Fiat dp 08 01 2014

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economia

d e P E R N A M B U C O - Recife, quarta-feira, 8 de janeiro de 2014 DIARIOd

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miriamleitão miriamleitao@oglobo.com.br

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Freio de arrumação A desaceleração da indústria automobilística este ano precisará mesmo de um freio ABS. Ela vai sair de um ritmo de crescimento de 9,9% para o ponto morto de 0,7% de previsão de crescimento. A explicação dada pelo setor surpreendeu: a redução se deve à Copa e ao InovarAuto. A Copa, pelos feriados, e o regime feito para proteger o setor, pelo aumento temporário das importações. Donde se conclui que nada é suficientemente bom para o setor automotivo. O governo fez tudo para agradar: aumentou barreiras às importações, enfrentou problemas na OMC por causa dessas barreiras, reduziu o IPI em sucessivas reedições. Agora eles dizem que não vão crescer e que o número maior de montadoras no país deve elevar o nível de estoques. O Inovar-Auto é exatamente esse aumento de tributos na importação de carros de quem não está instalado no Brasil. Trazer carro de fora é muito mais barato para as montadoras aqui instaladas, por isso a participação dos veículos importados no mercado caiu de 27% em dezembro de 2012 para 18,8% no fim do ano passado, depois que o programa entrou em vigor. Só que o programa prevê que as montadoras que estiverem em processo de instalação terão uma cota maior de importação enquanto não estiverem produzindo.“O calendário de importações este ano será mais forte, mas isso é temporário e não se repetirá em 2015. Será um ano também com muitos feriados por causa da Copa do Mundo, o que vai afetar as vendas e a produção”, disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan. Nos dados de 2013 há boas e más notícias. A produção cresceu quase 10%, mas os licenciamentos caíram 1,1%. Máquinas agrícolas tiveram um aumento de 20%. O setor conseguiu exportar mais 26,7%. Se olharmos um horizonte mais longo, o mercado brasileiro saiu de 1,685 milhão de carros em 2003 para 3,740 milhões. Para esse resultado, o governo abriu mão de bilhões de impostos, subsidiou o combustível e entupiu as avenidas e rodovias do Brasil. Eles tiveram novo regime tributário, fechamento do mercado e subsídios. O presidente do Centro de Estudos Automotivos, Luiz Carlos Mello, acha que uma desaceleração do ritmo de crescimento é natural, mas está mais otimista do que a Anfavea. Em vez da previsão de crescimento de 0,9% feito pelo órgão oficial do setor, Mello acredita em 3%. E isso porque o desemprego continua baixo, a renda cresce e a oferta de crédito permanece. A Anfavea acha que o setor de máquinas agrícolas em 2014 não vai crescer quase nada. Economistas que acompanham o setor acham que a indústria automobilística, com as novas empresas que entraram, aumentou sua capacidade de produção e ficará, em parte, ociosa. Ótimo momento para que haja uma boa competição de preços no setor e caiam as margens de lucro. Os executivos, no entanto, não falam dessa possibilidade. Explicam a enorme diferença de preços com os carros em outros países pela carga tributária. De qualquer maneira, o que os últimos anos mostraram é que para garantir o crescimento do PIB não basta estimular o setor automobilístico com barreiras à entrada de produtos importados e reduções setoriais de tributos. Tudo o que se consegue é antecipar decisões de compra. O aumento das vendas acaba quando o imposto volta a subir. O pior na política de estimular por crédito, subsídio e renúncia fiscal a compra de carro é que o país colheu como resultado o agravamento da crise da mobilidade urbana. Isso só faria sentido se houvesse também um investimento em infraestrutura e transporte coletivo. O setor entra em 2014 com o pé no freio. Pelo menos se sabe que é freio ABS, porque a proposta de adiar a instalação desse item de segurança para ajudar o setor foi arquivada depois das críticas à ideia, que chegou a ser defendida pelo ministro da Fazenda.

Os pontos-chave Indústria automotiva bateu recorde de produção, mas prepara forte freada este ano, de 9,9% para 0,7% Aumento das importações pelo Inovar-Auto e feriados da Copa do Mundo são a causa, segundo a Anfavea PIB de 2014 não poderá contar com o setor automotivo, que já cresceu muito nos últimos anos

A CBN RECIFE AGORA É

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Fiat pede mais dinheiro ao BNDES para polo RAFAEL BANDEIRA/EXCLUSIVA!BR - 28/11/13

Recursos vão ser aplicados no segundo parque de fornecedores da montadora. Valor não foi divulgado ROCHELLI DANTAS rochellidantas.pe@dabr.com.br

A

Fiat solicitou ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mais um financiamento para o projeto da fábrica que está sendo construída em Goiana, Zona da Mata Norte pernambucana. A carta-consulta foi enviada no mês de dezembro. Como ainda está em análise pela instituição financeira, o valor não é divulgado. O que se sabe é que o montante será aplicado na construção do segundo parque de fornecedores da empresa (sistemistas), que será erguido em um município vizinho a Goiana. A princípio, o Supply Park 2, como é conhecido o parque de sistemistas, abrigaria 40 empresas fornecedoras da Fiat. Inicialmente, seria erguido em um terreno de 110 hectares localizado em Igarassu. Porém, a montadora italiana estuda a instalação do projeto em uma área com características similares em Itapissuma, município que está recebendo novos projetos industriais como três fábricas de cerveja. Enquanto define o destino dessas empresas e aguarda o aval do BNDES, a Fiat inicia a construção do Supply Park 1, primeiro parque de sistemistas, que será formado por 14 empresas. Elas atuarão no fornecimento just in time de autopeças, localizando-se no terreno de 1,4 mil hectares onde a fábrica será implantada. As obras tiveram início nesta semana. O

primeiro parque de sistemistas receberá plantas industriais da Denso Brasil (fábrica de auto-peças e componentes automotivos), Aethra Sistemas Automotivos, Adler PTI (que produz plásticos para o setor), Lear Corporation, Pire-

Investimento no polo automotivo é da ordem de R$ 7 bilhões lli (indústria de pneus) e Magnetti Marelli (que produz sistemas para uso de automóveis). O polo automotivo em implantação em Goiana terá investimento da ordem de R$ 7 bilhões, incluindo o valor aplicado pelas

sistemistas. A unidade terá capacidade de construir 250 mil veículos por ano. O polo automotivo contará com uma fábrica de motores, com capacidade para produção de até 120 mil unidades ao ano. A previsão é de que a construção do parque seja concluída ainda neste ano, para que a produção dos veículos tenha início em 2015. Todo o polo irá gerar 12 mil empregos. Cerca de 75% do valor total do projeto virão de linhas de crédito iciais. Caso aprovado, de bancos of oficiais. o novo pedido feito ao BNDES será o segundo desembolso a ser liberado pelo banco para a unidade de Pernambuco. Em janeiro do ano passado, a instituição financeira aprovou financiamento no valor de R$ 2,4 bilhões para a construção da nova fábrica.

Previsão é de que as obras sejam concluídas ainda neste ano para que a produção dos veículos tenha início em 2015

TRANSPOSIÇÃO

Sede operacional fica em Salgueiro ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS - 1/2/13

ANDRÉ CLEMENTE andreclemente.pe@dabr.com.br

Pernambuco receberá a sede operacional da Transposição do Rio São Francisco. Será em Salgueiro, no Sertão do estado, a concentração da operação e do monitoramento dos profissionais e da tecnologia que movimentarão o flux f luxo de água que vai abastecer 390 municípios de quatro estados (Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco). O Ministério da Integração Nacional prevê a implantação do Centro de Controle e Operação (CCO) ainda neste semestre, acompanhando as primeiras entregas do projeto. A licitação para a construção será lançada em fevereiro e os equipamentos elétricos do Centro já estão em posse do Ministério da Integração Nacional. Segundo informou o governo federal, o formato de licitação será em Regime Diferenciado de Contratação (RDC), dinâmica adotada nos últimos blocos de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), para dar celeridade ao processo. O CCO ainda está em fase de elaboração do termo de referência, assim como o de orçamento. Diferentemente da previsão inicial, os estados não terão participação orçamentária na im-

Quase 8 mil pessoas estão nas frentes de trabalho para concluir as obras até 2015 plantação do CCO. A verba será exclusiva do governo federal, que resolveu assumir 100% da responsabilidade. Antes, cogitavase que o centro de operações seria resultado de um consórcio público-privado, com 51% de participação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e da Parnaíba (Codevasf) e 49% de participação das empresas dos estados do Ceará,

de Pernambuco e da Paraíba. O calendário da Transposição promete a entrega parcial do projeto em 2014. A previsão é que as águas corram pelo primeiro bloco de obras já em abril, no que o ministério chama de projeto piloto ou Meta 1L. São 16 quilômetros de obras, que incluem todos os mecanismos da infraestrutura hídrica, ou seja, canais, aquedutos, túneis, adutoras, estações de

bombeamento verticais (EBVs) e sistemas de abastecimento. A Transposição do Rio São Francisco tem orçamento atual de R$ 8,2 bilhões e está 51% concluída. São 470 quilômetros divididos em dois grandes canais. Quase 8 mil pessoas estão nas frentes de trabalho para entregar 100% do empreendimento em dezembro de 2015, cumprindo calendário do PAC.


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