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jornal do commercio 5

Recife I 15 de janeiro de 2015 I quinta-feira

economia

www.jconline.com.br Michele Souza/Acervo JC Imagem

Mapfre investe em planos de saúde MERCADO Venda de planos coletivos da espanhola no Nordeste deve começar no segundo semestre. Investimento inicial previsto pela empresa é de R$ 20 milhões

Divulgação

Raíssa Ebrahim raissa@jc.com.br

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seguradora espanhola Mapfre tem planos de começar a atuar no mercado de saúde suplementar no Nordeste no segundo semestre deste ano. O projeto-piloto do novo ramo de investimento do grupo no Brasil já está em andamento. Começou por São Paulo, abrangendo primeiramente funcionários da própria Mapfre e com extensão prevista para clientes privados ainda neste primeiro trimestre. O restante do Sudeste está na mira para o segundo trimestre. Até o fim de 2015, a previsão é ter na carteira 75 mil segurados no País. A Mapfre tem um capital já aprovado de R$ 20 milhões para esse ciclo inicial de investimento, sendo que R$ 13 milhões já foram aplicados. Em 2012, a Mapfre deu entrada no cadastro de operadoras de planos de saúde junto à Agência Nacional de Saúde (ANS) e, no final de 2014, conseguiu aprovação do registro de produtos. O projeto começa a sair do papel com quase um ano de atraso em relação ao previsto. Segundo o diretor geral de previdência e saúde do Grupo Mapfre Brasil, Eduardo Freitas, foi preciso mais tempo para escolha de parceiros e desenvolvimento de tecnologias e sistemas. No primeiro momento, serão comercializa-

Varejo tem a pior venda desde 2003

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MERCADO Segundo Freitas, empresas de grande porte, com mais de mil funcionários, são foco dos seguros de saúde coletivos pós-pagos. “Num segundo momento, podemos começar a pensar no modelo pré-pago, a depender da demanda”, diz Freitas. O foco serão empresas de grande porte, com mais de mil colaboradores. “Nossa atuação será feita em parceria com as empresas, para melhorar a gestão de saúde dos empregados”, explica o diretor. “Vamos propor gestão e uso racional e consciente, conhecendo, por exemplo, grupos de risco e perfil dos segurados, fazen-

do ajustes e tentando firmar bons acordos com a rede credenciada, além de conscientizar o usuário, com comunicação e prevenção”, detalha. Atualmente, segundo Freitas, 15% da folha de pagamento das empresas no Brasil são voltados para saúde, com um gasto médio entre R$ 200 e R$ 300 por colaborador. “E esses gastos vêm crescendo por causa do aumento de procedimentos e da inflação no setor médico”, complementa. A operação será feita através de cor-

retores ou diretamente com a área técnica comercial. Freitas acredita que o investimento será recuperado em três anos. Num longo prazo, espera-se que em torno de 30% dos resultados da Mapfre no Brasil sejam provenientes do mercado de saúde. Questionado sobre possíveis revisões de planos por causa do desaquecimento da economia, o diretor afirmou que “independentemente do cenário, o plano é bem racional e já foi feito observando essa desaceleração”.

Competitividade em baixa Renato Spencer/Acervo JC Imagem

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RASÍLIA – O Brasil não tem conseguido avançar em competitividade nos últimos anos e, em 2014, manteve-se na penúltima colocação em um ranking de 15 países selecionados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na lista apresentada ontem, o País figurou à frente apenas da Argentina e atrás de todos os outros membros dos Brics – Rússia, Índia, China e África do Sul. “Esta é a quarta edição do estudo e, desde 2012, o Brasil se mantém na mesma posição na lista”, registrou a CNI. A pesquisa também comparou o Brasil com Colômbia, México, Polônia, Turquia, Chile, Espanha, Austrália, Coreia do Sul e Canadá. O estudo considerou o perfil entre os países e das empresas instaladas. O resultado gerou o documento “Competitividade Brasil 2014” baseado nos seguintes fatores: disponibilidade e custo da mão de obra e de capital, infraestrutura, peso dos impostos, ambientes macro e microeconômico, educação e tecnologia e inovação. O Brasil é último colocado no quesito disponibilidade e custo do capital, seguido pela Índia. “O País tem a mais alta taxa de juros real de curto prazo, de 9,75%, e o maior spread da taxa de juros, de 19,6%, porcentuais cerca de três vezes superiores ao registrado na Colômbia”, afirma a CNI. O País recuou da 10ª para a 12ª colocação no item “ambiente econômico” entre 2013 e 2014. O resultado ocorreu em função da piora do quadro econômico interno e da redu-

CONFIANÇA Números são resultado da alta da inflação

TRABALHO Baixa produtividade impede o País de avançar

Estudo da CNI mostra que Brasil só ganha da Argentina

ção no investimento estrangeiro. “Nos demais países avaliados, o investimento estrangeiro direto aumentou. No México, por exemplo, a taxa passou de 1,08% para 2,80% do PIB”, indica o estudo. O peso dos impostos sobre a atividade econômica levou o Brasil a ficar na 13ª posição entre os 15 países pesquisados. Apesar da colocação, o País ultrapassou a Espanha nesse item da pesquisa.

O melhor desempenho do Brasil no ranking de competitividade é em disponibilidade e custo da mão de obra, com 4º lugar, atrás de México, Chile e Colômbia. A baixa produtividade do trabalhador é apontada pelo estudo como fator que impede o País de avançar em competitividade. O gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, afirmou que a boa colocação no ranking de custo da mão de obra esconde o fraco desempenho do trabalhador brasileiro no quesito produtividade. Neste subitem do estudo, o País ocupou a 12ª colocação na comparação com as outras 14 economias. A produtividade reflete o baixo nível de escolaridade do brasileiro, registrado em testes como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O País aparece em 9º lugar entre 11 nações analisadas que oferecem dados sobre educação. “O grande problema é que não conseguimos educar a população (jovem) para ela ser mais produtiva. Esse é o grande desafio que o Chile conseguiu (superar)”, comparou Fonseca. O desempenho brasileiro é melhor apenas, segundo o ranking, do que o do México (10º) e da Colômbia (11ª). Contribui para o quadro ruim a queda no número de estudantes matriculados no ensino médio e a qualidade da educação. O País foi bem somente quando avaliado o volume de recursos destinados à educação. De acordo com a CNI, a disparidade entre o dinheiro aplicado e qualidade da educação oferecida colocam em xeque a política do governo para o setor.

s vendas do comércio varejista no País acumularam alta de 2,4% de janeiro a novembro de 2014, a menor marca para o período desde 2003, quando o país vivia um período de recessão após a crise eleitoral de 2002. Os números, divulgados pelo IBGE ontem, são consequência da alta da inflação e da queda da confiança dos consumidores em um cenário de esfriamento da renda e do emprego e de encarecimento do crédito, mais escasso. Em 2013, o avanço no período fora de 4,3%. Nos 12 meses encerrados em novembro de 2014, as vendas se expandiram 2,6%. Os resultados modestos contrastam com o desempenho surpreendente em novembro, segundo analistas, quando o comércio emendou sua quarta alta e cresceu 0,9% sobre outubro e 1% sobre novembro de 2013. Os números superaram as expectativas no mercado, de estagnação em relação ao mês anterior e retração de 0,5% em relação ao ano. Para Fábio Bentes , economista da Confederação Nacional do Comércio, porém, os

bons resultados dos últimos meses não configuram tendência de recuperação. O Bradesco ressalta, em relatório, que o crescimento em novembro não ocorreu de forma homogênea entre os segmentos pesquisados. Os destaques positivos ficaram com móveis e eletrodomésticos (5,4%), equipamentos de informática (4,9%) e vestuário (3,4%). Já o ramo de supermercados e demais lojas de alimentos restringiu o desempenho do varejo, com queda de 0,8% na esteira da inflação em alta, especialmente de alimentos. O segmento é o de maior peso no comércio varejista.

PÃO DE AÇÚCAR

Analistas consideraram decepcionante os resultados de vendas do negócio alimentar do Grupo Pão de Açúcar (GPA), apresentados na terçafeira. Considerando apenas os negócios de alimentos, a receita líquida atingiu R$ 9,818 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, num crescimento de 1% no quarto trimestre de 2014 na comparação anual.

Brasileira será a número 3 do FMI

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ASHINGTON – Coordenadoraexecutiva do programa de governo do tucano Aécio Neves, a economista brasileira Carla Grasso foi escolhida para ser a número três na burocracia do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde terá a missão de elevar a eficiência administrativa da entidade a um “nível de excelência” compatível com suas responsabilidades globais, segundo nota oficial. Carla foi escolhida para ocupar uma das três vice-diretorias-administrativas do Fundo, que na hierarquia da instituição estão abaixo da diretoragerente, Christine Lagarde, e de seu vice, David Lipton. A economista também assumirá uma nova função, a de Chief Administrative Officer (CEO), e focará sua atuação na gestão da entidade – o que inclui orçamento, recursos humanos, tecnologia, serviços gerais e auditorias internas. A reputação executiva de Carla Grasso foi construída principalmente na mineradora Vale, onde ela ingressou logo depois da privatização, realizada em 1997. De 2001 a 2011, a economista foi vicepresidente de recursos humanos e serviços corporativos da companhia, que tem 138 mil empregados e operações em 38 países. Segundo a nota do Fundo, nessa função Carla “liderou os esforços” da Vale para modernizar as áreas de recursos humanos, TI, compras, comunicações, saúde e segurança. “Carla traz excelente liderança, pensamento estratégico e forte experiência admi-

nistrativa operacional”, declarou Christine Lagarde em nota. Segundo ela, a escolha de Carla foi precedida de uma “ampla busca global” por potenciais candidatos para essa “nova e vital posição no FMI”. A economista assumirá a função no dia 2 de fevereiro, depois de seu nome ser aprovado pelo Conselho da instituição. Ela não será uma representante do Brasil no Fundo, mas integrante de sua burocracia administrativa e responderá a Lagarde. O FMI tem 2.500 funcionários e 188 países membros. A tarefa de Carla será melhorar a gestão, aperfeiçoar a estrutura tecnológica e investir em treinamento. Em nota divulgada pela entidade, a economista disse que trabalhará para “fortalecer ainda mais a instituição”, em um momento em que ela deve atender “às necessidades de uma economia mundial em rápida transformação e as de todos os seus países membros”. Antes da Vale, Carla ocupou cargos públicos nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. De 1994 a 1997, ela dirigiu a Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social. Também desempenhou funções nos ministérios da Economia e Planejamento e na Presidência da República. Carla Grasso tem mestrado em Política Econômica pela Universidade de Brasília. No ano passado, ela deu aulas no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em São Paulo.


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