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k Moradores cobram mais estrutura na área da Vila Naval

k Entorno do Mercado de Afogados no improviso k 3

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cidades Recife I 20 de novembro de 2014 I quinta-feira

Ofensiva em dose dupla SAÚDE Secretaria quer capacitar 5,1 mil profissionais para evitar ação do Aedes aegypti e reduzir casos de dengue e chicungunha

Fotos: Guga Matos/JC Imagem

Cinthya Leite cleite@jc.com.br

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pós antecipar o Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti, que identificou 26 municípios de Pernambuco em risco de infestação pelo mosquito transmissor da dengue e da febre chicungunha, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) apresentou ontem o plano de combate às duas doenças. A estratégia tem como meta reduzir em 10% a taxa de letalidade pela dengue em 2015, além de evitar a proliferação dos mosquitos através de ações simples que barram epidemias, como manter com tampa recipientes de armazenamento de água. “O principal foco deste ano é orientar sobre a adoção de medidas que evitam duas doenças transmitidas pelo mesmo mosquito, especialmente porque uma pessoa pode ter dengue e chicungunha ao mesmo tempo, como a moradora de Petrolina infectada em Feira de Santana, na Bahia”, alerta a diretora-geral de Vigilância Epidemiológica da SES, Roselene Hans. Para abrir os olhos da população e conter a transmissão de casos, ela informa que 5,1 mil profissionais serão capacitados até o dia 15 de dezembro. Desse total, cerca de 3,5 mil são médicos e enfermeiros. Os outros são ligados à Estratégia Saúde da Família. Apesar de Pernambuco ainda não ter registrado nenhum caso de transmissão de chicungunha dentro do território, a SES esclarece que qualquer município do Estado com população de mosquito elevada pode ter transmissão da nova doença, que não tem risco de morte como a dengue, mas pode incapacitar o indivíduo por até um ano. “A dor causada pela chicungunha é bem expressiva, principalmente quando as articulações são acometidas. Por isso, exige um tratamento focado nesse mal-estar”, salienta Roselene. Na dúvida entre uma doença ou outra, os profissionais de saúde são orientados a tratar primeiramente como dengue. “Diante de artrite intensa com início agudo e duração que ultrapassa sete dias, é importante pensar no diagnóstico de chicungunha.” É bom frisar que os casos suspeitos da nova doença são de notificação imediata, que deve ser feita pelo município ao Estado em até 24 horas. Além de prestar assistência ao paciente, é necessário realizar o bloqueio de transmissão de novos casos através de tratamento com larvicidas e bombas costais, iniciado no quarteirão de ocorrência do caso e continuado nos traçados adjacentes, num raio de 300 metros. “Para evitar a proliferação do mosquito, mais do que nunca precisamos do apoio da população, que deve estar consciente em relação às ações de controle do vetor. É fundamental ter cuidado com a água parada”, orienta a coordenadora do Programa de Controle da Dengue e da Febre Chicungunha da SES, Claudenice Pontes. Ela reforça que a fase de incubação do vírus da chicungunha também ganhou atenção especial no plano de combate. Esse período varia de 14 até 20 dias. Na dengue, só chega até 10 dias. Se a pessoa infectada for picada pelo mosquito nesse tempo, o vírus pode ser transmitido para outras pessoas. “Então, um paciente com chicungunha passa mais tempo transmitindo a febre”, avisa Claudenice. O Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Milton Bezerra Sobral (Lacen/ PE) está preparado para confirmar ambas as doenças, através de testes que comprovam casos já no início da enfermidade, o que favorece o tratamento precoce e evita graves complicações.

MEDIDA Djalma Francisco ensina famílias a evitar o avanço do mosquito

Agentes orientam a população

Há semanas em que passo até três dias sem água. Por isso, preciso acumular em bacias. Depois que recebi a visita do agente na minha casa, aprendi que preciso fechar bem os recipientes”, diz o profissional autônomo Joaquim Fernandes da Silva, 54 anos

Sei que agora precisamos ficar mais atento porque o mosquito transmite dengue e chicungunha. Estou até mais cuidadoso com os pneus e qualquer lata onde guardo água. Minha cisterna vive fechada”, diz o marceneiro Paulo José da Silva, 43 anos

Como 90% dos focos dos mosquitos são encontrados nas residências, a recomendação é a adoção de cuidados com a água parada, onde se desenvolvem larvas dos mosquitos. Para orientar a população em relação a controle do vetor, a Prefeitura do Recife realiza um trabalho de enfrentamento, que conta com cerca de mil agentes de saúde ambiental e controle de endemias em todos os distritos sanitários. Na Vila Santa Luzia, na Torre, Zona Oeste do Recife, o agente Djalma Francisco da Silva visita as casas para conscientizar a comunidade sobre a adoção de medidas que evitam focos de reprodução do mosquito. “Os criadouros podem estar em recipientes de armazenamento de água, como caixa-d’água e cisternas, em espaços em que o lixo não está sendo manejado adequadamente, em depósitos domiciliares e vasos das plantas. Nas casas, olhamos tudo isso”, diz Djalma. Ele visita as residências a cada dois meses. “Frequentemente, os moradores deixam recipientes sem tampa e não removem diariamente a água dos vasos das plantas. Isso é perigoso”, alerta o agente. Quando necessário, ele faz aplicação de larvicidas biológicos como parte do controle de mosquitos. Na residência da dona de casa Luiza Zacarias da Silva, 77 anos, ele percebeu que o maior risco vem da cisterna que não está vedada. “A partir de agora, ficarei mais atenta”, disse Luiza depois das orientações que recebeu de Djalma. Já na casa do marceneiro Paulo José da Silva, 43, ele observou que a tampa da caixa-d’água estava quebrada. Foi necessário aplicar larvicidas e colocar uma capa específica para vedação do reservatório. Em dezembro, a prefeitura intensificará essas ações de campo para combater o vetor e eliminar os focos, através de distribuição de mais 25 mil telas de proteção para caixas-d’água.


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