Escola de Arquitetura , Urbanismo e Design-UFPB - Disciplina de Projeto IV

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ESCOLA DE ARQUITETURA, URBANISMO E DESIGN MIRNA S. LINHARES Universidade Federal da Paraíba - UFPB Disciplina de Projeto IV Orientador: Carlos Nome


SUMÁRIO 1. A ESCOLA DE ARQUITETURA URBANISMO E DESIGN

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2. O ESPAÇO E A INSERÇÃO

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O Terreno - A implantação - Os acessos - A circulação - Os condicionantes climáticos - A estrutura

3. O PROGRAMA DE NECESSIDADES

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4. OS SISTEMAS

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5. A MATERIALIDADE

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Os Ateliers - A Biblioteca - A Praça - Os CAs - O bloco de estudos - O Auditório - Os laboratórios - O bloco de Estudos e a Sala dos Professores A oficina de trabalhos manuais Sistema elétrico - Sistema hidrossanitário - Sistema de refrigeração -Sistema de Telhado Verde - Sistema Logístico


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“Somos feitos de matéria e vivemos imersos na matéria. O que devemos fazer não é renunciar à materia, mas procurar dar a ela uma forma diferente da de um simples objeto. Não importa que nome se possa dar a essa forma: arquitetura, jardim, computador, droga. Enquanto não se conseguir dar outro nome a ela chamarei de “antiobjeto” (Kuma K, 2000).


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ESCOLA DE ARQUITETURA, URBANISMO E DESIGN A Escola de Arquitetura, Urbanismo e Design (EAUD), é um projeto idealizado para Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no Campus I, localizado na cidade de João Pessoa, a proposta foi feita para comportar os Cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Design atuais da universidade, tendo em vista todas as especificidades que os cursos necessitam hoje e prevendo possíveis ampliações. O projeto teve como premissa o diálogo direto com a natureza, partindo da afirmativa de que a arquitetura e a natureza podem ser interligadas. A intenção foi proporcionar uma vivência harmônica consigo mesmo e com a vegetação existente, deixando que essa envolva o novo elemento inserido. Trabalhou-se a capacidade de sinergia entre convivência e visibilidade, sincronizando interesses individuais e objetivos em comum dos discentes, docentes e servidores.

O programa foi distribuído buscando proporcionar contatos, relações e conexões, onde a cumplicidade e a reciprocidade entre as diferenças foram estrategicamente colocadas lado a lado; natureza, edifício e cidade. A busca por essa união torna essas palavras a conceituação do projeto desenvolvido. Por entender a importância desses conceitos para a formação do arquiteto, força a partir daí, o aluno a refletir diariamente que tipo de ambiência deve estar presente nos projetos. O espaço de ensino foi projetado na paisagem do entorno, onde a massa do edifício consiste em três blocos que ocupam toda extensão do terreno. O nível de transparência para o exterior foi um dos pontos trabalhados para que a conexão fosse mantida, propiciando não só um projeto que permita os estudantes usufruam do meio externo, mas que o meio externo entre para o interior do edifício e o transfor-

me. A continuidade da natureza invade o interior do edifício através de uma grande área livre verde, que faz a conexão com os demais ambientes de convivência, proporcionando o equilíbrio entre ambiente de estudo fechado e ambiente de descontração ao ar livre. Com isso, a escola oferece experiência dinâmica e acolhedora, onde o foco é na formação de arquitetos mais conscientes de seu papel como profissional. Propõe-se uma escola comprometida com premissas ambientais e urbanas, que possibilita apropriações e relações com o seu entorno.

À direita: Vista da Escola de Arquitetura, Urbanismo e Design a partir da Via Expressa Padre Zé, na rotatória da UFPB. Uma notória perpectiva que convida o observador transeunte a olhar para um icônico edifício da universidade.


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O ESPAÇO E INSERÇÃO O TERRENO

O terreno localiza-se na porção norte da UFPB, está próximo ao Centro de Comunicação, Turismo e Artes e compartilha o mesmo terreno com o Departamento de Mídias Digitais. Ocupa área de 11.600 metros quadrados e localiza-se no vértice dos planos formados pela Rua Vereador João Freire e pela rua interna da Universidade. Sua geometria se desenvolve irregularmente em direção ao interior do lote ao longo da Reserva Florestal, sendo parcialmente nivelado, com declive longitudinal de 50 cm Cada face do terreno proporciona diferentes vivências e visuais, o que gera uma riqueza de possibilidades para a edificação. A fachada oeste está voltada para Rua Vereador João Freire, permite maior proximidade com a cidade, ela possui uso predominantemente comercial e de serviço, localizados em um Bairro Castelo Branco que possui um grande

número de estudantes residentes. A fachada sul do terreno tem maior aproximação com a universidade, apesar do seu entorno possuir estacionamentos e “fundos” de edificações, tornando a área avessa ao pedestre e a menores permanências do mesmo. E por fim, a fachada norte, oferece a experiência com a natureza, pois está próxima à Reserva Florestal pertencente à UFPB. A massa arbórea em questão cria melhores condições climáticas, através do sombreamento e da baixa de temperatura no seu entorno imediato.

À direita: Diagrama de localização do edifício e entorno.


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INSERÇÃO Observando os pontos positivos proporcionados pela localização do terreno, iniciou-se a implantação do edifício. O ponto prioritário foi a interação do edifício com a Reserva Florestal, o qual buscou-se não apenas trata-la com um elemento de contemplação, como ocorre normalmente nas edificações da UFPB, mas sim, como um lugar oportuno para se ter um contato direto. Ao observar a proximidade com o Bairro, buscou-se respeitar o gabarito predominante da área, onde o plano de implantação consiste em estabelecer a horizontalidade do edifício conforme as necessidades do programa, ocupando assim, de forma quase que integral o terreno. Essa distribuição permite também a maior vivência no térreo do edifício e tem como principal interesse proporcionar a maior interação entre usuários e o entorno.

Inserir: Para que a distribuição ocorresse em todo o terreno, inseriu-se o programa em um bloco único, colocando os recuos necessários, respeitando as árvores do entorno e buscando a apropriação linear do lote. A massa densa foi cortada no seu centro, criando um vazio central, concretizando a escolha por um partido que possibilidade maior integração no edifício, bem como parte da decisão que prioriza o conforto climático da edificação. O átrio simboliza o “respiro” do edifício e faz o papel de espaço de transição e familiaridade com a natureza. Experimentar: Distribuídos nas extremidades do terreno, foi feito uma torção e aberturas nos volumes buscando apropriação visual e física da reserva florestal. Essa decisão busca dissolver o elemento arquitetônico no contexto de cidade e de meio ambiente, sendo este envolvido pela reseva florestal, significando o “abraço” ao novo elemento inserido.

À direita: Diagrama conceitual de inserção do edifício no terreno, que representa a evolução da massa edificada e as intenções projetuais.


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O ACESSO Os acessos foram determinados a partir da análise do entorno, o qual originou a entrada principal, de maior fluxo, entrada secundária, de menor fluxo e saída de emergência. O acesso principal localiza-se dentro da UFPB, feito pela rua interna, esse acesso foi marcado por uma grande coberta que conecta os blocos do edifício. A partir desse ponto, é possível adentrar na Escola e ter uma visão do átrio central, que permite o contato direto com os ateliers, os laboratórios, o bloco de estudo e a visão da reserva florestal. O acesso secundário se deu advindo da Rua Vereador João Freire, acesso externo a UFPB, que trata-se da tentativa de transformar o edifício em um local de passagem para aqueles que adentram na Universidade advindo do Castelo Branco, essa abertura proporcionará a visibilidade da Escola de Arquitetura, possibilitando também

trocas de experiência, esse acesso conta também com a possibilidade de total fechamento. Por fim, os acessos aos ambientes do térreo do edifício também possuem variações entre, livres; todos os espaços abertos e banheiros, controlados; biblioteca, salas adminstrativas, laboratórios, auditório e CA’s; e limitados; salas de aula.

A CIRCULAÇÃO A Circulação do edifício é marcada predominantemente por sua horizontalidade, a qual é representada pelas escadas distribuídas no bloco de Ateliers, externamente, e internamente, na Biblioteca, onde apresenta uma sutileza através dos andares intermediários de pesquisa, de estudo e no Auditório, o qual permite a passagem do primeiro andar para adentrar na reserva florestal que dá acesso ao HUB de Alimentação. A circulação vertical foi distribuída no bloco de

pesquisa, mais próxima ao Auditório, que através de um elevador, permite a entrada direta em caso de eventos. A segunda circulação está posicionada entre o Bloco de Estudo e o Bloco de Atelier, garantindo a acessibilidade de ambos por meio de um elevador. E por último, as escadas localizadas centralmente no edifício garantem a circulação vertical no bloco de estudos.

À direita: Diagrama de criculação e acessos.


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CONDICIONANTES CLIMÁTICAS A cidade de João Pessoa apresenta um clima quente e com índices relativamente altos de umidade do ar. Suas temperaturas médias variam entre 20°C e 30°C com forte incidência de radiação solar e ventilação predominantemente sudeste. Com a finalidade de que o edifício estivesse adequado à região, foram analisadas as variações de temperatura local e a disponibilidade de ventilação do terreno. O posicionamento dos ateliers desde sua concepção foi gerido tendo em vista os condicionantes de insolação do terreno, onde se locou longitudinalmente no terreno evitando maior porção dos atelier para fachada oeste e locando as maiores aberturas na fachada sul e sudeste, com proteção de painéis metálicos móveis Esses painéis possibilitam o sombreamento efetivos através de uma chapa horizontal locada no li-

mite da janela e através da chapa moeda como elemento vertical, funcionando como um filtro de luz. Os painéis estão locados nos ambientes que recebem mais incidência do sol e que necessitam de maior sombreamento. Nos ateliers, fachada sul-sudeste (ponto subcolateral) e sudeste; nas salas de aula, fachada leste-sudeste (ponto subcolateral); e no corredor das salas de aula e no laboratório de fotografia, fachada oeste-noroeste (ponto subcolateral). Quanto à biblioteca na fachada oeste-noroeste (ponto subcolateral), foi utilizada parede dupla, deixando uma caixa de ar entre as duas paredes funcionando com um sistema de isolamento. No projeto, a ventilação cruzada consegue atingir todos os ambientes do edifício através da escolha do átrio central e foi potencializada pelas aberturas e paniéis metálicos de proteção solar, possibi-

litando que muitos ambientes não necessitem de climatização artificial. Sendo a ventilação responsável pela manutenção da qualidade do ar em seu interior e também tendo a capacidade de remover a carga térmica adquirida pelos materiais utilizados.

À direita: Cartas solar das fachadas sul-sudeste, sudeste, oeste-noroeste e leste-sudeste (ponto subcolateral), respectivamente, produzidas no programa Solar Tool que mostram a porcentagem de incidencia solar que as aberturas das fachadas com os paineis móveis de proteção recebem. Obs: As porcentagem não incluem o filtro solar que a chapa moeda oferece, apenas a proteção horizantal e vetical da peça, com isso estima-se que a porcentagem esteja a cima do que a carta mostra. Diagrama que mostra as proteção solares utilizadas no edifício.


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O PROGRAMA DE NECESSIDADES Baseado no atual currículo dos Cursos de Arquitetura, Urbanismo e de Design, e tendo também previsto ampliações, gerou-se um programa de necessidades para 400 alunos, 80 professores e aproximadamente 10 servidores. O programa busca privilegiar os espaços comuns, classificados entre livres, abertos e controlados, visando proporcionar maior convivência na Escola, bem como suprir as necessidades da universidade por espaços de conversas e discursões de qualidade. Esses espaços comuns levam em conta os visuais e a inserção em meio a natureza, trazendo uma maior vivência . A ideia de compartilhamento, discussão e interação foi outra diretriz que gerou espaços mais abertos e contínuos que se comunicam visualmente e fisicamente, evidenciando as trocas e o ideal de vida

participativa e coletiva, os quais se mostram fundamentais na formação dos Arquitetos, Urbanistas e Designers em questão. Essas ideias ficam evidentes em diversos ambientes da Escola, principalmente através da escolha pelo átrio central que foi fundamental para que a conectividade entre os ambientes pudesse ocorrer. As interrelações tornam-se mais notórias nos espaços dos ateliers, no ambiente administrativo, na biblioteca, contemplando também a papelaria e plotatora, bem como nos ambientes dos professores, no auditório, que foi trabalhado paralelamente aos espaços comuns.

À direita: Organograma.


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PROGRAMA DE NECESSIDADES COM ÁREAS 1. Biblioteca: 357 m² 2. Administrativo (Departamento e coordenação da Graduação e da Pós de Arquitetura e Urbanismo e Design): 180 m² 3. Plotadora e Papelaria: 28 m² 4. Laboratório Clube (2): 195 m² 5. Acervo LPPM: 22 m² 6. Depósito Lacesse: 10 m² 7. Laboratório de Ensaios – LABCOM: 28 m² 8. Copa: 25 m² 9. LM+P: 32 m² 10. Apoio funcionários 27 m² 11. Banheiros(2): 63 m² 12. Almoxarifado: 80 m² 13. Auditório: 408 m² 14. Atelier (12): 520 m² 15. Praça: Aberto 16. Depósito do Canteiro Experimental: 20 m² 17. Copa coletiva: 17 m²

18. Lanchonete: 20 m² 19. Oficina de trabalhos manuais: 165 m² 20. Atelier: 227 m² 21. DML: 4 m² 22. CA’s: 72 m² 23. Laboratório de Computadores (2): 131 m² 24. Sala de Aula (2): 53 m² 25. Laboratório de Fotografia: 175 m² 26. Banheiros(2): 60 m² 27. Sala dos Professores (20): 30 m² 28. Ambiente de estudos: Aberto 29. Exposição: Aberto 30. Escritórios modelo (2): 35 m²

À direita: Planta Baixa do Térreo com layout e numeração do ambiente Próxima página à esquerda: Planta Baixa do Primeiro Pavimento com layout e numeração do ambiente Próxima página à direta: Planto Baixa do Segundo Pavimento com layout e numeração do ambiente Página sequencial à direita: Planta de Coberta. Página Sequancial à esquerda: Cortes







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OS ATELIERS Os ateliers foram concentrados em um único bloco dividindo em dois setores, totalizando 12 ateliers. A proposta busca maior integração entre os ateliers de cada setor, onde possuem 3 andares, que se interligam por meio de um átrio central. As salas de design e arquitetura foram sugeridas em sua maioria lado a lado, para possibilitar uma maior aproximação dos cursos. Os ateliers cumprem o papel de salas multiuso para aulas de projeto, teoria, desenho e composição. A planta livre e o mobiliário flexível permitem hora privacidade e hora momentos de integração, a partir de divisórias móveis que cumprem o papel de barreira e apoio para fixação de trabalhos, proporcionando a variedade de situações. Por fim, o ambiente busca manter tanto a conectividade interna, como a conexão externa através das transparências proporcionadas pelos panos de vidro e pelos brises que possibilitam total abertura e fechamento.


A BIBLIOTECA A biblioteca caracteriza-se por fazer o papel de portas de entrada da Escola, o qual todo seu acervo faz-se visível no hall de entrada, estimulando e convidando os alunos a entrarem e usufruírem do acervo e do ambiente de estudo. É um espaço que atende as necessidades intelectuais acadêmicas e é responsável por prover informações e proporcionar um ambientes de estudo individual. A configuração em níveis intermediário possibilita uma maior fluidez, induzindo o visitante a percorrer todos o acervo ali presente. A possibilidade de estudar e consultar no mesmo espaço, convida o visistante a permanecer por mais tempo. A biblioteca oferece também um hall com sofás, mesa de apoio e poltronas, para aqueles que optarem por uma leitura mais confortável. À esquerda: Perpectiva dos Ateliers. À direita: Perpectiva da Biblioteca.

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A PRAÇA

OS CAs

te com um pé direito duplo, o qual contam com dois mezaninos que funcionam como um espaço para reuniões, tendo em vista que oferecem certa privacidade e ao mesmo tempo integra visualmente. O térreo dos CA’s foi destinado a ser um espaço de descontração, com mesa de sinuca, ping-pong e futebol de mesa, existem também sofás e mobiliário para armazenamento de pequenos objetos. O térreo também integra-se no espaço aberto que possue passagem direta ao ambiente externo, oferencendo um contato com a natureza.

O CA do Curso de Arquitetura e Urbanismo e o CA do Curso Design compartilham um mesmo ambien-

À direita: Perpectiva da Praça para os CA’s, pode-se notar a integração dos ambientes e o contato com a natureza proporcionado pelo átrio e pela abertura para o exterior.

É um espaço comum aberto, estrategicamente locado para ser elemento de transição entre a escola e Reserva Florestal sendo também porta de entrada do acesso secundário vindo do Bairro Castelo Branco. Por está associada ao átrio central potencializa a escolha do mesmo como elemento de integração, interligando também ao espaço de vivência dos Centros Acadêmicos, local que proporciona melhor articulação, debates e assembleias, bem como um espaço para descontração .

A copa coletiva é um espaço dotado de micro-ondas, geladeiras e sanduicheiras, bem como bancadas para preparo de comidas rápidas e cubas para fazer a higiene dos mesmos, esse espaço é totalmente passivo de abertura através de portas camarão que proporcionam maior integração com a Praça. O ponto de alimentação será um local destinado à fornecer lanches e bebidas aos usuários da Escola e da Universidade.

A praça é um espaço fluído que está associado à Copa Coletiva e ao ponto de alimentação, tendo capacidade também de ser uma área de exposições temporárias. Para ele propõe-se um mobiliário flexível, prevendo a possibilidade de armazenamento. Mesas, cadeiras, puffs e sofás, são ideais para que ocorram reuniões informais com finalidade de trocas de ideias, .

Localizado no centro do bloco de Ateliers, próximo à Praça e ao átrio central, os espaços dos centros acadêmicos foram pensados de forma a suprirem as diferentes situações de formalidade e informalidade, mas que no geral segue uma dinâmcia descontraída.



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OS LABORATÓRIOS Os laboratórios da Escola foram locados em um ambiente só, remetendo a ideia de espaço colaborativo, o qual apresenta-se totalmente visível para o átrio da Escola, remetendo à uma ideia de vitrine, o qual todos os estudantes e professores poderiam ter maior contato visual, estimulando também interesse pela participação. Pensou-se em um grande espaço coletivos com acesso controlado que é fisicamente dividido em dois, mas visualmente permeável, chamados clubes, no qual configuram-se por serem grandes espaços com maior densidade de pessoas, onde as atividades serão realizadas em 5 tocas, essas possuem espaços para 5 computadores e armários individuais. Permitindo assim, a organização das relações pessoais e espaciais de forma em que haja uma maior aproximação entre os professores e pesquisadores, bem como entre os laboratórios.

O laboratório também conta com 3 células, salas de reuniões para 10 pessoas e 2 docas, pequenos espaços para reuniões íntimas, e também com uma estação para água e café e uma copa coletiva.

tes, onde os alunos vão desenvolver os pequenos ofícios e as atividades artesanais. A oficina oferece espaços para desenvolvimento dos projetos e grandes bancadas para montagens em pequena escala.

Os laboratórios que necessitam de espaços individuais para produções específicas ou depósito de materiais, foram locados próximos aos seus clubes e possuem passagem direta para as tocas. Estes laboratórios foram locados e dimensionados de acordo com as demandas atuais, compreendidos entre: o espaço para o acervo do LPPM, o depósito do LACESSE, o laboatório de ensaios do LABCOM e o laboratório do LM+P.

O espaço é dotado de equipamentos como máquinas de corte a laser, impressora 3D, cortadora de vinil, fresadora pequena e grande, bem como uma sala para ferramenta de trabalhos manuais. Para que os alunos possam transformar suas ideias em realidade, a oficina foi estrategicamente posicionada entre o bloco de ateliers e a Reserva Florestal, no andar térreo, próxima ao átrio central e aos espaços de convivência dos CA’s, sendo totalmente transparente, como o intuito de despertar a curiosidade dos estudantes.

A OFICINA DE TRABALHOS MANUAIS A oficina é o espaço para a concretização das representações de projetos desenvolvidos pelos estudan-

À direita: Perpectiva do átrio olhando para os laboratórios.



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O BLOCO DE ESTUDOS E A SALA DE PROFESSORES O bloco de estudo é compostos pela salas dos professores e ambientes de estudos abertos e fechados, o qual também foi inserido visando a proximidade e o ideal de trocas entre docentes e discentes. Este ambiente terá controle de acessos eletrônico visando maior segurança para os professores e alunos que necessitam passar a noite na Escola fazendo trabalhos, situação comum para os estudantes de arquitetura. Cada sala dos professores tem capacidade para comportar três discentes, o seu layout busca promover a individualidade de cada um, através de mesas, cadeiras e armários individuais, mas que se configuram sem separação permitindo maior interação entres os professores. O ambiente de estudos foi disperso por todo o bloco, no qual são micro-espaços com mesas co-

letivas, oferecendo flexibilidade necessária para trabalhos em grupos e bem como biombos que oferecem espaços para trabalhos individuais. O bloco também conta com uma sala para reunião em grupo com projeção multimídia e mesas para 10 pessoas e também com uma sala de impressões, a qual o aluno terá a possibilidade de fazer impressões, plotagem e xerox, através de um sistema eletrônico.

O AUDITÓRIO O auditório destaca-se pela sua configuração não convencional, onde buscou-se ao máximo oferecer um espaço flexível que se adaptasse a situações que exigem formalidade e informalidade. Localizado mais próximo a Reserva Florestal, o espaço também pode abrigar a função de local de pas-

sagem para chegada na parte posterior do prédio, próximo à Praça. O espaço comporta aproximadamente 495 pessoas, sendo 195 em acentos formais e aproximadamente 200 lugares como arquibancada, tendo também situações em que o público receberá assentos retráteis para uso individual. O auditório possui abertura visual e física para a Reserva Florestal, sendo possível acontecer apresentações e eventos ao ar livre. Ressalta-se também a possível divisão do auditório em dois, para abrigar palestras menores ou aulas expositivas. À direita: Perpectiva do bloco de estudos, vista do átrio central. A partir dessa imagem é possível perceber a transição entre a escola, a praça e a Reserva Florestal, é visível também aos cheios e vazios na fachada, que representam as salas dos professores e os ambientes de estudos distribuidos em todo o bloco.



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A ESTRUTURA A modulação estrutural do edifício foi idealizada em estrutura metálica em aço carbono de alta resistência e baixa liga, para possibilitar maiores vão e maior flexibilidade na concepção do projeto. Visando também a diminuição das cargas no solo do terreno e a praticidade no processo de contrução. No sistema estrutural vertical, utilizou-se pilares de 20x16cm, a fundação do pilar em concreto tocando uma chapa de base de pilar em aço. Os distanciamentos dos pilares variaram de acordo com os vãos e a carga dos ambientes, adotando distâncias diferenciadas para cada bloco, variando de acordo com as especificidades dos ambientes. Foi adotado um sistema estrutural horizontal com vigas metálicas de 50x20 cm e lajes alveolares de 20 cm, mantendo um padrão da laje para todos os blocos tendo em vista o barateamento da estrutura quando utilizada em grande escala.

Para a biblioteca utilizou-se uma estrutura independente e independente do edifício. Tendo em vista a peculiaridade dos vãos e das cargas nesse ambiente. Para biblioteca adotou-se pilares mais robustos com dimensão de 31x30 cm, vigas de 65 cm e laje maciça 40 cm. Para a coberta, utilizou-se a telha metálica termo acústico com inclinação de 5% encoberta com platibanda, em quase toda extensão do edifício. A coberta da entrada principal, teve com intenção de fazer o coroamento de união do bloco de pesquisa e do bloco de ateliers, onde utilizou-se estrutura metálica treliçada envolta por um revestimento de ACM de cor prata fosca com inclinação de 2%, onde o pilar circular faz papel de cano de escoamento. Essa coberta é sustentada com a estrutura de pilares da biblioteca e com pilares circulares de secção 30 cm. A coberta do auditório também se utilizou estrutura metálica treliçada. À direita: Modulação estrutural do edifício.


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OS SISTEMAS Para que a Escola, pudesse ser contemplada nos quesitos de funcionalidade, conforto, manutenção e energia, foram previstos desde a concepção um conjunto de exigências relacionadas aos sistemas hidráulico, elétrico, lógico, refrigeração e telhado verde. Para que isso fosse possível, trabalhou-se o edifício em três blocos, onde os sistemas funcionam independentemente e cada bloco possui um shaft central, para passagem de instalações hidrossanitárias de refrigeração e um espaço compartimentado para sistemas elétricos e logístico.

SISTEMA ELÉTRICO

Nas instalações elétricas, foi previsto o quadro de distribuição do edifício, por entender que é um componente responsável por abrigar um ou mais dispositivos de manobra e que precisa de proteção e controle. Sendo assim, locou-se próximo à entrada principal, dentro da parte administrativa da bibliote-

ca, local de fácil conexão dos condutores elétricos que tem por finalidade distribuir a energia aos diversos circuitos da edificação e possui reserva para possíveis ampliações.

SISTEMA HIDROSSANITÁRIO

A instalação de água fria começa na rede pública, que no caso da Escola é alimentada pela rede da UFPB, atualmente passando pela calçada já existente. O Registro foi locado na extremidade leste do edifício para que fosse possível o controle de água de todo o prédio, tendo em vista que as instalações foram dividas em dois blocos. O cálculo total do volume da caixa d’água resultou em 96.000 litros de águas, incluindo 15% de reserva de incêndio. No bloco de ateliers, locou-se a caixa d’água inferior próxima aos banheiros, tendo capacidade de volumétrica com 23.000 litros e a caixa

d’agua superior com 15.500, em cima da bateria dos banheiros, próxima ao shaft. No bloco de pesquisas, que comporta maior número de banheiro e possui chuveiro, a caixa d’agua inferior possui 34.500 litros e está locada na extremidade norte do edifício próxima ao auditório e a superior possui 23.000 litros, locada acima da bateria de banheiros. Considerando o alto índice pluviométrico da cidade de João Pessoa, foi previsto o aproveitamento de água da chuva em uma cisterna próxima ao cano de queda d’dagua da coberta da entrada principal e outra próxima aos canos de queda d’água do auditório O sistema de esgoto, são as instalações destinadas à retirada das águas da edificação, origina-se de aparelhos sanitários ou ralos e são conduzidos pelo do tubo de queda localizados no shaft central até o coletor predial, que foi locado na extremidade leste do edifício, chegando à rede coletora universidade.



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SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO O sistema de refrigeração escolhido foi o VRV, que é um sistema de ar integrados, com controles de climatização por andar. Ao analisar as condições de uso do Bloco de Pesquisa e de Estudo, que comporta atividades administrativas, laboratoriais, tendo também o auditório e a biblioteca, escolheu-se climatizar todo o bloco. Foi feito um pré-dimensionamento para melhor entendimento de onde os condensadores seriam locados e quanto espaço necessitaria, e a partir do cálculo de BTU’s envolvendo área, estimativa de quantidade de pessoas e quantos eletrônicos seriam usados nos ambientes chegou-se a um número de aproximadamente 2.400.000 BTU’s. A partir do número de BTU’s foi escolhida a unidade externa observando a tabela de especificações da VRVINOVA, onde se optou-se pelo modelo RHXY-

Q4AYL, com a capacidade de resfriamento por unidade de 440.000 Btu-h, necessitando assim de 6 unidades, locadas na área técnica no bloco de pesquisa e do bloco de ateliers, que tem maior proximidade com o shatf do bloco de estudos.

SISTEMA DE TELHADO VERDE Para o bloco de pesquisa, parte do telhado configura-se por ser um terraço verde. A cobertura foi locada especificamente neste bloco para potencializar a temperatura do bloco, que localiza em toda extensão da fachada oeste. Foi proposto um telhado verde do tipo extensivo, o qual tem configuração de um jardim, com plantas rasteiras de pequeno porte. A altura da estrutura, descontada a vegetação, é de 30 cm e o peso do conjunto é de aproximadamente 150 kg/m². Este telhado conta com a instalação do sistema em

uma cobertura com laje impermeabilizada, com um sistema modular em que os módulos já vêm prontos com a vegetação e, ainda, emprega o sistema de Piso Elevado Nuvem (Ecotelhados) que armazena até 50 litros por m² da água das chuvas para posterior irrigação da vegetação. No caso desse telhado, é prevista a manutenção duas vezes por ano.

SISTEMA LÓGICO O sistema logístico optou-se pela conexão de rede Wireless. No térreo do edifício, na sala administrativa, terá um dispositivo que atuará como um ponto central da rede. Considerando a divisão do edifício em três blocos (Bloco de Pesquisa, Ateliers e Estudos), cada bloco receberá um cabeamento para cada andar do edifício, cabeamento horizontal, que se conectará ao cabeamento central. Todos os dispositivos estarão conectados ao dispositivo central que proverá a rede compartilhada de acesso.


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Página anterior: Diagramas de sistemas de localização dos shafts, elétrico, hidrossanitário e de refrigeração, respectiamente. À direita: Diagramas de sistemas telhado verde e lógico, respctivamente.


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MATERIALIDADE O uso de materiais locais e tradicionais foi o critério de escolha da materialidade do edifício. Através do reconhecimento do que era mais utilizado dentro da universidade, a escolha da material chave do edifício foi direcionada para a utilização do tijolo aparente, caracterizado pela resistência e durabilidade e que possibilita maior conforto térmico e acústico. A segunda escolha que compôs a materialidade foi a estrutura metálica preta em aço carbono de alta resistência e baixa liga, que possibilitou maiores vão e maior flexibilidade na concepção do projeto. Junto à estrutura metálica, o tijolo aparente foi usado como elemento de revestimento, preenchendo os vãos formados pela estrutura de pilares e vigas e criando painéis sem interferência de outros elementos, fazendo contraste e planos verticais, permintindo melhor unidade no edifício.

O projeto explora o potencial que o tijolo aparente pode oferecer através da arquitetura paramétrica, que trabalha as possibilidades do tijolo e diferentes formas de assentá-lo. Essa escolha oferece várias alternativas para gerar fachadas diferentes com o mesmo material. A parametrização também possibilitou marcar espaços através da escrita de nomes e números com o tijolo aparente. Painéis metálicos móveis de proteção solar verticais também fazem parte da materialidade do edifício. Esses painéis são em estrutura metálica preta e recobertos por chapa moeda. Atuam como brises, fazendo o controle da iluminação e funcionando como um filtro aplicado a painéis móveis tipo camarão.O seu dimensionamento foi pensando para que eles possam serem utilizados no primeiro e no segundo pavimentos como varandas, onde a possibilidade de abertura para contemplação é total e o

fechamento quando desejado também. Essa flexibidade de abertura e fechamento também confere ao edifício uma maior dinamicidade a fachada. A chapa moeda preta foi utilizada como elemento de fechamento do peitoril, nas varadas e escadas do edifício. No bloco de Estudos, foi utilizado como elemento que revestes as salas dos professores, com a intenção de filtrar a insolação, bem como permitir maior privacidade às salas.

À direita: Ilustrações dos materias utilizados no edifício. Próxima página: Detalhamento da fachada sudeste, que evidencia os painéis metálicos de proteção solar verticais, o embasamento do edifíco e a platibanda.


Estrutura Metálica preta em aço carbono.

Tijolo aparente parametrizado.

Painéis metálicos retráteis.

Corrimão - Chapa moeda.


LAJE PREMOLDADA ALVEOLAR 21 CM

PEITORIL EM AÇO ANODIZADO E "CHAPA MOEDA"

PAINÉIS METÁLICOS MÓVEIS DE PROTEÇÃO SOLAR VERTICAL

PORTAS DE CORRER EM ALUMÍNIO ANODIZADO E VIDRO LAMINADO DE CONTROLE SOLAR

CHAPA METÁLICA DE PROTEÇÃO SOLAR HORIZONTAL

PEÇA DE SUSTENTAÇÃO VERT. DA ESTRUTURA DE PROTEÇÃO SOLAR

VIGA MET. DE SUSTENTAÇÃO DA ESTRUTURA DE PROTEÇÃO SOLAR

TRILHO DE ABERTURA

CALHA

PLATIBANDA EM ALVENARIA

PINGADEIRA COM RUFO INTEGRADO



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