Hapvida dp 17 08 2014

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DIARIO d e P E R N A M B U C O

brasil

Recife, DOM - 17/08/2014

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Atenção às doenças crônicas Dados do projeto Saúde Amanhã mostram que, em 2033, as pessoas morrerão ainda mais por causa de diabetes, câncer e hipertensão

GUSTAVO MORENO/CB/D.A PRESS

JULIA CHAIB juliachaib.df@dabr.com.br

A

mudança de hábitos e o envelhecimento da população brasileira representam novos desafios ao sistema de saúde. Dados de um estudo obtido pelo Correio Braziliense/Diario, elaborado para o projeto Saúde Amanhã, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), atestam uma tendência para daqui a 20 anos: doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, câncer e hipertensão, ganharão um peso ainda maior em relação a outras. Essas enfermidades representam boa parte do cenário epidemiológico atual, mas a projeção para 2033 é que se sobressaiam mais em relação às infecciosas parasitárias, como as diarreias. A pesquisa mostra que a taxa de mortes a cada 100 mil habitantes por isquemias, a exemplo do infarto do miocárdio, deve crescer em 52%. O mesmo deve ocorrer com o diabetes, com aumento do índice de óbitos em 58,2%. O levantamento elaborado pelo professor doutor em epidemiologia da Universidade de Brasília (UnB) Walter Massa Ramalho e pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, será um capítulo do livro Brasil Saúde Amanhã: ensaios de prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro, pre-

Eurípedes Barreto mudou os hábitos de vida quando descobriu que tinha diabetes visto para novembro. O estu- co de hoje está totalmente asdo não traz detalhes sobre a in- sociada ao envelhecimento da cidência das doenças, mas das população. Por isso, podem taxas de mortalidade a cada prevalecer as doenças crôni100 mil habitantes. As estima- cas não transmissíveis, que retivas foram elaboradas com cebem essa classificação por estatísticas baseadas no Siste- terem sintomas prolongados. ma de Informatização de Mor- “Sabemos que as pessoas, em talidade e determinado com a proje- TAXA DE MORTES A momento, ção da populaadoeciam CADA 100 MIL ção para os das doenças próximos 20 HABITANTES POR infecciosas e anos. Os últi- ISQUEMIAS DEVE parasitárias, mos números CRESCER EM 52% tipicamente consolidados de crianças e do índice de adolescentes. óbitos é de 2011, por isso, eles Mas, agora, a gente passa a ter foram usados como ponto de um maior acúmulo das doenpartida para os cenários de ças crônicas degenerativas”, 2033. explica. Um estudo publicado Ramalho explica que a tran- em 2006 na revista Epidemiolosição do cenário epidemiológi- gia e Serviços de Saúde mostrou

que gastos com doenças crônicas chegaram a R$ 7,56 bi no ano anterior. Faz 14 anos que o militar aposentado Eurípedes Barreto, 67 anos, mudou os hábitos. Ao menos três vezes por semana ele vai à Associação do Idoso, em Taguatinga (DF), onde faz ginástica localizada. Exercício que ele concilia com uma alimentação balanceada, com pouca gordura, mais frutas e menos bebidas alcóolicas. A rotina de Barreto nem sempre foi assim. A vida dele mudou quando descobriu que estava hipertenso e com diabetes. “Nunca senti nada. Então, decidi fazer o exame e deu positivo. Comia muita gordura, fumava, bebia. Acho que tudo é consequência”, diz.


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