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Recife, QUA - 29/10/2014

ALCIONE FERREIRA/DP/D.A PRESS

Ex-pacientes do Hospital do Câncer montaram a peça de teatro musical Dança da vida, na qual abordam a convivência com a doença

Dicas para superar o câncer

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a descoberta, o desespero e a insegurança. Na cirurgia, a tristeza e o choque. Na recuperação, êxtase e renascimento. Os sentimentos são interpretações de quem passou pelo drama do câncer de mama. Mas o que mulheres como Elisabete Barbalho e Fátima Silveira têm de mais especial é que elas aprenderam a transformar a doença em arte. Sete mulheres ex-pacientes do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP) montaram a peça de teatro Dança da vida, na qual mostram as reações de mulheres que descobriram a doença, as dificuldades enfrentadas durante o tratamento e a redescoberta de uma nova percepção da vida. São pacientes que fizeram de suas vivências um espelho. No espetáculo, cada mulher interpreta uma personagem com uma forma diferente de encarar o câncer. Não há falas, apenas gestos e músicas. A manicure Elisabete Barbalho faz o papel da desesperada. Durante a atuação, ela se descabela, senta no chão, dá murros na parede. “Faz seis anos que participo do grupo. Tem um momento que ficamos em duplas e imitamos os toques uma da outra no corpo. Representa a fase da

Busque o apoio da familia e de amigos. São eles que vão ajudar a paciente a superar os medos e a insegurança Procure fazer atividades que lhe deixem bem, como ler um livro, ouvir música ou sair para dançar Aprenda técnicas para o alívio do estresse e ansiedade como alongamentos e trabalhos com a respiração. Eles podem ajudar, inclusive a recuperação da mulher

Uma vida nova através da arte descoberta do câncer”, disse Elisabete, que retirou a mama há sete anos. Também há as pacientes que recorrem à religião quando descobrem o câncer de mama. Para retratar o apego a Deus, fazem preces, andam com crucifixos. Já outras encaram a doença de maneira mais tranquila. Apesar do câncer, não perdem o bom

humor. Não gritam, não se desesperam. Existem aquelas ainda que preferem a solidão. Mais que mostrar o drama das pacientes e a superação delas, as apresentações, que duram cerca de 15 minutos, servem para alavancar a autoestima das mulheres. “Faz parte de um trabalho também de convencimento das pacientes. É um drama vivido

Nova droga aumenta sobrevida Quem ainda vive a doença em um grau mais complicado também precisa renovar as forças. E uma nova droga pode ajudar nesta missão. Chamado de Pertuzumab, o composto tem demonstrado aumentar em cerca de 15 meses a sobrevida de pacientes com câncer de mama em fase de metástase. De acordo com o oncologista do Serviço de Quimioterapia de Pernambuco (Sequipe), Eriberto Júnior, os resultados da droga foram discutidos no Congresso Europeu de Oncologia Clínica, em Madri, na Espanha.

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“Os efeitos colaterais do tratamento com o Pertuzumab também são menores se comparados aos compostos usados normalmente nos trata-

MEDICAMENTO AMPLIOU VIDA DE PACIENTES EM ESTADO DE METÁSTASE mentos”, acrescentou. Outros estudos, afirmou, vão testar a droga em pacientes que não haviam tido câncer. “Isso será discutido no próximo se-

minário, que será realizado em maio ou agosto de 2015”. No Sequipe, cerca de três mulheres estão fazendo uso do Pertuzumab. Uma delas não tem demonstrado efeitos satisfatórios em relação ao avanço da doença. Embora seja visto por alguns oncologistas como animador, apesar do alto custo, o Pertuzumab não está disponível na rede pública. “Conseguir 15 meses era algo inimaginável. O custo-benefício vale a pena. Se fosse um ou dois meses nem tanto, mas nesse caso vale”, concluiu Eriberto Júnior.

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de forma individual e muitas ainda não estão totalmente dispostas a mostrar esses sentimentos. No entanto, estimular isso é uma forma de fazê-la superar a doença”, disse a professora do grupo, Georgina Moreira. Para a assistente social do HCP, Fátima Silveira, colocar a doença em forma de arte pode trabalhar não só a ques-

No espetáculo, cada mulher interpreta uma personagem com uma forma diferente de encarar o câncer

tão da autoestima, mas também a inclusão social. “É algo que traz vantagens psicofisicas e até sociais. Se a mulher não tiver integração, vai ficar difícil de superar. Temos pacientes que depois da doença passaram a ver a vida de outra forma, aproveitando-a com mais intensidade”, acrescentou a assistente, que também já teve câncer de mama.

Eduque-se para o autocuidado e tenha pensamentos positivos. Acredite em você mesma e que você pode alcançar tudo que deseja Faça atividaes dedicadas a você, como idas ao salão de beleza ou às compras, para aumentar a autoestima Procure se alimentar de forma saudável, comendo alimentos ricos principalmente em vitaminas antioxidantes, presentes em frutas, verduras e grãos

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Os efeitos colaterais do Pertuzumab são menores se comparados aos compostos usados normalmente” Eriberto Júnior ressalta que testes são animadores

Eriberto Júnior, oncologista


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