Hapvida 10 09 2014

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Recife I 10 de setembro de 2014 I quarta-feira

cidades

www.jconline.com.br Tiago Calazans/JC Imagem/1-6-2010

Mutirão faz andar a fila por cirurgia

TUMOR DE PELE Ação da Sociedade de Cirurgia Plástica quer operar num só dia 100 pessoas, que esperam há mais de um mês

C

erca de 100 pacientes de três hospitais públicos de Pernambuco vão passar quase simultaneamente, a partir das 8h de hoje, por cirurgia para remoção de tumores de pele. Trata-se de um mutirão promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a representação regional da entidade e a Fundação Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Ação Humanitária, formada por especialistas da área. “Com a ação humanitária, o objetivo é diminuir o tempo de espera na fila por cirurgia reparadora. Os pacientes já foram selecionados nos três centros de referência e de formação do SUS”, explica o presidente da seção local da Sociedade de Cirurgia Plástica, Fábio Dias Neves, médico do Hospital da Restauração. O mutirão antecede a Jornada Norte-Nordeste de Cirurgia Plástica, que começa este fim de semana em Porto de Galinhas. Atende a quem está há mais de um mês esperando a operação. Participam do mutirão o Hospital Agamenon Magalhães (HAM), o primeiro serviço especializado aberto no Estado há quase 30 anos, o Hospital

44 médicos de três hospitais vão se unir para agilizar tratamento de câncer de pele das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Ao todo, 44 cirurgiões plásticos estarão atuando, entre médicos residentes e seus preceptores. No Imip, nos Coelhos, o cirurgião Rui Pereira conta que a ação teve início na última segunda. A intenção, segundo ele, é fazer 60 cirurgias, duas vezes mais que a meta estabelecida. No primeiro dia, o especialista e equipe removeram um tumor de quatro centímetros de diâmetro da testa de uma paciente. No entanto, na maioria dos casos, devem ser tratadas lesões de porte pequeno e médio.

RESULTADOS Rui Pereira, do Imip, removeu tumor de 4 cm de diâmetro da testa de paciente

Mais de 85% dos cânceres de pele confirmados são do tipo basocelular, com menos chance de metástase. Pereira alerta que, além das situações geradas pela excessiva exposição ao sol, tem aumentado a frequência de transplantados com câncer de pele. Como os transplantes cresceram, maior é o número de pessoas com diminuição das defesas do organismo. Segundo Luís Alberto Leite, chefe da cirurgia plástica do Hospital Agamenon Magalhães, na Tamarineira, o mutirão vai produzir em um dia o que cada serviço leva um mês para realizar. No HAM, informa, são 100 pequenas e médias cirurgias realizadas mensalmente, com tempo de espera de no máximo duas semanas em casos de suspeita de câncer. Embora a cirurgia estética seja a mais frequente no Brasil, as reparadoras assumem a dianteira em hospitais do SUS, como o HC da UFPE, conforme o médico Antônio Carlos Braga. Durante o mutirão, a equipe dele fará 20 cirurgias. “Selecionamos os pacientes no mês passado”, diz. A maioria tem mais de 50 anos e deve receber alta no mesmo dia do procedimento.

Fotos: Aline Ghilardi/Divulgação

k ciência/meio ambiente

Pesquisadores recolhem fósseis para novo museu

SERRA DO ARARIPE Na escavação, o grupo encontrou peixes, moluscos e troncos silicificados para compor acervo em Exu Claudia Parente cparente@jc.com.br

U

q Saiba mais

10

mil quilômetros quadrados é a extensão da bacia sedimentar do Araripe, um dos principais sítios arqueológicos do Brasil

30

municípios dos Estados de Pernambuco (incluindo Exu), Ceará e Piauí ficam localizados nessa área

100

milhões de anos é a idade aproximada dos fósseis do Araripe, todos do período Cretáceo da Era Mesozóica

ACHADOS Pesquisadores coletaram vestígios de animais e plantas pré-históricas no município de Exu, Sertão do Estado

ma equipe de paleontólogos e geólogos do Departamento de Geologia da Universidade Federal da Pernambuco (UFPE) foi a Exu, no Sertão do Araripe, coletar vestígios de animais e plantas préhistóricas para o primeiro museu de fósseis que deve ser implantado em Pernambuco até outubro do próximo ano. Na escavação, os pesquisadores acharam peixes, moluscos e muitos troncos silicificados (interior preenchido com areia) de coníferas, árvores parente dos pinheiros. Segundo a doutora em geociências Alcina Barreto, cerca de 300 fósseis foram encontrados, mas a maioria estava fragmentada e não pode compor acervo museológico. “Os que não estão perfeitos farão parte de uma coleção didática”, explica, acrescentando que as coletas serão intensificadas, agora que já foi definida a data para inauguração do espaço. No entanto, ainda é preciso que a UFPE assine

Espaço deve ser instalado no Sertão até outubro do próximo ano um termo de cooperação técnica com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), responsável pela gestão do patrimônio mineral brasileiro. “Estamos esperando este documento desde maio”, diz Alcina Barreto, informando que o reitor da UFPE, Anísio Brasileiro, já assinou o termo. A primeira expedição a Exu não foi muito proveitosa, segundo a geóloga, porque o grupo precisou pedir autorização aos donos dos sítios para fazer as escavações. “Tivemos muita dificuldade para encontrar algumas pessoas”, lamenta. Por questão de segurança, Alcina Barreto prefere não revelar o local exato das incur-

sões. Limita-se a informar que ocorreram na zona rural de Exu. Entre os fósseis encontrados, havia moluscos gastrópodes e bivalves (mariscos e caramujos de praia) ainda não classificados pelos pesquisadores. Eles estão sendo descritos por paleontólogos da UFPE para publicação em revista científica. A comunidade também está colaborando com a doação de fósseis encontrados aleatoriamente. A maioria é de plantas e peixes. O convênio para instalação de um museu paleontológico foi firmado, no início do ano, pela Pró-Reitoria de Extensão da UFPE com a Prefeitura de Exu. “Agora, o prefeito assinou um documento se comprometendo a reformar uma casa antiga para abrigar o acervo”, revela Alcina Barreto. Como o Congresso Brasileiro de Paleontologia de 2015 será realizado na cidade vizinha de Crato (CE), em outubro, a expectativa da geóloga é que o museu de Exu possa ser inaugurado nesse período para atrair visitantes qualificados.


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