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Recife I 5 de setembro de 2014 I sexta-feira
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Para não deixar o olho seco CONGRESSO DE OFTALMOLOGIA Especialistas alertam para necessidade de cuidados que evitam ressecamento do globo ocular
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assar horas em frente ao computador no trabalho, utilizar celulares e tablets a todo momento, assistir à televisão ou voltar à tela do PC nas horas vagas. Esses hábitos são tão comuns que até parecem inofensivos. No entanto, podem provocar danos à saúde do globo ocular. Ressecamento, irritação, ardência e sensação de areia nos olhos são alguns dos problemas. Com o tempo, esses sintomas ainda podem provocar a síndrome do olho seco. O problema é agravado por doenças e fatores ambientais, como a poluição e o uso excessivo de ar-condicionado, e tem levado cada vez mais pacientes aos consultórios oftalmológicos. “Quando usamos o computador ou o celular, nosso olho fica muito concentrado e pisca com menos frequência. Por isso, o filme lacrimal evapora e o olho resseca”, explica o oftalmologista Bernardo Cavalcanti, que admite ser difícil fugir das causas do problema. “Dependemos muito da tecnologia, por isso o olho seco é cada vez mais frequente”, disse, durante o Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que até amanhã reúne profissionais de todo o País no Centro de Convenções de Pernambuco. O olho seco é uma doença crônica que provoca o ressecamento do olho devido à perca ou à produção insuficiente de lágrimas. O primeiro caso é chamado de olho seco evaporativo e é causado pela perda do filme lacrimal devido à exposição demasiada a computador e ar-condicionado. Já o segundo tipo é o olho seco aquoso, caracterizado pela produção insuficiente de lágrimas devido a doenças, disfunções hormonais e uso excessivo de medicamentos. O problema é agravado pelo envelhecimento, já que a produção de lágrimas diminui com a idade. Esse fator costumava ser a principal razão da síndrome, mas os hábitos atuais mudaram o quadro. “A doença é mais comum em pessoas acima dos 40 anos, mas a incidência tem
aumentado entre os jovens a partir dos 20 anos por causa das condições ambientais a que estamos expostos. O olho seco evaporativo já corresponde a 70% dos diagnósticos”, revela o oftalmologista.
PESQUISAS
De acordo com pesquisas americanas, 10% da população mundial sofrem com o problema, o equivalente a 18 milhões de brasileiros. A Associação Brasileira dos Portadores de Olho Seco (Apos) acredita que esse índice alcance 20% no País. Há oito anos, a professora Maria Augusta de Araújo, 55 anos, faz parte desse percentual. “Meu olho ardia muito e eu sempre tinha a sensação de que ele estava arranhando. A agonia era muito grande, por isso acabava coçando e inflamando. Tive conjuntivite várias vezes por causa disso”, conta Maria Augusta. Desde o diagnóstico, ela usa colírio várias vezes ao dia para aliviar os sintomas. “Ainda assim sinto incômodo. Trabalho com computador e isso piora. No fim do dia o olho fica irritado, mas não posso fugir das minhas tarefas.” Mesmo assim, oftalmologistas afirmam que é possível tomar algumas precauções no dia a dia. Ter períodos regulares de descanso durante o uso no computador, diminuir a luminosidade do monitor e usálo abaixo da linha de visão para manter uma área do olho protegida pela pálpebra são algumas das dicas. Também é recomendado utilizar umidificador de ambiente e não direcionar o ar-condicionado para o rosto. Umidificar o olho com colírios e lágrimas artificiais também é uma saída para o problema, que a longo prazo pode causar intolerância à luz. “Esta é uma doença crônica e pode provocar danos graves se não for tratada. O paciente pode ficar sem condições de usar o PC, ver TV ou ler”, alerta Cavalcanti.
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CUIDADOS Profissionais recomendam uso de colírio para aliviar sintomas provocados, em geral, pelo uso diário de computador
q Mais na web Vídeo com o oftalmologista Bernardo Cavalcanti, no www.jconline.com.br/cidades
Incêndio mata três da mesma família rês pessoas morreram carbonizadas na noite da última quarta-feira, durante incêndio em uma residência em Itamaracá, Região Metropolitana do Recife. A suspeita é que um curto-circuito na rede elétrica do imóvel tenha provocado as chamas. Um idoso de 78 anos, a esposa dele e uma criança de apenas 5 anos não conseguiram sair do local a tempo. De acordo com a polícia, o fogo começou por volta das 21h e se alastrou rapidamente pela casa, no Sítio Bom Jesus, próximo à PE-35. Populares tentaram conter as chamas até a chegada do Corpo de Bombeiros. “Quando vi o incêndio, chamei pelo meu esposo. Ele tentou apagar o fogo jogando água, mas parecia que as chamas se alastravam mais”, contou a vizinha Ana Paula Cristina da Silva, em entrevista à Rádio JC News. Segundo o Corpo de Bombeiros, os corpos de José Francisco dos Santos e Maria José de Santana, 52, foram encontrados de imediato, junto a uma parede. Já o corpo do menino Jadson Rubson Soares Gomes, neto do casal, só foi localizado
Michele Souza/JC Imagem
mbarbosa@jc.com.br
na manhã de ontem. Somente o quarto em que as vítimas estavam pegou fogo, de acordo com os bombeiros. Peritos do Instituto de Criminalística (IC), que estiveram no local para realizar a perícia técnica, informaram que o fogo pode ter sido ocasionado por um curto-circuito na instalação elétrica, feita de maneira improvisada, com um fio puxando energia de um imóvel da frente. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar as causas do incêndio. O titular da Delegacia de Itamaracá, Evaristo Neto, ficará responsável pelo caso.
Gerente forja o próprio sequestro U Fotos: Polícia Federal/Divulgação
Marina Barbosa
EXAME DE DNA
Os corpos das vítimas foram encaminhados ao Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife, em Santo Amaro, área central do Recife. Segundo o órgão, será necessário realizar exames de DNA para identificá-los, por causa do estado em que os corpos foram encontrados. A família das vítimas já foi informada e deve fornecer material genético para comparação. O resultado dos testes deve sair em até 30 dias.
SIMULAÇÃO Mulher disse ter sido obrigada a abrir imóvel e desligar câmeras. Errou na marca do carro e PF descobriu
ma gerente dos Correios foi presa na tarde de anteontem em Caruaru acusada de forjar o próprio sequestro em um assalto à agência da instituição no município de Frei Miguelinho, Agreste de Pernambuco. De acordo com a Polícia Federal, Adryelly Nataly Nascimento de Albuquerque, 26 anos, confessou participação no crime e informou que desde agosto de 2013 retirava dinheiro do cofre da unidade. Outras três pessoas teriam participado do crime e um dos suspeitos continua foragido. A investida ocorreu por volta das 6h30 do dia 23 de janeiro deste ano, antes da abertura da agência. Na época, em depoimento à polícia, Adryelly informou que quando estava na parada de ônibus foi feita refém por um homem vestido com a farda dos Correios, colocada em uma Hilux – onde estavam mais dois suspeitos – e levada ao local do assalto. Ela afirmou que teria sido forçada a abrir o imóvel, desligar as câmeras do circuito interno e o dispositivo do cofre para que fosse retirado o dinheiro (a quantia não foi divulgada). Em seguida, os três assaltantes fugiram, levando a arma do vigilante. Ao chegar ao trabalho, o segurança a encontrou
amordaçada e com os olhos vendados. A PF descobriu que o carro usado no crime era diferente do informado pela gerente. Os policiais identificaram a caminhonete S10 e o dono dela, o comerciante Antônio José da Silva, 34. Depois, foram reconhecidos Jucimario José dos Santos, 29, que já estava na Penitenciária Juiz Plácido de Souza por roubo, e Jailson Cândido da Silva, foragido. Eles apontaram Adryelly como mentora do próprio sequestro. À polícia, a gerente revelou que teria planejado o assalto, pois estava com medo de que uma possível auditoria descobrisse que ela subtraiu R$ 22 mil da agência em seis meses. Segundo ela, o dinheiro roubado na investida em janeiro foi dividido entre os três assaltantes. Após o assalto, a funcionária foi transferida para a unidade dos Correios em Riacho das Almas, também no Agreste. Na agência, ela também desviou dinheiro, cerca de R$ 5 mil. A PF não recuperou nenhuma quantia. Todos foram indiciados pelo crime de furto mediante fraude. Se condenados, poderão cumprir pena de até 8 anos de prisão. Foi aberto inquérito administrativo e a gerente, afastada.