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economia Recife I 3 de setembro de 2014 I quarta-feira
“Nova Camed”: tire as dúvidas
PLANO Com a aquisição pela Unimed N/NE, ANS determina manutenção da rede hospitalar. Médicos são livres para aceitar ou não Raíssa Ebrahim raissa@jc.com.br
Q
uarta colocada no ranking de operadoras de grande porte com mais reclamações, a Camed vendeu recentemente sua carteira de 105 mil clientes (referente à Camed Vida) para a Unimed Norte-Nordeste. A transferência valerá a partir de 1º de outubro e foi autorizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Neste mês de setembro, chegam para os clientes as novas carteirinhas, juntamente com uma cartilha informativa. Mas a mudança ainda tem suscitado dúvidas e receios. Numa visão de mercado, o processo é apenas a ponta do iceberg quando o assunto é o atual formato da medicina suplementar no Brasil, em geral de má prestação de serviços e fraca fiscalização e regulação. A Unimed Norte-Nordeste garante que cerca de 90% dos hospitais que atendiam a Camed Vida já atendiam também a Unimed. Os outros 10%, a empresa diz estar firmando contratos. Sobre a rede de médicos, a informação é que ela é 95% compatível com a Camed – percentual que sobre para 98% em Pernambuco, praça em que a operadora, que tem sede na Paraíba, diz ter tido menos dificuldade no processo de migração. A rede que será disponibilizada aqui é basicamente a da Unimed Recife, já que a Unimed funciona como uma rede de cooperativas, sendo que cada cooperativa possui sua independência administrativa. Apesar das
afirmações, alguns clientes já relatam insatisfações citando perda de credenciamento junto a alguns médicos. Entre as obrigações da Unimed Norte-Nordeste, a ANS cita a manutenção integral das condições vigentes nos contratos assinados com a Camed Vida, o que garante a mesma cobertura assistencial, mesma regra de reajuste e a mesma data de aniversário do contrato. Também prevê a manutenção dos hospitais da rede credenciada à Camed Vida, mas não exige a manutenção da mesma relação de médicos, clínicas e laboratórios. A Unimed Norte-Nordeste também é obrigada a garantir atendimento aos beneficiários de acordo com os prazos máximos estipulados pela ANS, que ressalta que não poderá ocorrer, em momento algum, descontinuidade na assistência aos beneficiários. As mudanças abrem um novo momento de mercado para a Unimed Norte-Nordeste, que não trabalha com planos individuais, tem foco nos planos coletivos e empresariais, mas que agora passou a ampliar seu negócio. A nova carteira que a operadora assume está 90% concentrada em Pernambuco, na Bahia e no Ceará. O presidente do Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhospe), Mardônio Quintas, lembra que a Unimed trabalha numa formatação mais fechada, que tende a atender em serviços próprios, diferente da Camed, que possuía uma rede mais aberta, presente em quase todos os hospitais.