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d e P E R N A M B U C O - Recife, domingo, 1º de dezembro de 2013 DIARIOd economia IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Goiana em três tempos SEVERINO CARNEIRO/CORTESIA

Cidade foi o destino dos primeiros carros importados, abrigou a primeira fábrica de carros e agora constrói um polo automotivo

SEVERINO CARNEIRO/CORTESIA

Ônibus fabricados na oficina mecânica Heráclito Pegado, na Rua Frei Caneca, eram vendidos no Recife e na Paraíba

passado

Laços antigos com o automóvel ROCHELLI DANTAS rochellidantas.pe@dabr.com.br

O

polo automotivo que hoje se forma em Goiana, Zona da Mata Norte pernambucana, foi um presente para a cidade, que sempre teve a cana-de-açúcar como principal atividade. Porém, a Fiat não será a primeira fábrica de automó-

veis pernambucana. Mantendo as devidas proporções, em 1938, na Rua Frei Caneca, número 71, já eram recebidas encomendas de carrocerias, caminhão e ônibus na oficina mecânica Heráclito Pegado. De lá, esses veículos seguiam para o Recife e para a Paraíba. Também foi Goiana o destino

dos primeiros carros importados que desembarcaram em Pernambuco. Por volta de 1899, um ônibus da marca PanhardLevasseur, importado de Paris, chegou ao estado. O veículo desembarcou no Porto de Santos e, em seguida, foi levado ao Porto do Recife de onde foi transportado para compor a Primei-

ra Companhia de Transporte de Passageiros, fundada em Goiana em 1901, por Manoel Borba, Edward Johson e Henrique Bernardes. O historiador Severino Carneiro no livro Goiana é uma festa, diz que “era um ônibus alto com capota de lona, poltronas desconfortáveis, volante no senti-

do horizontal, em forma de um guidom”. Este foi considerado na época o primeiro carro a circular no Brasil. Em 1918, um Ford Bigode Preto, também se dirigia a Goiana. O veículo foi apelidado pelo povo goianense de “tua mãe”. O carro pertencia a Demétrio, um empresário do ramo funerário. FOTOS: BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS

Construção de fábricas criou oportunidades para os comerciantes Paula Pontes e Flávio Cabral e virou desafio para o prefeito Gadêlha

presente

Construção civil em crescimento Goiana é uma cidade em obras. Diversas indústrias se instalam no local, atraindo novos moradores e gerando uma demanda antes inexistente em todos os setores econômicos. “Este é o maior desafio da história de Goiana e de toda a Zona da Mata Norte”, afirmou o prefeito do município Fred Gadêlha (PTB). Segundo ele, atualmen-

te, a construção civil já é mais representativa para a economia da região do que a cana-de-açúcar, que historicamente tomava esse posto. “A mão de obra está sendo capacitada e a cidade se adaptando a novas demandas”, pontuou. O comércio e o setor de serviços também sentem esta movimentação econômica. Há três

meses, a cidade recebeu uma unidade da lavanderia Lavamax, um investimento de R$ 350 mil. A loja iniciou a operação com seis funcionários, mas já terá que realizar novas contratações. “No começo o mais difícil foi a mão de obra. Agora já treinamos e será mais fácil. A procura está boa. Atendemos tanto os operários das construções quan-

to os goianenses”, afirmou a sócia da Lavamax, Paula Pontes. Antes de abrir a unidade, ela disse ter realizado uma pesquisa que apontou para a necessidade de lavanderias, restaurantes e pousadas. Para o proprietário da padaria Rainha, Flávio Vanderley Cabral, o aumento da movimentação na cidade foi a oportunidade para

ampliar o negócio, que foi inaugurado em 1993 com seis funcionários. Hoje, já são 25 contratados. “O movimento melhorou. Antes, vendíamos apenas pão e bolacha. Agora, oferecemos também refeições”, disse. Na ampliação, Cabral está investindo cerca de R$ 450 mil, valor que ele espera recuperar em uma média de três anos. RAFAEL BANDEIRA/EXCLUSIVA!BR

futuro

Polos atraem indústrias Ao final de 2014, quando a maioria das empresas que estão se instalando em Goiana estiver em operação, a cidade abrigará três polos industriais: automotivo, farmacoquímico e vidreiro. Os três polos estão localizados às margens da BR-101. Juntos, representam um investimento de mais de R$ 9,1 bilhões e irão gerar cerca de sete mil empregos diretos. Além disso, outras indústrias já funcionam no local, a exemplo da Klabin (produtora de papéis e

embalagens) e da Guabi (produtor de alimento para animais). O polo automotivo que está sendo construído no local é encabeçado pela Fiat, que fará um investimento orçado em R$ 7 bilhões, o que inclui a construção de uma fábrica de veículos, de motores, pistas de testes, campo de provas e 14 empresas sistemistas, que são as fornecedoras da montadora italiana e que se instalarão no mesmo terreno. Quando estiver pronta, no próximo ano, a unidade te-

Construção da fábrica da Fiat foi o pontapé para implantação do polo automotivo rá capacidade instalada para fabricar 250 mil veículos por ano. A produção, porém, só deve ser iniciada em 2015. O polo farmacoquímico é encabeçado pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que já opera parte de um grande comple-

xo de produção de medicamentos derivados do plasma sanguíneo. Mais 11 indústrias integrarão o polo. Juntas, as empresas somam investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão e vão gerar 1.750 empregos. Já o polo vidreiro terá 12 mil metros quadrados e como em-

presa âncora a Vivix, antes chamada de Companhia Brasileira de Vidros Planos. A previsão é de que a empresa entre em operação ainda este ano. O investimento foi de R$ 1,04 bilhão. Além dessas, outras seis empresas do setor anunciaram a instalação na área.

de P E R N A M B UC O


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