k
Heudes Regis/JC Imagem
k Samsung mostra nova famĂlia Galaxy e outros produtos
k Especialista critica modelo de ensino do Brasil k3
k4
economia
Editores: Saulo Moreira smoreira@jc.com.br Mona Lisa Dourado mldourado@jc.com.br Fale conosco: (81) 3413.6186 www.jconline.com.br/economia Twitter: @jc_economia
Recife I 19 de novembro de 2014 I quarta-feira
Condiçþes precårias no HSE Leonardo Spinelli/JC
SAÚDE DO FUNCIONALISMO Hospital dos Servidores foi reformado, mas o serviço prestado aos pacientes continua ruim
“
Jå remarquei três vezes os exames pedidos pela minha ginecologista. A consulta foi em junho e só consegui marcar os exames como colposcopia para janeiro. Não consegui, não tem vaga na rede credenciada. Eu acho que a gente paga caro, mas não tem jeito. Parece que temos de ficar doentes mesmo�, critica a aposentada Maria Betânia Cintra
Fotos: Alexandre Gondim/JC Imagem
DEFICIĂŠNCIA Pacientes esperam por leitos vĂĄrias horas em cadeiras ou poltronas de plĂĄstico
“
Minha sogra chegou à emergência por problemas pulmonares em decorrência do câncer de pulmão. Ela passou mais de um dia sentada na cadeira esperando o encaminhamento. Agora, a estrutura melhorou e hoje o refeitório tem refeição para acompanhantes�, disse a fotógrafa Milena Batista Oliveira
A
lgumas semanas depois de entregue a nova emergĂŞncia do Hospital dos Servidores do Estado (HSE), na Rosa e Silva, Graças, o atendimento ao usuĂĄrio do Sistema de AssistĂŞncia Ă SaĂşde dos Servidores do Estado de Pernambuco (Sassepe) estĂĄ longe do ideal. Quem precisa de urgĂŞncia, e tem de esperar por leitos dentro da especialidade necessĂĄria, pode passar por uma via crĂşcis que inclui vĂĄrias horas de espera em cadeiras ou poltronas revestidas de plĂĄstico. “Minha avĂł de 83 anos teve problema de baixa de pressĂŁo no domingo pela manhĂŁ, deu entrada e na segunda-feira ainda esperava na emergĂŞncia sentada numa cadeira. Passou a noite assim, longe de um leito onde o doente tem de ficar. Isso me revoltouâ€?, denunciou a ouvidora da Aduseps, Monalyza Bezerra de Souza, de 33 anos. O caso estĂĄ longe de ser uma exceção. A fotĂłgrafa Milena Batista Oliveira, de 37, tambĂŠm conta uma histĂłria parecida. Sua sogra ĂŠ uma paciente oncolĂłgica e teve problemas respiratĂłrios decor-
rentes de sua luta contra o câncer de pulmĂŁo. Deu entrada na emergĂŞncia e foi forçada a esperar por leito sentada numa das cadeiras da emergĂŞncia por quase 48 horas. “Queriam transferi-la para o Hospital Nossa Senhora do Ă“, no Janga. Apesar de ficar mais perto de nossa casa, nossa famĂlia vive no Jardim Atlântico (Olinda), sabemos que essa unidade nĂŁo tem mĂŠdico especialista. Tivemos de brigar para conseguir uma vaga na unidade oncolĂłgica que fica no mesmo prĂŠdio do HSE. O pessoal alega que nĂŁo hĂĄ vagas, mas sabemos que existem e quando alegamos isso, eles falam que hĂĄ pacientes mais graves. O problema ĂŠ que, enquanto isso, ela fica lĂĄ sentada tomando soro. A sensação que temos ĂŠ que durante os finais de semana o atendimento piora muitoâ€?, relatou. O JC entrou no setor de emergĂŞncia do HSE ontem Ă tarde. Apesar de a estrutura nova ser bem melhor do que a antiga, que funcionava no casarĂŁo velho do hospital, inclusive com ar-condicionado em todo o ambiente – facilidade
que nĂŁo existia anteriormente – a superlotação ĂŠ o problema mais evidente do lugar. AlĂŠm disso, as diversas cadeiras azuis espalhadas dentro dos ambientes de emergĂŞncia (hĂĄ trĂŞs salas para nĂveis de gravidade dos doentes) chamam a atenção. HĂĄ muitos pacientes sentados, em vez de estarem em macas ou camas adequadas para um hospital. Os problemas tambĂŠm atingem quem precisa marcar exames. A aposentada Maria Betânia Cintra, por exemplo, disse que fez uma consulta com a ginecologista em julho e atĂŠ agora sĂł conseguiu marcar os exames solicitados, como colposcopia, para janeiro. “Sempre tenho problemas para marcar examesâ€?, diz. Apesar das crĂticas, alguns usuĂĄrios elogiam a nova estrutura do HSE. “Entrei no serviço pĂşblico em 1962 e hoje eu posso dizer que o atendimento ao usuĂĄrio do plano de saĂşde do Estado estĂĄ bem melhor. Temos convĂŞnios com clĂnicas, vĂĄrias opçþes de atendimento. Inclusive a atenção dos funcionĂĄrios estĂĄ bem melhorâ€?, atesta o aposentado Joel Sena.
Falta mĂĄquina de ultrassom O diretor geral do HSE, Tadeu Godoy, diz que as reformas em andamento na unidade de saĂşde estĂŁo melhorando o serviço, mas ainda falta melhorar na questĂŁo da resolutividade, fato que deve mudar atĂŠ o final do ano, prevĂŞ. “AtĂŠ o fim de dezembro vamos inaugurar duas mĂĄquinas de ultrassom. Com a nova central de imagem vamos melhorar em atĂŠ 40% a velocidade de resolutividadeâ€?, diz. Segundo ele, sem o equipamento, o hospital fica Ă mercĂŞ da rede creden-
ciada para dar o diagnóstico preciso e encaminhar o paciente ao tratamento adequado. Ele salienta que desde o ano passado o sistema jå investiu R$ 176 milhþes em obras estruturais e equipamentos, alÊm de novas licitaçþes em andamento, como a de R$ 20 milhþes para compra de remÊdios quimioteråpicos que vão aumentar a capacidade de sessþes de quimioterapia de 27 para 72 diårias. Ele diz que a estrutura do HSE Ê antiga, mas melhorou
com as reformas. “Atendemos 250 pessoas por dia, implantamos os sistemas de cores e os pacientes menos graves esperam atĂŠ quatro horas para receberem o primeiro atendimento mĂŠdicoâ€?, afirma. Ele reconhece, entretanto, que as pessoas podem passar mais tempo sentadas nas cadeiras azuis Ă espera de leitos. “Quando nĂŁo temos vagas, passamos para a rede credenciada que tambĂŠm tem dificuldades para receber nossos pacientes, a grande maioria ĂŠ idosa.â€?
Terminal em consulta pĂşblica Diego Nigro/JC Imagem
E
m funcionamento desde agosto de 2013, o Terminal MarĂtimo de Passageiros (TMP) do Porto do Recife deve finalmente conhecer seu operador privado entre março e abril do ano que vem, caso o processo licitatĂłrio aconteça conforme a nova previsĂŁo. A AgĂŞncia Nacional de Transportes AquaviĂĄrios (Antaq) abriu ontem o procedimento de consulta e audiĂŞncia pĂşblica, com contribuiçþes atĂŠ 17 de dezembro, sobre o processo de arrendamento. A audiĂŞncia presencial foi marcada para 11 de dezembro, no Teatro do Brum, Centro de Convençþes. Essa fase de obtenção de subsĂdios para aprimoramento das minutas de edital, contrato de arrendamento e documentos tĂŠcnicos marca a primeira fase do certame licitatĂłrio. Ontem o terminal de Salvador tambĂŠm foi contemplado pela Antaq. Desde que entrou em funcionamento, o TMP estĂĄ sendo operado pela administração do
LICITAĂ‡ĂƒO Novo prazo aponta para março ou abril de 2015 porto, responsĂĄvel tambĂŠm pela movimentação de cargas. Segundo o presidente do Porto do Recife, Schebna Machado, a administração terĂĄ que desembolsar R$ 1,5 milhĂŁo na atual temporada de cruzeiros, que começou dia 4 e vai atĂŠ maio. Os gastos sĂŁo, por exemplo, com vigilância, ĂĄgua, luz, limpeza. Entre os motivos do atraso, Machado cita a demora das liberaçþes pelo TCU e o processo eleitoral.
A ideia Ê que a iniciativa privada, alÊm de operar o TMP, invista em operaçþes comerciais, de lazer e cultura, como num aeroporto. O percentual da fatia de turismo hoje Ê insignificante no faturamento do porto, que deve fechar 2014 próximo de R$ 30 milhþes. É provåvel que a licitação tenhas duas principais exigências: o retorno financeiro para o porto e a questão estrutural.