a que todas as comunidades eclesiais se coloquem a serviço da humanidade, sobretudo, da humanidade sofredora e marginalizada. Somos criados para viver em comunhão íntima com Deus. Faz parte de nossa vocação fundamental. Enquanto, porém, perdurar o nosso peregrinar, é tarefa nossa, como insiste Bento XVI, “contagiar” de esperança todos os povos. Na medida em que estivermos impregnados e “contagiados” de esperança missionária, Revista da Arquidiocese

39


CNBB

CNBB

Artigos

Artigos

empenhar-nos-emos, de verdade, no serviço da Boa Nova do Reino. Sabemos que não é fácil comunicar o Evangelho num mundo que se transforma. Mas nossa indiferença evangelizadora não nos obstaculize; antes, nos torne abertos, solícitos e disponíveis para todos, a começar de nossa própria casa, de nossa família... Será que os meus de casa já estão de tal maneira evangelizados, aptos e prontos para evangelizar os outros? Anunciar o Evangelho deve ser para nós um compromisso intransferível e inadiável. Nosso serviço missionário deverá ir além de um simples apoio material ou mesmo espiritual. É preciso atingir o coração das pessoas, transformá-lo, tornálo acessível ao Evangelho do amor, deixando-se iluminar por ele, tornando-se, por sua vez, “luz do mundo”, fazendo com que a luz de Deus entre no mundo e o converta. Urge “contagiar” o mundo de Evangelho. Evangelizaremos com o Evangelho da caridade. Após essas breves considerações, fica fácil perceber e deduzir que todo /a batizado/a, todo/a discípulo/a de Jesus deve ser missionário/a. Assumir esse compromisso não é tarefa opcio-

Revista da Arquidiocese

40

nal, mas, parte integrante da identidade cristã (cf. DAp, 144). Olhemos para Jesus, para o seu testemunho e a sua missão: “Eu devo anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus..., pois é para isso que fui enviado” (Lc 4,43). Jesus, “Evangelho do Pai”, foi o primeiro e o maior dos evangelizadores (cf. EN, 7). Excelente evangelizador é aquele que tem o mesmo sentir e pensar do próprio Cristo (cf. Fl 2,5), conformando-se a Ele, reproduzindo em sua vida o estilo de Jesus. Minha esperança é de que a missão não se limite a um mês missionário, mas seja permanente, não tenha data para terminar... Queridos/a leitores/as, não se omitam nem se excluam do nobre compromisso missionário. Apaixonemo-nos por Cristo, e procuremos levá-Lo aos que ainda não fizeram a inenarrável experiência do encontro pessoal com Ele. Senhor Jesus Cristo, concedei-nos a fortaleza e a coragem para sermos missionários e missionárias, hoje e sempre. A Virgem Maria, “estrela da Evangelização”, conduza-nos nos caminhos da missão.

O sentido de uma festa DOM WASHINGTON CRUZ, CP Arcebispo de Goiânia Desde aquele longínquo outubro de 1717, em torno da tosca imagem de madeira, despedaçada, enegrecida pelo limo, que três pescadores, em um dia de aflição, retiram das águas do Rio Paraíba, cresce um especial culto por aquela que começam a chamar simplesmente a Aparecida. Bem antes, porém, de 1717, e do extraordinário aparecimento, já havia no coração do povo brasileiro uma indescritível devoção à Santa Mãe de Deus. Nós a herdamos de nossos ancestrais portugueses. Mas lhe demos, no correr dos anos, um jeito nosso de nos exprimir e inserir na vida. Quem hoje estuda a “religiosidade ou piedade popular” brasileira, e a investiga sem preconceitos nem juízos formados, mas aberto aos valores que ela decerto encerra, descobre logo que a devoção a Nossa Senhora é componente especial desta piedade. Celebrando a festa da nossa Padroeira, fazemos um gesto profundamente brasileiro. Pois vamos ao encontro de um genuíno

movimento da alma de nosso povo. E associamo-nos, malgrado a distância, à multidão de pessoas de todas as camadas sociais que enchem a cidadezinha do Vale da Paraíba de cores e ruídos, de cantos, mas, sobretudo, de oração e de fé. De uma fé simples: uma busca de Deus, sincera, arraigada, capaz de sacrifícios. Uma busca de Deus através de Nossa Senhora. Mas que elementos podemos desentranhar do mais fundo desse gesto de celebração da Padroeira? É um gesto de fé: esta é a primeira dimensão sem a qual a festa não teria o menor sentido. Um gesto de fé que se situa para além do quantificável, do que se vê e se apalpa, das coisas perceptíveis apenas materialmente. Algo que encontra sua compreensão no domínio do mistério de Deus. Algo que lança raízes em certezas profundas. No caso deste patrocínio de Maria sobre uma Nação, quais seriam essas Revista da Arquidiocese

41


CNBB

CNBB

Artigos

Notas

certezas? Certeza de que Maria se encontra para sempre junto de Deus e de que ela é capaz de interceder por nós com a mesma força com que, um dia, numa festa de casamento, em Caná da Galileia, ela obteve de seu Filho, Seu primeiro gesto misterioso e milagroso para que não esmorecesse a alegria dos convidados. Certeza de que esta Virgem Maria não é um ser legendário ou uma entidade abstrata, mas mulher nascida de nossa raça, e que levou para bem perto de Deus nossos valores humanos. Ela teve também uma pátria, pertenceu a um povo, aos quais amou e pelos quais sofreu. Ela experimentou esta realidade humana que é o patriotismo, conhece o seu sentido mais profundo e sabe o que pedir por nós e como proteger-nos junto de Deus. Ela diz a cada momento melhor que Ester a palavra que se lê precisamente no “Livro de Ester”: “Só te peço, ó rei, que salves o meu povo!” Certeza de que objeto do patrocínio de Maria, sob seu título de Aparecida, muito mais do que uma geografia – quilômetros quadrados de terra, florestas e rios – é um povo, a gente de uma Nação: seu destino humano, seus esforços e lutas, aspirações e esperanças, problemas, iniciativas, reclamos, realizações. Certeza enfim de que este patrocínio não é algo de mágico que acontece sem nós. É, ao contrário, algo que supõe nosso livre consentimento cada dia renovado. Supõe que o peçamos, que nos façaRevista da Arquidiocese

42

mos dignos dele, que o encaremos num compromisso pessoal e coletivo. E esta é precisamente a segunda dimensão do mistério do patrocínio de Maria sobre o Brasil: ele inclui de nossa parte um compromisso. Compromisso exigente em sua simplicidade, mas ao mesmo tempo gratificante. Podemos descrevê-lo em seus dois aspectos fundamentais. No plano religioso, é o compromisso de assumirmos com verdadeiro espírito pastoral a imemorial devoção mariana herdada de nossos antepassados. Procurar compreendê-la no seu enraizamento mais profundo. Desvendar seus valores. Captar seu significado. Não rejeitá-la em nome de princípios que podem ser frequentemente abstratos e desencarnados. Mas (como por toda a parte se faz hoje, pela redescoberta da religiosidade popular) acolhê-la purificando-a e orientando-a. No plano civil ou social: um compromisso para darmos as mãos uns aos outros, no esforço para que o País se converta naquilo mesmo que Maria quer que ele seja, uma vez que ela o adotou como seu. Que seja uma terra onde imperem a cordialidade, a capacidade de dialogar, de compor, mais do que de opor. Onde haja cada vez mais, entre pessoas e os grupos, a justiça, a igualdade, o respeito à dignidade. Onde reinem o espírito fraternal e a paz.

Mataram mais um irmão 11 de dezembro de 2009

Mataram mais um irmão! Nós, Bispos do Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB (Consep), temos acompanhado, com muita preocupação, a violência praticada contra presbíteros da Igreja Católica no Brasil. Em 2009, foram assassinados: Pe. Ramiro Ludeño (Recife-PE); Pe. Gisley Gomes Azevedo, CSS (Brasília-DF); Pe. Ruggero Ruvoletto (Manaus-AM); Pe. Evaldo Martiol (Caçador–SC) e Pe. Hidalberto Henrique Guimarães (Murici-AL). Estamos inconformados com as agressões praticadas contra o Pe. Joaquim Fonseca, missionário comboniano que trabalha em Roraima. Neste ano de 2009, quando a Campanha da Fraternidade chamou a atenção da sociedade brasileira sobre a Segurança Pública,

vemos como o clima de insegurança continua trazendo medo, tristeza e dor. A Igreja Católica no Brasil se sente profundamente atingida e indignada diante da violência contra filhos seus cuja vida está sendo ceifada. Reafirmamos que nada justifica a violência! A CNBB continuará empenhada na luta pela justiça e paz porque acredita em Jesus Cristo que veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância (cf. Jo 10,10) e lembra: a impunidade é uma das causas do aumento da violência. Celebrando o Ano Sacerdotal, manifestamos, mais uma vez, nosso amor e gratidão aos presbíteros do Brasil, e rogamos a Deus que, na fidelidade a Cristo, continuem perseverantes, fiéis, pastores dedicados ao povo que lhes é confiado. Revista da Arquidiocese

43


CNBB

CNBB

Notas

Notas

Brasília, 10 de dezembro de 2009, celebração do aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Dom Geraldo Lyrio Rocha Arcebispo de Mariana Presidente da CNBB Dom Luiz Soares Vieira Arcebispo de Manaus Vice-presidente da CNBB Dom Dimas Lara Barbosa Bispo auxiliar do Rio de Janeiro Secretário-geral da CNBB

Revista da Arquidiocese

44

Novo portal da CNBB 21 de dezembro de 2009

Está no ar o novo portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para proporcionar a você, prezado usuário, uma melhor navegação e interação às informações da Igreja no Brasil e no mundo. Mas, para que você consiga visualizar e interagir melhor ao nosso conteúdo, sugerimos a atualização do seu navegador, para que ele suporte as funcionalidades e tecnologias atuais. Avisamos desde já, que navegadores desatualizados, limitam soluções e causam problemas desnecessários. O Internet Explorer 6.0 é um exemplo de navegador falho, que submete sua máquina a sérios problemas de segurança como vírus e malware. Ao acessar o novo portal da CNBB com esse navegador, como também a outros browsers, sua navegação é prejudicada. Por isso, alertamos sua atualização ime-

diata, no caso do internet Explorer, para a versão mais recente 8.0. O novo portal Logo de cara, o novo site da CNBB oferece ao usuário um Menu dinâmico com links para os sites da Santa Sé; Conselho Episcopal Latino Americano (Celam); Regionais da CNBB; Campanhas; Comissões Episcopais; Imprensa; Publicações; Serviços e Multimídia. Este último é uma das novidades do portal. Por meio de podcasts [áudio], vídeos e uma dinâmica galeria de fotos, você terá acesso às mais importantes informações da CNBB. Liturgia Diária Outra novidade é o sistema Liturgia Diária. A partir de agora não será mais necessário acessar as reflexões diárias apenas por um Revista da Arquidiocese

45


CNBB

CNBB

Notas

Notas

botão. Um site integrado ao novo portal estará sempre atualizado com as reflexões diárias, as leituras da Bíblia de cada dia e os roteiros homiléticos aos domingos. Mídias Sociais Começando pelo microblog Twitter – o portal da Conferência dos Bispos também dá destaque às mídias sociais. Nesse espaço, a relação do internauta com a CNBB fica ainda mais estreita. Pelo Twitter o internauta tem acesso às nossas informações rápidas, como também abertura para a expressar sua opinião e participação em fóruns. No Flickr, uma galeria de imagens organizada em pastas por eventos estará à sua disposição para visualização: é um modo que encontramos para que o internauta esteja atento ao que acontece na sede da CNBB, como também na Igreja – no Brasil e no mundo. Ainda dentro das Mídias Sociais, há o Facebook, para criação de redes; e o Youtube, para uma navegação ampliada da página de vídeos desta entidade. Notícias Logo abaixo do Avatar do portal, o internauta tem acesso às notícias gerais da CNBB. Uma espécie Revista da Arquidiocese

46

de central de notícias, com informações sobre as Comissões que integram a Conferência, como também pastorais e organismos e informações relacionadas à Igreja no Brasil e no mundo. Mais abaixo, essas informações vêm ordenadas em Comissões Episcopais, Regionais, Campanhas, Imprensa e Eventos. A nova organização auxilia o usuário a encontrar com facilidade as informações que mais lhe interessam.

eventos da Igreja no país, na América Latina e no mundo. Para recebimento direto das notícias da CNBB, o internauta pode se cadastrar, digitando nome e endereço de e-mail. Caso você não encontre algum

material neste novo portal, pedimos sua paciência, pois estamos em processo de migração. Agrademos a atenção e seja bem-vindo a este portal. Fonte: CNBB

Pastorais e Artigos dos Bispos Do lado direito do portal, em dois blocos, estão as páginas individuais das 19 Pastorais que integram a CNBB. Ao clicar em cada uma, o internauta navega apenas pelas informações dessas pastorais. Da mesma forma, no bloco dos artigos dos bispos, o internauta acessa os últimos artigos publicados – ou, se preferir, todos artigos dos bispos, através de uma lista. Mais Para completar, a página oferece ainda um espaço para downloads de documentos, acesso aos livros completos da Bíblia Sagrada, a página de Campanhas da Fraternidade, as últimas publicações das Edições – CNBB, adesão aos serviços Microsoft Select e Tim Papa, e aos destaques dos maiores Revista da Arquidiocese

47


CNBB

Notas

Sobre a PEC do DivĂłrcio 23 de dezembro de 2009

Os bispos do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep) enviaram uma nota ao Senado Federal em sua última reunião do ano. Esta, que só vem a público agora, depois de lida pelos parlamentares, Ê sobre a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 28 de 2009, que pretende tornar instantâneo o divórcio, quebrando assim o que exprime hoje a Constituição Federal, no artigo 226 §6º. Leia na íntegra, o texto: Arquidiocese de Goiânia

www.arquidiocesedegoiania.org.br juventudeevocacao@arquidiocesedegoiania.org.br

Excelentíssimos Senhores Senadores, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vem manifestar sua preocupação com a Proposta de Emenda à Constituição, número 28 de 2009, em tramitação no Senado Federal, que pretende acabar com qualquer requisito constitucio-

nal, para que um matrimĂ´nio seja desfeito, no paĂ­s. A Constituição Federal em vigor, no artigo 226, §6Âş, assim se exprime acerca do divĂłrcio: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divĂłrcio, apĂłs prĂŠvia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos.â€? A Proposta de Emenda Constitucional, nĂşmero 28/2009 pretende simplesmente suprimir o artigo acima citado e seus parĂĄgrafos que tratam da famĂ­lia, desde sua criação e mantença atĂŠ a sua dissolução, dizendo que “a famĂ­lia, base da sociedade, tem especial proteção do Estadoâ€?. Se o divĂłrcio instantâneo ocorrer significa que o legislador ordinĂĄrio poderĂĄ, se quiser, instituĂ­-lo sem quaisquer condiçþes: sem prĂŠvia Revista da Arquidiocese

49


CNBB

CNBB Regional Notícias

Notas

separação judicial, sem prazo de convivência, sem prévia separação de fato. Isto pode ser chamado de “promoção ao divórcio”. Ninguém ignora que a vida conjugal tem os seus momentos: alegria, felicidade e dificuldades. Todavia, as dificuldades tornam o amor mais adulto, mais maduro e consciente. A ponderação e o aconselhamento são fundamentais, diante desta decisão difícil. O divórcio é sempre um momento difícil. Por isso, há a necessidade de que estejam disponíveis todos os elementos relativos aos cônjuges, antes de tomarem decisões. É fundamental que se considere que o divórcio que demora entre

Revista da Arquidiocese

50

quatro e vinte minutos, banaliza a família, fomenta a irresponsabilidade, promove a facilidade e não deixa espaço à ponderação. Cabe ao Estado proteger a família estável fundada no matrimônio, não por razões religiosas, mas porque ela gera relações decisivas de amor gratuito, cooperação, solidariedade, serviço recíproco e é fonte de virtudes para uma convivência honesta e justa. Por fim, diante da Proposta de Emenda à Constituição, número 28 de 2009, a CNBB reafirma sua inabalável posição a favor da indissolubilidade do matrimônio e da família e a necessidade incondicional da proteção à família

Cardeal Zenon Grocholewski visita Goiás PREFEITO DA SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA TEVE AGENDA DE SEIS DIAS NO ESTADO 6 de setembro de 2009 O prefeito da Sagrada Congregação para a Educação Católica, cardeal Zenon Grocholewski, recebeu, no dia 8 de setembro, o título honorífico de Doutor Honoris Causa da Universidade Católica de Goiás (UCG). A solenidade aconteceu, no Teatro Católica, no Câmpus 5 da instituição, no Jardim Goiás, em Goiânia. O Cardeal chegou a Goiânia no dia 5 e participou de várias atividades em Goiás. Já no dia de sua chegada presidiu missa na Paróquia São João Evangelista (Paróquia Universitária), às 18 horas. No dia seguinte, o cardeal Grocholewski presidiu missas dominicais na Catedral Bom Jesus, em Anápolis (às 9 horas), e no Santuário–Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (às 17 ho-

ras). Ele visitou a Vila São José Bento Cottolengo e o Carmelo da Santíssima Trindade, naquela cidade. No dia 7, o cardeal conheceu as dependências da UCG e visitou o Memorial do Cerrado, presidiu celebração na Paróquia São João Evangelista e participou de jantar com reitores das Universidades Católicas. A visita continuou na terça-feira, dia 8, quando visitou os seminários, o Instituto Santa Cruz, o Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás (Ifiteg) e escolas católicas, a partir das 8 horas.O cardeal inaugura a sede da UCG TV, às 11 horas. O Grão-Chanceler da Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, com atuação na área da educação como professor de Direito Canônico recebeu título Doutor honoris causa na solenidade em que Revista da Arquidiocese

51


CNBB Regional

CNBB Regional

Notícias

Nomeações

fez uma conferência aos presentes. Ele celebrou missa solene e consagração da Paróquia Universitária São João Evangelista, no Setor Universitário. Em seu último dia de visita, 10 de setembro, o cardeal Grocholewski presidiu a missa no Instituto Santa Cruz. A serviço da educação Zenon Grocholewski nasceu no dia 11 de outubro de 1939, na cidade de Bródki, Diocese de Poznam, na Polônia. Foi ordenado presbítero em 27 de maio de 1963, na sua Diocese natal; e Bispo Titular de Agropoli, em 21 de dezembro de 1982, sendo que a sagração episcopal aconteceu em 6 de janeiro de 1983, pelo papa João Paulo II. Para pastorear essa Diocese foi designado Arcebispo Titular em 16 de dezembro de 1991. Cursou Mestrado e Doutorado em Direito Canônico, tendo conquistado esses títulos pela Universidade Gregoriana, ao mesmo tempo em que trabalhou pastoralmente na Paróquia de

Revista da Arquidiocese

52

Cristo Redentor, nessa Diocese. De 1972 a 1998 trabalhou como Notário, Chanceler e Secretário do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica. Integrou a comissão composta por sete membros nomeados pelo papa João Paulo II para atualização do Código de Direito Canônico em vigor e foi designado, em 5 de outubro de 1998, como Prefeito desse Tribunal. Lecionou a disciplina de Direito Canônico nas Universidades Gregoriana, Lateranense e Estudo Rotal. Em 15 de novembro de 1999 foi designado por João Paulo II como Prefeito da Congregação para a Educação Católica, cargo que equivale ao de Ministro da Educação, e que supervisiona, em todas as Dioceses no mundo, os seminários, as casas de formação de religiosos e institutos seculares, as universidades, faculdades, institutos e escolas de estudos eclesiásticos e civis que dependam da Igreja. Em 21 de fevereiro de 2001 foi designado pelo Papa para integrar o Colégio Cardinalício, como Cardeal Diácono.

Polonês de nascimento, Dom Romualdo Kujawski assume a Diocese de Porto Nacional

Dom Romualdo é o novo bispo de Porto Nacional 9 de dezembro de 2009

O papa Bento XVI aceitou a renúncia do bispo de Porto Nacional (TO), Dom Geraldo Vieira Gusmão, que completou 75 anos no mês passado. Com a renúncia, o bispo coadjutor, Dom Romualdo Matias Kujawski, assume o governo pastoral da diocese. O anúncio foi feito pelo papa nesta no dia 4 de dezembro. Natural de Poznan, na Polônia, dom Romualdo tem 62 anos e foi

ordenado bispo em 15 de agosto de 2008, em Palmas (TO). Tomou posse como bispo coadjutor de Porto Nacional no dia 30 de agosto do ano passado. Com doutorado em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, dom Romualdo fez seus estudos de filosofia e teologia em sua cidade natal, onde também recebeu a ordenação presbiteral em 24 de maio de 1973. Revista da Arquidiocese

53


CNBB Regional

CNBB Regional Nomeações

Antes de ser ordenado bispo, dom Romualdo foi vigário paroquial em Biezdrowo, Poznan; em Zniemysl, Poznan; em Ostrów Hlkp e professor no curso de teologia para leigos, Poznan. Foi também administrador paroquial de Kamionna, Poznan. No

Brasil, foi professor de Teologia de Espiritualidade em Diamantina (MG) de 1988 a 1990; reitor do Seminário, em Diamantina, e do Seminário Interdiocesano do Divino Espírito Santo e vigário para a administração em Palmas de 1999 a 2008.

Google

Nomeações

Subsecretário adjunto da CNBB, padre José Luiz Majella recebe incumbência de dirigir diocese em Goiás

Assessor da CNBB é nomeado bispo para a Diocese de Jataí 16 de dezembro de 2009

O subsecretário adjunto da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, padre José Luiz Majella Delgado, CSsR, foi nomeado novo bispo da Diocese de Jataí, no estado do Goiás. O anúncio foi feito pelo papa nesta quarta-feira, 16. Ele sucede Dom Aloísio Hilário de Pinho, PODP, que teve sua renúncia aceita pelo papa Bento XVI, por causa da idade, conforme prevê o cânon 401, parágrafo 1º. Surpreso e emocionado, padre Revista da Arquidiocese

54

Majella, como é conhecido, vê sua nomeação como um chamado de Deus e um serviço à Igreja. “Senti que era um chamado de Deus e obedeço. Não sei porque razão o Senhor está me chamando, mas Ele sabe”, disse. “Acolho este chamado também como cruz, porque a cruz é sinal de redenção”. Padre Majella disse que se inspirou em Josué ao aceitar a nova missão. Josué foi o líder que Deus Revista da Arquidiocese

55


CNBB Regional

CNBB Regional

Nomeações

Nomeações

escolheu para substituir Moisés na condução do povo de Israel para a terra prometida. “Uma figura bíblica que ficou no meu coração foi Josué, quando Deus entregoulhe o povo de Israel, no lugar de Moisés. Deus disse a Josué, ‘Eu estarei com você seja firme e corajoso. Não tenda nem para esquerda nem para a direita’. É isso que quero fazer: sentar-me no chão para não fazer acepção de pessoas”, contou padre Majella. Sua ordenação episcopal está marcada para o dia 27 de fevereiro, às 18h, no Santuário Nacional de Aparecida. O bispo ordenante será o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha. O novo bispo terá como lema episcopal: “Servir com amor”. “Tenho muito a agradecer a Deus por estar na CNBB, que está sendo uma verdadeira escola para mim. Através de minha vida aqui acolho este chamado, este serviço, em total comunhão com os bispos da Igreja”, acentuou. Biografia Mineiro de Juiz de Fora, padre Majella, de 56 anos, nasceu no dia 19 de outubro de 1953. Aos dois anos, mudou-se com a famíRevista da Arquidiocese

56

lia para Volta Redonda (RJ). Fez o ensino fundamental em Volta Redonda (RJ) e Aparecida (SP) onde fez também o ensino médio, no Seminário Redentorista Santo Afonso. Na faculdade Salesiana de Filosofia, em Lorena (SP), fez licenciatura em Estudos Sociais e em Filosofia. Em 1977 fez sua profissão religiosa e iniciou, no mesmo ano, o cursou deTeologia no Instituto Teológico São Paulo (ITESP), concluído em 1980. No dia 14 de março de 1981, foi ordenado padre, em Volta Redonda (MG) e, dez anos depois, fez especialização em teologia litúrgica na Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo. Em 2000, foi para Roma onde estudou Espiritualidade Redentorista na Academia Alfonsiana. Como padre dedicou grande parte de seu ministério ao magistério. Foi professor no Seminário Redentorista de Aparecida; no Centro de Evangelização Missionária, em São Paulo. Foi também superior e diretor dos Seminários Redentoristas em Sacramento (MG) e em Aparecida (SP); secretário da Organização dos Seminários

e Institutos do Brasil (OSIB) no Regional Leste 2 da CNBB; secretário da Associação dos Liturgistas do Brasil; prefeito de Igreja do Santuário Nacional de Aparecida; vigário paroquial em Sacramento e na

Basílica de Aparecida; secretário executivo local para a V Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe, em Aparecida, no ano de 2007, tornando-se, em seguida, assessor da CNBB.

Revista da Arquidiocese

57


CNBB Regional

Divulgação Comunicação

Nomeações

Dom Waldemar Passini Dalbello vai ajudar Dom Washington Cruz no trabalho em 27 municípios

Bento XVI nomeia bispo auxiliar para Arquidiocese de Goiânia PAPA ACOLHE SOLICITAÇÃO DE DOM WASHINGTON CRUZ E NOMEIA BISPO AUXILIAR PARA IGREJA DA CAPITAL 31 de dezembro de 2009

Acesse o site www.arquidiocesedegoiania.org.br/sinodo

No dia 30 de dezembro, o papa Bento XVI nomeou dois novos bispos para o Brasil. O pontífice acolheu a solicitação de dom Washington Cruz, CP, de poder contar com a colaboração de um bispo auxiliar na Arquidiocese de Goiânia (GO). Para essa missão, foi nomeado o padre Waldemar Passini Dalbello, do clero da Arquidiocese de Brasí-

lia (DF), atualmente reitor do Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney de Goiânia. Nascido em Anápolis (GO), em 6 de junho de 1966, monsenhor Waldemar Passini Dalbello, pertence ao clero de Brasília (DF). Sua ordenação sacerdotal ocorreu em 3 de dezembro de 1994. A filosofia e teologia ele estudou no Revista da Arquidiocese

59


CNBB Regional

CNBB Regional

Nomeações

Artigo

Seminário Maior Arquidiocesano de Brasília, Nossa Senhora de Fátima. Na Universidade Federal de Goiás (UFG), ele se formou em Engenharia Elétrica. Seu mestrado em Ciências Bíblicas foi feito no Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Além desses, ele fez cursos complementares em Línguas Modernas [leitura e comunicação: Inglês, Francês e Italiano. Em suas atividades pastorais ele foi vigário paroquial da paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Brasília; formador e professor de Sagrada Escritura no Seminário Maior Arquidiocesano de Nossa Senhora de Fátima e do curso superior de Teologia para Leigos, da arquidiocese de Brasília; diretor

Revista da Arquidiocese

60

espiritual da Comissão Arquidiocesana da Nova Evangelização [arquidiocese de Brasília]; ecônomo do Seminário Maior de Brasília; vigário paroquial da Paróquia Santíssima Trindade e colaborador junto à Nunciatura Apostólica no Brasil. Na arquidiocese de Goiânia, ele é atualmente reitor do Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney e professor de Sagrada Escritura no Instituto de Filosofia e Teologia Santa Cruz. Desde 2008, ele é presidente da Organização dos Seminários e Institutos Filosófico-Teológicos do Brasil (OSIB) no Regional CentroOeste e reitor do Seminário Santa Cruz – Ano Propedêutico da Arquidiocese de Goiânia. Fonte: CNBB – CO

É Advento! COMISSÃO DE LITURGIA DO REGIONAL DO CENTRO-OESTE 23 de dezembro de 2009

“Tu vens, tu vens/ Eu já escuto os teus sinais.” Nos sinais da vida irrompe um novo canto e o que se percebe é que a vida parece ganhar um certo colorido. É Advento! Tempo em que nos preparamos para acolher o Senhor que vem e se manifesta a nós. Na expectativa daquele que vem esperamos a presença de Deus e de seu Reino em nossa realidade. Durante os quatro domingos do Advento somos convidados a abrir-nos para o encontro com o Senhor que vem nos acontecimentos da vida, particularmente no momento celebrativo. É tempo em que pedimos que nehuma atividade terrena nos impeça de ir ao encontro do Cristo. Esperamos sem angústia aquele

que vem e que não tardará, é uma espera gostosa, cheia de alegria e eperança porque a Virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado “Deus-conosco”. Tu vens Senhor e já escutamos os teus sinais que encontram eco na certeza de podermos estar grávidos da sua presença e de gerar-te para toda a humanidade. É tempo da Palavra se encarnar na humanidade a fim de proclamar profeticamente que o Senhor está chegando como libertador e que seus sinais manifestam nas lutas dos pobres e de todos os que com eles se fazem solidários na busca da dignidade e da paz. É tempo em que o “própio Senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do seu Natal para que a sua chegada nos encontre vigilantes Revista da Arquidiocese

61


CNBB Regional

CNBB Regional

Artigos

na oração e celebrando os seus louvores” (Prefácio do Advento II). Depois da espera preparada pelas celebrações e pala novena do Natal, que acontecerá em todas as nossas comunidades, nos encontramos para festejar que “Hoje nasceu para nós um salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11). O Natal não é simples aniversário, mas é expressão e cultivo de nossa identidade humana, plena e divina. Reconhecimento do rosto de Deus no outro, nos pequenos, nos pobres. Natal é manifestação de Deus em nossa humanidade, partilhando sua vida e ternura conosco e revelando o seu jeito de ser humano. O Natal acontece hoje no cotidiano da vida, na convivência fraterna, na solidariedade com os mais sofridos e na busca da reconciliação e da paz. A cada celebração, o Pai confirma

que somos seus filhos e filhas, com a missão de fazer crescer o Reino. Em cada celebração “celebramos o invisível da divindade que se tornou visível em nossa realidade” (Prefácio do Natal do Senhor, II). Na simplicidade da manjedoura a certeza de que nossas fragilidades se fortalecem naquele se faz um de nós para que nós também participemos de sua divindade. Nesse tempo do Advento e do Natal convido a toda comunidade a viver a experiência da novena do Natal como acontecimento forte da nossa fé que nos abre ao mistério do Deus menino. A todos desejo um Feliz Natal, repleto de alegria, saúde e paz! Comissão de Liturgia Regional Centro-Oeste

Divulgação Comunicação

Artigo

Irmã Rita Petra Kallabis, durante assessoria sobre a CF 2010 no Centro Pastoral Dom Fernando

Uma economia a serviço da vida ECONOMISTA IRMÃ RITA PETRA FAZ ANÁLISE DO TEXTO-BASE DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2010 18 de novembro de 2009 A Campanha da Fraternidade de 2010, a terceira campanha ecumênica, tem como tema “Economia e Vida” e como lema “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” [i]. Uma frase recorrente no texto base resume bem sua mensagem: uma economia a serviço da vida. Criar uma economia a serviço da vida, este é um baita programa de conversão, individual e coletivo,

Revista da Arquidiocese

62

local e regional, nacional e internacional, planetário. O objetivo é imenso: trata se de nada menos do que da salvação, bem concreto. E o desafio é nada menor: impulsionar a mudança sistêmica da maneira como a humanidade organiza o suprimento de suas necessidades e sua convivência neste planeta. Assim tem a Campanha da Fraternidade seu foco direto na construção Revista da Arquidiocese

63


CNBB Regional

CNBB Regional

do Reino de Deus, na construção de relacionamentos baseados no reconhecimento que somos parte da criação, que em Deus somos um e que somos iguais, irmãos e irmãs. É deste reconhecimento que nascem a solidariedade e a justiça, capazes de provocar a mudança de rumo no capitalismo desenfreado e predador, cujos efeitos mais perversos são a miséria, a desigualdade desmesurada e a degradação da natureza a ponto de ameaçar a vida do planeta. Este breve ensaio não pretende substituir a leitura do Texto Base, ao contrário, quer estimulá-la oferecendo um pano de fundo para si situar melhor no tema – e no mundo que habitamos. Quando falamos da economia, falamos da nossa vida. Os limites do crescimento Já nos anos 1960, ainda no auge da ideia do progresso como princípio norteador da ação política e econômica, levantaram se vozes chamando atenção aos limites do crescimento [ii], denunciando o mito do crescimento econômico ilimitado e o direito do homem à exploração indiscriminada da natureza. Conclamou-se adotar novos paradigmas econômicos, como o Revista da Arquidiocese

64

crescimento zero ou o desenvolvimento sustentável e mostrou-se como o capitalismo verde poderia até desencadear uma nova fase de acumulação [iii]. Contudo, hoje, nos defrontamos com tamanha degradação ambiental que chegamos a morte entrópica do planeta [iv], ou, em outras palavras, ele engasgou no lixo produzido pelo homem. A harmonia entre calor externo e interno do sistema planeta foi quebrada, enfrentamos as consequências do aquecimento global. Num sentido mais amplo, ocorreu o mesmo nas sociedades que ameaçam a se tornar ingovernáveis pela violência. Aumenta a violência direta, como guerras, criminalidade e o reforço dos aparatos de repressão e não diminuiu a violência econômica, expressa na miséria, na fome, na exclusão, ou mesmo na promessa não cumprida da inserção num estilo ocidentalizado de realização e bem estar pelo consumo. A própria violência econômica gera atos violentos de resistência. Quem vê seu futuro roubado procura outros meios para obter o que está sendo prometido. E sem falar ainda da violência cultural e social, na forma de racismo, regionalismos exacerbados, preconceitos e

exclusão velada ou aberta. Apesar de todos os avanços maravilhosos e magníficos conquistados pela humanidade, não há de negar que o grau de desordem – a entropia – aumentou significativamente. O ponto crítico da civilização Estamos num ponto crítico da civilização [v]. Pontos semelhantes já existiram em civilizações antigas, provocando o declínio e o colapso de sociedades. Mas, estes eram fenômenos restritos. Os fenômenos atuais são de alcance global, planetária, e atingem uma intensidade que ameaçam a nos levar a uma estrada sem retorno [vi]. A incapacidade de criar uma governança global para deter o avanço do efeito estufa, isto é, do aquecimento global, é o exemplo mais proeminente disso. E a crise mundial atual, tratada como crise financeira, encoberta, na verdade, três profundas crises globais: a crise de alimentos, a crise energética e a crise ambiental. Os riscos [vii] dos problemas acumulados exercem uma pressão crescente sobre os governos. Estes por sua vez são avaliados por sua capacidade de responder a estas pressões e tendem a se desestabilizar a medida que não tiverem sucesso.

A questão é se seremos capazes de responder politicamente a tempo aos problemas postos. “Temos tecnologias para restaurar os sistemas naturais de suporte da Terra, para erradicar a pobreza, para estabilizar a população, para reestruturar a economia energética mundial e o clima. O desafio agora é construir vontade política para fazê-lo. Salvar a civilização não é um esporte para espectadores. Cada um de nós possui um papel de liderança a representar” (Brown, 2008:28) Um projeto civilizatório Trata-se, então, de promover um projeto civilizatório, um projeto no qual os diferentes grupos que formam a humanidade promovam a sustentabilidade ecológica e social e organizam a economia a partir deste propósito. Agora vale a pena pensar um pouco o que significa “sociedade” – para entender o que é um projeto civilizatório. Cada sociedade, para seu bom funcionamento externo e para haver intercâmbio com outras sociedades, precisa da interação dinâmica e equilibrada entre suas instituições, isto é, entre ‘o Estado’ (Governo), ‘o Mercado’ (Economia) e ‘a Comunidade’ (grupos sociais, sociedade Revista da Arquidiocese

65


CNBB Regional

CNBB Regional

civil organizada) [viii]. Estas três instituições precisam atuar livremente, sem nenhuma se sobrepor às outras. A dominação pela ‘Comunidade’ incorreria no perigo de sectarismos e radicalismos; a dominação pelo ‘Estado’ tenderia a se tornar ditatorial; a dominação pelo ‘Mercado’ colocaria um “moinho satânico” [ix] em funcionamento que acabaria por destruir a própria sociedade. A argamassa que ajuda a interligar estas três instituições e a dar coesão a uma sociedade é chamada de ideologia, ou visão comum da realidade, incluindo valores comuns, amplamente aceitos, e o sistema ético que a rege. É aquilo no qual ‘o cidadão’, ‘a cidadã’ acredita e a partir do qual se vota, por exemplo, ou o que se expressa na Constituição. Nisso, na argamassa, tem a fé um papel fundamental, melhor, as igrejas, como conservadoras e tradutoras de valores que orientam a ação comum. O projeto civilizatório de uma sociedade reflete sua maneira de resolver conflitos entre os atores sociais quanto à distribuição da renda nacional, ao acesso ao poder e à lida com diferenças. É a maneira como dada sociedade quer promover a paz, elemento indispensável a Revista da Arquidiocese

66

uma vida de qualidade bem como ao desenvolvimento social e econômico. Este projeto está em contínua construção, erguida num campo de intensas tensões e conflitos de interesses entre os atores. Já houve um projeto assim, iniciado ainda no século retrasado. Em resposta aos graves problemas gerados pelo mercado que se desenraizou da sociedade [x], iniciouse um processo secular da domesticação do mercado pela regulação social. Este processo resultou num período extraordinário da história das sociedades capitalistas que durou do pós-guerra mundial até meados da década de 1970. Este projeto de sociedade democrática [xi] ganhou força como resposta aos ‘anos loucos e trágicos’ e como alternativa para ‘reagir à violência cega e desagregadora das leis econômicas’. Para evitar outro desastre, era imperativo construir uma ordem econômica internacional voltada para o desenvolvimento das nações. Nos países centrais construíram se nesta época os Estados de bem-estar social. O Brasil viu o milagre dos “50 anos em 5”. Também a “época socialdemocrata” – para ter um termo a opor a época neoliberal – não era um

paraíso, mas foram passos dados na direção certa. A renda do trabalho teve um aumento real e a distancia entre o crescimento da renda do trabalho e do capital diminuiu levemente. A melhora na infraestrutura e nos serviços aumentou a qualidade de vida da população. Reivindicações sociais, resumidamente a inclusão social e o zelo pela igualdade, começaram a ser atendidas. As primeiras legislações ambientais entraram em vigor. Para avançar neste rumo teria sido necessário interferir, por parte do Estado, com mais força ainda na economia do que já ocorrera. Quando o auge do crescimento passou, evaporou o apoio político a tal intento. Os anos de 1970 apresentam-se como divisor de águas. A crise econômica, devido à redução da taxa de lucros, dos choques do petróleo e do aumento do preço da energia, da volta da inflação e da desorganização do sistema financeiro internacional, veio a reforçar a crise política instalada anteriormente que correu a base dos arranjos nos quais era possível domesticar o capitalismo. O Brasil se viu mergulhado na cilada da dívida externa. Iniciouse, então, uma longa e ainda não

terminada fase de transformação – uma revolução política, econômica e social [xii]. Ocorreu uma contrarrevolução liberal-conservadora, mais conhecida como avanço do neoliberalismo, pela qual o capitalismo domesticado rompeu a regulação que o submetia, voltando a ser uma gigantesca máquina de produzir desigualdade, por meio do acesso desigual ou da exclusão do acesso aos meios de subsistência e pela exclusão do mercado de trabalho. Aliás, o desemprego é inerente ao capitalismo e muito pouco fruto da chamada conjuntura. Aliás, o Texto-Base evita falar do sistema capitalista e prefere o termo sociedade de mercado. Contudo, a sociedade de mercado não é o problema em si. Este termo significa que uma sociedade se vale dos mecanismos de mercado para ‘alocar seus recursos e produzir e distribuir os bens e serviços necessários’. “O Estado” e “a Comunidade” devem regular o mercado conforme princípios éticos da valorização da vida, do respeito à dignidade humana, da justiça e da solidariedade. O problema consiste quando a lógica das relações de mercado – a busca pelo lucro – e a natureza destas relações – entre consumidores Revista da Arquidiocese

67


CNBB Regional

CNBB Regional

ou ofertantes e demandantes - são tomados como absolutos. De grosso modo, quando o pensamento “o que ganho eu com isso” predomina. Esta lógica como vetor principal da organização societal é destrutiva. Nesta lógica, a justiça consiste em velar pela clareza de contratos que definem o direito à posse. É uma justiça material, não moral. E a solidariedade restringe-se às pessoas que não são aptas a se inserir no mercado e dele participar para obter seu sustento. Esta solidariedade não discute as desigualdades sistêmicas existentes. O ambiente econômico mudou radicalmente depois de 1975. Desde então, a economia mundial voltou a ter a fases de flutuações cíclicas intensas, com períodos recessivos seguidos por períodos de crescimento baixo e lento. As taxas de desemprego cresceram rapidamente, os mercados de trabalho se precarizaram, também no Brasil, enquanto houve, paralelamente, um desenvolvimento de rendimentos importantes de origem financeira e a constituição de grupos sociais definidos como rentistas. As condições internacionais levaram a uma conjuntura mundial muito instável, com baixa dinâmica e uma exacerRevista da Arquidiocese

68

bada concorrência. Esta concorrência, devido a lógica financeirizada do capital, inculca no agir econômico o viés de curto e curtíssimo prazo, a busca pelo lucro rápido e alto como primeira meta. Ela faz com que tudo e qualquer coisa há de ser avaliada por sua eficiência – um conceito derivado da eficiência de capital, que mede o retorno obtido pelo capital investido – como se a eficiência fosse um valor, uma virtude em si. O capitalismo financeirizado é, em si, restritivo ao crescimento produtivo e avesso ao controle consciente da economia pela sociedade, isto é, ao uso de valores além mercado para guiar a economia de maneira ecologicamente e socialmente sustentável [xiii]. Igualmente, políticas neoclássicas não procuram efetivamente combater o desemprego e, menos ainda, instalar mecanismos de promoção de maior igualdade. A ‘defesa do meio ambiente’ entra em pauta somente se as chamadas externalidades negativas reduzirem a ‘sustentabilidade’ da taxa de lucros. O problema consiste no fato de as novas políticas não propiciarem o desenvolvimento social, que não prometeram, e nem o desenvolvi-

mento econômico, que fora prometido. O êxito das políticas neoliberais está na recomposição das taxas de lucro, embora este fato não tenha repercutido de maneira positiva sobre a situação fiscal ou de emprego. Quer dizer, a riqueza socialmente gerada não saiu da esfera financeira, não repercutiu no sistema produtivo – o que teria aumentado o número de empregos, nem no fornecimento de infraestrutura e serviços à população – o que teria aumentado sua qualidade de vida. Ao invés disso, veem se todos os Estados confrontados com um crescente endividamento que paga com a contribuição da população o dízimo ao setor financeiro. Os problemas aumentaram enquanto a mundialização financeira levou à mais gritante defasagem entre as prioridades dos operadores financeiros, defensores do capital financeirizado e das necessidades mundiais, criando o capital financeiro uma força independente toda-poderosa perante os Estados, perante as empresas de menores dimensões e perante as classes e grupos sociais despossuídos, que arcam com o peso das ‘exigências dos mercados’.[xiv]

O êxito global Agora, vivemos em algo que pode ser chamado de mercado total. Querem nos fazer crer que a economia seja a força propulsora da sociedade. Mas a economia, por definição, é a maneira como uma sociedade organiza a produção e a distribuição dos bens e serviços para atender às suas necessidades. Se a economia perder seu lugar dentro da sociedade e se sobrepor ao Estado e à Comunidade, ela se diviniza. O ‘mercado total’ apresenta-se a si mesmo como sem alternativa, sempre mais esferas da vida têm que passar por ele e ser intermediadas por ele. O mercado torna-se uma religião, um sistema de crenças. Os que defendem o modelo apresentam o mercado onipotente. Todas as soluções deveriam vir da economia: elas são avaliadas em dólares ou reais, qualquer medida passa pelo crivo do custo e benefício. Em inglês, esta onipotência recebeu um nome, Tina – there is no alternative, não há alternativa. Faz de conta que a maneira que organizamos a economia fosse o único modelo possível. Precisamos tirar a Tina das nossas cabeças. As igrejas cristãs, por sua vez, têm uma missão civilizatória e, Revista da Arquidiocese

69


CNBB Regional

CNBB Regional

se não assumirem esta missão, incorrem no perigo de se tornarem insignificantes[xv], uma entre muitas opções no mercado do bem-estar espiritual. Sua missão é contribuir na construção de culturas sustentáveis e ecologicamente responsáveis. Aí se mostrarão sua vitalidade e sua importância na história da salvação. Se elas não se opuserem à Religião do Mercado Total, quem teria a força de fazêlo? De onde pode vir a motivação, o chão para tal atrevimento? De onde vem a capacidade física, emocional, intelectual, espiritual para proclamar a solidariedade e a justiça como os valores centrais da convivência humana e do cuidado para com a natureza? A lógica capitalista é diametralmente oposta à lógica do Evangelho. Contudo, realisticamente não se trata de abolir o capitalismo, mas de reconduzir o fazer econômico ao canteiro de cultivo da sociedade, direcioná-lo por valores promotores da vida. Frente a tamanhos desafios, as vezes nem parece ser possível chegar a tempo a respostas comuns, quem é capaz de manter a chama profética acesa, apontar saídas, alternativas, durante décaRevista da Arquidiocese

70

das e gerações, se for necessário? Quem tem a força de apresentar outras ideias, diferentes das ideias propagadas pelas mídias de massa, cultuadoras do Mercado Total? Quem pode oferecer sementes de mudança ao maior numero possível de pessoas? E quem tem, ainda, mais poder de aglutinar, de criar comunidade, também para fortalecer o Estado, para criar uma visão comum da realidade? Se as igrejas sucumbirem ao pensamento economicista dominante, elas trairão o Reino de Deus. Mas igualmente o farão se não forem capazes de formular quais os sinais deste Reino no nosso mundo e o que podemos fazer para fortalecê-lo. Confessamos que somos criaturas de Deus. E confessamos a unicidade em Deus. Se somos todos um n’Ele, tudo o que destrói a natureza, uma dádiva gratuita de Deus, a dignidade do nosso irmão, a capacidade da nossa irmã de se desenvolver plenamente, a nos destrói. Quem cuida deles os promove, de nós cuida e nos promove. Fomos feitos como dependentes: dependemos da natureza para receber nosso sustento para viver. Da mesma maneira dependemos

do afeto de outras pessoas. Sem ambos não vivemos. Se nós cuidamos da natureza e dos nossos irmãos damos a Deus a chance de cuidar de nós através da sua criação. Ele nos deu tudo o que precisamos para viver, e viver bem, e o deu para todos. Esta é a fé que nos motiva a lutar contra os efeitos devastadores inerentes ao sistema capitalista e a criar alternativas. Então, o que esta Campanha da Fraternidade nos deve proporcionar é aguçar nosso olhar para enxergar melhor o Reino de Deus – onde ele está ameaçado e quais as pistas para fortalecê-lo. Para isso, o Texto-base traz boas indicações. Boa leitura! [i] CONIC (2009). Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010 – Economia e Vida. Texto Base. Brasília: Edições CNBB, 79 pg, apresentação em Power point acessível em http:// www.cnbb.org.br/ns/modules/mastop_publish/?tac=1042 [ii] Este é o título de um relatório de pesquisa, muito discutido no início dos anos 1970 e revisto atualmente na discussão da mudança climática. MEADOWS, Donella H

et ali (1973). Limites do Crescimento. Um relatório para o Projeto de Clube de Roma sobre o Dilema da Humanidade. São Paulo: Perspectiva, 203 pg – vede uma discussão atualizada em http://resistir.info/ peak_oil/hall_p.html [iii] Vede, por exemplo, HAWKEN, Paul et ali (2000). Capitalismo natural. Criando a próxima revolução industrial. São Paulo: Cultrix, Amana-Key, 358 pg. [iv] LEFF, Enrique (2009). Os limites do crescimento. Decréscimo ou desconstrução da economia. In: Carta Maior. Acessível em http://www. cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15196 [v] BROWN, Lester R. (2008). Plano B 3.0: Mobilizing to Save Civilization. Nova Iorque: W.W. Norton & Company, 399 pg. ( disponível para download gratuito e para compra no site do Earth Police Institute) Vede um breve artigo sobe o livro, em inglês, em http://criseoportunidade. wordpress.com/2009/08/14/a-civilizational-tipping-point-lester-r-brown/ [vi] A extinção de espécies não pode ser revertida, nem o aquecimento global. Revista da Arquidiocese

71


CNBB Regional

CNBB Regional

Só pode se evitar que ainda mais espécies sumam da terra e que o efeito estufa aumente mais ainda. Se um povo é extinto, se uma forma de vida é varrida, uma cultura desarticulada, não há como recuperar o erro. O problema aumenta se o que foi extinto é substituído por “monoculturas”, tanto na natureza quanto nas sociedades, pelo chamando modelo ocidental (ou estilo de vida americano). [vii] Mesmo que os problemas se mostrem em determinado lugar e tempo, trata se de riscos globais. Ao invés de falar em crises e de tentar responder a tais crises, diz um sociólogo alemão de repercussão internacional, Ulrich Beck, seria necessário reconhecer a permanência da crise na forma de riscos globais sistêmicos. A partir daí, poderia surgir a percepção – e a vontade política de responder a esta percepção de maneira adequada – da interligação e da interdependência ecológica, social e econômica global. O autor subsume três categorias de riscos globais: riscos ecológicos, econômicos (sob a forma de crises financeiras) e terroristas. Na sua teoria dos riscos globais, o autor argumenta que estes riscos nem podem ser resolvidos e, menos ainda, responderiam a soluções Revista da Arquidiocese

72

individualistas (nacionalistas, regionalistas). A sociedade mundial de risco exigiria uma nova lógica centrada numa ética de responsabilidade global. Isso seria possível porque a percepção da gravidade dos problemas mundiais criaria uma ética comunitária transnacional. No lugar de perseguir a concorrência mundial deveria se dar lugar ações tais como cooperar, formar organizações internacionais e tecer acordos internacionais, para adicionar “valor cosmopolita” para toda a humanidade. Seria necessária uma ‘política global de riscos’, e esta, para ter legitimidade política e social, requereria a divisão do poder global, isto é, a institucionalização de um poder supranacional. (BECK, Ulrich (2007): Weltrisikogesellschaft. Auf der Suche nach der verlorenen Sicherheit. Frankfurt/M: Suhrkamp Verlag, 439 pg (tradução: sociedade mundial de risco. Na busca da segurança perdida). [viii] OFFE, Claus (1999). Staat, Markt und Gemeinschaft. Wandel und Widerspruche der sozialen und politischen Ordnung. In: ANSELM, Elisabeth. FREYTAG, Aurelius. Marschitz, Walter. MARTE, Boris (ed). Die neue Ordnung des

Politischen. Die Herausforderungen der Demokratie am Beginn des 21. Jahrhunderts. Frankfurt/ Main; New York: Campus, 1999, pg. 89 – 110 [ix] POLANYI, Karl (1957). A grande Transformação. Rio de Janeiro, Campus, 349 pg [x] Polaniy (1957) usa a palavra disembedded, que significa literalmente tirar da cama, no sentido de tirar do canteiro de cultivo, desenterrar as raízes. [xi] BELLUZO, Luiz Gonzaga (2006). As transformações da economia capitalista no pós-guerra e a origem dos desequilíbrios globais. In: Política Econômica em Foco no 7. nov. 2005 – abr. 2006, pg. 24 – 41 [xii] Revolução é um termo com duas acepções: revolver, restabelecer o estado anterior e misturar, desorganizar o presente e dar origem a algo novo, ainda desconhecido. O termo é adequado em ambas as direções. [xiii] Precisam-se distinguir as varias formas de que sustentabili-

dade evocados nas discussões. A sustentabilidade econômica visa um crescimento robusto e consecutivo por um longo período de tempo. Aqui não se discute os meios para alcançar o objetivo. A sustentabilidade ecológica procura promover um uso dos chamados recursos naturais, isto é, do meio ambiente que interfira o mínimo possível e garanta a preservação do mesmo para as gerações vindouras. A sustentabilidade social foca na coesão social: manter a desigualdade social (pobreza e miséria) em patamares tão baixos que não ameacem a governabilidade e reforçar a adesão da população e das três instituições sociais (Estado, Mercado e Comunidade) aos caminhos escolhidos pela sociedade. [xiv] CHESNAIS, François (1996). A mundialização do Capital. Tradução por Silvana Finzi Foá. São Paulo: Xamã, 335 pg. [xv] AMERY, Carl (2002). Global Exit. Die Kirchen und der Totale Markt. München: Luchterhand, 239pg (tradução: Exito global. As igrejas e o mercado total.)

Revista da Arquidiocese

73


Arquidiocese

Divulgação

Eventos

Um Grito pela vida Diariamente: Goiânia Rádio Difusora - 640 AM Rádio Luz da Vida - 90,7 FM Inhumas Rádio Educativa - 87,9 FM Silvânia Rádio Rio Vermelho - 1.900 AM

FOCO DE RESISTÊNCIA EM TORNO DAS CAUSAS SOCIAIS, O GRITO DOS EXCLUÍDOS MOBILIZA A IGREJA DE TODO O PAÍS A CADA MÊS DE SETEMBRO

Desde 1995, o 7 de Setembro não é marcado somente pela Independência do Brasil. Nesse dia, acontece em todo o Brasil o Grito dos Excluídos, uma mobilização da Igreja em torno das causas sociais, geralmente com a escolha de um foco. O primeiro Grito dos Excluídos foi realizado com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade daquele ano, que

tinha como lema “Eras tu, Senhor”. Em 1999, quatro anos depois, o Grito deixou de ser uma manifestação unicamente brasileira e se estendeu para 23 países da América, com o nome de Grito dos Excluídos Continental, realizado sempre no dia 12 de outubro. O Grito é um espaço de convergência em que vários atores sociais se juntam para protestar e propor caminhos novos Revista da Arquidiocese

75


Arquidiocese

Arquidiocese

Eventos

Eventos

diante da crescente exclusão social na sociedade brasileira. Este ano, o Grito propõe uma reflexão em torno da vida e da força da organização popular. De acordo com a coordenação nacional. “a crise do capitalismo deixa claro o esgotamento desse ciclo e também é certo que os pobres já estão pagando por ela. Este momento apresenta possibilidades de mobilização e lutas por mudanças, porém sentimos que a nossa crise é a ausência de uma proposta mais elaborada de um novo modelo de desenvolvimento em que a vida esteja em primeiro lugar”. Propostas Em uma reflexão mais aprofundada, o movimento propõe ao Brasil, além da defesa da vida, uma reforma política que abra mais espaço de participação ao povo; uma política econômica que garanta vida digna e distribuição de renda; reforma agrária; uma nova cultura de trabalho como fonte de promoção de vida e realização da pessoa humana; moradia digna; valorização da arte; promoção de novas relações de gênero e raciais; respeito à biodiversidade e às riquezas naturais; Revista da Arquidiocese

76

e a mobilização de toda a população na construção de um projeto popular para o Brasil. O movimento ainda irá às ruas protestar contra toda corrupção e impunidade, contra o mau uso dos recursos públicos, a falta de universalização dos direitos, o latifúndio, as privatizações, as militarizações, a política econômica baseada na produção e exportação, as altas taxas de juros, o trabalho escravo, o fechamento de fronteiras, a apropriação de recursos naturais, a depredação da natureza e a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais. Nessa perspectiva, o Grito dos Excluídos tem como finalidade não apenas a crítica do modelo neoliberal, mas também a preocupação propositiva de buscar alternativas. Daí seu duplo caráter, de protesto e afirmação, de denúncia e anúncio. Além das manifestações do 7 de Setembro, o Grito dos Excluídos promove durante a semana da Pátria atividades das mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos.

Em Goiás Em Goiás o Grito dos Excluídos tem os encarcerados como tema. Por isso, dia 7 de setembro haverá concentração nas proximidades do Sistema Prisional de Aparecida de Goiânia, com o objetivo de buscar uma reflexão sobre o drama de quem vive sem liberdade. A manifestação popular começa às 8h30, na entrada do complexo prisional, e fará quatro paradas, cada uma refletindo sobre um subtema. Na primeira, o assunto escolhido são as drogas; na segunda, os

servidores do sistema prisional; na terceira, os defensores públicos; e o ato se finaliza com uma grande concentração na guarita principal do antigo Cepaigo (atual Centro Penitenciário Odenir Guimarães), com uma reflexão sobre os presos e suas famílias. Ônibus especiais vão sair da Catedral Metropolitana de Goiânia, das 7 horas às 7h30, e do Terminal Araguaia, em Aparecida, das 7h30 às 8 horas. A organização é do Fórum do Grito dos Excluídos que, é composto por mais de 30 entidades.

Revista da Arquidiocese

77


Arquidiocese Eventos

UCG agora é PUC CARDEAL ZENON GROCHOLEWSKI ANUNCIOU O RECONHECIMENTO PONTIFÍCIO E ENTREGOU NOVA DOCUMENTAÇÃO DA UNIVERSIDADE

Feira da Solidariedade

ideas e produtos do bem

O Prefeito da Sagrada Congregação para a Educação Católica do Vaticano, cardeal Zenon Grocholewski, visitou a Universidade Católica de Goiás e a Arquidiocese de Goiânia, no início de setembro, quando anunciou o reconhecimento da Santa Sé à Universidade Católica de Goiás (UCG). Os respectivos documentos, que mudam a configuração jurídica da Universidade, foram entregues pelo cardeal ao arcebispo de Goiânia e grão-chanceler da UCG – agora PUC-Goiás –, Dom Washington Cruz, e ao reitor Wolmir Amado, durante seu pronunciamento na solenidade em que recebeu o título de Doutor Honoris Causa, dia 8 de setembro, nas festividades pelos 50 anos da instituição. Autoridades e

personalidades goianas dos meios político e educacional, além de um grande público, prestigiaram o evento. Com a instituição canônica da Católica de Goiás, seus estatutos foram aprovados e o professor Wolmir Amado foi confirmado reitor da instituição. Diz o documento: “estamos seguros que a Universidade Católica de Goiás, em sua nova configuração jurídica, estará em grau de dar uma qualificada contribuição à formação cultural e católica, bem como à pesquisa científica do Brasil”. O título de universidade de "direito pontifício" só havia sido concedido a 17 universidades em todo o mundo e a 6 no Brasil. Presente à solenidade, o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Revista da Arquidiocese

79


Arquidiocese

Arquidiocese

Eventos

Eventos

Baldisseri, ressaltou que a "Universidade Católica, como afirma a Constituição Ex Corde Ecclesiae, inserindo-se no 'sulco da tradição que remonta à própria origem da Universidade', é um ‘centro incomparável de criatividade e de irradiação do saber para o bem da humanidade', onde é própria e específica 'a ardente procura da verdade e a sua transmissão'". A convite da UCG, o cardeal Zenon Grocholewski chegou a Goiânia dia 5 de setembro, quando foi recebido com grande festa, acompanhado do secretário da sua Congregação, monsenhor Francesco Massimo Pepe, grão-chanceler da Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. O cardeal tem reconhecida atuação na área da educação, como professor de Direito Canônico em várias instituições de ensino superior da Europa. Grocholewski é também autor de diversas publicações e supervisiona e estimula a educação católica em todo o mundo. Novas sedes para TV e Paróquia Universitária Na cerimônia de inauguração da sede da UCG TV, no Setor Universitário, dia 8 de setembro, pela Revista da Arquidiocese

80

manhã, o arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, acolheu a comunidade e as autoridades presentes. O cardeal Zenon Grocholewski abençoou as instalações da emissora, desejando que ela seja um espaço de propagação do conhecimento e da fé, fundamentada na busca da verdade. Ao conhecer as diversas dependências da UCG, o cardeal se mostrou admirado pela estrutura da instituição, que hoje dispõe de cinco campi. Ele visitou também o Memorial do Cerrado, complexo científico-cultural aberto à visitação pública, que retrata a cultura originária do Cerrado. No dia 9 de setembro, o cardeal presidiu a dedicação da Igreja São João Evangelista (Paróquia Universitária), cuja obra acaba de ser concluída, na Área 2 da UCG, na Praça Universitária.

de Anápolis; nas visitas ao Carmelo da Santíssima Trindade e à Vila São Cottolengo; na missa no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade; no Instituto de Filosofia e Teolgia de Goiás (Ifiteg); e no Seminário Santa Cruz, em Goiânia. Ele pediu oração permanente pelos sacerdotes, pelos futuros sacerdotes "em formação e pelo mundo. Sem oração não há cristianismo.

Como podemos nos considerar cristãos, se não conversamos com Cristo? A oração é grande fonte de luz e força espiritual, de energia. Grande fonte da verdadeira alegria cristã. Meus queridos, desejo a vocês que saibam rezar cada vez melhor. Que abram seus lábios para rezar. Então, se abrirão também seus ouvidos para ouvir a magnífica, fantástica voz de Deus Pai", ressaltou o cardeal Zenon Grocholewski.

Oração Sempre acompanhado por Dom Washington Cruz, pelo reitor da UCG e por sua comitiva durante sua visita à Arquidiocese de Goiânia, o cardeal Zenon exortou leigos e religiosos à vivência de uma vida santa, alicerçada na oração. Assim foi na missa celebrada na catedral Revista da Arquidiocese

81


Arquidiocese Eventos

Larrañaga é fundador das Oficinas de Oração e Vida, que completaram 25 anos de existência

Frei Ignacio Larrañaga faz palestras em Goiânia CONFERÊNCIAS DURANTE DOIS DIAS MOVIMENTAM PASSAGEM DE SACERDOTE FRANCISCANO PELA CAPITAL, EM GIRO MUNDIAL

19 e 20 de setembro de 2009

As Oficinas de Oração e Vida organizaram em Goiânia a visita do fundador do movimento, o sacerdote franciscano capuchinho Ignacio Larrañaga, que orientou conferências nos dias 19 e 20 de setembro, no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF). No primeiro dia, Larrañaga ministrou palestras para casais e famílias; no segundo, haverá a Grande Jornada Evangeli-

zadora, com celebração eucarística e almoço de confraternização no encerramento. O evento fez parte do Giro Mundial “Ao Encontro Contigo”, iniciado em fevereiro deste ano pelo pregador, que pretendia visitar vários países do mundo até o final do ano. O frade capuchinho já esteve no México, nos Estados Unidos, no Equador, na Colômbia, no Revista da Arquidiocese

83


Arquidiocese

Arquidiocese Eventos

Paraguai e em outros países das Américas Central e do Sul. No Brasil, ele orienta conferências em Manaus, Cuiabá, Curitiba, Itaici (SP), Belo Horizonte, Natal e Rio de Janeiro, de 17 de setembro a 14 de outubro. As Oficinas de Oração e Vida, um modo próprio de evangelizar, completaram 25 anos em 2009 e reúnem milhares de pessoas que se dedicam a pregar a Palavra de Deus e a vivenciar a oração. Os líderes, chamados de guias de oração, vão às paróquias e aplicam as oficinas – uma espécie de curso com 16 encontros semanais de duas horas de duração. Na Região Metropolitana são dois grupos (Goiânia I e Goiânia II) com cerca de 50 guias de oração, que organizam cursos na capital, em Hidrolândia, Aparecida de Goiânia e Trindade.

Revista da Arquidiocese

84

Fundador e líder Ignacio Larrañaga Orbegozo, sacerdote franciscano capuchinho, nasceu na Espanha em 1928 e é radicado no Chile desde 1959. Há mais de 35 anos, ele dedica sua vida a comunicar mensagens a fiéis dos cinco continentes. Fundou, em 1984, as Oficinas de Oração e Vida. Dedica-se à Evangelização por meio de livros, discos, vídeos, apresentações pessoais nos “Encontros de Experiência de Deus”. Suas palestras e conferências atraem milhares de pessoas, como ocorreu na cidade mexicana de Monterrey, na Semana Santa de 2008, quando reuniu cerca de oito mil pessoas durante três dias, em exposições e sessões de perguntas e respostas. Neste ano, um novo projeto – a jornada “Ao encontro contigo”, motivou o frade a viajar por vários países, para levar a mensagem a um número ainda maior de pessoas.

Divulgação Comunicação

Eventos

No auditório da Cúria Metropolitana, animadores participam de reunião de preparação ao Sínodo

Setembro bíblico e missionário LIDERANÇAS DE TODAS AS PARÓQUIAS SE MOVIMENTAM PARA CELEBRAR TRÍDUO PREPARATÓRIO AO SÍNODO ARQUIDIOCESANO

O clima da última reunião da Rede de Animadores, no dia 1º de agosto, foi muito agradável e marcado pela manifestação de boa vontade por parte dos representantes da quase totalidade das 109 paróquias da Arquidiocese de Goiânia. Não sobrou espaço no auditório da Cúria Metropolitana. Todos se abrigaram com conforto e, na companhia de Dom Washington Cruz,

acompanharam a apresentação da proposta de realização de um tríduo de oração e reflexão no mês de setembro em todas as comunidades. A explanação do plano foi feita pela Secretaria Executiva de Preparação do Sínodo. Desde o início do ano, um caminho já foi percorrido e os animadores relembraram os passos dados. O anúncio solene do triênio preparatório Revista da Arquidiocese

85


Arquidiocese

Arquidiocese

Eventos

Eventos

foi feito no dia da Festa da Padroeira de Goiânia, dia 24 de maio, com a Catedral lotada de pessoas que estavam presentes em nome dos conselhos paroquiais de pastoral. Essa celebração foi antecedida por uma ampla consulta a todo o clero da Arquidiocese. Os padres tiveram a oportunidade de manifestar o que sentem, o que pensam e o que avaliam ser necessário eleger como grandes desafios para a Igreja arquidiocesana no campo do anúncio e da vivência da Palavra de Deus. No mês de junho foram realizadas quatro sessões com o clero, de modo que fossem apresentadas as respostas à consulta e fosse dada uma nova oportunidade a todos para ajustar, completar e apresentar questões relacionadas ao tema da Palavra, neste ano de 2009. Os animadores se reuniram pela primeira vez no final de junho e fizeram um compromisso de voltar a se encontrar, no início de agosto, para uma preparação mais imediata a respeito da realização do tríduo. Deste encontro saíram as orientações para o uso do subsídio e um planejamento de animação das comunidades. Livreto Um subsídio simples, com 32 páginas, foi elaborado pela CoRevista da Arquidiocese

86

missão Central Preparatória do Sínodo. Esse trabalho está dividido em duas partes: um roteiro no formato de Lectio Divina para os dias do tríduo e uma série de cinco questões com as respectivas respostas sobre: o que é sínodo; como está funcionando sua preparação e como será sua realização; qual é o conteúdo de todo esse movimento; quem pode e deve participar; e quando serão realizadas as sessões sinodais. Além disso, na última página do livreto, foi preparada uma página destacável para que as comunidades anotem suas avaliações e sugestões, de modo que fique assegurada a continuidade da reflexão na primeira parte do “Instrumento de Trabalho”, que será elaborado no final do ano. O uso do livreto pode ser feito de duas maneiras: na realização do tríduo, durante o mês de setembro, e no correr do resto do ano, em encontros nos quais se queira aprofundar sobre o sentido dessa grande assembleia arquidiocesana, aproveitando sua parte mais discursiva e, a partir dela, reler a Carta Pastoral que foi dirigida a toda a Arquidiocese por Dom Washington, por ocasião da convocação do Sínodo. Em cada uma das respostas

dadas no livreto há algumas indicações para uma releitura da Carta Pastoral. Os animadores foram incentivados a motivar os grupos organizados, e já em plena vivência nas paróquias e comunidades, a usarem o livreto e realizarem o tríduo. Os dois primeiros encontros podem ter lugar nas reuniões normais desses grupos e o último, se possível, poderá se transformar numa excelente oportunidade de uma espécie de miniassembleia paroquial. No roteiro sugerido no subsídio existe um espaço para uma partilha mais abrangente do que se verificou nas reflexões dos grupos sobre os desafios que devem ser enfrentados no âmbito do anúncio e da vivência da Palavra. Destaque à Bíblia Tradicionalmente, na Igreja do Brasil, se costuma dar ênfase ao conhecimento da Sagrada Escritura no mês de setembro. Recentemente passou a ser recomendado que o destaque à Bíblia não ficasse reduzido ao mês, mas que se espraiasse por todo o ano litúrgico, de modo que todos pudessem assumir e perceber o lugar central da Palavra na vida eclesial. Ainda assim, muitos

grupos gostam de dar um destaque especial ao estudo da Bíblia nesta ocasião e foi justamente para valorizar o resíduo desse costume que foi proposto o tríduo com três trechos importantes do Evangelho: a parábola do semeador, o conselho acerca da construção sobre a rocha e o encontro do Ressuscitado com os discípulos de Emaús. No encontro dos animadores e nos contatos das equipes de trabalho durante o mês de agosto também ficou combinado que esse tempo será todo missionário, isto é, encarado e assumido como tempo forte e extraordinário de evangelização. Os grupos e comunidades sairão da santa rotina de seus encontros para formarem centros de missão nos quais a Palavra de Deus terá seu lugar privilegiado colocado em relevo. Um período no qual também poderá ser realizado um trabalho de maior sensibilização junto aos católicos que se encontram distantes das comunidades. O importante, conforme foi várias vezes repetido na reunião do primeiro dia do mês passado, é que todas as pessoas sejam convidadas e efetivamente possam participar desse grande movimento. Essa experiência já é, por si só, expressão Revista da Arquidiocese

87


Arquidiocese

Arquidiocese

Eventos

Eventos

do que é, verdadeiramente, um Sínodo Arquidiocesano. Todos caminhando juntos na mesma direção respeitando a riqueza e contribuição de cada um. Todos andando

na direção apontada pela Palavra e crescendo, pela força do Espírito Santo na Igreja, em fidelidade a Jesus, que quer somente que seja feita a vontade do Pai.

Papa Bento XVI envia Bênção Apostólica à PUC e sua comunidade universitária 20 de outubro de 2009

“Sua Santidade Bento XVI, por ocasião do 50º aniversário da Universidade Católica de Goiás, fundada a 17 de outubro de 1959, pelo primeiro Arcebispo de Goiânia, Dom Fernando Gomes dos Santos, erecta canonicamente pela Congregação para a Educação Católica a 3 de setembro de 2009 e de direito pontifício concede de todo o coração a desejada Bênção Apostólica ao reitor professor Wolmir Revista da Arquidiocese

88

Therezio Amado, aos professsores, ao pessoal auxiliar, aos estudantes e às respectivas famílias, invocando a abundância das graças divinas e a materna intercessão de Maria Santíssima Nossa Senhora de Aparecida”. Essa é, na íntegra, a mensagem enviada pelo papa Bento XVI à Pontifícia Universidade Católica de Goiás e entregue no sábado, dia 17, ao grão chanceler, Dom Washington Revista da Arquidiocese

89


Arquidiocese

Arquidiocese

Eventos

Eventos

Cruz, e ao reitor Wolmir Amado pelo secretário da Sagrada Congregação para a Educação Católica da Santa Sé, monsenhor Francesco Mássimo Pepe. Ele veio a Goiânia especialmente para participar da celebração da missa pelos 50 anos da PUC Goiás, na Igreja São João Evangelista, na Área 2. Inspiração cristã Monsenhor Pepe trouxe também uma mensagem, datada de 30 de setembro, do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcísio Bertone, endereçada ao Reitor, nos seguintes termos: “Com viva satisfação, o Santo Padre tomou conhecimento de que essa Instituição acadêmica está celebrando seu Jubileu de Ouro, tendo-me Ele encarregado de exprimir suas cordiais felicitações à grande família do Ateneu, criado pelo primeiro Arcebispo de Goiânia, Dom Fernando Gomes dos Santos, no dia 17 de outubro de 1959, e hoje formado por vinte e quatro faculdades que contam com cerca de vinte mil estudantes. Unindo-se espiritualmente à ação de graças que elevam a Deus pelo caminho feito ao longo desRevista da Arquidiocese

90

tes cinquenta anos, o Sumo Pontifície formula votos de que seja dada continuidade a esta grande obra para o bem de todo CentroOeste brasileiro, permanecendo fiéis ao espírito do início, assim como aos estatutos que estão na base dessa Instituição. Poderão assim realizar uma síntese fecunda e harmoniosa entre a identidade católica e a inserção plena no sistema universitário da Nação. Na verdade, o fato de ser 'Católica' em nada mortifica a Universidade, antes valoriza-a ao máximo, pois se a missão fundamental de toda Universidade é a 'investigação contínua da verdade mediante a pesquisa, a preservação e a comunicação do saber para o bem da sociedade' (Constituição Apostólica Ex Corde Ecclesiae, 30), uma instituição acadêmica católica distingue-se pela inspiração cristã dos indivíduos e das próprias comunidades, pela luz da fé que ilumina a reflexão, pela fidelidade e pelo compromisso institucional ao serviço do povo de Deus” (cf. Ibid., 13). Enquanto confia à proteção de Maria Santíssima Sedes Sapientiae a Universidade Católica de Goiás, Sua Santidade o Papa Bento XVI concede

ao Grão-Chanceler e ao Reitor, ao Corpo Acadêmico e aos Estudantes e a quantos colaboram nos serviços e para os projetos promovidos pelo Ateneu uma particular Bênção Apostólica. Aproveito a ocasião para mani-

festar-lhe meus sentimentos de fraterna estima e grande consideração em Cristo Senhor. Cardeal Tarcisio Bertone Secretário de Estado de Sua Santidade”

Revista da Arquidiocese

91


Arquidiocese

Paróquia Jesus de Nazaré

Eventos

Jovens da Paróquia Jesus de Nazaré (St. Urias Magalhães) leem livreto de preparação para o Sínodo

Período pré-Sínodo tem primeiras avaliações LIDERANÇAS DE PARÓQUIAS E COMUNIDADES ENTREGAM PRIMEIRAS CONTRIBUIÇÕES PARA A PREPARAÇÃO DO SÍNODO ARQUIDIOCESANO

Acesse o site www.arquidiocesedegoiania.org.br/sinodo

São mais de 120 pessoas com enormes responsabilidades pastorais nas comunidades. Elas formam a Rede de Animadores neste tempo de preparação para o Sínodo Arquidiocesano, que engloba o período de 2009 a 2011. São lideranças das paróquias e das redes de comunidades. Elas têm a tarefa de ligar os grupos de trabalho da coordenação com as bases. Já estiveram reunidas por

duas ocasiões e passaram todo o mês de agosto em grande mobilização para identificar os grupos que, efetivamente, existem e atuam nas comunidades. Antes disso, cada animador, em sintonia com o pároco, procurou formar também uma equipe de animadores da própria paróquia. Desse modo, formam-se círculos que se ligam para que seja ampliada a participação na preparação para o Sínodo. Revista da Arquidiocese

93


Arquidiocese

Arquidiocese

Eventos

Eventos

O Tríduo se tornou uma excelente oportunidade para que cada paróquia pudesse ter uma ideia clara dos grupos de pastoral, de oração e de movimentos que estão vivos e atuantes em seu território. No último dia, em muitos lugares, considerando o número e a representatividade dos grupos, foi possível fazer uma verdadeira miniassembleia paroquial. E com uma característica nova e muito especial: todas as pessoas que quiseram, tinham garantido o seu lugar para rezar, celebrar e deixar sua contribuição crítica diante do eixo temático deste que ano, que é formado pelos desafios em torno do anúncio e da vivência da Palavra na Arquidiocese de Goiânia. Liberdade e criatividade Os animadores fizeram um compromisso conjunto a respeito da comunicação que deveria ser feita aos párocos e, sob a orientação deles, encontrar o modo mais adequado de realizar o tríduo e de fazer o repasse das informações básicas sobre o Sínodo. Todos seguiram, à risca, o compromisso feito e notou-se que cada comunidade teve a liberdade de propor e executar o seu modo de rezar e Revista da Arquidiocese

94

refletir durante um período longo. O único dever que foi fruto de um discernimento das equipes de preparação e claramente desejo do arcebispo metropolitano, Dom Washington Cruz, é que não houvesse exclusão alguma. Todos poderiam participar. Inclusive quem tem críticas a fazer sobre o modo como tudo está sendo encaminhado. Houve paróquias que preferiram fazer material próprio, deixando o livreto preparado somente como base. Outras pediram o subsídio apenas para alguns líderes e encontraram outros meios para passar o conteúdo. Algumas encontraram no livreto fornecido pela Arquidiocese o instrumento mais apropriado para fazer chegar os roteiros e as informações e foram distribuídos mais de 15 mil exemplares. Desse modo, ficou assegurada a participação de um grande número de grupos e se cumpriu o que tem sido constantemente lembrado pela coordenação dos trabalhos preparatórios. “O que mais importa é que todos mergulhem no mistério da Igreja assumindo as alegrias e as dificuldades que nascem nas ocasiões em que nos colocamos um ao lado do outro, sem medo e sem violência, para realizar

um trabalho comunitário”, diz padre Rafael Vieira, missionário redentorista e coordenador da equipe executiva de preparação. Próximos passos Os animadores se reúnem dia 3 de outubro para uma tarde de avaliação, mas o trabalho prossegue com a equipe executiva. Durante todo o mês de outubro, os membros da equipe fizeram o acordo de trabalhar com o maior cuidado possível na leitura e organização das contribuições que chegam com a conclusão dos tríduos nas paróquias. Padre Rafael Vieira e os outros membros da equipe executiva estão esperançosos: “Estamos dispostos a não deixar perder nenhuma colaboração sequer de todo o material enviado. Mais do que somente fazer uma triagem, vamos nos debruçar sobre o sentido de

cada sugestão e crítica e fazer um levantamento completo.” O grupo prevê que terá todo o material organizado até o final do mês. Um grande painel com os grandes desafios – no campo do anúncio e da vivência da Palavra – para o novo plano de pastoral da Arquidiocese que deve nascer do Sínodo Arquidiocesano será apresentado numa grande audiência com Dom Washington Cruz e os conselhos dos Vicariatos no dia 28 do mês de novembro. Espera-se que depois disso, com a resposta dada pelo Arcebispo, a equipe executiva possa voltar ao trabalho para, em dezembro, preparar o balanço geral do ano e formatar uma primeira versão do primeiro capítulo do “Instrumento de Trabalho” que será entregue nas mãos dos delegados sinodais no primeiro semestre de 2012.

Revista da Arquidiocese

95


Arquidiocese Divulgação

Eventos

2010 Centenário de nascimento de Dom Fernando Gomes dos Santos

Capa do livreto que ajudou animadores no ano da Palavra do triênio preparatório

Hora da participação da base TODAS AS PARÓQUIAS DA ARQUIDIOCESE TIVERAM ALGUMA MOVIMENTAÇÃO EM TORNO DE UM TRÍDUO EM PREPARAÇÃO AO SÍNODO

O mês de setembro foi muito significativo neste triênio de caminhada sumo ao Sínodo Arquidiocesano. Grupos de pastoral, de oração e dos movimentos eclesiais se mobilizaram para fazer a lectio divina num tríduo que também tornou-se oportunidade para que todos tivessem a oportunidade de destacar os principais desafios presentes na caminhada da pastoral no campo

do anúncio e da vivência da Palavra. Os párocos deram um apoio consistente, mas o destaque ficou por conta da iniciativa dos leigos. Animados pela força do entusiasmo em participar desse momento importante da vida da Igreja, mulheres e homens animaram a organização dos grupos de base e, em alguns lugares, houve celebrações com grande número de pessoas. Revista da Arquidiocese

97


Arquidiocese

Arquidiocese

Eventos

Eventos

No mês passado, os grupos de trabalho tiveram a oportunidade de compartilhar as experiência vivida nas comunidades. Na esteira dinâmica das nove assembleias arquidiocesanas, muitas pessoas estão se engajando no trabalho de preparação destacando a avaliação da caminhada dos últimos anos e a apresentação de sugestão das prioridades para a pastoral de conjunto que devem nortear a reflexão sinodal. Nas comunidades, e a partir delas, essas pessoas dão testemunho de uma Igreja viva. Realizam, desse modo e desde já, a concretização do tema do sínodo: “mergulhar no mistério da Igreja”. Não se trata, portanto, apenas de um mutirão de debates e de discussão intelectual dos problemas e das conquistas, mas de uma séria vivência da eclesialidade. Caminhando juntos, o clero, as lideranças, o povo e o arcebispo marcam a história do povo de Deus nessa região do Brasil. Contribuições Cada comunidade foi chamada a colaborar com avaliações, sugestões e críticas. Todas responderam. O material recolhido passou por uma organização realizada pela Revista da Arquidiocese

98

secretaria executiva preparatória e deverá ser apresentado na audiência geral no dia 28 de novembro, no Centro de Pastoral Dom Fernando. “Nos esforçamos para não deixar que se perca nenhum tipo de consideração feita por escrito e enviada para a equipe. Apesar da diversidade de perspectivas, de certa imprecisão na formulação das sugestões e de falta de foco no endereço das críticas, o material é muito rico, cheio de conteúdo, profundamente inspirador e pode se tornar um excelente instrumento para a reflexão dos delegados que participarão do sínodo”, diz o padre Rafael Vieira, secretário da equipe executiva. As avaliações, críticas e sugestões do clero que foram colhidas numa consulta realizada no primeiro semestre serão também agregadas ao conjunto das contribuições das comunidades. Desse modo, o que se poderá ver no encontro da rede de animadores do Sínodo e dos conselhos dos vicariatos no final do mês será um painel que vai servir de base para a redação do primeiro capítulo do “instrumento de Trabalho” que servirá de base para as discussões sinodais. “O que realmente impor-

ta, nessa fase do processo, é garantir que todos possam se manifestar com liberdade. E que cada um se deixe conduzir pela luz do Espírito Santo sem o qual não há possibilidade de vida para a Igreja”, acrescenta Pe. Rafael. Subsídio O livreto usado na animação do tríduo continua como uma sugestão dos grupos de trabalho para a preparação do sínodo porque em sua segunda parte estão apresentadas as questões básicas sobre o que é o Sínodo e como se faz para dele participar. Esse material poderá ser reproduzido, interpretado, ampliado e distribuído nas comunidades no correr dos três anos de preparação. Além disso, o método da lectio divina permanece uma indicação da Igreja para ajudar os grupos de oração e de reflexão no dia a dia das comunidades. Ainda neste mês de novembro, dando continuidade ao trabalho feito em setembro e outubro, a Comissao Central Preparatória e a Rede de Animadores se reunirão para formatar uma proposta de calendário para 2010 quando o eixo temático de preparação será a liturgia. Claro que o anúncio e

a vivência da Palavra continuam sendo desfios fundamentais, mas as comunidades poderão se debruçar sobre questões específicas da celebração da fé. O caminho feito neste ano deve ser o ponto de partida para a elaboração de um novo calendário que possa aperfeiçar a caminhada rumo à grande assembleia arquidiocesana que será realizada em sessões especiais do mês de fevereiro ao mês de maio de 2012. Amostra • É preciso buscar caminhos novos de evangelização para a hora presente, desde a conversão pessoal até a renovação das estruturas pastorais; • É preciso aprimorar a preparação no conhecimento da Palavra dos seminaristas, apresentando-os às comunidades de modo que seja válida a expressão de que eles são “tirados do povo para o povo”; • É preciso que os padres aceitem e respeitem as equipes de animação da Palavra e ajudem-nas a caminhar juntas, de mãos dadas. • É preciso que as homilias sejam um convite à missão com uma linguagem no nível da comunidade; Revista da Arquidiocese

99


Arquidiocese

Arquidiocese Eventos

Eventos

• É preciso desenvolver uma catequese dinâmica e integrada na

comunidade, como alicerce para a estruturação de uma Igreja forte.

Concluída 1ª fase do pré-Sínodo AUDIÊNCIA NO CENTRO PASTORAL DOM FERNANDO CONCLUIU PRIMEIRO ANO DE PREPARAÇÃO PARA O SÍNODO ARQUIDIOCESANO

X de X de 2009

Audiência geral encerrou as atividades do primeiro ano de preparação para o Sínodo e material recolhido se torna primeiro capítulo do “Instrumento de Trabalho” dos sinodais. O Papa Bento XVI, na solenidade de abertura do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra, realizado em outubro do ano passado, fez o seguinte alerta: “Só a Palavra de Deus pode mudar profundamente o coração do homem, por isso é importante que entremos em uma intimidade cada vez maior com ela, tanto cada um dos crentes como as comunidades.” Os participantes do Tríduo sobre a centralidade da Bíblia na vida cristã promovido em todas as paróquias da Arquidiocese, durante o mês de setembro, entenderam muito bem essa adverRevista da Arquidiocese

100

tência. Resultado dessa compreensão está presente nas centenas de contribuições por escrito que foram entregues durante todo o mês de outubro para a secretaria executiva preparatória. No dia 28 de novembro, em audiência geral com o clero, religiosos e leigos presidida por Dom Washington Cruz, foi apresentado o painel das contribuições. Em seguida, o arcebispo fez um pronunciamento e remeteu o material para a equipe executiva que, em dezembro, redigirá o primeiro capítulo do Instrumento Laboris, ou seja, o instrumento de trabalho que será entregue aos delegados que irão participar das quatro grandes sessões do Sínodo Arquidiocesano em 2012. O conteúdo dessa primeira parte contemplará, portanto, a Palavra, o primeiro Revista da Arquidiocese

101


Arquidiocese

Arquidiocese

desafio do eixo temático do triênio preparatório. Liturgia Seguindo as recomendações do Arcebispo, o segundo eixo da reflexão será a Liturgia. A experiência feita no ano de 2009 foi suficiente para que a comissão central de preparação mudasse o ritmo para a participação das comunidades em 2010. No próximo ano, será possível incentivar mais a participação e o debate. O modo como foi conduzido o calendário deste ano não favoreceu às comunidades a oportunidade de se dedicar à reflexão sobre o resultado da participação das bases. Por reconhecer essa deficiência, a comissão recomenda que, em 2010, os encontros sejam realizados em diversos níveis e em cada um deles se faça uma síntese da participação das comunidades. Primeiro, os encontros de base nos grupos, nos movimentos, nas pastorais, nas capelas. Segundo, o encontro paroquial faz a primeira síntese que é enviada para a forania. Na forania, se faz um novo resumo e remete ao Vicariato. Somente depois desse processo é que o material chegará à secretaria executiva que organizará a audiência para o final do ano. Revista da Arquidiocese

102

Dois momentos fortes do ano litúrgico serão considerados como ocasiões para a preparação do Sínodo: as celebrações da Semana Santa e da Festa de Pentecostes. Na Semana Santa, as comunidades receberão um subsídio em vez do tradicional folheto litúrgico com reflexões que vão auxiliar na vivência das celebrações da Páscoa. E um outro subsídio será entregue para as comunidades com três sugestões de preparação para Pentecostes. Será oferecido um roteiro de novena, outro de tríduo e um outro ainda de uma Vigília. Desses encontros devem sair os representantes das comunidades que levarão as contribuições (críticas e sugestões) da Arquidiocese no campo da liturgia. Uma outra novidade do cronograma de atividades de preparação para o ano que vem é a participação específica do clero. Será mantida a consulta geral sobre o tema em agosto, com um acréscimo: serão convidados a também dar uma contribuição particular, os religiosos e religiosas que não formam o clero da Arquidiocese. Em setembro, serão realizadas as audiências particulares por vicariatos acrescidas da audiência com os religiosos.

Para encerrar o ano, no encontro dos conselhos dos vicariatos e da rede de animadores no mês de novembro, será realizada a audiência geral para a elaboração final da contribuição de todos para o capítulo dedicado à liturgia no Instrumento de Trabalho do Sínodo. Sínodo na Feira A rede de animadores fez o compromisso de participar ativamente da Feira da Solidariedade. Assumiu o cuidado com um quiosque de informações instalado no Setor

da Palavra e parte do trabalho de recepção dos visitantes nos principais portões de acesso ao evento. Além, vários animadores aderiram à plotagem de publicidade da Feira em seus automóveis e também aceitaram promover a participação das pessoas. Levaram para as comunidades cartazes e panfletos de modo que deram também uma resposta simpática e positiva à divulgação desta que se tornou uma Feira de grande sucesso em Goiânia no correr dos últimos seis anos.

Revista da Arquidiocese

103


Arquidiocese Eventos

Nova cara para fazer o bem SÍMBOLO DO ROSTO SOCIAL DA ARQUIDIOCESE, A FEIRA DA SOLIDARIEDADE GANHA NOVO RETRATO EM SUA 7ª EDIÇÃO

2 a 6 de dezembro de 2009

Diariamente: Goiânia Rádio Difusora - 640 AM Rádio Luz da Vida - 90,7 FM Inhumas Rádio Educativa - 87,9 FM Silvânia Rádio Rio Vermelho - 1.900 AM

A história teve início numa reunião do conselho econômico da Arquidiocese em 2003, na qual foi levantada uma preocupação em relação ao testemunho dado pela Igreja no campo do amparo aos mais necessitados. Quase 200 obras e projetos estavam em pleno funcionamento e, muitos deles, não eram conhecidos além dos territórios das paróquias. A maioria tinha – e tem – apoio significativo das comunidades e desenvolvem trabalhos com excelentes resultados. Alguns, no entanto, precisavam ser mais conhecidos e deveriam receber a contribuição de mais pessoas para continuarem sua missão. Diante disso, chegou-se à conclusão de que seria interessante promover, anualmente, um tipo de

evento que pudesse ser uma espécie de vitrine do serviço social prestado pelas comunidades, de modo a confirmar a caminhada de todos, favorecendo o fortalecimento das principais iniciativas e socorrendo aquelas que passavam por grandes dificuldades. Nasceu, assim, a ideia de elaborar, montar e realizar a Feira da Solidariedade. As três primeiras experiências foram feitas no Centro de Convenções de Goiânia. O público respondeu com entusiasmo e, nesse período, cresceu o número de apoiadores solidários. A Feira se firmou como uma exposição séria e atraente de três tipos de trabalhos: programas de caráter social dos governos, iniciativas de responsabilidade social de empresas e organizações e, naturalmente, as Revista da Arquidiocese

105


Arquidiocese

Arquidiocese

Eventos

Eventos

expressões do compromisso social da Igreja. No quarto ano, após oferta generosa do Shopping Flamboyant, o evento passou a ser realizado no estacionamento daquele centro comercial e teve duas edições extraordinárias, com aumento de público e maior eficiência e beleza em sua montagem. Todas as cinco edições foram coordenadas pelo professor Jeferson de Castro Vieira, doutor em economia e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Este ano, a Feira da Solidariedade muda de novo de local. E novamente para buscar melhorar e crescer mais: o evento será na Estação Goiânia, espaço ao lado do Terminal Rodoviário de Goiânia e com uma área muito maior para abrigar os diversos projetos e atividades que ocorrerão. Outra boa notícia é que a maior realização social da Igreja de Goiânia terá um dia a mais – cinco, em vez de quatro, como era nas edições anteriores. Feira da Providência Os idealizadores da Feira da Solidariedade se inspiraram na experiência da Arquidiocese do Rio de Janeiro que realiza, há 48 anos, a Feira da Providência. Antes de Revista da Arquidiocese

106

dar início aos trabalhos de planejamento em Goiânia, um grupo foi à capital fluminense para conversar com os coordenadores do evento e receberam orientação e a acolhida de Dom Eusébio Oscar Scheid e do vice-diretor do Banco da Providência, responsável pela Feira, padre Manoel Manangão. Eles deram as informações sobre a história da obra e apoiaram a iniciativa da Arquidiocese de Goiânia. Daquele encontro, os coordenadores trouxeram a certeza de que haveria de ter êxito uma feira inspirada na solidariedade do mesmo modo como tem sido fortemente apoiada pela população do Rio uma iniciativa com a marca da providência. Nas cinco oportunidades em que a Feira foi realizada, comprovou-se essa intuição de seus pioneiros. O povo acolheu e deu uma resposta positiva à proposta da Arquidiocese. Nessas ocasiões, procurou-se dar destaque aos temas ligados à solidariedade na sociedade: economia solidária, consumo consciente e desenvolvimento sustentável. Palestras, workshops e debates foram realizados no sentido de garantir a discussão desse temário, que ser-

ve de pano de fundo para as vendas dos produtos e a exposição dos projetos sociais. E, para dar o selo de legitimidade ao evento com o rosto social da Igreja, em todas as edições da Feira, um pavilhão tem sempre sido dedicado aos trabalhos das 109 paróquias, das várias creches, dos centros de idosos, dos centros de qualificação profissional e de tantas outras obras da Arquidiocese. Programação muda para ganhar qualidade e público Amadurecida pela experiência de cinco anos, a diretoria da Feira empenhou-se na programação deste ano. Foi feito um planejamento estratégico no começo do ano e depois de vários encontros de aprofundamento chegou-se a uma proposta inovadora para o evento. As mudanças foram feitas no sentido de dar mais qualidade à exposição e atrair mais público visitante. Além da apresentação já costumeira dos projetos da Arquidiocese, dos governos e das empresas no campo social, este ano, a Feira trouxe quatro propostas novas e o aperfeiçoamento de um espaço tradicional (veja box). As principais novida-

des ficaram por conta dos pavilhões sobre sustentabilidade, sobre cura e prevenção de drogas, sobre qualificação profissional e sobre a Palavra de Deus. O espaço litúrgico, que nos outros anos era ocupado pelas celebrações, passou a ser enriquecido com um plantão de confissões e com a apresentação do setor arquidiocesano de juventude e vocações. Nesta ano, teve início também a entrega do Prêmio Solidariedade, destinado a pessoas e instituições que se destacaram no campo da ação social na Igreja, na imprensa, no mundo empresarial, no universo das organizações não governamentais e no âmbito dos poderes públicos. Uma vasta programação artística foi finalizada pela diretoria cultural e o trabalho de comunicação e de contato com a mídia, desta vez sob a responsabilidade de uma coordenação especialmente criada pela diretoria de comunicação da Feira e que tem à frente a radialista Vânia Savioli, profissional que foi coordenadora de jornalismo da Rádio Difusora de Goiânia e é mestranda da Universidade de Coimbra, em Portugal. Revista da Arquidiocese

107


Arquidiocese

Arquidiocese Eventos

Marcelo Igor

Eventos

OS 9 SETORES DA FEIRA E SEUS OBJETIVOS • Setor Arquidiocesano - Integrar o trabalho pastorai no campo da solidariedade humana e do cuidado social por meio da gestão compartilhada e eficiente. • Setor Empresarial - Dar visibilidade a empresas com ações de responsabilidade social. • Setor do Poder Público - Favorecer a percepção do público sobre a dimensão geográfica da Arquidiocese e mostrar projetos sociais dos governos, Câmaras e do Ministério Público. • Setor da Comunicação Social Fortalecer a união e colaboração da mídia católica e estabelecer parcerias com os veículos leigos.

Revista da Arquidiocese

108

• Setor da Palavra - Valorizar, conhecer e refletir sobre a Palavra de Deus e da espiritualidade cristã. • Setor da Sustentabilidade Divulgar ações de preservação e educação ambiental. • Setor Litúrgico - Promover a experiência de oração e de liturgia a visitantes e expositores. • Setor de Prevenção e Cura de Drogas e Álcool - Destacar a dura missão de igrejas e movimentos no combate às drogas. • Setor de Ideias - Capacitar os visitantes para trabalhos manuais e intelectuais.

Padre José Luiz da Silva e os diáconos Aurélio Siqueira, Divino Antônio e Rafael Oliveira com o arcebispo, no dia da ordenação

Dom Washington ordena novo padre e três diáconos 9 de dezembro de 2009

No dia 8 de dezembrou, na Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, na Catedral Metropolitana, a Arquidiocese de Goiânia celebrou a ordenação sacerdotal do diácono José Luiz da Silva e a ordenação diaconal dos seminaristas Aurélio Vinhadele de Siqueira, Divino Antônio da Silva e Rafael Oliveira da Silva. As ordenações ocorreram em um ano especial para a Igreja no

mundo todo, em que se celebra o Ano Sacerdotal. Os jovens receberam o sacramento pela imposição das mãos do arcebispo metropolitano Dom Washington Cruz. O lema da ordenação do diácono José Luiz da Silva é: “Servi ao Senhor com alegria” (Sl 99,2). Os demais ordenados têm os seguintes lemas: "Estou no meio de vós como aquele que serve" (Lc, 22, 27c), de Aurélio Vinhadele; "Quem Revista da Arquidiocese

109


Arquidiocese

Arquidiocese

Eventos

Eventos

é atento à Palavra encontra a felicidade, quem confia no Senhor é feliz" (Pr 16,20), de Divino Antônio; e "Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores" (Mt 8,19b), de Rafael Oliveira. A celebração comemorou também o 43º aniversário de dedicação da Catedral. Perfil Depoimentos dos novos diáconos: Rafael O. Silva O jovem de 26 anos vem do bairro Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia, onde participava na comunidade Nossa Senhora Aparecida, da Paróquia São João Batista de Colina Azul. Na adolescência trabalhou com o pai. E na juventude engajou-se na comunidade, onde descobriu o chamado “para uma vida de especial consagração”. Ingressou no seminário em 2004. Em 2010 concluiu os estudos teológicos. “Como diácono, espero viver bem este tempo de Graça. Sei que é fundamental a prática deste Ministério tão precioso e rico, para mim e para a Igreja. O diaconato é um bem necessário e fundamental para aqueles que desejam se consagrarem a Deus como Presbítero, por isso, Revista da Arquidiocese

110

quero viver com toda a intensidade este precioso dom que a Igreja me confia, sendo colaborador do Bispo e dos presbíteros”. Aurélio Vinhadele Este jovem goianiense é um consagrado da Comunidade Luz da Vida e tem seu caminho vocacional ligado a essa comunidade e à Paróquia Sagrada Família. É graduado em Ciências Contábeis. Ele afirma que o despertar vocacional se deu quando preparava para a recepção do Sacramento da Crisma, em 1998. Participou de Grupo de Oração da RCC. “Após ter resistido muito, tive uma forte experiência com a Palavra de Deus numa Santa Missa na Paróquia Sagrada Família. O Evangelho daquela Missa narrava o diálogo entre Jesus e Pedro: Pedro tu me amas?... Sim, Senhor, tu sabes que te amo... Apascenta as minhas ovelhas... A partir daí pude dar passos mais concretos rumo à minha vocação. Hoje, pela graça de Deus, sou diácono da Santa Igreja, servindo a Deus na Arquidiocese. Sou muito feliz por ser um instrumento nas mãos de Deus, apesar das minhas fraquezas. Quero colaborar de maneira mais efetiva na construção do Reino”.

Divino A. Silva Esse neodiácono nasceu no interior, em Natinópolis, distrito de Goianésia, em 1973. Morou lá uma parte de sua vida, trabalhou e participou da comunidade São João Batista. Para continuar seus estudos, veio para Goiânia. Entrou no Seminário com 29 anos de idade, em 2004. Por fim, em 2009 fez pastoral na Paróquia Nossa Senhora Aparecida no Jardim das Oliveiras. Neste ano deve concluir seus estudos teológicos. "A vocação é um dom

de Deus, Deus no chama e nós respondemos com generosidade. Como diácono, espero viver bem este tempo de Graça a serviço da Igreja. Sendo um ministério tão precioso na vida Igreja, desejo vivê-lo como amor e generosidade. O diaconato (transitório) é um bem fundamental na vida daqueles que aspiram o presbiterado. Portanto, é um serviço que deve estar em comunhão com a Igreja, com o bispo e com o clero a serviço do bem comum do reino de Deus”.

Revista da Arquidiocese

111


Arquidiocese Eventos

Silvânia recebe as relíquias de Dom Bosco Sua fonte mensal de formação e informação na Igreja e fora dela

B B liltr rC a asn rC e linl tral re aa t il n s s ra B e C l Cent i Bras ral

PADRE JOÃO NORBERTO COMENTA A CELEBRAÇÃO DOS 150 ANOS DE CONGREGAÇÃO SALESIANA E A VISITA DAS RELÍQUIAS DE DOM BOSCO A SILVÂNIA A Paróquia Salesiana Nosso Senhor do Bonfim e a Família Salesiana vivem um momento de grande alegria. Estamos comemorando, no dia 18 de dezembro, os 150 anos da fundação da Congregação Salesiana e 200 anos do nascimento de nosso fundador, Dom Bosco. A cidade de Silvânia tem 235 anos e os salesianos trabalham nela há 84 anos: mais da metade da existência da congregação. No ano de 2015, celebram-se os 200 anos de nascimento do fundador dessa Congregação, São João Bosco. Para motivar ainda mais essas duas grandes festas, o superior-geral dos Salesianos, padre Pascual Chávez, teve a iniciativa de levar Dom Bosco até cada obra nos 130 países onde os salesianos trabalham. Para isso, desde o dia 25 de abril de 2009, está peregrinando pelo mundo sa-

lesiano uma urna que contém uma imagem e a relíquia do braço direito do santo que é Pai e Mestre da Juventude e que vem nos abençoar. Na Inspetoria São João Bosco, inicialmente, a urna visitaria apenas Niterói, primeira casa salesiana no Brasil; Belo Horizonte, sede da Inspetoria; e Brasília, cidade sonhada por Dom Bosco. Porém, após uma reunião do Conselho Inspetorial, ficou decidido que ela passaria por todas as casas salesianas de nossa Inspetoria. Em Silvânia, essa visita será nos dias 4 e 5 de janeiro de 2010. Ela chegará às 18 horas, vinda de Brasília. Às 19 horas, será realizada uma carreata saindo do Ginásio Anchieta, residência dos salesianos em nossa cidade, se dirigindo à igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário. Às 20 horas, missa solene de acolhida preRevista da Arquidiocese

113


Arquidiocese

Arquidiocese Reuniões mensais

sidida por Dom Washington Cruz, arcebispo metropolitano de Goiânia. Após a missa continuaremos em vigília durante toda a noite até a manhã do dia 5 de janeiro. Daqui ela será levada para a Paróquia São João Bosco em Goiânia, em uma carreata. A urna foi projetada por um arquiteto italiano e elaborada em alumínio, bronze e cristal. Com 2,53 metros de comprimento e 530 quilos, ela contém o braço direito de Dom Bosco como relíquia e uma réplica da imagem do santo como se encontra na Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora em Turim, na Itália. O rosto da imagem foi reproduzido a partir de uma máscara feita

na época da morte do santo. O objetivo da peregrinação é incentivar o fortalecimento da adesão pessoal ao projeto espiritual e missionário de Dom Bosco, dando novas energias para o empenho educativo e evangelizador da juventude, que foi razão da vida e obra de São João Bosco. A peregrinação da urna de Dom Bosco, em Silvânia, é ato a comemorar não só para quem tem fé, mas para todo cidadão silvaniense que reconhece a pedagogia do mundialmente reconhecido Pai e Mestre da Juventude, como é chamado Dom Bosco. Todos são convidados a celebrar esse momento de alegria e emoção."

Guilherme Nogueira

Eventos

Pedro Sérgio, Elder Dias, Cileide Alves e José do Carmo durante a reunião

Reunião Mensal tem mesa redonda sobre as eleições 2010 A UM ANO DO PRÓXIMO PLEITO, IGREJA DE GOIÂNIA DISCUTIU O CENÁRIO POLÍTICO DO ESTADO E DO PAÍS

Na quinta-feira, dia 8 de outubro, foi realizada a Reunião Mensal de Pastoral, no Auditório Maria Mãe da Igreja, do Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), em Goiânia. Esta edição teve a dinâmica de mesa-redonda com os jornalistas Cileide Alves, editora-executiva do jornal O Popular, e Elder Dias,

Revista da Arquidiocese

114

editor do jornal Brasil Central, da Arquidiocese de Goiânia; sobre as eleições gerais de 2010. A reunião foi dirigida pelo coordenador da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Goiânia, professor Pedro Sérgio dos Santos, e pelo advogado José do Carmo Siqueira.

Revista da Arquidiocese

115


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.