Revista psicologia juridica

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Espaço do Editor

"Os homens agem sobre o mundo e o modificam e, por sua vez, são modificados pelas consequências de sua ação." – Skinner.

Lívia Ferreira

Monique Leite

Matheus Azevedo

Patrícia Silva


As Causas do Comportamento Figura 1 – Comportamento.

Fonte: www.comparaonline.com.br

O behaviorismo é geralmente acusado de estar associado à ideia segundo a qual não existem ideias inatas. O homem, nesta concepção, é uma folha em branco, a tabula rasa, e toda forma de pensar, conhecer e se comportar, é aprendida através da experiência do indivíduo ao longo da vida. Skinner, na verdade, ao contrário do que muito a gente acredita, rejeita esta concepção, para ele o comportamento é um misto: o organismo é dotado de comportamentos inatos baseados em sua dotação genética e de uma estrutura que o torna apto a adaptar seu comportamento às novas condições do ambiente, ou seja, aprender. O behaviorismo radical de Skinner é apresentado como a filosofia que se ocupa da ciência do comportamento. Ciência essa em que a análise da interação entre organismo e ambiente foi escolhida como a via para explicar os fenômenos que a psicologia se propõe a responder.

Como filosofia da ciência do comportamento, o behaviorismo apresenta um conjunto de ideias que, em muitos casos, oferece uma visão diferente daquela que tradicionalmente costumamos acreditar acerca de nosso comportamento. Quase todas as teorias da mente sustentavam que essa era um espaço não-físico, de uma natureza especial que não estava submetida às mesmas leis da natureza. Numa análise comportamental, a pessoa é um organismo, um ponto em que múltiplas


condições genéticas e ambientais se reúnem num efeito conjunto. As ditas personalidades são manifestações de repertórios complexos de comportamentos gerados a partir de determinadas contingências de reforço. Dada a possibilidade de tomarmos o comportamento como objeto de estudo científico, subentende-se a ideia de que ele é determinado por leis ordenadas sobre as quais podemos elaborar explicações, possibilitando a previsão e controle dos determinantes.

O Mundo Dentro da Pele Figura 2 – Exemplo de essência.

Fonte: flavioflorencio.wordpress.com

Skinner reconhece a importância da pesquisa fisiológica: o organismo não é uma caixa preta e devemos considerar aquilo que sabemos acerca de seu interior. Mas, ao separar, por uma questão de método, o ambiente exterior do mundo dentro da pele, ele deixa a cargo da fisiologia e da anatomia a explicação deste último. Otimista com um futuro no qual finalmente essas ciências poderão explicar nossa biologia, ele se limita, em sua época, a estudar o comportamento a partir do controle que lhe é exercido pelo ambiente. Chegará o dia então, dizia ele, em que o


fisiologista oferecerá os pormenores do comportamento, encarando o organismo por aquilo que ele é, no momento em que age, e como chegou nessa condição em consequência de sua previa exposição ao meio, enquanto membro de uma espécie e enquanto indivíduo.

O Comportamento Inato Os comportamentos inatos representam mecanismos biológicos pré-ajustados que determinam padrões de respostas que são manifestadas frente a estímulos específicos.

Dessa

forma,

quando

ferido

ou

ameaçado,

um

organismo

provavelmente atacará batendo ou mordendo; ou quando receber um estímulo visual do que representa possivelmente um predador, o organismo terá reações de luta ou fuga. Esses são exemplos de respostascomportamentais determinadas pela dotação genética do organismo. A seleção natural apresentada por Darwin, e o valor dessas respostas na luta pela sobrevivência são ideias fundamentais na compreensão de como estes comportamentos evoluíram e passaram a constituir a genética da espécie. A relação entre um comportamento subjacente à fisiologia e um estímulo é chamado reflexo, que foi objeto de estudo dos primeiros behavioristas. A pesquisa de Skinner dá continuidade ao behaviorismo chamado metodológico, mas a sequência de seu trabalho leva-o a elaborar uma nova teoria, de outro tipo de relação entre organismo e ambiente: o comportamento operante. Além de determinar a estrutura biológica da espécie, a ideia de seleção sobre variáveis é tomada por Skinner para explicar a modelagem do comportamento: seleção do comportamento pelas suas consequências. Para Skinner, o processo de aprendizagem suplementa a seleção natural. Em sua visão, o comportamento do organismo é determinado tanto pela história evolutiva da espécie (filogenética), quanto pela história de vida do organismo (ontogenética) Os comportamentos inatos, pré-programados, podem não ser suficientes se o meio

no

qual

o

organismo

vive

se

modifica

constantemente.

Alguns

comportamentos, com consequências importantes para sobrevivência, poderiam não se tornar alvo da seleção natural, pois não constituem traços direcionados a aspectos suficientemente estáveis do ambiente. Foi, evolutivamente falando, mais


interessante para muitas espécies desenvolver meios para que o organismo adaptasse seu comportamento ao meio ao longo de sua história de vida. Dessa forma, paralelo aos instintos, alguns mecanismos evoluíram para tornarem os indivíduos capazes de adquirirem comportamentos ajustados às novas condições do meio ao longo de sua existência. Por intermédio da aprendizagem, durante a vida do indivíduo, estes comportamentos tornam-se eficazes para sobrevivência deste, já que sua capacidade de lidar com seu meio torna-se grandemente ampliada.

O comportamento Operante O processo de condicionamento operante é basicamente simples, quando um comportamento tem o tipo de consequência chamada de reforço, há maior probabilidade de ele ocorrer novamente”. Um reforçador positivo fortalece qualquer comportamento que o produza um copo d’ água é positivamente reforçador quando temos, sede e se então enchemos e bebemos um copo d’água, é mais provável que voltemos a fazê-lo em ocasião semelhantes. Um reforçador negativo revigora qualquer comportamento que o reduza ou o faça cessar: quando tiramos um sapato que esta apertado a redução do aperto: é negativamente reforçadora e aumenta a probabilidade de que ajamos assim quando um sapato estiver apertado. Consequência importante do comportamento, que não poderia desempenhar um papel na evolução porque não constituem traços suficiente através dos meios tornam-se eficaz, por intermédio do condicionamento operante, durante a vida do individuo, cujo poder de haver-se com o seu mundo é assim grandemente ampliado”.


Figura 3 – Condicionamento operante.

Fonte: www.doglink.pt

As sensações de reforços O fato de o condicionamento operante, como todos os processos fisiológicos, ser em produto da seleção natural, lança luz sobre a questão de quais tipos de consequenciais são de reforços e o porquê. Diz-se comumente, que uma coisa é reforçadora porque aparece boa ao tato, ao olhar, ao ouvido, ao alfato ao gosto, mas, do ponto de vista da teoria da evolução, uma suscetibilidade do reforço devese ao seu valor de sobrevivência e não a qualquer sensação que lhe esteja associada. As vezes, é possível descobrir o que reforço uma pessoa perguntando-lhe simplesmente do que é que lhe gosta ou como se sente acerca das coisas. O que ficamos sabendo assemelha-se aquilo que aprendemos testando o efeito de um reforço: a pessoa esta falando acerca daquilo que a reforçou no passado ou daqueles que ela se vê: “buscando conseguir”.


Figura 4 – A sensação de reforços.

Fonte: www.psicologiaeciencia.com.br

Sentimos associados com esquemas de reforços A probabilidade de uma pessoa responder de determinado maneira de reforço operante muda á medida que as contingências mudam. Quando certo ato é quase sempre reforçado, diz-se que uma pessoa tem uma sensação de confiança. Um jogador de tênis informa que pratica uma jogada particular “até sentir-se confiante”, o fato é que a pratico até certa proporção de suas jogadas serem bem sucedidos. A frustração é uma condição muito diferente, que inclui a tendência frequentemente características de uma falta de reforço, de atacar o sistema Muitos reforços ocorrem intermitentemente e os esquemas porque são programados geram condições discretas por uma ampla gama de termos. Os chamamos esquemas de razão fornecem muitos e bons exemplos. Quando a razão entre respostas e reforços é favorável, atribui-se o comportamento comumente a: 1. Zelo, diligência ou ambição. 2. Determinação, obstinação, persistência ou compulsão (continuar a responder durante período de tempo seu resultados) . 3. Excitação ou entusiasmo ou; 4. Dedicação ou compulsão


A razão entre respostas e reforços pode ser “esticados” ate tornar-se assaz desfavorável. Isso ocorreu em muitos sistemas de incentivo, como o de remuneração por peça das industriascaseiras no séc. XIX”. Figura 5–Exemplo de emoção associados com esquemas de reforços.

Fonte: www.wikihow.com

Estímulos Adversativos e Punição Os estímulos adversativos, os quais produzem uma serie de condições corporais sentidas ou introspectivamente observadas, são os estímulos que funcionam como reforçadores quando reduzidos ou eliminados. A punição é facilmente confundida com reforço negativo, algumas vezes chamado” controle adversativo”. Os mesmos estímulos são usados e o reforço negativo pode ser definido como a punição visa a remover um comportamento de um repertorio, ao passo que o reforço negativo gera comportamento. As contingencias punitivas são exatamente o contrario do reforço. Quando uma pessoa bate numa criança ou ameaça bater-lhe porque ela se portou mal, esta apresentando um reforço negativo em vez de elimina-lo, e quando o governo multa um infrator ou o Põe na cadeia, esta removendo um reforçador positivo (ou uma situação na qual o comportamento pode ser positivamente reforçado), não apresentando um reforçador negativo.


Aquilo que uma pessoa sente quando esta numa situação em que foi punida ou quando se empenha num comportamento que foi previamente punido é coisa que depende do tipo de punição, o qual, por sua vez, depende frequentemente do agente ou instituição punitiva. A condição experimentada como vergonha, culpa ou sentimento de pecado não se deve simplesmente é ocorrência anterior de um estimulo adversativo. A frequência, a severidade e o esquema de punição geram outros aspectosdo comportamento geralmente atribuídos a sentimentos ou traços de caráter. Em muitos exemplos familiares, o comportamento tem tanto consequências reforçadoras como punitivas. Figura 6 – Exemplo de punição.

Fonte: lpniceia.wordpress.com (2008)

Perceber ou Receber? Segundo a concepção tradicional, uma pessoa responde ao mundo que a cerca no sentido de agir sobre ele. Etimologicamente, experimentar o mundo é pô-lo á prova, é percebê-lo é captura-lo- toma-lo e possuí-lo. Para os gregos, conhecer era ser intimo de claro que uma pessoa não podia capturar e possuir o mundo real, mas podia fazer passos não podia fazer copias dele e tais copias eram chamados dados, com as quais realidade.

pessoa trabalhava em vez de trabalhar

com a própria


O controle, por estímulos, do comportamento operante O ambiente afeta um organismo depois, bem como antes, de ele responder. A estimulo e respostas acrescentamos a consequência e não se trata de um terceiro numa sequencia. A ocasião em que o comportamento ocorre, o próprio comportamento, e suas consequências estão inter-relacionados nas contingencias de reforços que já foi examinados”. Como resultado de seu lugar nessas contingencias, um estimulo presente quando é reforçadas adquire certo controle sobre tal respostas. O papel do estimulo da ao comportamento operante caráter especial. O comportamento não é denominado pelo cenário atual, como parecia ocorrer na psicologia do estimulo-resposta; não é limitado pelo estimulo”. Figura 7 – A caixa de Skinner.

Fonte: Café com ciência blogspot.

Experiência versus realidade As grandes diferenças naquilo que se vê em diferentes momentos num determinado cenário sugere que um estimulo não pode ser descrito em termos puramente físicos”. O behaviorismo tem sido acusado de não reconhecer que o que importa é “como a situação parece a uma pessoa” ou “ como uma pessoa interpreta certa situação “ ou “ que significado uma situação tem para outra pessoa”.


Parte da historia pertinentes a concepção pode ter ocorrido durante a evolução da espécie. Aquilo que é visto parece “ afastar-se do mundo dos objetos” por exemplo, nas ilusões acima mencionadas, em algumas das quais se diz que a mente “ infere e prediz a realidade a partir de dados incompletos”, quando deveríamos dizer, em vez disso, que, em virtude de sua dotação genética, uma pessoa de forma possivelmente constituído de estímulos fragmentários “. A distinção entre um mundo físico e um mundo mental, mais comumente encontrada nas culturas ocidentais, presumidamente surgiu, assim como a supostas descobertas do espírito de Platão, do esforço de solucionar o problema dimensional da vida mental; na havia espaço suficiente no corpo para as copias do mundo que uma pessoa parecia possuir.

O Conhecer

Figura 8 – Conhecimento.

Fonte: www7.tjce.jus.br


A ideia mais importante de Skinner abordada neste capítulo é a sua perspectiva em relação ao conhecer, que se dá através do comportamento. Ele afirma que o conhecer é o que as pessoas possuem de conhecimento e a evidência disso é o comportamento. Traz uma proposta do que significa possuir um comportamento. “O comportamento só existe quando está sendo executado. Sua execução exige um sistema fisiológico que inclui órgão motores e receptores, nervos e um cérebro.” (SKINNER).

De acordo com essa perspectiva, conhecer é simplesmente estar em contato com algo, de ser íntimo de algo. Admite-se que o contato altera o comportamento. Por conhecer e saber de coisas, fazemos de formas variadas diferentes coisas. O autor trata de todas as formas de conhecer e parte do pressuposto de que todas as formas de conhecer dependem de exposição prévia a esforço, porém afirma que podemos formular instruções simples, orientações, regras e leis em seus vários tipos de conhecimento. Segue com a indagação a respeito da experiência, se a mesma advém do conhecimento. Cita empiristas ingleses como Jonh Locke, o qual afirmava que qualquer contato com o ambiente estimulador associava um conhecimento ao outro e que deriva das contingências completas. Admite o conhecimento como poder e como contemplação, de acordo com essa perspectiva o comportamento operante é essencialmente o exercício do poder, que tem um efeito sobre o meio. “Há lugar, numa análise behaviorista, para um tipo de conhecimento carente de ação e por isso carente de poder. Não é preciso comportar-se de forma ativa para sentir ou observar, por introspecção, certos estados normalmente associados com o comportamento.”

Partindo desse pressuposto a ideia de que afirma ser conhecimento contemplativo, associa-se ao comportamento verbal e com o fato de ser antes o ouvinte, e não o falante, que assume a ação. Trata do comportamento verbal como papel de destaque no conhecimento contemplativo, porque está adaptado ao reforço automático: “O falante pode ser seu próprio ouvinte. Há comportamentos nãoverbais que produzem o mesmo efeito. Respostas perceptivas que


esclarecem

estímulos

e

resolvem

perplexidades

podem

ser

automaticamente reforçadoras.”

Para Skinner, a compreensão às vezes significa saber as razões. Que deriva da palavra repetição. Diz que, pode-se compreender o que alguém diz, quando se repete corretamente o que foi dito e que para isso é necessário que conhecimento acerca das variáveis controladoras e das circunstâncias nas quais teria dito. Trata-se de responder e descrever algo com mais exatidão e êxito. A partir disso verificamos que o conhecimento como posse da informação. Traz a ideia de que campo do comportamento verbal, aplicada ao fluxo sonoro de fala entre o falante e o ouvinte ou aos sinais de uma carta enviada ao leitor. A mensagem tem uma condição aparentemente objetiva. O reforço transmite a informação e depende dos estímulos diversos que ocorrem no momento. Apresenta a teoria da informação individualista como cópia, através do armazenamento por meio de códigos ou de um modo diverso. Destaca que, diante da Ciência se reproduz a objetividade, a qual se dá o conhecimento científico: “... é favorecido por testes de validez, provas práticas que reduzam ao mínimo as influências pessoais e outras partes do método científico. Contudo, o corpo da Ciência - as tabelas de constantes, os gráficos, as equações, as leis - não possui poder próprio. Só existe por causa de seus efeitos sobre as pessoas. Só uma pessoa viva conhece a Ciência no sentido de agir sob seu controle em relação à natureza. Mas isto não equivale a dizer que " cada caso de conhecimento implica haver-se a pessoa de alguma forma com o subjetivo e o fenomenológico ".

Além de afirmar que o conhecimento é subjetivo no sentido trivial de ser o comportamento de um sujeito, mas o ambiente, presente ou passado, que determina o comportamento, está fora desse sujeito. Skinner avançou apoiando a ideia de que os ismos pertencem ao campo do conhecimento e que explicam alguns dos variados comportamentos à cultura de cada um. “Uma filosofia, um clima moral, uma consciência de classe e um espírito de época são outras posses intelectuais que pertencem ao campo do conhecimento e que explicam alguns dos vastos padrões de comportamento característicos de um povo, de uma classe, de um período ou de uma cultura. Diz-se que uma pessoa age ou fala de determinada


maneira porque é pragmática, membro do proletariado, praticante de um código de ética profissional ou behaviorista.”

O Mundo Interior da Motivação e da Emoção Figura 9 – Exemplo de expressão facial.

Fonte: http://cmapspublic3.ihmc.us/rid=1J6VVCS2R-CVL0NDNBC/As%20Emo%C3%A7%C3%B5es%20-%20oito.bmp

Segundo Skinner, há outro aspecto da vida mental, relacionada aos instintos, pulsões, necessidades, emoções e atividades impulsivas ou defensivas. Destaca a palavra “psique” reservada para designar a vida emotiva e motivacional, os quais não estão inteiramente desligados. Exemplifica o reforço operante que torna o comportamento controlável por tipos particulares de privação e de estimulação diversa. Inicia este capítulo tratando da personalidade, que a define como “um repertório

de

comportamento

partilhado

por

um

conjunto

organizado

de

contingencias”. A composição da personalidade se dá através do comportamento composto de um eu e adquirido da sociedade. “Contingências conflitivas levam a repertórios de comportamento conflitivos, mas todos são apresentados por um só corpo, por um membro da espécie humana. O que uma pessoa é, de fato, pode significar o que seria se pudéssemos tê-la visto antes de seu comportamento ter sido submetido à ação de um ambiente. Teríamos então conhecido sua ‘natureza humana’’.


Skinner diz que, a pessoa é substituída por uma ou mais personalidade, sendo um ser vazio antes de sua formação cognitiva. Ele ainda ressalta os três conjuntos de contingências que são quase inevitáveis e complexas, distintos das sensações observáveis na consciência, sendo o ego, o super ego e o id abordados por Freud. Na vida da psique, o instinto é o elemento que direciona os processos psicológicos e o homem pode apresentar comportamentos distintos, quando trata-se da então “mal empregada palavra” esquizofrenia. Pois segundo Skinner a divisão apta da mente, aponta o consciente e o inconsciente, e que os desejos do ultimo podem ser expressados no primeiro os mecanismos de defesa de Freud, também podem ser citados aqui, sendo a repressão como um processo de omissão de todos desejos insatisfeitos, a conversão. “Uma transformação de um conflito inconsciente num sintoma somático simbolicamente equivalente”, e a sublimação, como uma canalização de energia instintivas mediadas por atividades socialmente aceitáveis. A intolerância de uma pessoa colérica, faz nos refletir acerca das causas internas. Uma pessoa que esteja irada sem saber o porque com maior probabilidade atribuirá seu comportamento a seus sentimentos. Parece não haver nada a mais a que atribuí-lo.”(SKINNER).

O autor ainda diz, que as explicações para algumas causas internas, é algo que sabemos, não a partir do que ela sente, mas do que ela diz ou faz, e que estes traços de caráter são utilizados para explicar o comportamento. Enfatiza da interiorização é algo constante, pois esta é um atrativo ao descrevermos certo comportamento. É mais do que algo linguístico, segundo Skinner, releva-se importância ao encanto do oculto, do hermético, do mágico, são esses fatores que induz o sujeito a indagar sobre o mundo real, podemos dizer que o abstrato faz nos refletir profundamente, gerando a motivação. As causas internas podem ser inúteis, na medida em que se extingue o exame de coisas mais importantes, no momento em que o mentalismo descartou os antecedentes ambientais.

A Questão do Controle

Uma analise cientifica do comportamento deve supor que o comportamento de uma pessoa é controlado mais por sua historia genética e ambiental do que pela


própria pessoa enquanto agente criador. O behaviorimos não pode provar que o comportamento humano é totalmente determinado, mas com o acumulo dos fatos faz com que o pensamento behaviorista deve ser levado a serio. O comportamento humano é uma forma de controle, pois uma pessoa age sobre o meio e aquilo que obtém é essencial para a sua sobrevivência e para a sobrevivência da espécie. Não podemos escolher um gênero de vida no qual não haja controle e é inquestionável que por vezes a forma de controle é usada de forma errônea, mas não é possível fazer com que o controle deixe de ser feito por alguém ou alguma coisa. Figura 10 – Exemplo de controle através do ensino.

Fonte:www.focandoanoticia.com.br

Contracontrole: O controle na maioria das vezes é exercido por órgão ou instituições organizadas, como governos, religiões, sistemas econômicos, educadores e psicoterapeutas. A ação daqueles que são controlados, de maneira a escapar do controlador ou enfraquecer/destruir o poder controlador é chamado de contracontrole, ou seja, é a revolução, é a instauração de uma reforma, é uma greve etc.


Figura 11 –Exemplo de contra controle.

Fonte: eumundo.wordpress.com

Ética e compaixão: O humano abstém de ferir o outro, pois acredita inconscientemente que causar danos a outrem da sua espécie reduz as probabilidades de sobrevivência da espécie. O comportamento moral presente na sociedade decorre da disposição de obedecer regras que está inerente ao comportamento humano, e a socialização é uma forma de avaliar o quanto uma pessoa interiorizou as regras, valores e condutas de uma sociedade. Sendo punidos os que não conseguiram adaptar o seu comportamento com o comportamento da maioria, com o comportamento que é visto como o bom comportamento. O comportamento social não exige que as contingências que o geraram sejam formuladas em regras ou que uma pessoa deva conhecer estas regras, mas é fundamental que praticas sociais sejam formuladas com base nelas. O que é certo e o que é errado, o que é moral e o que é imoral, o justo e injusto, tudo isso decorre das contingências responsáveis por nosso comportamento. As condições corporais conhecidas ou sentidas podem ser particularmente manifestas quando as sanções são fortes. Marx diz que: “não é a consciência do homem que lhe determina a existência; é a existência social que lhe determina a consciência”. Já um behaviorista diria que o homem age moralmente e a consideramos moral porque ela vive num tipo particular de ambiente que assim o considera.


O homem é considerado superior aos outros animais pois é considerado um ser racional, capaz de desenvolver um senso moral ou ético. Mas o que realmente evoluiu foi o ambiente social no qual os indivíduos se comportam de maneiras determinadas em patês por seus efeitos sobre os outros. A moralidade de cada pessoa se diferencia com base nas contingencias que ela foi exposta.

A luta pela liberdade: O maior feito do homem foi, sem duvida, a saída de seu estado de natureza onde todos viviam em total liberdade comportamental, que criava uma guerra de todos contra todos e consequentemente um ambiente completamente instável onde não é possível falar em sociedade. Isso proporcionou o sentimento de liberdade, pois este estaria livre para exercer comportamentos reforçadores, como arte, ciência, relações sociais etc. Infelizmente a sensação de ser livre não significa que livre nós somos, pois o no mundo ainda existe o controle do comportamento humano que é realizado, por vezes, de forma errada, onde o desejo de modificar o outro é essencialmente hostil. O controle de comportamento é encoberto ou disfarçado, na educação, na psicoterapia e na religião, quando o papel do professor, do terapeuta ou do padre são apresentados como guia, direção ou conselho, em vez de controle, e onde as medidas que não possam ser disfarçadas são rejeitadas como intervenção.

Figura 12 – Exemplo de Liberdade.

Fonte: freeonlinemoviestore.com


O Ambiente Social Controlador: A historia de praticas de controle abusivas que fizeram as pessoas sofrerem amargamente no decorrer dos anosdespertaram na sociedade uma espécie de repulsão/ desconfiança a formas de controles que podem ser usadas de forma abundantemente controladora. Os behavioristas acreditam que para exercer um contracontrole de forma eficaz, é fundamental que exista uma analise cientifica do comportamento humano, que deve partir da premissa que o comportamento humano é sempre controlador. E a esperança das pessoas devem ser em ser controladas por um ambiente social onde se possa tirar o máximo proveito de sua dotação genética e perseguir com êxito a felicidade, através da família, educação e governo. Tudo que o homem consegue é possível não porque aqueles com quem ele se associa possuam moralidade e um senso de ética, de decência ou de compaixão, mas porque são controlados por um tipo particular de ambiente.

A evolução de uma cultura: O ambiente social é considerado como cultura, um conjunto de contingências de reforço mantidos por um grupo, possivelmente formuladas por meio de regras ou leis. O aspecto mais importante de uma cultura é o de que ela evolui, um pratica surge como mutação, afetando as probabilidades de o grupo vir a solucionar seus problemas e se o grupo sobreviver a pratica sobreviverá com ele. Em uma sociedade enferma, o homem carecerá de senso de identidade e de sentimentos de competência, viverá em constante sensação de desespero. Ou seja, uma sociedade doente é marcada pelo conjunto de contingencias que gera comportamentos dispares ou conflitivos que sugerem a existência de um eu; que não produz o vigoroso comportamento a que está associado um sentimento de competência; que não consegue gerar comportamento social bem sucedido e leva assim uma pessoa a chamar traiçoeiro o comportamento dos outros; o que acaba gerando a condição de desespero. Para encontrar a “cura” da sociedade é fundamental que modifique a sociedade de forma que faça com que uma pessoa seja generosa e coerentemente reforçada,


adquirindo e exibindo o comportamento mais bem sucedido de que seja capaz. Melhorar os meios de ensino, pois permitirão um uso mais eficaz da dotação genética , melhorar condições de incentivo, significando produção maior e melhor, além de condição mais agradável de trabalho, melhorar a forma de governo, pois isso significa menos tempo gasto na defesa pessoal e mais tempo disponível para outras coisas, e por fim conceber formas mais interessantes de arte, musica e literatura, para haver menor numero de defecções em prol de outros tipos de vida.

Semelhança na seleção natural, no condicionamento operante e na evolução dos ambientes sociais: Todas prescindem de um prévio plano criativo e um objeto prévio e invocam a noção de sobrevivência de um valor, o que é bom para espécie é aquilo que ajuda na sua sobrevivência, o que é bom para o individuo é aquilo que promove o bem estar, o que é bom para a cultura é aquilo que permite solucionar os seus problemas. Todos estes valores ocupam eventualmente lugar secundário no que tange a sobrevivência. O controle é exercido delas condições em que as pessoas governam, dão ajuda, ensinam ou organizam sistemas específicos de incentivo, ou seja, devemos considerar a cultura como um meio social.

O QUE HÁ DENTRO DA PELE? Figura 13 – O modelo SORC: estímulo (S), respostas cerebrais (O), comportamento observável (R) e consequência (C).

Fonte: danielgontijo.blogspot.com.br

Uma analise behaviorista diz que: em primeiro lugar uma pessoa é um organismo, um membro de uma espécie e de uma subespécie, o organismo se torna


uma pessoa quando adquire um repertorio de comportamento nas contingências de reforço a que foi exposto ao longo de sua vida, em qualquer momento o seu comportamento está sob o controle de um cenário atual. Ele consegue adquirir esse repertorio sob tal controle por causa de processos de condicionamento que também são parte de sua dotação genética. Entretanto a concepção mentalista tradicional acredita que uma pessoa é um membro da espécie humanaque se comporta com devido a inúmeras características ou possessões internas.

Bases de comparação: 

Simplicidade: não se pode dizer qual é a mais simples, pois a depender do ponto referencial um concepção pode derivar em simples ou complexa;

O uso do controle: ninguém jamais modificou diretamente qualquer das atividades mentais. As condições corpóreas sentidas como tal podem ser modificadas cirurgicamente, eletricamente ou por meio de drogas, mas quase todos os fins práticos só são alteradas através do meio. A modificação de comportamento, embora esteja ainda na infância, tem sido bem sucedida, ao passo que as abordagens

metalistas

continuam

esclarecido

o

desempenhado

papel

a

malograr pelo

e,

uma

vez

ambiente,

sua

acessibilidade é amiúde surpreendente. 

O uso da previsão: aquilo que uma pessoa sente é um produto das contingencias de que seu comportamento futuro será também uma função, e há portanto uma conexão útil entre os sentimentos e o comportamento. É mais preciso prever o comportamento se tivermos conhecimento direto da historia a qual remontam os sentimentos

O uso da interpretação: uma descrição behaviorista é ainda mais útil do que uma descrição mentalista quando se trata de interpretar os atos de uma pessoa ou a razão por que se comporta como o faz em tais circunstancias.


Até onde remontar? É verdade que poderíamos rastrear o comportamento não apenas até as condições físicas que o modelam e mantem, mas também até as causas destas condições e até as causas das causas, quase que ad infinintum, mas não há motivo para ir-se além do ponto em que a ação efetivamente ocorre. Este ponto não será encontrado na psique.

Relação com as outras disciplinas: a posição behaviorista ocupa o primeiro lugar, pode-se dizer que uma formulação behaviorista restaura o papel do individuo na ciência social.

Fisiologia: Figura 14 –Homem Vitruviano.

Fonte: www.vocesabia.net

A fisiologia é o estudo de determinada espécie de processos fisiológicos, químicos ou elétricos que ocorrem quando uma pessoa age. O progresso desta ciência poderá gerar evoluções no estudo do comportamento, pois poderá nos dizer as diferentes reações que ocorrem no interior do nosso organismo, como resposta a determinado estimulo.

Mente ou sistema nervoso? Aceitar que aquilo que uma pessoa sente ou observa introspectivamente são as condições de seu próprio corpo é um passo na direção certa. Mas aquilo que é


sentido ou observado introspectivamente não constitui parte importante da fisiologia capaz de preencher a lacuna temporal de uma analise histórica. Tudo quanto uma pessoa vem a conhecer sobre si mesma com sua ajuda são apenas mais estímulos e mais respostas. Tentar observar grande parte daquilo que está acontecendo em nosso próprio corpo é como tentar ouvir sons supersônicos ou ver radiações eletromagnéticas além do âmbito do visível. O cérebro desempenha um papel extraordinário no comportamento, mas não como

objeto

daquele

comportamento

especial

chamado

conhecer.

Nunca

poderemos conhecer por meio da introspecção aquilo que o fisiólogo eventualmente descobrirá com seus instrumentos especiais.

O futuro do behaviorismo: Não é possível dizer que a ciência do comportamento não obteve êxito, pois esta mal foi posta à prova, até então não obteve numero suficiente de simpatizantes. No tempo globalizado que vivemos, onde os conflitos sociais passaram a ser de interesse internacional, o behaviorismo acredita que a solução seria estudar os pormenores dos problemas. Mesmo os grandes problemas podem ser resolvidos se aqueles que estão familiarizados com os pormenores adotarem também uma concepção viável do comportamento humano. É o ambiente que deve ser mudado. Uma maneira de viver que favoreça o estudo do comportamento humano em sua relação com esse ambiente estaria na melhor posição possível para solucionar seus problemas principais.


Figura 15 – Skinner

Fonte: pinimg.com


BIBLIOGRAFIA:

FERNANDES SOBRINHO, Marcos. Resenha: a Teoria Behaviorista de Skinner. Brasil

Escola,

[São

Paulo],

[201-?].

Disponível

em:

<http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/resenha-teoria-behavioristaskinner.htm>. Acesso em: 16 out. 2015.

FERRARI, Márcio. B. F. Skinner, o cientista do comportamento e do aprendizado. Nova

Escola,

São

Paulo,

Out.

2008.

Disponível

em:

<http://revistaescola.abril.com.br/formacao/skinner-428143.shtml>. Acesso em: 15 out. 2015.

PETRUCCI,Eduardo. Teoria do Behaviorismo de Skinner. InSlideShare,Uberaba, set.

2013.

Disponível

em:

<http://pt.slideshare.net/EduardoPetrucci/teoria-do-

behaviorismo-de-skinner>. Acesso em: 16 out. 2015.

SKINNER, B. F. Sobre o Behaviorismo. Tradução Mama da Penha Villalobos. 15. ed . São Paulo: Pensamento-Cultrix, 2009. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Sobre o behaviorismo – Skinner. Blog da Psicologia da Educação, Porto Alegre, 11 jun. 2008. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/psicoeduc/behaviorismo/sobre-o-behaviorismo/>. Acesso em: 16 out. 2015.


Lívia Ferreira, Matheus Azevedo, Monique Leite, Patrícia Silva. Graduandos do curso de Direito UCSAL, 2015.2. Psicologia Jurídica. Docente- Francisco Filho.


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