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DIARIO d e P E R N A M B U C O
local
Recife, DOM - 24/08/2014
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GUILHERME VERISSIMO/ESP DP/DA PRESS
1,49 milhão 1,45 milhão 486 mil Ranking de tipos de cirurgias no Brasil em 2013 Procedimentos cirúrgicos
228 mil
226 mil
Lipoaspiração
Implante de silicone de mamas
140 mil
130 mil
117 mil
Elevação de seios
Abdomino plastia
Cirurgia de Pálpebra
Olga Julliana, 19, fez cirurgia no queixo e também uma rinoplastia. Hoje, está satisfeita e adora tirar fotografias
Procedimentos não-cirurgicos
308 mil 140 mil Toxina Botulínica
Enchimentos
71 mil
61 mil
53 mil
Depilação a laser
Rejuvenescimento Facial (nãoinvasivo)
Peeling e dermoabrasão
Rinoplastia Brasil
77 mil
8,1% das rinoplastias em todo o mundo
México - 2º colocado
50 mil Aumento de glúteos Brasil
64 mil
México - 2º colocado
38 mil
129
{
5,6 mil Número de cirurgiões em Pernambuco
{
Número de cirurgiões plásticos no Brasil
Cresce procura por operações na face No Recife, pessoas com mais de 40 anos buscam o rejuvenescimento, enquanto jovens procuram mudanças estéticas no nariz
O
horizonte das cirurgias plásticas cresceu para o público brasileiro. Até as décadas passadas, o país era conhecido pelas intervenções de abdômen e seios. Há três anos, porém, o número de cirurgias de face aumentou significativamente e determinou as mudanças no ranking da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica. Delas, as mais procuradas são a rinoplastia (nariz)
e blefaroplastia (pálpebra). Em 2011, foram realizadas 43 mil cirurgias de nariz no Brasil. Em 2013, esse número saltou para 77 mil, um aumento de 76%. Os Estados Unidos, por exemplo, tiveram 31 mil operações semelhantes a menos. O México, segundo colocado no levantamento, fez 50 mil em 2013. Em blefaroplastia, o Brasil só perde para os Estados Unidos. No ano passado, foram 117 mil intervenções nas pálpebras. Em 2011, para se ter uma ideia, as estatísticas estacionaram em 90 mil, ou seja, 27 mil a menos. “No Brasil, sempre existiu um preconceito grande com as cirurgias de face, sobretudo no Nordeste, muito em função de resultados considerados ruins no rosto de algu-
mas famosas. As pessoas já chegavam ao consultório com medo”, situa o cirurgião plástico Alexandre Alencar. Nos Estados Unidos é comum as mulheres fazerem até quatro cirugias de face ao longo da vida. “Aqui, o preconceito está sendo quebrado aos poucos, com o reconhecimento dos profissionais, o conceito da cirurgia brasileira em todo o mundo.” Alexandre Alencar realiza cerca de 15 cirurgias plásticas por mês. No consultório dele, no Recife, as cirurgias de face para rejuvenescimento geralmente são procuradas por pessoas acima dos 40 anos. Já as rinoplastias têm sido buscadas cada vez mais por jovens de 17 e 18 anos. Uma prática comum às intervenções de face é a combi-
nação de mais de um procedimento, para baratear o custo e diminuir o tempo de recuperação. “mas tudo tem limite. É preciso considerar a área do corpo agredida, o tempo dos procedimentos e a quantidade de sangue perdida”, pondera. Insatisfeita com o queixo, a estudante Olga Julliana Farias, 19, sempre quis fazer uma cirurgia. Nas férias de 2012, procurou um médico. Por ideia da mãe, quis saber também detalhes da rinoplastia. Gostou da ideia e menos de uma semana depois foi à mesa cirúrgica. Em uma semana, foi liberada para as atividades diárias. “Eu tinha receio de tirar fotos com as minhas amigas. Hoje em dia adoro fazer fotos, estou tirando o atraso”, brinca.
Busca por perfeição pode ser transtorno Face
R$ 10 a R$ 12 mil
Prótese de glúteo R$ 7 a R$ 9 mil Blefaroplastia (pálpebra) R$ 4 a R$ 6 mil Cirurgia de correção de orelha R$ 4 a R$ 6 mil *varia de acordo com hospital, equipe e tipos de prótese escolhidos
Riscos de uma cirurgia plástica
A procura pela cirurgia plástica têm relação direta com o culto à beleza. Para os psicólogos, ela pode ser enquadrada junto ao “boom” das academias e a peregrinação pelas mais variadas dietas, a partir do conceito de cultura somática, no qual as pessoas se submetem a determinadas regras daqui-
lo que é belo. “Hoje é praticamente impossível passar isento a isso, já que a exposição é grande nas mídias. É preciso ter muita convicção e clareza de que não é necessário atender a tudo o que é colocado como padrão, e as pessoas mais inseguras, com autoestima baixa e necessidade de
aprovação social, são mais vulneráveis”, explica o professor de psicologia da Fafire e pesquisador em antropologia Eduardo Fonseca. Entre as alternativas para ficar “bonito”, ele afirma que as plásticas são as de resultado mais imediato. Mas até os próprios profissionais da área fazem o alerta de
que a busca desenfreada pela mudança no corpo pode ser considerada um transtorno, a síndrome da dismorfia corporal. “É algo que precisa ser debatido. Cirurgia plástica não é um problema, mas a procura sem limites pela perfeição deixa a sociedade debilitada”, opina o médico Rui Pereira.
Tipos de cirurgia plástica mais comuns EDITORIA DE ARTE/DP
Cicatrizes desfavoráveis Sangramento (hematoma) Infecção Alterações de sensibilidade da pele Trombose venosa profunda, complicações cardíacas e pulmonares Acúmulo de líquido (seroma) Possibilidade de novo procedimento cirúrgico Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)
Lipoaspiração A lipoaspiração remodela áreas específicas do corpo, removendo o excesso de depósitos de gordura, melhorando os contornos do corpo e a proporção
Mamoplastia de aumento (colocação de próteses) A cirurgia de aumento de mama utiliza implantes para dar volume aos seios ou restaurar o volume mamário perdido após perda de peso ou gravidez
Blefaroplastia
Rinoplastia
A cirurgia de pálpebra proporciona aparência rejuvenescida na área ao redor dos olhos, fazendo com que o olhar pareça mais descansado e alerta
A cirurgia do nariz melhora a aparência e a proporção do nariz, realçando a harmonia facial e melhorando a autoestima. A cirurgia do nariz também pode corrigir dificuldade respiratória causada por anormalidades estruturais no nariz