Síndrome de Dor Patelofemoral Dr. Gonçalo Borges Orientador, Diretor de Serviço do SMFR do Hospital da Prelada
José Luis Carvalho IFE de Medicina Física e Reabilitação
MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
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INTRODUÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FACTORES DE RISCO • Anátomo-funcionais • Biomecânicos • Erros de treino • DIAGNÓSTICO • Anamnese • Exame físico • Imagem • TRATAMENTO FISIÁTRICO • TRATAMENTO CIRÚRGICO
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INTRODUÇÃO
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Dor na face anterior do joelho
Instalação insidiosa
Exacerbada em condições de ↑ do stress patelofemoral
INTRODUÇÃO DOR PATELOFEMORAL
Squatting
Subir escadas
Corrida
Relação com determinados factores de risco multidimensionais
Apresenta-se habitualmente como um processo crónico
Não limitativo
Falta de reconhecimento e tratamento dos factores predisponentes
Pode persistir até 20 anos!
The 4th International Patellofemoral Research Retreat Manchester UK, 2015
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INTRODUÇÃO
Dor Patelofemoral (DPF)
Síndrome Patelofemoral
TERMINOLOGIA
Artropatia Patelofemoral
Condromalácia rotuliana
Síndrome da dor anterior do joelho
“Runners” knee
Focar no processo de doença degenerativa não é apropriado A ligação entre o processo degenerativo e apresentação de dor não é clara A Dor é o sintoma dominante Mantém o focus do Síndrome na clínica e não nas alterações imagiológicas
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EPIDEMIOLOGIA
Corresponde a 25% das queixas de gonalgia em Medicina Desportiva Devereaux et al, 1984
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EPIDEMIOLOGIA
DOR PATELOFEMORAL
Comum em jovens adolescentes
Prevalência de 7-28%
Incidência de 9.2% Myer et al, 2015
Lesão musculoesquelética mais comum nos corredores
“Runners’ knee”
Corredores de fundo Scheers et al, 2011
Mais comum em mulheres Incidência e prevalência 2 a 3x superiores em relação aos homens MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
EPIDEMIOLOGIA DOR PATELOFEMORAL
Relação com predisposições anatómicas e biomecânicas
↓ espessura da cartilagem articular
↑ stress articular patelofemoral em posições de risco (subida de escadas)
↓ força global e analítica do MI ↓ força abdutores (ABD) e rotadores externos (RE) da anca em relação aos homens
Alterações estáticas e dinâmicas no alinhamento adequado do MI ↑ Ângulo Q Genus valgus dinâmico ↑ ângulo de rotação interna da anca
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ETIOLOGIA
Etiologia imprecisa e pouco compreendida
Parece existir uma correlação entre dor e ↑ do stress patelofemoral
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ETIOLOGIA
Alinhamento rotuliano aberrante e maltracking
DOR PATELOFEMORAL
Corresponde a um factor de risco e não o factor de risco Alterações imagiológicas de maltracking rotuliano são observadas apenas numa pequena fracção dos indivíduos com DPF Grande percentagem de indivíduos com alterações radiográficas de maltracking nunca apresentaram DPF
Factores de Risco para Stress patelofemoral • • •
Anátomo-funcionais Biomecânicos Erros de treino
• • Anátomo-funcionais
• Biomecânicos • Erros de treino
FACTORES DE RISCO
Multifactorial MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
Dependente de vários factores de risco que podem ou não estar associados
FACTORES DE RISCO
A importância de cada um desses factores de risco, isoladamente, é discutível
DOR PATELOFEMORAL Sinergia entre múltiplas condições predisponentes ao aumento do stress articular patelofemoral habitualmente culmina com DPF
Reconhecimento desses factores de risco é de extrema importância
Diagnóstico Definição do tratamento
Anátomo-funcionais
Maltracking rotuliano e/ou hipermobilidade Fraqueza quadricipital Delay na activação do VMO Inflexibilidade de tecidos moles
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FACTORES DE RISCO
Biomecânicos
DOR PATELOFEMORAL
Disfunção dos músculos da anca
Quadriceps femoris Isquiotibialis Gastrocnemius Banda iliotibial
Fraqueza de ABD e RE Défice de resistência muscular Descoordenação neuromotora
Rotação interna do fémur Rotação externa da tíbia
Erros de treino
Corredores inexperientes ↑ abrupto da carga
Frequência Intensidade
Tempo de recuperação curto
Implicação clássica no desenvolvimento da DPF Complexo extensor quadricipital influencia sobremaneira o comportamento dinâmico da patelofemoral MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
Associação entre défice de força e volume do quadriceps e desenvolvimento de DPF Kaya et al, 2011
FACTORES DE RISCO
Correlação significativa entre atrofia quadricipital e DPF Giles et al, 2013
FRAQUEZA QUADRICIPITAL
Associação entre défice de força e de volume do VMO e DPF Pattyn et al, 2011
Estes estudos falharam na definição da fraqueza do quadricipital como primária/causal ou secundária/sequelar
Pappas et al, 2012
Systematic review
Altura, peso, massa magra, ângulo Q, nº de sit-ups, ângulo de valgismo do joelho no ataque ao solo e força extensora do joelho Força extensora do joelho foi a única variável preditora de DPF (p < 0.01)
VMO é constituído por fibras que se inserem mais distal e horizontalmente na rótula Importante na estabilização dinâmica medial da rótula MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
FACTORES DE RISCO
Vários estudos correlacionam um delay na activação do VMO em relação ao VL no desenvolvimento de maltracking rotuliano
DELAY NA ACTIVAÇÃO DO VMO
Pal et al, 2012
Estudo caso-controlo
54 pacientes
Maltracking rotuliano definido por tilt rotuliano e bisect offset em RMN em carga
Maltracking rotuliano + normal activação VMO:VL
sem DPF
Maltracking rotuliano + delay na activação VMO
DPF
Tensão excessiva nos restritores laterais do joelho está implicada no maltracking rotuliano
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Retináculo lateral
FACTORES DE RISCO
INFLEXIBILIDADE DE TECIDOS MOLES
Porção intermédia
Fibras derivadas directamente da banda iliotibial
Orientação transversa que resiste à medialização da rótula
Tensão excessiva resulta em translação lateral rotuliana
Banda iliotibial
Disfunção por tensão excessiva/encurtamento resulta num tracking rotuliano aberrante
↑ stress lateral na patelo femoral com consequente DPF
Waryasz et al, 2008
Relação entre o encurtamento da banda iliotibial e DPF
67% dos corredores com DPF apresenta tensão/encurtamento da banda iliotibial
Défice de flexibilidade no quadriceps, isquiotibialis e gastrocnemius correlaciona-se com DPF
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Quadriceps femoris
FACTORES DE RISCO INFLEXIBILIDADE DE TECIDOS MOLES
Mecanicamente ↑ da tensão/ encurtamento deste músculo associa-se com ↑ das forças posteriores de compressão da rótula contra a tróclea
Isquiotibialis
↑ stress patelofemoral, em especial em atividade
Mecanicamente ↑ da tensão/ encurtamento deste músculo associa-se a um momentum constante de flexão
↑ da força exercida pelo quadriceps para a extensão do joelho
↑ do stress patelofemoral reactivo
Gastrocnemius
Não exerce influência directa
Promove alterações na posição do pé e excessiva pronação subtalar que se correlaciona com DPF
Funcionando como uma cadeia cinética fechada, todo o MI influi no movimento e padrões de stress da patelofemoral A biomecânica do core, anca, tornozelo e pé é de considerar na etiologia e tratamento da DPF MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
FACTORES DE RISCO
BIOMECÂNICA
ROTAÇÃO INTERNA DO FÉMUR
Alteração biomecânica em particular que condiciona um excesso de stress patelo femoral e DPF
Rotação interna do fémur vs rótula pouco fixa
Translacção lateral da rótula
Pal et al, 2012
RMN dinâmica
Correlação entre a rotação interna do fémur com ↑ da lateralização e tilt rotuliano no momentum de flexão do joelho
FRAQUEZA DOS MÚSCULOS DA ANCA
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Fraqueza de abdutores (ABD) e rotadores externos (RE) correlacionase com DPF
FACTORES DE RISCO
Subsequente rotação interna do fémur e ↑ stress patelofemoral lateral Piva et al, 2005 Bolgla et al, 2008
BIOMECÂNICA
Ireland et al, 2003
Fortalecimento dos ABD e RE da anca associa-se a diminuição da dor e optimização funcional na DPF Dolak et al, 2011 Fukuda et al, 2010 Fukuda et al, 2012
Khayambashi et al, 2012
Mais importante o papel de performance neuromuscular no controlo dinâmico da rotação interna do fémur que propriamente a força estática dos ABD e RE
PRONAÇÃO DO PÉ Excessiva pronação do pé predispõe ↑ do stress patelofemoral e DPF
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FACTORES DE RISCO
Marcha normal
Ataque ao solo
BIOMECÂNICA
Midstance
Pronação do pé e rotação interna da tíbia Supinação do pé com contacto completo no solo Rotação externa da tíbia promovendo a extensão do joelho
Marcha com pé pronado
A excessiva pronação do pé impede que haja supinação adequada da subtalar na midstance, não ocorre rotação externa da tíbia Para ocorrer extensão do joelho, o fémur compensa com rotação interna
Translacção lateral da rótula, ↑ stress patelofemoral e DPF
Erros de treino correlacionam-se directamente com ↑ da DPF
↑ abrupto da carga
Frequência
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Intensidade
FACTORES DE RISCO
32 a 64 Km por semana
↑ da distância semanal em 30% Nielsen et al, 2014
Tempo de recuperação curto
“Runners’ knee”
ERROS DE TREINO
Corredores inexperientes Técnica de corrida pobre
Excessiva adução e rotação interna do fémur na passada Pobre controlo neuromuscular na activação dos ABD e RE na passada
Lesão de sobrecarga
Sem dano estrutural imediato Stress articular de repetição a condicionar perda da homeostasia condral e consequente lesão
• • Anamnese
• Exame físico • Imagem
DIAGNÓSTICO
DOR
Insidiosa, sem nenhum evento precipitante franco
Difusa, na face anterior do joelho
Exacerbada em actividades que aumentam stress patelofemoral
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DIAGNÓSTICO
ANAMNESE
Flexão prolongada do joelho (sinal do teatro, movie-goers sign)
Descer escadas
Squatting
Salto
Corrida
Noção subjectiva de rigidez e derrame
Habitualmente a DPF não se apresenta com derrame articular, neste contexto devem ser pesquisada patologia alternativa
HÁBITOS DE TREINO
Sobrecarga repetitiva da patelo femoral
Início de nova atividade desportiva
Escalada abrupta no treino
“Hill training”
↑ stress patelofemoral até 6x o peso corporal
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DIAGNÓSTICO EXAME FÍSICO
AVALIAÇÃO EM ORTOSTATISMO MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
Inspecção estática
Genu varum ou genu valgum
Rotação interna do fémur excessiva
DIAGNÓSTICO EXAME FÍSICO
Inward-pointing patella ou “Squinting patella”
Fraqueza de ABD e RE da anca
Rotação externa da tíbia
Valgismo do calcâneo/ pé pronado
Hiperlaxidez articular
Hiperextensão dos cotovelos e joelhos > 10º
Inspecção dinâmica
Single leg squat
Squat lento até flexão do joelho de 45º-60º
Valgismo do joelho
Rotação interna do fémur
Fraqueza de ABD da anca
AVALIAÇÃO EM SEDESTAÇÃO
Inspecção do tracking rotuliano
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DIAGNÓSTICO EXAME FÍSICO
J-sign test
Extensão do joelho desde 40º de flexão
Joelho normal com tracking sempre alinhado ou com frustre lateralização no final da extensão
Tracking patológico com lateralização da rótula durante a extensão
J invertido
Grasshopper eyes sign
Rótula alta e lateralizada
AVALIAÇÃO EM DECÚBITO DORSAL
Sinais inflamatórios
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Solicitar contracção isométrica
DIAGNÓSTICO EXAME FÍSICO
Investigação de causas alternativas para o quadro clínico
Atrofia do quadrieps femoris Atrofia do VMO Delay na activação VMO em relação ao VL
Avaliar ângulo Q
Intersecção
Quantifica o risco de translacção lateral e maltracking rotuliano
Linha espinha ilíaca antero-superior/ centro da rótula Linha centro da rótula/ TAT Ângulo Q entre 15-20º ↑ forças de translacção lateral da rótula e maltracking ↑ risco de DPF
Discutível a sua significância no diagnóstico de DPF
Em parte devido á alta variação intra e inter-observador na medida desse ângulo Posição neutra do MI é mandatória Rotação externa do pé aumenta o ângulo Q Rotação interna da anca reduz o ângulo Q
Crepitação
Rabot e Grind test
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DIAGNÓSTICO
Pouca especificidade
Posição estática e mobilização rotuliana
Mediolateral glide
Equidistância do ponto médio da rótula aos côndilos femorais com flexão do joelho a 20º, plano coronal
Deslocação lateral > 0.5cm sugere Mediolateral glide positivo
EXAME FÍSICO
Excesso de tensão dos restritores laterais
Défice de força/ atividade do VMO
Teste de mobilidade rotuliana
Quantifica o ROM medio-lateral da rótula
Joelho a 20º de flexão, dividido em 4 segmentos longitudinais
Translacção lateral > 1 quadrante sugere excesso de restritores laterais
Translação lateral > 3 quadrantes sugere hipermobilidade rotuliana
Tilt rotuliano
Inclinação da rótula no plano transverso, joelho em extensão
Aumento da altura da asa interna sugere Tilt lateral
Aumento da altura da asa externa sugere Tilt medial
Flexibilidade de tecidos moles
Ângulo poplíteo
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DIAGNÓSTICO EXAME FÍSICO
Ober test
Flexibilidade dos isquiotibialis e gastrocnemius Tensão da banda iliotibial
Ely test
Flexibilidade do quadriceps femoris
O diagnóstico é clínico Exames de imagem com maior utilidade na exclusão de diagnósticos diferenciais
Rx simples MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
Merchant
Axial a 30-45º de flexão
DIAGNÓSTICO
Posição da rótula na tróclea
Presença de translacção lateral ou tilt lateral
IMAGEM
Ângulo do sulco
Ângulo de congruência
Deslocação lateral
Ângulo patelofemoral lateral
Lateral
Sagital a 30º de flexão
Índice de Insall Salvatti
Blackburne-Peel Index
The 4th International Patellofemoral Research Retreat MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
DIAGNÓSTICO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS INTERNACIONAIS
Manchester UK, 2015
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
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Fraqueza quadricipital Delay na activação do VMO Maltracking rotuliano Hipermobilidade rotuliana Défice de flexibilidade de tecidos moles Fraqueza dos músculos da anca Alterações do pé Alterações da marcha Erros de treino
TRATAMENTO FISIÁTRICO
DESAFIADOR
91% dos pacientes do DPF apresenta sintomas a médio longo prazo Stathopulu et al, 2003
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TRATAMENTO FISIÁTRICO
Abordagem inicial
Alterações no estilo de vida Modificação do treino e/ou do gesto técnico Analgésicos/ ciclo curto de AINEs Agentes físicos para controlo da dor
Tratamento fisiátrico Individualizado e baseado Clinica nos factores de risco achados imagiológicos identificados e predisponentes ao desenvolvimento da DPF
Processo de reabilitação orientado é crucial para o sucesso do tratamento Dutton et al, 2014 Halabchi et al, 2015 Selhorst et al, 2015
Tratamento fisiátrico
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Individualizado e baseado na clinica, nos factores de risco e achados imagiológicos identificados e predisponentes ao desenvolvimento da DPF
Processo de reabilitação orientado é crucial para o sucesso do tratamento Dutton et al, 2014
TRATAMENTO FISIÁTRICO
Halabchi et al, 2015 Selhorst et al, 2015
PEDRA BASILAR NO TRATAMENTO DA DPF
Forte evidência de que o fortalecimento isolado do quadríceps femoris é superior a um processo de educação e ensino de estratégias isolado no tratamento da DPF
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Kooiker et al, 2014
TRATAMENTO FISIÁTRICO
Fortalecimento muscular quer em cadeia cinética aberta, quer em cadeia cinética fechada
Cadeia cinética aberta AA de 90 a 45º de flexão Melhor tolerado em quadros álgicos e de maior fraqueza Fase inicial da reabilitação
Cadeia cinética fechada Ênfase na co-contracção e controlo neuromuscular Benefício na optimização da função Fase mais avançada da reabilitação
FORTALECIMENTO QUADRICIPITAL
Barton et al, 2015
FORTALECIMENTO ANALÍTICO DO VMO Pela sua importância na medialização dinâmica da patelofemoral, vários estudos tentaram demonstrar benefício do fortalecimento selectivo do VMO em relação ao fortalecimento global do quadriceps
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TRATAMENTO FISIÁTRICO
FORTALECIMENTO QUADRICIPITAL
Fortalecimento selectivo do VMO com adução da anca Song et al, 2009
Fortalecimento selectivo do VMO com biofeedback (electromiografia de superfície) Syme et al, 2009
Nenhum destes estudos demonstrou benefício de um fortalecimento analítico do VMO em relação a um fortalecimento global do quadriceps femoris
Dada a relação entre o delay da activação do VMO/ VL na extensão do joelho, maltracking rotuliano e desenvolvimento de DPF, é importante no processo de reabilitação reeducar e equilibrar este padrão de activação/ discinésia MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
TRATAMENTO FISIÁTRICO
Reeducação da activação do VMO com biofeedback (electromiografia de superfície) Syme et al, 2009
ACTIVAÇÃO DO VMO
Sem benefício no fortalecimento analítico do VMO
Evidência limitada na reeducação do padrão de activação do VMO
Associado a exercício terapêutico, o biofeedback com EMG aumento a activação do VMO mantendo a activação do VL constante
Equilíbrio no ratio VMO/VL
Faltam estudos para robustecer cada uma das conclusões
A fraqueza dos ABD e RE da anca é comum nos indivíduos com DPF
Independentemente de ser causa ou efeito, o fortalecimento destes músculos chave é fundamental na reabilitação da patologia, suportado por forte evidência científica MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
TRATAMENTO FISIÁTRICO
Nakagawa et al, 2008
FORTALECIMENTO DOS MÚSCULOS DA ANCA
ECR 14 mulheres com DPF Adição do fortalecimento dos ABD e RE da anca ao fortalecimento quadricipital clássico Diminuição da dor e ↑ da activação neuromuscular do médio nadegueiro Ireland et al, 2003 Dolak et al, 2011 Fukuda et al, 2010 Khayambashi et al, 2012
Cochrane Review, 2015 “ targeted hip muscle strengthening is encouraged for PFP rehabilitation, particularly in women who demonstrate static or dynamic evidence of hipweakness and medial femoral collapse on physical examination”
Técnicas de alongamento e flexibilização são obrigatórias em doentes cuja DPF se relaciona com inflexibilidade de tecidos moles e encurtamentos de cadeias musculares chave MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
TRATAMENTO FISIÁTRICO ALONGAMENTO
Pouca evidência para o alongamento analítico/selectivo dos músculos
Benefício significativo de protocolos de alongamento global dos quadriceps, isquiotibialis, banda iliotibial e gastrocnémius Moyano et al, 2013
Alongamentos em PNF
Combinação de estiramentos passivos e isométricos Aumenta o controlo da dor e optimiza função Halabchi et al, 2015
A ligadura funcional é um adjuvante comum no tratamento conservador da DPF
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TRATAMENTO FISIÁTRICO
TAPING
McConnell taping technique
Controlo do tilt rotuliano e translacção lateral
↑ da atividade do VMO
Alinha temporalmente a posição da rótula na tróclea (RMN dinâmica)
Equilibra a distribuição de forças ao longo da patelofemoral, diminuindo zonas de stress em fricção aumentado
Estudos de evidência grau 1 apontam no benefício em dor, ganho de força e optimização funcional da ligadura funcional tipo McConnell associada a :
Exercício terapêutico
Fortalecimento quadricipital
Alongamento quadricipital
vs cada uma das intervenções isoladamente
Relaciona-se com ganho de confiança do doente, facilita a activação neuromuscular medializadora da rótula, diminui a sensação de dor imediata e optimiza outcomes
Várias ortóteses rotulianas têm sido propostas para modificar a cinemática patelofemoral e melhorar a DPF
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TRATAMENTO FISIÁTRICO ORTÓTESES ROTULIANAS
Ortóteses de estabilização medial da rótula
↓ translacção lateral
Equilibra a distribuição de forças ao longo da patelofemoral, diminuindo zonas de stress em fricção aumentado
Importantes da diminuição imediata da dor Powers et al, 2004
Benefício duvidoso a longo prazo Arazpour et al, 2013
Inconsistência na escolha adequada das ortóteses
Inconsistência na selecção dos doentes
Ortotetização adequada para estabilização medial da rótula é considerada boa prática pelas guidelines actuais
Doentes com maltracking rotuliano documentado
Taping contra-indicado (hipersensibilidade ao material)
O papel das ortóteses plantares na DPF não se encontra bem esclarecido No entanto está estabelecida a correlação entre a pronação do pé e o desnvolvimento de DPF MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
TRATAMENTO FISIÁTRICO
ORTÓTESES PLANTARES
Ortóteses de correcção da hiperpronação do pé
Resultados duvidosos
Poucos estudos demonstraram benefício
Dos que demonstraram benefício, não foi superior a 3 meses
Os melhores candidatos à ortotetização plantar são os indivíduos que referem imediata redução da dor em single leg squat, logo após aplicação de palmilha Barton et al, 2011
Cochrane Review, 2011 “ while foot orthoses may help relieve knee over the short term, the benefit may be marginal”
Deve ser preconizada a modificação do treino até um nível pain-free
Análise da metodologia de treino
Correcção de erros de programação de treino em frequência e intensidade
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TRATAMENTO FISIÁTRICO
↑ volume ou intensidade nunca > 10%/ semana
↑ volume ou intensidade nunca > 30%/ 2 semanas Nielsen et al, 2014
ERROS DE TREINO
Avaliar tempos de recuperação adequados
Avaliar excesso de hill work
Corrida em downhill é habitualmente mais problemática
Educação do atleta
Controlo da dor e estimulação da recuperação
Evicção da re-introdução ao treino ou ao aumento de carga/intensidade com reprodução dos sintomas de DPF
•
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Apenas efectiva em pacientes com teste de tilt lateral positivo
Excesso de tensão do retináculo lateral
Apenas tratamento de recurso após programa fisiátrico exaustivo falhado
Contra-indicado:
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TRATAMENTO CIRÚRGICO LIBERTAÇÃO LATERAL ARTROSCÓPICA
Instabilidade rotuliana
Hiperlaxidez rotuliana
Pode complicar com subluxação medial iatrogénica
Agravamento da instabilidade rotuliana
A DPF constitui uma causa de gonalgia comum e muitas vezes incapacitante, especialmente em mulheres e corredores MAIS MISERICÓRDIA | MELHOR MISERICÓRDIA
Tem uma origem multifactorial
CONCLUSÕES O sucesso do tratamento depende da compreensão da multiplicidade dos factores de risco para a patologia, bem como a maneira como se relacionam sinergisticamente entre si
A programação do tratamento deve ser individualizada, de acordo com a identificação desses mesmos factores de risco
Para além das correcções biomecânicas preconizadas, a modificação da atividade até uma zona pain-free é essencial para promover o processo de recuperação, especialmente em atletas, em particular corredores
Síndrome de Dor Patelofemoral Dr. Gonçalo Borges Orientador, Diretor de Serviço do SMFR do Hospital da Prelada
José Luis Carvalho IFE de Medicina Física e Reabilitação
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