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d e P E R N A M B U C O - Recife, domingo, 30 de março de 2014 DIARIOd economia IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
Indústria cria novas oportunidades FOTOS: ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS
Mondelez emprega 1.222 pessoas, 90% dessa mão de obra é do município de Vitória
Antes voltada para o comércio, Vitória de Santo Antão vê crescer o setor industrial e as vagas de trabalho ROCHELLI DANTAS rochellidantas.pe@dabr.com.br
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oje com 23 anos, Diego Bezerra cresceu ajudando o pai em uma oficina mecânica, mas, confessa, nunca ofissão adianpensou em levar a profissão te. Seu sonho sempre foi trabalhar na área administrativa. Natural de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul pernambucana, distante 47,2 quilômetros do Recife, o jovem via no comércio uma alternativa. Os planos mudaram. Ou melhor, a cidade mudou. A matriz econômica, antes ocupada predominantemente pela agropecuária e pelo comércio, ganhou um integrante de peso: a indústria. Grandes projetos foram instalados no local e já geram mais de quatro mil empregos. Um deles, o de Diego Bezerra. “Eu estava em busca de uma oportunidade de carteira assinada e mandei o currículo para a empresa, mas não imaginava ser chamado, tanto que também estava participando de seleções no comércio. Quando a empresa me chamou não acreditei. Já estou aqui há dois anos, fui promovido duas vezes até chegar na área administrativa, que eu al-
mejava”, contou o agora assistente administrativo da área de recursos humanos da Mondelez. A empresa, que ocupa uma área de 29 hectares, foi inaugurada em 2011 e já passou por quatro expansões: a primeira para a produção de Club Social, a segunda para produção de biscoitos recheados, seguidas por Bis e Sonho de Valsa. Este último produto ainda está na fase de implantação. A marca pernambucana estará estampada nas embalagens a partir
Roca inicia a produção nesta semana, gerando 210 empregos do segundo semestre. Alguns funcionários passaram, inclusive, por um treinamento na unidade do grupo em Curitiba e estão trabalhando no início da produção do chocolate em Pernambuco. Todas essas oportunidades foram acompanhadas de perto por Lenilda Almeida e Romerito Padilha. Os dois trabalham no local desde a inauguração e comemoram as oportunidades que conquistaram. “Eu pensava que só conseguiria crescer profissionalmente fora de Vitória, mas consegui entrar na unidade, já recebi diversas promoções, terminei a facul-
dade, ingressei em um curso técnico, adquiri meu carro e agora tenho vários outros sonhos”, disse Padilha, que hoje atua na área de manutenção da Mondelez. Já Lenilda encontrou na indústria a profissão dos sonhos. “Durante um treinamento em uma outra unidade do grupo eu vi que uma mulher fazia a manutenção das máquinas. A partir daí, decidi que era essa a profissão que eu queria. Quando voltei, me matriculei em um curso técnico. Quando tive a oportunidade me candidatei a uma vaga no setor e fui promovida”, comemora a auxiliar de manutenção. Atualmente, a Mondelez conta com 1.222 funcionários, 90% do município. Além da Mondelez, outros grandes projetos já estão no município a exemplo da BRF Foods, que, em dezembro inaugurou a unidade de produção de margarinas. A nova fábrica ocupa uma área de 14,5 mil metros quadrados e fica no mesmo complexo que já abriga a unidade de embutidos, em operação desde 2009. Juntas, as duas geram quase dois mil empregos. E novos projetos saem do papel. Esta semana, por exemplo, a Roca inicia a produção de metais sanitários, gerando 210 oportunidades de trabalho. Em breve, a Metalfrio também dará o start na produção de aparelhos e utensílios eletrodomésticos e contará com 200 funcionários.
Vitória de Santo Antão
Perfi erfill municipa municipall Vitória de Santo Santo Antão Distância do Recife
47,2 km
Áreea territ Ár territorial orial
371, 71,80 803 3 km2 (2 (201 010) 0)
População residente
117.609 (2000)
PIB per capita capita (em (em R$ 1,00) 1,00)
12.5677 (2011) 12.56 (2011)
% da Agropecuária no Valor Adicionado Bruto
1,86 (2011)
% da Indústria Indústria no Valor Adicionado Bruto Bruto
31,98% (2011) (2011)
% dos Serviços no Valor Adicionado Bruto
66,16 (2011)
Total de empregados no setor formal
17.398 (2012)
Empregados no comércio
4.595 (2012)
Empregados na atividade de serviços
3.376 (2012)
Empregados na indústria de transformação
“
Romerito comemora as conquistas pessoais
6.178 (2012) Fonte: Agência Condepe/Fidem Condepe/Fidem
Raio X das principais indústrias instaladas
Eu pensava que só conseguiria crescer profissionalmente foradeVitória,mas já recebi diversas promoções” Diego trabalha na área administrativa na Mondelez
Recif ecife e
Projeto
Invvestimento - R$* In
Empr mpreg ego os direto diretoss
Mondelez
426
1.222
BRF Foods (marg (margarinas arinas))
150
240
BRF Foods (embutidos)
300
1.700
Roc ocaa (metais sanitário sanitárioss)
42
210 21 0
Arxo
10
44
Isoe Is oesste (c (cons onstrutiv trutivo os isotérmic isotérmico os)
21,1
184
Fante
15,1
80
Metalfrio
37,4
220 22 0 *(em milhões)
Romerito Padilha, funcionário da Mondelez Mondelez
Fonte: AD Diper
Reflexo positivo no comércio O chamado distrito industrial de Vitória de Santo Antão possui uma área de 56,2 hectares, deste total, 29 hectares são da Mondelez e as demais já estão comprometidas para as empresas em negociação com a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper). Além desses grandes players, outras indústrias menores tocam projetos na região. Pelos cálculos da prefeitura municipal, a cada grande indústria, outras três se instalam.
Segundo o secretário de Planejamento e Orçamento, José Barbosa Filho, a chegada da indústria também fortalece o comércio. “Muitos diziam que o comércio seria abalado, mas ele foi fortalehecido. Muitas marcas nacionais chegaram e os empresários locais estão ampliando”, ressaltou. Para os gestores, o crescimento seria maior se houvessem terrenos disponíveis. “Recebemos muita demanda mas não temos espaço. Nós identificamos alguns
terrenos e apresentamos ao governo do estado para viabilizar desapropriações, porém este é um processo demorado”, ressaltou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Industrial do município, Marco Antonio Mendes. Segundo ele, duas empresas aguardam a liberação de área no distrito industrial. De acordo com o presidente da AD Diper, Jenner Guimarães, as poucas áreas disponíveis na região estão em negociação. “No-
vas áreas hoje não temos. Existem negociações em andamento mas não novos projetos. O que vier de demanda a partir de agora será negociado terra junto à prefeitura”, afirmou. Guimarães explica que alguns projetos aguardam a liberação de documentação, o que deve acontecer nos próximos 30 ou 60 dias. Outra pendência do governo do estado é a construção do acesso ao parque industrial, que deve ser concluído ainda neste semestre.
Comércio se fortaleceu com a chegada das indústrias