Fiat dp 20 01 2014

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Cenário em transformação O mercado de trabalho de Goiana já sente as mudanças no perfil econômico da cidade, futuro polo industrial

Polo automotivo

Tem como âncora a montadora italiana Fiat. A previsão é de que sejam investidos

R$ 7 bilhões,

incluindo a fábrica, pistas de testes, centro de engenharia e as 14 empresas sistemistas (fornecedores).

ALGUMAS SISTEMISTAS CONTRATADAS: ■ Aethra Sistemas Automotivos ■ Pirelli ■ Sada Transportes, Comau (automação industrial) ■ Lear Corporation (bancos) ■ Fiat Powertrain technologies (produção de motores)

A previsão é de que a fábrica de automóveis comece a funcionar ano que vem, com comercialização em 2015. A produção será de

250 mil carros por ano.

As pessoas sabem que a indústria está contratando e estão deixando o comércio” Rui Lourenço, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiana

ROCHELLI DANTAS rochellidantas.pe@dabr.com.br

P

olos automobilístico, vidreiro e farmacoquímico. Esses são alguns dos complexos industriais que estão sendo formados em Goiana, na Zona da Mata Norte. Nenhum deles está operando em sua totalidade. Por enquanto, apenas as âncoras avançaram nos projetos. Mas as oportunidades para os que moram no município já são uma realidade. As indústrias de grande porte - a exemplo da Fiat, que capitaneia o polo automotivo, e da Vivix Vidros Planos, que encabeça o polo vidreiro - já deram a largada nas seleções dos funcionários, modificando um cenário que antes era dominado pelo comércio. O início das contratações está causando uma movimentação inesperada no comércio. Em busca de novas oportunidades e, consequentemente, maiores salários, os funcionários estão migrando para o segundo setor da economia. “Hoje, 80% dos empregos de Goiana estão no comércio. O problema é que é uma mão de obra inconstante, as pessoas sabem que a indústria está contratando e estão deixando o comércio. Alguns funcionários saem devido a uma nova proposta. Outros querem se dedicar a cursos”, diz o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município e proprietário da Visoptica, Rui Lourenço. No final de 2013 o comércio local era formado por cerca de 800 lojas, segundo dados da entidade. O vendedor Alexandre Pedro da Silva, 29, é um dos goianenses que buscam novas oportunidades. “Há

O comércio tem perdido mão de obra para as grandes fábricas dez anos que trabalho no comércio, mas quero outras experiências. Já fiz curso na área de redes de computadores”, afirma. Quem também está de olho na movimentação do mercado é a balconista Ana Claudia de Santana, 29. Formada em recursos humanos, ela diz estar participando de cursos para incrementar o currículo. “Já cadastrei o currículo numa agência de empregos e estou de olho. Sempre trabalhei no comércio, mas com capacitação posso ir para outras áreas.” A migração da mão de obra não é a única mudança no comércio de Goiana. Nos últimos anos, o setor tem acompanhado a chegada de grandes redes na cidade, a exemplo das Lojas Americanas, Farmácia dos Pobres, Cacau Show e Pizzaria do Gordo. Os novos vizinhos deixaram a concorrência mais acirrada, mas não diminuíram o movimento. “Com a chegada da concorrência nós também buscamos inovação. Eu, por exemplo, passei a ser revendedor de uma marca nacional, o que ajudou meu negócio a alavancar”, ressalta Eduardo Santiago, proprietário de uma loja de surfwear na cidade que funciona desde 1993. Quem também está vendo os negócios crescerem é a empresária Iris de Sousa Ramos, que atua no setor de calçados. No ano passado, o movimento da loja que possui cresceu cerca de 50%. A clientela também mudou. “Temos muitos clientes de outros estados. Até estrangeiros”, comemora.

de P E R N A

SILVINO/DP

d e P E R N A M B U C O - Recife, domingo, 19 de janeiro de 2014 DIARIOd economia IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

rmação saiba

603 258

Janeiro

325 322

Fevereiro

344 170 Março

313

274

171

Abril

419

364

170490 2.4 2.

Maio

186 Junho

Posição no ranking estadual de admissões 2°

27°

mais

Julho

Agosto

Setembro

A evo evolução lução do 4° 2° 9° empr em preego em Goiana Goia na

294

Outubro

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Empr mpreg ego os ger gerado adoss

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262

239

198

Fevereiro

Março

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Junho

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Julho

Setembro

Outubro

Novembro

O que está por vir Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (Caged)

Polo Farmacoquímico

Polo vidreiro

603

Empresa

Investimento

Número de empregos

Empresa

Investimento

Número de empregos

Hemobrás Multisaúde Riff Hairfly Inbesa Vita Derm Brasbioquímica Farma Logística Normix White Martins

R$ 670 milhões R$5 milhões R$ 83,8 milhões R$ 20 milhões R$ 6 milhões R$ 30 milhões R$ 70 milhões R$ 30 milhões R$ 10 milhões R4 9 milhões

320 43 228 180 105 350 170 100 76 10

Vivix Vidros Planos Casa Bandeirantes Intervidro Norvidro Pórtico Sanvidro Target

R$ 830 milhões R$ 7 milhões R$ 6,6 milhões R$ 6 milhões R$ 8 milhões R$ 11 milhões R$ 15 milhões

370 50 102 97 230 120 120

FOTOS: JÚLIO JACOBINA/DP/D.A PRESS

Eduardo Santiago viu sua loja de surfwear crescer

Alexandre busca chances na área de informática

Walter percebe a maior procura por cursos

Fonte: AD Goiana

No “top 10” dos empregadores As indústrias que anunciaram a instalação em Goiana somam cerca de R$ 10 bilhões em investimentos e devem gerar mais 20 mil empregos, entre diretos e indiretos. Embora a maior parte dos projetos ainda esteja em execução, os aportes já reflet ef em nos indicadores nacionais. No ano passado, o município passou a figurar entre os dez maiores empregadores estaduais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Por enquanto, a grande responsável por essas contratações é a construção civil. “Apenas as âncoras iniciaram as obras até agora. Ainda faltam as demais empresas. Além disso, temos muitos residenciais sendo construídos, por isso acreditamos que o setor ficará aquecido por mais uns dez anos”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Ciência e Tecnologia de Goiana, Carlos Botelho. Segundo ele, cursos estão sendo oferecidos em parceria com o Sistema S (Senai, Senac, Sebrae) para capacitar a mão de obra. No ano passado, mais de três mil pessoas participaram do treinamento. Pa-

ra 2014, a previsão é de cinco mil pessoas sejam capacitados. Na indústria ou na construção civil, os cursos técnicos são a grande aposta dos goianenses que buscam oportunidades e das empresas que procuram por profissionais qualificados. Na Escola Técnica Pernambucana (ETP), por exemplo, são 30 turmas em andamento, cada uma com 32 alunos. As aulas são nas áreas de mecânica, eletrotécnica, segurança, logística e edificações. “Há quatro anos, quando inauguramos, a maioria dos alunos estava na faixa de 27 a 34 anos. Agora, os jovens entre 20 e 25 dominam as salas de aula. Também temos uma grande procura de jovens que cursam o ensino médio e fazem o técnico concomitantemente”, detalha o franqueador da ETP, Walter Fernando Batista. Segundo o empresário, as empresas também batem à porta. Recentemente, houve uma seleção de 40 funcionários para o polo automotivo. Até fevereiro acabar, serão 100 selecionados. O pedido foi por alunos que tivessem se formado ou cursando mecânica e eletrotécnica.


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