L I S A BR Turismo de eventos e viagens corporativas
1
L I S A R B Turismo de eventos e viagens corporativas
2
3
Com a realização dos megaeventos internacionais, o Brasil vem reafirmando sua capacidade para receber quem viaja a lazer e a negócios, ganhando visibilidade internacional ao mostrar para o mundo que o País tem inúmeros atrativos naturais, culturais, gastronômicos, além de um povo alegre e hospitaleiro.
O segmento MICE – Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions (reuniões, incentivos, convenções e exposições) movimenta mais de 30 bilhões de dólares por ano no mundo. O mesmo estudo aponta o perfil diferenciado do turista corporativo: alto poder aquisitivo, gasto médio elevado e idade entre 30 e 45 anos.
A previsão para o período de 2015 a 2016 é de crescimento em torno de 4 a 5% com relação aos gastos dos turistas internacionais de negócios e eventos. Além da grande movimentação financeira gerada pela presença de visitantes internacionais em um evento/ viagem corporativa, a cidade-sede e o País se beneficiam de aspectos incalculáveis, como a imagem que o visitante passa a ter daquele local ou os avanços no desenvolvimento profissional de um setor tecnológico ou científico.
5
Brasil em ascensão O Brasil se prepara hoje para os desafios de 2020, com um ponto de partida que significa uma grande vantagem competitiva para disputar espaço no segmento MICE na
Olhar contextualizado sobre o mundo das viagens corporativas
próxima década. O País contabiliza grandes avanços na sua economia, diversificada do ponto de vista da produção e dos parceiros comerciais, e no protagonismo das relações internacionais. A imagem em ascensão no cenário global vem conquistando grande
Viagens corporativas são as viagens efetuadas frequentemente por colaboradores,
destaque para o País como sede de eventos associativos, o colocando entre os dez
terceiros ou convidados de pessoas jurídicas e pagas por uma empresa, com objetivos
destinos que mais recebem eventos no mundo.
profissionais ou decorrentes dos mesmos.*
Essa posição privilegiada é resultado do planejamento e do programa consistente de apoio à captação e promoção de eventos. A expertise adquirida durante esses anos permitiu a ampliação do número de destinos brasileiros preparados e com infraestrutura para receber eventos internacionais, contribuiu para melhorar e ampliar a infraestrutura e a qualidade dos serviços e ajudou a projetar o Brasil no mundo como um dos grandes destinos de eventos internacionais.
As Viagens Corporativas podem se dividir em:
. .
Viagens individuais; Eventos corporativos: treinamentos, lançamento de produtos, reuniões, ações de marketing, convenções, viagens de incentivos, eventos esportivos etc.
O cliente de viagens corporativas: característica de cada tipo de viajante Aeroporto de Congonhas – São Paulo/SP
O consumidor de viagens corporativas se difere de um turista a lazer em vários aspectos. O quadro abaixo* demonstra características de cada viajante: quem paga a conta, suas obrigações e como ele se sente.
CORPORATIVO • • • • • • • •
Pessoa Jurídica Tempo é dinheiro Obrigação Solidão Estresse Escolha corporativa Grau de exigência Vários clientes
incentivo • • • • • • • •
Pessoa Jurídica Free time Recompensa Companhia Relax Escolha corporativa Grau de exigência Vários clientes
evento • • • • • • • •
Pessoa Jurídica Agenda programada Obrigação Grupo Momento único Escolha corporativa Grau de exigência Vários clientes
Lazer • • • • • • • •
CPF Free time Prazer Companhia Relax Escolha pessoal Vale quanto pesa Um único cliente
Fonte: Associação Latino-americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev)
*
6
7
De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), um evento ou uma viagem corporativa pode demandar serviços de mais de 50 segmentos da economia, como transporte, lazer, alimentação, comércio e, em especial, aéreo e hospedagem, como demonstra também a pesquisa do Índice Econômico de Viagens Corporativas:* Esse segmento, que tanto cresce mundo afora, possui números bastante expressivos
2013
2012
Aéreo
46,75%
45,59%
Hospedagem
34,37%
34,98%
também no Brasil. Em 2013 foram gastos US$ 31.2 bilhões em viagens corporativas no País, 4.3% a mais em relação ao ano anterior. Entretanto, ainda há muito o que se trabalhar o segmento frente a mercados já consolidados, como os Estados Unidos e China:
Total Business Travel Spending: Top 15 Markets – 2013 Annual Growth in BTS (2013)
1. United States
$273.9
4.6%
2. China
$225.1
15.1%
3. Japan
$62.3
-4.4%
4. Germany
$53.9
6.0%
5. U.K.
$41.2
1.9%
6. France
$35.1
-0.2%
7. South Korea
$32.2
5.7%
8. Brazil
$31.2
4.3%
9. Italy
$30.4
-4.1%
10. India
$24.4
10.4%
11. Canada
$22.5
2.2%
12. Russia
$22.2
8.7%
13. Australia
$21.7
3.2%
14. Netherlands
$18.2
2.3%
15. Spain
$16.8
-5.0%
World
$1,119
5.4%
6,09%
7,17%
5,24%
5,19%
Agenciamento
4,98%
4,82%
Tecnologia
2,57%
2,225%
Por esse motivo, conhecer os impactos econômicos e o perfil destes visitantes é fundamental para consolidar os resultados obtidos e planejar novas etapas que permitam ampliar os efeitos e benefícios dos eventos captados, conforme poderá ser observado à frente. Além disso, o segmento de viagens corporativas gera uma grande quantidade de empregos, com um crescimento superior a 5% ao ano: INDICADORES ECONômicos de viagens corporativas – IEVC**
emprego direto e total 2012/2013 744.192
699.839
351.034
332.987
Fonte: Global Business Travel Association
Direto
total
2012
Direto
total
2013
Taxa de crescimento de 5,42% O emprego direto gerado pelo segmento corporativo cresceu 21,34% entre 2006 e 2012.
8
*
Fonte: Associação Latino-americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev)
IEVC – 2012 – Fonte: Pesquisa direta
2013 Total BTS ($Billions USD)
Locação Alimentação
9
O mercado de eventos no Brasil
Evolução de número de eventos internacionais
315
O Brasil está desde 2007 entre os 10 países do mundo que mais sediam eventos internacionais. Segundo a Abeoc Brasil, o setor de eventos cresce cerca de 14% ao ano. O volume de recursos movimentado pela indústria brasileira de eventos mais que quintuplicou em 12 anos e um estudo inédito contratado pelo Sebrae em parceria
408%
62 2003
2013
19º
9º
com a Abeoc revela que esse segmento movimentou R$ 209,2 bilhões em 2013, em mais de 590 mil eventos, representando uma participação do setor de 4,32% do PIB da economia nacional.
O país possui atualmente:
Além do crescimento no número de eventos, também houve incremento na quantidade de cidades que hospedaram esses eventos em 150%.
Evolução de número de cidades brasileiras
9.445 espaços para feiras, congressos e eventos de diversas naturezas que totalizam 10,2 milhões de metros quadrados e 9,2 milhões de assentos.
55
A locação desses espaços gerou, em 2013, mais de R$ 37 bilhões. Os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro são os mais procurados para o aluguel de espaços. 150%
A receita das empresas organizadoras de eventos aumentou 18 vezes, em 2013, se
22
comparada a 2001. Dados mais recentes da Embratur mostram que, em dez anos, o número de congressos e convenções de negócios internacionais realizados no Brasil cresceu 408%:
2003
2013
O quadro acima demonstra o crescimento do número de cidades com infraestrutura para receber eventos internacionais.
10
11
Em 2013, o Rio de Janeiro foi, pela segunda vez consecutiva, a cidade das Américas que mais recebeu eventos internacionais, figurando como 26ª posição no ranking mundial. E, além dela, outras 12 cidades brasileiras figuraram no ranking da ICCA (realizaram, no
IMPACTO ECONÔMICO DOS EVENTOS INTERNACIONAIS
mínimo, cinco eventos internacionais no ano). São elas: São Paulo (SP), Foz do Iguaçu (PR), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Natal (RN), Salvador (BA), Guarujá (SP), João Pessoa (PB) e Recife (PE).
Em pesquisa da Embratur em parceria com a Fundação Getúlio Vargas sobre os impactos econômicos dos eventos internacionais realizados no Brasil em 2014, aplicada em 19
Essa inclusão de várias cidades brasileiras no circuito de eventos é resultado da política
eventos, constatou-se que o gasto médio de um turista de eventos é de US$ 329,39 por
de descentralização praticada pela Embratur, do apoio do Ministério do Turismo, da
dia, assim detalhado:
construção de novos equipamentos para eventos em várias regiões do País e da melhoria da imagem do Brasil no exterior. Em 2003, apenas 22 cidades brasileiras sediaram eventos internacionais, número que subiu para 55 em 2013. O significado para as cidades e para o País é muito grande. Mais cidades, das diversas regiões brasileiras, se beneficiam da infraestrutura e resultados socioeconômicos que os eventos internacionais trazem. Essa é uma contribuição importante do turismo para diminuir as desigualdades regionais, criar emprego e gerar renda.
12
Categoria de Gasto
Média de Gasto por pessoa/pernoite (USs) i
Resultado da pesquisa 2007/2008 (USs) i
Hospedagem e alimentação
195,13
175,32
Transporte
32,38
23,44
Compras e presentes
29,23
33,74
Cultura e lazer
29,01
23,28
Telecomunicação
11,39
10,28
Outros
32,25
19,04
Gasto médio diário
329,39
285,10
13
Como trabalhar eventos corporativos?
Mais uma vez, pode-se observar como os setores de hospedagem/alimentação e transportes são favorecidos pelo turista corporativo. Além disso, com os grandes eventos que estão acontecendo no Brasil, como a Copa do Mundo, as Olimpíadas etc., novos equipamentos turísticos têm surgido. As arenas multiuso são exemplos de novos lugares a serem utilizados para diferentes tipos de eventos. Os centros de convenções também vêm se modernizando e contribuindo para o crescimento do segmento. Atualmente são 157 empreendimentos distribuídos pelas cinco regiões do País:
Região
Centros de Convenções Existentes
Proj./Constr.
Total
Norte
07
04
11
Nordeste
20
06
26
Centro-Oeste
18
03
21
Sudeste
49
07
56
Sul
38
05
43
132
25
157
Total
Fonte: Associação Brasileira de Centros de Convenções e Feiras (Abraccef)
Com a exigência maior do cliente corporativo, os destinos brasileiros estão trabalhando na construção e aperfeiçoamento de seus serviços e produtos para eventos. Além disso, as agências de eventos e seus clientes, os gestores de eventos, cada dia mais se especializam e precisam que a cadeia produtiva faça o mesmo. Isso gera profissionalização dos colaboradores, para que estes sejam capazes de seguir as etapas no planejamento e execução dos eventos.
14
15
Infraestrutura adequada
Retorno do investimento (ROI)
Segurança
Satisfação do participante
Experiência
Sucesso
Política de Apoio
ProFISsionalismo
A Embratur contribui no suporte e apoio aos destinos brasileiros por meio de uma política de governo implementada desde 2003. Seu objetivo é fomentar o turismo de negócios e de eventos esportivos no território brasileiro, por meio de um programa sistematizado de O destino que pretende se desenvolver no segmento de eventos precisa dispor das seguintes informações sobre infraestrutura de apoio*: 1) O número de unidades habitacionais em hotéis, pousadas e demais meios de hospedagem disponíveis, juntamente com detalhes dos mesmos e, se possível, os valores de diárias; 2) Estacionamentos no local e nas proximidades; 3) Estrutura de transporte disponível, incluindo táxis, metrô, ônibus etc.; 4) Principais atrações de lazer e turísticas oferecidas pela cidade ou região, juntamente com uma variedade de folhetos e materiais informativos; 5) Serviços médicos, incluindo clínicas, hospitais e consultórios;
apoio à captação e promoção de eventos internacionais. Isso possibilita um maior número de eventos, bem como melhorias e maior aproveitamento da capacidade operacional dos produtos turísticos em períodos de baixa temporada. O programa possui ainda como premissa o melhoramento da posição do Brasil em rankings internacionais do setor, com a realização de mais eventos internacionais no País e a diversificação da oferta turística em mercados com capacidade de incremento do número de turistas de eventos. Assim, contribui-se para a promoção do País como destino consolidado e competitivo dentro do segmento MICE. O Brasil receberá, até 2020, grandes eventos internacionais, captados pelos destinos brasileiros com o apoio da Embratur: o Fórum Mundial da Água, a Convenção Mundial do Rotary, o Congresso Mundial de Arquitetos, os Jogos Mundiais Indígenas, entre outros, demonstrando seu potencial para receber eventos.
6) Informação dos principais órgãos públicos de atendimento, tais como delegacias de polícia, delegacia especializada de atendimento ao turista, defesa civil, defesa do consumidor, consulados etc.; 7) Informação sobre organismos diversos de prestação de serviços como: postais, bancários, câmbio, agências de viagens, bancas de jornal e revistas, bares e restaurantes, teatros e museus etc.; bem como sobre os serviços de suporte disponíveis na cidade ou região, incluindo as companhias aéreas, locadoras de veículos, organizadores profissionais e outros serviços relacionados aos eventos. *Fonte: Associação Brasileira de Centros de Convenções e Feiras (Abraccef)
16
17
Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions
Incentives – Incentivos Viagens de incentivos são premiações decorrentes de campanhas internas ou externas e que têm o objetivo de encantar aquele profissional, cliente, distribuidor ou até participante
O segmento MICE (Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions) tem um gigantesco potencial de crescimento no País.
de uma campanha de incentivo. É o único tipo de viagem que não pode ser comprada, tem que ser CONQUISTADA
Esse segmento tem conexão direta com a estratégia de capacitação, desenvolvimento e venda
como premiação.
de novos produtos e serviços. Dados da Ubrafe indicam que, em 2013, o mercado de feiras, congressos e eventos, em toda a cadeia produtiva, movimentou cerca de R$ 16 bilhões. Grupos de incentivo Em eventos como Copa e Olimpíadas, um dos públicos fundamentais são os grupos de
Meetings – Reuniões
incentivo. Empresas premiam seus funcionários e clientes com viagens-prêmio a essas
A definição de uma reunião (ou meeting, em inglês) é um encontro de duas ou mais pessoas para algum objetivo de negócio. Pode ser presencial ou virtual, por meio de
competições. Esses grupos são formados em geral por um público de alto poder aquisitivo e formador de opinião.
tecnologias interativas, como videoconferência e reuniões híbridas (presencial e virtual).
Fora do período desses eventos, existe um grande mercado de incentivo que exige uma
Pode ser nas dependências das empresas ou exigir algum local específico.
série de produtos formatados para esse público. É necessário trabalhar o mapeamento de produtos e destinos brasileiros que devem ser promovidos no mercado internacional, voltados ao segmento. 70% dos turistas dos megaeventos esportivos são provenientes de programas de incentivo.
Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília/DF
18
19
Conferences, conventions and congresses – Conferências, convenções e congressos
Exhibitions – Exposições
Conferências, convenções e congressos são eventos com o objetivo de discutir um
indústria ou segmento específico possam promover, lançar e demonstrar produtos e serviços.
tema específico.
Exposições ou feiras comerciais são eventos organizados para que as empresas de uma
Geralmente são feitas em centros de eventos que proporcionam visitação do público.
Em uma conferência, as ideias inovadoras ou propostas são passadas aos participantes e as novas tendências e informações são debatidas em vários dias, com público específico. Ex.: conferência de negócios para pessoas que trabalham na mesma empresa ou indústria: uma reunião para discutir as novas tendências e oportunidades relacionadas ao negócio.
Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília/DF
Para se atingir o objetivo de um evento de sucesso, é necessário entender exatamente o que o cliente deseja. CentroSul – Centro de Convenções de Florianópolis/SC
O Brasil possui atualmente vários novos equipamentos (centros de eventos, estádios, aeroportos, hotéis, restaurantes etc.) e fornecedores mais engajados, porém, ainda há espaço para mais profissionalização e crescimento, com um olhar mais atento para o cliente corporativo.
20
21
Conclusão O segmento corporativo exerce um importante papel na cadeia do turismo e na geração de divisas para o País. Eventos e viagens corporativas impulsionam a economia, uma vez que atraem pessoas que talvez não visitariam o destino por outras motivações; proporcionam uma melhor utilização da rede hoteleira, com ocupação em períodos de baixa temporada; possibilitam novos investimentos em infraestrutura, já que o perfil do turista corporativo sugere serviços mais qualificados e específicos como espaços tecnológicos para a realização de eventos e aeroportos com salas informatizadas; e, ainda, oferecem a oportunidade de pós-tour aos participantes, incrementando a sua estadia e agregando valor aos destinos visitados. Os visitantes corporativos, além de levar boas lembranças das cidades por onde passam, podem deixar suas experiências e traços culturais, ajudando no desenvolvimento não apenas econômico, mas também social dos destinos visitados. Essa aproximação entre nações eleva o padrão, coloca em pauta aspectos que devem ser melhorados para receber o turista e que, por consequência, resultam no melhoramento da qualidade de vida da população local, como já pode ser observado, em grande escala, com a realização dos megaeventos esportivos.
Para mais informações sobre este mercado, poderão ser consultados os sites da Alagev Abracorp, Abeoc, Academia de Viagens Corporativas, FOHB, Embratur e Ministério do Turismo.
22