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Recife I 3 de outubro de 2014 I sexta-feira

economia

www.jconline.com.br

SAÚDE Sobram reclamações nos primeiros dias da transferência da carteira de usuários de uma empresa para a outra. Rede credenciada não está sendo garantida Rodrigo Carvalho/JC Imagem

Rossini Gomes

rpgomes@jc.com.br

A

venda da Camed Vida para a Unimed Norte-Nordeste tem causado transtornos ao clientes que tiveram de ser transferidos para o novo plano. Apenas dois dias após a nova administração, vários clientes relataram ao JC queixas quanto ao atendimento nos hospitais e dificuldade de marcação de exames após a mudança. A aquisição afetou 103 mil beneficiários, sendo 43 mil apenas em Pernambuco. “Tenho duas hérnias de disco e estava sentindo uma dor muito forte na lombar. Fui para o hospital e não fui atendida, porque a unidade de saúde não conseguiu autorização da Unimed Norte-Nordeste para que o atendimento pudesse ser feito. Então, liguei para o atendimento da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), abri um protocolo de reclamação e fui orientada a entrar no site e fazer outra reclamação, por meio da ouvidoria”, disse a funcionária pública Maria Sofia Carneiro, 49 anos. Ela conseguiu atendimento, mas somente após assinar um termo de responsabilidade. “Essa história de que vamos continuar com a mesma

CRUZ Maria assinou termo de responsabilidade para ser atendida

Atendimento da Unimed N/NE é falho, segundo clientes rede credenciada e com os mesmos valores é tudo mentira”, argumenta, lembrando o fato de sua mãe ser cliente de um plano que foi comprado por outro no ano passado e já ter tido o valor reajustado duas vezes nesse período. Ao JC, outra usuária da Ca-

med Vida contou que, há cerca de 15 dias, marcou um exame de punção e foi informada de que a autorização só seria feita pela Unimed Norte-Nordeste no dia 1º deste mês, data em que a ANS autorizou a transferência. “Mas tentei ontem (anteontem) e não consegui. E o exame estava marcado para amanhã (hoje). Ou seja, não vou ser atendida”, disse, acrescentando que entrou em contato pelo Atendimento da Camed Vida (0800 722 6090) e não obteve sucesso. Segundo ela, a estrutura física para atendimento de clientes atendidos por planos que foram adquiridos pela Uni-

med, no Recife (no prédio do bairro da Ilha do Leite, no Centro), é precária, “com divisórias posicionadas de forma arranjada”. A reportagem também soube de casos em que médicos de grandes hospitais do Recife estão cobrando a exclientes da Camed Vida preço de tabela estipulado pela Associação Médica Brasileira (AMB). Uma consulta com um clínico, por exemplo, custa por volta de R$ 150. Segundo a ANS, a rede hospitalar deve ser mantida. E caso isso não aconteça, a recomendação é recorrer ao órgão para denunciar, pois as queixas são monitoradas e podem culminar na suspensão da comercialização do plano. O site da ANS é o www.ans.gov. br e o número da central de atendimento é o 0800 701 9656. O JC também procurou contato com a Unimed Norte-Nordeste, tanto por meio do Atendimento (O800 722 6090) quanto do número direto da Ouvidoria (83 3048-2760), disponibilizados em seu site (www.unimednne.com.br), mas não obteve sucesso.

q Mais na web Veja outras orientações da ANS no site www.jconline.com.br

Igo Bione/JC Imagem

Usuário ex-Camed sofre com Unimed

CRISE Conjuntura negativa gera incerteza no trabalhador

Cresce medo de perder emprego

O

cenário econômico negativo neste ano tem ampliado a sensação do brasileiro de que pode perder o emprego. A insegurança levou o Índice do Medo do Desemprego, elaborado pelo Ibope Inteligência, a atingir no mês passado a maior pontuação desde novembro de 2009, quando a crise financeira internacional desembarcava no País – o indicador atingiu 77,9 pontos à época. A persistência do quadro negativo da economia levou o indicador a atingir 77 pontos no mês passado. Foi a sexta alta consecutiva da pesquisa trimestral encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A última vez que o índice ficou abaixo dos 70 pontos foi em março de 2013, quando atingiu 69. Na comparação com junho, a última medição realizada pelo Ibope, o indicador cresceu 1,2%. Em relação à pontuação de setembro de 2013, subiu 6,2%. Em seis meses, a CNI registrou crescimento de 11,6% na sensação

de insegurança em relação ao emprego. O aumento do medo de desemprego reflete os últimos resultados das pesquisas oficiais sobre o nível de ocupação da população. É o caso do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), pesquisa mensal do Ministério do Trabalho. A toada de recordes decrescentes de geração de emprego foi verificada pelo indicador em agosto, quando registrou o pior saldo líquido (diferença entre contratações e demissões) para o mês em 12 anos. Em julho, o saldo foi o pior para o mês em 15 anos. No mês anterior, o Caged teve a pior geração de empregos desde 1998. O desaquecimento do mercado de trabalho também apareceu em agosto na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE – a Pnad Contínua indicou desemprego em nível ainda mais elevado. Apesar do cenário negativo, e de afirmar ter mais medo de ficar desempregado, o brasileiro se disse mais satisfeito com a vida.


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