Moda Catarina SEBRAE SC

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SEBRAE/SC




EXPEDIENTE

SEBRAE/SC CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE/SC Sérgio Alexandre Medeiros – Presidente do Conselho Deliberativo Alaor Tissot – Vice-Presidente do Conselho Deliberativo DIRETORIA EXECUTIVA DO SEBRAE/SC Carlos Guilherme Zigelli – Diretor Superintendente Anacleto Angelo Ortigara – Diretor Técnico Sérgio Fernandes Cardoso – Diretor Administrativo Financeiro ORGANIZAÇÃO Ricardo Monguilhott de Brito – Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo – UAC Gilson Alberto dos Santos – Coordenador do Núcleo da Indústria – UAC Alcides Cláudio Sgrott Filho – Coordenador Regional Foz do Itajaí Murilo Gelosa – Coordenador Regional Sul Donizete Boger – Coordenador Regional Vale Itajaí Soraya Tonelli – Coordenadora Regional Grande Florianópolis Karyne Malischeski – Coordenadora Estadual Carteira da Moda SEBRAE/SC DIREÇÃO GERAL Karyne Malischeski COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO e editorial Giuliana Brandão Direção de Arte, projeto gráfico e diagramação Vivian Lobenwein Conteúdo Ana Clara Montez, Ariana Luz, Bárbara Jung da Rosa, Bianca Chiaradia, Camila Cover, Douglas Gallert, Sidney Tancredo Revisão Silvia Argenta Imagens Miro Santos, Rogério Amendola, Ricardo Amorim, Magno Bottrel, Marcella Xavier e divulgação Colaboradores Aloísio Salomon, Celso Pirmann, Douglas Luís Três, Grazielle Muller Adriano, Juliana Baldessar Ghizzo, Karyne Malischeski, Mariana Grapeggia, Simone Amorim. Agradecimentos Andreia Passos, Bárbara Samanta de Oliveira, Cárlei Nunes, Caroline Baum, Cecília Bourdon, Celaine Refosco, Cintia Matuzawa, Cláudia Gelosa, Costanza Pascolato, Cris Guerra, Fernanda Floriano, Fernanda Simões, Gisele Najjar, Ilse Guimarães, Isabela Capeto, Isabel Cristina da Silveira, Julia Curan, Julio Rodrigues, Luisa Tremell, Luiz Wachelke, Marcelo Doria, Marina Bortoluzzi, Paola Robba, Roberta Carlucci, Ronaldo Fraga, Rosenei Zanchett, Samira Campos, Silvana Dilly, Silvio Chadad, Schirley Booz, Susan Letícia Galz, Tete Rebello.

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Agra decemos espec ialmente a toda equipe técnica, c oordena dores regionais, c olabora dores, c onsultores e gestores de todas as unida des de atendimento SEBRAE/SC e SEBRAE Nac ional, bem c omo as insti tuiç ões regionais, assoc iaç ões munic ipais, prefei turas, nossos palestrantes, c onvida dos, parceiros e os empresários que nos apoiaram durante o ano todo. 7

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editorial

ENTRE MÉTODOS, PESSOAS E

s o d a t l resu

Toda marca tem um agrupamento de signos, códigos e valores que vão permear o seu relacionamento com as pessoas pelo tempo que ela existir. O resultado desse envolvimento dependerá e muito da maneira e dos métodos que ela escolher para coexistir. O Moda Catarina hoje é muito mais do que um Projeto de Moda do SEBRAE/SC, pois se tornou uma jovem marca, com o desafio de criar possibilidades que tragam significados reais e transformadores para as pessoas e as empresas que dela fazem parte. Podemos dizer com todo orgulho que chegamos nessa segunda edição com o espírito jovem e a alma leve, com muita vontade de compartilhar mais informação e conhecimento. A busca por inovação, por design, por produtos e serviços que encantem, por novos padrões de gestão ou nichos de mercado tem gerado uma corrida incessante por informação. Uma prática que, em tempos instáveis, pode significar a chave para encontrar uma solução criativa e promissora. O verdadeiro conhecimento se dá pela observação, reflexão e vivência em cada informação apreendida. Nos dias de hoje, o acesso a cursos especializados e multidisciplinares, workshops, livros e revistas específicas de cada segmento pode se dar sem sair de casa, a um clique pela internet, matéria-prima fundamental para a construção do conhecimento.

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Porém, nada supera a troca de experiências entre as pessoas. São elas que fazem a diferença nos resultados. São as pessoas que possuem capacidade analítica para gerir as informações que nos chegam e que podem potencializar os recursos disponíveis em nossos negócios. O Moda Catarina tem esse compromisso de compartilhar, debater, analisar, informar e divulgar o que cada empresário produz de melhor. Compartilhar está em alta. Sejam experiências, informações e vivências, tudo tem contribuído para o fortalecimento dos Centros A mo da é mov ime n to, de Produção de moda em todo o estado. pro cu ra po r Colocando nossas marcas cada vez mais em d if e re n ciação, re f l e te destaque no cenário da moda nacional, auo co mpo rtame n to mentamos assim a sua percepção de valor. d e co n s u mo n u m A moda é movimento, procura por difed e te rmin ad o pe río d o renciação, reflete o comportamento de cond e te mpo e e s paço. O sumo num determinado período de tempo e M o d a Ca t a r i n a b u s c a n o espaço. O Moda Catarina busca no mercame rcad o o s me l h o re s do os melhores profissionais e especialistas em cada área para aumentar o conhecimenpro f is s io n ais e to e o poder de decisão dos empresários. e s pe cial is tas e m cada Acreditamos que a técnica e a informação áre a para au me n tar só serão eficientes se todas as pessoas envolo co n h e cime n to e o vidas estiverem conscientes e focadas num po d e r d e d e cis ão d o s objetivo comum. É com essa informação, e mpre s ário s . transformada em conhecimento aplicado em nossas indústrias, que enfrentaremos os desafios e os altos e baixos da nossa economia. Estar preparado nos momentos de crise é sinônimo de “poder”. Esse livro é o resultado disso, do valor que conseguimos agregar e da estabilidade que precisamos para ir adiante. Trouxemos um resumo das ações do Moda Catarina por todo o estado e muito mais informação para pautar nortes e possibilitar reflexões. Acompanhe conosco essa viagem pelo mundo das tendências e esteja preparado para tudo que está por vir. Juntos somos mais e muito melhores.

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índice

INSTITUC IONAL 12 O DES A FIO DE F A Z ER MOD A Institucional SEBRAE/SC

14 A MOD A Q UE NOS INSPIR A Por Karyne Malischeski

18 RE G ISTRO 2 0 1 5 Um ano para entrar na história da moda catarinense

38 E m b u s c a d a i d e n t i d a d e cata r i n e n s e Para se diferenciar num mercado competitivo

44 MOD A C A T A RIN A SOBRE ROD A S Fashion Truck leva as empresas do projeto para os principais eventos de moda

46 c a m p a n h a c o l e t i v a Estímulo e fortalecimento das marcas

48 E X PORT A R P A R A IR LON G E Exportar está de volta ao cenário da moda

50 P A RCEIROS E A POI A DORES Projeto Moda Catarina

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124 G ENDER - BENDER A moda discute gêneros

132 CONSUMO CONSCIENTE Novas necessidades e padrões de consumo

140 SUSTENT A BILID A DE Ser sustentável é estar no futuro

146 COWOR K IN G

TRENDS 54 i d e n t i d a d e d a m o d a c a t a r i n e n s e Influência diária daquilo que temos de melhor

62 f a s t f a s h i o n x s l o w f a s h i o n Dois conceitos que representam diferentes momentos do século XXI

Aposta da nova década

152 F A SHION X A NTIF A SHION Mudanças de olhar e de conceitos em moda

156 CENÁRIOS FUTUROS Novos horizontes

160 P A R A ONDE V A I A MOD A BR A SILEIR A ? Cenários instáveis pedem medidas práticas

66 o c o b r a n d i n g n a m o d a Grandes varejistas em parcerias com estilistas renomados

72 a m o d a e a s n o v e l a s d e h o j e A moda influnencia as novelas

76 a m o d a p e l o m u n d o Os melhores destinos para captar tendências

94 O CINEM A ENSIN A A VESTIR

C ENTROS DE MODA 166 MOD A C A T A RIN A

Documentários da indústria da moda

102 O CONSUMISMO Q UE NOS CONSOME

168 G R A NDE FLORI A N Ó POLIS

Para resistir em momentos de dificuldade

170 FO Z d o i t a j a í 106 CONSUMO MOBILE Smartphones no consumo da moda

172 V A LE d o i t a j a í

112 COMÉRCIO o n - l i n e EM A LT A E-commerce e m-commerce têm aposta de crescimento

118 A PORT A DE ENTR A D A D A LOJ A

174 SUL 176 h o t t i p s

Visual merchandising

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institucional

O DESAFIO de fazer MODA

Em 2014 e 2015, o SEBRAE/SC desenvolveu um projeto audacioso que teve como objetivo fortalecer a indústria da moda em Santa Catarina. Profissionais competentes trabalharam nessa ideia e criaram uma série de ações para contemplar as empresas em todas as regiões do estado. Dividido em polos, o Projeto Moda Catarina auxilia as empresas a agregar valor à marca, aumentar a produtividade e investir em design, gestão e mais negócios, fatores que, consequentemente, refletem em aumento de vendas. O projeto nasceu do relacionamento estreito entre o SEBRAE/SC e os empresários catarinenses. O setor da moda é extremamente complexo e dinâmico e por isso carece de processos específicos de soluções customizadas de acordo com cada segmento. O Projeto Moda Catarina contemplou essas necessidades e se transformou em um projeto que atende negócios de confecção, acessórios e calçados. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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O maior desafio da indústria da moda brasileira e catarinense é competir com empresas de países de legislação moderna e com baixo custo de produção. São países com infraestrutura e logística, mão de obra especializada, políticas fiscais públicas e econômicas mais justas e organizadas. O desafio é grande, mas a vocação empreendedora do catarinense faz com que os empresários sigam acreditando e aprimorando seus recursos humanos e financeiros para superar cada desafio e cada obstáculo. E é nesse sentido que o SEBRAE/SC, por meio do Projeto Moda Catarina e demais soluções, permanece de mãos dadas com os empresários, servindo de facilitador de processos, dando suporte e segurança para as tomadas de decisões e acompanhando cada etapa do desenvolvimento de seus clientes.


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33,7% A indústria é responsável por

A i n d ú s t r ia t êx t i l c o n t e m p l a a s ativ ida d e s de s e rv iço s de co n f e cção de a rtig o s d o ves t uá r io e d e ac es s ó r io s e a fa b r icação de a rt ig o s d e ma l h a r ia e t r i c o t ag e m .

da economia do estado e representa 36,7% do emprego formal.

Segundo estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) de 2014, Santa Catarina tem um PIB industrial de R$ 50,4 bilhões e é considerado o 6º do país.

O Brasil é um dos maiores produtores têxteis do mundo.

Em 2012

Santa Catarina foi a 2ª colocada no ranking brasileiro do número de estabelecimentos têxteis e de confecção, com 14% do total.

98%

das empresas do estado são formadas pelo s pequenos n e gó c i o s .

Diversidade, tecnologia e dimensões de seu parque têxtil tornam o país como a 6ª maior indústria do mundo, o 2º maior produtor de denim e o 3º de malhas.

O país é um dos pouc os que c ontam c om uma ca deia têxtil e de c onfecção totalmente integra da.

Os segmentos de alimentação, vestuário e acessórios são os principais setores da indústria de transformação e extrativa de Santa Catarina e os que mais empregam.

o setor de moda superou a média na geração de empregos, segundo dados do Boletim de Inteligência Setorial do SEBRAE de maio de 2015.

S egundo a publicação “S anta Catarina em Números-2013”, o setor de confecção conta com mais de 12 mil empresas e é capaz de gerar pelo menos 100 mil empregos formais.

Em 2014

AUMENTO

A fabricação de vestuário e acessórios foi a atividade que mais ganhou participação na indústria do estado: aumentou de 8,4% em 2007 para 10,5% em 2012.

Foram cria dos mais de 526 mil postos de trabalho nos pequenos negóc ios.

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institucional

A Moda que nos inspira K ar yne Malis c hes k i C o o r d e n a d o r a e s t a d u a l d a c a r t e i r a d e m o d a SEBR A E / SC

Pensar em moda quase sempre nos remete a uma reflexão sobre tendências. Muito mais do que produzir, a moda inspira. Moda é cultura, valor e comportamento. É a tradução de um visual que tem a capacidade tanto de nos unir a um grupo quanto de nos deixar completamente diferentes de todos. Ao assumir a coordenação da carteira no SEBRAE/SC, mal poderia imaginar o mundo rico e contrastante em que estaria mergulhada. A moda é o sonho e o trabalho de muitas pessoas, o que reforça o grande desafio da nossa equipe de projeto. 17

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Institucional

A produção da moda não é feita apenas de máquinas. Ela é feita de pessoas, de catarinenses, sejam eles de nascimento, por opção ou de coração. Temos grandes parceiros que também trabalharam muito para a consolidação do segmento e acreditamos que ações como esta agregam ainda mais valor e importância para a construção da identidade de moda do nosso estado.

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Institucional

Um espaço virtual para todos O site do Moda Catarina foi criado com a finalidade de unir as agendas dos centros de produção, pensando nas empresas e no público em geral. Lá concentramos inscrições e links de direcionamento para ferramentas que nos auxiliam na coordenação da programação. Constam também informações sobre ações pontuais dos projetos, além de um descritivo do que já foi realizado. Horários, datas e matérias com resumos dos principais acontecimentos do projeto estão à disposição 24 horas no ar.

Moda Catarina em vídeo Idealizamos uma maneira de dar visibilidade ao projeto na era virtual e, para isso, captamos e editamos vídeos de várias ações do projeto. É uma ferramenta que possibilita ao público o acompanhamento das ações por intermédio de qualquer dispositivo (via site, celulares e tablets). Procuramos sempre deixar nossa mensagem, seja em forma de informação, de incentivo ou de reflexão.

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Institucional

programacao tecnica e consultorias individuais

design estrategico e capacitacao em gestao

2015,

um ano para entrar na hist贸ria da moda catarinense

novas possibilidades de negocios

comportamento do novo consumidor

tecnicas e possibilidades criativas

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inovacao e empreendedorismo


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Institucional

U m de s a f i o d iá r io pa r a ir m a is l o ng e O Moda Catarina iniciou suas atividades de 2015 a todo vapor. Realizamos missões técnicas de pesquisa de moda nacionais e internacionais, participamos de feiras e rodadas de negócios e, principalmente, oferecemos muita capacitação para as 150 empresas envolvidas no projeto. Com uma vasta programação técnica e consultorias individuais, conseguimos compartilhar experiências de mercado e conhecimentos específicos de cada segmento junto aos empresários, gerentes, gestores, coordenadores e consultores das mais diversas áreas, do atendimento ao cliente à importância das vendas, da produção de estampas ao design estratégico, da capacitação em gestão de recursos humanos aos novos modelos de negócios, das passarelas às macrotendências, do mix de produtos às tendências para vitrines.

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Institucional

M o d a Ca t a r i n a é o pro j e to qu e d is cu te , pe n s a e re vo l u cio n a a cad e ia d e pro d u ção d e mo da n o e s tad o.

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Institucional

A s M i ss õ e s T é c n ica s d e Ca p a c i t a ç ã o s ã o uma pa rt e im p o rta n te do p r oc e s s o d e a p r e n d i za d o e for nec em f e r r a m e n ta s pa r a a s e m p r e s a s a mp li a r e m s e u s hor i z on te s . To da s a s vi s i ta s s ão ac ompa n h a da s p o r p r ofi s s io n a is d e r efer ên cia e m s e u s seg mento s d e atuação e t r az e m u m a v i v ê n c i a d e n e gó c i o s a l i a d a a o a p r e n d i za d o d e n o v a s c u lt u r a s .

Empresários de Brusque em visita à redação da Revista Vogue. Eles também conheceram a exposição da artista plástica Agatha Ruiz de la Prada, na FAAP, a loja-conceito Cartel 011 e a sede da Inbrands.

Michel Sarkis, CEO da Inbrands, recebeu empresários para explicar sobre o modelo de negócios da companhia.

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Institucional

As ações do Moda Catarina procuraram a vivência, a aproximação e principalmente a experimentação do novo. Melhoramos o que é comum entre eles e buscamos as novidades dentro de cada setor. Missões ao Rio de Janeiro, a Minas Gerais, a São Paulo e ao Rio Grande do Sul conectaram as empresas catarinenses com outras realidades, com estilos diferentes de gestão e com novas possibilidades de negócios. Para buscar inspiração e tendências que ainda não aportaram por aqui, saímos em Missões Técnicas de Capacitação em Design de Moda na França, no Reino Unido, na Alemanha e nos Estados Unidos. Nossos empresários treinaram o olhar, a capacidade de ver novas ferramentas de comunicação e marketing e de pesquisa de moda, com possibilidades diferentes de consumo para atender novos nichos e criar mais produtos. A experiência internacional potencializa o processo criativo, aumenta a visão de mundo e torna possível a relação dos diálogos e valores culturais ao voltarem para suas cidades de origem. Empresários da Grande Florianópolis conferem as novidades em Berlim, uma das capitais mundiais do design, tendências e estilo.

Fotos Flavio Maurano

Queremos o novo e fomos b u s c á - l o p e l o s q uat r o c a n t o s d o p l a n e ta


Institucional

C o m a s v i ag e n s in te r n ac io nais , o s e m p r e s á r io s co n h e ce m f e r r a m e n ta s e e x p e r im e n ta m n ovas f o r m a s d e captu rar e d e co d if icar o c o n h e c im e n to. A e x p e r iê n cia s e re v e rte e m p r o d u tiv idad e e o s e n s i n a a f az e r s u a s p r ó p r ia s p e s qu is as n o f u tu r o.

As empresas conhecem e participam de importantes feiras do setor de moda ou realizam visitas técnicnas às principais lojas. A experiência se reverte em produtividade e os ensina a fazer suas próprias pesquisas no futuro.


Fotos SEBRAE/SC - Centro de Produção de Moda Vale

Institucional

O p d d e c

M o d a Ca t a r i n a r o m ov e o e s e n vo lv i m e n to o o l h a r d e m o da da m e to d o l o g ia o o l h u n tin g .

Empresários do Vale do Itajaí em Missão Técnica ao Rio de Janeiro. Na ocasião eles, visitaram o SENAI CETIQT e realizaram curso de branding na FARM.

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Quais as vitrines mais importantes? O que devemos observar? Que elemento eles utilizaram para construir essa ideia? Essas e outras perguntas são respondidas ao longo das Missões Técnicas. Todas as visitas são acompanhadas por profissionais de referência em seus segmentos de atuação e trazem uma vivência de negócios aliada ao aprendizado de novas culturas.


Institucional

A maio ria d o s país e s v is itad o s j á po s s u i u ma e co n o mia f o rte e u m a g r a n d e l i ga ç ã o co m o me rcad o d e mo da m u n d i a l . O s l u ga r e s s ão e s co l h id o s co m a pre mis s a d e s e r f o n te d e in f o rmação e te n d ê n cia, l o go, o s e mpre s ário s co n s e gu e m e xpe rime n tar e l e me n to s qu e d e mo ram a l g u n s a n o s a t é c h e ga r n o Bras il .

As missões do Moda Catarina trazem referências aos participantes, como visual merchandising, street art e cultura urbana. 29

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O s e m p r es á r i o s c o n s e g u e m e x p e r i m en ta r e s s e n ovo o l h a r d i r e ta m e n t e n a f o n t e d e vá r i a s t e n d ê n c i a s . R ua s fa m o s a s , ba i r r o s ba da l a d o s , l a n ça d o r e s d e t e n d ê n c i a s e s tão s e m p r e n o r ot e i r o da s M i s s õ e s , q u e i n c l u e m ta m b é m e m p r e s a s q u e s ão r e f e r ê n c i a n o s e u s e g m e n to d e at uação.

Contemporâneo, vanguardista e moderno. Clássico, retrô e vintage. A imersão em outras culturas possibilita que os empreendedores cultivem suas próprias referências, que servirão como inspiração no futuro. A maioria dos países visitados já possui uma economia forte e uma grande ligação com o mercado de moda mundial, sugerindo novas posturas e indicando o que pode ser melhorado nas empresas brasileiras.

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Acima, empresários conheceram a sede do Google, na Califórnia. Ruas famosas, bairros badalados, lançadores de tendências também estão sempre no roteiro das Missões, que incluem empresas que são referência no seu segmento de atuação. Cores, sabores, texturas e paisagens que inspiram. Tudo se torna fonte de conhecimento e pode se transformar em aprendizado. 31

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O que significa ser criativo? O que é esse tão fala do desejo de marca? C omo se fa z uma c oleção de sucesso? Quais estratégias nos tra zem o marke ting atualmente? C omo o c ompor tamento do c onsumidor afe ta a produção, o relac ionamento e as vendas? Tantas foram as dúvidas quanto foram os esclarecimentos. Com o Bureau da Moda, uma ação do Moda Catarina focada em trazer especialistas de suas áreas de atuação, as empresas puderam ter contato com competentes e renomados profissionais. Andreia Passos, pesquisadora e criativa, trouxe temas e impressões sobre conceituação de coleção. Silvio Chadad, conceituado profissional de marketing e negócios da moda, compartilhou sua experiência no mercado com assuntos ligados ao varejo e às vendas. Marina Bortoluzzi, cool hunter, falou de lifestyle e comportamento do novo consumidor. Julio Rodrigues e Carlei Nunes, ambos especialistas em marketing digital, levantaram questões sobre novas mídias, internet e modelos de negócios na web. Gisele Najjar, expert em comunicação de moda, Paola Robba, estilista de moda praia, e Caroline Baum, designer e editora de moda, pautaram o design estratégico e a necessidade de estabelecer conexões entre o comercial e a criação, entre o estilo e a identidade. Tete Rebello, especialista em varejo e cultura de moda, analisou o que espera o mercado e o consumidor no futuro. Celaine Refosco, mestra em criações, ensinou a repensar a maneira de exMODA CATARINA SEBRAE/SC

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Os wo rks h o ps s ão pl an e j ad o s s e gu in d o as prin cipais n e ce s s idad e s d e cada Ce n tro d e Pro d u ção. As açõ e s d o Bu re au da Mo da s ão f o cadas e m pú bl ico s e s pe cíf ico s . plorarmos estampas em suas várias técnicas e possibilidades criativas. Cintia Matuzawa, referência em visual merchandising, abriu as portas para novas vitrines e experiências de compra. André Carvalhal compartilhou sua enorme experiência em branding, e Luiz Wachelke propôs uma nova visão para a imagem de moda. Esses foram alguns dos grandes nomes que transmitiram seu conhecimento para os participantes do Moda Catarina através de oficinas, palestras e workshops. Mão na massa de verdade. Cenários reais. O humano e o urbano, o contemporâneo e o clássico. Tudo com muita propriedade, olho no olho e exemplos reais, além da ampla adesão dos empresários às atividades propostas pelo projeto. 33

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Costanza Pascolato, ícone de estilo e empreendedorismo, esteve presente na abertura do Moda Catarina em Florianópolis e também para um talk show em Criciúma, onde reuniu mais de mil pessoas na ocasião.

n o me s impo rtan te s da mo da marcaram pre s e n ça n o s circu ito s d o mo da catarin a A blogueira Cris Guerra também esteve presente em Criciúma, onde reuniu uma plateia com mais de 400 participantes para falar sobre moda, estilo e consumo.

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Institucional

Romper paradigmas para ir mais longe

O WGSN trouxe as apostas das próximas estações, assim como Ronaldo Fraga fez palestra sobre identidade e a necessidade das empresas assumirem suas raízes locais e se unirem.

O Circuito da Moda surgiu com uma grande missão: criar e fomentar cultura de moda no estado de Santa Catarina trazendo grandes nomes da moda nacional para alinhar conhecimento junto aos empresários, profissionais da moda e estudantes, nossos futuros profissionais na indústria da moda. Design, inovação e empreendedorismo permearam o acesso dos participantes a um conteúdo inspirador e conectado às tendências do mercado. Logo na estreia, Costanza Pascolato, ícone da moda brasileira, deu uma verdadeira lição de vida à plateia do Moda Catarina, em Florianópolis. Forte, imponente e com duras verdades, a dama da moda mostrou que a gestão é o principal alicerce de uma empresa. Além de produto primordial, focado no cliente, ela despertou no público a simpatia de quem entende do assunto, mas principalmente a verdade por trás de uma grande marca. Ronaldo Fraga, criativo e instigante, atiçou olhares e levou cada um a pensar na sua identidade e nas suas coleções, em Balneário Camboriú. Cris Guerra, honesta e sem papas na língua, emocionou os convidados com sua experiência de vida, em Criciúma. Cecília Bourdon mostrou experiência e dedicação à sua marca, Fruit de La Passion, em Balneário Camboriú. Marcelo Dória foi incisivo na aplicação do varejo e da indústria com foco no cliente, em Blumenau. Julia Curan, do WGSN, trouxe tendências e novos olhares para a plateia de Brusque. E Isabela Capeto falou sobre criatividade em Florianópolis, encerrando em grande estilo o Circuito da Moda.

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Institucional

Isabela Capeto encerrou o Circuito com chave de ouro e bom humor, na sede do SEBRAE/SC.

Empresários de Criciúma se reuniram com Cris Guerra para um talk sobre moda, estilo e consumo. Cecília Bourdon trouxe sua experiência e inspiração francesa para o Ilhota Fashion Day, em Balneário Camboriú.

Empresas do Moda Catarina de Blumenau buscam capacitação e aprimoramento na palestra com Marcelo Doria, que teve foco no cliente e no varejo.

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I n f o rmação pa r a o f u t u r o A t r avé s d e p a r c e r i a s , t r a p a r a o s p a r t i c i p a n t e s d o f i r m a d o s p e l o SEBR A E i n f o r m a ç õ e s d e p o n t a

z e m o s M o d a n a c i o n q u e a l

a i n C a t a l , ava

d a m a i s a r i n a . N c o n s e g u n c a m o s

c o n h e c i m e n t o o s c o n vê n i o s i m o s l eva r n e g ó c i o s .

SEN A I O projeto tem como objetivo a concepção de ações criativas, incorporando-as ao processo produtivo das empresas da indústria da moda. São realizadas pesquisas de referências, com dados coletados através de missões técnicas internacionais, apresentando publicações semestrais das novas tendências. Em Santa Catarina são realizadas seis palestras de lançamento da publicação “Caderno Inova Moda” em cada ciclo, além de cursos e oficinas (workshops) de criação, desenvolvimento de produto, modelagem e ensaio de elaboração de fichas técnicas de produto para o planejamento da produção.

Assintecal – Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos O convênio é norteado por quatro eixos centrais: integração da cadeia, difusão e estímulo à tecnologia e inovação, sustentabilidade e acesso a mercado. Fórum de Inspirações é uma das ações do projeto, que contempla o desenvolvimento de material de pesquisa e referencial, abordando inspirações e tendências, agregando a identidade brasileira e local para possibilitar o desenvolvimento de materiais através de consultorias, além da realização de oficinas práticas de criação. Tem também o Salão de Design e Inovação de Materiais – INSPIRAMAIS, um evento diferenciado e que se destaca mundialmente por ser considerado um ponto de encontro da indústria de materiais inovadores com alto valor agregado de design, tecnologia e sustentabilidade.

IN MOD – I n s t i t u t o N a c i o n a l d e M o d a e D e s i g n Através do convênio com o IN MOD, os participantes do SEBRAE conseguem acesso ao SPFW, maior evento de moda do país. Tem como principais objetivos reforçar e consolidar o SEBRAE como fomentador de inovação para as micro e pequenas empresas; difundir o design como diferencial competitivo e agregador de valor do produto; e estimular a criação de polos de inovação. A parceria permite, ainda, a exposição de produtos das empresas na loja FFWSHOP (após aprovação na curadoria realizada pelo grupo Luminosidade), visitas técnicas ao backstage e realização de palestras e workshops com conteúdos voltados à geração de negócios com a moda. Em 2015, duas empresas do Moda Catarina, a Liverpool e a Parco Design, colocaram seus produtos à exposição e venda durante a semana de moda.


Institucional

Empresários participando da feira internacional voltada ao público infantil FIT.

Empresas dos segmentos de acessórios, gemas & joias, do Projeto Moda Catarina do Sebrae/SC, participaram da 17ª edição do Minas Trend.

O M o d a Ca t a r i n a p r o c u r a s e m p r e a p o i a r a s e m p r e s a s pa rt i c i pa n t e s , c o m m at e r i a i s e l ayo u t s c r i at i vo s n o s s ta n d s da s f e i r a s e m q u e pa rt i c i pa .

Acima, a Pronegócio, em Brusque, traz em primeira mão os lançamentos para um público interessado em volume de vendas e novidades. As feiras possibilitam que as empresas do Moda Catarina sejam vistas por um grande público. Ao lado esquerdo, empresas de Florianópolis participam da FENIM Fashion Rio.

20 empresas de moda íntima, praia e fitness de Ilhota e calçadistas de São João Batista, apresentam ao mercado suas criações exclusivas, durante o Salão Casamoda, em São Paulo/SP.

O I l h ota s e g u n d o l o j i s ta s a s n ov i d 2 0 1 6 , e m

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Fa s h i o n Da y , s u c e s s o a n o, at r a i u c e n t e n a s e c l i e n t e s pa r a c o n h a d e s da P r i m av e r a V e Ba l n e á r i o Ca m b o r í u .

p e l o d e e c e r r ão


Institucional

Ver e ser visto O Moda Catarina participou de várias feiras e rodadas de negócios ao longo do ano, revelando a moda catarinense para todos os cantos do país. Com olhos e ouvidos voltados ao que o mercado deseja, nossos empresários foram longe. Confira alguns lugares em que estivemos presentes: B i j o i a s , e m S ã o Pa u l o C o u r o m o d a , e m S ã o Pa u l o Fenin, no Rio Grande do Sul F e n i n , n o R i o d e Ja n e i r o FIT , e m S ã o Pa u l o F l o r i pa P r ê t à P o rt e r , e m F l o r i a n ó p o l i s F r a n c a l , e m S ã o Pa u l o I n s p i r a Ma i s , e m S ã o Pa u l o

Minas Trend, em Minas Gerais P r o n e gó c i o , e m B r u s q u e Sa l ã o Ca s a m o d a , S ã o Pa u l o SC T r a d e S h o w , e m Ba l n e á r i o Ca m b o r i ú SP P r ê t à P o r t e r , e m S ã o Pa u l o SPFW , S ã o Pa u l o TM Fa s h i o n , e m S ã o Pa u l o V i t ó r i a M o d a , n o E s p í r i t o Sa n t o

Julian Marques/Ed. Globo

A cada evento um novo desafio e a satisfação de termos sempre sucesso de público e ampla adesão dos empresários nas atividades que propomos.

Fotos Marco Dutra

Ao lado, no lançamento do Projeto Design Estratégico, Roberta Aviz Coordenadora Nacional da carteira da moda do SEBRAE, Mariana Grappedia Gestora Projeto Calçados SEBRAE/SC,Gisele Najjar Consultora de Comunicação e marketing do projeto, Paola Robba Consultora de Moda e Estilista para o projeto e Karyne Malischeski Coordenadora Estadual da carteira de moda do SEBRAE/SC

A rodada de negócios SCTrade Show já é referência no calendário de eventos calçadistas do país.

Centro de Moda da Grande Florianópolis lançou campanha com personalidades para promover as empresas do projeto.

Produtos de empresas do Moda Catarina na SPFW.

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Em busca da

identida de catarinense Para se diferenciar num mercado competitivo, as empresas precisam investir em produtos únicos e estilosos que atendam necessidades ainda nem imaginadas pelo consumidor. E através do Projeto Identidade, as micro e pequenas empresas do Moda Catarina conseguem estabelecer novos níveis de produtividade e posicionamento de marca para buscar a identidade e a cultura da moda catarinense.

Grandes consultores para grandes trabalhos No Projeto Identidade, desenvolvemos frentes de trabalho distintas para Centros de Produção de Moda que foram identificados com grande potencial criativo, mas que necessitam de orientação técnica e um senso MODA CATARINA SEBRAE/SC

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mais apurado para o design. Para despertar esse novo olhar sobre a moda, é necessária uma consultoria avançada, realizando experimentações, analisando vendas e estratégias, reavaliando processos e incentivando o olhar transformador. Em São João Batista, o estilista Ronaldo Fraga vem criando engajamento com as marcas de sapatos e acessórios desde 2014, através da parceria entre o SEBRAE Nacional, SEBRAE/SC e a Assintecal. A expertise de Ronaldo é notória, já que ele foi selecionado pelo Design Museum de Londres, por duas vezes, como um dos 100 designers mais influentes do mundo da moda, do design gráfico, de interiores, de transportes e novas tecnologias. Ele trabalha a experimentação de novos materiais e elementos que possam se aplicados pelas empresas.


Foto: Ana Luiza Trentini Flamia

da

A moda autoral é a bandeira mais defendida pelo estilista ronaldo fraga, que instiga o resgate de tradições como a renda manual, a arte, a arquitetura, a natureza e o trabalho com madeiras e texturas.

se

Ronaldo Fraga apresentou o resultado do Projeto Identidade na passarela do SC Trade Show, em Balneário Camboriú. Ele trouxe os saberes e fazeres manuais de Santa Catarina através da criação de modelos de sapatos.

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Centros de Moda a todo vapor Já no segmento de moda praia, íntima e fitness, Paola Robba, consultora de estilo e estilista da Poko Pano, marca conceituada de beachwear, e Gisele Najjar, consultora de comunicação e marketing especializada em moda, estão a cargo de impulsionar as empresas de Ilhota. “O Projeto Identidade foi engrandecedor e extremamente benéfico, pois, através da percepção da essência das marcas, foi possível despertar para o diferente, para o novo”, explica Paola.

Gisele Najjar e Paola Robba realizaram consultorias nas empresas do Moda Catarina. O objetivo é desenvolver o potencial criativo e posicionamento de marca em cada empresa.

Gisele Najjar foi a responsável pela imersão de empresários de Brusque em São Paulo durante a missão técnica de capacitação em design de moda. Ela também está a cargo de desenvolver o Projeto Identidade ou, como alguns preferem chamar, Design Estratégico, em conjunto com a designer de calçados e acessórios Caroline Baum, para as empresas de São João Batista, Brusque e Canelinha. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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As consultoras estão focadas no estilo das coleções e nas ações de marketing, além de trabalhar a linguagem da marca alinhada aos produtos e às ações desenvolvidas para a divulgação de cada empresa estudada.


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Caroline Baum e Gisele Najjar fizeram uma profunda imersão no processo de fabricação dos produtos das empresas. A identidade e o design foram os principais pontos de observação e melhoria.

Ambas atuam no auxílio do processo de concepção das coleções, que inicia em novas metodologias de pesquisa de moda e tendências, passa pelo chão de fábrica e pela comunicação e vai até o lançamento das marcas através de um showroom de negócios em São Paulo destinado a empresários de todo o Brasil. “Nosso trabalho teve como ponto de partida identificar o DNA das marcas para a construção de uma identidade sólida e única, criando produtos que materializassem essa vontade, bem como toda a linguagem e comunicação da marca com seus mercados”, pontua Gisele.

O trabalho segue em desenvolvimento e apresentará novidades tanto para o mercado de consumo quanto para os parceiros do projeto. “É muito gratificante ver o amadurecimento das marcas em tão pouco tempo. O reflexo do trabalho conjunto está na consistência das coleções cápsulas”, afirma Caroline.

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Moda Catarina sobre rodas Fa s h i o n T r u c k l e v a a s e m p r e s a s d o p r o j e t o para os pri n c i pa i s e v e nto s d e m o da a p o i a d o s p e l o SEBR A E / SC

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A moda vai muito além de o simples vestir; ela também pode ser itinerante. Para levar a moda a todos, o SEBRAE/SC criou, através do projeto Moda Catarina, o Varejo Fashion Show, uma ação itinerante voltada às empresas que participam da iniciativa. O formato escolhido foi um caminhão totalmente funcional e com a infraestrutura necessária para servir de showroom móvel a todas as marcas do Moda Catarina. É um verdadeiro Fashion Truck que viaja pelas cidades catarinenses e expõe os produtos das empresas participantes. Essa ação oportuniza o contato mais próximo do consumidor com o produto e gera oportunidades de fechar parcerias e comprar as peças em exposição. Através dele, os empresários, os gerentes, os lojistas, os vendedores e o público em geral têm acesso a uma mostra exclusiva dos produtos. Além disso, as pessoas podem realizar consultoria de moda e receber dicas dos estilistas para cada estação, estabelecendo um diálogo rico e produtivo entre o consumidor e as marcas.

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Campanha c ole tiva estimula e for talece marcas Cen tro d e P ro Flori a n ó po l i s reun i r ma rca s ilust re s mu i to a mo da

d ução d e M o da da G r a nd e e l a b o r o u e d ito r ia l pa r a d o p r o j eto e c o nvida d o s e s pe c ia is q u e inf lu enc ia m e m Sa n t a Ca t a r i n a .

Lançada no badalado restaurante RED em O resultado final foi um editorial estrelado julho, em Florianópolis, a campanha coleti- por jovens empresários e bloggers, influenva trouxe imagens de moda conceituais de ciadores do lifestyle catarinense nas redes 18 empresas partisociais. Com o objecipantes do Moda tivo de unir talentos Além da produção das fotos, Catarina. Antes do do segmento de conas it girls também foram click final, as marcas fecção, joias e acesresponsáveis pelo apoio na se prepararam e parsórios, o Centro de divulgação nos seus canais de ticiparam de oficinas Produção de Moda comunicação. temáticas que aborajudou a promover e daram desde a elaa divulgar iniciativas boração de campanhas de moda até o posi- das marcas participantes do Moda Catarina, cionamento de imagem, tudo acompanhado além de ampliar o mercado e dar visibilidade por profissionais especializados e renomados à moda criativa de Santa Catarina. do mercado fashion. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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Fotos Marco Dutra

Marcas participantes As empresas participantes do Moda Catarina da Grande Florianópolis são Anna Schmidt, Dani Depi, Gabriela Faraco, Mariana Dias, Carolina Vecchietti, Gisele Pietro, Chamelle, Leticia Oliveira, Mila Coelho, Miosotis, Mila Feliciano, Parco, Tous Bijous, Pera, Joye, Skyhill, Safhari e Liverpool.

It Girls da campanha A lista estrelada da campanha coletiva é composta por Isabelle Colla (@isabelleacolla), Barbara Berh (@ berhbarbara), Bruna Góes (@goeswithsoul), Manoella Deschamps (@manu_deschamps), Giovanna Busato (@ giovannabusato), Bárbara Mir (@barbaramiir), Gabriela Humeres (@gabrielahumeres), Mariana d’Ávila (@ marianatdavila) e Nathalia Regina (@nathaliaregina).

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Projeto Exporta SC SEBRAE - Divulgação

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Expor tar para ir mais longe Exportar está literalmente de volta ao cenário da moda. Com o dólar nas alturas, este canal de vendas e de distribuição de produtos e serviços é uma realidade para o empresário brasileiro e também um caminho para quem busca crescimento no mercado globalizado. Diante dos altos e baixos da economia brasileira, marcar presença em outros países é encontrar alternativas para ir adiante e continuar vendendo. Com o aumento da capacidade produtiva das empresas do nosso estado e a sensível melhora na qualidade dos produtos, o SEBRAE/SC criou um programa de incentivo às exportações, o EXPORTASC. O projeto tem como objetivo MODA CATARINA SEBRAE/SC

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promover a inserção de 50 micro e pequenas empresas catarinenses, de vários segmentos, no mercado norte-americano, e vai além, capacitando os empreendedores e gerando a autossuficiência da micro ou pequena empresa nos Estados Unidos.

Incubação e capacitação Através do processo de internacionalização, as empresas terão apoio e suporte com incubação na Flórida e auxílio nas áreas de capacitação de empreendedores, visitas téc-


D e s t aq u e s d o p r o j e t o , s e g u n d o o SEBR A E / SC •

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Apoio jurídico empresarial nas áreas de propriedade intelectual, design e elaboração de contratos. Acompanhamento nos processos de registro e licenciamento da empresa e produtos junto a órgãos governamentais. Suporte na elaboração do modelo de negócio através da ferramenta canvas. Apoio na administração geral das empresas selecionadas durante o seu funcionamento em território norte-americano. Suporte nas atividades relacionadas ao marketing, visando a inserção da empresa no mercado dos Estados Unidos. Assistência na identificação das melhores ferramentas e estratégias para promoção e divulgação das empresas e seus produtos. Orientação para identificação do mercado alvo e oportunidades de negócios. Apoio nas atividades de operação e logística, incluindo despacho aduaneiro, espaço para armazenagem nos Estados Unidos, inspeção de mercadorias e verificação da documentação necessária aos processos.

nicas, suporte administrativo, jurídico, fiscal, marketing, comercialização, operação e logística. O ambiente da incubadora está projetado para ter uma infraestrutura física adequada e compartilhada, sala de reunião e serviços administrativos. O projeto tem previsão de 30 meses de duração. Os empresários terão acesso aos processos de abertura da empresa nos Estados Unidos e a todos os requisitos legais relacionados.

M o d a Ca t a r i n a marca presença no programa Al g u m a s e m pre s a s d o M o da Cata ri n a j á pa s s a ra m pe l a fa s e d e ava l i ação e e s tão n o pro j e to : E c o B l u , Ti c k D e c k , L i s a R i e d t , Ama m. me , D e n u s a D e ma r c h i , S é c u l o X X X , C o me ç o d e V i d a , M e n i n a R i o , C o n t r a mã o e B a by G u t .

Conheça mais sobre o projeto, acessando o site exportasc.com.br

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Parceiros e apoia dores do proje to Moda Catarina O M o d a Ca t a r i n a c o n t a c o m u ma g ra n d e re d e d e pa r c e ir o s e a po i a do re s p o r to d o o e s ta do. E s s a s s ão a l g u m a s da s i n s t i t u i ç õ e s , a s s o c iaç õ es e pri n c i pa l m ent e p e s s oa s q ue pa rt i c i pa m e no s a p o ia m n a d i v u l ga ç ã o , p r o m o ç ã o e v i a b i l i za ç ã o d o p r o j e t o .

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Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos – Assintecal Associação Comercial e Industrial de Ilhota – ACIIL Associação das Micro e Pequenas Empresas – AMPE Brusque Centro Universitário de Brusque – Unifebe Governo do Estado de Santa Catarina Grupo Luminosidade – SPFW Grupo UNIASSELVI Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos – IBGM Instituto by Brasil Instituto de Design, Inovação e Tecnologia – IDIT Istituto Europeo di Design – IED Instituto Nacional de Moda e Design – In-Mod Instituto da Moda Catarinense – IMC Núcleo de Moda Sul Catarinense – NMSC Perestroika – Escola de Atividades Criativas Prefeituras de São João Batista e Ilhota Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI Sindicato das Indústrias de Calçados de São João Batista – Sincasjb Sindicato do Vestuário de Criciúma Sociedade Educacional de Santa Catarina – SOCIESC

Além dos empresários dos grupos e o SEBRAE Nacional, que fir maram os convênios e cujas ações têm grande relevância para as nossas empresas, deixamos a todos o nosso muito obrigado pela parceria e incentivo.

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Identidade da Moda Catarinense I n f l u ê n c i a d i á r i a d aq u i l o q u e t e m o s d e m e l h o r

Santa Catarina é um dos estados mais belos do Brasil e essa evidência não é apenas de quem mora, trabalha e vive por aqui; é uma informação atestada pelos principais veículos de comunicação do mundo, como New York Times, Washington Post e BBC de Londres. Normalmente as matérias enaltecem nossas belezas naturais e nosso povo, considerado simpático, acolhedor e, sem dúvidas, muito bonito. Mas como essa influência afeta nosso trabalho e produção? Diretamente. Paisagens inspiradoras dão ânimo nos dias difíceis. Mesmo sofrendo catástrofes naturais, decorrentes de fenômenos globais, como furacões, ventanias e chuvas torrenciais, nosso estado mostra uma capacidade reconstrutora impressionante. As enchentes dos anos 80 assolaram Blumenau, e em menos de uma década a cidade se reconstruiu e melhorou em vários pontos. Ilhota, considerada a capital da moda íntima e da moda praia, também sofreu com enchentes e deslizamentos. Em poucos meses, estava reconstruída e com sua capacidade produtiva recuperada. No Sul, chuvas e acidentes com minas de carvão mineral não conseguiram impedir que Tubarão e outras cidades da região se recuperassem na mesma velocidade. Mostramos nosso trabalho plenamente. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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Spring Rain | Sabina Klein

Getty Images - Pop Sugar.com


@MoP London wgsn

Painel TendĂŞncias WGSN - martajfreitas.wordpress.com

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A moda se reflete na produção Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – Fiesc, a cadeia criativa e industrial da moda, em conjunto com a produção de alimentos, é a que mais emprega no estado. São milhares de catarinenses (de nascimento ou de coração) direcionados a criar milhões de peças, com valor e cuidado, vendidas dentro e fora do país. Para alavancar essa produção toda, é necessário ser competitivo e atento aos movimentos da moda mundial. Santa Catarina é um estado privilegiado por ter grandes produtores têxteis, como Renaux e Menegotti, além de confecções e empresas de peso, entre elas Malwee, Hering, Dudalina, Colcci, Damyller, Lança Perfume, Dimmy, Rovitex, Karsten, Círculo, Brandili, Cativa Têxtil, Altenburg e Marisol. Diante desse cenário de alta capacidade produtiva, estar e se manter criativo não é apenas uma condição, é exigência. Nossos times de estilistas são cada vez mais inovadores e conectados com tudo que acontece, fazendo com que isso se reflita diretamente nas peças. Empenho, dedicação e busca por novos conhecimentos são palavras de ordem entre os nossos talentos.

U s e F a s h i o n e W G SN e m s u a s missões de capturar e traduzir tendências Parceiros de capacitação em pesquisa de tendências e comportamento em moda, os bureaus de moda trazem um compilado de informações. Tudo de forma didática e traduzida em looks para as próximas estações.

As fontes de inspiração, assim como os profissionais da área, podem variar. São sites específicos de moda até tecnologia, notícias e comportamento. Como são profissionais com diferentes especializações, a ideia é beber de várias fontes, olhar para os principais sites de comportamento, moda e feiras diversas do setor têxtil, de tecnologia, varejo, comportamento etc.

G o o g l e Tr e n d s e u m a n o v a ferramenta para tendências Durante uma das missões técnicas de capacitação do projeto Moda Catarina, os empresários de Brusque tiveram contato com novas propostas de análise de tendências produzidas pelo Google, através do Google Fashion Trend Report (https://think.storage.googleapis.com/docs/google-fashion-trends-report-spring2015.pdf ), apresentado durante a visita em agosto. De acordo com Olivier Zimmer, cientista de dados de moda e Yarden Horwitz, estrategista de marcas e moda do Google, autores do relatório Verão 2016, eles conseguiram compilar mais de seis bilhões de buscas. O relatório da Big Data é útil para designers, pesquisadores, profissionais de marketing e formadores de opinião conseguirem compor uma previsão de tendências, baseada em buscas no Google.

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No.21 | wgsn

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José Villa

O olhar atento e conectado com o novo é construído a partir de experiências de vida e do cotidiano. Um filme, um encontro, uma visita ao shopping, um livro, um familiar, um sabor, uma cor. Tudo consegue se transformar em base de inspiração para qualquer produto, seja na moda ou qualquer outra área, como gastronomia e decoração. São conexões que fazemos e associações que nos permitem decodificar os sentimentos e as sensações em algo palpável ou de atitude. Um dia lindo de Sol pode inspirar uma estampa com tons de laranja, rosa e amarelo. Um dia de chuva, tons de cinza, azul escuro e uma estampa de riscas. Uma foto de Paris, um vestido leve perfeito para caminhadas, uma viagem ao Canadá, pesados casacos de inverno. Conseguir conectar essas inspirações é um trabalho diário, onde o principal motivador, de acordo com Julia Curan, do portal WGSN, um dos maiores portais de pesquisa de tendências do mundo, é estar inconformado e procurar ser melhor o tempo todo. Não buscar uma perfeição idealista, mas estar instigado, curioso e indagador. Nossas cidades catarinenses estão repletas disso, de questionamentos, culturas diferentes e influências coloniais que nos atingem até hoje. Como posso transformar uma coisa simples em algo que venda? Como posso ir além disso que vejo e sinto e montar um look de inspiração? Essas respostas, além de pessoais, nos ajudam a compreender melhor o mundo que nos cerca.

Painel Sophie Anne Alisson

Onde buscar inspiração


Foto: Markito

Millefleurs lace - Divulgação

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LIFE STYLE

Parque Natural do Braço Esquerdo | SANTUR

MACROTRENDS

S anta C atari na é u m e st a d o d e c ontras tes e co m p le m e n t o s.

PortoBelo | foto: SANTUR

Elie Saab

FENDI

Temos grandes cidades que agregam potenciais centros de inovação e produção tanto na indústria têxtil quanto na produção de materiais. Um estado com várias geografias, que reúne belas e paradisíacas praias, grandes cânions, serras de tirar o fôlego e campos deslumbrantes. Temos grandes orlas, casas cinematográficas à beira-mar e centros urbanos com riqueza cultural e populacional. Com um intenso sol no verão e precipitação de neve no inverno, em conjunto com a mata atlântica, florestas e dunas, contamos com uma variedade natural que atrai turistas do mundo todo.


Bom Jardim da Serra | foto: SANTUR

celine

céline

Cassia Malmann | Divulgação

Chloé


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Fast Fashion

Slow Fashion D oi s c o nc e ito s q u e re pre s e n ta m d ife r e nt e s mome n to s d o s ĂŠc u lo XXI

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H&M ©Japan Times Tecelagem manual ©the weavers project.

Para onde apontamos? A dicotomia fast/slow está presente em diversos âmbitos da vida moderna. De um lado, o ritmo acelerado, o avanço galopante das tecnologias, o acesso infinito à informação. Do outro, a tentativa de frear esse compasso e resgatar métodos tradicionais, valorizar o “local” e incorporar preocupações sociais e ambientais ao consumo. O fast fashion surgiu no fim da década de 90 e explodiu mundo afora. Segundo a “Forbes”, a rede varejista H&M ocupa o 33º lugar entre as marcas mais valiosas do mundo em 2015, à frente das luxuosas Gucci e Hermès, por exemplo. A sueca tem cerca de 3,4 mil lojas pelo mundo. Já a espanhola Zara ultrapassa as 1,8 mil e a Forever 21 mais de 600. Por outro lado, o slow fashion veio de um movimento maior de desaceleração do consumo, que teve início na alimentação, com o slow food. O conceito engloba a moda sustentável, mas vai além. Toda a cadeia é levada em consideração pelos produtores e consumidores: design, produção, uso e reutilização.

Mesmo que as apostas sinalizem para um futuro no qual o consumo consciente assume papel protagonista, não se pode negar o poder das fast fashions, que também têm a função de democratização da moda. O que já pode ser observado é que elas estão incorporando conceitos do movimento slow e tentando entrar na nova onda com programas de reciclagem de roupas e coleções com materiais sustentáveis. Conheça as características de cada um e entenda o que está em jogo nos dois modelos.

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Con heça a s ca rac t e rí s t ica s d e ca da u m e en ten da o q ue e s tá e m j o g o no s d o is m o d e lo s .

Fast fashion • • • • • • • • • • •

Surgiu da estratégia de produção chamada “resposta rápida”, desenvolvida nos EUA nos anos 80. Transformou-se no modelo de mercado “fast fashion” no fim dos anos 90. Tecidos baratos e de baixa qualidade Produção em massa e mecanizada Grande escala Preços baixos (custo baseado em mão de obra e materiais) Grande variedade de roupas e acessórios com base nas últimas tendências Quase todos os dias chegam peças novas às lojas Tornam acessíveis a uma maior parte da população tendências que antes só eram vistas em páginas de revistas Investe em linhas plus size, infantil e maternidade Faz coleções cápsula com grandes designers, proporcionando a experiência de design de luxo a uma nova parcela da população Mão de obra barata sem proteções trabalhistas

Zara ©pop sugar

• Desperdício de matéria-prima e baixa preocupação com impactos ambientais

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Slow fashion • • • • • • • • • •

O termo foi cunhado em 2007 pela consultora de design sustentável Kate Fletcher. Refere-se a uma abordagem da moda contrária ao ciclo do fast fashion. Tecidos sustentáveis, reciclados, reaproveitados. Valoriza matérias e recursos locais Qualidade é essencial Prioriza métodos tradicionais de fabricação, como o feito à mão, e as técnicas de tingimento naturais Pequena e média escala Preços mais elevados (incorpora custos sociais e ecológicos) Peças mais atemporais e menos ligadas às tendências do momento Menor variedade nas prateleiras O processo inteiro é levado em consideração: design, produção, uso e reutilização Engloba designers independentes, manufatureiros locais, bazares de roupas

Interior da loja da marca Ella | Islândia

• Reconhece o impacto do produto no meio ambiente e nas pessoas

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o cobranding

na moda

G r an des va re j i s ta s i n v e st e m e m parcerias c o m e s t i l i s ta s r e no m a d o s

A associação de duas grandes marcas para desenvolvimento de um novo produto ou serviço é conhecida como cobranding. A estratégia, que teve início em meados dos anos 90, consegue atingir diferentes mercados e públicos, explorando possibilidades de negócio. A nova criação traz um duplo valor agregado, garante exclusividade e reforça os melhores traços de cada marca. No mercado de moda, uma forma dessa parceria que ganhou muito peso na última década foi a de grandes varejistas com estilistas renomados. Fast fashions do mundo inteiro lançam coleções especiais com grifes de luxo, causando furor e desejo nos consumidores. A rede sueca H&M deu vida ao movimento ao lançar, em 2004, uma coleção assinada por Karl Lagerfeld, estilista da Chanel. Desde então, formou-se um hall da fama de colaborações, com nomes como Roberto Cavalli, Jimmy Choo, Viktor & Rolf, Stella McCartney, Comme des MODA CATARINA SEBRAE/SC

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Josh Olins - Divulgação C&A

Stella McCartney para C&A e Versace para Riachuelo mostram que as grandes marcas se aproximam de um público diversificado, mas que deseja peças com informação de moda.

Garçons, Matthew Williamson, Sonia Rykiel, Lanvin, Isabel Marant, Alexander Wang e a tão esperada Balmain, em outubro de 2015. A rede de supermercados americana Target também investiu em coleções, com Jason Wu e Missoni, que provocaram filas quilométricas para comprar desde roupas até almofadas com o famoso zigue-zague italiano. A Topshop é outra que fez deste tipo de estratégia uma rotina. A varejista inglesa tem em seu portifólio talentos como

Mert Alas e Marcus Piggott - Divulgação Riachuelo

Estratégias assertivas no Brasil No Brasil, a Riachuelo começou com as parcerias, em 2001, com o estilista Fause Haten. Desde então, vieram outros nomes, como Osklen, Cris Barros, Thaís Gusmão, Pedro Lourenço, Huis Clos, André Lima, Martha Medeiros, Juliana Jabour , Maria Garcia, Daslu, entre outros. Em 2014, foi a vez da primeira colaboração internacional, com a italiana Versace, que causou polêmica nas redes sociais pelos preços não compatíveis com a rede e pela qualidade duvidosa. Por aqui também, a C&A começou com as parcerias em 2005 com figuras como Walter Rodrigues, Marcelo Sommer e Raya de Goye. Em 2009, chamou a iniciativa de C&A Collection e lançou novos produtos com Alexandre Herchcovitch, Reinaldo Lourenço, Isabela Capeto, Sergio K, Amir Slama, Gloria Coelho, Maria Bonita Extra, Espaço Fashion, Adriana Barra, Patrícia Bonaldi, além de celebridades como Gisele Bündchen e, em 2015, Kim Kardashian. 69

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Em abril de 2011, veio a primeira marca internacional: a inglesa Stella McCartney. A coleção fruto da parceria trouxe a pegada sustentável da estilista, com tecidos 100% ecológicos, cabides de material reciclável e embalagens de papel.

O sucesso e a alta procura por essas coleções devem-se ao fato de que, atualmente, os consumidores não se satisfazem apenas no seu nicho. Eles circulam por vários universos, criando seu próprio estilo. A tendência do hi-low, combinar em um mesmo look peças de grife e de fast fashion, também continua em alta e tem inclusive celebridades como adeptas. Essas associações dão ainda a oportunidade de os clientes usufruírem dos benefícios oferecidos por ambas as partes: preço acessível e design diferenciado. A estilista Isabela Capeto é uma das referências no assunto. Começou com a label própria em 2003, que tem como marca registrada o trabalho autoral e artesanal. Isso não impediu que Isabela emprestasse sua criatividade, e sua menininha vermelha, a outras

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empresas dos mais diversos segmentos. Na lista estão Melissa, Havaianas, Keds, Risqué, Phebo, Panvel Farmácias, Brastemp, supermercado Pão de Açúcar, Neve e Chilli Beans. A parceria com a C&A teve início em 2009 e chegou a sua terceira edição, em setembro de 2015. Dessa vez, são 125 peças para crianças (masculino e feminino) e mulheres. A estratégia permite à estilista desenvolver o trabalho minucioso nas coleções próprias e, ao mesmo tempo, democratizar suas criações e estilos, importante vertente dessas colaborações.


Catherine Ferraz - Divulgação C&A

Isabela Capeto para C&A marca o retorno da estilista para o mundo da moda com peças pensadas para o público infantil.

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festival de dança de joinville | foto: Diego Redel

MACROTRENDS

cultura

popular S anta C atari n trabal hador, na garra da s poder do s eu

a é u m e st a d o q u e a cr e d it a u a g e n t e e n o b r a ço f o r t e .

festival de dança de joinville | foto: nilson bastian

J.Crew

A riqueza cultural do estado se espalha por todas as cidades, com influências que vão do colonialismo à revolução industrial. Festas típicas, encontros de famílias e uma miscigenação ímpar fazem Santa Catarina ter o que há de melhor em termos culturais, como o boi-de-mamão e a única filial do Ballet Bolshoi fora da Rússia. Essa variedade transforma o estado num grande e efervescente caldeirão cultural, capaz de reunir o melhor de vários mundos em um pequeno espaço territorial.


oktoberfast | foto: eraldo schnaider

gucci

Delpozo

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trends

Aemoda as novelas Como a mo da é in fluen c i a da pelas n ov e l a s mesmo e m uma ép oca e m q ue o forte é a in ter n e t

Chega o fim do dia de trabalho e a maioria das pessoas vai para casa encontrar suas famílias ou descansar após um dia cansativo. Atualmente a televisão é um dos primeiros eletrônicos a ser ligado, e ali se assistem aos jornais, comerciais e novelas. Essa é a rotina da maior parte dos brasileiros, que cada vez mais conectado na TV, também se conecta ao smartphone para acompanhar o que acontece. Aliás, no Brasil, a cultura das novelas é gigante desde o seu surgimento em 1951, na TV Tupi. Voltados apenas para o entretenimento, os enredos das telinhas também narram polêmicas e o comportamento da época da sua exibição. Mas além de serem inspiradas no que a sociedade vive, as novelas sempre tiveram o poder de influenciar grande parte da população. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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Sua vida me pertence | Vida Alves e Walter Forster | 1951| tvtupi

de hoje


Adriana Esteves | Veja

Influência recíproca mesmo sem saber

É muito comum, ao chegar ao trabalho, um grande grupo estar discutindo os últimos acontecimentos, em especial do capítulo da novela da noite anterior. As novelas influenciam e fazem parte da vida de mais de 70% da população brasileira, sejam as da maior rede do país, a Globo, sejam as da Rede Record ou até mesmo as mexicanas importadas pelo SBT. Com elas, também nos inspiramos pelos comportamentos exibidos na trama, inclusive a moda, com as tendências, as peças usadas e o estilo de determinada celebridade. Cada segmento e público é influenciado por seus hábitos televisivos, direta ou indiretamente.

Um poderoso canal de vendas

NEFERTARI E MOISES | TV Record | Divulgação

Estadao JoãoMiguel Jr

Carminha fez sucesso na carreira de Adriana Esteves. A personagem malvada e bem vestida de Avenida Brasil aterrorizava o casal Nina e Jorginho, vividos por Débora Falabella e Cauã Reymond.

São vários casos que provam que as novelas no Brasil ditam e promovem a moda. Além de servir como entretenimento, elas carregam informação de moda às telas de forma cada vez mais democrática. Quando se liga a TV, acertam os consumidores de todas as classes sociais, de todas as partes do país, de todas as idades possíveis. Elas são um poderoso canal de venda e de confirmação de um movimento, assim como consideramos os street styles na Europa.

Novelas bíblicas da Rede Record trazem elementos egípicios e uso de make bem delineada e pedrarias como acessórios.

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A aceitação das tendências que as novelas apontam está totalmente conectada com a personagem e a aceitação da celebridade, ou melhor, da identificação e simpatia que o público consegue com ela. Claro que em uma era moderna, em que todos estão conectados, pensar que a novela seja algo tão influenciador pode parecer ultrapassado, já que estamos com centenas de celebridades virtuais, e diversos aplicativos que mostram o dia a dia dessas pessoas e toda sua rotina e estilo.

Mercado de moda sob pressão

Podemos dizer que há algum tempo as novelas passaram a ser um dos maiores nichos da moda brasileira. São marcas que se agregam às celebridades para serem a cara de suas representantes e para divulgar suas coleções. Tudo isso a um custo exorbitante e com resultados impressionantes. Em 2012, a novela Avenida Brasil foi considerada um dos maiores sucessos da Rede Globo nos últimos tempos. Também foi a novela com maior exibição na história da empresa, exibida em 130 países. Outro destaque foi Salve Jorge, transmitida no mesmo ano e que transformaram os cintos da delegada Heloísa, vivida pela atriz Giovanna Antonelli. O acessório virou hit e foi objeto de desejo desde as maiores grifes do país até as lojas da 25 de março, rua popular de comércio no centro da capital São Paulo, passando por qualquer marca de acessório existente no Brasil. Outro exemplo foi o famoso esmalte azul usado pela personagem Clara, na novela Em Família. Esse foi um dos mais impressionantes casos de uso da imagem de uma celebridade para divulgar um produto. A história é simples: havia estoques de pigmentos azuis no mercado de esmaltes, todos sem giro, e, assim, criaram uma linha com o

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A delegada “Dona Helô”, vivida por Giovanna Antonelli na novela Salve Jorge arrasou nos maxicintos. A atriz também lançou tendência com o esmalte azul em outro folhetim. Giovanna fez tanto sucesso que uma empresa de esmaltes lançou uma linhas exclusiva com as cores qua a personagem Clara usava na novela Em Família.


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Portal do dia | João Miguel Junior | Globo

Os looks das personagens estão entre os itens mais pedidos na CAT, da Globo. Os telespectadores buscam os vestidos, acessórios e querem saber até quais os cortes de cabelo das atrizes.

nome da celebridade e colocaram na novela. É claro que o sucesso foi gigantesco. Diariamente, a Central de Atendimento ao Telespectador da Globo – CAT recebe pedidos do que foi visto nas telas. Criado há mais de 30 anos, o canal é fonte de informação e medição para a própria emissora, que tem um cadastro com milhões de espectadores, pois se consegue coletar dados daquilo que está em alta ou que não agradou tanto assim.

Gloria Pires | Jovempan

Copiar para aproximar

A sociedade conectada digitalmente acaba procurando novas formas de seguir e copiar os looks das celebridades. Essas personalidades transformaram aplicativos como Instagram e Snapchat em uma novela da vida real, aumentando o desejo de se tornar celebridade e de ter algo que remeta ao estilo e ao jeito dela. Esse é um dos principais estilos de consumo gerado através dos meios de comunicação. Sua influência é poderosa e cada vez menos pessoas seguem à risca os segredos das revistas de moda, como acontecia há três anos. Agora elas correm atrás dos segredos que essas celebridades postam, e os estoques desses produtos se esgotam em poucos dias. A identificação acontece tão naturalmente que os fabricantes estão acostumados a receber pedidos de cópias de vestidos, blusas e outros itens que são vistos nas telas. Na loja, o consumidor final procura as peças das atrizes principais (sejam vilãs ou mocinhas, tudo pode se transformar em um item de desejo). O batom, o tom da tinta do cabelo, o brinco, tudo está sendo observado e absorvido pelo telespectador, que no dia seguinte já começa a procurar as peças nas lojas.

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A moda pelo mundo Os melho re s d e s t i n o s pa r a ca p ta r t end ê nc ia s

Viajar é sempre uma experiência muito enriquecedora. Ver novas culturas, costumes e lugares amplia os horizontes e renova as ideias. E com a moda não é diferente. Não existe prática melhor do que ir a novos destinos para buscar inspirações, pesquisar tendências e ficar por dentro do que há de novo. Separamos os pontos imperdíveis para quem pretende ver e conhecer moda.

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Nova Iorque A cidade global Nova Iorque borbulha novidades o ano inteiro e é destino certo para quem quer fazer pesquisa de moda. No Upper East Side, a Madison Avenue reúne as principais grifes de luxo do mundo. É daquelas vitrines que boa parte das tendências para a próxima estação vai sair. Outro hotspot da ilha é a região do Soho e Nolita: de Chanel a H&M, passando por novos nomes e brechós, tem a melhor concentração de lojas, sem o alvoroço da Madison. E não se pode deixar de fora o lugar mais hype de NY: Williamsburg. Fora de Manhattan, esse bairro do Brooklyn é, sem dúvidas, ideal para captar as principais tendências de comportamento. Andar pelas ruas de Williamsburg é sair de um antiquário, entrar em uma loja de designers emergente, passar por uma galeria arte, descobrir ingredientes handmade in Brooklyn e ver a rua ditando moda. Os museus também são parada obrigatória. O Metropolitan Museum of Art é o local onde acontece todo ano o baile da Vogue americana e sempre hospeda alguma exposição com peças do acervo do Costume Institute. O Museum of Modern Art tem uma das coleções mais fascinantes para os amantes de arte moderna, sem contar a loja do museu, que é uma experiência à parte. O Museum at FIT é um dos poucos museus de moda do mundo e está localizado no Fashion Institute of Tecnology. 79

NY é global e pulsante. Um das cidades mais visitadas do mundo também é cenário de filmes, editoriais e clipes musicais. Tem uma rica cena cultural, que desperta também a criatividade e novos estilos. Muitas das tendências nascem e sobrevivem na cidade que nunca dorme.

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C ida d e -lu z s u r p r e end e o Va l e d o I t a j a í De 03 a 12 de setembro, 23 empresas do Centro de Produção de Moda do Vale do Itajaí aportaram na surpreendente Paris para uma imersão na cultura parisience e vivenciar novas experiências sob a tutela da consultora de estilo Samira Campos. A profissional, que está há mais de 20 anos no mercado de moda, fez o link entre empresários e lojas locais, sempre em busca do novo e do inusitado. Entre um bonjour e um au revoir, o grupo visitou dezenas de marcas, lojas e galerias, além de participar de encontros com empresários parisienses.

Paris traz sofisticação e aquele ar de um novo velho mundo. Sempre se reinventando, a cidade recebe milhões de turistas diariamente, todos em busca da experiência que é andar, conhecer e curtir a cidade-luz. Palco de grandes acontecimentos da história, Paris é ponto de partida para muitas coleções de grandes maisons.

Foto: Philippe Wojazer - Reuters

Desde os giros pelo bairro Marais e as lojas da Rivoli, pontos que estiveram no roteiro, o grupo visitou o belo Mercado das Pulgas do Bairro Saint-Queen e Galeries Lafayette, um dos endereços clássicos de consumo de Paris. A meca parisiense de compras conta com artigos masculinos, femininos, infantil, fitness, lingeries, perfumaria, bolsas, sapatos, joias e acessórios e é um ótimo local para se realizar pesquisas de tendências. Os empresários também conheceram a L’Eclaireur Sévigné, uma loja conceito multimarcas de luxo, que possui uma arquitetura diferenciada, com duas toneladas de madeira reciclada e 150 telas de plasma que apresentam as coleções de mais de 150 marcas.

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A Missão Técnica para Paris trouxe conhecimento e despertou um novo olhar, apurando a capacidade individual de realizar o “cool hunter”. Com a ampla diversidade de lugares e estilos, entre confecções e fornecedores, os empresários puderam aprender a olhar a moda de rua e perceber onde podem inovar para o seu público-alvo. As principais diferenças foram percebidas nos detalhes das peças (acabamentos), modelagens, cores, bordados e pedrarias.


Foto: Francois Mori - AP - Press Association Images

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Paris Paris é o berço da alta costura e foi a grande referência da moda por um grande período. O que era tendência em Paris, em pouco tempo estaria nas vitrines mundo afora. Hoje, em um mundo mais globalizado, a Cidade da Luz não está mais sozinha nesse posto, mas continua como ícone do mundo fashion. A região de Opéra/Grands Boulevards, o centro mais conhecido de compras, é onde estão as duas galerias-referência: Lafayette e Printemps. Elas reúnem todas as grifes de luxo do mundo, além de restaurantes e cafés. Para quem busca cultura na rua, o bairro Marais ainda é ótima opção. Os paralelepípedos trazem um charme especial às boulangeries, aos cafés, aos restaurantes, às praças, às lojas francesas e internacionais. Já o Canal Saint Martin é a região descolada escolhida pelos parisienses. Hotéis-designs, pequenos bistrôs e novos estilistas fazem o quartier ser considerado um dos mais cool da cidade. Para os hipsters franceses, que estão sempre em busca de novos lugares menos estourados, Belleville, onde Edith Piaf foi criada, é o novo queridinho. É o antro da street art parisiense e tem uma grande concentração de galerias, novos designers, bares e também uma mistura de sabores e sotaques por conta dos imigrantes no local. Paris também tem abundância de bons museus. Musée d’Orsay, Grand Palais e Petit Palais são os incontornáveis. Têm um acervo riquíssimo e sempre trazem boas exposições. Na arte moderna, o Centro Georges Pompidou é um parque de diversões: complexo cultural de dia, restaurante ao entardecer e balada à noite. Imperdível. Em 2014, o grupo LVMH inaugurou a Fondation Louis Vuitton, no Jardin d’Acclimatation. É dividida em 11 galerias e terraços, que abrigam a coleção de arte do grupo e exposições focadas nos séculos XX e XXI.

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Londres

Londres contrasta o moderno com o retrô. Referência em comportamento e atitude, a cidade sobrevive aos séculos como um dos pilares da moda, tendências e consumo. Visitar Londres e experimentar cada pedaço dela faz valer a viagem e traz uma riqueza cultural única.

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Londres representa o contraste do velho/novo que vai das tradições da família real até a cultura subversiva do rock’n roll. Até hoje a cidade mescla esses dois polos, o que a faz única. A Oxford Street é a rua onde se encontra de tudo. A fast fashion inglesa Topshop, a baratíssima Primark e a luxuosa, e referência, loja de departamentos Selfridges convivem harmoniosamente. É o endereço ideal para, em uma andada, ficar por dentro das principais tendências. Covent Garden mistura música, moda, gastronomia, teatros em ruas charmosas e autênticas. O Soho é outro desses bairros com menos turistas e que emanam inspiração cultural nas ruazinhas revitalizadas. O destaque aqui é a Liberty of London, loja de departamentos de 1875 que deu nome à estampa floral. Além da linha própria de tecidos e objetos de decoração e vestuário, tem uma seleção ótma de marcas (muitas inglesas) de beleza, acessórios, decoração e roupas. Já Camden Town é o distrito que foi a meca do punk na década de 80. O bairro onde está a casa de Amy Winehouse concentra oficinas, estúdios de designers emergentes, cafés, pubs e antiguidades em diversos mercados de rua. O nome do momento no universo alternativo é Shoreditch, a leste de Londres. Lá estão sedes de start-ups de tecnologia, bares lojas e barbearias pop-up. A feira de domingo é um dos pontos altos do local. A cidade também tem uma riquíssima cultura de museus e galerias. A Tate Modern é uma das principais galerias de arte moderna do mundo. São sete andares com obras a partir do ano 1900.


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M o d a Ca t a r i n a e m Pa r i s e L o n d r e s Em julho, 16 empresários de Ilhota embarcaram para uma Missão Empresarial Internacional em Paris e Londres, por meio da parceria entre SEBRAE/SC, Prefeitura Municipal de Ilhota e Associação Comercial e Industrial de Ilhota (ACIIL). Em Paris, sob a consultoria de Andreia Schmidt Passos, o grupo visitou a Interfilière Paris, feira referência para os produtores de lingerie e beachwear, e o Mode City, que reúne fabricantes internacionais especializados em tecidos. Outra parada foi o Museu Pallais Galliera, no qual estava em cartaz a exposição da primeira retrospectiva dos 125 anos da marca de Jeanne Lanvin. Em Londres, conheceram a escola de moda mais importante do cenário atual, Central Saint Martins; e a incubadora de moda CFE, Centre For Fashion Enterprise, que já ajudou a consolidar nomes na moda, como Mary Katrantzou, Erdem e Peter Piloto. Outro ponto de parada foi o Victoria & Albert Museum, onde está o maior acervo de moda do mundo, além do Fashion & Textile Museum, na Bermondsey Street, e da Porto Bello Market, famosa feira de rua, fonte recorrente de inspiração para os estilistas.

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A eterna Milão De volta na mira do mainstream fashion, Milão segue revigorada como capital da moda italiana. Se o destino acabou descendo um pouco no que se refere às novidades, nos últimos anos vem ganhando novos ares e se transforma na cidade certa para quem busca sofisticação aliada ao charme e romance italiano. Milão é sede de uma das mais famosas semanas de moda do mundo e é conhecida como uma das capitais do design, já que influencia diretamente no comércio, na música, na indústria, na arte e na literatura. A maioria das grandes marcas italianas de moda, tais como Gucci, Versace, Prada, Armani e Dolce & Gabbana, se estabeleceu na cidade italiana primeiro. Há uma variedade de marcas de luxo e todas muito próximas, como na Via Montenapoleone (Gucci, Versace, Fratelli Rossetti, Prada, Cartier), Via della Spiga (D & G, Sergio Rossi, Tod’s, Bulgari), Via Sant’Andrea (Chanel, Armani, Moschino, Kenzo), Via Manzoni, Via Borgospesso e Via Santo Spirito. A elegante Via Manzoni é o lar de Spazio Armani no número 31. Para ir às compras sem gastar todo o dinheiro, há quatro importantes ruas de Milão: Corso Vittorio Emanuele, Corso Buenos Aires, Via Torino e Corso di Porta Ticinese. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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Milão volta ao cenário trend com força total. Seja pelos grandes nomes da moda que abriga ou pelo ar romântico e tipicamente italiano, a cidade é considerada uma lenda fashionista. Luxo e glamour com uma certa dose de simplicidade ímpar. Bela e sedutora, Milão está com tudo novamente. 85

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Ex p e r i ê n c i a e ex perimen tação e m B e rl i m

Com o objetivo de gerar insights para as empresas atendidas, a principal fonte de inspiração foi observar as soluções encontradas em Berlim. Empresários que se relacionam com a área criativa puderam visitar feiras especiais, como a Bread & Butter, um dos maiores eventos de moda do mundo e que acontece em um aeroporto desativado. A Bread & Butter traz marcas internacionais dos segmentos denim, urban, street, casual dressed e sportwear, que apresentaram sua mais recente coleção. Eles também visitaram a Feira Premium, o bairro Mitte e a mega estrutura da Bikini, que conta com concept stores de marcas já estabelecidas no mercado e ainda apresenta 19 stands de madeira que só podem ser alugados por um período máximo 12 meses, ou seja, oferece uma plataforma para novos nomes, marcas e start ups apresentarem suas ideias, sem assumirem o risco de uma loja permanente. Arte, cultura, moda, design, comportamento, lugares, história estiveram no roteiro da Missão Técnica, que contou como guia Isabel Elia, que mora em Berlin desde 2009. Isabel dirige a La Berlina, no escritório de design criado como parte de um co-working em Berlim e atende a clientes da Europa e do Brasil.

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Fotos: Flavio Maurano

De 08 a 16 de julho, um grupo de empresários do Centro de Produção de Moda da Grande Florianópolis partiu rumo à Alemanha para experimentar, conhecer e se surpreender como as peculiaridades de Berlim.


Berlim é sinômimo do que há de mais jovial na Europa nos últimos anos. Uma cidade com efervecência cultural que concentra grandes novidades do mundo da moda e se estabelece cada vez mais como lançadora de tendências. Visitar Berlim é encontrar os contrastes, compartilhar particularidades e principalmente se inspirar para qualquer necessidade.

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Berlim Berlim é a cidade que contraria todos os padrões estéticos do mundo. Mesmo os lugares luxuosos têm ar alternativo. É o start da cultura underground, literalmente. Muitas vezes uma porta, aparentemente irrelevante, te leva para um subterrâneo cheio de surpresas. A Friedrichstrasse é o endereço das grandes marcas internacionais, além de luxuosas alemãs. Roupas, decoração, acessórios e cosméticos se espalham por lojas de rua e galerias. Na região de Kudam, está a gigantesca loja premium de departamentos KaDeWe. São 60 mil metros quadrados e 380 mil artigos disponíveis. Moda feminina, masculina, infantil, decoração e um andar inteiro de alimentação transformaram a KaDeWe em um dos pontos turísticos da cidade, seja por quem busca comprar seja por quem quer ver, conhecer e pesquisar. Kreuzberg é uma região que foi sendo ocupada por jovens artistas em busca de aluguel mais barato. Com o tempo, grandes nomes da street art, inclusive os brasileiros OsGemeos, foram deixando obras pelas ruas de lá, o que provocou uma das maiores valorizações imobiliárias da cidade. É o reduto dos cafés, bares e kebabs que abrem cedo e fecham tarde. O que era um mercadinho transformou-se no Markthalle Neue, que prioriza comidas regionais e da estação e abrigam festivais e eventos especiais. Andar por Kreuzberg é poder descobrir novas marcas, nomes locais, além de ter acesso a grifes famosas. Com certeza, é um dos melhores lugares para observar as tendências de comportamento. O descolado Mitte mistura a cultura das gerações marcadas pelas guerras, que está presente nos museus, memoriais e monumentos culturais. Galerias, peças vintage de luxo, marcas autorais e becos grafitados deixam esse bairro imperdível. Berlim respira arte de rua. Conhecer a história da street art, seus movimentos e expoentes são algumas das principais atrações culturais da cidade. A East Side Gallery é um espaço de exposições ao ar livre, com 1,3 km de muros ocupados por mais de 100 grafites. A quantidade de museus na capital também é impressionante, muitos com a temática da 2a Guerra Mundial e do holocausto, uma aula viva de história. No design, o destaque é o Bauhaus Archiv, que traz informações e coleções sobre a história da icônica escola Bauhaus de design e arquitetura. Os Museus Hamburger Banhof e Sammlung Scharf-Gerstenberg abrigam obras da arte moderna e surrealismo, respectivamente.

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M o d a Ca t a r i n a n a Ca l i f ó r n i a Em agosto, 18 empresários do ramo de confecções embarcaram para uma Missão Empresarial para a Califórnia, uma iniciativa do SEBRAE/SC, em parceria com a AmpeBR. As visitas foram guiadas e orientadas por André Carvalhal e Giuliana Brandão, com foco na pesquisa e no desenvolvimento do olhar crítico, inovação e branding de moda. Em São Francisco, o objetivo foi mergulhar na cultura de contrastes, onde é possível olhar o que será do futuro da moda. Espaços colaborativos, inovadores e cheios de novos designers, todos autorais e com requinte de tecnologias 3D, ao mesmo tempo em que vivenciam a gastronomia orgânica e a vida mais saudável.Por lá, os empresários passaram pela Union Square; Haight Street; Mission District; Pier de São Francisco; o elegante bairro de Hays Valley e Pier 39. Passaram pelos polos de tecnologia e visitaram o Google, Twitter e Brit+Co; No cenário cinematográfico e visionário de Los Angeles, os empresários visitaram a charmosa Santa Monica; Arts Disctrict; Venice Beach; Hollywood; Beverlly Hills; Downtown; Farmer’s Market; The Grove; além de lojasreferência, como Nordstrom; American Apparel e Forever 21.

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Califórnia

Os Estados Unidos são uma das maiores referências em consumo e compras do planeta. Lá tudo acontece em dimensões e proporções maiores do que em outros lugares. As tendências fervem nas capitais da costa Leste e borbulham até a costa Oeste. Nesse cenário, a Califórnia é o Estado ideal para ficar antenado ao que ainda será usado pelo mundo daqui a alguns meses.

A Califórnia conta com uma diversidade cultural notável. O lifestyle praiano de Los Angeles mistura-se ao espírito de inovação do Vale do Silício. É considerado o estado mais rico dos EUA, com aproximadamente 16% do PIB do país. Os olhos do mundo inteiro voltam-se para as novidades que acontecem ali. São Francisco é referência quando se fala em temas atuais de comportamento, como economia colaborativa e consumo consciente. É também na região do Vale do Silício que surgiu a nova geração de jovens ricos que usam camiseta e calça jeans, à la Steve Jobs. É estudando o modo de vida dessas pessoas que as empresas estão tentando se adaptar aos novos padrões de consumo. As compras em São Francisco são feitas na rua, e a Union Square é o grande ponto de encontro de todas as grandes marcas: de H&M a Louis Vuitton. Já no distrito Marina, à beira da baía, Chestnut Street tem uma seleção mais excêntrica de butiques. O distrito multicultural de Mission reúne a comunidade latina com estudantes, artistas e empreendedores. As lojas mais democráticas da Mission Street e as mais luxuosas da Valencia Street ilustram esse contraste de estilos. É um bairro que lança tendências. A cultura da bicicleta, por exemplo, já é praticada há tempos. A arte de rua estampa muros, fachadas e calçadas, e é uma referência. No Mission, os cafés são um patrimônio cultural, e a vida noturna é muito badalada. Já Los Angeles é o ícone dos filmes, tapetes vermelhos, artistas e Hollywood. Mas a cidade vai muito além das grifes famosas de Beverly Hills. Silver Lake é o bairro moderninho e descolado de LA com o lifestyle rock’n roll de um lado e as casas nas colinas do outro. É o lugar de quem prefere o analógico ao digital; das bicicletas e kombis; das lojinhas e escritórios coloridos. Ali perto, Echo Park também oferece opções de exposições, saraus de poesia e música, galerias e livrarias. Venice Beach é a personificação do street style. Lá, a contracultura de rua reverbera pelo mundo. É uma mistura de elegância e decadência, que proporciona um clima de carnaval o ano inteiro. A visita ao J. Paul Getty Museum já valeria só pelos jardins, pela arquitetura e pela vista. Mas o museu tem uma coleção ímpar, que compila pinturas europeias, esculturas, manuscritos e fotografias. 89

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A Coreia do Sul se firma como um grande polo tecnológico e econômico. A expressão de uma das civilizações mais antigas do planeta ganha força com o povo trabalhador e focado em ser sucesso. Ávidos consumidores, os coreanos priorizam a qualidade e a diversidade, em todas as áreas.

Coreia do Sul e Japão O oriente sempre foi um cenário deslumbrante e estimulante para a moda mundial. Centenas de artistas plásticos se inspiram nas paisagens e nos costumes orientais e trazem referências que utilizamos até hoje. Explorar a Ásia enriquece qualquer itinerário fashionista. Confira os destaques:

Coreia do Sul

Um das civilizações mais antigas do mundo concentra um poder de moda impressionante em sua capital, Seul. A riqueza cultural se manifesta na alta tecnologia, seja em fábricas, celulares, computadores ou mesmo em novas maneiras de consumir moda. Na capital sul-coreana, o bairro de Gangnam é o epicentro dessa efervescência. O bairro ficou famoso na música do artista Psy e concentra a nata do consumo da capital. Construído na década de 60 sobre arrozais, o lugar foi ganhando força com marcas de luxo e muito material importado. As fachadas tecnológicas chamam atenção, como a da Galleria, onde dezenas de sul-coreanos se acotovelam em busca de novidades e visibilidade. 91

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Japão

A terra do sol nascente é point de pesquisa em tendências e consumo. Os japoneses são rápidos na questão de estilo, mudando o tempo todo e fornecendo muitas ideias para criativos. Na capital, Tóquio, é possível ver de tudo e mais um pouco sobre a moda urbana, transformando o país no destino certo para quem procura referências e inspirações. Em Tóquio um dos destinos mais procurados é o bairro Harajuku. Famoso desde a década de 80, o lugar se tornou um ponto de referência em matéria de estilo e jovialidade. Mas não se engane pensando que são as lojas e boutiques que lançam as novidades, pois ali tudo emerge dos próprios jovens, que criam tendências com a mesma velocidade que as deixam de usar. O termo fashion simplesmente é levado muito a sério, com centenas de jovens que se concentram em cafés e lojas em busca de novidades para agregar ao visual. Um exemplo é o estilo lolita, que surgiu no final dos anos 70, em que as mulheres se inspiram em um visual de bonecas tanto de períodos antigos como da própria infância. Se você procura artigos de luxo, o bairro indicado é Ginza. Sem dúvida um dos mais elegantes de Tóquio, o bairro reúne a meca do mercado premium em várias quadras. As lojas mais sofisticadas e até os shoppings mais tradicionais atraem consumidores ávidos pelas maisons dos maiores estilistas. Um dos principais cruzamentos do mundo está entre a rua principal, Harumi-dori, e Chou-Dori, que conta com uma das lojas mais exclusivas do Japão, a Wako. Fundada em 1881, conta com seis andares mais anexos, num mix de produtos de vestuário, joias, acessórios e tudo mais que o dinheiro pode comprar.

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O Japão é fonte de inspiração e incentivo para coleções ao redor do globo. Lá o novo convive com antigas e milenares tradições na mesma proporção. Milhões de pessoas reunídas em um pequeno espaço de terra conseguem criar diferentes modos de utilizar a moda, servindo de referência para estilistas de todo planeta.


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Á s ia q u e im p r es s io na De 22 de outubro a 04 de novembro de 2014, um grupo de 27 empresários do Centro de Produção de Moda do Sul visitaram Dubai, Hong Kong e a China. A experiência única de visitar outro continente procurou promover o intercâmbio de conhecimento e a prospecção de oportunidades no setor de confecção, praticar o processo de pesquisa de moda in loco, ter acesso a novos modelos e conceitos de inovação e promover a internacionalização para as MPEs. Sempre pensando na frente, Dubai revelou grandes centros de consumo e compras, como o Galeria Mall e o Mall of the Emirates, com o acompanhamento da estilista Nivea Heluye. Já em Hong Kong, o grupo participou da Feira China Sourcing Fair e realizou visitas técnicas às lojas conceito. E na China, os empresários visitaram a empresa S.T.K., além de shoppings de aviamentos e lojas conceituais. Para encerar a Missão Técnica, as empresas participarem da Canton Fair 2014, em Guangzhou, uma das maiores e mais importantes feiras do setor. No geral a China impressiona não apenas pelo tamanho, mas pela organização, movimento e quantidade de aviamentos, além do baixíssimo custo das peças, que podem chegar a ser até 90% mais baratas que as encontradas no mercado brasileiro.

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MACROTRENDS

música

louis vuitton

Milhares de pessoas são atraídas por grandes concertos, festivais de rock, festas típicas e baladas de música eletrônica. Nosso estado tem música autoral, orquestras e corais, além do tradicionalismo gaúcho e das serestas campeiras. Com encontros de artistas nacionais e internacionais, e até micaretas fora da época do carnaval, todas as idades se reúnem em torno da boa música em vários pontos do estado.

green valley

S anta C atar in a co n t a co m arti s tas de vá r io s e st ilo s e i nflu ê n cia s.


A.F. Vandevorst

foto: Fabricia Pinho

OKTOBERFEST - Blumenau | Foto: santur


Zeitgeist Films -Bill Cunningham New York - Divulgação

trends

O c inema ensina

a vestir

D oc u me n tá ri o s r evel a m a f o rça c ri at i va da ind ú s t r ia da m o da

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Alique - Capa S Moda for El Pais - Divulgação

A internet mudou a forma como recebemos e procuramos informação. Hoje, quando queremos saber qualquer coisa, corremos para a rede em busca de dados, e o mercado da moda percebeu isso. Tutoriais, entrevistas, vídeos conceituais e cobertura de eventos mundiais chegam aos nossos olhos com apenas alguns cliques. Mas ainda há algo muito mais precioso: os documentários, pois envolvem muito mais do que dados soltos e são concebidos a partir de pesquisas de criação, conceito e muita informação. Alguns pesquisadores se referem ao documentário como “um gênero cinematográfico que se caracteriza pelo compromisso da exploração da realidade”, ou seja, há uma responsabilidade com a verdade e principalmente com a linguagem escolhida. Afinal, não é fácil contar uma versão de algo real costurando informações coletadas com fontes distintas. O documentário nunca está livre da visão da lente do realizador e pode abordar o factual, uma biografia ou uma temática mostrando no-

Iris Apfel, designer, decoradora e ícone fashion

vas maneiras de pensar algo que está acontecendo agora. E o telespectador se encarrega de absorver e formar (ou não) uma opinião. Mariana Baltar, professora do Curso de Cinema da Universidade Estácio de Sá, fala que o gênero é “uma reunião de formulações, discursivas e históricas, que imputa às obras o valor documentário e atesta sua aparente unidade enquanto realidade. As imagens de um documentário são impregnadas de realidade, mas não se constituem por isso o Real/Verdade”.

Acima cena de “Dior and I” e ao lado blogueira chora em cenas do documentário “Seet Shop”

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Assistir é um aprendizado constante Temos ao nosso alcance um leque de entendimentos e percepções obtidos a partir do trabalho audiovisual documental, muito diferente de um telejornal, porque usa da linguagem cinematográfica como chave para construir a relação do produto documental com a linguagem recebida por nós. Nos documentários de moda, o distanciamento que implica na montagem do documentário para que seja algo consumível diminui, pois a comunidade fashionista e naturalmente curiosa pela transformação é sedenta por informações. Esse gênero criou um acesso diferente à informação nesse meio, que até então era vista em revistas como produto para o público final. Descobrir como se faz a moda no audiovisual literal, ouvir entrevistas, acompanhar o dia a dia dos criadores e assistir ao cotidiano do que então parecia uma informação secreta, distante, agora

O street style em evidência no “Bill Cunningham New York”

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Grace Coddington e Anna Wintour em “September Issue”

é possível. Isso contribui para que nós tenhamos uma sensação quase de euforia, especialmente quando finalmente descobrimos o tesouro escondido. Em 1995, o documentário americano “Abrindo o Zipper” (Unzipped), do diretor Douglas Keeve, mostra a criação da coleção outono de Isaac Mizrahi, em Nova York, numa época em que as modelos eram superstars. Foi um relato do processo criativo versus a produção numa época célebre da moda mundial e uma das primeiras vezes em que os bastidores da moda se mostraram além do glamour. Outro documentário que exibe o processo criativo é “Bill Cunningham New York”, de Richard Press. Bill é um francês, colunista do New York Times, que adora fotografar pessoas e suas roupas. Ele é tão fascinante e seu trabalho tão reconhecido, que recebeu a medalha de “Ordre des Arts et des Lettres” do Ministério da Cultura da França. O documentário apresenta a rotina desse francês encantador com sua máquina fotográfica.


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O furor da moda nas telas Os queridinhos dos fashionistas são “The September Issue” e “In Vogue: The editor’s Eye”, ambos sobre a Vogue americana. O primeiro, dirigido por R.J. Cutler, mostra a realidade da redação da revista americana e o trabalho da editora chefe, Anna Wintour. “In Vogue: The editor’s Eye”, dirigido por Fenton Bailey e Randy Barbato, faz parte das comemorações dos 120 anos da Vogue USA, que rendeu até um livro com o mesmo nome. Nele há participações de estilistas como Nicolas Ghesquière e Marc Jacobs. Lembrando também que a BBC produziu em 2000 o documentário “Boss Women: Anna Wintour”. “The Secret World of Haute Costure” de 2007, do diretor Margy Kinmonth e produzido pela BBC; “McQueen and I”, de 2011 por Louise Osmond; e o britânico “The Secret World of Haute Costure”, de 2007 por Margy Kinmonth; também contam, numa visão documental mais distinta, o dia a dia dos criadores. O “Fashion Victim: The killing of Gianni Versace”, de 2001, também da BBC, relata a vida e morte do ícone da moda Versace. As cenas de “Dior and I” trazem os bastidores da chegada do novo diretor criativo Raf Simons ao ateliê da Dior.

Os documentários de moda são oportunidades dos cineastas captarem formas mais sinceras de depoimentos

Moda vista por outros ângulos O outro lado da moda também é explorado no “Girl Model”, a realidade de adolescentes que sonham com a profissão de modelo e mostrada num casting de modelos na Rússia e Sibéria. O documentário mostra a solidão de meninas que deixaram suas casas na esperança de um futuro diferente e sofrem com a distância e competitividade. Em 2014, o documentário “Seet Shop” significou um sopro na corda bamba da publicidade de moda em massa. A produção independente mostra adolescentes fashionistas visitando o Camboja. Lá eles conhecem a realidade dos nativos que trabalham na manufatura de peças para o fast fashion e enfrentam a cruel realidade do consumo versus produção. É possível que, depois de assistir, você nunca mais queira tocar numa peça de roupa sem pensar quantas mãos foram necessárias para produzí-la. Um tapa na cara dos fashionistas que ignoram o grande buraco no caminho que existe entre a criação da peça até o cabide. Ainda no mesmo tema, o documentário “The True Cost” (O Preço Real), dirigido por Andrew Morgan, tem como ponto central um incêndio em Blangadesh, em 2013, que matou mais de mil pessoas. O fato desencadeia uma discussão pelo preço, literalmente, que essas comunidades pagam pela busca desenfreada por lucro. 99

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“The True Cost” revela o lado sombrio das roupas produzidas em massa.

O que há de novo surgindo Em 2015 há uma boa seleção de lançamentos, com diferentes linguagens e um frescor na abordagem. Esses vídeos estão cada vez mais acompanhando os novos formatos e aproximando o poder do audiovisual e o design da moda impresso na tela. O diretor Frederic Tchang, que já tem em seu currículo “Diana Vreeland: o olhar tem que viajar” (2011) sobre essa excêntrica editora de moda e “Valentino: o último imperador” (2008), filme sobre o estilista Valentino Garavani, lança em 2015 “Dior and I”. O documentário sobre a grife Christian Dior mostra a chegada do novo diretor criativo Raf Simons, que depois de um ano da saída de John Galliano, demitido por fazer declarações antissemitas a uma judia, foi anunciado pelo grupo LVMH.

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O diferencial desse documentário é a maneira como o diretor abordou a construção criativa sem a forma previsível dos documentários populares sobre o tema. Frederic não segue a receita que mostra o processo da criação até o desfile, com um final glamouroso e cheio de celebridades. É uma visão mais autêntica, intimista e sincera da criação. Nesse ano também estreou o documentário sobre Louboutin, “Christian Louboutin: Top of the Heels”, feito pela atriz e amiga do designer, Farida Khelfa, que o acompanhou por cerca de dois anos. E como não poderia faltar: Iris Apfel, a designer, decoradora e ícone fashion, ganhou um longa documental dirigido por Albert Maysles, que faleceu em março deste ano. O filme fala sobre a trajetória de Iris e a excêntrica e estilosa forma como ela se veste e enxerga a vida.

Onde e como assistir A maioria desses filmes são enciclopédias visuais, com informações sobre a construção da história da moda e dos mais influentes nomes da atualidade. Eles estão agora falando com uma câmera, olhando de frente para o telespectador e abrindo o backstage do mundo fashion. Os vídeos estão no Youtube ou nos serviços de streamming de mídia como o Netflix. Com certeza será um aprendizado divertido para quem gosta do assunto.

Documentários de moda revelam novas maneiras de como enxergamos os processo de produção, sejam das roupas ou das próprias campanhas.

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MACROTRENDS

TECNOLOGIA

Loewe

Com forte apelo para a área de sistemas e processamento de dados, contamos com parques de tecnologia e incubadoras em várias cidades. As startups começam a popularizar o mercado e a influenciar os estilos de vida de centenas de estudantes e empresários. Grandes ideias nascem de propostas de inovação e pesquisa. Na Grande Florianópolis está nosso maior polo de informação e mídia digital, software e games, que atende muito bem as demandas desse mercado em constante expansão. O polo tecnológico é empreendedor e atrai profissionais de todas as áreas e idades, que buscam no nosso estado um ambiente de segurança aliado à excelência profissional.

chanel

S anta C atari na é u m ce le ir o d e tec nol ogi as e n ova s id e ia s.


louis vuitton

Fernando Willadino/ACATE/Divulgação

HOPLON / Divulgação

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Audaces/Divulgação


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o

c onsumismo que nos

c onsome Pa r a r e s i s t i r e m m o m e n t o s de d i f ic u l da d e

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Há algumas marcas que se destacam na forma de apresentar e vender moda, pois estão conectadas diretamente à necessidade de consumo ou que criam essa necessidade no subconsciente. Para Silvio Chadad, expert em marketing e varejo, a moda é cíclica, principalmente num mundo onde surgem novas oportunidades o tempo todo. “Temos um cenário onde marcas se fortalecem ou diminuem de tamanho muito rapidamente”, pondera. Um exemplo que temos é de uma gigante nessa questão. Sinônimo de varejo e de consumo, a Inditex, empresa do sr. Amancio Ortega, é dona das marcas Zara (maior varejista de moda mundial), Zara Home, Bershka, Stradivarius, Pul&Bear, Oysho, Lefties, Tempe, Massimo Dutti e Uterque. Com a inauguração da primeira Zara, em 1974, ele trouxe ao mundo um novo jeito de consumir roupa: comprando produtos com apelo de moda, a pouco preço, nos fazendo ficar mais próximos das tendências.

A novidade? Com produtos novos na loja duas vezes por semana. E se você gostou, é melhor levar, porque provavelmente em dez dias esse produto acabou ou já foi substituído por outro. Essa maneira de criar moda e de nos instigar a comprar hoje ou “nunca mais” cria uma espécie de ansiedade, um consumo altamente perigoso e (por que não?) muitas vezes desnecessário.

objetos e lazeres, moral hedonista e materialista. Para Baudrillard, em A Sociedade de Consumo, a transformação da mercadoria em signo foi o destino do capitalismo no século XX, e o objetivo desta sociedade-cultura é apresentar, cada vez mais, um grande número de signos novos, imagens e experiências para que o indivíduo deseje e consuma. Nesta direção, condenou o processo de estetização de todas as coisas que ocorre na atual fase

O ciclo de vida de um produto hoje é cada vez mais efêmero. Procura-se o novo a todo o momento e a qualquer custo, impulsionando os debates entre sociólogos e estudiosos sobre o tema. Segundo Lipovetsky (1989), a sociedade de consumo poderia ser caracterizada de forma empírica através dos seguintes traços: elevação do padrão de vida, abundância de produtos e serviços, culto dos

do capitalismo, pois como dizia, “até o mais marginal, o mais banal, o mais obscuro estetiza-se”. Deixou transparecer que a publicidade é a arte oficial do capitalismo, uma vez que todas as formas atuais de atividade voltam-se e esgotam-se nela. Por isso, a forma publicitária impôsse e desenvolveu-se à custa de todas as outras linguagens. 105

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vogue.uk

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Marketing seria o segredo do sucesso

O marketing é a bola da vez. Por que as magazines brasileiras, francesas e suíças, como Riachuelo, C&A e H&M, estão buscando cada vez mais parcerias de sucesso entre grandes nomes da moda, de Balmain para H&M, de Stella McCartney para C&A, entre outras? Essa união faz com que o consumidor compre, em uma rede varejista relativamente barata, produtos com valor agregado de desenho, shape e, claro, status. No mesmo ritmo segue o comércio de compras on-line. Hoje é possível realizar compras de um produto que acabou de sair da passarela da Europa ou dos Estados Unidos e ser entregue na sua casa, no Brasil, através do maior varejista on-line do mundo, o Net-a-Porter. Segundo o site E-bit, o ano de 2014 registrou um crescimento de 24% em relação a 2013. Ao todo, o Brasil soma 61,6 milhões de e-consumidores únicos, aqueles que já fizeram ao menos uma compra on-line.

A categoria Moda & Acessórios continua sendo a que mais vende pela internet, com 17% de participação no volume de pedidos.

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Além do e-commerce propriamente dito, se fala muito no omnichannel, que é nova tendência do mercado varejista. O cliente hoje identifica o produto tanto no on-line quanto no offline. O consumidor é multicanal, compra nos dois ambientes, identifica produtos na internet, na televisão, no rádio, na mala direta, nos catálogos e em outros lugares. É uma época de paradoxos, pois não se pode mais separar os meios de compra, principalmente na moda. Consome-se mais do que uma imagem, um sonho, mas falamos aqui de um comportamento. O consumidor omnichannel usa todos os canais simultaneamente, e as empresas que os utilizarem irão acompanhar os clientes por todos os lugares. Essa mudança no cenário e no comportamento das pessoas resulta em um consumidor mais experiente, em que os colaboradores das lojas precisam ser mais bem informados sobre as mercadorias e os processos de produção. Vai levar a melhor o varejista que estiver mais bem preparado em tornar as experiências do consumidor real e realizar conversão em venda.

“Depois da internet o consumidor tem um senso de urgência muito grande, já que quer hoje e não amanhã”. Silvio Chadad

no lançamento das novidades e na construção da coleção. A coleção deve ser construída dinamicamente, ter agilidade e principalmente saber ajustar a entrada de pedido, a entrega do produto e ter mais tempo do varejo vender com margem”, complementa Silvio.

SheSez.com - Chanel - Divulgação

Lancel - Divulgação

Multicanal para o consumo único

Seja rápido e esteja bem informado Chadad afirma que o segredo também está na qualidade da informação e do planejamento. “Depois da internet o consumidor tem um senso de urgência muito grande, já que quer hoje e não amanhã”, comenta o expert. “As empresas precisam entender que isso exige delas um maior planejamento e rápido desenvolvimento

Com isso, vemos quantas opções o varejo possibilita hoje para o cliente efetivar uma compra e, consequentemente, elevar o consumo. O cliente precisará de algo novo, seja uma experiência de compra, um produto que acabou de ser lançado ou, ainda, uma simples necessidade de consumir. 107

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Mais que on-line:

mobile Os s ma rt ph on e s r e vo lu c io na r a m a ma n e i ra d e c o ns u m ir m o da

O smartphone mudou a forma como as pessoas se relacionam, consomem e pesquisam. Segundo relatório de tendências do Google de fevereiro de 2015, a população on-line do país é de 120 milhões, dos quais 47% possuem smartphones e, desses, 97% acessam internet via mobile. A pesquisa também aponta que 40 milhões de brasileiros são multitarefas e 30% usam mais de um device para comprar. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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O celular é o grande agente da mudança no varejo, que está se adaptando a essa nova realidade: consumidores pesquisam antes e, no momento de comprar, provam na loja física, finalizam na virtual (em busca de melhores preços) e avaliam a experiência em redes sociais. O Google levanta que 58% dos brasileiros fazem pesquisas pelo smartphone diariamente e 66% buscam o produto durante o processo de compra. O mercado de varejo de moda gera R$ 150 bilhões, o potencial de captura por pesquisas on-line é de R$ 15 bilhões, e a receita que é convertida no virtual alcança os R$ 5 bilhões. O estudo ainda aponta que 54% dos compradores de moda pesquisam pela internet antes de comprar. Desses, 50% buscam inspiração, 41% comparam escolhas, 21% analisam opiniões e 30% procuram informações para compra imediata (localização/ disponibilidade). Diversas ferramentas digitais são lançadas constantemente com o objetivo de atrair esse público conectado. Listamos agora as principais fontes de informação e pesquisa no mercado de moda on-line.

97%

acessam internet via mobile

R$ 5 bilhões

é a receita convertida no mercado de moda virtual

58% dos brasileiros fazem pesquisas pelo smartphone 54%

dos consumidores de moda pesquisam pela internet antes de comprar

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Pa r a s e m a n t e r i n f o r m a d o PINTEREST Criado em 2010, o Pinterest é a referência na busca de inspirações. São mais de 70 milhões de usuários no mundo. É possível fazer upload de imagens ou apenas navegar no acervo. Se gostar de alguma foto, dê um pin (um curtir) e coloque-a em algum de seus painéis. Já são mais de 30 bilhões de pins nos quase 750 milhões de painéis. Cerca de 75% dos usuários do Pinterest usam o aplicativo por dispositivos móveis. Quando alguém se cadastra, seleciona os assuntos de sua preferência e recebe sugestões de conteúdo relacionadas. Já se estuda a possibilidade de instalar o botão “comprar” diretamente nas imagens. Seja para buscar inspirações e tendências ou para montar mood boards, o Pinterest continua referência quando o assunto é pesquisa. Também é uma importante ferramenta de marketing digital a ser explorada pelas empresas.

INSTAGRAM O Instagram, fundado em 2010, é uma das redes sociais mais acessadas: são cerca de 300 milhões de usuários ativos e 70 milhões de fotos e vídeos carregados por dia. Por meio das hashtags, você pode buscar por tendências de moda, design, street style, arquitetura, gastronomia, viagens, entre outros assuntos. Os principais nomes da moda também estão no app. Dá para seguir blogueiras, it girls, fotógrafos, revistas, trendsetter, marcas e acompanhar eventos no mundo todo. O Instagram também tornou-se uma vitrine de negócios. As marcas descobriram uma poderosa ferramenta para chegar ao seu público, seja por meio dos próprios perfis ou por blogueiros e celebridades que fazem propaganda na rede.

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SNAPC HAT O Snapchat foi lançado em 2011, mas levou alguns anos para cair no gosto das pessoas. Hoje, são 200 milhões de usuários, que compartilham 8.796 imagens por segundo. A ideia é mandar fotos e vídeos instantaneamente que só podem ser vistos uma vez, se enviados diretamente para algum usuário, ou que ficam disponíveis por 24 horas, se adicionados ao seu perfil. O negócio evoluiu, e empresas jornalísticas do mundo e de todos os segmentos utilizam o app para divulgar reportagens, vídeos e fotos. Personalidades do mundo da moda também mostram bastidores do seu dia a dia. O Snapchat abriu, na temporada internacional Primavera/Verão 2016, uma nova possibilidade: a inglesa Burberry mostrou em primeira mão a coleção no aplicativo um dia antes da passarela. O desfile também figurou na sessão “Ao vivo” do software, na qual todos os snaps feitos sobre aquele evento são compilados em um canal. Uma nova maneira de se informar e consumir moda.

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Pa r a f i c a r d e o l h o

Perisc ope O Periscope, aplicativo lançado pelo Twitter em 2015 está cada vez mais consquistando adeptos pelo mundo. Através de streamming de vídeo, o app é capaz de conectar milhares de pessoas e surgiu em resposta ao Meerkat, outro aplicativo semelhante. Os fashionistas começam a fazer seus vídeos diretamente das salas de desfile e bastidores, além de reunir celebridades que comentam dos principais acontecimentos de suas vidas para um público crescente. O Periscope não faz transmissões apenas ao vivo e também é capaz de deixar uma visualização posterior disponível. O recurso de “replay” está na rede por 24 horas.

Villoid A it girl inglesa Alexa Chung lançou em setembro o Villoid, aplicativo que promete ser a combinação de Instagram e Pinterest do mundo da moda. É possível pesquisar looks de street styles, peças da estação, seguir usuários e marcas, fazer upload das próprias fotos, criar painéis e compartilhálos no Instagram e Facebook. A novidade é que, ao clicar sobre alguma peça, já aparece a opção de comprá-la. Como tudo que Alexa toca vira desejo, há grandes chances de que o software vire um queridinho fashion.

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Marketplaces

Ap on te e de s c ubra ASAP54 A brasileira Daniela Cecilio, que trouxe o e-commerce Farfetch para o Brasil, lançou em 2014 o ASAP54, com o intuito de ajudar a encontrar aquela roupa que você viu na Internet ou na rua. Você faz o upload da foto de uma peça, modelo ou padronagem que goste, e o aplicativo rastreia onde aquele item pode ser encontrado. Os resultados são filtrados por marca, loja, faixa de preço e cor. O software está em inglês, mas traz opções de e-commerce brasileiros. Amazon Flow A Amazon incorporou ao seu aplicativo o flow, ferramenta de reconhecimento de imagem. O usuário tira uma foto do produto, e o software identifica as opções disponíveis para compra. Também é possível escanear múltiplos itens de uma vez.

Uma das principais tendências para o mobile commerce são os marketplaces, plataformas que oferecem a possibilidade de criar sua própria loja virtual. Os shoppings on-line reúnem diferentes opções de preço em um só lugar, o que traz conveniência e confiança para o consumidor. A onda começou com a Amazon e espalhou-se por diversos segmentos. Nomes mais conhecidos são E-bay, Etsy e os brasileiros Tanlup, Elo7 e Mercado Livre. Por aqui, uma boa opção para quem quer comprar ou vender desde roupas até móveis (novos ou usados) é o Enjoei. A busca pode ser feita por peça, marca, tamanho, cor e condição de uso. Foi adotada uma estratégia de chamar personalidades para abrirem suas lojinhas e venderem seus desapegos, o que atrai mais e mais consumidores. Ótima opção para o consumo sustentável, sem abrir mão do estilo. 113

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Comércio eletrônico

em alta Lily Melrose - Youtube.com - Reprodução

E - c o mme rc e e m -c o m m er c e t ê m a po s ta d e c r e s c im e nto

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NET-A-PORTER - Divulgação

Em tempos de crise econômica e retração do comércio varejista, o e-commerce mostra-se como uma aposta cada vez mais acertada. Segundo o relatório do site de certificação e-Bit, no primeiro semestre de 2015, o consumo on-line atingiu faturamento de R$ 18,6 bilhões, 16% a mais do que o mesmo período do ano anterior. E a projeção para 2015 é que o comércio eletrônico apresente crescimento nominal de 15% em relação a 2014, chegando a R$ 41,2 bilhões de faturamento.

Nesse contexto, a categoria “Moda e Acessórios” lidera o volume de transações do comércio eletrônico, representando 15% do total.

NET-A-PORTER.COM traz embalagens personalizadas

Outra tendência observada é a personalização:

Te n d ê n c i a s d o c l i q u e É preciso adequar-se às necessidades do novo perfil de consumidor, que tem infinitas possibilidades de produtos e desejos a apenas alguns cliques. As empresas, para se diferenciar, devem investir em sites com fácil navegação e que proporcionem uma experiência de compra agradável. Na prática, isso se traduz em páginas de entrada personalizadas, com seleção de produtos baseada no histórico de compras ou até mesmo em promoções específicas e direcionadas. Métodos de entrega eficientes ocupam posição de destaque no sucesso do comércio virtual. A tendência é o frete rápido, por meio do qual os clientes podem receber seu produto no menor tempo possível. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Amazon está testando a entrega por drones (aviões não tripulados), que podem levar o produto à

focar na experiência individual do cliente. casa do consumidor em 30 minutos ou menos. O “same day delivery” (entrega no mesmo dia) vem ganhando muito espaço, principalmente no mercado de moda. A praticidade desse serviço deve ser usada como aliada para atrair os consumidores que sofrem com falta de tempo e rotina intensa. Observa-se também uma forte onda de sites que permitem ao cliente provar o produto antes de comprá-lo, eliminando, assim, uma das desvantagens do on-line em relação às lojas físicas. Outra opção é investir em “provadores virtuais”, que usam fotos carregadas pelo usuário ou webcams para fazer a simulação. Mesmo com as inovações, não se deve deixar de fora uma tabela de medidas completa e a adoção de um sistema facilitado para trocas e devoluções. 115

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tashietinks.com - Divulgação

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B2B – o comércio entre empresas O gerente de branding e marketing digital Júlio Rodrigues sugere também que as micro e pequenas empresas invistam na venda virtual Business to Business (B2B), “de empresa para empresa”, uma espécie de “cooperativa on-line”. O B2B virtual reduz a distância entre compradores e vendedores, diminuindo o tempo de reposição de estoque dos clientes, além de dar apoio a quem já tem representantes comerciais e apresentar alternativas de vendas aos que não contam com essa figura na empresa. A “cooperativa on-line” pode ser fomentada por meio de ferramentas simples, como e-mail marketing, televendas e facebook ads. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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Farfetch.com reúne as melhores marcas e boutiques da moda nacional e internacional em um só lugar


Bloomberg - Amazon.com - Divulgação

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M-commerce ao alcance dos dedos

Amazon.com investe pesquisa para fazer entregas com drones nos Estados Unidos.

A Amazon, referência no mercado, teve crescimento de 100% no seu m-commerce em 2014 e tornouse a líder neste segmento.

Dentro do comércio virtual, o segmento que mais cresce e chama a atenção é o “mobile commerce” ou “m-commerce”, a venda on-line a partir de um dispositivo móvel. De acordo com um estudo realizado pelo site Coupofy, o m-commerce cresce 300% mais rápido do que o e-commerce. No Brasil, o relatório do site de certificação eBit registrou que, no primeiro semestre de 2015, os dispositivos móveis (smartphones e tablets) consolidaram-se como um forte canal, atingindo 10,1% das vendas. Em abril de 2015, o Google anunciou que passaria a ranquear os sites de acordo com sua compatibilidade com celulares e tablets. Caso a empresa não disponha desse serviço, o endereço não apareceria no topo das pesquisas. Observa-se então a urgente necessidade de aplicar o conceito “mobile first”, ou seja, projetar o site primeiro para mobile e depois para o desktop, já que os smartphones acompanham as pessoas quase o dia inteiro. Dessa maneira, o consumidor inclui as compras dentre as multitarefas que o seu dispositivo permite. É a busca pela praticidade: comprar com poucos cliques, a qualquer hora e lugar, com modos de pagamento simples e preços justos. “Mobile é o caminho mais curto entre lojas (física ou on-line) e seu consumidor. Ter um site responsivo não é apenas um diferencial e sim uma necessidade real de negócios para atrair consumidores e converter vendas. Mobile commerce é cada vez mais uma realidade para grandes ou pequenos varejistas”, destaca o diretor executivo do MMA (Mobile Marketing Association), Fabiano Destri Lobo. 117

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MACROTRENDS

ARTES GRÁFICAS

E PLÁSTICAS S anta C atari n a é u m g r a n d e ex poente em ar t e s g r á f ica s e pl ás t ica s.

MulheresDancando | Eli Heil | reprodução

valentino

A tradição nas artes plásticas vem desde a época do florianopolitano Victor Meirelles, um dos maiores pintores brasileiros do séc. XIX, que criou a belíssima obra “A Primeira Missa no Brasil”, hoje no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Mas a grandeza artística de Santa Catarina não para por aí. Nomes como Martinho de Haro, Rodrigo de Haro, Juarez Machado, Willy Zumblick, Hassis, Eli Heil, Silvio Pléticos, Elke Queirós e Vera Sabino são apenas alguns dos diversos destaques na produção artística catarinense. Vários artistas jovens também vêm se destacando no meio artístico, entre eles Nestor Jr, Aline Dias e Mabel Fricke, que mostram que a arte em Santa Catarina está constantemente se reinventando e se popularizando pela beleza e plasticidade.


MARC JACOBS

nestor jr | reprodução

louis vuitton

juarez machado | reprodução

vera sabino | reprodução

Christian Dior

primeira missa | victor meirelles | reprodução


WindowsWear - Reprodução

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A por ta de entra da da loja V i s ua l me rc ha nd is ing é p e ça im porta n t e n a e s t r at ég ia da m a r ca

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A identidade de uma marca é o que vai diferenciá-la de seus concorrentes. Refletida nos produtos e no posicionamento de mercado, ela também deve estar presente nos pontos de venda. Daí a importância do visual merchandising. A vitrine é o primeiro contato do cliente com a marca e o produto. “Sendo bem feita e de fácil leitura visual, torna-se extremamente eficiente para alavancar as vendas”, explica a arquiteta e consultora de Visual Merchandising, Cintia Lie Matuzawa. O trabalho, no entanto, vai além e traz mais conteúdo ao projeto que antes ficava restrito às vitrines. “O VM gera a continuidade da linguagem e leitura do storytelling, de fora para dentro, sendo uma extensão da proposta da coleção”, defende Cintia.

Encante seu consumidor

WindowsWear - Reprodução

É necessário, primeiro, fazer uma triagem do que representa a marca e o cliente. É importante fazer com que o consumidor se encante com os produtos sem parecer uma venda forçada ou copiada. A consultora ainda aponta que tendências como sustentabilidade e produtos artesanais estão com força no mercado. Algumas ideias de como aplicá-las são uma vitrine feita inteiramente de papel, a personalização das iniciais do nome do cliente nos produtos que ele adquire ou desenhos e estampas es-

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Prada - Divulgação

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Loja da Prada permite customizar sapatos entre as opções: oito modelos diferentes, seis alturas de salto, diferentes materiais, cor da sola e ainda adicionar um monograma.

peciais nas peças de roupa, com um designer in loco promovendo a ação. Um exemplo é a grife Prada, que trouxe o serviço de customização de sapatos no mês de inauguração da nova loja no shopping Cidade Jardim, em outubro de 2014. Era possível escolher entre oito modelos diferentes, seis alturas de salto, diferentes materiais, cor da sola e ainda adicionar um monograma.

Lojas bem montadas e bem atendidas Um grande diferencial de experiência de compra para o consumidor é ter acesso a um variado mix de produtos, de acordo com o público, evidentemente. Não adianta trazer uma grade de roupas infantis, se a maioria da loja está direcioMODA CATARINA SEBRAE/SC

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“O VM gera a continuidade da linguagem e leitura do storytelling, de fora para dentro, sendo uma extensão da proposta da coleção” Cintia Lie Matuzawa

nada para um público mais maduro e feminino de festas, por exemplo. Agora se o mix estiver direcionado em conjunto com roupas de festas infantis, casará perfeitamente para a mãe que procura a roupa para sua filha a acompanhar ao evento. Saber sobre seu público é fundamental na escolha de peças que vão compor as opções de vendas e tão importante quanto é o atendimendo, que precisa ser cada vez mais bem treinado. Marcelo Dória, especialista em varejo e vendas, em palestra para o Circuito da Moda, em Blumenau, disse acredi-


Princ ípios básic os do VM: Produtos bem expostos dentro da vitrine e dentro da loja; Setorização dos produtos para que o cliente não se perca no meio de tantas ofertas e variedades; Loja bem iluminada e bem organizada; Equipe de atendimento preparada, conectada com as tendências dos produtos que vendem.

WindowsWear - Reprodução

Saks NY | Images Courtesy and Copyright Windows Wear Pro

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Fall 2015 by Gucci | Diretor Alessandro Michele

tar que quanto mais você investe em treinamento e especialização, melhor se convertem as vendas. “A experiência diz que nosso primeiro público é o colaborador que trabalha conosco. Temos que ter as pessoas ao nosso lado como principal diferencial competitivo e com foco em atendimento. Desenvolva treinamentos e seja positivo em todos os momentos”, complementou Marcelo.

“A experiência diz que nosso primeiro público é o colaborador que trabalha conosco. Desenvolva treinamentos e seja positivo em todos os momentos”, Marcelo Dória 123

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Lounge Espaço Aberto | casa cor florianópolis | foto: Sidney Kair

MACROTRENDS

ARQUITETURA & DECORAÇÃO

nova veneza | foto: Markito

Loft Black Edition | casa cor itajaí | foto: lio simas

Dries Van Noten

A influência da cultura açoriana inspira boa parte do litoral, assim como as tradições germânicas e italianas, nos pontos de colonização do Vale do Itajaí e do Sul do estado. Obras como a Ponte Hercílio Luz e recentemente a grandiosa ponte estaiada Anita Garibaldi atraem centenas de turistas. Temos escolas de arquitetura e faculdades voltadas a formar grandes profissionais, além de mais de 4 mil trabalhadores dedicados à decoração. Feiras e exposições como Casa Cor SC e Casa & Cia alavancam a economia e mostram novidades e tendências, que contam com aliados nas grandes indústrias cerâmicas e de movelaria.

delpozo

S anta C atari na c o n t a co m u m r ico m erc ado de arqui t e t u r a e d e co r a çã o .


casa cor itajaí | foto: lio simas

Como Queres Que Te Sirva | casa cor florianópolis | foto: lio simas

Valentino

jardim casa cor itajaí | foto: lio simas

marni

fendi

ponte hercílio luz | florianópolis | foto: santur


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Gender -bender: a moda discute os gêneros Mun do fa s hi on c o l o ca em discuss ão o ma s c ul i n o /f em inino A questão do gênero sempre esteve presente no universo da moda. O dilema do que seria feminino/masculino nunca foi simples e sofreu mudanças ao longo do tempo. Homens usavam salto na Idade Média e, da Antiguidade até a Revolução Francesa, vestiam saia e túnica. Coco Chanel causou furor ao colocar mulheres de calça e tailleur nos anos 20, e Yves Saint Laurent revolucionou com o “Le Smoking” em 1966.

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Mariana Quintana - Indumentaria.info - Divulgação

Editorial clicado por Mariana Quintana para o site Indumentaria. info mostra lados diferentes das roupas de homens e mulheres.

Atualmente, porém, o que está em alta é derrubar essas barreiras entre o que é coisa “de homem” e “de mulher”. Esse movimento tem o nome de gender -bender (além-gênero, em tradução livre), que significa justamente fugir dos rótulos tradicionais.

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O diálogo e as analogias

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Descoberta por Riccardo Tisci, em 2010, a top model Lea T é hoje uma das modelos trans mais aclamadas do mundo. Na foto, campanha para a descolada marca Redken

Matt Irwin - Redken - Divulgação

A discussão começou a aparecer com mais força cerca de cinco anos atrás. No início de 2011, o então modelo Andrej Pejic (hoje Andreja) entrou nas passarelas feminina e masculina de Jean Paul Gaultier. Em 2014, Andreja realizou a cirurgia de mudança de sexo e teve medo que sua carreira acabasse. Mas ocorreu justamente o contrário, pois apareceu em quatro páginas da Vogue Americana em maio e, em julho deste ano, virou garota propaganda da Make Up Forever, a primeira modelo trans a protagonizar uma campanha de maquiagem. A transgênero brasileira Lea T. também viu a carreira deslanchar quando o amigo e diretor criativo da Givenchy, Riccardo Tisci, convidou-a para estrelar o Outono/Inverno 2010 da marca, com temática andrógina. No mesmo ano, a revista Vogue francesa, sob o comando de Carine Roitfeld, publicou um perfil da modelo, no qual aparecia nua. Desde então, fez capas de revistas como Love e Interview, campanhas para a brasileira Blue Man e a europeia Benetton, e este ano foi escolhida como rosto da empresa de produtos capilares Redken. A WGSN, empresa de previsão de tendências, fez uma matéria no último mês de agosto defendendo que em 2015 as questões transgêneras foram empurradas ao debate público. No último ano, o mundo da moda voltou os olhos para a nova trendsetter Caitlyn Jenner, que assumiu publicamente a mudança de sexo e deixou a vida – e o guarda-roupas – de Bruce Jenner de lado; para a primeira


Barneys | Google.com

Tim Whitby - Getty Images - Divulgação

trends

Selfridges se tornou uma das primeiras lojas de varejo a atender à crescente procura pelo fashion neutro

Loja de departamentos Barneys, de Nova Iorque, investe em editoral que discute a questão de gênero e sexualidade

agência de modelos trans do mundo, que abriu as portas em Los Angeles; e para a adolescente Jazz Jennings, que se tornou a estrela da Clean&Clear. Nas passarelas, são inúmeros os exemplos para provar que o gender-bender não é uma moda passageira. Na temporada de Inverno 2016, a primeira coleção de Alessandro Michele para a Gucci vestiu homens e mulheres com o mesmo tipo de roupa, apagando as fronteiras entre os sexos. Rick Owens trouxe os homens para a passarela com túnicas que mostravam os pênis. Vivienne Westwood fez um desfile chamado “Unissex”, no qual as mulheres vestiram ternos largos e os homens, túnicas. 129

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trends

gettyimages

psula de rcas famosas meçaram hamar nção dos nsumidores. m tudo cisa ser minino e sculino.

Varejo de olho nas mudanças

O famoso smoking feminino criado em 1966 por Yves Saint Laurent

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No varejo, as mudanças chegam com menos intensidade, mas mesmo assim já se observam exemplos que pregam essa neutralização dos gêneros. A loja de departamento de luxo Barney’s New York colocou 17 transexuais no seu catálogo de Primavera 2014, contando a história de cada um no site. A inglesa Selfridges, em março deste ano, fez uma ação genderless chamada Agender. O objetivo era permitir que os clientes escolhessem como gostariam de comprar e se vestir sem limitações ou estereótipos. Foram montados três andares neutros e sem manequins.


google.com

trends

©AP Photo Antonio Calann

Coleções-cápsula de marcas famosas começaram a chamar atenção dos consumidores. Nem tudo precisa ser feminino e masculino. Um exemplo é a Gucci, que trouxe para o Inverno 2016 várias modelos com camisas e calças e blazers, além de cabelos neutros.

No último mês de agosto, a marca & Other Stories, pertencente ao grupo H&M, lançou a campanha de Outono/Inverno 2015 com trangêneros modelos, fotógrafos, stylists e maquiadores. A marca defendeu a importância de contratar uma equipe cuja experiência pessoal ajudaria a contar uma história que desafiasse a visão tradicional de beleza e identidade. No Brasil, nomes como Alexandre Herchcovitch, Dudu Bertholini e Walério Araújo ajudam a quebrar tabus e usam a moda como uma maneira inteligente de apoiar e dar voz a essa importante causa. Nas ruas, nota-se que alguns elementos aparecem com força, sinalizando mudanças. O camisetão ou camisetavestido (principalmente liso) invadiu as vitrines do mundo inteiro e não deve demorar a ser adotado pelas brasileiras. Outros itens como maxi blazers, oxfords e cullotes já foram incorporados ao armário feminino. Os homens também ganham cada vez mais linhas de cosméticos e acessórios, coisas antes destinadas às mulheres. O minimalismo continua em alta, diluindo cada vez as barreiras entre gêneros.

Gucci outono/inverno 2016 131

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MACROTRENDS

design S anta C atari n a e st a b e le ce u s ua i mportância n o m u n d o d o des i gn há b a st a n t e t e m p o , tendo ganh a d o im p u lso a parti r d o s a n o s 8 0 .

cadeira JADER ALMEIDA

luminária JADER ALMEIDA

Gucci

A Bienal Brasileira de Design reuniu recentemente nomes e projetos de peso, com curadoria cuidadosa e palestras por todo o estado. Aqui valorizamos desde nossas inscrições rupestres às rendas de bilro, que marcam uma tradição passada de geração em geração. Escolas de design formam profissionais de ponta, que aliam o trabalho com couro e processos manuais aos shapes que fazem sucesso nas passarelas. São mais de 74 cursos técnicos e de graduação, além de 33 de pós-graduação, dois Mestrados e um Doutorado ativo, além de dezenas de cursos de moda e estilo, que criam um público ávido e preparado para o novo.


delpozo

bienal do design 2015

dries van noten

alberta ferretti

bienal do design 2015


Banco de Tecido © troca troca fashion Banco de Tecido, em São Paulo, promove a venda e troca de material de segunda linha em um sistema 100% sustentável

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trends

Por dentro do consumo consciente N ova s n e c e s s ida d es e pa d r õ es c o me ça m a mo lda r a s r e laç õ es de c o mp r a e ve nda

São vários os indícios que apontam para um novo padrão inevitável de consumo: o consciente. Sustentabilidade, crise econômica, humanização das relações de trabalho e economia compartilhada são alguns dos temas em alta na mídia nos dias de hoje, e isso começa a refletir diretamente nos hábitos da população. Uma definição simplificada do consumo consciente seria comprar de maneira responsável, pesando as consequências dos seus atos para as gerações futuras.

Quando o menos é mais A empresa de pesquisa especializada em tendências de comportamento Box1824 lançou um projeto defendendo o lowsumerism (low + consumerism), o baixo consumismo. A série de es-

tudos e reportagens defende a importância de ser mais consciente e comprar menos. O estudo do lowsumerism mostra que o tipo de consumo atual teve início no fim do século XIX, com a Revolução Industrial. Para manter a produção, era preciso alimentar a demanda pelas mercadorias. Foi o início da produção em massa e padronizada. Com o tempo, outros artifícios reforçaram essa prática com o crédito facilitado, a propaganda e o consumo segmentado. Tudo para estimular o “comprar”, exaltar o “possuir” e agir como se os recursos do planeta fossem infinitos. Agora já se sabe que não são, e mudanças precisam ser feitas. O diagnóstico do Instituto Akatu de agosto de 2013 aponta que, se forem mantidos os padrões de consumo atuais, serão necessárias duas Terras antes de 2050 para sustentá-los. Na Idade Média, o hábito de servir grandes 135

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trends

banquetes era considerado luxuoso e, a partir da Revolução Industrial, a gastronomia foi se desvinculando do excesso. Da mesma maneira, acredita-se que daqui a algum tempo um closet transbordando de peças vai ser tão estranho quanto o exagero da refeição medieval.

Geração Y e o consumo consciente Grande responsável por essa mudança é a Geração Y, ou Millennials. A maneira como os nascidos entre 1980 e 2000 lidam com o dinheiro está obrigando empresas a reexaminar o modo de fazer negócios. Estudo do Goldman Sachs Global Investment Research indica que muitos itens tidos como obrigatórios para gerações passadas não são tão importantes para o millennials, como carros, música e bens de luxo. Eles estão mais voltados a formas de negócio que permitem o acesso a produtos sem os pesos da posse, a chamada “economia compartilhada”. O bem-estar ocupa um papel central na vida dessa geração. São mais preocupados em fazer exercícios, comer melhor e gastam mais com isso. Os millennials também têm o entendimento que a maneira como se emprega o dinheiro hoje vai moldar o futuro do planeta, priorizando empresas e companhias que defendam valores como sustentabilidade, compaixão, progresso e consciência social. Uma pesquisa global sobre responsabilidade social corporativa, realizada pela Nielsen em 2013, mostrou que 43% de todos os consumidores estão dispostos a gastar mais por produtos que apoiem uma boa causa. Dentre os jovens da Geração Y, os números são maiores: 48% entre os de 21 e 24 anos e 52% entre os de 25 e 29. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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O mercado a granel da Original Unverpackt, em Berlim


google.com

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O que já mudou? Na prática, observa-se que o número de iniciativas movidas por essa temática aumenta a cada dia. A preocupação em saber o que está por trás de uma peça de roupa antes de comprá-la já é algo que influencia a decisão dos consumidores. A organização Repórter Brasil, juntamente com o Ministério do Trabalho, desenvolveu o aplicativo Moda Livre, que faz um ranking de empresas de moda tendo como base as denúncias que elas receberam em relação a trabalho escravo e a direitos sociais e ambientais.

Em Londres, o e-commerce Honest By permite que o cliente tenha acesso aos detalhes do preço de cada roupa, discriminando quanto foi gasto com produção, custos do tecido, mão de obra, aviamentos e lucro da empresa. O catálogo ainda é dividido por roupas orgânicas, veganas, skin friendly ou recicladas. Em Berlim, um supermercado sem embalagens é realidade. O Original Unverpackt vende tudo a granel, e cada pessoa leva os próprios recipientes reutilizáveis. Nesse sentido, o aplicativo Bulk ajuda a encontrar mercados que vendem produtos sem embalagem nas redondezas. São mais de mil estabelecimentos cadastrados no mundo. Para a blogueira e publicitária Cris Guerra, do Hoje eu Vou Assim, o consumo consciente é um caminho que não tem volta. “A gente vai precisar ver as roupas de uma maneira menos exagerada. Eu percebo isso porque já fui consumidora compulsiva e hoje luto muito para ter uma quantidade menor de coisas no armário, que eu realmen-

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Campanha All-Product Recycling, da japonesa Uniqlo

te uso. Consumo consciente não é uma opção, Também no Brasil, o Banco de Tecido é um esé uma obrigatoriedade. Ele vai chegar, não tem paço físico que disponibiliza diversos cortes de como escapar dele, é preciso caminhar para lá”, tecidos. Qualquer um pode depositar, retirar e defende a escritora. comprar tecidos por quilo. Assim, os tecidos, que não costumam ser reciclados, podem voltar ao mercado e ser reutilizados.

Compartilhar é tudo

A economia compartilhada está inserida nesse novo padrão de consumo, que tem como princípio o acesso e não a compra de um produto ou serviço. É uma maneira de suprir a demanda existente sem ter de gerar um recurso novo. Por aqui, a Tem Açúcar? resgata o hábito antigo de pedir algo emprestado para os vizinhos. Fundada em dezembro de 2014, a plataforma on-line tem 52 mil usuários inscritos que oferecem e pedem coisas variadas. Em uma pesquisa, descobriu-se que é possível até montar uma festa com a decoração concedida.

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Reciclagem total nas ideias Outro pilar do consumo consciente é reduzir os descartes e dar nova vida a produtos em vez de produzir novos. O Zero Waste ou Lixo Zero começa a ganhar força. Reciclar, economizar água e replantar já não são inovações, o que se pede agora é simplesmente não produzir mais esse lixo. No mundo da moda, o movimento Roupa Livre conecta pessoas e iniciativas que apoiam o consumo colaborativo. A ideia é que as pessoas não precisam de roupas novas e sim de um novo olhar.

JEN - UNIQLO - Divulgação

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trends

“Consumo consciente não é uma opção, é uma obrigatoriedade. Ele vai chegar, não tem como escapar dele, é preciso caminhar para lá” Cris Guerra H&M - Divulgação

São promovidos bate-papos, workshops, oficinas e bazares que incentivam e ensinam a repensar o consumo. Até o fast fashion, que originalmente seria o oposto do sustentável, já sinaliza mudanças no caminho. A rede japonesa Uniqlo começou em 2006 a campanha All-Product Recycling, na qual os clientes podem devolver nas lojas as roupas da marca que já não usam mais. O que não estiver em condições de uso vai para a reciclagem industrial, e o que estiver é doado para agências de refugiados como a UNHCR, da ONU. A sueca H&M também tem um programa de reutilização, o Garment Collecting. Nele, peças que podem ser reusadas são vendidas como “roupas de segunda mão”, peças antigas e tecidos são transformados em outros produtos, como panos de limpeza, e todo o resto é convertido em fibras têxteis. E no início de setembro deste ano, a rede lançou um filme repleto de personalidades do mundo fashion que diz “não existem regras na moda, a não ser uma: recicle suas roupas”. O objetivo é promover a busca da marca por um futuro sustentável e “fechar o ciclo” (close the loop) da produção de roupa.

Novo luxo a caminho O estudo sobre o Lowersumerism da Box1824 identifica um novo conceito de luxo, que não se restringe ao preço e à qualidade do produto. Atributos como massificação e produção em larga escala entram na balança. Em tempos de cópias infinitas, luxo é proporcionar uma experiência única que faça o cliente sentir que a presença dele é importante. É, por

Sueca H&M e sua proposta de reciclagem de roupas

exemplo, sair para jantar num restaurante com serviço excelente, comida bem preparada, ingredientes frescos, iluminação agradável. “Luxo é precisão. É mais experiência e menos material”, afirmou a Box1824.

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MACROTRENDS

GASTRONOMIA

Banhado pelo Oceano Atlântico o estado conta com uma grande e variada produção de frutos do mar, bem como grandes campos pecuaristas e plantações de soja, milho, arroz e frutas das mais variadas. Essa riqueza se transfere aos pratos elaborados e às culinárias de vários países. Food trucks começam a agitar as cidades ao mesmo tempo que bucólicos bistrôs surgem com novas propostas. Aqui o slowfood conversa com o fastfood em shoppings e feiras gastronômicas. Tudo aliado ao bom vinho das vinícolas, às cachaças, às cervejas artesanais e até mesmo às bebidas mais simples, que ganham um toque artístico nas mãos dos bartenders.

Rachel Antonoff

Philip Karlberg para Plaza Magazine

S anta C ata r in a f e r ve c om s ua p r o d u çã o agrí c ol a e d e sp o n t a c om c en t e n a s de res ta u r a n t e s es pec i a liz a d o s.


alexis mabille

ENTREVERO DE PINH達O | lages | foto: santur

GASTRONOMIA ALEM達 em Pomerode | foto: santur

Eleonora Carisi


trends

Bolsas confeccionadas em materiais alternativos no Minas Trend Preview

Ser sustentável é

estar no futuro

Id e i as c ri ati vas que a lca n ça m r e su lt a d o s

Em um mundo de mudanças e de oportunidades, os designers estão sempre pensando em como aproveitar melhor os materiais e imprimir a sustentabilidade nos seus projetos. Não vivemos mais no mundo de exploração desenfreada e agora é necessário projetar e inspirar as pessoas para o amanhã.

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Com as pessoas cada vez mais conectadas e informadas, surge a necessidade de compartilhar as informações e torná-las públicas para que as empresas atestem seu envolvimento e engajamento com a sustentabilidade. Os consumidores começam a fazer suas escolhas pautadas em empresas que tratam bem do meio ambiente e exigem dos políticos uma conscientização maior, corresponsabilizando também as empresas e consequentemente impactando em toda a cadeia produtiva, do fornecedor ao representante. Há algum tempo as empresas começaram a investir em atitudes mais responsáveis, afinal, o tema está intimamente ligado ao conceito de reutilização e reaproveitamento, não só de materiais, mas de ideias. Em alguns setores, como a movelaria, os criativos já investem em madeiras de reflorestamento e reúso, como móveis construídos a partir de casas demolidas.

O que antes era lixo ganha ares de modernidade, com conceito e estilo. Pensando no amanhã Se o cenário aponta para uma extinção de recursos, tanto hídricos e energéticos quanto de combustíveis, cada vez mais as empresas estão desenvolvendo alternativas. Esforços expressivos de montadoras como Tesla e Nissan impulsionam o mercado de carros verdes, como são chamados os elétricos ou híbridos, alavancando outras fabricantes a ingressar nesse mercado. Segundo relatórios da consultoria IHS Automotive, mais de 15 mil unidades de veículos verdes foram vendidos apenas nos Estados Unidos, em 2015. google.com

O avanço e a popularização de veículos mais eficientes movimentam também a indústria da tecnologia.

Google desenvolve carro elétrico e autônomo

Enquanto a gigante Google aposta, desde 2010, no desenvolvimento de um carro elétrico e autônomo, outra fabricante de eletrônicos, a Apple, também abre pesquisas nesse campo. Há rumores de a empresa da maçã lançar até 2020 o seu próprio modelo de automóvel, que custaria menos de 40 mil dólares e teria autonomia de 320 quilômetros. 143

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Moda sustentável ganha o gosto do público

globaltextiles.com

A sustentabilidade já aportou no setor têxtil há alguns anos. Fabricantes têm desenvolvido fios a partir de garrafas PET e reutilizado materiais, mesclando fibras e criando novos produtos. Algodão reciclado, juta e bambu já são comuns em várias confecções, e a indústria ainda estuda o desenvolvimento com fibras de soja, de milho, de banana e até de proteína do leite.

A inovação de materiais também anda aliada à criatividade e gestão.

Fibras naturais e outras feitas com fios de garrafa PET

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Um exemplo local de trabalho sustentável está acontecendo em Santa Catarina. O centro de produção de calçados de São João Batista, um dos maiores do país, aceitou o desafio de trabalhar seu planejamento para os próximos 20 anos com foco na sustentabilidade, através do convênio nacional com a Assintecal – Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos. Eles estão empenhados não apenas em diminuir o consumo de energia elétrica, mas também em como gerar energia nas indústrias calçadistas do polo. “Sabemos que a energia está cada vez mais escassa e precisamos buscar alternativas de geração”, afirma José Filho, coordenador do Grupo de Sustentabilidade.


Olhos e ouvidos atentos ao consumidor Um dos impérios do varejo, a sueca H&M aposta no consumidor que está de olho em quem é legal com a natureza e com os trabalhadores. A empresa está criando várias políticas éticas e de sustentabilidade, projetando o crescimento a longo prazo em busca desse público mais atento. Entre as ações, estão o uso de algodão orgânico, o mapeamento e a auditoria de fornecedores e salários mais justos para a cadeia de terceirizados. Uma das atividades mais significativas da H&M e que traz um impacto direto é o de incentivar os clientes a depositar suas roupas usadas em baús coletores nas lojas. Com isso, o consumidor recebe descontos de até 20% na próxima compra

Grupo “Das Catarinas” desenvolve trabalho com materiais reciclados da indústria calçadista de São João Batista. Iniciativa acontece em parceria com o estúdio RatoRói e mostra o pioneirismo do convênio com a Assintecal.

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e as roupas são encaminhadas para uma unidade de transformação de materiais da própria rede. Através de um centro de triagem de produtos, as roupas usadas são transformadas em uma nova matéria, filamento e/ou fio. Já a Levi’s, uma das marcas de jeans mais famosas e conhecidas no mundo, lançou a linha “Water<less”. Segundo a fabricante, os produtos utilizam 96% menos água no acabamento das peças e a ação já produziu mais de 13 milhões de produtos, gerando uma economia de 172 milhões de litros de água. A marca também incentiva que seus consumidores lavem o jeans apenas uma vez por semana, em vez de duas, e ajudem a preservar os recursos hídricos.

Roupas mais responsáveis

Reuters - H&M - Reprodução

Gigantes como H&M e Levi’s buscam diminuir o impacto de suas ações e começam a desenvolver políticas de responsabilidade que incluem redução no consumo da água e reorganização da gestão, além de promover descontos para clientes que reciclam as peças.

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Reaproveitar e reutilizar as peças são atitudes que começam a fazer cada vez mais sentido quando se pensa em tudo que foi investido naquele produto. Para tingir tecidos, as indústrias empregam corantes e recursos hídricos, o que tem forçado as empresas a fazerem o reúso das águas e a utilizarem novas formas de purificar as águas antes de devolvê -las ao meio ambiente. No Brasil os brechós voltaram com tudo nos últimos anos e as pessoas buscam estilo e preço baixo, sem perder a qualidade das roupas. Um pensamento que tem sido muito


todayonline.com

Levi Strauss - Divulgação

frequente é “se foi útil para mim, pode ser para outra pessoa” e popularizou sites como o Enjoei.com, que possibilita que o usuário abra uma loja virtual com produtos que ele não quer mais e com preços mais acessíveis do que se o produto fosse comprado novo.

Assim como nossos antepassados reciclavam as roupas, aos poucos estamos reaprendendo a reutilizar as peças. google.com

Se há alguns anos as costureiras eram as verdadeiras artesãs das roupas que utilizávamos, hoje elas ganham outras funções, na reforma de roupas e na adequação dos looks. Antigamente, de geração em geração, uma saia ganhava outra barra, uma calça virava bermuda e assim por diante. Hoje o consumidor já começa a levar suas peças para costureiras ou mesmo customizá-las em casa de forma criativa e possibilitando com que cada um faça um pouco do seu papel diante de toda a sociedade. 147

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Coworking é aposta da nova década Brit+Co - Reprodução

Es paç os e proj etos co la b o r a t ivo s g a n h a m re l evânc i a e prefer ê n cia d o s cr ia t ivo s

Tutoriais da Brit + Co ensinam internautas a customizar peças

Uma das tendências que O que começou com a poEngana-se quem pensa mais se firmam é a do colepularidade de pessoas indo que um coworking tivo. Toda forma de envoltrabalhar em cafés ganhou ver outras pessoas em atinome, forma e um modelo serve apenas para vidades conjuntas é válida. atividades tecnológicas de negócios para facilitar a A prática pode ser útil para vida de quem está comeou voltadas para a realizar um financiamento çando a empreender. comunicação. para uma nova ideia, proDesde startups que esmover a união de profistão nascendo até micro ou sionais para diminuir os custos fixos da empresa pequenas empresas já consolidadas no mercado ou potencializar negócios e consumidores afins. podem estar dentro desses espaços. O principal É possível ver essa dinâmica negocial ganhando ponto de motivação desse tipo de lugar é ter um força dentro dos espaços de coworking. ambiente inspiracional, com a possibilidade de O crescimento desse tipo de negócio é expo- trocar experiências, já que os empresários não se nencial ao redor do planeta, totalizando mais de isolam dentro da própria casa ou de escritórios 6 mil espaços de coworking em todo o mundo. muito formais. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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O ambiente pode contemplar diversas atividades: artistas, criativos, designers de moda, gastrônomos e qualquer outra área que você possa imaginar. O grande desafio é a convivência e a atitude colaborativa. As principais características desses espaços é que são ambientes pensados em manter uma estrutura para facilitar cada tipo de trabalho. Em áreas que necessitam de um suporte ao cliente, por exemplo, existem coworkings com salas de reuniões, telefone e endereço para correspondências. Já se o foco é moda, o custo de expor seus produtos em um ambiente coletivo é muito menor do que criar sua própria loja e custear sozinho. Além disso, todo trabalho de comunicação é mais eficiente, ganha mais relevância e gera maior visibilidade nas redes.

Espaço do Cartel 011, em São Paulo, conta com uma loja uma especilizada em Sneakers e com modelos exclusivos

Cartel 011 - Divulgação

O homeoffice, prática popularizada por alguns perfis de profissionais, pode parecer, de início, uma ideia tranquila, mas o que o diferencia de um espaço coletivo é que quanto mais pessoas você tem à sua volta, mais conhecimento pode adquirir das mais variadas áreas. Isso faz o empreendedor construir uma habilidade de pensar diferente, fora da caixa, e ganhar conhecimento de outras áreas, ampliando ainda mais as suas possibilidades, algo a que não se teria acesso estando apenas dentro de casa.

Colaboração on-line e projetos de financiamento Para além do espaço colaborativo, o chamado DIY (do-it-yourself, ou faça você mesmo) ganha popularidade pela facilidade de fazer o seu próprio produto. A ideia é fornecer ferramentas para que as pessoas construam elas mesmas os produtos, como artistas e realizadoras. Um grande exemplo é a californiana Brit + Co, que hoje se apresenta como uma plataforma on-line e de e-commerce que ensina, inspira e permite que as pessoas sejam criativas. A partir do artesanato tradicional até a alta tecnologia, eles conectam milhões de usuários para construir uma comunidade baseada na criatividade. Usa ideias inovadoras, porém lúdicas, com ares artesanais e sem perder a modernidade através de tecnologias 3D ou de informação 24 horas na web. 149

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Jefferson Graham USAT - Reprodução

trends

Brit+Co - Reprodução

Brit Morin, CEO da Brit + Co, aposta no engajamento e colaboração da web para motivar o público

O sucesso desse tipo de projeto está na crescente vontade das pessoas de colaborar umas com as outras em torno de um ideal comum.

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Fundada em 2011, a plataforma atinge mais de 10 milhões de usuários mensalmente. Aulas práticas on-line e formas de bricolagem são o ponto forte da empresa, que também abre espaço para novas marcas e fabricantes independentes venderem seus produtos na internet. Já a Betabrand foca no trabalho de financiamento coletivo ou crowdfunding. Esse sistema consiste na obtenção de capital para iniciativas de interesse coletivo, catapultando projetos. Segundo dados da empresa, já foram mais de U$ 6 milhões arrecadados em quase 300 projetos bemsucedidos, reunindo uma comunidade de mais de 290 mil pessoas. Aos poucos cresce a popularidade de iniciativas coletivas que transformam o mundo em que vivemos. Os jovens não querem mais seguir isolados. Se nas últimas décadas vivemos momentos de individualidade, o futuro acena que a humanidade está cada vez mais conectada, seja na popularização de sites de financiamento ou na reunião de pessoas num mesmo espaço.

Apostas no Brasil Desde 2007, a tendência mundial também está presente no Brasil, onde há muitos espaços colaborativos espalhados em diversas cidades. São


Paulo é o local que mais tem espaços ativos no Brasil, seguida por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Por sediar boa parte dos coworkings brasileiros, São Paulo é referência no assunto. Na cidade está localizado o Cartel 011. Além de um coworking com sala de reunião, um restaurante e um bar temático, o local também conta com loja conceito de roupas, tênis exclusivos e assinados da Nike e cabeleireiro. Isso faz com que as pessoas repensem em como está a relação com seu ambiente de trabalho e em novas maneiras de renovar sua visão na área. O Cartel 011 é composto por lojas multimarcas com novos designers nacionais e renomadas marcas globais; espaço de arte que abriga eventos de marcas parceiras e instalações e exposições que mudam a cada mês; e pocket shops que atuam com o conceito de miniloja, envolvendo aproximadamente 4 mil pessoas por mês.

Cartel 011 - Divulgação

trends

Cartel 011 foi construído a partir de diversos imóveis da região, agregando serviços como salão de beleza e restaurante

Moda colaborativa de verdade A ideia é a mesma: lugares que reúnem pessoas que têm vontade de produzir seu próprio produto, mas não possuem espaço físico para a atividade. Os coseweings são equipados com máquinas de costura, manequins, mesa de corte e cafeterias – o que dá um plus e garante muitas ideias criativas entre uma atividade e outra, além, claro, de criar o networking com pessoas da sua área, possibilitando parcerias para trabalhos futuros. Dessa forma, é possível realizar uma atividade de forma autônoma Dentro da área da sem ter como principal investimento uma sala individual, especialmoda, o coseweing mente para sua área de atuação. É importante ter como principal também é uma meta o foco na qualidade do seu produto, sempre buscando o protendência para se fissionalismo e oferecendo ao cliente, ou público final, um produto acompanhar. ou serviço de excelência. Tudo que conhecemos de novo abre um leque de possibilidades para o negócio. No ambiente corporativo e empreendedor, é sempre bom ter como um dos objetivos o contato diário com pessoas e pensamentos diversos. Sair da zona de conforto, principalmente na área em que se trabalha, pode abrir muitas portas para seu crescimento pessoal, seja uma nova habilidade ou um novo parceiro que pode fazer grande diferença no seu negócio. 151

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ESPORTES S anta boas futebo c omo

C at ond l e tên

ari na t e m u m as , gr a n d e s t des ta q u e e m i s , ha n d e b o l

m a r co m im e s d e e sp o r t e s e vô le i.

Ironman Florianopolis

Chloé

Olimpíadas e jogos escolares marcam o calendário de esportes pelo estado, que criou profissionais de renome como Guga Kuerten no tênis, Junior Cigano no MMA e Fernando Scherer na natação. Nossa vocação para cuidar do corpo e da mente está aliada às paisagens que temos, seja para treinar a natação ou para caminhadas e disputas nas areias das orlas. Contamos com surfistas de peso, como os campeões Teco Padaratz, Neco Padaratz e Jacqueline Silva. No kitesurf, temos Dudu Schultz, e no skate quem se destaca é Pedro Barros. Academias se popularizaram tanto quanto escolinhas de futebol e basquete, formando times de primeira divisão em várias áreas. O estado tem um vocação natural à pratica de atividades como yoga, stand up paddle e outras formas de exercitar o corpo, além de edições frequentes do Iron Man.


louis vuitton

RAFTING santo amaro da IMPERATRIZ | foto: santur

hermĂŠs


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Fashion X Antifashion Mu da n ça s d e ol ha r e d e c o nc eito s e m m o da

Como discutir o que é moda? Em março de 2015, a holandesa Li Edelkoort, que comanda um dos maiores escritórios de tendências do mundo, a Trend Union, publicou um polêmico manifesto antifashion. O documento sacudiu a indústria internacional da moda, pois apresentou ideias nem um pouco ortodoxas em relação ao que é moda e ao futuro desse tema. Ela procurou explicar em dez tópicos por que a moda atingiu um ápice de rapidez que está matando a indústria do vestuário e acabará por consumir a própria moda.

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Revoluções a todo minuto Não é a primeira vez que um período de fast fashion acontece na história. Geralmente em épocas de revoluções e grandes mudanças culturais, a alteração sazonal do vestuário se acelera e as pessoas tentam encontrar novos sentidos e formas para novos tempos. A grande diferença na nossa época é a globalização e a velocidade imediata da internet. A indústria do vestuário já usou a moda antes para se regular e acelerar o consumo, instituindo coleções de inverno e verão e usando um aparato de mídia imperativa que ditava qual a cor e forma da estação. Isso tem acontecido com bastante frequência nos últimos anos, mas nos últimos 30 anos que começaram a surgir escritórios de tendência, como o Trend Union, de Li Elderkoort. Eles pesquisam e editam tendências que influenciarão o alto clero da moda internacional. Aí está o motivo do rebuliço desse manifesto antifashion, pois não é politico ou anticapitalista, mas sim uma tendência baseada em fatos, como o comportamento do consumidor, a indústria global da moda, a educação de moda atual, entre outros.

“Os consumidores de hoje e amanhã vão escolher por si próprios, criar e projetar seus próprios guardaroupas. Eles irão compartilhar roupas entre si, e a propriedade não significa nada mais. Eles vão alugar roupas, emprestar roupas, transformar roupas e encontrar roupas nas ruas”, afirmou Elderkoort. Essa projeção faz com que os consumidores em geral mudem muito a cadeia da moda e fornece uma ideia de que eles estão tomando o estilo em suas próprias mãos. 155

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Nossa comunicação através da moda Pode-se projetar que se os conceitos de Li se tornarem reais, nos próximos anos as roupas não serão mais um dos principais modos de se comunicar. “As roupas se tornarão a resposta às orações das nossas indústrias. Roupas dominarão as tendências “As roupas se para o futuro. Por isso vamos comemorar roupas”, disse, concluindo que esse processo tornarão a deve desencadear o retorno da alta-costura, resposta às ocupando o vazio deixado pela moda. “Afinal, é no ateliê de costura que vamos encontrar o orações das nossas laboratório deste trabalho de amor”. indústrias. Roupas Tantas afirmações nos fazem refletir sobre nossos conceitos de futuro industrial e de foco dominarão as em produção. Precisamos nos adaptar e entendências para o contrar soluções para esse fenômeno de massas, com a internet influenciando globalmente futuro. Por isso as diretrizes de uma nova moda. Aos poucos, vamos comemorar as roupas podem perder o sentido de identificação e se transformarem em meros receproupas” táculos, talvez numa possível volta ao sentido original de se vestir. Cada vez mais as revistas de moda procuram traduzir ao seu público o que é usável, pautadas principalmente no valor agregado e não necessariamente no valor de consumo. A vida desses editores está mais complicada, pois as pessoas aceitam cada vez menos imposição de certo e errado e se guiam por aquilo que podem pagar.

Li Edelkoort

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Tu d o p o d e m u d a r o t e m p o t o d o n o m u n d o Um exemplo de quebra dessa forma de produção maciça, sem foco no cliente, foi uma máquina de vender camisetas, instalada esse ano em Berlim, na Alemanha. A máquina vendia camisetas a dois euros, um preço irrisório, e antes de entregá-las ao consumidor, mostrava um vídeo com imagens chocantes das condições de produção do produto. Na moda, no dia a dia, todos queremos preços de pechincha, mas raramente nos damos conta das condições em que as roupas baratas são feitas. Esse experimento social, no entanto, confrontando pessoas com a realidade e suas reações, foi documentado em um vídeo fascinante, capturando o pouco conhecimento que as pessoas têm sobre quem faz e onde são produzidas as roupas. A máquina era parte de uma campanha de conscientização em moda, e ao final da transação quase ninguém queria mais a camiseta. Em contrapartida, doavam os dois euros para a instituição que promoveu a campanha. Isso nos dá outros nortes.

O consumidor consciente estaria apto a pagar mais por algo justo e bem feito? Possivelmente sim. Nesse cenário atual, os pequenos produtores e ateliês independentes podem conseguir sobreviver à globalização e ao fast fashion, desde que consigam se comunicar com seu público. Um caminho seria mostrar bem sua produção, revelar a face de seus funcionários, sua expertise e suas diferenciações de mercado. 157

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C enários futuros S e 2 0 1 5 f o s s e tr a d u z id o e m u m a p a l a v r a , e l a s e r i a “ MOVIMENTO ”

Numa escala global, turbulências diárias estão dando aos líderes e investidores muitas razões para agirem com cautela, já que eles precisam enfrentar grandes desafios constantemente. Oscilação de mercados, crises sociais e religiosas, instabilidade de moedas, impasses políticos e crescimento desacelerado ameaçam as economias dos países desenvolvidos e os chamados emergentes. Tradicionalmente, os sobressaltos atuais indicam mudanças profundas e estruturais que definirão a agenda dos negócios no futuro não só aqui no Brasil, mas também no mundo. Apesar

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O que está por trás da tendência?

dos desafios diários do mercado, a postura do SEBRAE/SC permanece perseverante na implementação de melhorias, conhecimentos específicos, identidade de marca e design de produto.

Nesse sentido, o consumidor final continua sendo o foco mais importante de todos os nossos esforços. E esse consumidor chegará com critérios de avaliação extremamente elevados, querendo produtos com mais informação de moda, alta performance e muito conforto a preços justos. Podemos dizer que grande parte do nosso valor está nas pessoas, que podem fazer toda a diferença no engajamento e na busca por qualificação, elevando a qualidade de nossa gestão e consequentemente aumentando o resultado e a solução de nossas demandas.

As inovações sutis, que são melhorias possíveis de ser geradas a partir de mudanças de processos, de modelos de negócios ou de novas percepções do mercado e/ou consumidor, serão particularmente importantes. Elas não costumam fazer parte das definições tradicionais de inovação, mas se tornarão cada vez mais comuns. O resultado das inovações sutis será o aumento do consumo total, incluindo o consumo de bens não físicos (intangíveis), em contraste com a mera inovação em eficiência, que apenas diminui os custos e níveis de preços.

O que isso significa para os negócios? Para as corporações, o compromisso no investimento em mudanças de hábitos não é apenas uma necessidade competitiva, mas também criativa. Elas produzirão novos mercados, diferentes dos já conhecidos e saturados. Planejamento estratégico, projetos e modelos de novos negócios, comunicação e marketing, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, serviços e tecnologias, pesquisas com o consumidor, melhorias no processo e inovações continuarão a ser importantes na criação de mais valor econômico, muito além de apenas ajudar a “ganhar uma fatia maior do mercado”.

É preciso seguir em frente, renovar a mente e buscar novos horizontes.

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MACROTRENDS

PEOPLE

dolce & gabbana

No estado, as nações encontraram espaço para estabelecer seus negócios e prosperar. A riqueza cultural e excelente clima subtropical oportunizou a instalação de colônias da Alemanha, Áustria, Itália, Polônia, Portugal e até Japão. Temos um povo acolhedor, que construiu um dos estados com a maior variedade genética do país. Quem nos visita quer ficar porque encontra aqui o melhor de vários mundos. O sorriso e a alegria estão sempre presentes, e o coração é feliz por estar num dos melhores lugares do planeta.

fotos antigas: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Livro A Fibra Tece a História

S anta C a t a r in a t e m uma forte m ist u r a d e i mi gr a n t e s.


prada

Simone Rocha

festival de dan莽a de joiville | foto: Diego Redel

coquetel red florian贸polis


trends

PARA ONDE

CAMINHA A MODA BRASILEIRA? Ce n á r io s i ns távei s pedem m e d id a s p r á t ica s Entender a composição atual do que acontece ao nosso redor é conseguir projetar um futuro possível, baseado em conhecimento e correção de erros. A moda brasileira ainda bebe muito das fontes internacionais, das referências estrangeiras e da informação de moda que vem de fora. Talvez isso ocorra pelo fato de que as coleções internacionais ficam prontas antes do que as nossas. Enquanto vivemos o verão, no hemisfério norte é inverno, o que nos induz a espelhar a produção em função do que foi criado lá. Esse ciclo da moda está estabelecido há décadas, desde que a produção de moda como produto de venda começou a ser realizada, no tempo da Revolução Industrial. Outro grande fator de influência é o tamanho geográfico MODA CATARINA SEBRAE/SC

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do nosso país. As dimensões continentais se refletem na produção de moda em larga escala e um país com tantos climas diferentes precisa se adaptar a cada estação.

É preciso procurar alternativas Diversos cientistas e climatologistas afirmam que estamos à beira de um aquecimento global e na pele sentimos essa diferença ano após ano. Cada vez menos invernal, o Brasil se aproxima de altas temperaturas e sofre com um clima instável, ora chuvoso ora seco. Além da variação climática, a instabilidade econômica e política não tem criado um


A resposta está dentro de nós mesmos, dentro dos nichos de mercado e da indústria. cenário muito favorável para o comércio. Enquanto observamos o aumento de outras moedas em relação ao nosso Real, temos importadores em prejuízo, mas conseguimos apontar na exportação. Vários setores, como alimentação, indústria automotiva e habitação, acabam passando por dificuldades, e outras têm grande impulso. E como planejar as criações contando com tanta instabilidade? Segundo Costanza Pascolato, empresária e consultora de estilo e mercado, é necessário um alinhamento maior e pensar fora da caixa. “É preciso que as empresas se unam, que prestem atenção em cada um dos itens que precisam melhorar como gestão, marca e produto, e que trabalhem, estudem e sempre conversem uns com os outros. Unam-se!”, afirma Costanza.

“É preciso que as empresas se unam, que prestem atenção em cada um dos itens que precisam melhorar como gestão, marca e produto, e que trabalhem, estudem e sempre conversem uns com os outros. unam-se!” Costanza Pascolato

Indústria têxtil aliada à indústria criativa Ronaldo Fraga, estilista e ganhador de diversos prêmios de design, aponta saídas bem concretas para enfrentar épocas de instabilidade. “O tempo está pedindo mudanças, claro que não adianta uma mente criativa sem uma gestão maravilhosa e não basta uma gestão maravilhosa com produto ruim. Então é preciso unir as duas coisas. Nós precisamos criar pontes, mecanismos para aproximar os dois lados”, diz. Ele também acredita que Santa Catarina tem um potencial ainda inexplorado, seja pela falta de conexão entre as partes ou pela falta de informação da necessidade de que os lados precisam se reconhecer primeiro. “Santa Catarina tem uma manufatura que eu chamo de ‘saberes e fazeres tradicionais’ na renda, na madeira, nos calçados feitos à mão, no trabalho com o couro, aliada a um trabalho de ponta, com muita tecnologia. O dia que esse estado unir as duas coisas aí ninguém segura”, completa o estilista. 163

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Para ir além do simples produto, a moda precisa ter mais dinamismo, desde o chão de fábrica até o ponto final, envolvendo toda a cadeia. O futuro está nas oportunidades Para Michel Sarkis, CEO da InBrands, o segredo para a sobrevivência no mercado de moda está na gestão pontuada nas oportunidades. A companhia que ele preside surgiu em 2008 com um modelo de negócios que foi reestruturado, dando início à compra de grandes marcas de moda. Hoje o grupo reúne 13 grandes grifes no portifólio e fatura mais de R$ 1 bilhão por ano. “O planejamento é nosso ponto-chave, pois otimiza a oferta de acordo com a demanda e, com isso, conseguimos pensar e criar coleções com 12 meses de antecedência. Indicadores coletados mês a mês nos mostram quais pontos precisam ser melhorados”, disse Michel ao grupo de empresários do Moda Catarina em visita à empresa em julho. “Seguimos um modelo disciplinado e conseguimos acelerar nosso crescimento entre 2010 e 2012, enquanto vários outros players entravam em crise”, completou o CEO. “Hoje o que nós queremos consumir é muito mais do que roupas e sapatos. Nós precisamos e queremos visão de mundo, num contexto inteiro. Então os criativos precisam pensar além desse mundo, além do próprio desenho”

Conheça seu consumidor

Ronaldo Fraga

A publicitária e blogueira Cris Guerra é enfática ao afirmar que não adianta criar produtos apenas por produção, números ou ânsia em vender. “Talvez a resposta esteja em conhecer melhor quem é seu consumidor em vez de querer abraçar uma fatia de mercado muito grande. É preciso entender para quem fazemos bem a moda, qual é moda que sabemos fazer e quem é o consumidor que queremos conMODA CATARINA SEBRAE/SC

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versar. Conhecer melhor quem é seu consumidor pode ajudar bastante”, pondera Cris. Ir além de um cenário de incerteza e de crise pode ser a solução para um futuro no qual o fast fashion cria a necessidade de atualização a todo momento. “A moda está intimamente relacionada ao prazer e ao autoconhecimento. Tenha mais ousadia e menos medo, há descobertas bem interessantes nesse processo”, acredita Cris Guerra.

O segredo do handmade A estilista Isabela Capeto aposta no trabalho autoral e manual para o aporte do sucesso. Em entrevista à revista Vogue brasileira, ela diz que sua principal influência é o handmande, com uma forte inspiração na cultura brasileira. “No meu ateliê as pessoas não procuram a estação das roupas. Elas vêm em busca de uma peça cheia de brasilidade”, comentou.

“É preciso entender para quem fazemos bem a moda, qual é moda que sabemos fazer e quem é o consumidor que queremos conversar. Conhecer melhor quem é seu consumidor pode ajudar bastante” Cris Guerra

Uma moda feita para todos

“No meu ateliê as pessoas não procuram a estação das roupas. Elas vêm em busca de uma peça cheia de brasilidade” Isabela Capeto

É preciso ir além do que se vê nas vitrines, é preciso criar pensando que no fim, todos somos humanos, consumindo, vivendo, criando, nos alegrando e nos decepcionando a todo momento. Somos humanos, lidando com humanos, pensando e produzindo para o nosso povo, um brasileiro que não disiste nunca. Somos uma nação alegre, que mesmo no momento mais difícil, ainda sorri e estabelece laços. O futuro está no próprio futuro, incerto, mas que é preciso ter paciência, estudo, gestão, união e principalmente, fé. 165

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moda ca 150

empresas

4

c oordena dorias regionais

diretamente envolvidas no projeto

Apoio em feiras e eventos de acesso ao mercado

Dezenas de oficinas, workshops e treinamentos através do Circuito Moda Catarina, Bureau da Moda, Gestão de Processos, Visual Merchandising, Estamparia, Marketing Digital, E-commerce, Varejo, Compor tamento Consumo, Imagem e Moda, Mix de Produto

+de 1.200

pessoas impactadas diretamente nas micro e pequenas empresas

Participação nos principais eventos de moda do país SPFW, Minas Trend, Couromoda, FIT, Fenin, Francal, Casa Moda, TMFashion e Bijóias.

FLORIPA

FOZ

Florianópolis é a sede do SEBRAE/SC.

Região da Foz do Rio Itajaí-Açu e do Rio Tijucas

Produção de acessórios, semijóias, bijuterias e confecções de moda jovem.

A força do calçado, acessórios, da malharia, moda praia, lingerie, fitness, jeanswear e alfaiataria.

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catarina ano 2015

Missões tecnológicas

Acesse o site www.modacatarinasebraesc.com.br e confira a relação de empresas par ticipantes do projeto em 2015.

milhares de pessoas impactadas

A p oi o di r e to e m

nac ionais Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul internac ionais França, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos

100 de

grandes eventos de santa catarina

10

gran des n omes da moda brasileira palestran do

SC T r a d e S h o w P r o n e gó c i o I l h o t a Fa s h i o n Da y

4

macrorregiões

pessoas envolvidas nos atendimentos diretos

VALE

SUL

Região do Vale do Rio Itajaí-Açu

Região Sul do Estado

A tradição no Private Label, no jeans, camisaria, também na malharia, plus size e infantil.

Fabricantes de malharia, jeanswear, tecido plano, lã, tricot, surfwear, acessórios e couro.

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centros de moda

C e n t r o d e Pr o d u ç ã o d e M o d a

GRANDE FLORIANÓPOLIS A grande atividade de produção de acessórios, semijoias, bijuterias e confecções impulsiona o crescimento da região. O Projeto Moda Catarina da Regional da Grande Florianópolis vem atuando fortemente desde 2014, com foco em inovação e tecnologia voltados para o atendimento dessas empresas. A proposta do Centro de Produção de Moda é cada vez mais estimular o empresário a criar produtos com diferencial de mercado e agregação de valor, usando como referência a vocação e a cultura local como lifestyle. Para tanto, as capacitações são dirigidas dentro do conceito de indústrias criativas, propiciando condições para gerar e explorar a propriedade intelectual por meio de competências e de desenvolvimento da potencialidade de seus talentos. Essa nova postura gera grandes resultados e permite o redirecionamento e o crescimento de cada marca.

Pioneirismo e inovação O Moda Catarina iniciou com uma proposta até então pioneira no estado para os projetos coletivos. A estratégia foi abordar temas ligados ao setor e trazer profissionais de renome nacional e internacional, criando a oportunidade de a pequena empresa ter contato direto com conhecimento de vanguarda e novas tecnologias, provocando uma mudança na proposta de valor da cultura empresarial. O cronograma de ações do projeto segue uma linha de estratégia setorial, permitindo a transversalização e a troca de experiência entre dois segmentos (confecção e acessórios) e proporcionando a realização de ações conjuntas de valorização de cada marca no mercado nacional.

Highlights da atuação no Moda Catarina As ações estratégicas do projeto foram conduzidas em três eixos principais: capacitação, consultoria tecnológica e acesso ao mercado. Capacitação e consultoria em branding, cool hunting, imagem de moda, campanha individual e coletiva e pesquisa de tendências foram aplicados ao processo criativo. Outra ação de destaque e visibilidade é a participação de algumas empresas através do convênio com o SEBRAE Nacional e o Grupo Luminosidade – SPFW. Para atingir esse resultado, foi necessário criar uma curadoria interna, a fim de facilitar a identificação e a seleção de empresas com perfil para participar das ações do convênio, atingindo como resultado 100% de aproveitamento nas indicações realizadas.

Viagens que trazem resultados As missões de capacitação internacionais também são ações que influenciaram esse novo olhar. É perceptível que todas as empresas participantes do projeto já mudaram sua postura e forma de enxergar seu negócio através da rica experiência internacional. Muito design, criativade e pionerismo começaram a acompanhar as marcas.

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Fotos: Flavio Maurano | SEBRAE/SC - Centro de Produção de Moda Grande Florianópolis

F l ori anópol i s , S ã o J o sé , Pa lh o ça , B i guaç u e r e g iã o .



centros de moda

C e n t r o d e Pr o d u ç ã o d e M o d a

FOZ DO ITAJAÍ Br u sq ue, I l hota, C ane lin h a , Tiju ca s, I t a ja í, Itapema, S ão J oão B a t ist a e r e g iã o .

Busca pela diferenciação Muitas empresas estão no mesmo ramo de negócio, mas não se enxergam como concorrentes e sim como parceiras. Há espaço para todas nas ruas das cidades, e os empresários procuram esse alinhamento e optam pela união em vez da rivalidade.

Grandes têxteis e calçadistas Destacam-se na área têxtil os irmãos Renaux e o grupo AMC Têxtil (Colcci, Forum, Tufi Duek, Triton). No segmento calçadista, tem Raphaella Booz, Grupo Santos, Lia Line, Calçados Ala, Século XXX, Contramão, Menina Rio, Giovana Pash, Via Scarpa, Di Valentini, entre outros.

Highlights da atuação no Moda Catarina Para a Foz, o projeto realizou capacitações em gestão empresarial, modelos de negócios, consultorias tecnológicas em identidade, design estratégico, marketing digital, e-commerce, branding e pesquisas de tendências. As missões nacionais e internacionais tiveram o foco em relacionamento com o mercado, benchmarking, branding, tecnologia da informação, cool hunting e vendas, além da participação em feiras e rodadas de negócios. Consultoria tecnológica com Carol Baum, Paola Robba e Gisele Najjar desenvolvem o Projeto Design Estratégico e apresentam resultados no Showroom de Negócios Casa Moda e SPFW.

Um novo olhar sobre a moda A capacitação e a gestão, aliadas à produtividade e diversidade, trazem a necessidade de constante atualização. Mercado e consumo sempre são assuntos de destaque, em que as empresas buscam inovação tecnológica e força para seguir em frente, alavancando as vendas sempre. Neste sentido, grandes eventos são realizados na região: Ilhota Fashion Day, SC Trade Show e Pronegócios, que ao todo movimentam cerca de R$ 90 milhões por edição.

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Fotos: Miro | SEBRAE/SC - Centro de Produção de Moda Foz do Itajaí

A região da Foz se caracteriza pela grande produção de tecidos, malharia, moda praia, fitness, calçados e acessórios. É composta pelos Centros de Produção de Moda que entornam em sua maioria a Foz do Rio Itajaí-Açu e do Rio Tijucas e caracteriza-se pela variedade de empresas quanto ao segmento de atuação, ao tamanho, ao modelo de negócio e à capacidade produtiva. O Centro de Produção comercializa seus produtos principalmente para as regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste do país e também exporta para a América Latina, a Europa e os Estados Unidos. A região da Foz é reconhecida pela pluralidade de seus colonizadores – imigrantes poloneses, italianos, alemães e portugueses -, que trouxeram na bagagem suas experiências com fiação, tecidos e calçados. Essa cultura influencia na busca constante dos empresários por novas tecnologias, design e inovação.



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VALE DO ITAJAÍ Blu menau, G as par, R io d o S u l e r e g iã o .

Grandes têxteis e qualificação Há grandes e antigas empresas têxteis nessa região, como Dudalina, Hering, Karsten, Altenburg e Teka, que fazem com que Santa Catarina seja reconhecida como o segundo maior polo têxtil do Brasil. As grandes têxteis certamente desencadeiam a qualificação da população local na área de confecção, incentivam e promovem a criação de pequenos negócios, que inicialmente funcionam como facções para terceirização, e com o tempo passam a desenvolver autonomia e uma linha própria de trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho, o município tem 2 mil empresas do setor, que empregam 30 mil pessoas, o equivalente a 10% da população de Blumenau.

Produção interna Na globalidade de sua cadeia, as empresas contam, além da área de criação e branding, com grande parte da produção feita internamente (diferentemente da maioria das empresas de moda, que terceirizam esses processos). Ter controle da produção de forma interna permite maior controle da qualidade, dos processos e do produto como um todo, e se for bem administrada pode representar redução de custos com terceirização devido à eliminação de grande parte da logística e dos retrabalhos, principalmente.

Highlights da atuação no Moda Catarina O projeto trouxe ações focadas no desenvolvimento das necessidades do Centro de Produção de Moda, com destaque para as ações de branding e criação de coleções, um trabalho iniciado em parceria com a Perestroika desde 2014. O Vale também contou com a ampliação do acesso ao mercado, encontros empresariais, modelos de gestão, rodadas de negócios, participação de feiras e eventos e uma Missão Técnica ao Rio de Janeiro, que incluiu um curso de branding com Carlos Mach, da FARM. MODA CATARINA SEBRAE/SC

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Fotos: SEBRAE/SC - Centro de Produção de Moda Vale do Itajaí

A tradição na confecção e no setor têxtil cria o ambiente favorável aos novos negócios. Alfaiataria, jeanswear e malharia são alguns dos seus segmentos, com atuação também na produção de acessórios. O chamado Vale Europeu ou Vale do Itajaí, em Santa Catarina, é conhecido pela diversidade de sua atuação na moda, contando com diversas facções, empresas de private label, confecção em jeans, moda jovem, plus size, infantil, lingerie, dentre outros, evidenciando a região como um forte e diversificado polo do setor têxtil. Blumenau e região são conhecidas pela cultura de dedicação intensa ao trabalho de seu povo. Assim, as empresas locais normalmente têm mais facilidade para manter alta produtividade, inclusive em tempos difíceis, pois, além das crises econômicas que precisam superar, também lidam com frequentes desastres naturais como as enchentes e os deslizamentos.



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sul C ri c i úma, Tub a r ã o e r e g iã o .

Destaque para a cultura local A cultura local influencia diretamente o projeto Moda Catarina e permite que as empresas trabalhem muito com identidade de moda, tendo como foco as informações de posicionamento das marcas. Antes do projeto, muitas empresas acabavam buscando referências culturais e influências no exterior.

Vantagens de localização Como a maioria das cidades circunda a BR-101, o escoamento da produção e a facilidade de transporte são pontos muito positivos para a região. Além de trazer benefícios para as empresas, a geração de renda acaba sendo influenciada pelas tradições locais, positivando o consumo e as vendas.

Inspiração que vem da região Criar novidades nunca é uma tarefa fácil, mas a região Sul se caracteriza pela forte presença de suas raízes de colonização, o que reflete diretamente na força de trabalho e no perfil das empresas. Grandes e sólidas empresas de cerâmica acabam sendo fonte de inspiração para a maioria dos pequenos empreendedores.

Highlights da atuação no Moda Catarina No Sul do estado, o projeto prestou consultoria em PCP e finanças, para auxiliar o processo produtivo e financeiro das empresas. O marketing também teve destaque, além de fortes ações de posicionamento de marca. Cada vez mais as empresas alinham os perfis de acordo com o público e conseguem produzir com mais direcionamento e assertividade as suas coleções. Acesso ao mercado através de feiras e eventos também compõe as estratégias e ações na região.

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Fotos: SEBRAE/SC - Centro de Produçãpo de Moda Sul

O jeanswear é o ponto forte, juntamente com a malharia, o tecido plano, o surfwear, os acessórios e o couro, com grande parte das empresas focadas na área de vestuário. As empresas se destacam na produção tanto pela qualidade quanto pela capacidade produtiva das peças. O Centro de Produção de Moda do Sul atua fortemente em parceria com o Núcleo de Moda e o Sindicato do Vestuário, contando com a participação de mais de 30 municípios. Já o grupo “painel” é formado por empresas de oito municípios do Sul.



HOT TIPS

S ites co ncei tuad o s s obre t e ndê nc ia s de moda , co nsu m o, co m p o rtame n to e t e c nol og ia

Informação e Pesquisa www.abest.com.br www.abicalcados.com.br www.abit.org.br www.apexbrasil.com.br www.ffw.com.br www.guiajeanswear.com.br www.portugaltextil.com www.sis.sebrae-sc.com.br/setores/ vestuario/boletins-de-tendencia www.textilia.net www.trendsmindsets.com www.usefashion.com.br www.wgsn.com/pt www.worldfashion.com.br

Moda, História, Consumo & Comportamento www.asos.com www.blogdamariah.com.br www.blogdathassia.com.br www.businessoffashion.com www.camilacoelho.com www.carlin-internacional.com www.chatadegalocha.com www.coisasdediva.com.br www.consueloblog.com www.coolhunter.net www.costanzapascolato.com.br www.cupcakesandcashmere.com www.designboom.com www.divadamoda.com.br www.edelkoort.com www.elle.com www.farfetch.com www.fashioncoolture.com.br www.fashionmagazine.com www.garotasestupidas.com www.harpersbazaar.com www.hojevouassim.com.br www.honestlywtf.com www.hypebeast.com MODA CATARINA SEBRAE/SC

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www.justlia.com.br www.lalarudge.com.br www.laurenconrad.com www.lilianpacce.com.br www.lofficielmode.com www.machomoda.com.br www.manrepeller.com www.nellyrodi.com www.net-a-porter.com www.observatoriodesinais.com.br www.openingceremony.us www.peclersparis.com www.pinterest.com.br www.promostyl.com www.quaseperfeita.com.br/blog www.refinery29.com www.shopstyle.com www.showstudio.com www.style.com www.stylebubble.co.uk www.supervaidosa.com www.thebeautydepartment.com www.theblondesalad.com www.thesartorialist.com www.vipreview.com.br www.vogue.com www.walpaper.com www.weconnectfashion.com

Editoras de Moda www.annadellorusso.com www.businessoffashion.com/community/people/robbie-myers www.crfashionbook.com www.fashiongonerogue.com/ www.fuckyeahkatelanphear.tumblr.com www.giovannabattaglia.com www.instagram.com/annshoket/ www.katiegrand.com www.ninagarcia.com www.thecoveteur.com/miroslava-duma/ www.theguardian.com/fashion/fashion-blog+anna-wintour


Museus

Festivais de MĂşsica

www.centrepompidou.fr www.fashionmuseum.co.uk www.fondation-pb-ysl.net www.grandpalais.fr www.guggenheim.org www.inhotim.org.br www.lacma.org www.lesartsdecoratifs.fr www.louvre.fr/en www.mam.org.br www.metmuseum.org www.moma.org www.palaisgalliera.paris.fr www.tate.org.uk www.vam.ac.uk

www.coachella.com www.glastonburyfestivals.co.uk www.lollapalooza.com www.rockinrio.com.br www.sonar.es www.tomorrowland.com www.ultramusicfestival.com

Feiras e Eventos de Moda www.breadandbutter.com www.bubblelondon.com www.casamoda.com.br www.couromoda.com www.curvexpo.com www.denimpremierevision.com www.fashionbusiness.com.br www.fashionweekdates.com www.fenimfeiras.com.br www.gds-online.com www.inexmoda.org.co www.inspiramais.com.br www.interfiliere.com www.lingerie-swimwear-paris.com www.magiconline.com www.minastrend.com.br www.panorama-berlin.com www.premiere-classe.com www.premierevision.com www.premiumexhibitions.com www.saopaulopretaporter.com www.sctradeshow.com.br www.slfchinafair.com www.spfw.com.br www.vanfashionweek.com www.whosnext-tradeshow.com

Tecnologia www.canaltech.com.br www.gizmodo.uol.com.br www.info.abril.com.br www.olhardigital.uol.com.br www.techtudo.com.br www.tecmundo.com.br

Imagem e Moda www.annawolf.com www.annieleibovitz.tumblr.com www.artpartner.com www.avedonfoundation.org www.benhassett.com www.bobwolfenson.com.br www.danielklajmic.com www.davidbaileyphotography.com www.davidlachapelle.com www.demarchelier.net www.fuckyeahstevenklein.tumblr.com www.guipaganini.com.br www.gusmarx.com www.helmutnewton.com www.inezandvinoodh.com www.instagram.com/ellenvonunwerth www.jacquesdequeker.com www.jrduran.com.br www.mariotestino.com www.rankin.co.uk www.richardburbidge.com www.schiliro.com.br www.terryrichardson.com www.timwalkerphotography.com www.troublemanagement.com 179

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Registramos aqui o nosso agra dec imento espec ial a todas as empresas que c onfiaram no nosso trabalho e puderam c ompar tilhar c onosc o suas histórias. Nosso mui to obriga do por todo c onhec imento c ompar tilha do até aqui, foram momentos ric os de aprendizagem e evolução.

C onheça as empresas que par tic iparam do Proje to Moda Catarina através do si te

www.modacatarinasebraesc.c om.br





Viver numa era global e de acesso facilitado à informação nos faz refletir sobre as mudanças constantes no cenário econômico mundial. Líderes e investidores têm muitas razões para agirem com cautela. Grandes são os desafios macroeconômicos. Tradicionalmente, os sobressaltos dessa natureza indicam mudanças profundas e estruturais que definirão a agenda dos negócios no futuro não só aqui no Brasil, mas também no mundo. Apesar dos desafios diários do mercado, a postura do SEBRAE/SC, através do projeto Moda Catarina, permanece perseverante na implementação de melhorias nos processos, na busca por novos conhecimentos, no valor de marca e na identidade cultural traduzida em design de produto. Acreditamos que grande parte do valor está nas pessoas, no engajamento em tomadas de decisões compartilhadas e na busca por qualificação, superação e crescimento intelectual, elevando a qualidade da nossa gestão e, consequentemente, aumentando o resultado e a solução de nossas demandas junto aos nossos clientes, colaboradores, micro e pequenos empresários. É preciso seguir em frente, renovar a mente e buscar novas possibilidades, mantendo o olhar no futuro e levando na bagagem nossa riqueza cultural e as experiências adquiridas. O Moda Catarina resgata valores regionais, amplia nossa visão de mundo e nos inspira na busca por inovação, tendências, tecnologia e novos mercados potenciais.

Juntos podemos ir mais longe. www.modacatarinasebraesc.com.br


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