Hapvida jc 15 01 2015

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Recife I 15 de janeiro de 2015 I quinta-feira

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Canabidiol tem uso liberado no País S

Drama do paulista, com chuva e sem luz Folhapress

André Corrêa/Agência Senado

REMÉDIOS Em decisão inédita, a Anvisa reconhece propriedades terapêuticas de uma substância derivada da cannabis. Médicos e pacientes que precisam usar comemoram Folhapress

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RASÍLIA – Em uma decisão inédita, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou, ontem, a liberação do uso medicinal do canabidiol, um dos 80 princípios ativos da maconha. Com a decisão, o canabidiol sai de uma lista de substâncias proibidas no país e passa para uma lista de substâncias controladas. É a primeira vez que o órgão reconhece, oficialmente, o efeito terapêutico de uma substância derivada da cannabis. A mudança também abre espaço para laboratórios pesquisarem o canabidiol e solicitarem o registro de produtos e até remédios à base da substância no país. A mudança foi aprovada por unanimidade. “É um momento histórico”, disse um dos diretores do órgão, Ivo Bucaresky. Em seu parecer, os diretores citaram estudos que indicam que a substância, administrada principalmente por via oral, não apresenta risco de dependência e tem poucos efeitos adversos. “A pergunta não é por que

EUFORIA Para Ivo Bucaresky, um momento histórico reclassificar, mas por que manter em uma lista de substâncias entorpecentes e psicotrópicas um produto que não possui essa propriedade”, afirmou o diretor-presidente substituto da Anvisa, Jaime Oliveira. A mudança faz com que o canabidiol passe das listas E e F2, que incluem substâncias

como entorpecentes, para a lista C1, de substâncias controladas, como medicamentos cujo desenvolvimento e registro precisam de aprovação. “É uma sinalização para a sociedade, pacientes e médicos de que esta substância não pode ser considerada tão nociva e sem efeitos terapêuticos como se imagina-

Reprodução/Facebook

Polícia matou dançarino AE

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IO DE JANEIRO – O tiro que matou o dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, que atuava no programa Esquenta, da Rede Globo, teria partido da arma de um policial. De acordo com o jornal Extra, a conclusão faz parte do laudo de reprodução simulada elaborado por peritos da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que investiga a morte. Conhecido como DG, o dançarino de 26 anos foi morto em abril de 2014 no morro PavãoPavãozinho, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, que conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Inicialmente, a PM atribuiu a morte a uma queda, já que o corpo de DG foi encontrado no pátio de uma creche na favela, junto a um muro de 10 metros de altura. Com a revelação da perícia de que um tiro havia provocado a morte, a PM passou a sustentar que DG havia sido atingido por uma bala perdida durante suposto tiroteio entre militares e traficantes. Entretanto, segundo o laudo

GLOBAL Rafael DG trabalhava no programa Esquenta divulgado pelo jornal carioca, “DG foi atingido quando, em fuga, buscava se esconder da investida da PM no interior do prédio”. O corpo do dançarino só foi encontrado no dia seguinte. O laudo, produzido a partir do cruzamento do exame cadavérico de DG com os depoimentos de nove PMs, gravados durante a reprodução simulada, indicou que é “tecnicamen-

te impossível” que o dançarino tenha sido atingido por um tiro que veio do alto. Quando DG se equilibrou sobre o beiral de um prédio para saltar em direção ao muro da creche, havia seis PMs sob ele, na rua. Um dos PMs revelou, em depoimento na 13ª Delegacia de Polícia Civil, responsável pelo caso, que houve “mais de um” disparo por parte dos militares.

CPI: trotes violentos na PUC Agência Estado

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ÃO PAULO – A CPI que apura violações de direitos humanos em universidades de São Paulo registrou ontem novas denúncias, agora relacionadas aos trotes do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica da Universidade (PUC) de Sorocaba e à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq). O aluno de Medicina da PUC-Sorocaba Rodolfo Fur-

lan, de 22 anos, disse que a realidade dos trotes envolvia ingestão de vômitos e fezes pelos calouros e a obrigação de comprar um uniforme, ou “kit bicho”, por R$ 250. Para resistir à violência, ele criou, com ajuda de outros alunos, um grupo de apoio aos calouros. Em 2013, teria sido elaborado um relatório de 100 páginas com relatos de abusos em festas organizadas pelos alunos. Nesses episódios, estudantes eram obrigados a ajoelhar e beber até desmaiar.

De acordo com o aluno, o documento foi protocolado na reitoria no mesmo ano, mas não houve nenhum retorno. Já uma estudante que pediu para não ser identificada relatou abusos nos trotes da Esalq. Ela apontou que era prática comum que os veteranos colocassem drogas nas bebidas durante as festas, sendo ela uma das vítimas. A aluna também denunciou uma prática obrigatória para ingresso em repúblicas controladas pelos estudantes: chibatadas nas costas.

va”, completa Oliveira. Associações que reúnem famílias de pacientes com epilepsias graves e outras doenças comemoraram a mudança. “A Anvisa está dando uma contribuição histórica para aliviar o sofrimento de pacientes”, disse Júlio Américo, presidente da Ama-me, associação de usuários de maconha medicinal. “Estar na lista de proibidos passa para a sociedade a imagem de que é algo ruim. Reclassificar mostra que há outras opções de tratamento”, disse Norberto Fischer, pai da menina Anny, 6, cuja história despertou o debate sobre o uso da maconha para fins medicinais no país. Apesar da mudança, famílias de pacientes ainda terão que solicitar à Anvisa autorização para importar produtos à base de canabidiol. Isso ocorre porque não há registro de medicamentos ou produtos semelhantes no Brasil. Além disso, segundo a Anvisa, o pedido é necessário porque produtos conhecidos no mercado contêm outros canabinóides que continuam proibidos, entre eles o THC.

ÃO PAULO – Dois dias após o temporal que derrubou a energia em diversos bairros, cerca de 250 mil imóveis continuavam sem luz na tarde de ontem, na Grande São Paulo. A capital paulista tinha ainda 98 semáforos apagados, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A escuridão levou moradores a fechar uma pista da marginal Pinheiros e na zona sul. A falta de energia começou na segunda-feira, com tempestade, ventos de até 85 km/h, mais de 8 mil raios e queda de árvores. A Eletropaulo havia previsto que a situação voltaria ao normal ainda ontem. Mas às 18h30, 250 mil clientes estavam sem energia. O prédio onde mora o corretor Mauro Martone, na Chácara Klabin (zona sul), era um deles. Na noite de ontem, ele completou mais de 48 horas sem luz - desde as 19h de segunda-feira: “Além de estarmos perdendo alimentos, estamos com falta de segurança, diz. As cercas elétricas estão desligadas, os alarmes, todos os portões abertos. Temos risco iminente de um arrastão no prédio”. Ele afirmou que procurava a Eletropaulo de 10 em 10 minutos, mas ainda não havia recebido previsão de retorno. “A resposta que eles me dão é que o mais breve possível vão mandar uma equipe pa-

ra levantar os dois disjuntores do poste que caiu”, lamentou. Questionada, a empresa também não deu nenhuma previsão para a energia voltar. Disse apenas que está com todo o seu contingente trabalhando no restabelecimento e que parte da falta de energia se deve a chuva e queda de árvores na terça. Segundo a companhia, as equipes estão concentradas principalmente nas zonas sul e oeste da capital e nas cidades de Cotia, Embu das Artes, Itapevi e São Lourenço da Serra, na região metropolitana.

A moradores, a Eletropaulo não prevê volta da energia Revoltados com a falta de luz, grupos de moradores protestaram na marginal Pinheiros, na zona oeste. De acordo com a Polícia Militar, o primeiro ato aconteceu às 16h40, com 50 pessoas, e chegou a fechar a pista local. O segundo, dez minutos antes em outro ponto da marginal, com cerca de 20 pessoas. A chuva voltou a atingir a capital na tarde desta quarta. Um córrego transbordou no Ipiranga (zona sul) e caiu granizo em bairros como o Brás e a Mooca (zona leste).


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