ESCOLA DA CIDADE - Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação CONSTRUINDO O VAZIO O uso e apropriação dos espaços públicos na Favela Paraisópolis Mirela Caetano Orientadora: Marta Moreira Junho/2011
Agradecimento e considerações Inicialmente agradeço a Marta Moreira, que aceitou me orientar de prontidão, se dispôs a pesquisar comigo e me mostrou um caminho que eu não conseguia enchergar, o caminho onde nem tudo é perfeito a partir da ótica do poder público. Agradeço aos funcionários da Escola da Cidade, Mário da lista sempre muito compreensivo e amoroso, Jorge da informática que nos presenteou com uma internet só para o TFG, Denise da biblioteca sempre compreensiva com nossos atrasos. Agradeço a PMSP-SEHAB na figura da Maria Teresa Diniz, representada pela Arquiteta Júlia Valiengo, que me forneceu todos os arquivos e seu conhecimento da área. Agradeço o escritório B arquitetos, nas figuras de Felipe Noto, Maira Rios e Paulo Emílio, que foram sempre muito compreensíveis com meus horários, meu humor bi-polar e por todo o conhecimento transmitido. Agradeço aos meus queridos amigos, André Godinho, que me inseriu no mundo do InDesign sem me deixar sofrer, Pedro Vada, por seu ombro amigo e todo conhecimento de estrutura de trabalho com favela e referências, Caroline Endo e Renata Matsuoka, que levantaram o meu astral quando eu mais precisei, ao meus colegas do grupo G13EV2011 que foram mais que compreensíveis com a minha ausência e forma de trabalhar. Agradeço aos meus colegas de TFG, que me irritaram muito fazendo barulho enquanto eu queria paz para trabalhar. Por último, mas não menos importante, agradeço a minha família, Marília, Cristina e Caetano, sempre muito compreensíveis e amáveis estiveram sempre do meu lado, aguentando meu mau-humor diário, me apoiando mesmo sem saber onde eu queria chegar com esse pensamento de querer mudar o mundo.
Introdução Favela existe no pensamento antes de existir Arquitetura, afinal de contas, Favela é o resultado da ausência da Arquitetura. “..Os primeiros barracos das favelas são construídos com fragmentos de materiais heteróclitos, recolhidos pelo próprio construtor. Esse construtor, no mais das vezes, é o favelado, que recebe ajuda de sua família e de seus vizinhos, e seu objetivo inicial é construir um teto para abrigar os seus. Esse primeiro abrigo, extremamente precário, é a base de uma futuraevolução..” Extraído do livro Estética da Ginga, A arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica, página 23 - 3a edição Acredita-se que a ocupação ocasional da Cidade Informal, vem da falta de oportunidade do poder de obtenção de algo melhor, quando um auto-construtor ergue uma unidade de habitação, ele só está preocupado em ter um teto para morar e proteger sua família, não há a preocupação com a implantação, orientação solar, acesso, seguir uma uniformidade de gabarito das unidades vizinhas, etc. Um espaço vazio em uma Favela só fica vazio se a comunidade agrega valor a aquele vazio construído, caso contrário, na primeira necessidade será ocupado, vendido, construído uma unidade, enfim. A partir disso, com esse trabalho tem a pretenção de estudar e entender como funciona a lógica da Favela Paraisópolis, como é a articulação das unidades com os espaços residuais. Como são os espaços que as obras da Prefeitura Municipal de São Paulo - SEHAB, pretende agregar ao contexto, analisar como está sendo a apropriação por parte dos moradores, quais são suas reais necessidades, vontades e desejos. Pensar como seria o desenho de um espaço que a comunidade agregasse valor a ele.
Sumário Agradecimento e considerações
Introdução
A Cidade Informal
PMSP-SEHAB em Paraisópolis
São Paulo Paraisópolis Projetos de Intervenção
Referências
Concurso Conceitual Morar Carioca Propostas para urbanização de favelas - RJ Estrutura urbana surge da transformação sem destruição - Paraisópolis, SP Urbanização - Medellin, CO
Pensamentos, idéias e uma grande dúvida Bibliografia
SÃO PAULO
Processo de Favelização A partir da segunda metade do século XIX, relatórios produzidos pelo poder público municipal apontavam para a precariedade dos cortiços insalubres que circundavam bairros centrais da cidade de São Paulo. A preocupação maior por parte das autoridade municipais à época era que as epidemias e pestes então circunscritas a essas localidades se espalhassem para outras regiões e, consequentemente, atingissem outros segmentos da sociedade paulistana. Tal preocupação motivou as primeiras ações no campo do higienismo e do sanitarismo, em que se recomendava a demolição de cortiços e construção de habitações fora do perímetro urbano. Não houve preocupação, entretanto, com o estabelecimento de políticas públicas que atendessem a esse segmento da sociedade. Refletindo as relações entre os interesses públicos e privados que permeiam a história da ocupação do espaço urbano de São Paulo, as autoridades delegavam à iniciativa privada as providências relacionadas à ocupação do território, ao mesmo tempo em que manifestavam a intenção de “segregar” a população que habitava essas submoradias, contentando-se em afastá-la do centro da cidade, sem atacar o problema do déficit habitacional. Esse modo de agir do poder público permaneceria substancialmente inalterado durante a maior parte do século XX. Com a explosão demográfica da cidade, o problema das moradias precárias passou a atingir camadas sociais cada vez maiores da população, criando ao redor dos bairros centrais mais bem “planejados” um grande anel de bairros periféricos, de traçado irregular e desconexo, entremeados por espaços vazios e ocupados, frequentemente formados por casas auto-construídas, com grandes concentrações de pobreza e desprovidos ou insuficientemente providos de serviços de infra-estrutura e equipamentos públicos. É, sobretudo nessas regiões que se concentram hoje as favelas da cidade de São Paulo, que começam a surgir em meados do século XX. As primeiras favelas paulistanas datam da década
de 1940. Pesquisas elaboradas pela Divisão de Estatística e Documentação da Prefeitura de São Paulo nessa época enumeram informações sobre as favelas e favelados estabelecidos na Mooca (favela do Oratório), Ibirapuera, Barra Funda (favela Ordem e Progresso) e Vila Prudente. Nas décadas seguintes, com o enorme fluxo de migrantes vindos de outras regiões do país, sobretudo do Nordeste, o processo de favelização aumentaria exponencialmente. Moradores carentes passaram a ocupar terrenos vazios e devolutos, encostas de morros e áreas protegidas, como os mananciais. Em 1957, estimava-se em 50.000 o número de favelados em São Paulo, ocupando 8.488 barracos em 141 núcleos de submoradias. Uma nova quantificação feita em 1962, com base em informações fornecidas pelo Movimento Universitário de Desfavelamento (MUD), apontava que este número já havia se elevado para 150.000 pessoas. A partir de 1970, o fenômeno da favelização passa a se desenvolver em larga escala e mantém até hoje uma trajetória crescente. Em 1973, a prefeitura cria o Cadastro de Favelas, vinculado à Secretaria do Bem Estar Social. Um censo realizado entre 1973 e 1974 apontava para uma população favelada consideravelmente inferior ao estimado pelo Movimento Universitário de Desfavelamento. Segundo essa metodologia, a população favelada da cidade no período somava quase 72.000 habitantes (1,1% da população total), vivendo em 14.500 barracos distribuídos por 525 favelas. Em comparação com o levantamento realizado em 1957, o censo de 1973/1974 indicava uma diminuição no tamanho médio das favelas, de 60 para 30 barracos, caracterizando uma tipologia de pequenas favelas espalhadas pela mancha urbana. Em estudo de 2009, verificou-se que o número de favelas parou de crescer e tem experimentando um decréscimo, embora a população das favelas ainda esteja crescendo.
Favelas Núcleos Cortiços Loteamentos
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2005
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2001
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1986
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1984
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1982
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1973 ESTUDOS t•
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SOCIEDADE GOVERNO • •
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Marta Suplicy, prefeita de 2001 a 2004 Apresentação do Programa Bairro Legal no Habitat Aprovação do Estatuto da Cidade • Entrega de títulos para representantes de 160 favelas • José Serra e Gilberto Kassab, desde 2005 • Projeto de Urbanização da Favela Paraisópolis • Programa de Urbanização de Favelas • Lançada a atualização dos dados sobre assentamentos precários para o público: www.habisp.inf.br
Entrega Jardim Esmeralda, programa Guarapiranga
“Parte das favelas nos mananciais é irreversível” (Almino Afonso) t• Projeto de lei propondo transferência de áreas de São Paulo t• Plano Habitacional do Município de São Paulo t• Jânio Quadros, prefeito de 1986 a 1988 t• Lei de operações interligadas t• Nova Constituição de 1988 t• Programa de canalização de córregos e construção de avenidas de fundo de vale (Procav) t• Luiza Erundina, prefeita de 1989 a 1992 t• Divulgação de 108 favelas que serão urbanizados t• Paulo Maluf, prefeito de 1993 a 1996 t• Programa de Verticalização de Favelas – Cingapura t• Primeira urbanização do programa Guarapiranga t• Jardim Alpino, segunda urbanização do programa Guarapiranga t• Celso Pitta, prefeito de 1997 a 2000
Favelas Compartilhando a Experiência de São Paulo
“Erradicação de favelas” ( OESP ) “População favelada” ( OESP ) • “O seminário dos favelados” ( OESP ) • “A favela como solução fácil” ( OESP ) • “Favelas no Brasil“OESP ( ) • “Prefeitura tentará tentará erradicar favelas” ( OESP ) • “As favelas abrigam 13 milhões ( FSP ) • “Aprovada a reforma urbana na Constituinte” ( JT ) • Tragédia da favela Nova República: deslizamento • “Bairro do Ipiranga tem maior favela em São Paulo” (FSP ) • “Ação da prefeitura nas áreas de risco” ( OESP ) • “As favelas serão bairros” ( OESP ) • “Paulo Maluf decide verticalizar favelas” ( FSP ) • “Secretaria retoma obras do projeto Guarapiranga” ( OESP ) • “São Paulo é a capital das favelas” ( OESP ) • OESP ) • “Prefeito Pitta anuncia projeto para recuperar represa Billings” ( OESP ) • “Favelados: quase 20% população da capital paulista (Sempla, Fipe (2004)) • “Parceria Rio de Janeiro/Alemanha para urbanização de favelas” ( FSP ) • “Fuga do aluguel alimenta crescimento de favelas na cidade” ( OESP ) • “O avanço das favelas” (OESP )
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Reinaldo de Barros, prefeito de 1979 a 1982 t• BIRD libera empréstimo para favela t• Programas: Profavela, Proluz, Proágua t• Mário Covas, prefeito de 1983 a 1985
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Primeiro congresso de favelados: O Direito Fundamental de Morar Seminário: O Programa Municipal de Erradicação de Assentamentos Subnormais t• Seminário nacional sobre favelas: A Realidade de Campinas t• Movimento popular de moradia propõe ocupação de áreas públicas t• Seminário: Aumenta Tensão na Favela (FSP) t• 500 representantes de favelas debatem com a Secretaria do Bem-Estar Social t• Primeiro encontro de mulheres faveladas t• Primeiro congresso de favelas de São Paulo t• Congresso Nacional do Movimento de Defesa dos Favelados t• “Desfavelamento”, tema do primeiro fórum de debates do mercado imobiliário t• Oitava Mostra de Arquitetura em Veneza: “Brazil: Favela Upgrading” t• Seminário Melhores Experiências em Urbanização de Favelas
Estudo sobre o fenômeno favela no muncípio de São Paulo (Sebes) t• Entre 1970 e 1980, a população favelada aumentou 400% (Cobes) •t Primeira Carta Geotécnica da Grande São Paulo (IPT) t• Mais de 1 milhão de favelados em São paulo, crescimento de 1363% de 1973 a 1990 (IBGE) •t País tem 1.323 favelas, 66% no eixo Rio-São Paulo (IBGE) t• Favelados são 19,4% da população de São Paulo (FIPE) t• Mais de 6,5 milhões de favelas, SP e RJ tem metade (Ibge)
2007
t•
2008
IMPRENSA
FAVELAS EM SÃO PAULO LINHA DO TEMPO 1980/2008
IMPRENSA
FONTE: A Cidade Informal no Século XXI Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
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“As favelas serão bairros” ( OESP ) “Paulo Maluf decide verticalizar favelas” ( FSP ) • “Secretaria retoma obras do projeto Guarapiranga” ( OESP ) • “São Paulo é a capital das favelas” ( OESP ) • OESP ) • “Prefeito Pitta anuncia projeto para recuperar represa Billings” ( OESP ) • “Favelados: quase 20% população da capital paulista (Sempla, Fipe (2004)) • “Parceria Rio de Janeiro/Alemanha para urbanização de favelas” ( FSP ) • “Fuga do aluguel alimenta crescimento de favelas na cidade” ( OESP ) • “O avanço das favelas” (OESP ) • “Primeira favela legalizada: Parque Royal, no Rio de Janeiro” ( OESP ) • “O problema das favelas” ( OESP ) • “As estatísticas das favelas” ( OESP) • “Regularização de favelas: ideia esbarra em teses de realidade” ( JT ) • “Início das obras de urbanização em Paraisópolis e mais cinco favelas” ( FSP ) • “Prefeitura está urbanizando 18 favelas e vai ampliar número” ( FSP ) • Reportagem sobre o índice de favelização da ONU ( OESP ) • “Solução é urbanizar favelas” ( JT ) • Editorial “Urbanizar as favelas” ( JT ) • Editorial “O crescimento das favelas” ( JT ) • JT )
PARAISÓPOLIS Processo de ocupação
No início dos anos 20 do século passado, São Paulo sofria a decadência do café, participou das revoltas tenentistas e sediou a Semana de Arte Moderna, no mesmo ano da criação do Partido Comunista (1922). Estava no governo Washington Luís (1920-24), que em seguida viria a ser presidente da República, e a Prefeitura do Município de São Paulo tinha à frente Firmiano Pinto (16/01/1920 à 15/01/1926). É nesse período que vai ocorrer uma mudança digna de registro na região sul da capital, mais precisamente no Morumbi. A ocupação da Favela de Paraisópolis tem origem em um loteamento aprovado em meados de 1922, parte da antiga fazenda do Morumbi, de propriedade da Família Diederichesen. Em 1921 foi loteada por Affonso de Oliveira Santos, com um projeto de parcelamento que definia 2.200 lotes com uma malha viária ortogonal (quadras retangulares de 100 m X 200 m e ruas com 10 m de largura e lotes com 500m²), desconforme e contrário à morfologia ondulada da região do Morumbi, que na época tinha acessos precários e características rurais. Nos anos 50, o abandono dos lotes pelos proprietários e a falta de infra-estrutura no loteamento e no entorno, fizeram com que os lotes desocupados induzissem a ocupação da área por grileiros (loteadores clandestinos que lotearam e venderam a terra alheia como se sua fosse) e posseiros com a presença de chácaras e granjas. No início dos anos 60, os interesses imobiliários começaram a migrar para a região do Morumbi através da implantação de loteamentos de alto padrão construtivo e a instalação de instituições como o Palácio dos Bandeirantes (sede do Governo do Estado de São Paulo), Hospital Israelita Albert Einstein, de diversos colégios voltados para população de alta renda e, ainda, a construção do estádio de futebol do São Paulo Futebol Clube (Estádio do Morumbi). A partir de então, a região passou a apresentar grande valorização imobiliária, tornando-se um símbolo de
moradia de alta renda. Assim é que a população sentiu-se atraída pela localização e proximidade da oferta de empregos na construção civil e pelos serviços domésticos nas residências de alto padrão, gerando novos investimentos. De se destacar, que a ausência e abandono dos lotes pelos proprietários facilitou a invasão e a consolidação das ocupações irregulares. Com a efetiva ocupação da área, ainda que de forma desordenada e irregular, o Poder Público Municipal e alguns órgãos da administração indireta do Estado, tentaram, ou mesmo, procuraram implementar alguns projetos e serviços na área. Em 1967, na gestão de Faria Lima, a Prefeitura do Município de São Paulo contratou um Plano de Desenvolvimento Integrado em Santo Amaro que apontou necessidade de desapropriação da área para fins de urbanização. A proposta não se viabilizou durante a gestão. Em 1972, foi aprovada a Lei de Zoneamento Geral do Município que enquadrou a área dos assentamentos de Paraisópolis, Porto Seguro e Jardim Colombo em uma Zona Especial: Z8–029 - com os seguintes índices urbanísticos: taxa de ocupação de 0,10 e coeficiente de aproveitamento 0,025. Com o enquadramento na zona de uso especial a ocupação ficou restrita à habitação unifamiliar por lote, admitindo-se também usos de comércio e serviços diversificados. Os índices urbanísticos tão restritivos visavam o congelamento da área e a criação de condições para a implantação de um plano especial de ocupação, a ser elaborado num prazo de 5 anos. Todavia, isso não ocorreu, dando margem à continuidade da expansão dos assentamentos. Com o a ocupação cada vez mais intensa do entorno, as comunidades ficaram confinadas ao norte e ao sul por uma zona de uso 17 (verticalização residencial de médio e alto padrão); a oeste por uma zona de uso 2 (entorno da Av.
Giovani Gronchi com verticalização residencial de média densidade e de médio e alto padrão construtivo); e a leste por uma zona de uso 1 (ocupação horizontal, estritamente residencial de baixa densidade, em lotes de 1.000 a 2.000 m²), desta forma a pressão imobiliária se acentua. Em 1975, a Prefeitura, através da EMURB (Empresa Municipal de Urbanização), elaborou o Plano de Reurbanização propondo a desapropriação, com concordância dos proprietários, não concretizado por falta de recursos orçamentários e financeiros. Indiferente aos planos oficiais de intervenção, reurbanização e congelamento, a ocupação crescia. Afinal, o Brasil assistia à crise pós-“milagre”, o que incentivou amplamente o processo de expulsão das populações do centro dos grandes aglomerados urbanos e a intensa migração interna, principalmente de nordestinos. Isso porque a estrutura das pequenas cidades do interior do nordeste (e de outros estados) é igual ou pior à de uma favela, mas aqui pelo menos havia a possibilidade de encontrar emprego para garantir a sobrevivência da família. Em 1979, o Governador do Estado implantou 20% (vinte por cento) das ligações de energia elétrica em Paraisópolis. Os anos 80 assistiram a um salto demográfico da região, causado por uma conjunção de fatores: desde os problemas socioeconômicos que assolaram o país na chamada década perdida até questões pontuais como obras públicas (Águas Espraiadas, Brooklin, Real Parque) que desalojaram várias famílias. O censo do IBGE apontava 1.634 barracos e 7.071 pessoas; já em 1983, a Pró-Luz registrava 2.100 barracos energizados. Em 1984, pesquisa amostral da Fabes/ Butantã estimava em cerca de 15.000 pessoas e 3.000 ou 3.500 barracos. Em 1982, foi criada a União dos Moradores da Favela de Paraisópolis e a Prefeitura constituiu uma Comissão Inter-secretarias que incluía as secretarias municipais do
Planejamento (Sempla), da Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sehab) e da Família e Bem-Estar Social (Fabes), com objetivo de propor soluções para a ocupação de Paraisópolis. Em 1983, a Prefeitura recebeu uma proposta de desapropriação da favela e constituiu uma comissão integrada, vinculada ao Gabinete do Prefeito, para realizar estudos de urbanização da área com a remoção das famílias. Em 1988, a Prefeitura executou algumas obras de urbanização e elaborou um projeto de lei de operação urbana em Paraisópolis, que não foi aprovado. Em 1994, a Prefeitura propôs a remoção das famílias de Paraisópolis para o Projeto Cingapura para implantação de um plano viário, o qual foi rejeitado pela população. Em síntese, varias propostas de intervenção já foram formuladas buscando equacionar as questões físicas e fundiárias da área, todas voltadas, porém, a soluções que remetiam a liberação da gleba para os interesses do mercado imobiliário com a expulsão das famílias do local. Instrumentos de alto custo para o poder público como desapropriações ou a expropriação com aderência dos moradores, também, foram cogitados, os quais, devido à falta de recursos do poder municipal, não foram ou não puderam ser concretizados. Deve-se concluir, que todas as tentativas de intervenção, tanto do poder público quanto da iniciativa privada, foram inviabilizadas pela dificuldade de intervenção no loteamento que apresenta zoneamento restritivo e proprietários particulares diversos, além de situações de invasão, ações de reintegração de posse e grilagem de lotes.
Desenvolvimento Urbano FONTE: Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Uso e Ocupação do Solo FONTE: Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Cronologia da ocupação da área através de foto aérea
Foto aérea 1940 FONTE: Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Foto aérea 1967 FONTE: Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Foto aérea 1977 FONTE: Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Foto aérea 1987 FONTE: Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Foto aérea 1997 FONTE: Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Foto aérea 2007 FONTE: Google
Foto aérea Fotógrafo: Tuca Vieira Retirada do acervo da Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Foto 2004 Fotógrafo: Tuca Vieira Retirada do acervo da Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Foto 2008 Fotógrafo: Tuca Vieira Retirada do acervo da Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Foto aérea Fotógrafo: Tuca Vieira Retirada do acervo da Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Foto aérea Fotógrafo: Tuca Vieira Retirada do acervo da Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
Prefeitura Municipal de São Paulo - SEHAB realiza intervenções no Complexo Paraisópolis Alguns projetos
AS ÚLTIMAS INTERVENÇÕES DA PMSP-SEHAB NA PARAISÓPOLIS Em 27 de Julho de 2005 a Prefeitura Municipal de São Paulo - SEHAB lança Projeto de Urbanização transformará a Favela de Paraisópolis em Bairro. Esse projeto consiste na melhoria para o sistema viário, com abertura e pavimentação de ruas e vielas, a construção de calçadas e redes de drenagens; intervenções nas áreas de risco de inundações e encostas, além da instalação de iluminação pública em todas as vias e projetos de arborização. Promete ainda a adequação e melhoria das moradias precárias, implantação de rede de esgoto e abastecimento de água, em parceria com a Sabesp, remoção de famílias que moram em área de risco para conjuntos de CDHU, e regularização dos imóveis construídos no local irregularmente. O projeto de Paraisópolis também tem por objetivo reunir recursos dos governos municipal e estadual para fazer dessa favela uma experiência a ser repetida em outros empreendimentos. As propostas de intervenção têm base na elaboração de um panorama com a participação da comunidade. A segunda etapa da intervenção compreende e regularização fundiária, quadra a quadra, com as obras complementares necessárias. DADOS LEVANTADOS DE PARAISÓPOLIS PELA PREFEITURA A s comunidades de Paraisópolis, Jardim Colombo e Porto Seguro estão localizadas no distrito de Vila Andrade, região sudoeste do município de São Paulo. O acesso se dá pela Avenida Giovanni Gronchi e Av. Morumbi. Encaixam-se em uma Zona Especial Z8-029 (coeficiente de aproveitamento 0,025 e taxa de ocupação 0,10). Situa-se entre uma Z1 (Av. Morumbi) a leste, e a oeste Z2 (Avenida Giovanni Gronchi). O Loteamento foi aprovado em 1922 - a gleba pertence a particulares diversos, com presença de grileiros, processos de usucapião e de reintegração de posse. A área do loteamento aprovado em 1922 era de 158 ha. Hoje Paraisópolis ocupa 101,5 ha. População estimada é de 80 mil habitantes. A densidade média por área líquida é de 1643,7 hab/ha. O sítio em geral é bastante acidentado principalmente onde ocorrem as grotas. No entanto, encontra-se um platô, com baixas declividades, na região próxima ao centro geográfico da Favela de Paraisópolis. Constitui-se um conjunto de quadras organizadas como uma malha ortogonal, a partir do loteamento original. Paraisópolis e Porto Seguro localizam-se a Sudeste da Avenida Giovanni Gronchi, eixo estruturante do bairro do Morumbi, Jardim Colombo localiza-se a Noroeste da mesma avenida. Paraisópolis e Porto Seguro conectam-se ainda com a Avenida Morumbi, a leste, pela rua Dr. Francisco Tomas de Carvalho. Predominância de pequenas unidades familiares, com mais de 3 membros. Nas comunidades de Paraisópolis, Jardim Colombo e Porto Seguro predomina o uso residencial. O uso misto e comercial encontra-se geralmente próximo ao viário estruturante.O uso institucional é marcado pela presença de escolas, igrejas e, no caso de Paraisópolis, das instituições de saúde. A tipologia das habitações constituem-se de material provisório cerca de 12,37%, alvernaria precária cerca de 44,88% e 43,75% alvenaria boa para consolidação. O índice de abastecimento de água é de 100 %. A área ocupada pelas favelas conta com rede de distribuição de água e micromedição individual implantada pela SABESP apenas nos domicílios adjacentes às vias principais. Os domicílios localizados no interior das quadras são abastecidos de forma clandestina. As vias oficiais possuem rede coletora de esgoto, que atendem as construções lindeiras a elas, porém os barracos localizados no interior das quadras são atendidos por canais e tubulações implantados precariamente pelos próprios moradores. Instalações elétricas são precárias, acentuada presença de gambiarras.
Projeto de melhoria da escadaria Manuel Antônio Pinto Como o croqui ao lado demonstra, esse projeto tem como partido vencer a topografia de forma agradável ara o pedestre. É composto por quatro camadas, necessariamente nessa ordem, verde, escada, drenagem e programa. A PMSP informou que no terreno ao lado dessa escadaria havia um projeto do escritório SUBDV que propunha a reconstrução da Sede dos Moradores de Paraisópolis, com projetos sociais como alfabetização de adultos, cursos prévestibulares, capacitação de profissional, tele centro e uma biblioteca. Além disso, contaria com espaços internos de administração, horta comunitária, aulas ao ar livre, refeitório, quadras, salas de aula, oficina, anfiteatro, áreas verdes, mercado e galerias de arte. Essa obra não tem previsão para ser executada. Em visita realizada nota-se que invadiram o terreno que seria destinado ao equipamento e construiram novas unidades de habitação, para acessar essas unidades, fizeram um buraco no muro amarelo que tampa a visão e o acesso a essas casas..
O projeto do lugar: Grotinho de Paraisópolis Arquitetos: Carlos Dias, Marcos Boldarini e Suzel Maciel Fonte: A Cidade Informal no Século XXI. A proposta de urbanização segue um conceito projetual de mudança de paradigma de espaço de risco ambiental para uma apropriação de caráter social, criando áreas livres públicas com uso de circulação, lazer e recreação e um edifício de composição arquitetônica de caráter agregador com funções múltiplas de serviço e moradia, como requer a vida contemporânea. Lugar das emoções, das sensações, dos sentidos; do olhar, do cheirar, do paladar, do escutar, do tato; enfim, lugar do acalanto, do vento, do sol e da lua. O resgate do caráter público do local norteou o desenvolvimento do projeto como ação desafiadora. Sua implantação na cota inferior da grota é a estratégia de integração física com as áreas abertas de convívio cotidiano e promove a articulação para romper a fragmentação física e social.
Análise crítica propositiva Esse projeto agrega grande valor pelo fato de se inserir na cota mais baixa da grota, um espaço público de qualidade, de passeio e estar, proporcionando vista 360o para as unidades que encontram-se implantadas nos topos do morro, é fácil a leitura do espaço, o entendimento para onde ir. O programa é distribuido a partir dos níveis, no piso térreo um programa de carater mais público, comércio e centro comunitário, as unidades de habitação estão localizadas nos pavimentos superiores, mais resguardadas, mas sem segregar, e o lazer e esporte na praça, ao mesmo tempo que separa o programa, une tudo através da circulação e do espaço público comum. A paisagem cidadã é a essência do lugar público, que nasce e continua vivo se for apropriado pelo morador que o transforma em lugar e passa a ser seu gestor. Fonte: A Cidade Informal no Século XXI. Esse trabalho tem como objetivo desenhar espaços a partir desse pensamento, apesar de ter constatado que a população local ainda não se apropriou interamente do Grotinho, como pode conferir nas fotos na próxima página. Acreditase que essa apropriação ainda não ocorreu devido a obra não ter terminado.
PLANTA O1PAVIMENTO
PLANTA TÉRREO
CORTE LONGITUDINAL
0 2
5
10 m
O projeto do lugar: Grotinho de Paraisópolis Arquitetos: Urban Think Tank de Caracas Fonte: A Cidade Informal no Século XXI. Planeja-se ocupar esse vazio com áreas produtivas e públicas, com um projeto social voltado para o crescimento dos assentamentos e melhoria da infraestrutura. Além de estabilizar o solo eliminando a erosão, a intervenção une o tecido urbano e o integra ao programa composto de equipamentos esportivos, centro comunitário, produção agrícola, comércio, transporte, infraestrutura, novas moradias e escola de música. Na zona mais baixa estariam um ponto de ônibus, o campo de futebol, um centro comunitário e a escola de música, com salas de aula e de apresentação e estúdios de gravação. Esse espaço musical, vital para a área, leva música para as favelas, atendendo todos os jovens. A mais elevada contém novas moradias para substituir aqueles removidos das áreas de risco. Espaços comerciais, no primeiro nível, são uma atração para a rua. Os arquitetos devem se tornar um elo entre o planejamento de “cima para baixo” e as iniciativas de “baixo para cima“, acabando com as discórdias. A prioridade será prover a comunidade com infraestrutura necessária, além de prover com equipamento as áreas de saúde, educação, cultura e esporte. O modelo proposto visa adequar soluções espaciais às necessidades da sociedade, igualdade ao acesso à moradia, emprego, tecnologia, serviços, educação e recursos – direitos fundamentais para um morador de qualquer cidade. Análise crítica propositiva Esse projeto tem situação de topografia semelhante ao da área do Grotinho, mas resolve de forma completamente diferente. O alto gabarito que marca a paisagem faz surgir questões relativas ao extenso programa em um único edifício. As casas residuais que acabam por ter visão do entorno bloqueada, uma unidade de habitação implantada no topo do morro é senão mais, um privilégio de visão do todo da grota.
Córrego do Antonico Arquitetos: MMBB - Fernando Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga. Fonte: A Cidade Informal no Século XXI. O trabalho resulta da articulação entre duas esferas de investigação projetual. A primeira opera sobre a redefinição do paradigma da infraestrutura urbana. A segunda opera na construção de formas do imaginário popular atuantes sobre o uso do espaço. Tecnicamente, busca alternativas de reconciliação da favela com as águas. A estratégia é distinguir fluxos. Mantém na superfície do canal apenas o fluxo de base, acrescido de vazões de cheia controladas e compatíveis com a densidade do tecido urbano. O fluxo das grandes chuvas é direcionado para uma galeria extravasora. O córrego, uma vez reprogramado, configura-se em uma das principais estruturas locais, potencializado por dinâmicas de uso que o resguarda de futuras invasões. O projeto do canal, não mais visto apenas como produção de um artefato técnico, deixa-o aberto a inúmeras possibilidades de resignificação por parte da população. O intuito é promover a construção do domínio público. A estratégia é associar os espaços livres aos usos que a cultura da praia urbana nos evoca, pois reconhecemos que, na praia, as formas espontâneas de negociação do uso do espaço tornam a coexistência ativa e desejável. Análise crítica Nota-se nesse projeto a tentativa de resolver o espaço público de qualidade, promovendo o encontro, o passeio de qualidade, trazendo a memória da água possibilitando a apropriação daquele espaço como extensão de suas unidades, a preocupação em tentar resolver um problema de drenagem que existe desde a criação do loteamento é de grande valia. Entende-se como um ganho para as unidades residuais o espaço a mais que ganham, a possibilidade de abertura para diversos usos e apropriações, as unidades acabam por ganhar mais uma frente, quando anteriormente tinham um fundo com outras unidades. [conforme desenho na próxima página] Os novos edifícios de habitação vem reforçando o uso público do térreo, propondo a instalação de comércio, e a partir do 1o pavimento unidades de habitação. [conforme desenho na próxima página]
CORTE
CORTE
0
25 50
100 m
IMPLANTAÇÃO
Projeto de arquitetura e urbanismo intracondominal Arquitetos: Edson Elito, Joana Fernandes Elito, Cristiane Otsuka Takiy Esse projeto tem como partido de implantação utilizar da curva de nível em favor da ocupação, o acesso é feito em meio-nível, fazendo assim 4 pavimentos de habitação para cima e 4 para baixo, garantindo a não implantação de um elevador. No pavimento intermediário não há unidade de habitação, os programas escolhidos são: sala de máquinas, salão de festa, biblioteca, sala para curso, uso voltado para os condôminos. As unidades de habitação foi pensada a partir de um módulo de hidráulica básica, cercado por janelas, as paredes internas não são estruturais, dando liberdade para o morador escolher o tamanho e disposição dos ambientes.
Em alguns casos o pavimento térreo é destinado a serviço, comércio local na tentativa de manter o carater de bairro.
Análise Crítica A primeira visita realizada em Paraisópolis, foi acompanhada de um funcionário [Vagner] da Prefeitura Municipal de São Paulo, que trabalha no canteiro de obras, dentro do complexo. A partir da Rua de acesso nota-se que ha barreiras de acesso para todos os lados, nada convida o acesso, o passeio pela calçada é sempre adjacente a uma grade, para acessar o condomínio de edfícios na cor marrom há um portão, logo adiante um balanço e uma gangorra com as pecto árido, eram 10horas da manhã e não havia nenhuma criança brincando, mais a diante uma grade que da vista a um talude, seguido por um muro de gabião e mais a diante a Avenida Perimetral. É difícil acreditar no que se vê, se na Rua as barreiras que impedem o acesso do condomínio chocam, de dentro dele as barreiras visuais e de permeabilidade são ainda piores. Esse tipo de implantação deixa margem para quetionamentos. Por que cargas d’água instalaram uma grade no topo do talude? “Vitorioso o ser humano que conseguir vencer os 10m de altura que o muro de gabião sobe, mais o talude que tem em média mais uns 5m de altura.” O projeto foi estudado antes da visita, a idéia da planta quase livre dentro das unidades acredita-se ser uma conquista na forma de projetar Habitação Social, garantir que as pessoas não vão entrar para morar em uma unidade engessada que é igual ao vizinho de cima, de baixo, da esquerda e da direita, garantir que o morador tem a liberdade de optar por habitar aquele espaço do jeito que ele julgar ser melhor para o tipo de vida dele. Voltando para a Rua em direção ao condomínio vizinho vermelho, nota-se uma diferença de nível para o acesso a praça que está em obras, ao que tudo indica essa praça não haverá grades, mas nunca se sabe. O condomínio vizinho vermelho segue o mesmo padrão do anterior, a única diferença é que há um estacionamento para carros no fundo do terreno, e mais uma vez as barreiras se repetem, necessariamente nessa ordem, primeiro vem o talude, depois o muro somente depois de tudo isso, as casas existentes que não tem acesso a esse espaço “novo”.
A pergunta que fica no ar é o por que desses bloqueios, entende-se que a lógica da favela é exatamente essa, de não haver uma separação entre “o que é meu e o que é seu”, o espaço comum é de todos, a rua é de todos, é na rua que essas pessoas se encontram, pois as suas casas não recebem sol adequadamente, tem cheiro de mofo, é pequena, isola do mundo, entre outros problemas já levantados em diversos estudos sobre favela. Acredita-se que, o que essas pessoas querem é fazer parte da cidade, e aí a Prefeitura vem e propõe uma urbanização reforçando a exclusão dessas pessoas, e o pior é que é uma segregação a partir de uma melhoria que a mesma propõe para essas pessoas, o que dá a sensação é que “agora eu tenho um apartamento, com 3 comodos, piso,, azulejo, pago água, luz, telefone, gás e sou melhor do que você que ficou aí atrás do muro. O questionamento aumenta sobre o que resulta esse tipo de ação, qual o ganho que as crianças que antes brincavam na rua e agora vão brincar dentro das grades do seu condomínio em um play-ground, elas vão crescer entendo melhor o que é cidade?
Campo Palmerinha Desde a década de 70 que o campo de futebol Palmeirinha disputa e ganha espaço entre as casas ao redor, notase nas imagens aéreas que ali sempre foi o local do futebol, as casas foram sendo construidas ao redor, e o campo resistiu, ninguém ocupou, a apropriação misturada com uso muito forte desse equipamento que até recentemente não tinha infraestrutura. A revitalização do campo contou com a instalação de grades [de proteção para a bola] arquibancadas e uma sede para guardar o material esportivo. As casas do entorno tiveram suas fachadas pintadas e acessos para o exterior da quadra. O campo fica aberto 24horas por dia, o uso é intenso, na sede há um responsável pela limpeza e conservação, mas os moradores cuidam, do bem que é deles. Percebe-se que o Palmerinha não é um equipamento com diversas salas, usos, horários, etc, mas é um equipamento que agrega valor para aquelas pessoas, a implantação no miolo da quadra intensifica a circulação de pessoas, sempre tem gente usando, está às vistas de todos, o que facilita a evitar degradação e vandalismo. Desde 2004 que o Instituto Rugyb para Todos utiliza esse campo para treinos, com o intúito de trazer esporte para a comunidade, mas trazer um esporte diferente, que tem a intensão de se tornar um esporte olímpico nas Olimpíadas de 2016.
Projetos de ReferĂŞncia
Estrutura urbana surge da transformação sem destruição Projeto Vigliecca & Associados, Urbanização de Favelas - SP Fonte: Revista PROJETO Edição 312, fevereiro de 2006.
Projeto realizado para o Complexo de Favelas Paraisópolis em 2006, inviabilizado por retirar muitas unidades.
Um dos elementos centrais do projeto é a substituição de boa parte das construções de miolo de quarteirão por edificações verticais , de forma a criar vazios que vão sugerir a conectividade entre as quadras e qualificar os acessos a suas áreas centrais. Os novos edifícios se estenderão de um quarteirão a outro, através da implantação aérea sobre as vias que os delimitam. O tratamento dos vales também constituiu uma das diretrizes do projeto, principalmente nas imediações dos córregos . A idéia é substituir as construções que obstruem seu traçado por edificações na própria favela, criando, assim, parques e vias de circulação.
Concurso Conceitual Morar Carioca - Propostas para urbanização de favelas no Rio de Janeiro Proposta: Grupo 151, Claudio Manetti - Área de Intervenção Urbanística Fonte: Catálogo Propostas Metodológicas 2010. Essa proposta tem como partido atuar em áreas densamente ocupadas, gerando espaços livres entre as edificações, ou seja removendo unidades habitacionais do miolo e colocando no lugar ora espaço livre, verde, atividade para a comunidade, ora edifício de habitação, proporcionando que os moradores permaneçam no contexto onde já habitavam. A idéia é manter o gabarito das unidades vizinhas e o térreo livre para área comum dos vizinhos, instalação de serviço, comércio, ou centro comunitário, etc.
Urbanização Medellín, COLOMBIA Fonte: INFORMALIDAD Y URBANISMO SOCIAL EN MEDELLÍN Alejandro Echeverri e Francesco M.Orsini Na Empresa de Desenvolvimento Urbano (EDU) de Medellín, uma estrutura de organização descentralizada do Município de Medellín que foi criada em 1993, projetos urbanos foram definidos como uma prioridade estratégica no plano de desenvolvimento. Entre estes, se desenvolvem as Bibliotecas Parques, escolas de qualidade, o Projeto do Novo Norte, e Projetos Urbanos abrangentes, entre outros. O Plano Urbano Integrado é um instrumento de planejamento e intervenção física em zonas caracterizadas por alto índice de marginalidade, segregação, pobreza e violência, declara seu interesse em fortalecer as bibliotecas como centros de desenvolvimento integral e da cultura social. Proposta de Metrocable, que por teleférico conectaria a cidade informal com o Metro, esse sistema gerou as novas estações que foi a definição da estratégia territorial. Se implementou um processo de consolidação dos bairros que seriam afetados pelas estações, que permitia estruturar e ordenar o território, não somente melhorar a acessibilidade através das obras e projetos de caráter público como equipamentos comunitários, parques, ruas, passeios e pontes de pedestre para conectar os bairros, entre outros. Os Parques biblioteca fazem parte da estratégia “Medellín, o mais educado”. As intervenções são especificamente chamados Biblioteca Parques porque o seu objectivo de alcançar uma transformação urbana (principalmente através da criação de espaços públicos). O plano procura prever proximidade ao transporte público de alta capacidade ou médio prazo. Proximidade de sistemas ambientais. O rio Medellín atravessa o vale de norte a sul. Ligado a este rio, são vários riachos que descem das montanhas (EW), o POT (Plano de zoneamento) considerou estes fluxos como elementos estratégicos para a criação do espaço público e uma melhor qualidade de vida na cidade. Como tal, uma série de parques lineares que fazem fronteira com os rangidos, foram planejadas e construídas. O PUI se focou na melhoria da infraestrutura pública como motor da transformação social. Por todos esses meios os sistemas naturais, tais como encostas, que foram invadidas ou ocupadas por estabelecimentos com um elevado nível precariedade apresentam alta concentração de habitação em área de risco, baixo nível de consolidação, baixa cobertura dos serviços, infra-estrutura e espaço público, a ilegalidade posse e altos níveis de pobreza, é uma preocupação, o estado de degradação ambiental e outros problemas.
Plano de Desenvolvimento Urbano 2010-2025 Projeto: Anália Amorim, Ciro Pirondi e Ruben Otero Fonte: A Cidade Informal no Século XXI. O projeto elaborado no ano 2009 tem a particularidade de se inserir num processo de urbanização da área em andamento por parte da Prefeitura de São Paulo já faz alguns anos. Nesse sentido as premissas de projeto deviam considerar essa circunstância e adaptar alguns dos seus objetivos e estratégias aos avanços dos trabalhos nas diversas áreas. O Plano de Desenvolvimento Urbano 2010-2025 propõe um modelo de desenvolvimento harmônico que leve em consideração as características e particularidades centradas nas áreas de infraestrutura, equipamentos, espaços públicos e habitação. O desenho desejável para Paraisópolis está estruturado em três eixos básicos: as águas, a mobilidade e a habitação. Tudo conectado em favor da construção de recintos capazes de estruturar o convívio como dimensão essencial do desenho urbano. O processo multidisciplinar, após a compreensão dos anseios da população, é desenhado e expresso em um texto norteador do plano diretor. As águas, como bem primário dos mais valiosos no futuro próximo, são entendidas também como elemento de lazer e educação. O máximo possível ela ficará exposta em forma de pequenas piscinas e locais de contemplação, propiciando o aumento do convívio direto da população com as águas limpas. Para incentivar o lançamento do esgoto doméstico na rede pública, prevemos um kit que realiza a ligação da tubulação interna de cada casa com a rede. A qualidade da água também é afetada pela coleta e manejo do lixo da área. A proposta prevê a coleta diária do lixo de toda Paraisópolis por meio de pequenos caminhões elétricos que levarão o lixo para a Central de Triagem de Paraisópolis. O lixo orgânico será levado para o serviço de compostagem e o lixo não reciclável será levado para o aterro sanitário. A mobilidade: devido à topografia acidentada, que em vários pontos da área dificulta a circulação interna em Paraisópolis, adotou-se um sistema de ascensores, instalados em pontos estratégicos, criando áreas de encontro e serviço em seus ingressos. Esses elevadores estarão integrados ao sistema de transporte da cidade de modo a atender a população local e assegurar a manutenção do equipamento. Ciclovias interligadas ao entorno, rampas motorizadas e calçadas mais generosas favorecem e incentivam o caminhar em áreas sombreadas com bancos para o descanso. Os autos circulam em sistema viário existente, domesticados com três opções de estacionamento: carga e descarga; sistema elevado vertical utilizando pequenos terrenos; e quatro grandes edificações de estacionamento localizadas em áreas de fácil acesso (com pé-direito reversível para futuras habitações). No leito viário, não se estaciona. A área anteriormente usada para esse fim amplia-se para as calçadas, plantando-se árvores, instalando-se bancos, favorecendo o encontro. Vias, ciclovias e novas calçadas são conectadas ao entorno existente, evitando-se assim a segregação e o isolamento tão usual em áreas dessa natureza. A habitação: se bem é verdade que ela não principia nem termina em sua porta, existem outras dimensões simbólicas de abrigo, como proteção e identidade, as quais preservamos em nosso projeto. Com uma densidade muito superior a grandes metrópoles, buscamos alternativas pontuais, mantendo o assentamento o máximo possível em sua configuração existente (5% de remoções). A construção do vazio é uma prioridade numa área carente de espaços abertos. Quando o desenho favorece, remoções são realizadas nos miolos de quadras, e pequenas praças são instaladas, implantando-se novos edifícios – com um sistema construtivo préindustrializado em blocos cerâmicos, já utilizados pela população local – retornando o morador ao seu local de origem. Os novos apartamentos possuem uma área de 50 metros quadrados em construções de três a quatro pavimentos, utilizando quando possível a cobertura para o lazer e secagem de roupa, hábito cultural de toda a população. Em situações mais densas, propomos “pátios privados” entre quatro a seis casas, de forma de “arejar” a quadra. Onde a ventilação e a iluminação não alcançam o menor índice aceitável, sugerimos “chaminés” industrializadas para a ventilação cruzada desejável.
intervenções
Plano de Intervenções FONTE: Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Habitação
INFRAESTRUTURA MOBILIDADE HABITAÇÃO / COMÉRCIO ESPAÇO PÚBLICO + EQUIPAMENTOS
Análise Esse plano vem em resposta ao questionamento quanto a falta de espaços públicos nas quadras existentes, requalifica o miolo da quadra sem fazer um arrasa quarteirões. Além da qualidade do espaço que desenha para as unidades novas e espaços de estar que a mesma gera. Em relação a mobilidade, um tema super bem ismiuçado nesse plano, a proposta de elevadores, resolve muito bem o problema de vencer a topografia na escala do pedestre. A transformação das ruas em apenas uma via de automóvel, os estacionamentos verticais são resoluções bem acertadas, em visita notou-se que o fluxo de carros é um problema, os motoristas não respeitam as faixas, não há travessias suficientes para os pedestres, e como as calçadas são inviáveis para o passeio os pedestres acabam por andar na rua, disputando espaço com os carros, motos e caminhões. Apenas com relação a ciclovia e os bicicletários que fica a dúvida, pois por a topografia ser acentuada, andar não se vê ciclistas nas ruas, imagina-se que deva ser um esforço muito maior do que a utopia da substituição do carro.
Habitação e espaços vazios no miolo de quadra
Elevadores para vencer a topografia
Duas formas de resolver a ciclovia
Estacionamento de carros e bicicletรกrio
Pensamentos, idéias e uma grande dúvida. O Complexo de Favelas Paraisópolis começou sendo um problema, o loteamento que foi desenhado sem levar em consideração as curvas de nível, a falta de infraestrutura que gerou o abandono por parte dos proprietários, o crescimento da cidade, e por fim a ocupação irregular. O bairro do Morumbi que depende quase que 100% da mão de obra residente no complexo vizinho, faz fronteira com a pobreza, marcado pela verticalização os altos edifícios é de fácil visão de dentro do complexo. O sentimento de exclusão é de fácil entendimento quando vemos a foto do Tuca Vieira quando mostra um edifício onde cada apartamento tem a sua piscina privada, que dá vista para um amontoado de casinhas. Marcando o sentimento de exclusão, a PMSP-SEHAB que em 2005 contratou escritórios renomados para realizarem projetos em Paraisópolis, definiu os terrenos, programa, viário, mas, em visita ao local das obras, nota-se que os projetos parecem não se comunicar entre si e com a escala humana, dá para entender que a topografia não ajuda muito, mas a sensação que dá é de não poder fazer parte daquilo em vista de tantas grades e calçadas que não convidam o passeio e acesso. Paraisópolis é uma das favelas que tem infinidades de ONG’s buscando sempre suprir a carência social da área. Entre tudo, creche, CEI, CEU, escola de música, escola de dança, espaços esportivos, cinema ao ar livre, horta comunitária, enfim, todos os programas que se possa imaginar para uma cidade, já foi pensado e projetado e está sendo construído em Paraisópolis, um dos pensamentos que vem a cabeça é ‘Por que a cidade informal precisa ter tantos equipamentos reunidos? O transporte público está aí para isso, para levar as pessoas para diversos pontos da cidade, promover o passeio, a deriva, viver a cidade. Quem é pobre não pode? Tem que ter tudo perto? ou tem que ficar excluído em seu bairro, cercado por um muro que delimita a ZEIS em que ele se inseri? Muitos bairros de classe média alta não tem a quantidade de equipamentos que tem em Paraisópolis, e nem por isso é um bairro de qualidade baixa para se viver, muito pelo contrário. Enfim, mesmo com todos os equipamentos projetados, a falta de espaços públicos permanece, quando se escreve ‘espaços públicos’ se quer chamar a atenção para praças, calçadas onde o passeio seja possível, onde não haja uma residência invadindo, um espaço para levar um bebê para tomar sol pela manhã, espaço para as crianças andarem de bicicleta, andar de skate, sem ter que se deslocar até um equipamento que está localizado a tantas quadras da sua residência. Em pesquisa realizada pode-se notar que os primeiros moradores de Paraisópolis vieram do Nordeste em caminhões pau-de-arara com a promessa de que São Paulo precisava de mão de obra. Quando chegavam, se instalavam todos da mesma família em uma mesma quadra, assim as quadras eram formadas de unidades onde a vizinhança era uma mesma família, pai, mãe, filhos, tios, sobrinhos, etc. Com isso, os miolos de quadra se tornaram espaços públicos, o lugar de convivência dessas famílias, era ali que as pessoas se encontravam pela manhã antes de ir trabalhar, ali que as crianças brincavam durante o dia, ali que as mães faziam atividades de artesanato, ali que todos se encontravam a noite para conversar, brincar etc, ali que a vida comum dessas pessoas aconteciam.
O comércio de serviço era feito voltado para a rua principal e o miolo ficava resguardado das interferências do externo. No decorrer dos anos a intensificação do adensamento, famílias se desfizeram, a necessidade de ocupar o miolo com outras unidades, e as relações foram perdidas, ou quando não, ainda utilizadas, mas precariamente. As referências citadas, vêm para mostrar que é possível o resgate dessa ocupação de miolo de quadra que tanta qualidade tem para essas pessoas, um funcionário da Prefeitura pode até dizer que isso geraria um número muito grande de desapropriação, mas até aí qual a vantagem de deixar essas quadras insalubres, sem espaços para as pessoas viverem e não apenas morarem naquele lugar? Outro fator a considerar como discussão são as implantações das unidades de habitação, um funcionário da Prefeitura pode até dizer que não colocar grades, guarita e proporcionar um passeio tornando o acesso mais agradável daria margem para a ocupação irregular, mas então essa forma de desenhar esses edifícios estão incorretas, esses edifícios pode ter a planta muito bem resolvida, com o módulo de hidráulica e os ambientes modulares a gosto do morador, mas em carater de implantação e apropriação do espaço comum admite-se que é nulo. Olhando as fotos é possível perceber por que na primeira oportunidade surgiria uma unidade de habitação lindeira ao edifício, o projeto tem um desenho onde taludes parece regra e não excessão, gerando espaços que não são nada, não são jardins, não são play-grounds, não são estar, e nem transição entre casas existentes e habitação nova, é ali um fundo de lote, mau projetado e mau utilizado e que na primeira oportunidade pode-se prever lixo, ou um puxadinho para guardar coisas que o condomínio não tem onde esconder. Dando destaque para a Avenida Perimetral que não é citada em nenhum outro ponto desse trabalho pela falta de informação recolhida. Num primeiro momento o mapa de zoneamento que mostra o limite das ZEIS que contempla Paraisópolis, quando comparado ao muro que faz exatamente o mesmo desenho, chega a dar medo, a sensação que dá é que a Avenida Perimetral é um divisor entre cidade informal e cidade formal. Analisando o mapa de intervenções percebe-se que no lado oposto a favela há projetos institucionais que servirão a Paraisópolis, então a Avenida Perimetral passa a ser uma barreira de acesso a esses equipamentos. Analisando in-loco a obra da Avenida Perimetral, nota-se, que em alguns pontos a própria é o elefante branco, pois o que era para integrar a cidade informal com a cidade formal, dando acesso a diversos outros pontos acaba sendo uma barreira devido a má implantação da habitação de acordo com a topografia, o desenho da quadra gera um desnível muito grande entre as habitações e a Avenida Perimetral, a sensação que se tem, é que os carros que passam lá embaixo nada que tem a ver com a favela, parece ser impossível acessar aquele nível, então é uma conexão para as pessoas da cidade informal ou uma passagem rápida sem ter que passar literalmente dentro da favela? Para quem mesmo que essa Avenida Perimetral foi projetada?
As questões foram levantadas, e as respostas estão por vir, aguardo os Senhores na Banca de Reflexão. Obrigada. Mirela Caetano
Fotos do arquivo pessoal da estudante Vistas a partir das ruas principais do complexo, onde estão instalados em grande maioria, comÊrcio de serviço.
Fotos do arquivo pessoal da estudante Vistas das ocupações espontâneas das calçadas, extensão de uma residência, extensão de um bar e acesso .a um miolo de quadra.
Fotos do arquivo pessoal da estudante Vistas das ocupações de miolo de quadra, infraestrutura instalada pela Prefeitura, diversidade de tipologia e implantação
Fotos do arquivo pessoal da estudante
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