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2 jornal do commercio

Recife I 10 de outubro de 2014 I sexta-feira

cidades

www.jconline.com.br/cidades

Felipe Vieira (interino)

fvieira@jc.com.br twitter: @jc_jcnasruas telefone: (81) 3413.6179

Sílvia Matos/Divulgação

Pedalada pra lá de segura

Os passeios ciclísticos do TJPEdal, grupo de servidores e magistrados do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), costumam ser mais seguros que os da média do cidadão recifense que usa bicicleatas para se divertir. Na noite da última quarta-feira, cerca de quinze ciclistas, alguns dos quais usando camisas do grupo, foi visto com a escolta pra lá de especial de dois motociclistas da Polícia Militar, em cujas viaturas se via a inscrição da Assistência Policial do TJPE, denotando que são policiais a serviço do órgão. Por volta das 21h, os PMs chegaram a interromper o trânsito da Avenida Rosa e Silva, esquina com as ruas Antenor Navarro e Ricardo Hardman, na Jaqueira, para que o grupo pudesse sair depois de um providencial pit stop para recuperar as energias numa lanchonete da área. Não precisaria de tanto: existe um sinal de pedestre na área, e os ciclistas poderiam ter seguido tranquilamente quando a luz vermelha estivesse acesa. Em sua página na internet o TJPEdal explica que os passeios ocorrem todas as quartas-feiras, saindo da Praça da República, em frente ao tribunal, e seguindo para destinos diversos a cada semana. Há fotos de incursões à Praia do Paiva, ao bairro de Dois Irmãos, a Olinda e São Lourenço da Mata, em algumas das quais se pode ver claramente a escolta policial. A iniciativa dos servidores é louvável, como seria a de qualquer grupo de amigos que resolvesse fazer o mesmo. Com a nem tão pequena diferença de que o cidadão médio não tem policiais a seu inteiro dispor para fazer a segurança de seu lazer.

TJPE explica a utilização de policiais O Tribunal de Justiça informa que o TJPEdal é um grupo da Unidade de Saúde do órgão, do qual fazem parte magistrados e demais funcionários. Segundo a assessoria de Comunicação, as pedaladas são parte de um programa para estimular a prática de esportes pelos servidores. E que, por ser uma atividade de um setor do tribunal, não há irregularidade na utilização de policiais para as escoltas. Ok, mas continua a questão ética: e se os demais servidores públicos do Estado exigissem o mesmo tratamento? E que tal o TJPE dar exemplo, contratando uma escolta particular e liberando policiais para os quartéis ou ruas?

Hermes Coutinho/Divulgação

k Tudo junto e misturado Chega a ser surreal. No Hospital dos Servidores do Estado (HSE), apenas um dos três elevadores está funcionando. Significa que, por ele, circulam, juntos e misturados, pacientes que vão e vêm da sala de cirurgia, médicos, acompanhantes, refeições e, pasmem, lixo orgânico e hospitalar. Já se passaram pouco mais de 30 dias e o problema persiste.

A chegada do parklet é simbólica...

Significa, como frisa a repórter Roberta Soares na matéria de capa do JC de hoje, uma inversão de prioridades, do privado em direção ao público.

...mas não pode ficar só no simbolismo

Uma vez de posse da ideia, a Prefeitura do Recife deveria ter um plano definido para expandir o equipamento, coisa que ainda não tem previsão para acontecer.

Detran informa

Xô, sífilis!

A assembleia dos servidores do Detran vai complicar um pouco o atendimento na sede do órgão. Os portões serão abertos às 9h e o atendimento começará de forma reduzida. O Detran diz que os agendamentos para vistoria estão inalterados.

Vai ter teste rápido e gratuito de sífilis, hoje, das 9h às 15h, na Praça Dom Vital, ao lado do Mercado de São José. Quem passar por lá também vai poder receber camisinhas e panfletos sobre a doença. A iniciativa é da Secretaria Estadual de Saúde.

Obesidade mata 80 mil pessoas por ano SAÚDE Amanhã é dia de conscientizar a população contra um dos maiores problemas da atualidade. No Parque da Jaqueira, no Recife, profissionais darão dicas aos frequentadores

A

manhã é dia de lutar contra um dos maiores problemas de saúde da contemporaneidade: a obesidade. Desde 2007, o 11 de outubro marca o dia mundial de combate à doença, que atinge mais de dois bilhões de pessoas no mundo. No Brasil, são 60 milhões de obesos e cerca de 80 mil mortes por ano em decorrência do excesso de peso. A situação é tão alarmante que muitos especialistas já tratam a doença como uma epidemia e pedem mais políticas públicas que orientem a população a evitar o ganho de massa gorda. A prevenção, aliás, é a principal recomendação para quem quer manter a balança e o corpo saudáveis. Pensando nisso, amanhã, médicos de todo o Brasil promovem ações gratuitas de orientação e diagnóstico do problema. No Recife, as atividades serão realizadas no Parque da Jaqueira, na Zona Norte. Entre as 8h e as 12h, 50 profissionais de saúde vão calcular peso, altura, índice de massa corporal (IMC), taxa de açúcar no sangue, pressão arterial e circunferências corporais dos interessados. Os visitantes também receberão dicas de como manter uma alimentação equilibrada, mas quem estiver acima do peso será orientado a procurar um médico. “A melhor forma de tratar a obesidade é prevenir seu desenvolvimento através de uma dieta balanceada e da prática de exercícios físicos. Isso é muito importante porque o avanço atual da obesidade é preocupante. Apenas o Japão, a Suécia e os países africanos têm baixos índices de sobrepeso. Nos Estados Unidos, mais da metade da população está acima do peso. No Brasil, esse índice já chega a 40%”, lamenta a endocrinologista Lúcia Cordeiro. De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), os indicadores são ainda maiores no Recife. Entre julho e dezembro do ano passado, 619 pessoas foram avaliadas pela equipe médica que estará no Parque da Jaqueira amanhã e 45% delas estavam acima do peso. Dessas, 27,5% apresentavam algum grau de obesidade. Muitas não tinham nem 35 anos. “A doença aparece cada vez mais cedo, devido à má alimentação e ao sedentarismo”, afirma Lúcia Cordeiro. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), 15% das crianças brasileiras já têm sobrepeso e até 80% delas podem desenvolver a obesidade. “Este é o dado mais alarmante, porque o problema antecipa doenças como a diabetes e a hipertensão”, diz Lúcia. Pesquisas também indicam que a obesidade é o segundo fator que mais favorece o desenvolvimento do câncer, só perdendo para o tabagismo.

GENÉTICA

A endocrinologista ainda lembra que a obesidade é agravada por fatores genéticos, por isso o tratamento ideal varia de pessoa para pessoa e só pode ser elaborado por um médico especializado. A psicóloga Joana Cristina da Silva, 48, por exemplo, lutou por mais de 30 anos contra a doença. “Fiz dietas, tomei remédios, mas nada adiantava. Emagrecia e depois ganhava tudo novamente”, conta, lembrando que aos 10 anos pesava 77 quilos; aos 15, 116; e aos 20, 127. “Em um certo momento, pensei até em aceitar a obesidade. Mas depois dos 40 anos tive problemas de saúde e vi que não podia continuar daquele jeito. Não conseguia ficar muito tempo em pé, tinha dores na coluna e já estava com gordura acumulada no fígado. Todos os médicos diziam que a única solução era emagrecer”, revela. Em 2011, aos 45 anos e 125 quilos, Joana fez a cirurgia bariátrica e eliminou 60 quilos. “Hoje vejo o mundo de outra forma”, diz. Segundo Lúcia, a redução do estômago é indicada para os pacientes com IMC acima de 40. Nos outros casos, o tratamento passa pela reeducação alimentar, prática de exercícios físicos e às vezes remédios. “Mesmo assim, a cirurgia não é obrigatória. Se o paciente perder de 8% a 10% do seu peso já é um ganho satisfatório”, esclarece, lembrando que os operados precisam manter o acompanhamento médico pelo resto da vida.

q Mais na web Veja entrevista com a médica Lúcia Cordeiro no www.jconline.com.br/cidades

Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem

jc nas ruas

Minha vida mudou totalmente depois da cirurgia bariátrica. Pesava 160 quilos e agora tenho 65. Eu era uma pessoa triste e tinha problemas de saúde, mas agora vejo o mundo de outra maneira. Como de tudo e faço atividades físicas regularmente. Estou feliz e quero passar essa onda de felicidade para outras pessoas, por isso faço o acompanhamento psicológico de quem também precisa fazer a cirurgia”, conta a psicóloga

Joana Cristina da Silva, 48 anos

PREVENÇÃO Para Lúcia Cordeiro, dieta saudável e exercícios são a melhor opção


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