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Editorial Ficha técnica
Mola brick magazine Revista Quadrimestral Ano 1 – Edição #03 Maio – Agosto 2011 Editor - Projecto Gráfico Luís Vedorias Edição e Produção CAZULODESIGNERS® Praça Mártires da Liberdade nº 3 7050-356 Montemor-o-Novo www.cazulodesigners.pt Colaboradores: Américo Verde, Cristina Vaz, Filipa Porto, Luís Baixinho, Luís Reis, Luís Vaz, Marcos Bessa, Maria José Batista, Mike Doyle, Pedro Agnelo Richard Virag, Tito Nobre, Wagner Cavalli. Agradecimentos: Comunidade 0937, LUG Brasil, Ilha dos Piratas, Cazulodesigners, U-Plasma, Vaziostudio e para todos os fãs da Mola Magazine. Revisão Filipa Porto - filipaporto@gmail.com Tradução Claudia Pombinho Contactos www.molamagazine.com molamag@gmail.com
FOTO CAPA
(r)evolução (Inter)nacional
luis vedorias
Caro leitores e fãs de LEGO® Chegados ao número 3, é tempo de atravessar o atlântico e apresentar aos nossos leitores o LUG Brasil e saber mais sobre a maior torre do mundo construída com peças LEGO®. Vamos também apresentar um jovem construtor TFOL chamado Richard Virag e as suas construções. Nesta edição vamos mostrar 2 novas abordagens sobre o hobby LEGO®, com uma entrevista ao Pedro Agnelo, famoso tecnicista para a categoria das grandes construções e aprofundar sob o olhar de Luis Baixinho, o que os fãs mais dedicados andam a fazer pelo mundo fora com os famosos tijolos coloridos através da micro-escala, aprofundando assim o nosso conhecimento sobre outra das tendências deste hobby. O tema em portfólio vai destacar os CazuloDesigners® e um projecto gráfico para o público mais jovem, no qual o recurso às peças LEGO® foi fundamental. Aqui na Mola, também contamos com o apoio do já conhecido LEGO® Designer português, Marcos Bessa que nos traz directamente da Dinamarca a sua entrevista a um dos artistas do momento chamado Mike Doyle. Por fim, realçamos o tema de capa, que ilustra bem a ligação que temos com as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e a nossa paixão pelo hobby que nos une a todos, ao falar mais alto do dia de Portugal e de Luís de Camões numa reprodução bastante original do poeta num formato conhecido por Cube Dude. Não queria terminar sem deixar de agradecer todo o apoio que recebi dos nossos leitores, amigos, colaboradores e críticos. Esta revista é para todos os fãs que fazem deste hobby e com estas peças da LEGO®, construções e exposições de referência nacional e permitem ser reconhecidos lá fora, a nível internacional. Muito obrigado, continue a ler, a divulgar e a participar neste projecto comunitário que também é seu. Boa leitura!
Marisa Silva AFOL - Comunidade 0937
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ÍNDICE | INDEX
O melhor do LEGO® Portugal e Brasil 06
Comunidade \\ LUG
08
Perfil \\ AFOL Profile
10
Tendências \\ Trends
12
Exposição \\ Exhibition
16
Grandes Construções \\ Big Creations
20
Tijolos à Lupa \\ Set Reviews
24
Entrevista \\ Interview
30
Reportagem \\ Report
38
Marcas de Culto \\ Brands
LUG Brasil
Ricard Virag
Micro-escala (1ªparte)
Atrium 0937 - Coimbra
Entrevista: Pedro Agnelo
#8070 + #6754 + #10196
Mike Doyle por Marcos Bessa
LEGO Tower - LUG Brasil
Coca Cola - WIP (continuação)
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40
Portfólio \\ Designers
44
Peça à Peça \\ MOCs
54
Vida às Peças \\ Bricks in Life
58
Billund \\ Travel
62
Notícias \\ News Próxima Edição \\ Next Issue
CazuloDesigners
Obras Primas 2010 - Comunidade 0937
LEGO Ambassador - Américo Verde
Momentos Mágicos
06 10
12 30 24
54 40 www.molamagazine.com
COMUNIDADE | Lug
Texto | Wagner Cavalli
LUG Brasil LEGO USER GROUP Brasil Federação Brasileira DE UTILIZADORES DE LEGO DESDE 2008 O primeiro grupo brasileiro de fãs de LEGO® nasceu com forte inspiração na Comunidade 0937, uma vez que a maioria de seus fundadores já frequentava o forúm, tendo sido os portugueses os grandes incentivadores do grupo “além do Atlântico”. Como parte deste incentivo, foi cedido à “comunidade de brasileiros” um espaço no fórum para que o grupo se pudesse organizar , surgindo assim o LUG Brasil (no início com um nome diferente), e que acabou por se estabelecer como um sub-grupo da Comunidade 0937. Idealizado no final de 2007, o LUG Brasil foi fundado oficialmente com um almoço no restaurante do MASP, Museu de Arte de São Paulo, no dia 25 de Janeiro de 2008. Foi uma fundação simbólica com apenas sete pessoas, mas representativa de um bom grupo que se tornou cada vez mais numeroso e representativo das várias regiões do Brasil. Vários brasileiros também foram “capturados” noutros espaços importantes, como: PLUG e LUGNET, além de algumas comunidades de LEGO® em redes sociais, principalmente uma no Orkut que após a fundação oficial até incorporou o nome. Desde o início que os fundadores defendem que a comunidade dever ser real e não virtual, incentivando, ainda que regionalmente (o Brasil é muito grande), reuniões e trabalhos colectivos. Actualmente, pode afirmar-se que o LUG Brasil é uma grande Federação, composta por vários grupos em diversas regiões, mas que mantêm forte ligação entre si e a mesma linha de actuação. Apesar do centrados numa comunidade real, foi unânime a ideia de que reforçar a presença na Internet seria importante. Também era visível que muitos não se sentiam a vontade (na realidade tímidos) ao escreverem em português “brasileiro”. A criação de um espaço próprio surgiu assim de forma natural e como um ponto importante para reforçar a identidade do grupo. Foi então decidido a criação de um espaço próprio, o que veio a acontecer em meados do mês de Março, com a colocação online de um Portal, actualmente em reformulação, www.molamagazine.com
e de um fórum, oficialmente chamado de LUG Brasil. Com forte apelo cultural e de integração, o espaço inicialmente criado para ser um ambiente para adultos (AFOLS), rapidamente começou a receber a visita de adolescentes (TFOLS) e até crianças (KFOLS). Esta situação, levou a um cuidado redobrado com a moderação, principalmente em relação ao uso da língua e ao incentivo exagerado ao consumo. De forma mais específica, os objectivos da Comunidade são: - Promover a integração de todos aqueles que tenham o LEGO® como hobby; - Apoiar a comunidade nos seus projectos, principalmente ao nível do apoio técnico; - Divulgar o hobby e as criações dos membros, através da internet e exposições públicas; - Promover a integração dos brasileiros noutras comunidades de LEGO® e seus representantes; - Auxiliar os membros da comunidade na aquisição de peças para desenvolver seus projectos ou completar seus SET’s através de troca e compras colectivas; - Promover a cultura e cidadania através do LEGO®. Todos os meses existem várias reunião em diversas regiões do Brasil, algumas com mais de 30 participantes e, pelo menos duas vezes por ano, realizase um encontro nacional com a presença de membros de vários estados. Com o objectivo de se integrar no “mundo LEGO®” e tendo presente a distância aos grande centros consumidores de LEGO®, o grupo apoia a presença dos seus membros nos eventos internacionais, tendo-se marcado presença em eventos realizados na Dinamarca e Reino Unido. Este ano, é com grande expectativa que se espera poder participar em eventos na Dinamarca, EUA, Reino Unido, Holanda e Portugal. Reforçando esta ideia de integração, o LUG Brasil já acolheu fãs de LEGO® dos Estados Unidos, Canadá e Alemanha.
As exposições também são parte importante para disseminar o hobby e atrair novos membros. Exposições em pequenos espaços e lojas são frequentes para o LUG Brasil, como a já tradicional Expo-SC, realizada anualmente em Balneário Camboriú- Santa Catarina, que conta este ano, já com a 4ª edição. Para além destes eventos de menor escala, a LUG Brasil organiza ainda eventos de grande público. O maior recorde de público presente numa das nossas exposições, registou-se em 2009 na cidade de Porto Alegre, e contou com a presença de mais de 12.000 pessoas durante os dois dias de exposição, na qual estava patente ao público uma cidade com cerca de 30m2. Para além deste, dois dos eventos mais marcantes na história do LUG Brasil foram: - LEGO® Day, realizado em Setembro de 2008, que contou com a presença marcante do Sr. Kjeld Kirk Kristiansen, neto do fundador. Para um grupo que tinha menos de um ano de existência, foi um momento mágico. - LEGO® Tower Brasil 2011, que recebeu a visita de cerca de 10.000 pessoas e contou com forte participação de membros do grupo, além de uma exposição paralela ao evento. Há vários projectos em andamento, comunitários e individuais, mas as atenções estão agora voltadas para um evento/encontro que se realizará em Dezembro com a presença de membros de vários estados brasileiros. O evento ainda não tem nome, mas transformarse-á em tradicional. O Brasil recebe cada vez mais atenção do mundo e da LEGO® e se depender deste grupo, a “coisa está só começando”.
Fotos | Ildefonso Zanette
COMUNIDADE | Lug
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perfil | afol profile
Texto | Richard Virag
Richard Virag Construtor
Richard Virag de Andrade LUG Brasil O meu nome é Richard Virag de Andrade, mas sou conhecido apenas como Richard Virag no mundo LEGO®. Sou um TFOL brasileiro de quinze anos e construo MOC’s dos mais variados temas, desde carros, casas, animais, personagens, cenas e tudo o que eu possa imaginar em peças. Inspiro-me em situações e outras coisas do meu quotidiano, bem como em situações e experiências que presenciei em algum outro lugar. A minha paixão por LEGO® começou quando por volta dos cinco anos, altura em que me lembro de receber, dos meus pais, alguns pequenos SET’s. No início, via o LEGO® apenas como uma reprodução de manual. Com o tempo descobri que ao abrir a embalagem, existe um brinquedo que pode ir muito além do modelo sugerido no manual e ai experimentei a melhor sensação que já tive. E desde esses tempos, com aquelas poucas peças eu já conseguia montar coisas bem diferentes do modelo. No começo, era difícil montar coisas de uma única cor. Conforme fui ganhando ou adquirindo mais SET’s, tornou-se mais fácil criar um design mais bonito e harmonioso. Normalmente, quando fazia anos ou era Natal, os meus pais ou avós ofereciam-me SET’s. E assim, um a um, fui cada vez mais gostando do brinquedo. Hoje, e apesar de no início não perceber isso, não penso mais no LEGO® como os bloquinhos coloridos, mas sim como uma forma de criar, pensar e construir. A minha inspiração ao construir vem sempre de algo que gosto ou que acho bonito. Monto sempre temas diferentes, pelo que não me relaciono com um único tema. Sou um construtor de estilos distintos, o que provavelmente representa o que eu sou realmente. Gosto tanto de montar coisas estáticas quanto as que se movimentam e, por isso, cada conwww.molamagazine.com
strução é para mim, como um desafio onde uso da criatividade e da perfeição para atingir os melhores resultados nas minhas montagens. Quando comecei a usar a internet, tive acesso a grandes construções de outras pessoas e descobri o quanto o brinquedo era utilizado pelo mundo fora. Descobri concursos aqui no Brasil e fiquei muito feliz quando ganhei em primeiro lugar o 3º Concurso LEGO® das lojas RiHappy com um prémio de R$ 1.000,00 em produtos da LEGO®. Foi a partir daí que comecei a construir temas diversos e MOC’s muito mais detalhados, com os quais me identifico actualmente. E quanto mais eu vejo LEGO®, maior é a minha vontade de montar. Através do LUG BRASIL, apercebi-me dos muitos coleccionadores e apreciadores deste brinquedo que existem no meu país. Um grande evento que aconteceu na minha vida, foi quando uma pessoa muito especial aqui do Brasil chamada Débora e o seu filho Rodrigo, me doaram uma quantidade enorme de LEGO®. É uma daquelas histórias incríveis que acontecem uma vez na vida e que acabam por marcar o resto da mesa, coisa para se contar aos filhos e netos! Lembro-me da ansiedade com que estava porque não tinha noção da quantidade que me seria doada e quando vi todas aquelas caixas de LEGO®, percebi que encheriam o porta-malas do meu carro. Eram muitas peças, acho que à volta das 6.000, fora uma grande quantidade de manuais. Tinham SET’s lacrados que nunca haviam sido abertos! Não via a hora de ver tudo montado e ter uma sensação incrível de felicidade. Grande parte dos SET’s são da década de 90 e haviam muitas peças que eu nem sabia que existiam! O bom é que mesmo com o tempo, as peças estavam em perfeito estado e as partes eléctricas estavam todas a funcionar, o que mostra a qualidade do brinquedo LEGO®.
Estou-lhes eternamente grato, pois em função destas novas peças, posso montar novos e mais aprimorados MOC’s. Actualmente, além de montar, também mantenho um blogue (http:// richardvirag.blogspot.com/) e participo nas Comunidades 0937 e LUG Brasil. Já passei por uma pequena Dark Age sem actualizar o blogue ou manter contacto com as comunidades, mas sempre tendo em mente: “preciso voltar a montar”. Gosto muito de montar coisinhas pequenas para deixar espalhadas pela casa. Sinto-me muito bem ao montar e por isso é algo que faço frequentemente! Tenho ainda o sonho de conhecer a Legoland, tirar muitas fotos das magníficas construções que estão lá e comprar muito LEGO®. Outra coisa que também está nos meus sonhos é a possibilidade de trabalhar na fábrica da LEGO® como designer de SET’s.
“Deve ser muito legal trabalhar brincando!”
Fotografias | Richard Virag
perfil | afol profile
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tendências | trends
Texto | luís baixinho
Micro-escala (1ª Parte) Luís Baixinho Comunidade 0937
O universo do hobby LEGO® é tão vasto que divide-se naturalmente em temas. Muitos desses temas são os sugeridos pelos próprios conjuntos da empresa, por exemplo a Cidade, o Espaço, os Piratas, o Castelo e por aí a fora. No entanto, dentro desses temas existem tendências que são seguidas por grupos de AFOL’s. Algumas são mesmo transversais aos temas cruzando-os e, por vezes, ganhando uma importância própria. A micro-escala é uma delas. Possuí força suficiente para ter uma legião de fãs, independentemente do tema construído. Introdução Micro-escala compreende todos os MOC’s construídos numa escala mais pequena que a escala habitual da LEGO®, a do minifig. Torna-se facilmente popular entre os AFOLs que não possuem uma grande colecção de peças, devido à possibilidade de se criar MOC’s “grandes” sem a necessidade de um grande stock. É vulgar aparecerem grandes armadas espaciais que despendem pouco mais que uma centena de peças. Esta escala também permite a construção de objectos que numa escala minifig seriam praticamente impossíveis de se concretizar. Por exemplo, Minas Tirith do Senhor dos Anéis, o Imperial Star Destroyer da Guerra das Estrelas ou mesmo uma cidade real. Esta escala, como não é rígida, também suporta vários tamanhos. Isso pode ser fundamental na hora de construir, visto que podemos adaptar a escala às várias condicionantes como por exemplo as peças a serem utilizadas. Outro ponto importante para a criatividade, é a possibilidade de utilização de peças fora do contexto para que foram criadas. Por exemplo, a utilização de capas de minifigs como velas de embarcações. Esta forma de construção, por vezes, é também utilizada em conjunto com a escala minifig no uso da perspectiva forçada.
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Micro-escala na LEGO® A micro-escala foi utilizada pela LEGO® inúmeras vezes. Aliás, antes do aparecimento do minifig em 1978, pode-se considerar que era a escala utilizada preferencialmente nos conjuntos. Após o aparecimento do minifig, esta escala foi praticamente abandonada, exceptuando alguns conjuntos promocionais e outros de carácter mais genérico como os básicos. Com o virar do século e especialmente com a licença Star Wars a LEGO® voltou a utilizar esta escala com alguma frequência. O primeiro conjunto a fazer furor entre a legião de fãs foi o 10030 Imperial Star Destroyer de 2002 com 3104 peças. Na altura era o maior conjunto de sempre lançado pela LEGO®. O sucesso inesperado foi aproveitado pela LEGO® e o 10030 teve várias edições (curiosamente, houveram edições com os cinzentos velhos e outras com os cinzentos novos(1) e seguidores tanto em conjuntos gigantes como pequenas miniaturas das naves mais conhecidas em pequenos conjuntos. Mas os conjuntos em micro-escala não se limitaram apenas aos licenciados Star Wars. Em 2004, com o lançamento do LEGO® Digital Designer(2) a LEGO® lançou um concurso onde os vencedores veriam as suas construções em microescala editadas pela própria LEGO®. O resultado desta iniciativa foram os conjuntos 5524 Airport, 5525 Amusement Park e o 5526 Skyline. A LEGO® lançou também alguns monumentos reconhecidos mundialmente em micro-escala. Primeiro a 3450 Statue of Liberty de 2000 numa edição relativamente limitada e mais tarde, e já com alguma regularidade, o 10181 Eiffel Tower de 2007, o 10189 Taj Mahal de 2008 e finalmente o 10214 Tower Bridge de 2010. Não nos podemos esquecer também da representação desta escala nos conjuntos básicos CREATOR e nos Tiny Turbos do tema Racers. Por fim há que referir uma série recente que tão bem tem representado a micro-escala, o tema Architecture. Este tema, resulta de uma pareceria com o arquitecto Adam Tucker onde
têm sido lançados edifícios conhecidos (nomeadamente norte-americanos) como o Empire State Building e a casa Fallingwater. A escala e os AFOL’s A comunidade AFOL também tem utilizado muito esta escala como forma de construção. A página Web que mais tem contribuído para a sua divulgação tem sido a MicroBricks (microbricks.blogspot. com) do Bruce N.H., que tem mostrado o que melhor se faz a esta escala. Alguns concursos têm também utilizado esta escala. O exemplo mais regular tem sido o Mini Castle Contest no site Classic-Castle e que já vai na 6ª edição. O concurso, efectua-se entre Setembro e Outubro e serve de ante-câmara para o grande concurso do site, o Colossal Castle Contest. Na 4ª e 5ª edição do Mini Castle Contest, alguns membros da Comunidade 0937 participaram e obtiveram excelentes resultados. Na segunda parte deste artigo será descrito o panorama nacional em construções em micro-escala.
(1) a LEGO mudou a tonalidade de algumas cores entre 2003 e 2004. (2) software gratuito criado pela LEGO para a construção virtual com peças LEGO.
Fotografias | As imagens dos conjuntos são propriedade da LEGO®
“Argo” por Luís Baixinho, vencedor da categoria de movimento do quarto Mini Castle Constest
Tendências | trends
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10189 - Lindíssimo conjunto que representa em micro-escala o conhecido Taj Mahal
21009 - Farnworth House, um dos últimos conjuntos da linha Architecure
354 -. Police Heliport, um bom exemplo de 1972 da micro-escala pré-minifig
10030 - Imperial Star Destroyer da saga Star Wars com 3104 peças
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Exposição | exHibition
Texto | américo verde
Atrium 0937 LEGO Wear®
exposição de construções lego® - c.c. atrium solum coimbra - portugal Nos dias 09 e 10 de Abril de 2011, a Comunidade 0937 realizou mais uma acção de promoção das suas construções, no Centro Comercial Atrium Solum em Coimbra, em parceria com a loja LEGO Wear® Coimbra – Atrium0937. Esta iniciativa teve em primeira instância o objectivo da promoção dos trabalhos da Comunidade, procurando simultaneamente criar as sinergias necessárias para o sucesso da loja, na promoção dos conjuntos LEGO® e roupa de qualidade superior que tem disponível para idades até aos 12 anos. A experiencia vivida durante a montagem e a inauguração de uma exposição da Comunidade 0937 neste espaço, fizeram desta um ponto alto e a repetir oportunamente. Esta exibição criou assim, mais um excelente ponto de encontro de diferentes autores da mesma arte. Apesar de esta não ser a primeira parceria com lojas LEGO Wear®,nem a primeira com os franchisados, Francisco Santos Silva e Sofia Valada, a Comunidade 0937 foi convidada a promover aquilo que melhor sabe fazer, Arte com Peças LEGO®. Durante os dois dias, o CC Atrium Solum foi um espaço aberto aos amantes das construções LEGO® onde foi possível ver um fantástico display de Espaço, cenários Star Wars, uma espectacular mostra de máquinas de construção civil e carros de corrida assim como a famosa Catedral de S. Macário e a Torre de Belém; uma cidade fabulosa e super detalhada, o mundo fantástico do Castelo, e ainda uma estátua gigante, e uma área exclusiva para miúdos e graúdos poderem brincar e apreciar as peças LEGO®, gentilmente cedidas pela LEGO® Iberia. A Comunidade 0937 mantém assim o trabalho de promoção e divulgação que tem vindo a fazer, ao longo do tempo,
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dando a conhecer não só a Comunidade, como, todo o bom trabalho desenvolvido pelos membros que a ela pertencem. Estima-se que tenham passado por este evento, cerca de 3000 pessoas vindas de todo o país, mesmo sabendo que alguns visitantes seguem a Comunidade para todo o lado, o que representa um número muito interessante na perspectiva dos patrocinadores, Américo Verde, LEGO AMBASSADOR, representante da Comunidade 0937 e Francisco Santos Silva da LEGO Wear® Coimbra, dizem que esta iniciativa irá naturalmente repetir-se no tempo e no espaço, ficando para um futuro próximo mais acções de promoção da Comunidade e da marca que irão acontecer neste e noutros espaços LEGO Wear® à semelhança do que aconteceu em Dezembro passado, em Castelo Branco – Albi0937.
Fotografias | comunidade 0937
exposição | exhibition
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grandes construções | big creations
Entrevista | luís vedorias
Pedro Agnelo Grua Demag
lug - comunidade 0937 viseu - portugal
Quem és, qual a tua profissão e de onde és? Chamo-me Pedro Agnelo, sou médico e vivo em Mangualde (Viseu) Lembras-te qual foi a tua primeira construção em LEGO? Dúvido muito, já lá vão alguns anos Consideras-te um especialista TECHNIC? Neste momento, dado que estou numa segunda dark age, digo que não, no entanto penso que já o fui. Quais as tuas construções favoritas? Porquê? Resposta fácil: todas! É que cada uma representou um desafio muito próprio, ficando com uma sensação de superação depois de concluidas Como fazes para decidir o que construir? Lês sobre o assunto, escolhes um tema ou crias conforme as ideias? Normalmente é de “apetites”; tenho uma ideia e depois defino uma série de objectivos a atingir. Depois é estudar um bocado o tema, o que por vezes quer mesmo dizer estudar!
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Costumas apenas e só comprar peças ou também compras sets da LEGO? Compro das duas, continuo a apreciar muito o aspecto puramente lúdico dos sets LEGO, embora por vezes os compre pelas peças Explica-nos um pouco o teu percurso enquanto membro da comunidade 0937 e qual o papel da mesma na tua relação com o LEGO e as tuas criações. Conheci o Luis Baixinho através da net e foi ele que me indicou o (recem criado) fórum. Rapidamente me envolvi tendo desenvolvido o fórum e ajudado a criar a comunidade. Foi um momento de crescimento muito acelerado, com grande visibilidade quer a nivel nacional como internacional e claro que teve um efeito muito positivo na criação de MOCs, tanto mais que constituia um estimulo adicional. Depois conheci o Mecco e a coisa passou a exponencial! E a melhor parte são os convivios e as minis depois dos eventos... Pena é que alguns problemas me tenham tirado dessa rota prematuramente... Fala-nos uma pouco do teu MOC mais conhecido, a réplica da DEMAG? A minha réplica da Demag, ainda hoje a
acho impressionante tanto em tamanho, com 5,40 metros ainda está empatada com a do Alvin Brant pelo título de maior de sempre, como pela funcionalidade, levantando 6,6kg! Já pensei várias vezes fazer uma nova de raiz mas depois quando penso que demorei 11 meses a fazer esta… canso-me! Em que medida este teu hobby enriqueceu o teu dia à dia e vice versa? Como qualquer hobby de que se gosta, além de ser um momento de paz! Tens mais algum hobby para além do LEGO? Sim, faço BTT. Aliás, foi por causa de uma lesão desportiva que saí da primeira dark age! Algum projecto para o futuro? Em LEGO? Para já não... Se podesses resumir numa só palavra o que significa para ti o LEGO, qual seria? Imaginação
Fotografias | pedro agnelo
Grandes construçþes | big creations
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Tijolos a lupa | Set reviews
As imagens dos conjuntos s達o propriedade da LEGO速
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“O desenho é provavelmente o ponto mais forte deste Super Car.”
Super Car Review set #8070 Por Tito Nobre
Referência: 8070 Nome: Super Car Tema: Technic Ano de Edição: 2011 Número de Peças: 1281 Preço LEGO®: € 114.95 Preço por peça: € 0,0897 Dados de compra: Amazon - Fevereiro 2011 Instruções: 3 Livros ~A4 Autocolantes: Sim, 1 folha com 17 Minifigs: Não Modelos alternativos: 1 (Hot rod) Lista de peças: Sim, no terceiro livro e aqui
A construção A construção é terrivelmente confusa e maçadora! Tal como todos os modelos recentes são precisos demasiados passos para fazer qualquer coisa. As instruções dividem-se em 3 livros que contém mais de uma centena de passos, sendo em que em alguns deles apenas são colocados 2 ou 3 pins. Começa-se por fazer a “caixa de velocidades engrenagens” e acaba-se pelos painéis. Até aqui tudo bem mas pelo meio vamos adicionando uma peça aqui, outra ali... Estamos a meio de uma porta, vamos fazer um painel lateral e voltamos à porta! Podia ser muito mais interessante se o modelo fosse dividido em módulos, tal como este MOC bastante conhecido do Nathanaël Kuipers (aka Industrial Designer).
As peças Painéis... muitos painéis, precisamente 16 que permitem cobrir uma boa parte do carro dando-lhe umas linhas mais suaves. Apesar de não ter a transmissão motorizada, foram incluídas duas unidades de uma nova peça que vai permitir construir eixos de transmissão mais compactos e realistas. 92906 - Technic, Steering CV Joint Axle
O desenho O desenho é provavelmente o ponto mais forte deste Super Car. É enorme (45x21x12cm), tem linhas suaves e muito interessantes, especialmente as reentrâncias laterais. Eu não colei os autocolantes, pelo que algumas das imagens não são da minha autoria. Os autocolantes são muito subtis e não se perde nada em não os colar. O spoiler traseiro era perfeitamente dispensável pois acho que fica melhor sem ele. Havendo spoiler, acho que foi uma excelente ideia fazê-lo retráctil. O ponto mais fraco é mesmo a traseira pois fica com a caixa de pilhas à vista.
Também aparecem neste set várias unidades da nova peça 94925 - Technic, Gear 16 Tooth (New Style Reinforced) que eu ainda não possuia 94925 - Technic, Gear 16 Tooth (New Style Reinforced) Adicionalmente trás um Motor M e uma caixa de pilhas, para alem de todas as peças para uma suspensão independente “double wishbone” que já é habitual neste tipo de sets e que confere mais realismo.
OUTROS Destaco a colocação do manual de instruções dentro de um saco, juntamente com uma placa de cartão dura, para que não se danifiquem. CONCLUSÃO Apesar de ter uma excelente selecção de peças e um desenho bastante agradável e moderno, tem uma construção terrível. O bom deste set é que permite, com mais meia dúzia de peças fazer uma motorização decente para fazer vrum vrum à distancia!
Jogabilidade A “caixa de velocidades” é utilizada para funções estranhas (abrir portas, capot e spoiler traseiro) e o controlo com a caixa de pilhas é quase impossivel de controlar pois o switch nunca para no meio. No entanto possui uma HoGwiki por cima do eixo traseiro que permite controlar a direcção e fazer vrum vrum com muita facilidade. www.molamagazine.com
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Tijolos a lupa | Set review
“Obrigatória para quem gosta de LEGO ”
Family Home Review set #6754 Por Luís Baixinho
Referência: 6754 Nome: Family Home Tema: Creator Ano de Edição: 2009 Número de Peças: 976 Preço LEGO®: 59,95€ Preço por peça: 6,1 Cêntimos Dados de compra: MiniÂncora, Set. 2009 Instruções: 4 livros A4 com 56, 48, 64 e 76 páginas (os dois primeiros para o primeiro modelo, os restantes para os dois outros modelos). Autocolantes: Não Minifigs: Não Modelos alternativos: Os três modelos apresentados nos livros de instruções Lista de peças: Sim As peças Mesmo sendo um conjunto Creator onde as peças básicas abundam, o PPP é interessante. No sortido de peças que este conjunto traz, existem várias peças que se revelam imensamente úteis nas construções dos AFOLs. Temos por exemplo janelas, jumpers, variedade de bricks tan e as inevitáveis slopes vermelhas. De salientar também as 3 30586, peça incomum de grande utilidade.Acho que só peca por não ter mais janelas. A construção Só construí o primeiro modelo que se prolonga por 104 páginas! Existem alturas em que me pergunto mesmo se vale a pena juntar as peças de vários passos e montar tudo ao mesmo tempo. As instruções trazem a caixa das peças necessárias para cada passo, importante para um conjunto com muitas peças parecidas. A construção é relativamente fácil e na sua maior parte na orientação habitual de baixo para cima.
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O desenho Limitando-me ao desenho do modelo principal, a única coisa que me faz confusão é o pédireito da construção. 9 bricks no rés-do-chão e 8 no andar superior. Outro pormenor que achei também fraco é a ausência completa de janelas e pormenores na traseira do edifício. No entanto há que referir vários bons pormenores deste conjunto, desde a porta de correr, passando pelas janelas em off-set e chegando ao pequeno lago com um pato. Jogabilidade Apesar de qualquer um dos modelos servir perfeitamente como casa para os minifigs, considero que a maior jogabilidade deste conjunto é a própria construção em si. Temos instruções para três bons edifícios e peças suficientes e em boa variedade para dar asas à imaginação construindo vários tipos de casas. Conclusão Não parece mas acho este conjunto (e também as restantes casas Creator) um set multifacetado. Tem instruções para três boas habitações e que facilmente podem ser integradas no universo dos minifigs. Além disso serve perfeitamente como uma boa brincadeira de construção tanto para miúdos como miúdas. Por fim há que realçar a alta percentagem de peças úteis e fáceis de integrar outras construções mesmo só utilizando peças desta caixa. Obrigatória para quem gosta de LEGO como brinquedo de construção.
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“É mesmo belo, talvez o set mais bonito que eu conheço.”
Grand Carousel Review set #10196 Por F. L. D.
Referência: 10196 Nome: Grand Carousel Tema: Town Ano de Edição: 2009 Número de Peças: 3263 Preço LEGO®: 199,99 Preço por peça: 6,13 cêntimos Dados de compra: Toys ‘R’ US Instruções: Sim, 2 livros Autocolantes: Sim Minifigs: 9 Modelos alternativos: Não Lista de peças: Sim
As peças Acho que por muitas palavras que diga não dá para descrever a emoção de retirar 3263 da caixa. Quem pode acompanhar este momento no MSN eu apresentei uma definição que não se deve postar no fórum. Apesar de muita gente preferir gastar 200€ em peças, eu acho que para pessoas como eu (que gostam de fazer maioritariamente vignettes) este set é uma lufada de ar fresco. Já me ia esquecendo disto: o set dá música! A construção O set é REDONDO! Gostei bastante de construir este set, mas algumas vezes chateei-me imenso por não conseguir encontrar as peças ou por ter feito um erro que vai obrigar a desmontar tudo. Tirando isto a construção foi muito interessante, principalmente na parte da construção dos cavalinhos (acho que isto tem uma palavra própria, mas não me lembro). Ponto negativo: quando o carrossel está em andamento o chão ao tocar na roda levanta
ligeiramente e não fica seguro. Demorei 3 dias (com muita calma e alguma ajuda do Eínon) a montar tudo. O desenho LINDO! É mesmo belo, talvez o set mais bonito que eu conheço. No entanto há alguns pormenores que acho que podiam ser resolvidos de outra forma: como a cabine do supervisor, o tecto, e a zona do motor. Jogabilidade Bastante divertido e permite criar bastantes situações divertidas. No entanto nota-se muito bem que o set não está desenhado para brincar as casinhas. OUTROS Tem 9 minifigs! E 8 caras de jokers! Yeah! Também tem P.F., algo que eu já andava a procura a algum tempo. Aquela bandeira dourada é apenas a cereja no topo do bolo – literalmente. Segui a ideia do Eddie e construi uma pequena nave com as peças suplentes. CONCLUSÃO Acho que o set no geral é muito superior ao Grand emporium, no entanto a nível de pormenores o Grand emporium ganha. Para quem gosta de pequenos MOC’s que precisem de peças especializadas este set é muito bom. Definitivamente não recomendo este set para iniciar o bichinho (por causa do seu P.V.P.)
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entrevista | interview
Entrevista e Tradução | marcos bessa
Mike Doyle O artista do momento! AUTOR: MArcos Bessa BLOG: http://marcosbessa.blogspot.com Há alguns dias atrás mostrei-vos o seu trabalho, agora é hora de vos apresentar o homem por trás das obras de arte. Desde o meu último post sobre ele que estava a pensar em entrar em contacto para lhe fazer algumas perguntas. Mas na verdade, foi ele quem comunicou primeiro comigo para me agradecer por ter escrito sobre as suas criações. Aproveitei a oportunidade e convidei-o para uma entrevista por email, que ele prontamente aceitou. Então aqui está ele: Mike Doyle, o designer gráfico de 43 anos que tem captado a atenção dos fãs LEGO nos últimos tempos! Casado, pai de dois rapazes, de 4 e 8 anos, e a trabalhar numa agência de design em NYC, ainda arranjou tempo para descobrir uma nova forma de usar a sua criativadade e num curtíssimo espaço de tempo já conquistou o seu lugar entre a comunidade de fãs LEGO. Quando é que tiveste o teu primeiro contacto com LEGO? Eu lembro-me de brincar muito em miúdo - atirando todas as peças que recebia dos sets para uma caixa de cartão. Acho que construí as típicas coisas de criança, castelos, casas, naves espaciais e coisas assim. Eu era um miúdo introvertido, por isso passava muito tempo sozinho a desenhar, construir e reflectir. Hoje em dia, quais são os teus temas LEGO favoritos? Não sei. Se me perguntares sobre sets, não estou muito interessado em sets. Acho que se passa o mesmo com os temas. No que diz respeito a MOCs, realmente qualquer coisa é capaz de me interessar desde que seja diferente de tudo o que já tenha visto antes. Quando é que construíste o teu primeiro MOC (My Own Creation)? Bem, tecnicamente, quando era criança com aquela caixa de peças. Mas, depois de deixar o LEGO de lado na minha adolescência, voltei a pegar-lhe recenwww.molamagazine.com
temente (há cerca de 8 meses). E o meu primeiro MOC foi a casa abandonada Two Story, que eu chamei Two Story with Basement. Fala-nos um pouco sobre ela. Eu queria fazer algo diferente - para mim, isto era importante. Andava inclinado para edifícios. Além disso, sempre fui fascinado por casas abandonadas e pela beleza da degradação. Tudo junto fez-me decidir trabalhar nisto como uma série - isto é, uma série de casas abandonadas. Foi ponto assente desde o princípio que me iria limitar ao preto. Como muitos escultores que trabalham sobre a mármore branca ou moldam bronze, a minha criação seria monocromática. Achei que isto poderia elevar a obra e torná-la mais artística. E também tive alguma dificuldade em encontrar as cores certas para atingir o realismo que eu gostaria. À medida que esta primeira obra evoluía, comecei a acrescentar neve. A partir daí comecei a precisar de usar branco. Assim, a criação ganhou forma a preto e branco. Eu não tinha bem a noção do que estava a fazer. Sabia que tinha de ser algo grande para captar o grau de detalhe que eu queria. Mas eu não sei fazer muito mais do que empilhar “bricks” e “plates” (n.t. peças básicas LEGO). Passei muito tempo a examinar trabalhos de outras pessoas, a tentar perceber que peças usavam. Encontrei também uma série de guias em formato pdf com técnicas avançadas de construção. Finalmente, dei uma vista de olhos nas instruções do Café Corner para ficar a conhecer algumas das técnicas que os “prós” utilizavam. Na verdade, também vi alguns dos teus trabalhos - uma casa com um efeito de telha nas paredes (n.e. Lionheart Villa). Essa criação foi uma grande ajuda visto que me mostrou que era possível criar esse efeito. A direcção que eu tomo durante o processo de construção é talvez um
pouco diferente do habitual no que diz respeito à forma como visualizo o trabalho. Eu vejo-o como uma peça bi-dimensional (ou talvez 2.5D). Isto é, a minha atenção está focada na criação de uma única imagem - a melhor possível -, ao invés de tentar criar de um modelo completo e com bom aspecto visto de qualquer ângulo. Aproveito a profundidade inerente a um modelo 3D para dar mais vida à foto. Deste modo, ao invés de criar um modelo 3D para depois o fotografar, na minha cabeça, eu idealizo uma foto construída em 3D. A diferença está no facto de toda a energia visual e decisões estarem focadas num único “melhor” ângulo de visão, que será - por fim - a minha fotografia. Desta forma, tudo o que eu vou colocando na criação pode ser disposto da forma que melhor ficar para a foto. A tua segunda criação, a Three Story Victorian with Tree, tinha a ingrata tarefa de superar o teu primeiro trabalho, mas surpreendentemente conseguiste fazê-lo de uma forma brilhante! Não deve ter sido fácil! Obrigado, Marcos! Houve alguns momentos mais para o fim em que já me começava a sentir um bocado cansado, devido ao tempo que me estava a tomar. (Não consigo compreender como há quem consiga passar anos a trabalhar no mesmo projecto!) Porém, o mais importante é o facto de eu ser um verdadeiro apaixonado por isto - assim como tenho a certeza que tu e outros AFOL/MOCers são. Muitas vezes não consigo pensar em mais nada. De tal forma, que é a paixão que me vai guiando. A certa altura, quando me apercebia que algo poderia ficar ainda melhor, não tinha escolha senão tentar e tentar outra vez até ficar o melhor possível. Grande parte deste MOC foi construído e reconstruído 3 ou 4 vezes até chegar ao ponto que eu queria! Muito pela falta de experiência, mas também pelo empenho e a paixão por criar aquilo que eu já tinha completamente idealizado na minha mente.
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Onde arranjas as peças para as tuas criações? Todo o meu LEGO veio de vários vendedores do Bricklink. Adoro o site e o serviço que estas pessoas prestam. Tanto eles como o serviço são absolutamente fantásticos. No teu blog, tens à venda uma “Edição Limitada de Impressões de Coleccionador”. Onde foste buscar esta ideia? O que podem os teus “compradores” esperar disto? Tratam-se de adoráveis impressões, assinadas e numeradas, com cerca de 10’’ - 13’’ (dependendo das proporções da foto), limitada a apenas algumas centenas (200 - 500), dependendo da imagem. Eu desmontei estes trabalhos, por isso tudo o que resta deles são estas impressões www.molamagazine.com
e o que quer que esteja na Internet. Isto significa que quando se esgotarem, não haverá jamais outra imagem delas - tornando-as muito limitadas. As impressões vêm também acompanhadas por um certificado de autenticidade assinado, numerado e carimbado, uma nota que eu escrevi sobre a obra que inclui alguns informações adicionais sobre a mesma e ainda uma “pedaço” verdadeiro do modelo em si. Este pedaço está colado (para que permaneça intacto durante o envio, etc.) e guardado num pequeno saco de plástico preso a um postal. Este postal tem uma ilustração da obra e uma marca a demonstrar o exacto local de onde veio aquele fragmento. Normalmente, o fragmento é composto por 5-15+ peças, dependendo do tamanho destas, e no seu todo mede à volta de 4 centímetros.
A ideia de vender estas impressões surgiu quando estava a terminar a primeira obra. A despesa foi tão grande que eu precisava de arranjar uma forma de recuperar algum dinheiro para dar continuidade ao hobby. Adicionar ao “pacote” um “pedaço” da obra, foi a forma que eu encontrei de oferecer algo realmente único para além da impressão. Além do mais, tendo em conta o tema das criações, incluir um fragmento da própria obra pareceu-me perfeito. Onde vais buscar a inspiração? Em termos de edifícios e atmosfera, vou vendo fotos no flickr. Casas abandonadas, a forma como a neve se acumula, jardins abandonados, árvores caídas sobre casas são tudo coisas que procurei. Muitas vezes, num edifício que no
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Two Story with Basement Eu estava a “vigiar” o meu filho e os meus sobrinhos, ao mesmo tempo que me entretinha a construir também. Depois de uma hora ou duas, fomos para fora visto que o resto do pessoal estava à nossa espera, mas estávamos todos realmente cheios de vontade de voltar lá para dentro. Voltei para o meu quarto de hotel e comecei imediatamente a ver o que havia na Internet. Eu não fazia ideia se existiam adultos a construir com LEGO ou se as pessoas fotografavam as suas construções. Surpreso fiquei eu ao ver tanta coisa incrível! Não fazia ideia. De repente, aquele pequeno carro que eu tinha feito parecia tão trivial. Mas também me apercebi - através de todos aqueles trabalhos que encontrei - de até onde isto podia ir. Parecia não haver qualquer limite. Apesar de seres “novo na area”, já fizeste correr bastante “tinta” no “lado LEGO da Internet”. Estavas à espera disto? Como te sentes? Não propriamente. Eu sabia as minhas obras iam ter um aspecto diferente e que iriam gerar algum interesse, mas não fazia ideia que seria tanto e tão rápido. Eu imaginava que iria colocar no MOC pages a minha primeira criação e talvez algumas pessoas reparassem nela e depois, passados alguns meses ou um ano, talvez recebesse algum reconhecimento. Mas para minha surpresa, num intervalo de horas, tive mais vistas do que imaginava conseguir ao fim de um ano! Ajudou bastante o facto do Brother’s Brick ter postado a minha obra apenas algumas horas depois de eu a ter apresentado. Basicamente, tive uma grande sorte. seu todo nem é do meu interesse, posso encontrar um detalhe de deterioração que capta a minha atenção. No que diz respeito a técnicas, muita da minha inspiração vem dos vários MOCs que andam aí. Existe uma inovação de tal ordem que fico sem palavras. Olhar para eles ajuda-me realmente a ter uma melhor percepção de como se podem combinar as várias peças. Que tipo de preparação fizeste para as tuas primeiras criações? Basicamente, pesquiso imagens, como já mencionei, e vejo outros MOCs para perceber como é que os outros utilizam as técnicas. Visito regularmente todos os blogs e sites, como o MOC pages e flickr, para ver os trabalhos das outras pessoas. A escala é determinada
por uma peça LEGO que eu queira usar para um determinado fim. Por exemplo, na última criação, eu tomei como referência o tamanho de um tijolo normal da casa como sendo aproximadamente do tamanho de uma tile 1x2. A partir daí é só começar a construir. Normalmente preciso de refazer as coisas 3 ou 4 vezes até que elas fiquem “no ponto”, por isso funciona um pouco na filosofia do “vaise andando, vai-se vendo”. Tanto quanto sei és relativamente novo na comunidade de fãs de LEGO. O que é que te trouxe para este universo criativo? Tudo começou com uma visita à LEGOLAND este verão. Estávamos numa área onde podes construir o teu próprio carro e jogá-lo por uma rampa abaixo.
Em relação a como me sinto acerca disto, certamente que sabe bem receber o reconhecimento depois de todo o trabalho e despesa. Também é estranho ao mesmo tempo. Os comentários são tão entusiastas, que eu sinto que não mereço. Quando vejo as coisas incríveis que tanta gente faz por aí, e as técnicas que usam, eu penso sempre que nunca vou conseguir chegar ao nível delas. Há muita coisa realmente boa por aí! Felizmente, tenho uma boa capacidade de aprendizagem. Tudo isto também coloca uma enorme pressão sobre mim em relação aos próximos trabalhos. Eu sinto que tenho de fazer muito melhor da próxima vez e não sei se sou capaz. Na próxima obra, terei mesmo de me levar ao limite. www.molamagazine.com
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Three Story Victorian with Tree www.molamagazine.com
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Consideras-te um AFOL (Adult Fan Of LEGO)? Sim, AFOL. Alguma vez visitaste um evento de fãs? Se sim, qual? Não, mas espero ir para ver como é. Porque não começar com o próximo grande evento do meu LUG em Junho: 2.º Arte em Peças? :) Tens algum AFOL construtor de referência? És capaz de nomear alguns? Em termos de construtores AFOLs, sou péssimo a decorar os nomes e a associar as obras aos autores. Normalmente navego pela Internet apenas interessado nas criações. Existem, no entanto, alguns nomes que me vêem à cabeça: Katie (eilonwy77) que faz mosaicos incríveis. O seu trabalho é suficientemente diferente para se destacar. Também vi o Jordan Schwartz no Blocumentary e continuei a seguir os seus trabalhos. Lembro-me também do Sean Kenney e do Lino M.. O que podemos esperar de ti a seguir? A minha próxima obra será aquilo pelo que me entusiasmei no momento em que comecei a construir. Há algumas semanas atrás, dir-te-ia que iria recriar colecções, talvez de minerais. Mas agora, estou outra vez entusiasmado por começar outra casa. Acho que será uma casa de verão vitoriana junto ao lago, no inverno. Acredito que possam haver possibilidades bem interessantes aqui. Obrigado, Mike! Espero que tenham gostado de ler a entrevista tanto quanto eu gostei de saber tudo isto sobre este grande artista. Definitivamente alguém a não perder de vista no futuro!
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reportagem | REPORT
Texto | wagner cavalli
LEGO® Tower LUG Brasil
Maior torre do mundo criada com peças lego® São Paulo - brasil No início de Abril, cerca de dez mil crianças e adultos uniram-se no Brasil para construir a torre mais alta do mundo feita em bricks LEGO® de que há memória. Foram cinco dias de um divertido trabalho no parque de estacionamento de um centro comercial, na cidade de São Paulo, coordenado por três construtores que vieram da matriz da LEGO® especialmente para o evento. O evento foi aberto a quem quisesse participar, bastando para isso que se inscrevesse no local. Para reforçar a equipa, foram convidadas algumas instituições que participam do projecto de inclusão social “Brasil, Bloco a Bloco”, apoiado pela LEGO® Foundation, bem como escolas que utilizam o material da LEGO® Education. Os voluntários repartiam-se por seis tendas para construir cada um dos módulos definidos pelos construtores que, sempre animados, os ajudaram, bem como pelas equipas de monitores ali existentes. Na realidade, a diferença de língua nunca foi um problema, mas sim, um bom exemplo do que é, e pode ser, uma fonte de integração. Cada tenda comportava entre seis a dez pessoas e era só animação. Muitos, simplesmente colocavam as peças tentando ser os mais rápidos na conclusão das suas tarefas, outros tentavam fazer bandeiras, escrever nomes ou simplesmente um desenho que pudesse ser reconhecido quando fosse colocado lá em cima na torre. Os que se destacavam eram convidados a fazer as letras e números que iriam compor “Brasil 2011” e os nomes dos patrocinadores do evento. Estes módulos foram colocados numa área próxima da torre, aguardando o momento em que seriam erguidos, com o auxílio de um guindaste. Nesta altura, era bem visível a ansiedade de algumas das pessoas que tinham ajudado a construir o módulo no chão. É claro que o factor competição fazia www.molamagazine.com
parte da brincadeira, afinal todos queriam bater o recorde chileno alcançado em Outubro de 2010; porém a maioria queria mesmo era participar no maior evento LEGO® realizado no Brasil. Foi uma grande festa, sendo possível ver, durante todo o evento, pessoas a circular ou, simplesmente a aguardar a sua vez na fila. Para além dos muitos fãs de LEGO®, muitos dos curiosos presentes uniram-se ao grupo na altura em que a grande torre colorida subia. Algumas pessoas vieram de longe, pois não quiseram ficar de fora de um recorde como este. Na construção da torre, que alcançou os 31,19m, foram utilizadas mais de 500 mil peças, o suficiente para ultrapassar o recorde anterior de 30,94 metros, em Santiago do Chile. A última peça foi colocada pelo ex-jogador da selecção brasileira de futebol Cafú, na tarde de sábado (09/05), perante a presença maciça da imprensa. O Cafú é um jogador muito querido pelos brasileiros, o que tornou a festa ainda mais animada. O evento da LEGO® Tower contou ainda com uma pequena exposição montada pelos membros do LUG Brasil, o grupo de fãs de LEGO® do Brasil. A exposição fez muito sucesso, apresentando uma pequena cidade em peças LEGO®. A cidade foi sendo modificada ao longo da semana, tendo sido incluídos alguns MOC’s, enquanto outros iam sendo modificados pelos membros para que a maioria se pudesse representar. Como não podia deixar de ser, e para alegria das crianças, não faltou o comboio, que era mudado de tempos a tempos. Muitos detalhes nas construções dos modelos, foram razões suficientes para várias explicações a muitos dos adultos curiosos que por ali passavam. Foi interessante ver alguns adultos mais animados que os filhos, contando histórias das suas montagens com peças LEGO® enquanto crianças. Para além do comboio, o que também fez muito sucesso entre as
criançasm foram uma pequena réplica da própria LEGO® Tower, um pequeno cemitério ao lado da igreja, e o detalhe do macaco e da loirinha no topo do prédio. Durante todo o evento, as crianças também podiam participar numa oficina usando material da LEGO® Education. Mesmo as que não conheciam o material ficavam muito animadas com sua construção, contando animadamente aos pais o que tinham construído. As três actividades existentes complementavam-se entre si, na medida em que era possível observar o lado criativo dos adultos e das crianças com a exposição do LUG Brasil, ver o uso educacional com os monitores da LEGO® Zoom e o espírito desafiador que fazia parte da montagem da LEGO® Tower. Até os seguranças e técnicos de apoio arriscaram fazer algumas construções. As pecinhas LEGO® contagiaram todos e com certeza que quem lá esteve, jamais esquecerá. A LEGO® Tower ficou exposta até dia 14 de Abril, recebendo ainda muitos visitantes que, apesar de não poderem ajudar na montagem da torre, puderam brincar à vontade com as peças LEGO® e participar das oficinas. A magia começou a desfazer-se no dia 15, onde menos de 20 pessoas, desmontaram em apenas um dia o que 10.000 pessoas construíram em cinco dias. No entanto, quem esteve presente na operação de desmontagem garantiu: foi tão divertido quanto a montagem. Vamos aguardar a próximo recorde, mas que independente do número, o que vale é a festa e a confraternização.
Fotografias | Membros do LUG brasil
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Fotografias | Rosemary Nakano, carlos caneli
Fotografias | Ildefonso Zanette, Wagner cavalli
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Fotografias | Ildefonso Zanette
Fotografia | Ildefonso Zanette
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Fotografias | wagner cavalli, carlos caneli
Fotografias | Ildefonso Zanette, wagner cavalli, carlos caneli
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WIP work in progress...
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Portfolio | designers
CAZULODESIGNERS LOGZ - Atlantic Hub Acção de sensibilização - escolas | 6-12 anos Montemor-o-Novo - portugal
“Ideias e Esboços”
Elaboração de proposta gráfica www.molamagazine.com
Fotografias | luĂs Vedorias
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Portfolio | designers
A Logz é uma promotora de uma área dedicada à Logística, dotada das infra-estruturas e serviços necessários às empresas, pessoas e transportes, por forma a que seja uma verdadeira cidade logística.
Está a nascer uma cidade logística. www.molamagazine.com
Fotografias | luĂs Vedorias
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Peça à peça | MOCs
It’s Time...Mime Autor: nuno 2500 apresentado em 04/012/2010 Inicialmente chamado “Dressing Room of live”, este moc foi feito para participar no concurso do fórum The Brothers Brick intitulado “A Mime is a terrible thing to Waste”, tendo como um dos pontos de partida o Mimo da Lego minifigures - series 1. Quando li as regras pela primeira vez não me apercebi que o Mimo tinha que ser retratado numa situação de perigo de vida. Assim a primeira versão intitulava-se “Dressing room of live” porque o Mimo sentado em
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frente ao espelho está a sorrir mas o seu reflexono espelho (que é feito com outro Mimo) está triste, numa alusão ao que por vezes sentimos mas que acaba por não transparecer para os que nos rodeiam. Verificando melhor as regras e o detalhe do Mimo ter que aparecer em perigo de vida, introduzi a figura da morte no moc e coloquei uma das flores do ramo caída no chão.
O moc foi então rebaptizado para “It´s time, Mime”, representando a chegada ao fim da sua vida. Não usa grandes técnicas, apenas algum snot no espelho e nas gavetas e uma peça transparente oriunda de uma caneta LEGO para fazer o candeeiro da mesinha.
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Minion Autor: Evildead apresentado em 01/11/2010
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Peça à peça | MOCs
Honda RA272 Autor: Biczzz apresentado em 31/10/2010 Desta vez é um Fórmula 1 dos anos 60, a época em que os carros pareciam charutos com rodas. É o Honda RA272, o primeiro carro japonês que ganhou um grande prémio. Foi em 1965, conduzido por Richie Ginther no Grande Prémio do México. É um MOC numa escala um pouco maior do que a que costumo usar. Não foi muito fácil de construir. As formas curvas e suaves destes carros são sempre complicadas de recriar e os tubos e suspensão na traseira são bastante complexos. Este modelo tem direcção controlada pelo volante e o motor V12 pode ser visto quando se retira a tampa atrás do banco do piloto.
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Lionheart Villa Autor: marcos bessa apresentado em 01/05/2010 Este projecto, na verdade, ainda é um WIP. Depois do evento, e quando tiver fundos para isso, terminarei esta vivenda, aumentando a área dela para 6 baseplates 32x32 (3 x 2). Pretendo criar uma garagem, uns anexos e uma piscina, e vedar todo o espaço com muros. Mas isso ficará para mais tarde! Os interiores serão totalmente detalhados e, apesar de já os ter começado, ficarão também para a 2ª fase do projecto. A casa está criada com um esquema de modularidade diferente do habitual, propositadamente para permitir o fácil acesso a todos os detalhes no interior. Mas isso poderão ver melhor em PdC na montagem do Display de Cidade ou então quando o projecto estiver terminado!
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Peça à peça | MOCs
Summerfell Autor: Tânia Baixinho apresentado em 12/04/2010 Depois de tantos pedidos para versões alternativas das estações do ano, acabei por me decidir pelo verão. A estrutura é exactamente a mesma, foram retirados mais de 1200 cheeses (ai as minhas unhas e dedos...) e colocada vegetação e cores de verão. Acho que o resultado ficou simpático e parece-me que vai encaixar muito bem no display de castelo.
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Air Ship II Autor: NaNeto apresentado em 25/03/2010 No ultimo encontro em Lisboa, houve uma pequena prova que consistia em trocar MOCs originais com apenas 40 peças, lembram-se Pois é. E o MOC que recebi foi este feito pela Chissol. No entanto em vez de o mandar para peças, decidi fazer um pequeno MOD
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Peça à peça | MOCs
Classic Racer Autor: rupi apresentado em 08/02/2010 Passou a grande velocidade que já só lhe consegui fotografar a traseira. Este carro é vagamente inspirado no Alfa Romeu 8c Monza, dos anos 30. Como características especiais tem um sistema de “direcção” que me deu muito gozo a criar e também uma espécie de “suspensão”, que veio por acréscimo. E como já tinha referido... é vermelho
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Peça à peça | MOCs
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O pianista Autor: CATARINO apresentado em 27/01/2010 Aqui está uma vontade antiga em vários níveis. Primeiro, a de querer um piano. Segundo, a de querer construir um piano Lego. Felizmente estas ideias que vou tendo de tempos a tempos são mesmo a propósito das provas dos concursos. Aqui está o pianista!
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VIDA àS peçaS | bRICKS IN lIFE
Entrevista | Luís Vedorias
LEGO® Ambassador Américo Verde
Embaixador da lego - comunidade 0937 portugal Olá. O meu nome é Américo Duarte Verde, tenho 27 anos e sou técnico de Informática numa escola em Vila Praia de Ancora onde também vivo. Quando é que tudo começou? Nos finais dos anos 80, início dos anos 90 o meu pai trazia-me LEGO da Alemanha. O meu pai trazia os famosos “Baldes” da LEGO e Playmobil para os meus irmãos ligeiramente mais crescidos. Fazia construções de apoio para as cidades que montava em casa e em casa do meu primo. Eu e ele fazíamos autênticas cidades com montanhas ocupando tudo o que fosse necessário para dar mais realismo às nossas fantasias. Depois vieram as consolas, os computadores, o desporto, os amigos... Digamos que tive uma adolescência bem activa o que me fez afastar completamente do LEGO. Lembras-te do teu primeiro set? Enquanto criança, não me lembro, mas lembro-me do primeiro set que comprei em 2004 quando comecei a comprar novamente, foi o 7044 - Rescue Chopper do tema City :) Tiveste alguma dark age, se sim, o que te fez voltar ao hobby? Eu tive uma longa Dark Age, mais ou menos 15 anos. Em 2004, as coisas começaram de forma diferente e bem mais interessante. Estava a tirar o curso de Téc. de Informática na escola que actualmente trabalho, Ancorensis Cooperativa de Ensino. A escola organiza todos os anos uma demonstração de Robótica/Informática ao qual eu fui assistir. A apresentação foi feita por um conhecido do mundo LEGO, Luís Baixinho e depois disso começamos a falar mais frenquentemente. No final do curso, acabei por ficar lá a trabalhar e por conseguinte comecei a estar mais tempo com o Luís. Na altura ,visitar a Legoficina dele e da Tânia, foi um autêntico choque ver tanta peça de LEGO junta :) No verão de 2004 houve uma exposição em Caminha e eu fui lá visitar (os dias todos) conhecendo mais pessoal que www.molamagazine.com
também tinham o mesmo gosto: LEGO. Daí para a frente, foi sempre a crescer dentro do hobby . O que te fez acreditar que o LEGO era mais do que um simples brinquedo? Rapidamente percebi que construir com LEGO era muito mais que brincar. Estar de volta das peças é relaxante e faz-me esquecer dos problemas do dia-a-dia. Apesar de ser um hobby muito pessoal e individual, conseguimos ultrapassar essa barreira e tornamos o hobby num trabalho de equipa. Nos últimos anos a LEGO tem vindo a quebrar muitas barreiras. É um mundo à parte capaz de transformar pequenas peças de vários formatos em verdadeiras obras
Fotografias | Américo verde
vida às peças | BRICKS IN LIFE
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de arte. Capaz de explorar a criatividade ao máximo, provocar autênticos desafios, obrigando-te a usar toda a tua concentração quando estás a criar. Falando de uma maneira muito pessoal e apaixonada, o LEGO trouxe-me um novo modo de vida o que também me faz olhar para as coisas de maneira diferente. Fala-nos um pouco de ti e sobre o teu percurso enquanto AFOL. Enquanto AFOL, posso dizer que sou um verdadeiro entusiasta. Vivo o hobby com muita intensidade e daí que também se nota a minha dedicação por ele. Desde 2004 que estou directamente ligado ao que tem sido feito em Portugal pelo Hobby, primeiro na PLUG e depois na Comunidade 0937. De 2004 a finais de 2006 estive ligado à PLUG, sendo um dos fundadores da mesma. Desde 2006 que estou ligado à Comunidade 0937, sendo até o primeiro membro inscrito do fórum. O que era para ser um fórum de discussão e sem actividades offline, passou rapidamente a ser muito mais que isso, passou a ser um local de amigos para amigos que tinham os mesmos gostos, pessoas que se juntavam não só pelo LEGO mas também pela amizade que foram cultivando entre eles. Entre 2006 e 2009 fui mantendo sempre a minha regularidade no fórum e nos eventos. Desde 2009 que comecei a ter um papel mais activo na Comunidade em geral. Entrei para o MCP (Mindstorms Community Partners) que resumidamente é um programa idêntico ao LEGO Ambassador mas para o Mindstorms discutindo e falando só sobre Mindstorms. Juntamente com mais 5 membros da Comunidade 0937 entrei para o Builders Lounge, um comunidade fechada onde só entram aqueles que a gestão deste LUG consideram ser os melhores e mais criativos construtores.
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VIDA àS peçaS | bRICKS IN lIFE
Organizei a Viagem a Billund para os membros da Comunidade 0937 que culminou em Abril de 2010 e fui um dos organizadores do 1º Arte em Peças em Junho de 2010. Desde aí alguns eventos que foram acontecendo na Comunidade 0937 foram organizados por mim. Em Junho irá aparecer mais evento com a minha participação como expositor e organizador do evento - 2ª Arte em Peças LEGO(r) Fan Event in Paredes de Coura. :)
Comecei por comprar TECHNIC pelos mecanismos e como complemento para o Mindstorms, mas rapidamente descobri que era bem mais que isso e comecei a perder mais tempo com o Technic do que com o Mindstorms. Não estou nada arrependido, mas pretendo dedicar-me com mais atenção ao Mindstorms dentro de pouco tempo, porque tenho em andamento um projecto com este e bem interessante :)
Desde Novembro de 2010 fui escolhido pela Comunidade 0937 para ser LEGO AMBASSADOR tendo também entrado para o EuroLUG representando a Comunidade 0937 e poder dar participar também neste grupo de trabalho.
O que te faz ser um elemento activo na comunidade 0937? É uma excelente questão. Quando estou inserido num projecto, tenho de intervir, tenho de ter algo para fazer, gosto de fazer parte do grupo de trabalho e não apenas observar ou mandar fazer. Depois também existe o outro lado, ando sempre com ideias e projectos na cabeça, sempre activo e extremamente prático e como sou uma pessoa que normalmente dorme muito pouco, isso também ajuda a que seja um elemento activo e atento, tentando estar sempre em cima dos acontecimentos da Comunidade 0937 e da Comunidade LEGO em geral, não procurando com isso qualquer tipo de benefício ou protagonismo. Depois dos últimos anos a intervir de uma forma muito mais activa e atenta, a Comunidade passou a ser para mim uma
Qual ou quais os teus temas favoritos? e porquê? Os meus temas preferidos são o TECHNIC e o Mindstorms, desde sempre. Estes sãos os temas que mais me atraem, apesar de ter começado pelo City e Star Wars, temas que ainda hoje aprecio bastante, mas não construo nada. O MINDSTORMS é um tema muito atractivo para quem gosta de informática e robótica. A programação e a robótica em LEGO são verdadeiros desafios. Podermos programar e criar o nosso robot ao nosso belo prazer e desfrutar com isso não é com qualquer “brinquedo”. www.molamagazine.com
segunda família, o meu maior projecto e o meu maior desafio. Após teres sido nomeado embaixador quais foram as maiores mudanças na tua vida enquanto AFOL? Nos últimos 2 anos a minha maneira de ver o hobby tem sido diferente, como já disse anteriormente, muito mais activo e atento e por isso estando mais tempo online que o normal. Claro que a partir de certa altura e ainda não sendo L.A. já tinha um papel mais decisivo e preponderante sempre em sintonia com os fundadores e a equipa de gestão da Comunidade onde traçamos os objectivos que eram pretendidos pela Comunidade 0937 sem nunca perder a filosofia em que a Comunidade foi criada. Agora, a responsabilidade é maior porque tenho de cobrir várias frentes, tenho de estar atento a tudo o que se passa no Programa dos LEGO Ambassadors (Notícias, projectos, as novidades, os lançamentos, ideias novas que surgem,roll calls, etc), estar atento aos membros da Comunidade, ir fazendo algumas análises na participação deles, e acompanhar a Comunidade em geral para estar sempre dentro do assunto... Nem sempre é fácil. Claro que com isso, eu como construtor, fiquei um pouco aquém do que queria,
vida às peças | BRICKS IN LIFE
Fotografias | Américo verde
tenho de estar mais tempo online a “trabalhar” do que propriamente a construir. É possível fazer as duas coisas, mas confesso que perco agora muito mais tempo online do que há um ano atrás. Confesso que às vezes também é preciso ouvir alguém a chamar por mim da outra divisão da casa para me lembrar que já são horas de jantar ou que tenho de dormir umas horas. Posso concluir que mudou muita coisa! Qual o teu maior desafio enquanto embaixador da LEGO em Portugal pela comunidade 0937? O maior desafio é representar esta Comunidade que é bastante exigente da melhor forma possível e não desiludir os membros. A participação que é feita no programa dos LEGO Embaixadores é sempre no sentido de poder ajudar mostrando o que é muitas vezes feito por nós para crescermos e com a nossa experiência mostrar que podemos ser úteis num contexto internacional. A vantagem disto tudo é que os membros da Comunidade entendem como faço as coisas e isso facilita-me muito o trabalho.
Que balanço fazes destes meses enquanto representante da Comunidade 0937? O balanço é muito positivo. Até agora penso que a experiência tem sido muito boa e há situações que já aconteceram que confirmam isso.
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e claro dinheiro. Será uma coisa para ser feita com calma e sem grandes pressas porque terá de ficar exactamente como eu quero e com o grau de perfeição desejado. Mais para a frente irei revelar o projecto, para já ainda é muito cedo
Temos estado atentos àquilo que se passa noutros LUG´S e noutros eventos e estamos a tentar fazer com que isso também seja uma marca aqui. Visitar alguns eventos internacionais, falar com outros AFOL´s de outro países faz que esta experiência seja mais enriquecedora e que comece a reflectir naquilo que acontece dentro da Comunidade. É importante para mim ver que as pessoas percebem que existe muita coisas para explorar e que podemos sempre fazer melhor. Qual o teu próximo desafio com peças LEGO? Eu tenho um grande desafio em mãos Eu sou uma pessoa que adora máquinas e fazer modelos que possam ser motorizados ou que sejam autónomos. O meu próximo objectivo é esse mesmo. Fazer alguns modelos que possam responder autonomamente sem precisar de intervenção humana. É um projecto que me vai roubar muito tempo, peças www.molamagazine.com
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Blog sobre actualidade LEGO O Mão de ABS começou por ser um projecto individual sobre a divulgação de LEGO e outros mas com o tempo este projecto passou a ter mais colaboradores e a focar-se no tema LEGO(R).
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