Envelhecer com Qualidade
Qualidade de vida e Bem estar dos Idosos Resumo Geral Objectivos: Ideia/Concretização/Maqueta: Experimentação/Resultados:
Estratégia de Comunicação
1. Envelhecimento Envelhecimento Físico/Mental, Socio-‐Cultural e Economico
2. Envelhecimento em Portugal Envelhecimento Social Envelhecimento Económico Envelhecimento Cultural Envelhecimento Físico/Mental
Doenças Comuns na 3ª Idade
Artrite Reumatoide
É uma doença reumática inflamatória crónica de etiologia desconhecida. Ocorre em todas as idades e apresenta, como manifestação predominante, o envolvimento repetido e habitualmente crónico das estruturas articulares e periarticulares. Pode, contudo, afectar o tecido conjuntivo em qualquer parte do organismo e originar as mais variadas manifestações sistémicas. Quando não tratada precoce e correctamente, a artrite reumatóide acarreta, em geral, graves consequências para os doentes, traduzidas em incapacidade funcional e para o trabalho. Tem elevada comorbilidade e mortalidade acrescida em relação à população em geral.
Factores de risco
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Género – as mulheres são frequentemente mais afectadas ( quatro mulheres para um homem); Idade – é, sobretudo, uma dornça dos adultos jovens e das mulheres pósmenopáusicas;
Historial da doença e vacinação – esporadicamente, surgem casos de artrite depois de infecções por parvovírus e vírus da rubéola ou vacinações para a rubéola, tétano, hepatite B e influenza.
Formas de prevenção
Entre os factores de protecção sugeridos destacam-‐se a gravidez, o uso de contraceptivos orais e a ingestão moderada de álcool. O diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que esta doença, diagnosticada nos primeiros três a seis meses do seu curso clínico e tratada correctamente, tem grandes probabilidades de não evoluir para a incapacidade funcional para o trabalho, diminuir a comorbilidade e não reduzir a esperança média de vida. Não podemos evitar o surgimento da doença. A prevenção destina-‐se, fundamentalmente, a diminuir a gravidade da doença, de forma a reduzir a incapacidade funcional e a melhorar a qualidade de vida.
Como se diagnostica
O diagnóstico precoce é feito com base na verificação de: -‐ -‐
Tumefacção de três ou mais articulações; Envolvimento das articulações metacarpofalângicas e/ou metatarsofalângicas;
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Rigidez matinal superior a trinta minutos; Simetria do envolvimento articular.
Não basta fazer exames laborais e radiografias para estabelecer o diagnóstico. É necessário realizar outros exames, como a cintigrafia, a ultrassonografia e a ressonância magnética nuclear, pois são estes que revelam sinovite (inflamação da membrana sinovial) ao termo de apenas algumas semanas.
Como se trata Nos últimos 15 anos, o tratamento da artrite reumatóide evoluiu significativamente, em consequência da avaliação da actividade inflamatória, do conhecimento dos factores de pior prognóstico, do uso precoce de fármacos anti-‐ reumáticos de acção lenta, do aparecimento de terapêutica combinada e, mais recentemente, da terapêutica biológica. Os doentes com artrite reumatóide devem ser acompanhados por um médico reumatologista.
Gota É um dirtúrbio do metabolismo do ácido úrico através do qual este se deposita em vários tecidos do organismo, tais como articulações e tendões, na forma de cristais de urato de sódio, provocando inflamação. Os cristais formam-‐ se quando os líquidos orgânicos desenvolvem uma alta concentração de urato de sódio que excede a solubilidade limitada do composto. Este aumento pode ser atribuído à formação ou diminuição da eliminação renal e, secundariamente, intestinal. Podem, também ocorrer os dois factores.
Quem pode ter gota Mais de 90% dos docentes que desenvolvem Gota primária são homens. Com maior incidência entre os 40 e os 50 anos de idade, principalmente em obesos com vida sedentária e em consumidores de bebidas alcoólicas e bebidas gasosas, como a cerveja. As mulheres raramente desenvolvem Gota antes da menopausa e geralmente têm mais de 60 anos de idade quando a desenvolvem. A manifestação da Gota é muito rar em crianças e em mulheres com menos de 30 anos.
Como se manifesta Crises iniciais de Gota podem ser precipitadas pelo abuso de alimentos ricos em purina, especialmente em combinação com o álcool. As crises também podem ser precipitadas por traumatismos menores, por uma cirurgia, por fadiga, stress emocional ou outros distúrbios clínicos, tais como uma infecção. A Gota é caracterizada, inicialmente, por ataques recorrentes de artrite aguda, provocados pela precipitação, nos espaços articulares, de cristais de urato monossódico provenientes dos fluidos corporais hipersaturados. Numa descrição clássica de crise aguda de Gota, observou-‐se que a dor frequentemente começa á noite e é intensa o sufeciente para despertar o doente. Embora qualquer articulação possa ser afectada, mais de metade das crises iniciais atingem o hálux (dedo grande do pé) – aproximadamente 90% dos doentes com Gota. A dor inicial de uma crise de Gota tem sido descrita como lancinante e é frequentemente mais grave até alcançar um ponto em que o doente não consegue se quer tolerar o toque da roupa ou as vibrações criadas por uma outra pessoa que entre no quarto. A crise aguda é caracterizada por insónia, incapacidade de encontrar uma posição confortável e pelo desenvolvimento de sinais semelhantes aos de uma infecção aguda, tais como tumefação, pele brilhante e avermelhada ou arroxeada. Sinais sistémicos de doença, tais como frequência cardíaca rápida, mal-‐estar e número elevado de leucócitos, podem também ocorrer. As crises leves geralmente desaparecem depois de um ou dois dias, enquanto que as crises mais graves evoluem rapidamente para uma dor crescente em apenas algumas horas e podem permanecer nesse nível por um a
três dias, antes de ceder lentamente durante uma semana ou mais. O desaparecimento completo dos sintomas pode levar várias semanas. Os episódios dolorosos são repetidos e a situação tende a intensificar-‐se, caso esse processo não seja controlado, havendo então possibilidade de deformação das articulações. A agressão constante das articulações pelos cristais de urato faz com que ocorram focos inflamatórios conhecidos como tofos. O seu aparecimento ocorre após alguns anos de doença, formando-‐se deformidades pelo acumular de cristais de urato em nódulos pequenos, moles, subcutâneos, nos cotovelos, dedos ou dorso das mãos, nos pés ou em qualquer outra articulação. Também nos tendões, na cartilagem do pavilhão auricular, na membrana sinovial e no osso subcondal. Os doentes com Gota ou com excesso de ácido úrico, podem evoluir para um quadro de insuficiência renal. Isto deve-‐se ao facto de este órgão ser uma das vias de eliminação do ácido úrico. Os problemas decorrem da maior possibilidade de formação de cálculos de urato, prejudicando o seu funcionamento.
Como se trata
Em doentes com Gota, o tratamento visa eliminar as crises agudas e a correcção da hiperuricémia subjacente. O tratamento deve também ser direccionado para a reversão de quaisquer complicações que se tenham desenvolvido, levando em consideração quaisquer processos patológicos coexistentes. É necessário evitar os factores desencadeantes ou que propiciam a formação de ácido úrico suprimido: evitar a ingestão de determinados alimentos ricos em purina, combater a obesidade e a vida sedentária, e restrição alcoólica. Além disso, um aumento da ingestão de líquidos para optimizar a taxa de fluxo urinário e uma alcalinização da urina podem também ser benéficos. As crises agudas de Gota são geralmente controladas com colchicina, AINE ou corticosteróides injectados no espaço articular. Dessas opções, poder-‐ se-‐á preferir os AINE, uma vez que eles apresentam um início de acção mais rápido. O tratamento com AINE frequentemente começa a proporcionar um alívio 2 horas após a dose inicial. No entanto, devem ser usados com precaução em doentes com insuficiência renal, hipertensão, úlcera péptica ou gastropatia. A colchicina e os AINE podem, também, ser usados como tratamento profilático para prevenir crises agudas, especialmente ao instituir tratamento anti-‐ hiperuricémico.
Doença de Parkinson A doença de Parkinson é uma perturbação degenerativa e lentamente progressiva do sistema nervoso que apresenta várias características particulares: tremor em repouso, lentidão na iniciação de movimentos e rigidez muscular. A doença de Parkinson afecta cerca de 1 % da população com mais de 65 anos e 0,4 % da população com mais de 40 anos.
Causas
Na profundidade do cérebro existe uma área conhecida como os gânglios basais. Quando o cérebro inicia uma acção como a de levantar um braço, os neurónios nos gânglios basais contribuem para a precisão e a uniformidade dos movimentos e coordenam as mudanças de posição. Os gânglios basais processam os sinais e transmitem a informação ao tálamo, que selecciona os impulsos processados e os envia para o córtex cerebral. Todos estes sinais se transmitem através de neurotransmissores químicos sob a forma de impulsos eléctricos pelas vias nervosas. A dopamina é o principal neurotransmissor dos gânglios basais. Na doença de Parkinson produz-‐se uma degenerescência nas células dos gânglios basais que ocasiona uma perda ou uma interferência na acção da dopamina e leva a menos conexões com outras células nervosas e músculos. A causa da degenerescência das células nervosas e da perda de dopamina, habitualmente, não é conhecida. O factor genético não parece desempenhar um papel importante, embora a doença às vezes tenda a afectar famílias. Há ocasiões em que se pode conhecer a causa. Em alguns casos a doença de Parkinson é uma complicação tardia da encefalite viral, uma infecção semelhante à gripe, relativamente pouco frequente mas grave, que causa a inflamação do cérebro. Noutros casos, a doença de Parkinson deve-‐se a processos degenerativos, fármacos ou produtos tóxicos que interferem ou inibem a acção da dopamina no cérebro. Por exemplo, os antipsicóticos utilizados no tratamento da paranóia grave e da esquizofrenia interferem com a acção da dopamina sobre as células nervosas. Igualmente, uma forma de opiáceo sintetizado ilegalmente e conhecido como N-‐MPTP pode causar uma doença de Parkinson grave.
Sintomas e Diagnóstico
A doença de Parkinson inicia-‐se, frequentemente, de forma insidiosa e avança de forma gradual. Em muitas pessoas inicia-‐se como um tremor da mão quando está em repouso. O tremor é máximo em repouso, diminui com o movimento voluntário da mão e desaparece durante o sono. O tremor, leve e rítmico, intensifica-‐se com a tensão emocional ou o cansaço. Embora o tremor apareça numa mão, no final pode passar para a outra e afectar braços e pernas. Podem ser afectadas também a mandíbula, a língua, a fronte e as pálpebras. O tremor não constitui o primeiro sintoma num terço das pessoas com a doença de Parkinson; noutras, torna-‐se menos visível à medida que a doença progride e muitos nunca chegam a manifestar tremor. A dificuldade para iniciar o movimento é particularmente importante e a rigidez muscular dificulta ainda mais a mobilidade. Quando o antebraço é flectido ou estendido por outra pessoa, pode perceber-‐se a rigidez e uma espécie de rangido. A rigidez e a imobilidade podem contribuir para produzir dores musculares e sensação de cansaço. A combinação de todos estes sintomas causa muitas dificuldades. A deterioração no controlo da musculatura das mãos provoca uma dificuldade crescente para as actividades diárias, como abotoar os botões da camisa ou atar os atacadores. Para a pessoa com doença de Parkinson dar um passo implica um esforço e a marcha, muitas vezes, é a passos curtos arrastando os pés e sem o compasso do balanceamento habitual dos braços. Ao iniciarem a marcha, algumas pessoas experimentam dificuldades para parar ou virar. O passo pode acelerar-‐se inadvertidamente, o que obriga a pessoa a encurtar o percurso para evitar a queda. A postura curva-‐se e é-‐lhe difícil manter o equilíbrio, o que cria uma tendência para cair para a frente ou para trás. As feições são menos expressivas devido à imobilidade dos músculos da cara responsáveis pela expressão. Às vezes, esta falta de expressão confunde-‐se com uma depressão, embora muitas pessoas com a doença de Parkinson se tornem efectivamente depressivas. Com o tempo a cara adquire um olhar perdido, com a boca aberta e uma diminuição do pestanejar. É frequente que estas pessoas se babem ou se engasguem como consequência da rigidez muscular na cara e na garganta, o que dificulta a deglutição. Os doentes que sofrem de Parkinson costumam falar sussurrando com voz monótona e podem gaguejar devido à dificuldade que têm para exprimir os seus pensamentos. A maioria mantém uma inteligência normal, mas muitos desenvolvem demência.
Tratamento Na abordagem terapêutica da doença de Parkinson pode utilizar-‐se uma ampla variedade de medicamentos, incluindo a levodopa, a bromocriptina, o pergolide, a selegilina, anticolinérgicos (benzatropina ou tri-‐hexifenidilo), anti-‐ histamínicos, antidepressivos, propranolol e amantadina. Nenhum destes fármacos cura a doença nem suprime a sua evolução, mas facilitam o movimento
e durante anos estes doentes podem levar a cabo uma vida funcionalmente activa. No cérebro a levodopa transforma-‐se em dopamina. Este fármaco reduz o tremor e a rigidez muscular e melhora o movimento. A administração de levodopa em pessoas com uma forma ligeira de doença de Parkinson pode levá-‐ las a recuperar uma actividade praticamente normal, e inclusive algumas, que se viram obrigadas a permanecer na cama, podem voltar a movimentar-‐se por si mesmas. O tratamento preferido para a doença de Parkinson é levodopa-‐ carbidopa, mas torna-‐se difícil encontrar o equilíbrio da melhor dose para um doente em particular. A carbidopa possibilita que a levodopa alcance mais eficazmente o cérebro e diminui os efeitos adversos da levodopa fora do mesmo. Certos efeitos secundários (como movimentos involuntários da boca, da cara e dos membros) podem limitar a quantidade de levodopa que uma pessoa pode tolerar. O tratamento prolongado com levodopa durante vários anos significa, para algumas pessoas, ter de suportar movimentos involuntários da língua e dos lábios, gesticulações e sacudidelas da cabeça e espasmos nos membros. Alguns especialistas julgam que associar ou substituir a bromocriptina por levodopa durante os anos iniciais do tratamento pode atrasar o aparecimento dos movimentos involuntários. Com o passar dos anos vão-‐se reduzindo os períodos de alívio que acompanham cada dose de levodopa-‐carbidopa e períodos de dificuldade em iniciar o movimento alternam com outros de hiperactividade incontrolável. Em questão de segundos, a pessoa pode passar de um estado de mobilidade aceitável a outro de incapacidade grave do movimento (o efeito on-‐ off). Após cinco anos de tratamento com levodopa, mais de 50 % dos doentes experimentam estas flutuações abruptas. É possível controlá-‐las reduzindo a dose de levodopa e administrando-‐a de forma mais frequente. Através do transplante para o cérebro de pessoas com a doença de Parkinson de células nervosas provenientes de tecido fetal humano podem normalizar-‐se as alterações químicas da doença, mas não existe informação suficiente para recomendar este procedimento. Um procedimento experimental anterior consistia em transplantar um fragmento de glândula supra-‐renal do próprio afectado para o seu cérebro, mas tal procedimento desvalorizou-‐se porque se revelou um benefício muito modesto em comparação com o risco. A prática diária do máximo de actividades físicas possíveis e o seguimento de um programa regular de exercícios podem contribuir para que os afectados pela doença de Parkinson mantenham a mobilidade. A fisioterapia e as ajudas mecânicas (como as cadeiras de rodas) podem ser úteis para restabelecer um grau suficiente de autonomia. Uma dieta rica em fibras e uma ingestão adequada de alimentos contribuirão para combater a obstipação que pode ocorrer devido à inactividade, à desidratação e ao uso de alguns fármacos. Neste sentido é útil acrescentar suplementos à dieta e tomar laxantes para manter a regularidade da função intestinal. Deve prestar-‐se uma atenção especial à dieta porque a rigidez muscular pode dificultar a deglutição, e às vezes de forma grave, o que a longo prazo pode produzir desnutrição.
Incontinência Urinária A Sociedade Internacional da Incontinência define incontinência urinária
como uma perda involuntária de urina suficientemente grave para assumir consequências sociais e/ou higiénicas. Tipos de Incontinência Urinária -‐incontinência de esforço -‐ perda de urina associada com actividades que aumentam a pressão intra-‐abdominal (tossir, espirrar, rir, levantar pesos, fazer exercício físico). Não ocorre com a pessoa deitada. Deve-‐se à fraqueza dos músculos pélvicos que conduz a um esfíncter deficiente. Isto pode acontecer nas mulheres que tiveram muitos filhos ou doentes que foram submetidos a cirurgia pélvica. -‐incontinência de urgência -‐ perda involuntária de urina precedida por uma sensação forte para urinar. Não está relacionada com a posição nem com a actividade. Resulta de uma disfunção do músculo detrusor, que tem uma resposta exagerada. Acontece nas situações de inflamação da bexiga ou de perturbação dos nervos, como é o caso da diabetes. -‐incontinência mista -‐ combinação da incontinência de esforço e de urgência. É mais comum nas mulheres idosas. -‐incontinência de extravasamento -‐ resulta da hiperdistensão crónica da bexiga por retenção urinária, que recebe uma quantidade de urina adicional, fazendo exceder a pressão intravesical em relação à resistência de saída da urina e, permitindo que se escape uma pequena quantidade de urina. Pode resultar de um músculo detrusor que não contrai ou de um esfíncter laxo ou pouco activo devido a drogas, diabetes, lesões da medula espinhal. Nos homens geralmente é secundária à obstrução causada por uma próstata aumentada (hiperplasia benigna da prostata ou cancro), nas mulheres pode ser devida a prolapso genital (útero desliza para a vagina). -‐incontinência total -‐ ocorre a todas as horas e em qualquer posição. Resulta da ineficácia do esfíncter após uma cirurgia, por lesão dos nervos ou infiltração cancerosa; ou de uma anomalia anatómica congénita ou adquirida, como é o caso de bexiga ou orifícios da uretra em posição anómala e fístulas (orifícios de comunicação directa) entre a bexiga e a vagina.
Como se diagnostica Para se definir o diagnóstico de incontinência urinária é necessário
determinar o tipo de incontinência e a sua repercussão, por forma a melhor orientar o tratamento. Assim, o médico necessitará de: -‐ Avaliar os sinais e sintomas do doente, como acontece a perda de urina e em que circunstâncias. A realização de um diário das micções pelo doente poderá ser muito útil, deverá incluir os horários das micções e dos episódios de incontiência, suas circunstâncias (de dia/noite, com esforço) e características (com ou sem dor ou ardor, fluxo urinário normal ou "às pinguinhas"). -‐Realizar um exame físico, incluindo exame ginecológico e toque rectal para excluir fístulas, anomalias neurológicas e bexiga distendida. Pode ser pedido ao doente para realizar o stress test urinário, que consiste em pedir a este para tossir de pé e com a bexiga cheia, para verificar se há perda de urina. -‐Solicitar exames complementares de diagnóstico para melhor caracterização da incontinência, como poderá ser o caso de: -‐Análises de sangue e urina para determinar o funcionamento renal e excluir infecção urinária. -‐Resíduo pós-‐miccional, que é a quantidade de urina retida na bexiga após o paciente ter urinado, habitualmente medida através de ecografia, que também poderá ser realizada para visualizar a próstata e o útero para além da bexiga. -‐Cistograma (Rx com contraste) que permite visualizar o aparelho urinário e diagnosticar por exemplo anomalias anatómicas congénitas ou adquiridas. -‐Testes urodinâmicos que medem a pressão e fluxo da urina -‐Cistoscopia que permite a visualização do interior da bexiga. -‐Eletromiograma para avaliação do esfíncter urinário. O doente que apresenta queixas de incontinência urinária poderá dirigir-‐se ao seu médico de família, para fazer a investigação inicial do problema. Caso este se confirme, deverá ser orientado para um médico urologista ou ginecologista (no caso das mulheres) que também se dedique a esta área.
Como Prevenir
É possível agir sobre alguns dos factores predisponentes para a incontinência urinária, em particular nas mulheres como sejam os estilos de vida, o nível de actividade física, hábitos tabágicos, obesidade e ingestão de líquidos, hábitos de esvaziamento da bexiga ou do intestino, ingestão de irritantes como álcool, bebidas gaseificadas, chocolate, café.
Outros factores como a menopausa, as doenças pulmonares, as infecções e a medicação poderão contribuir para esta situação, pelo que o seu controle é indispensável. Os pacientes idosos e com doenças crónicas degenerativas necessitam de uma maior atenção também. O parto vaginal, a cirurgia e a radiação pélvica são reconhecidos como factores desencadeantes, pelo que deverão alertar para o possível desenvolvimento de incontinência com eventual necessidade de uma abordagem precoce. Existem factores predisponentes como os genéticos ou alterações por doenças neurológicas ou da anatomia pélvica não passíveis de prevenção.
Tratamentos disponiveis
-‐Terapia comportamental -‐Tratamento farmacológico -‐Cirurgia
O tratamento dependerá do tipo e gravidade da incontinência e também das opções do doente. Existem produtos para incontinentes que permitem diminuir as suas repercussões enquanto aguardam tratamento definitivo ou quando este não é possível ou não pretendido, como os produtos absorventes para incontinentes (pensos, fraldas descartáveis), catéteres (tubos introduzidos através da uretra até à bexiga e que fazem o esvaziamento da urina), dispositivos para recolha externa (constituídos por um tubo de drenagem que rodeia o pénis no homem ou adere à área genital na mulher e um saco colector). Para além destes, têm sido estudados outros dispositivos como medidas de suporte à incontinência urinária, caso de um adesivo descartável em esponja de poliuretano e polietileno. Este dispositivo de forma triangular aplica-‐se sobre o meato urinário promovendo o seu encerramento, apresentando uma pequena saliência que facilita a colocação e remoção. Os doentes poderão ainda beneficiar com conselhos simples como: -‐Restringir os fluídos a 1 litro / dia se a frequência das micções é intensa -‐Deixar de fumar, em particular se o doente tem tosse crónica -‐Tratar a obstipação -‐Fazer exercícios para reforço da musculatura pélvica no pós-‐parto -‐Iniciar terapêutica hormonal de substituição na menopausa -‐Abordar o seu médico no sentido de parar ou reduzir os diuréticos (com eventual necessidade de substituição por outros medicamentos)
Diabetes Mellitus A diabetes mellitus é uma perturbação em que os valores sanguíneos de glicose (um açúcar simples) são anormalmente altos dado que o organismo não liberta insulina ou utiliza-‐a inadequadamente. Com frequência os médicos usam o nome completo de diabetes mellitus para distinguir esta doença da diabetes insípida, mais rara. As concentrações de açúcar (glicose) no sangue variam durante o dia. Aumentam depois de cada refeição, recuperando-‐se os valores normais ao cabo de duas horas. Estes situam-‐se entre 70 e 110 miligramas por decilitro (mg/dl) de sangue durante a manhã depois de uma noite de jejum normal, sendo inferiores aos valores de 120 a 140 mg/dl ao cabo de duas horas da ingestão de alimentos ou líquidos que contenham açúcar ou outros hidratos de carbono. Os valores normais tendem a aumentar ligeiramente e de modo progressivo depois dos 50 anos de idade, sobretudo em pessoas que levam uma vida sedentária. A insulina, uma hormona produzida pelo pâncreas, é a principal substância responsável pela manutenção dos valores adequados de açúcar no sangue. Permite que a glicose seja transportada para o interior das células, de modo que estas produzam energia ou armazenem a glicose até que a sua utilização seja necessária. A elevação das concentrações de açúcar no sangue depois de comer ou beber estimula o pâncreas para produzir a insulina, a qual evita um maior aumento dos valores de açúcar e provoca a sua descida gradual. Dado que os músculos utilizam glicose para produzir energia, os valores de açúcar no sangue também diminuem durante a actividade física.
Causas
A diabetes manifesta-‐se quando o corpo não produz a quantidade suficiente de insulina para que os valores sanguíneos de açúcar se mantenham normais ou quando as células não respondem adequadamente à insulina. Na denominada diabetes mellitus tipo I (diabetes insulinodependente), a produção de insulina é escassa ou nula. Apesar de se tratar de uma doença com uma alta prevalência, só 10 % de todos os diabéticos tem a doença tipo I. A maior parte dos doentes que sofrem de diabetes tipo I desenvolvem a doença antes dos 30 anos. Os cientistas acreditam que um factor ambiental (possivelmente uma infecção viral ou um factor nutricional na infância ou na adolescência) provoca a destruição, pelo sistema imunitário, das células que produzem a insulina no pâncreas. É mais provável que seja necessária uma predisposição genética para que isto aconteça. Seja como for, na diabetes tipo I mais de 90 % das células que produzem a insulina no pâncreas (células beta) são destruídas de uma forma irreversível. A deficiência insulínica consequente é grave e, para sobreviver, uma pessoa com esta afecção deve injectar-‐se regularmente com insulina. Na diabetes mellitus tipo II (diabetes não insulinodependente), o
pâncreas continua a produzir insulina, inclusive em valores mais elevados que os normais. Contudo, o organismo desenvolve uma resistência aos seus efeitos e o resultado é um relativo défice insulínico. A diabetes tipo II aparece nas crianças e nos adolescentes, mas em geral começa depois dos 30 anos e é mais frequente a partir desta idade. Cerca de 15 % dos doentes maiores de 70 anos sofrem de diabetes tipo II. A obesidade é um factor de risco para a diabetes tipo II, já que os obesos se contam entre 80 % e 90 % das pessoas que sofrem desta doença. Também certas etnias e alguns grupos culturais correm um maior risco de desenvolver esta perturbação, sendo frequente, entre os que a sofrem, a existência de antecedentes familiares. Outras causas menos comuns da diabetes são os valores anormalmente altos de corticosteróides, a gravidez (diabetes gestacional) e os medicamentos e substâncias tóxicas que interferem com a produção ou os efeitos da insulina, aumentando os valores de açúcar no sangue.
Sintomas Os primeiros sintomas da diabetes relacionam-‐se com os efeitos
directos da alta concentração de açúcar no sangue. Quando este valor aumenta acima dos 160 a 180 mg/dl, a glicose passa para a urina. Quando o valor é ainda mais alto, os rins segregam uma quantidade adicional de água para diluir as grandes quantidades de glicose perdida. Dado que produzem urina excessiva, eliminam-‐se grandes volumes de urina (poliúria) e, por conseguinte, aparece uma sensação anormal de sede (polidipsia). Como se perdem demasiadas calorias na urina, também se dá uma perda de peso e, como compensação, a pessoa sente muitas vezes uma fome exagerada (polifagia). Outros sintomas compreendem visão esfumada, sonolência, náuseas e uma diminuição da resistência durante o exercício físico. Por outro lado, se a diabetes está mal controlada, os doentes são mais vulneráveis às infecções. Por causa da gravidade do défice insulínico, é frequente que nos casos de diabetes tipo I se perca peso antes do tratamento. Em contrapartida, não acontece a mesma coisa na diabetes tipo II. Nos diabéticos tipo I os sintomas iniciam-‐se de forma súbita e podem evoluir rapidamente para uma afecção chamada cetoacidose diabética. Apesar dos elevados valores de açúcar no sangue, a maioria das células não podem utilizar o açúcar sem a insulina e, portanto, recorrem a outras fontes de energia. As células gordas começam a decompor-‐se e produzem corpos cetónicos, compostos químicos tóxicos que podem produzir acidez do sangue (cetoacidose). Os sintomas iniciais da cetoacidose diabética são: sede e micção excessivas, perda de peso, náuseas, vómitos, esgotamento e, sobretudo em crianças, dor abdominal. A respiração torna-‐se profunda e rápida porque o organismo tenta corrigir a acidez do sangue. A respiração da pessoa cheira a acetona. Se não se fizer nenhum tratamento, a cetoacidose diabética pode progredir e levar ao coma, por vezes em poucas horas. Os pacientes que sofrem de diabetes tipo I podem mostrar os sintomas da cetoacidose, mesmo depois de iniciado o tratamento com insulina, se se esquecerem de uma injecção ou se tiverem uma infecção, um acidente ou uma
doença grave. A diabetes tipo II pode não causar qualquer sintoma durante anos ou décadas. Quando a deficiência insulínica progride, os sintomas começam a manifestar-‐se. No princípio, o aumento da micção e da sede são moderados, embora piorem gradualmente com o decurso do tempo. A cetoacidose é uma afecção rara. Se a concentração de açúcar no sangue for muito elevada (superior a 1000 mg/dl), em geral devido ao stress provocado por uma infecção ou um medicamento, produz-‐se desidratação grave, confusão mental, sonolência, convulsões e uma afecção denominada coma hiperglicémico hiperosmolar não cetósico. Diagnóstico Estabelece-se o diagnóstico de diabetes quando uma pessoa tem valores anormalmente elevados de açúcar no sangue. Muitas vezes controlam-se os valores de açúcar no sangue durante um exame anual de rotina ou durante um exame clínico que se realize antes da integração num novo emprego ou da prática de desporto. Também podem efectuar-se análises para determinar a possível causa de sintomas, como aumento da sede, da micção ou da fome, ou se existirem factores de risco característicos, como antecedentes familiares de diabetes, obesidade, infecções frequentes ou qualquer outra complicação associada com a diabetes. Para medir a concentração de açúcar no sangue obtém-se uma amostra de sangue do doente, que deverá estar em jejum pelo menos 8 horas antes do exame, podendo-se também obter depois de comer. É normal um certo grau de elevação dos valores do açúcar no sangue depois de comer, mas mesmo então os valores não deverão ser muito elevados. Nas pessoas com mais de 65 anos é melhor realizar o exame em jejum, dado que os idosos têm um maior aumento das concentrações de açúcar no sangue depois das refeições. Há outro tipo de análise de sangue, chamado a prova de tolerância oral à glicose, que se realiza em certos casos, como quando se suspeita que uma mulher grávida tem diabetes gestacional. Nesta prova obtém-se uma amostra de sangue em jejum para medir o valor de açúcar e fornece-se ao doente uma solução especial para beber, a qual contém uma quantidade normalizada de glicose. Durante as 2 ou 3 horas seguintes colhem-se várias amostras de sangue.
Tratamento
O objectivo principal do tratamento da diabetes é manter os valores de açúcar no sangue dentro dos valores normais tanto quanto possível. Embora seja difícil manter valores completamente normais, deve-‐se tentar que estejam na medida do possível perto da normalidade, para que seja menor a probabilidade de complicações, quer sejam temporárias, quer a longo prazo. O principal problema ao tentar controlar rigorosamente os valores de açúcar no
sangue é que se produza uma diminuição não desejada dos mesmos (hipoglicemia). O tratamento da diabetes requer o controlo do peso, exercício e dieta. Em muitos casos de diabetes tipo II, a administração de medicamentos não seria necessária se os doentes obesos perdessem peso e fizessem exercício com regularidade. Contudo, reduzir o peso e aumentar os exercícios é difícil para a maioria dos diabéticos. Por conseguinte, com frequência é necessário recorrer a uma terapia substitutiva ou então a uma medicação oral com hipoglicemiantes. O exercício favorece a descida directa das concentrações de açúcar no sangue e reduz a quantidade necessária de insulina. A dieta é muito importante. Em geral, os diabéticos não devem comer demasiados alimentos doces e têm de regular as suas refeições com um programa uniforme. Contudo, comer um bocadinho antes de deitar ou durante a tarde evita por vezes a hipoglicemia nas pessoas que se injectam com uma insulina de acção intermédia de manhã ou à tarde. Dado que as pessoas com diabetes têm também tendência a apresentar valores altos de colesterol, os dietistas em geral recomendam limitar a ingestão de gorduras saturadas. Não obstante, o melhor modo de reduzir os valores do colesterol é controlar as concentrações de açúcar no sangue e o peso corporal. Outra estratégia a seguir é fornecer ao diabético toda a informação que seja considerada necessária sobre a sua doença e que o pode ajudar a controlá-‐-‐ la. A este respeito, requer-‐se pessoal de enfermagem preparado em educação sobre a diabetes. Todos os diabéticos devem saber como a dieta e os exercícios afectam os valores de açúcar no sangue e estar conscientes de como evitar as complicações, por exemplo, controlando as ulcerações da pele. Também devem ter especial cuidado em evitar as infecções dos pés. Para tal seria útil recorrer a um pedicuro para cortar as unhas dos pés. As inspecções oculares anuais são essenciais para controlar possíveis alterações dos vasos sanguíneos, as quais podem ocasionar cegueira (retinopatia diabética). Em caso de lesões ou de aumento ou descida das concentrações de açúcar no sangue, os diabéticos deverão levar sempre consigo um cartão ou usar uma pulseira de alerta médico que identifique a doença. Se os profissionais de saúde souberem da existência de diabetes, podem iniciar rapidamente um tratamento que salve a vida do afectado.
Supervisão do tratamento
O controlo dos valores de açúcar no sangue é uma parte essencial do tratamento da diabetes. Apesar de o controlo da urina permitir detectar a presença de glicose, não é um bom método para efectuar um acompanhamento do tratamento ou para adaptar a terapêutica. Felizmente, os valores de açúcar podem ser facilmente medidos no próprio domicílio do doente. Obtém-se uma gota de sangue picando a ponta do dedo com uma pequena lanceta. A lanceta suporta uma agulha minúscula que pode picar o dedo ou ser colocada num dispositivo com uma mola que a introduz na pele. A maior parte dos diabéticos acha a picada quase indolor. A seguir, coloca-se uma gota de sangue sobre uma fita reactiva. Em presença de açúcar, a fita reactiva muda de cor ou
experimenta qualquer outra mudança química. Esta mudança de coloração pode ser suficientemente significativa para se obter o valor de açúcar no sangue quando for comparada com as cores impressas num gráfico. Um sistema melhor e mais preciso é usar uma máquina que lê as mudanças na fita de prova e informa o resultado sobre um monitor digital. As máquinas são pequenas, do tamanho de uma esferográfica ou de um pacote de cigarros, e a maioria delas calcula quanto dura a reacção e lê o resultado automaticamente. As pessoas com diabetes devem registar os seus valores de açúcar no sangue e informar o médico a esse respeito. Este aconselha-as sobre a adaptação da dose de insulina ou do medicamento hipoglicemiante oral. Em alguns casos e durante as visitas sucessivas do doente, o médico ou a enfermeira podem ensinar-lhe como adaptar a dose de insulina. Os médicos usam uma análise de sangue que é o estudo da hemoglobina glicosilada (hemoglobina A1C) para vigiar o curso do tratamento. Quando a concentração de açúcar no sangue é elevada, as mudanças detectam-se na hemoglobina, a substância química que transporta o oxigénio para o sangue, e são directamente proporcionais à concentração de açúcar no sangue durante um período prolongado. Desta maneira, ao contrário da medição do açúcar no sangue que revela o valor num momento determinado, a medição da hemoglobina glicosilada revela o grau de controlo de açúcar durante as semanas anteriores. O valor normal desta hemoglobina é inferior a 7 %. Em muito poucas ocasiões os diabéticos chegam a valores semelhantes, mas um controlo rigoroso tem por objectivo alcançá-los. Os valores superiores a 9 % denotam um escasso controlo e os que são superiores a 12 %, um controlo deficiente. A maior parte dos médicos especializados em diabetes recomenda que se avalie a hemoglobina glicosilada cada 3 a 6 meses.
Tratamento das Complicações Tanto a insulina como os medicamentos orais podem baixar em
demasia os valores de açúcar no sangue e causar hipoglicemia. Esta última também se verifica se um diabético come pouco, ou não o faz quando deve, ou pratica exercícios intensivos sem comer. Quando os valores de açúcar no sangue são muito baixos, o primeiro órgão afectado é o cérebro. Para proteger o cérebro, o organismo começa imediatamente a fabricar glicose a partir das reservas de glicogénio do fígado. Este processo implica a libertação de adrenalina, o que tende a provocar fome, ansiedade, aumento do estado de alerta e tremores. A falta de glicose no cérebro pode causar dor de cabeça. A hipoglicemia deve ser tratada com rapidez porque em poucos minutos se reveste de extrema gravidade e causa confusão crescente, coma e, em raras ocasiões, lesão permanente do cérebro. Ao primeiro sinal de hipoglicemia deverá ingerir-‐se alguma forma de açúcar. Por conseguinte, as pessoas com diabetes deverão trazer sempre consigo caramelos, torrões de açúcar ou tabletes de glicose para tratar os episódios de hipoglicemia. Outras opções são beber um copo de leite (que contém lactose, um tipo de açúcar), água açucarada ou sumo de frutas ou comer um bocado de bolo, um pouco de fruta ou outro alimento doce. No que se refere à diabetes tipo I, deverá trazer-‐se sempre ou ter à mão glucagina (uma hormona que eleva os valores de açúcar no sangue), que se injecta quando não é possível tomar qualquer alimento que contenha açúcar.
A cetoacidose diabética é uma urgência médica. Sem um bom tratamento imediato, pode causar o coma e a morte. É necessária a hospitalização, geralmente numa unidade de cuidados intensivos. Administram-‐se grandes quantidades de líquidos endovenosos juntamente com electrólitos, como sódio, potássio, cloro e fosfato, para substituir os que se perderam com a micção excessiva. A insulina é fornecida por via endovenosa de maneira a actuar velozmente e a tornar a dose adaptável. Os valores sanguíneos de glicose, corpos cetónicos e electrólitos medem-‐se de poucas em poucas horas, o que permite adaptar o tratamento às necessidades de cada momento. Também se devem colher amostras de sangue arterial para determinar a sua acidez. Em algumas ocasiões, são necessários tratamentos adicionais para corrigir a acidez, embora o controlo dos valores sanguíneos de açúcar e a substituição dos electrólitos em geral permitam ao organismo restabelecer um equilíbrio ácido-‐básico normal. O tratamento do coma hiperglicémico hiperosmolar não cetósico é semelhante ao da cetoacidose diabética. Devem-‐se repor os líquidos e os electrólitos. Os valores de açúcar no sangue restabelecem-‐se gradualmente para evitar as mudanças repentinas de líquido no cérebro. As concentrações de açúcar no sangue são controladas com mais facilidade que a cetoacidose diabética e os problemas de acidez no sangue não são graves. A maioria das complicações a longo prazo da diabetes são progressivas, a menos que a concentração de açúcar no sangue seja controlada com rigor. A retinopatia diabética, contudo, pode ser tratada directamente. A cirurgia com raios laser pode fechar hermeticamente os vasos sanguíneos do olho que perdem sangue para evitar lesões permanentes na retina. Um tratamento antecipado com raios laser pode evitar ou atrasar de forma substancial a perda da visão.
Doenças Cardiovasculares As mais frequentes são o enfarte do miocárdio, angina de peito,
acidente vascular cerebral, hipertensão arterial e aterosclerose. A cardiopatia isquémica inclui as doenças cardíacas desencadeadas pela acumulação de gordura nas paredes de vasos e artérias provocando estreitamento, dificuldade ou obstruça ao sangue de passar. O estreitamento pode originar angina de peito e a obstrução total enfarte agudo do miocárdio. A aterosclerose atinge artérias de grande e médio calibre, é desencadeada pela acumulação de gordura, cálcio e outras substâncias nas paredes internas das artérias. A redução do calibre da artéria provoca diminuição da quantidade de sangue que consegue passar e consequente aumento do esforço do coração para bombear. Este esforço provoca hipertensão arterial sistólica. A aterosclerose provoca acidentes vasculares cerebrais e doenças nas artérias coronárias.
Diagnóstico
Quando o doente chega, o médico deve tentar saber o máximo de informações possíveis sobre o que sente, doenças anteriores, hábitos de vida e medicamentos que toma, para se poder fazer a história clínica dele. O médico pode pedir exames de sangue e electrocardiograma para confirmar o diagnóstico. Há alguns sintomas que sugerem ao médico doença cardíaca, principalmente nos idosos, nomeadamente: -‐ Dificuldade em respirar, mesmo em repouso, ou se acorda o doente durante a noite. -‐ Sensação de aperto no peito que pode irradiar até ao pescoço ou braço esquerdo durante o exercício físico. -‐ Alterações do ritmo cardíaco e pernas inchadas.
Prevenção
A prevenção é o melhor tratamento de qualquer doença. -‐ Alimentação equilibrada com abuso de legumes, vegetais, fruta e cereais -‐ Exercício físico moderado e com regularidade -‐ Não fumar -‐ Controle regular da tensão arterial, açúcar e gordura no sangue -‐ A partir dos 40 anos deve haver realização de exames periódicos de saúde. As pessoas com antecedentes familiares devem começar mais cedo.
Tratamento
O tratamento é feito com medicação que vai diminuir o esforço e aumentar a força do músculo cardíaco e consequentemente baixar a pressão arterial. O médico pode prescrever diuréticos, beta-‐bloqueantes, inibidores ECA e digitálicos.
Derrames As artérias trazem o sangue do coração para as extremidades, e as veias, munidas de válvulas, canalizam o sangue de volta para o coração. Se as válvulas não funcionarem bem, o sangue não circula eficientemente. As veias tornam-‐se dilatadas porque estão congestionadas de sangue. Esta dilatação das veias constitui as varizes e os derrames. Derrames são pequenos vasos vermelhos, azuis ou cor de púrpura, na superfície da pele. As varizes são mais grossas e localizadas mais profundamente.
Causas A hereditariedade é o principal factor que contribui para o aparecimento de varizes e derrames. As mulheres mais são mais susceptíveis a esta patologia. Factores hormonais, incluindo a puberdade, gravidez, menopausa e o uso de contraceptivos (estrogéneos e progesterona) afectam a doença. É frequente na grávidas aparecerem varizes durante o primeiro trimestre. Outros factores que predispõem para a doença incluem a idade, ocupações sempre na posição de pé, obesidade e traumatismos nas pernas.
Sintomas A dor nas pernas acompanha o aparecimento de varizes e derrames. Este sintoma agrava-‐se com períodos prolongados em pé e acompanha-‐se frequentemente de sensação de peso, mal estar, cãibras, comichão, eczema ou mesmo úlcera, se a situação não for resolvida.
Tratamento
Há dois grandes grupos de tratamentos: -‐Tratamento conservador através do recurso a meias elásticas e terapêutica postural -‐Tratamento correctivo como a esclerose, laser, radiofrequência, flebotomia, cirurgia endovascular ou cirurgia tradicional.
Escleroterapia ou esclerose A escleroterapia, pode ser usada para tratar varizes e derrames. Através de uma agulha muito fina injecta-‐se nas veias uma medicação que irrita o revestimento interno das mesmas. Em resposta, as veias entram em colapso e são reabsorvidas. A escleroterapia alivia os sintomas das varizes e derrames ma maioria dos pacientes. Podem ser necessárias diversas sessões dependendo do tipo e número de varizes ou derrames a tratar, com uma ou várias injecções por sessão. Sendo o procedimento efectuado no consultório médico. As actividades normais podem ser retomadas de imediato.
Flebotomia ambulatória
A flebotomia ambulatória é um método cirúrgico para remoção das varizes que se encontram à superfície. Este método é geralmente efectuado no consultório, usando anestesia local. São usadas pequenas incisões que habitualmente, não deixam cicatrizes.
Procedimento da cirurgia endovascular com laser
Trata-‐se de um tratamento cirúrgico de última geração que consiste na inserção de uma fibra óptica na veia afectada, habitualmente a grande ou pequena safena (veia importante dos membros inferiores) O procedimento é levado a cabo com anestesia regional ou local e exige apenas um pequeno período de recobro de duas a quatro horas, podendo o paciente ter alta em seguida.
Cirurgia convencional
A cirurgia convencional destina-‐se aos casos cujas características ou gravidade impedem a utilização de um dos métodos anteriormente descritos. Pode ser efectuada usando anestesia local, epidural ou geral e maioria dos pacientes pode voltar a casa no mesmo dia do procedimento.
Pneumonia A pneumonia é um processo inflamatório agudo do pulmão. O
agente etiológico mais frequente da doença é o pneumococo de Fraenkel, sobretudo dos tipo I, II e XIV. O germe chega ao pulmão por via aérea. Implanta-‐ se e realiza a sua actividade patogénica, sendo tudo isto facilitado por afecções víricas anteriores, resfriamentos e cansaço físico intenso. A intensidade da pneumonia pneumocócica e a sua extensão lobar dependem de precedente sensibilização tecidual em relação à bactéria. Por isso, quando a bactéria torna a atacar, o organismo responde com uma viva reacção hiperérgica. -‐Fase inicial – incremento (1-‐2 dias): a doença começa com arrepios, do tipo punhalada no tórax e febre elevada. O doente tem o rosto congestionado e está dispneico, muitas vezes cianótico, acusa cefaleia intensa e tosse seca. O exame de tórax mostra à inspecção uma hipomobilidade do hemotórax atingido, confirmada pela palpação que também evidencia muita dor numa zona do tórax. Com a percussão, consegue-‐se evidenciar uma ligeira hipofonese lobar e à auscultação, no mesmo nível, há diminuição do murmúrio vesicular e a presença de fervores crepitantes inspiratórios. -‐Fase de estádio (4-‐6 dias): a febre contínua permanece elevada, a dor diminui, a dispneia e a cianose são mais intensas, aparece com frequência um herpes labial, às vezes delírio, a tosse é mais insistente, com expectoração cada vez mais abundante e cor de ferrugem. As condições gerais pioram, a diurese diminui e a frequência cardíaca aumenta. O exame objectivo evidencia melhor o aumento do frémito vocal táctil. À hipofonese segue-‐se maciez lobar e aos fervores segue-‐se o característico sopro brônquico. -‐Fase de resolução (5.º-‐7.º dias): a febre diminui e em poucas horas desaparece com grande sudorese, a dispneia e a cianose diminuem, a tosse é acompanhada de expectoração mucopurulenta, mais fluida, as condições cardio-‐ circulatórias e a diurese voltam à normalidade e confirma-‐se pelo exame físico torácico (aumento de expansibilidade, normalização do frémito, hipofonese e depois som claro pulmonar, fervores crepitantes e subcrepitantes expiratórios). Esta é a evolução normal da pneumonia, quando não há intervenção terapêutica.
Causas e Sintomas -‐Tosse com escarro escasso, febre, mal-‐estar, cefaléia; sintomas
gastrintestinais variáveis; -‐O exame fisico dos pulmões pode ser inespecífico; -‐Leucocitose leve; crioaglutininas, às vezes positivas, mas não diagnósticas;
-‐Infiltrado não-‐lobar variegado na radiografia de tórax que, com frequência, é surpreendentemente extenso; -‐Os patógenos incluern Legionella, Mycoplasma, clamídias, vírus; -‐As pneumonias típica e atípica nem sempre são distinguíveis clínica ou radiograficamente.
Diagnóstico -‐Pneumonia bacteriana;
-‐Pneumonia por Pneumocystis carinii; -‐Embolia pulmonar; -‐Insuficiência cardíaca congestiva; -‐Hemorragia alveolar difusa; -‐Doença pulmonar intersticial (pneumonite por hipersensibilidade, pneumonite criptogênica em organização).
Tratamento -‐Antibioticoterapia empírica com doxiciclina, eritromicina ou outro
macrolídio (p. ex., azitromicina), fluoroquinolona (p. ex., levofloxacino); -‐Hospitalizar como no caso da pneumonia bacteriana; A miringite bolhosa é encontrada em 5% dos pacientes com pneumonia por Mycoplasma, é tão especifica para o diagnóstico quanto a sorologia e sua verificação leva segundos em vez de dias.
Cancro
A palavra cancro é utilizada genericamente para identificar um vasto conjunto de doenças que são os tumores malignos. Os tumores malignos são muito diversos, havendo causas, formas de evolução e tratamentos diferentes para cada tipo. Há, porém, uma característica comum a todos eles: a divisão e o crescimento descontrolado das células. Existem dois tipos de tumores: os benignos e os malignos. Neoplasia é também uma designação frequente para tumor. Os tumores malignos, ao contrário dos tumores benignos, possuem duas características potenciais, que podem ou não estar expressas na altura em que a doença é diagnosticada: Podem-‐se espalhar por metástases, isto é, aparecer tecido tumoral noutros órgãos diferentes daquele de onde se origina (por exemplo: fígado, pulmão, osso, etc); Podem infiltrar outros tecidos circunvizinhos, incluindo órgãos que estão próximos. Os tumores malignos são aqueles a que normalmente chamamos cancro. As doenças cancerosas são também designadas por oncológicas. O cancro surge quando as células normais se transformam em células cancerosas ou malignas. Isto é, adquirem a capacidade de se multiplicarem e invadirem os tecidos e outros órgãos. A carcinogénese, o processo de transformação de uma célula normal em célula cancerosa, passa por diferentes fases. As substâncias responsáveis por esta transformação designam-‐se agentes carcinogéneos. São exemplos de carcinogéneos as radiações ultravioletas do sol, os agentes químicos do tabaco, etc. Para que se desenvolva um cancro é necessário que, de forma cumulativa e continuada, se produzam alterações celulares durante um largo período de tempo, geralmente durante anos. Como resultado, cresce o número de células que apresentam alterações de forma, tamanho e função e que possuem a capacidade de invadir outras partes do organismo.
Diagnóstico
Um cancro pode ser suspeitado a partir de várias pistas: as queixas que o doente refere, a observação médica, diversos exames médicos (análises, TAC -‐ tomografias axiais computorizadas e muitos outros – a definir consoante a circunstância) ou as achadas numa cirurgia. Mas para confirmar o diagnóstico de um cancro é geralmente necessário uma amostra do tumor (biópsia). A análise dessa amostra permite determinar se a lesão é um cancro ou não. Este estudo dos tecidos (análise histológica) permite classificar e saber, na maioria dos casos, quais são os tecidos e as células das
quais provém o tumor e quais são as características das mesmas. Por vezes é possível diagnosticar ou suspeitar de um cancro através da análise de células colhidas em locais de acesso superficial (citologia exfoliativa de, por exemplo, o colo do útero) ou por punção com aspiração das células (citologia aspirativa) Estes factores são fundamentais para determinar o tratamento mais adequado em cada caso. Tipos de cancro Os cancros classificam-‐se de acordo com o tipo de células avaliado pela anatomia patológica, em: -‐Carcinoma -‐ Tumor maligno que se origina em tecidos que são compostos por células epiteliais, ou seja, que estão em contacto umas com as outras, formando estruturas contínuas, como, por exemplo, a pele, as glândulas, as mucosas. Aproximadamente 80 por cento dos tumores malignos são carcinomas. -‐Sarcoma -‐ Tumor maligno que tem origem em células que estão em tecidos de ligação, por exemplo ossos, ligamentos, músculos, etc. Nestes, as células estão unidas por substância intercelular e não são epitélios, são tecidos conjuntivos. -‐Leucemia -‐ Vulgarmente conhecida como o cancro no sangue. As pessoas com leucemia apresentam um aumento considerável dos níveis de glóbulos brancos (leucócitos). Neste caso, as células cancerosas circulam no sangue e não há normalmente um tumor propriamente dito. -‐Linfoma -‐ Cancro no sistema linfático. O sistema linfático é uma rede de gânglios e pequenos vasos que existem em todo o nosso corpo e cuja função é a de combater as infecções. O linfoma afecta um grupo de células chamadas linfócitos. Os dois tipos de linfomas principais são o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin. Alguns tipos de cancro podem ser detectados precocemente. A detecção precoce e o tratamento adequado imediato levam ao prolongamento do tempo de vida. Quanto mais cedo for detectado, maior a probabilidade de cura do cancro.
Métodos de detecção
Consoante o tipo de tumor existem exames que podem permitir uma detecção precoce de alguns cancros. Para alguns tumores justifica-‐se a realização de exames de rotina a toda a população em risco para a detecção precoce de neoplasia. O tipo de exame varia consoante o tumor que se procura. Por exemplo, mamografia (radiografia das mamas) para o cancro da mama feminina ou citologia (exame das células) do colo do útero ou, ainda, pesquisa de sangue nas fezes para o cancro do intestino grosso (cólon). Nem todos os tumores justificam exames de rotina para a sua detecção em população sem sintomas ou sinais de
suspeição. O seu médico saberá quais os exames indicados e os momentos adequados para os fazer.
Sintomas Os sintomas que acompanham com maior frequência os diferentes
tipos de cancro e para os quais deve estar atento são: -‐Nódulo (caroço) ou dureza anormal no corpo. A maioria dos nódulos ou úlceras pode dever-‐se a manifestações benignas, mas não deve descurar a hipótese de se tratar de uma lesão maligna. -‐Dor persistente no tempo (que não desaparece com analgésicos) e da qual deve informar o seu médico. -‐Sinal ou verruga que se modifica. -‐Perda anormal de sangue ou outros líquidos. Uma hemorragia vaginal, urinária, pelas fezes, na expectoração, etc., pode ser um sintoma de uma doença benigna, mas também pode ser sintoma de um tumor maligno que se origina no útero, vagina, cólon ou pulmão. -‐Tosse ou rouquidão persistente. Tosse ou rouquidão que persiste mais de duas semanas e que não desaparece com tratamento sintomático deve ser analisada por um otorrinolaringologista. Deve ter especial atenção se é fumador. -‐Alteração nos hábitos digestivos, urinários ou intestinais. Na maioria das ocasiões pode tratar-‐se de uma lesão benigna. A modificação dos hábitos intestinais, a alternância dos mesmos e a alteração da cor das fezes podem indicar a necessidade de um estudo para descartar a existência de um cancro colorectal. Perda de peso não justificada. A perda de peso sem fazer dieta, mantendo os mesmos hábitos alimentares e sem aumentar a actividade física deve ser valorizada.
Testes de rastreio De acordo com uma Recomendação do Conselho da União Europeia à Comissão e aos Estados Membros, devem ser feitos os seguintes testes de rastreio: -‐Rastreio do cancro do colo do útero: realização do Teste de Papanicolau -‐ a iniciar entre os 20 e os 30 anos; -‐Rastreio do cancro da mama: realização de mamografia nas mulheres com idades compreendidas entre os 50 e os 69 anos; -‐Rastreio do cancro colorectal: pesquisa de sangue oculto nas fezes em homens e mulheres com idades compreendidas entre os 50 e os 74 anos.
A ocorrência de determinadas doenças prévias no indivíduo e, especialmente, a ocorrência de determinadas doenças oncológicas em familiares próximos podem justificar um plano de rastreio diferente, a definir pelo médico.
Factores de risco e formas de prevenção
De acordo com o código europeu contra o cancro (CECC). -‐Fumar. Não fume. Se é fumador, deixe de o ser o mais rapidamente possível. Não fume na presença de não fumadores. -‐Obesidade. Evite a obesidade. -‐Pratique, diariamente, exercício físico. -‐Aumente a ingestão diária de vegetais e frutos e limite a ingestão de alimentos contendo gorduras animais. -‐Modere o consumo de bebidas alcoólicas, tais como cerveja, vinho e bebidas espirituosas. -‐Evite a exposição demorada ou excessiva ao sol. É importante proteger as crianças, os adolescentes e os adultos com tendência para queimaduras solares. -‐Cumpra as instruções de segurança relativas a substâncias ou ambientes que possam causar cancro. -‐As mulheres devem participar no rastreio do cancro do colo do útero (Papanicolau). -‐As mulheres devem participar no rastreio do cancro da mama. -‐As mulheres e os homens devem participar no rastreio do cancro do cólon e do recto. Participe em programas de vacinação contra a Hepatite B de acordo com as normas da Direcção-‐Geral da Saúde.
Enfisema Enfisema é uma doença pulmonar obstrutiva crônica caracterizada pela dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares, o que causa a perda de capacidade respiratória e uma oxigenação insuficiente. Ela geralmente é causada pela exposição a produtos químicos tóxicos ou exposição prolongada ao fumo de tabaco. Caracteriza-‐se pela hipertrofia e hiperplasia das paredes das mucosas.
Causas
Enfisema é provocado pela destruição dos septos alveolares, o que determina que os pulmões permaneçam mais distendidos do que o normal e não se consigam esvaziar adequadamente de forma a renovar o ar presente no seu interior, sendo normalmente provocado por uma complicação da bronquite crónica, ou seja, uma inflamação persistente da mucosa que reveste a parede interior dos brônquios. Nos casos de inflamação da mucosa dos brônquios, sobretudo dos mais finos, o ar tem dificuldade em sair dos alvéolos durante a expiração, ficando retido nesses sacos e acabando, a longo prazo e se a pressão interna aumentar em demasia, por se desunir. É por isso que o tabagismo, enquanto causa mais habitual de bronquite crónica, constitui o principal factor de risco para o enfisema. É preciso referir que os pulmões devem a sua elasticidade característica ao elevado conteúdo alveolar de elastina, uma fibra que se caracteriza pela facilidade com que recupera o seu tamanho após se distender. Sempre que se produz uma inflamação dos brônquios e dos pulmões, as células defensivas destes tecidos fabricam enzimas denominadas elastases, capazes de degradar a elastina para facilitar a chegada de mais elementos defensivos. Contudo, em condições normais, estas enzimas estão impossibilitadas de provocar a destruição dos alvéolos, graças a uma substância elaborada pelo fígado, a alfa-‐1 antitripsina, que chega aos pulmões através do sangue e se encarrega de neutralizar a acção das elastases, pois um desequilíbrio entre estes dois tipos de substâncias pode favorecer o desenvolvimento do enfisema. Em caso de processos inflamatórios broncopulmonares persistentes ou muito frequentes, como acontece em quem é afectado por uma bronquite crónica, o equilíbrio entre as elastases e a alfa-‐1 antitripsina é posto em causa a favor das primeiras, o que provoca a destruição dos septos alveolares e o consequente desenvolvimento do enfisema. Contudo, este processo é mais frequente entre os fumadores, pois existem substâncias presentes no fumo do tabaco que têm tendência para desactivar a alfa-‐1 antitripsina, acentuando o seu desequilíbrio.
Sintomas e complicações À excepção de casos raros de deficiência congénita de alfa-‐1 antitripsina, a doença costuma evidenciar-‐se depois dos 60 anos e após longos antecedentes de bronquite crónica e tabagismo. As manifestações aparecem e intensificam-‐se gradualmente. 0 sintoma mais predominante é a sensação de falta de ar e a dificuldade em respirar, ou seja, a dispneia, que a pessoa afectada tenta compensar com um aumento da frequência dos movimentos respiratórios. Nas fases iniciais, a dispneia apenas se apresenta quando se produz um episódio de bronquite aguda. A médio prazo, também costuma aparecer quando se realizam esforços físicos de relativa intensidade como, por exemplo, subir escadas. No entanto, em fases mais
avançadas e, em particular, se não se decidir abandonar o hábito de fumar, a dispneia surge igualmente quando se realizam pequenos esforços físicos, tais como caminhar ou vestir. Por fim, nos casos mais graves, a sensação de falta de ar e a dificuldade respiratória são, constantes, impedindo a realização de esforços físicos tão ligeiros como falar. Por outro lado, como os episódios de bronquite aguda costumam ser muito frequentes, os sintomas próprios desta doença, tais como tosse, dor torácica difusa, febre e mal-‐estar, são igualmente muito comuns. Nas fases mais avançadas, é frequente que, devido a uma insuficiência de oxigenação dos tecidos, se manifeste cansaço, perda de apetite e perda de peso corporal. Nesta face, geralmente, o tórax adquire um aspecto característico, devido a hiperinsuflação pulmonar, como se mantivesse uma constante inspiração profunda, ou seja, um aumento do diâmetro anteroposterior, a horizontalização das costelas e o aumento do espaço intercostal. De facto, nas fases mais avançadas da doença, são muito comuns alguns problemas sérios. 0 mais frequente é a insuficiência respiratória, que se costuma manifestar por um notório aumento da dispneia e da frequência respiratória, sonolência, dor de cabeça e coloração azulada da pele e das mucosas (cianose). Outras complicações relativamente frequentes nas etapas mais avançadas são a insuficiência cardíaca e o pneumotórax, que consiste numa acumulação de ar no espaço da pleura. Em caso de defice congénito de alfa-‐1 antitripsina, as manifestações costumam surgir entre os 30 e os 40 anos de idade e as complicações, em especial a insuficiência respiratória, são mais precoces do que quando este défice não existe.
Tratamento
As lesões que caracterizam o enfisema pulmonar são irreversíveis, o tratamento consiste apenas em evitar o desenvolvimento da doença, em aliviar os sinais e sintomas e em melhorar a qualidade de vida do paciente. De facto, caso o paciente fume, a medida mais importante corresponde precisamente à abstinência do tabaco, visto que só assim se poderá prevenir o agravamento da doença. Habitualmente administram-‐se medicamentos broncodilatadores, com o objectivo de aumentar o diâmetro dos brônquios, por vezes complementados com medicamentos corticóides, para reduzir a inflamação brônquica, podendo igualmente recorrer-‐se à administração de antibióticos, para combater ou prevenir os processos infecciosos. Por outro lado, as sessões de cinesiterapia respiratória contribuem para a melhoria da função respiratória, facilitando a eliminação das secreções acumuladas nos brônquios. Nos casos de doença avançada, com insuficiência respiratória, devem ser tomadas medidas para tratar a doença, como a administração de oxigénio. Quando a situação é crítica, é necessário o internamento hospitalar do paciente para que a sua função respiratória melhore e para que possam ser solucionadas as eventuais complicações agudas.
Bronquite Crônica
Bronquite é a inflamação dos brônquios, canais pelos quais o ar chega até os alvéolos. Existem dois tipos, a bronquite aguda, que geralmente é causada por vírus ou bactérias e que dura diversos dias até semanas, e a bronquite crônica com duração de anos, não necessariamente causada por uma infecção, e geralmente faz parte de uma síndrome chamada DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). A bronquite aguda ou cronica é caracterizada por tosse e expectoração (que expulsa, por meio da tosse, secreções provenientes da traquéia, brônquios e pulmões) e sintomas relacionados à obstrução das vias aéreas pela inflamação e pelo expectorado, como dificuldade de respiração e chiados. O tratamento pode ser realizado com antibióticos, broncodilatadores, entre outros.
Causas
Em sombra de dúvida o hábito de fumar desempenha um papel importantíssimo no desenvolvimento tanto da bronquite crônica quanto do enfisema. Só para termos uma idéia, hoje já se sabe que a incidência de DPOC se eleva de 19,7% em homens que nunca fumaram para 87,7% em fumantes de mais de dois maços de cigarro por dia. Isto significa dizer que os fumantes de mais de dois maços de cigarro/dia têm um risco 4,5 vezes maior de desenvolver DPOC do que os não-‐fumantes. Os fumantes de cachimbo e charuto, por não inalarem a fumaça tão freqüentemente quanto os fumantes de cigarros, apresentam uma menor incidência de DPOC. No entanto, continuam apresentando uma incidência maior da doença do que os não-‐fumantes. Outro fator que merece ser levado em consideração no desenvolvimento da DPOC é a poluição atmosférica, especialmente o dióxido de enxôfre e as partículas suspensas de combustíveis. Embora não seja responsável diretamente pelo desenvolvimento da DPOC, o aumento da poluição aumenta a incidência desta doença em indivíduos fumantes.Indivíduos que trabalham em locais onde há fumaça constante ou partículas de substâncias químicas em suspensão também parecem ter maior risco de desenvolver DPOC. Vimos que o tabagismo é um importante fator etiológico para o desenvolvimento da DPOC. No entanto, o que irá determinar se o indivíduo apresentará bronquite crônica ou enfisema será uma predisposição genética do mesmo. Assim, um tabagista importante poderá desenvolver bronquite crônica ou enfisema, dependendo de suas características genéticas, podendo haver, muitas vezes, o aparecimento concomitante das duas patologias.
Sintomas
Falamos em bronquite crônica quando a tosse dura 3 meses seguidos e se estende por pelo menos dois anos (fonte:: Larousse Médica). Essa noção de duração explica o termo bronquite crônica. Os sintomas da bronquite crônica são os seguintes: -‐ tosse geralmente gordurosa, acompanhada de expectorações; -‐ respiração sibilante; -‐ tosse de esforço; -‐ differentes complicações respiratórias. Nesse caso também somente um médico poderá fazer o diagnóstico exato de uma bronquite crônica. Um controle regular em especial em fumantes é fortemente recomendado. Sabemos que estes têm uma probabilidade bem mais elevada que os não-‐fumantes de sofrer de bronquite crônica ou BCPO (bronquite crônica acompanhada de um enfisema pulmonar).
Tratamento
O objetivo principal do tratamento da bronquite crônica é reduzir a irritação dos tubos bronquiais. O descobrimento dos antibióticos ajudou a tratar as infecções agudas relacionadas com a bronquite crônica. Embora, a maioria das pessoas com bronquite crônica não necessitam tomar antibióticos constantemente. Pode-‐se receitar fármacos broncodilatadores para ajudar a relaxar e a abrir as vias aéreas nos pulmões, se há uma tendência a que se fechem. Estes fármacos podem-‐se inalar em aerosol ou serem tomados como pastilhas. Para controlar a bronquite crônica de maneira efetiva é necessário eliminar as fontes de irritação e de infecção no nariz, na garganta, na boca, nos seios paranasais e os tubos bronquiais. Isto significa que as pessoas afectadas devem evitar o ar contaminado e trabalhar onde há muito pó. Ademais, devem deixar de fumar. Se a pessoa com bronquite crônica está exposta ao pó e ás emanações no trabalho, o médico poder-‐lhe-‐á sugerir-‐lhe que mude de trabalho. Todas as pessoas com bronquite crônica devem elaborar e seguir um plano de vida saudável. Melhorar a saúde em geral também aumenta a resistência do corpo ás infecções.
Infecção urinária A infecção urinária é uma doença provocada essencialmente por bactérias no aparelho urinário. As bactérias penetram pelo meato urinário em sentido ascendente e podem instalar-‐se na uretra (uretrite), bexiga (cistite), prostata (prostatite) ou no rim. São mais frequentes nas mulheres devido a apresentarem a uretra mais curta, o que permite ás bactérias atingirem a bexiga com maior facilidade. A maior percentagem das infecções urinárias são provocadas pela bactéria Escherichia coli, proveniente das fezes. São raros os casos em que a bactéria entra no aparelho urinário através do sangue. Só em doentes com septicemia (infecção generalizada no sangue), diabéticos ou com o sistema imunitário deprimido (diminuído). A infecção pode variar de intensidade conforme as defesas do doente, da virulência (força) e quantidade de bactérias que se instalaram.
Origem
Geralmente a urina é ácida, o que ajuda a prevenir as infecções. Mas existem factores que ajudam a desencadear a infecção: -‐ Obstrução à urina por defeitos de nascimento, próstata aumentada, aperto na uretra, algálias e pedra nos rins. -‐ Fístulas do aparelho digestivo, colostomias,… -‐ Doenças sexualmente transmissíveis e ginecológicas.
Sinais e sintomas
É característico na infecção urinária: -‐ Dor ao urinar -‐ disúria (em poucos casos está ausente). -‐ Ardência. -‐ Dificuldade ou sensação urgente para urinar. -‐ Urina muitas vezes mas pouco de cada vez (poliquiúria). Pode ter presença de sangue (hematúria). -‐ Urina concentrada e fétida. Na pielonefrite, aos sintomas anteriores soma-‐se: -‐ Arrepios de frio. -‐ Febre alta e dor ao nível dos rins. -‐ Náuseas e vómitos.
Prevenção -‐ Lavar as mãos antes e depois de urinar. -‐ Beber 1,5L a 2L de água por dia. -‐ Urinar sempre que sentir vontade (não “apertar” a urina). -‐ Urinar antes de dormir. -‐ Evitar banhos de imersão. -‐ Lavar e limpar no sentido da vagina para a região anal. -‐ Higiene diária. -‐ Durante a menstruação, trocar os pensos com alguma frequência porque o sangue ajuda a multiplicar as bactérias e fungos.
Diagnóstico O médico depois de saber os sinais e sintomas, pede um exame à urina (urina II e urocultura) para confirmar a infecção e descobrir qual o agente infeccioso. Em infecções urinárias repetidas ou que provoquem complicações secundárias pode ser necessário realizar ecografia abdominal, urografia venosa ou TAC.
Tratamento Os doentes devem ingerir maior quantidade de água para aumentar a urina, ajudando a eliminar o agente infeccioso. Antibiótico, que poderá ser alterado quando se souber o resultado da urocultura. Deve ser tomado até ao fim do tratamento prescrito e a horas certas. Geralmente não necessita de internamento hospitalar. Apenas se for preciso fazer antibiótico pelas veias ou ter maior controlo na evolução da doença.
Osteoporose
A osteoporose, que provoca diminuição da resistência óssea, condiciona o aparecimento de fracturas por traumatismos de baixa energia. Causa anualmente, em Portugal, 40 mil fracturas, das quais 8.500 do fémur proximal. Tem níveis de morbilidade e mortalidade apreciáveis. É uma doença esquelética sistémica que se caracteriza pela diminuição da massa óssea e por uma alteração da qualidade microestrutural do osso, levando a uma diminuição da resistência óssea e ao consequente aumento do risco de fracturas. As fracturas mais frequentes ocorrem nas vértebras dorsais e lombares, na extremidade distal do rádio e no fémur proximal. Atinge sobretudo as mulheres pós-‐menopáusicas e as pessoas idosas de ambos os sexos.
Factores de risco -‐Sexo feminino -‐ uma em cada três mulheres e um em cada oito
homens com mais de 50 anos são afectados pela osteoporose; -‐Idade superior a 65 anos; -‐Raças branca ou amarela; -‐História familiar de fractura; -‐Menopausa precoce; -‐Hipogonadismo; -‐Períodos de amenorreia prolongada; -‐Índice de massa corporal baixo (inferior a 19 quilogramas por cada metro quadrado; -‐Imobilização prolongada; -‐Existência de doenças que alterem o metabolismo ósseo, como endocrinopatias, doenças reumáticas crónicas, insuficiência renal ou anorexia nervosa; -‐Utilização de fármacos que provocam diminuição da massa óssea, como c orticosteróides, anticonvulsivantes e anticoagulantes, antidepressivos, ansiolíticos e/ou anti-‐hipertensores; -‐Estilo de vida, como dietas pobres em cálcio, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e consumo excessivo de cafeína.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce faz-‐se através de uma osteodensitometria de dupla energia radiológica, que permite identificar as categorias e avaliar o risco de fractura. Podem ser feitas, também, avaliações laboratoriais e radiogramas da coluna dorsal e lombar de perfil, para rastrear a presença de deformação vertebral, entre outros exames.
Tratamento
Há diferentes abordagens terapêuticas, consoante a história de fractura e fragilidade, mas normalmente implica tanto medicação como outro tipo de medidas. Nas pessoas mais idosas, institucionalizadas ou com mobilidade reduzida e com propensão para quedas, são equacionados os usos de suplementos de cálcio e de vitamina D, o uso de protectores das ancas e medidas de prevenção das quedas.
Osteartrose A osteoartrose é uma doença que atinge, fundamentalmente, a cartilagem articular, que é um tecido conjuntivo elástico que se encontra nas extremidades dos ossos que se articulam entre si. A cartilagem articular é nutrida pelo líquido articular ou líquido sinovial. Este líquido articular, que é muito viscoso, contribui para lubrificar a articulação, facilitando os seus movimentos, e permitindo que nas articulações saudáveis as cartilagens deslizem umas sobre as outras sem atrito, isto é, sem desgaste. A cartilagem articular é constituída por células chamadas condrocitos, água e por substâncias proteicas produzidas por estas células e chamadas, respectivamente, proteoglicanos e fibras de colagénio. Na osteoartrose os condrocitos vão morrendo e produzem menor quantidade de proteoglicanos e de colagénio. Em consequência disto a cartilagem articular ulcera e o osso que está por debaixo da cartilagem, chamado osso sub-condral, reage, espessando-se e dando origem a excrescências ósseas chamadas osteófitos. Os osteófitos são conhecidos entre o grande público pelo nome de "bicos de papagaio", porque alguns deles, ao raio-X, dão imagens que lembram precisamente o bico de um papagaio.
Sintomas Os principais sintomas da osteoartrose são a dor, a rigidez, a limitação dos movimentos e, em fases mais avançadas, as deformações. A dor tem um ritmo, isto é, um modo de ser ao longo do dia, que se convencionou chamar mecânico. O ritmo mecânico é caracterizado pelo facto das dores se agravarem ao longo do dia, com os movimentos e com os esforços, e melhorarem quando o doente repousa, em particular quando se deita. Regra geral, os doentes com osteoartrose não têm dores durante a noite e dormem bem, embora em alguns casos muito avançados de artroses das ancas e dos joelhos, as dores possam, também surgir durante a noite. A rigidez surge sobretudo, ao iniciar os movimentos, como por exemplo, no doente que está sentado e se levanta e surge, também, de manhã ao acordar. A rigidez da osteoartrose é de curta duração, não ultrapassando os 30 minutos. A limitação de movimentos pode surgir precocemente, ao contrário do que acontece com as deformações que, em regra, são tardias.
Tratamento Os objectivos do tratamento da osteoartrose são aliviar e, se possível, suprimir as dores, melhorar a capacidade funcional, isto é, aumentar a mobilidade das articulações atingidas e evitar a atrofia dos músculos relacionados com as referidas articulações e, finalmente, impedir o agravamento das lesões já existentes. A osteoartrose não se trata apenas com medicamentos e fisioterapia. O empenhamento do doente é indispensável, e sem ele o plano terapêutico não tem êxito. Constituem medidas básicas do tratamento a educação do doente, o repouso relativo e o plano de exercícios. Numa doença crónica por excelência, como é a osteoartrose, doente não educado medicamente, é doente que não vai, seguramente, seguir ao longo de toda a vida a estratégia terapêutica planificada do seu médico. A osteoartrose não tem, hoje em dia, cura, e o doente deve sabê-‐lo, mas tem tratamento, que pode permitir ao indivíduo afectado por esta doença levar uma vida completamente normal na imensa maioria dos casos. O médico deve enfatizar o carácter benigno da doença e o seu bom prognóstico na grande maioria dos casos. Esta desdramatização é muito importante, visto em muitos casos o principal problema do doente ser o medo de poder vir a ficar completamente incapacitado. Da educação do doente devem fazer parte o ensino das regras gerais de protecção do aparelho locomotor, e a correcção das posturas incorrectas.
Precauções
-‐Dormir em cama dura, preferencialmente em decúbito dorsal, isto é, de "barriga para o ar", posição que propicia um repouso completo da coluna vertebral; -‐Não permanecer durante muito tempo na mesma posição, sobretudo nas posições de pé ou sentado. As longas estadias nestas posições constituem uma sobrecarga para a coluna, em particular para a coluna lombar, as ancas e os joelhos; -‐O pescoço deve andar em hiper-‐extensão e nunca flectido. Esta postura é particularmente importante para os doentes com cervicartrose (artrose da coluna cervical); -‐Evitar pegar em objectos pesados, o que constitui uma grande sobrecarga para as articulações da coluna vertebral; -‐Evitar as flexões da coluna vertebral. O doente, quando tiver de apanhar um objecto do solo, não deve flectir a coluna, mas sim dobrar os joelhos; -‐O vestuário deve ser simples e prático, evitando as roupas apertadas, os fechos atrás das costas e os botões de pequenas dimensões. Os sapatos devem ter contrafortes resistentes e os saltos não devem ser altos. Os saltos altos aumentam a lordose lombar, originando dores ao nível deste segmento de coluna; -‐Evitar tanto quanto possível os transportes trepidantes, como o autocarro e a maioria dos automóveis. Sempre que possível, andar de comboio, de eléctrico, e, em Lisboa e Porto, de metropolitano, mas não nas horas de ponta. Os estudantes e outros trabalhadores que passam longas horas a uma secretária devem evitar posturas incorrectas. São muito importantes a altura das cadeiras e das secretárias, a fim de evitar que os doentes passem horas demasiado flectidos sobre as suas secretárias de trabalho.
Depressão A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por actividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil. Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afectam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda. A depressão pode afectar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão. Estima-‐se que esta doença esteja associada à perda de 850 mil vidas por ano, mais de 1200 mortes em Portugal. A depressão pode ser episódica, recorrente ou crónica, e conduz à
diminuição substancial da capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-‐a-‐dia. A depressão pode durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos torna-‐se uma doença crónica sem remissão. Estes casos devem-‐se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado. A depressão é mais comum nas mulheres do que nos homens: um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde, em 2000, mostrou que a prevalência de episódios de depressão unipolar é de 1,9 por cento nos homens e de 3,2 por cento nas mulheres.
Factores de risco
-‐Pessoas com episódios de depressão no passado; -‐Pessoas com história familiar de depressão; -‐Pessoas do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, menopausa e pós-‐menopausa; -‐Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de alguém próximo; -‐Pessoas com doenças crónicas -‐ sofrendo do coração, com hipertensão, com asma, com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, SIDA, fibromialgia, cancro e outras doenças; -‐Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer); -‐Pessoas com tendência para ansiedade e pânico; -‐Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem stress; -‐Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool; -‐Pessoas idosas.
Prevenção Como em todas as doenças, a prevenção é sempre a melhor abordagem, designadamente para as pessoas em situação de risco, pois permite a intervenção precoce de profissionais de saúde e impede o agravamento dos sintomas. Se sofre de ansiedade e/ou ataques de pânico, não hesite em procurar ajuda médica especializada, pois muitas vezes são os primeiros sintomas de uma depressão. Se apresenta queixas físicas sem que os exames de diagnóstico encontrem uma explicação então aborde o assunto com o seu médico assistente.
Sintomas
A depressão diferencia-‐se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico. Os sintomas mais comuns são: -‐Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite); -‐Perturbações do sono (sonolência ou insónia); -‐Fadiga, cansaço e perda de energia; -‐Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-‐estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade; -‐Falta ou alterações da concentração; -‐Preocupação com o sentido da vida e com a morte; -‐Desinteresse, apatia e tristeza; -‐Alterações do desejo sexual; -‐Irritabilidade; Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.
Causas
As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar-‐se que há factores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo, condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc. Determinar qual o factor ou os factores que desencadearam a crise depressiva pode ser importante, pois para o doente poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse factor durante o tratamento. Algumas doenças podem provocar ou facilitar a ocorrência de episódios depressivos ou a evolução para depressão crónica. São exemplo as doenças infecciosas, a doença de Parkinson, o cancro, outras doenças mentais, doenças hormonais, a dependência de substâncias como o álcool, entre outras. O mesmo pode suceder com certos medicamentos, como os corticóides, alguns anti-‐ hipertensivos, alguns imunossupressores, alguns citostáticos, medicamentos de terapêutica hormonal de substituição, e neurolépticos clássicos, entre outros.
Diagnóstico
Pela avaliação clínica do doente, designadamente pela identificação, enumeração e curso dos sintomas bem como pela presença de doenças de que padeça e de medicação que possa estar a tomar. Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso. Dirija-‐se sempre ao seu médico de família ou clínico geral: estes médicos podem reconhecer a presença da doença, e caso considerem necessário, podem contactar com um médico psiquiatra para esclarecimento do diagnóstico e para orientação terapêutica (o medicamento a usar, a dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de intervenção, etc.).
Modo de Tratamento
Normalmente, através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapêuticas, ou da conjugação de ambas. As intervenções psicoterapêuticas são particularmente úteis nas situações ligeiras e reactivas às adversidades da vida bem como em associação com medicamentos nas situações moderadas e graves. A decisão de iniciar uma psicoterapia deve ser sempre debatida com o seu médico: a oferta de serviços é grande, não é auto-‐regulada, e é difícil a pessoa deprimida conseguir escolher o que mais lhe convém sem ajuda médica. Os medicamentos usados no tratamento das depressões são designados por antidepressivos. Estes medicamentos são a pedra basilar do tratamento das depressões moderadas e graves e das depressões crónicas, podendo ser úteis nas depressões ligeiras e não criam habituação nem alteram a personalidade da pessoa. Com a evolução da ciência e da farmacologia, estes medicamentos são cada vez mais eficazes no controlo e tratamento da depressão, nomeadamente por interferência com a acção de neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, no hipotálamo, a zona do cérebro responsável pelo humor (emoções). Se o médico lhe prescrever medicamentos antidepressivos, siga as suas indicações e nunca pare o tratamento sem lhe comunicar as razões. Estes medicamentos não têm efeito imediato: pode demorar algumas semanas, 4 a 6, até começar a sentir-‐se melhor. O tratamento dura no mínimo quatro a seis meses. Obtenha toda a informação e esclareça todas as dúvidas com o seu médico.
Alzheimer A doença de Alzheimer é uma doença do cérebro (morte das células cerebrais e consequente atrofia do cérebro), progressiva, irreversível e com causas e tratamento ainda desconhecidos. Começa por atingir a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, acabando por determinar a completa ausência de autonomia dos doentes. Os doentes de Alzheimer tornam-‐se incapazes de realizar a mais pequena tarefa, deixam de reconhecer os rostos familiares, ficam incontinentes e acabam, quase sempre, acamados. É uma doença muito relacionada com a idade, afectando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de vida para os pacientes situa-‐se entre os 2 e os 15 anos.
Causa
A causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada. No entanto, é aceite pela comunidade científica que se trata de uma doença geneticamente determinada, embora não seja necessariamente hereditária. Isto é, não implica que se transmita entre familiares, nomeadamente de pais para filhos.
Diagnóstico Não há nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, a doença. A única forma de o fazer é examinando o tecido cerebral obtido por uma biopsia ou necrópsia. Assim, o diagnóstico da doença de Alzheimer faz-‐se pela exclusão de outras causas de demência, pela análise do historial do paciente, por análises ao sangue, tomografia ou ressonância, entre outros exames. Existem também alguns marcadores, identificados a partir de exame ao sangue, cujos resultados podem indicar probabilidades de o paciente vir a ter a doença de Alzheimer.
Sintomas Ao princípio observam-‐se pequenos esquecimentos, perdas de memória, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-‐se confusos e, por vezes, agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. À medida que a doença evolui, tornam-‐se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-‐se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-‐se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as actividades elementares do quotidiano, como alimentação, higiene, vestuário, etc.
Tratamento
A doença de Alzheimer não tem cura e, no seu tratamento, há que atender a duas variáveis: -‐Ao tratamento dos aspectos comportamentais. Nesta vertente, além da medicação, convém também contar com orientação de diferentes profissionais de saúde; Ao tratamento dos desequilíbrios químicos que ocorrem no cérebro. Há medicação que ajuda a corrigir esses desequilíbrios e que é mais eficaz na fase inicial da doença, mas, infelizmente, tem efeito temporário. Por enquanto, não há ainda medicação que impeça a doença de continuar a progredir.
Cataratas
A catarata é a alteração da transparência (opacificação) do cristalino. O cristalino é uma lente dos nossos olhos, biconvexa situada por detrás da íris, com o equador unido ao corpo ciliar através das Zónolas de Zinn. É composto pela cápsula, épitélio, córtex e núcleo.
Como se manifesta
Numa fase inicial, dependendo do seu tamanho e localização, a catarata pode passar despercebida pelo indivíduo. No entanto, apesar da perda de transparência do cristalino ser um processo lento, mais tarde ou mais cedo irá provocar alterações na visão. O Paciente com cataratas começa a notar a visão mais "enevoada" ou/e em duplicado, refere perda de visão (principalmente em ambientes com pouca luz), com necessidade de alterar os óculos. A catarata não provoca dor, mas pode afectar gravemente algumas tarefas diárias, como ler, costurar ou conduzir.
Diagnóstico
-‐Diminuição da acuidade visual; -‐ Observação do cristalino através do biomicroscópio na consulta de visão;
-‐ Observação pela Oftalmoscopia -‐ Observação dos reflexos pupilares;
Tratamento
Certos medicamentos podem retardar a evolução da catarata. Contudo, uma vez formadas, as cataratas só podem ser removidas por cirurgia. O seu optometrista pode e deve confirmar a presença e extensão da catarata ou de outros distúrbios visuais que possam provocar enevoamento da visão. Outras doenças da retina como: a DMRI , Retinopatia Diabética ; ou outras doenças do nervo óptico como o glaucoma , atrofia óptica, entre outras, podem provocar perda de visão, mesmo que o doente seja operado à catarata, em que a visão não melhora significativamente.
Glaucoma
É uma doença dos olhos causada pelo aumento gradual da tensão ocular. Lesa a visão e pode mesmo causar cegueira. O tipo de glaucoma mais habitual é o de ângulo aberto.
Causa
Ainda não estão determinadas as razões que levam ao aumento da tensão ocular. O que se sabe é que a tensão ocular sobe quando o humor aquoso (líquido transparente que circula de dentro para fora do globo ocular – não é lágrima) começa a ter dificuldades em sair do globo ocular.
Consequências
Se não detectado e tratado, o aumento da tensão ocular pode causar a destruição lenta e progressiva do nervo óptico. Pode levar à cegueira.
Sintomas O glaucoma causa perda de visão, estreitando, sobretudo, o campo de visão. No entanto, as alterações só são sentidas pelo doente quando a doença já está numa fase avançada. Nessa altura, as lesões no nervo óptico não são apenas graves, mas também irreversíveis.
Violencia doméstica na 3ª Idade Associado ao envelhecimento encontra-‐se igualmente o fenómeno do mau trato. O reconhecimento de que os idosos eram vitimas de mau trato na familia e em contexto institucional foi tardio. Só no final dos anos 70, inicio dos anos 80, é que tal foi reconhecido como um grave problema social. 3. Envelhecimento nas Caldas da Rainha • Envelhecimento Social • Envelhecimento Económico • Envelhecimento Cultural • Envelhecimento Físico/Mental
Estratégia Criativa
1. Problemas identificados 2. Perguntas 3. Respostas/Projecto 4. Ideia/Concretização/Maqueta 5. Experimentação/Resultados Estatisticas básicas