jornal do commercio 3
Recife I 6 de novembro de 2014 I quinta-feira
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Pacto pela Vida ganha reforço EMERGÊNCIA A partir de terça Samu atende sozinho emergências clínicas e bombeiros ficam mais livres para vítimas de violência “Das 18.440 ocorrências atendidas no Grande Recife entre janeiro e outubro deste ano, 1.539 foram relacionadas a problemas clínicos. Evitaremos, agora, duplicidade de atendimento e poderemos nos dedicar às outras ocorrências”, explicou o coronel Gustavo Falcão, comandante operacional metropolitano do Corpo de Bombeiros. Com a mudança, a população deve ligar para a central 192, do Samu, quando alguém tiver sintoma de infarto ou um surto psicótico. As violências, embora sejam prioridade dos bombeiros (Central 193), continuam sendo atendidas também pelo 192. As urgências clínicas respondem por 62% dos atendimentos do Samu Metropolitano, segundo o coordenador, Leonardo Gomes. O ideal, explica, é a unificação das centrais de emergência, com a comunidade ligando para apenas um número, o que acontece nos Estados Unidos. O modelo está nos planos federais, mas sem prazo para ocorrer. Os comandos do Samu e do Corpo de Bombeiros afirmam que os ajustes na atuação conjunta são constantes. Antes do atual, já havia sido definido protocolo para suporte a pacientes psiquiátricos. Nesse caso, a responsabilidade é do Samu, embora às vezes seja necessário o apoio da Polícia Militar ou dos bombeiros.
Mutirão vai reparar “orelha de abano”
Hélia Scheppa/JC Imagem
Q
uando deixarem de atender emergências clínicas a partir da próxima terça-feira no Grande Recife, as equipes de resgate do Corpo de Bombeiros de Pernambuco poderão se dedicar mais à missão assumida no Pacto Pela Vida: a assistência a vítimas de violência, diminuindo a mortalidade. Nos últimos dez meses, 279 ocorrências ficaram sem cobertura dos socorristas militares. A mudança anunciada ontem deixa exclusivamente para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) os casos de mal súbito e adoecimento. “Estamos otimizando o atendimento ao cidadão. Desde 2010 o Corpo de Bombeiros recebeu investimentos do Pacto pela Vida e agora deve se dedicar a sua atividade fim”, afirmou ontem o secretário-executivo de Defesa Social do Estado, Rodrigo Bastos. O Samu Metropolitano, operado por equipes de saúde municipais, continuará ajudando a socorrer as vítimas de trauma no Grande Recife. E o incremento da demanda por atendimento clínico deve ser de apenas dois a quatro casos por dia. Cerca de um terço dos deslocamentos dos bombeiros são em vão. Grande parte por causa de trotes, mas outra parcela está relacionada ao atendimento em duplicidade feito pelo Samu, Polícia Militar ou socorro particular. Ao deixarem de fazer em média 150 atendimentos a emergências clínicas por mês, os bombeiros terão mais disponibilidade para casos de espancamento, oscilando hoje entre 30 e 60 mensalmente.
Constrangimentos, incômodo, bullying e piadas de mau gosto são alguns dos transtornos sociais causados para quem sofre com as chamadas “orelhas de abano”. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, de 2% a 5% da população mundial têm a orelha mais aberta. Com o objetivo de diminuir esses problemas, um mutirão de consultas e cirurgias para corrigir as orelhas de abano chega a Pernambuco no próximo dia 21. Para participar, os interessados devem se inscrever no site www.projetoorelhinha.com. br ou na central de atendimento pelos telefones 4062-0607 e 0800 718 7804. O paciente já sai da consulta com a cirurgia marcada. A iniciativa, promovida pelo Projeto Orelhinha, vai oferecer o procedimento com 70% de desconto para a população. A ação acontecerá no auditório do Hotel Dorisol, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. O Projeto Orelhinha foi criado há quatro anos pelo Instituto Orelhinha. “A maioria das pessoas que nos procuram sofre com baixa autoestima. A cirurgia promove uma grande mudança de vida. Nosso objetivo é resgatar a autoestima delas”, explica o cirurgião plástico Marcelo Assis, coordenador nacional da iniciativa.
IDEIA Coordenador do Samu Metropolitano, Leonardo Gomes propõe unificação das centrais
q Mais na web Vídeo com coronel Gustavo Falcão explicando mudanças, no www.jconline.com.br/cidades
k ciência/meio ambiente
Vacina contra dengue é eficaz PESQUISA Sanofi Pasteur conclui testes em vários países e garante que imunizante oferece proteção contra 95,5% dos casos graves cleite@jc.com.br
A
pós 20 anos de dedicação ao desenvolvimento da vacina contra a dengue, a Sanofi Pasteur chegou ao final do estudo que confirma a eficácia do produto, que deve estar disponível no Brasil para comercialização e uso pela rede pública ainda em 2015, após passar por aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os testes demonstraram que o imunizante oferece proteção contra 95,5% dos casos graves da doença e reduz em 80,3% o risco de hospitalizações. Além disso, a vacina demonstrou proteção de 60,8% contra os quatro tipos de dengue. Esses percentuais levam à seguinte interpretação: a cada 100 pessoas imunizadas, 60,8 não contraem a dengue. Entre aqueles que adquirem, 95,5 em cada grupo de 100 não evoluíram com as formas graves, que podem causar hemorragia. Até a segunda semana de outubro, foram notificados em Pernambuco 9.962 casos da doença – um aumento de aproximadamente 27% em relação ao mesmo período de 2013, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. O Estado tem 24 municípios em situação de risco para a dengue, além de outros 99 em alerta, incluindo o Recife. Com a chegada do produto, a expectativa é de que os casos com agravamento praticamente desapareçam e que as internações dimi-
nuam. “A vacina servirá como instrumento importante para que seja atingida a meta da Organização Mundial da Saúde, que pretende reduzir em 50% a mortalidade por dengue até 2020”, disse por telefone a médica Lucia Bricks, diretora de saúde pública da Sanofi Pasteur. A empresa inaugurou, em Neuville-surSaône, no Leste da França, uma fábrica especialmente para a produção da vacina e que já está pronta para operar. “Os testes demonstraram que o produto é confiável porque tem níveis de segurança equiparáveis aos dos placebos”, frisou. O imunizante, segundo a médica, será aplicado em esquema de três doses, com intervalos de seis meses. “A partir de dois anos, ele pode ser administrado. Esperamos que várias faixas etárias sejam contempladas como grupos prioritários dos programas públicos de imunização.” O programa de estudos de eficácia e segurança envolveu mais de 31 mil voluntários em 10 países endêmicos da Ásia, do Caribe e da América Latina. Com a vacina, a Sanofi Pasteur também pretende diminuir os custos econômicos e sociais decorrentes da dengue, cujo número de casos registrados no Brasil chega a 556,3 mil só neste ano, com 379 mortes.
Bernardo Soares/Acervo JC Imagem
Cinthya Leite
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AVANÇO Após 20 anos de experimentos, Sanofi Pasteur garante que vacina protege contra dengue, prevenida com ações em municípios em situação de alerta, como o Recife (à direira)