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de P E R N A M B UC O DIARIOd Recife, SÁB - 06/09/2014
editoria executiva: Humberto Santos, Lydia Barros, Paula Losada e Paulo Goethe editoria de arte: Christiano Mascaro e Erandi Moreira editoria de fotografia: Heitor Cunha, Gil Vicente e Inês Campelo
A mão da ciência Pesquisadores pernambucanos tentam usar os sinais cerebrais dos pacientes para movimentar próteses e outros dispositivos JULIANA COLARES (TEXTO) julianacolares.pe@dabr.com.br julianac GREG/DP (ARTE SOBRE FOTO DE PAULO PAIVA/DP/D.A PRESS))
“S
ó de pensar e ela movimentar, é uma coisa incrível, inacreditável”. Enquanto dizia isso, Josué Pereira, o sãolourensense de 54 anos que atende pelo nome artístico de palhaço Pinóquio, olhava para a nova mão, uma prótese que abre e fecha em resposta a estímulos bioelétricos. Perdeu a original no fim da década de 1980, num acidente com um bacamarte. Recebeu a nova por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), num esforço dos profissionais do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), que entregaram a ele uma prótese bem mais sofisticada que as limitadas mãos mecânicas incluídas na tabela do SUS. De tão feliz, Josué dizia que a prótese é até mais bonita que a natural. “É de primeiro mundo”, repetia durante a entrevista que concedeu ao especial Por inteiro, publicado no Diario na última segunda-feira e disponível em diariode.pe/porinteiro. A peça usada pelo palhaço fica ajustada ao antebraço e é ativada por sinais musculares - é o tônus muscular que ativa os dispositivos eletrônicos do equipamento. “No caso de pacientes que possuem lesão a nível medular além de não possuir um membro,
ou pessoas acometidas por doenças degenerativas do neurônio motor, que não possuem ativação muscular, uma prótese dessas não é suficiente”, disse a professora do curso de engenharia biomédica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marilú Gomes Netto Monte da Silva. Ela faz parte de um reduzido número de pesquisadores pernambucanos que desenvolvem estudos capazes de melhorar a qualidade de vida de quem depende de um membro artificial. Na pesquisa de doutorado recém-concluída - a tese foi defendida em junho -, Marilú trabalhou com a interface cérebro - máquina. “O objetivo da minha tese foi o desenvolvimento de um algoritmo que funcione em tempo real, ou seja, no momento que o paciente imagine o movimento, o sinal cerebral dele seja capturado, processado e realizado o reconhecimento dos padrões que indicam se o indivíduo pensou em mover a mão direita ou a esquerda”, detalhou. O que se pretende é conseguir usar esses sinais para acionar cadeiras de rodas, garras mecânicas, próteses e outros dispositivos. Como Marilú, que foi orientada pelo professor Marco Aurélio Benedetti, diversos pesquisadores em todo o mundo tentam “capturar” movimentos diferentes, aumentando as possibilidades de acionamento de uma prótese, só para citar um dos possíveis usos. Na pesquisa de doutorado, Marilú identificou a f lexão de punho direito e esflexão querdo no eletroencefalograma - como se o paciente estivesse agarrando um objeto e trazendo-o para si, como o ato de levar uma colher à boca, por exemplo. Dois outros
alunos do programa de pósgraduação de engenharia elétrica da UFPE agora trabalham para implementar esse sistema de processamento, que hoje é feito em computador, num dispositivo portátil, que facilite sua utilização. “Ainda se está longe do completo funcionamento de uma prótese, com todos os seus graus de movimento, com o acionamento realizado apenas pela imaginação dos movimentos. Contudo, é algo bem promissor, visto a quantidade de grupos de pes-
quisa, espalhados por todo o mundo, estudando o tema e desenvolvendo tecnologia e algoritmos que no futuro poderão fazer pacientes paraplégicos andarem, tetraplégicos voltarem a mover a mão, amputados em que a musculatura anterior ao membro ausente não é preservada, entre outras aplicações”, afirmou Marilú. O uso dos sinais cerebrais poderia ajudar pacientes como o menino que foi mordido por um tigre em um zoológico do Paraná, por exemplo. Como perdeu o bra-
ço na altura do ombro, os músculos que poderiam acionar os dispositivos da prótese são os intercostais, que possibilitam movimentos limitados. Os sinais cerebrais poderiam ser usados de forma complementar, aumentando o número de acionamentos. O especial Por inteiro trata deste e de outros assuntos. Traz o drama e a reviravolta do palhaço Pinóquio e de outros oito pernambucanos que têm histórias de amputação, como a menina Clara, que perdeu um dos pés após ser
atropelada por um ônibus. Fala de dor e reconstrução. E mostra que o Brasil sequer sabe quantos são e em que situação estão os nossos amputados. acesse Confira o especial por inteiro
BOMBANDO NA WEB INTERNET/REPRODUÇÃO
MIMO ENCANTA PÚBLICO EM OLINDA
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Desafio do uísque
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Balde de gelo no ar
INTERNET/REPRODUÇÃO
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Netflix na rede Através de uma parceria com o Facebook, o Netflix agora permite aos usuários recomendar séries e filmes assistidos. Logo depois dos créditos, fica disponível a opção de se conectar à rede social.
Feriado
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