Dp sim, vai ter copa

Page 1

emfoco

a3

de P E R N A M B UC O DIARIOd Recife, QUI - 22/05/2014

editoria executiva: Humberto Santos, Lydia Barros, Paula Losada e Paulo Goethe editoria de arte: Christiano Mascaro e Erandi Moreira editoria de fotografia: Heitor Cunha, Gil Vicente e Inês Campelo

Sim, vai ter Copa FRED FIGUEIROA (TEXTO) fredfigueiroa.pe@dabr.com.br

E

ra 30 de outubro de 2007. Na sede da Fifa, em Zurique, na Suíça, o presidente da organização que rege o futebol no planeta, Joseph Blatter, abriu um envelope branco com o nome "Brazil" escrito em letras azuis. Não houve suspense ou qualquer surpresa. Era a única candidatura para sediar o Mundial 2014 depois de uma intensa costura política iniciada ainda em 2003 e definida com o acordo entre os países da América do Sul em 2006. O rodízio de continentes implantado pela Fifa - hoje já extinto (sim, eles se arrependeram) - praticamente transformou o Brasil em sede obrigatória da Copa do Mundo. A interrogação em torno da capacidade do país de se transformar para o evento sempre existiu. Mas o então presidente Lula e o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira (os dois principais articuladores nos bastidores), deram todas as garantias. Começava então uma contagem regressiva de expectativas e obrigações. De trabalho e desconfiança. Esperança e frustração. De investimentos cada vez mais bilionários e cálculos proporcionalmente incertos do verdadeiro retorno do evento. A tão repetida palavra "legado" foi a primeira a ser colocada em xeque. E quando este já parecia xeque-mate, parte da população foi além e decidiu colocar a própria Copa em xeque. O pessimista "Imagina na Copa" transformou-se em um furioso "Não vai ter Copa". Sim, o Brasil mudou nos últimos sete anos. Mas a mudança não foi estrutural ou na qualidade dos serviços públicos - onde, em alguns casos, parece ter havido um retrocesso. A mudança real foi

EDITORIA DE ARTE

Foram 2.394 dias desde o anúncio que o Brasil seria sede do Mundial. Hoje restam apenas 21 e uma série de problemas que precisam de solução

de opinião e de postura. Em 2007, os brasileiros pareciam embalados pelo sonho aparentemente palpável de dias melhores. Celebraram a Copa e promessa do tal "país do futuro", que atravessou gerações, parecia enfim ao alcance das mãos. "Em 2014, mostraremos ao mundo a nossa transformação", diziam. A certeza logo se transformou em esperança. Depois em apreensão, frustração e, inevitavelmente, revolta. Os pessimistas venceram o primeiro jogo da Copa do Mundo. O Brasil perdeu. Perdemos todos. Passaram-se exatos 2.394

dias desde o anúncio de Blatter. E restam apenas 21 para a abertura da Copa em um estádio que custou mais de R$ 1 bilhão e sequer está pronto. Passou por um único teste no último domingo e foi reprovado pela Fifa, que não esconde a apreensão com o que está por vir. Não faltou dinheiro para a realização da Copa. Pelo contrário. O gasto foi muito maior que o projetado. Os R$ 23 bilhões de 2007 transformaram em mais de R$ 60 bilhões em 2014. E, ainda assim, aeroportos, estradas, estações de ônibus e metrôs e até mesmo estádios es-

tão inacabados. O que faltou ao país foi exatamente o que sempre nos falta: competência dos gestores públicos em todas as esferas: nacional, estadual e municipal. O fato de ser um ano eleitoral complicou ainda mais o cenário. O jogo político começou muito antes da estreia. A 21 dias da Copa vivemos as consequências de todos os erros e interferências políticas dos últimos 2.394 dias. Inclusive aqui no nosso estado. O ponto nevrálgico da estrutura de Pernambuco para a Copa está na indefinição quanto à Fan Fest.

Sim, vai ter Copa. Uma Copa que não mudou o país como se imaginava, mas despertou mudanças de comportamento fundamentais para a sociedade. Nunca os gastos públicos foram tão questionados. Nunca a paixão pelo futebol foi tratada com tanto distanciamento por parte da população. Mas se o sentimento mudar nos próximos dias - e certamente irá mudar para milhões de brasileiros - será natural. E ninguém precisa se culpar ou sentir vergonha por ceder aos encantos da Copa. Afinal, pagamos por ela. E pagamos caro.

BOMBANDO NA WEB INTERNET/REPRODUÇÃO

NÁUTICO VENCE A LUSA DE VIRADA

E por falar em Google, o Google+ lançou uma nova ferramenta, Histórias, que permite compartilhar fotos e vídeos de uma nova forma. A nova função cria um álbum virtual na linha do tempo.

Náutico vence Portuguesa de virada, em despedida da Arena Pernambuco. O Timbu contou com as contribuições de atletas saídos do banco de reserva para vencer a Lusa. Confira os melhores momentos.

Banda acusada de plágio

http://diariode.pe/multimidia DAMIEN MEYER/AFP

O GOOGLE VALE OURO A gigante norte-americana é agora a marca mais valiosa do mundo. A empresa está avaliada em US$ 158,8 bilhões, ultrapassando a Apple (US$ 147,8 bilhões). Em terceiro lugar está a IBM, avaliada em US$ 107,5 bilhões.

Baixe gratuitamente o aplicativo, disponível nos sistemas IOS e Android

Nova função no Google+

INTERNET/REPRODUÇÃO

A banda Led Zeppelin é acusada de plagiar a música Stairway to heaven, de 1971, de uma canção da banda Spirit, de 1968. O guitarrista do Spirit, Randy California, terá créditos pela música.

Dança vira hit no YouTube Paramédico dança dentro de uma ambulância, nos Estados Unidos, e vídeo se torna sucesso no YouTube. Mais de 1,5 milhão de pessoas já viram a performance de Jonathan Williams.

Pele saudável

Caminho mais radical

Virgínia Paiva fala esta semana sobre os cuidados para evitar contaminações com o bicho de pé.

Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambuco reage após ter pauta de reivindicações rebaixada pelo Governo Federal.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.