Hapvida jc 24 01 2015

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4 jornal do commercio

Recife I 24 de janeiro de 2015 I sábado

economia

Viva Saúde sofre críticas PLANO Clientes reclamam de falta de médicos, atendimento restrito e lentidão. Empresa está sob direção fiscal Fotos: Rodrigo Carvalho/JC Imagem

Raíssa Ebrahim raissa@jc.com.br

E

m direção fiscal, como consequência de sérios problemas econômico-financeiros, a Viva Saúde, que hoje atende cerca de 50 mil vidas, vem causando muita insatisfação aos usuários e prejuízos milionários aos prestadores de serviço no Estado. As queixas dos consumidores são inúmeras: lentidão na liberação de autorizações, falta de médicos, rede restrita de atendimentos de urgência, emergência, clínicas e laboratórios. O leitor André Portela, através da Voz do Leitor, deste JC, denuncia que cirurgias têm sido canceladas sem aviso prévio e conta que já foi várias vezes à Viva solicitar autorização de exame e deparouse com o sistema fora do ar. “Ninguém resolve”, relata. “E todo mês eu pago os boletos. A Viva deveria fechar já que não consegue cumprir os serviços”, reclama. A dona de casa Lúcia Rodrigues sofre por problema semelhante. A filha dela, cliente da Viva, é portadora de lúpus e precisa, a cada três meses, realizar uma bateria de exames – mas Lúcia tem tido muita dor de cabeça para conseguir as autorizações. “Estão me dando dez dias úteis para conseguir essas autorizações, é um absurdo”, protesta. A dona de casa diz que paga cerca de R$ 120 por mês e não possui mais psicólogos e psiquiatras à dis-

ATRASO Lúcia Rodrigues espera até dez dias úteis sempre que precisa autorizar exames da filha posição para acompanhar a filha. O aposentado João Carlos Spinelli está na batalha pelos direitos da esposa. Ela sofreu um acidente e teve que esperar cinco meses para conseguir fazer uma cirurgia na mão. Por causa da demora, a operação não teve o resultado esperado e a companheira dele, com muitas dores, está no aguardo há dois meses para marcar uma consulta. “Dizem que o médico está de férias. Só fazem solicitar protocolos”, lamenta. De acordo com o presidente do Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhospe), Mardônio Quintas, “existe

atualmente um descredenciamento em massa e um débito acumulado junto aos prestadores que alcança um volume preocupante, de R$ 55 milhões”. Além disso, não há atualmente atendimento nas especialidades necessárias em quantidade suficiente para atender a todos. Procurada, a Viva Saúde pronunciou-se apenas através de nota: “Comunicamos que continuamos funcionando normalmente com os atendimentos direcionados para o Hospital De Ávila e Centros Médicos QualiViva, situados nas Graças, Madalena, Piedade e Olinda, promovendo também a implantação de novos centros médicos e de diagnósticos na Av. Agamenon Magalhães, no Derby, e em Petrolina (Sertão)”. E disse estar “trabalhando para oferecer a cada dia um serviço de melhor qualidade e uma reestruturação de sua rede assistencial”. No processo de direção fiscal, é nomeado um diretor fiscal para levantar o passivo com os fornecedores e prestadores de serviços e avaliar a liquidez da empresa. Caso a operadora não apresente um plano de recuperação financeira consistente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pode decidir por liquidação extrajudicial.

q Mais na web URGÊNCIA Esposa de João Spinelli esperou 5 meses por cirurgia

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Bufê é interditado no Recife

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Vigilância Sanitária do Recife interditou ontem o bufê Ana Goes Recepções, localizado no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife. Durante inspeção, fiscais detectaram insetos e entulhos, além de perceberem que a água utilizada não tinha controle de qualidade, ou seja, não era clorada. Também não havia pia exclusiva para lavagem das mãos no local. Esse é o primeiro estabelecimento interditado pelo órgão este ano. De acordo com a assistente de Vigilância Sanitária do Distrito I, Nancy Sena, que coordenou a inspeção, a empresa passará por um processo administrativo sanitário. “A produção de alimentos só será liberada quando o estabelecimento corrigir e controlar a qualidade da água, contratar um responsável técnico, capacitar os manipuladores em boas práticas, reparar instalações hidráulicas e realizar o controle de pragas”, explica Nancy. O responsável pelo estabelecimento responderá a processo administrativo sanitário contra a saúde pública, e poderá pagar multa que varia de R$ 40 a R$ 400 mil. O JC tentou contato com algum responsável pelo buffet, mas o telefone não estava disponível. No ano passado, a Vigilância Sanitária vistoriou 57 estabelecimentos. Desse total, 44 foram interditados totalmente e 10, parcialmente, o que resultou na apreensão de 22 toneladas de alimentos impróprios para o consumo.


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