Havida dp 16 08 2014

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DIARIO d e P E R N A M B U C O

economia ■ ■ ■

Recife, SÁB - 16/08/2014

miriam leitão miriamleitao@oglobo.com.br

Palavras indesejadas Quando o Banco Central divulgou ontem que o IBC-Br, índice no qual ele antecipa a tendência do PIB, mostrou queda de 1,5% em junho e um número negativo no trimestre, de 1,2%, uma das perguntas que surgiram foi se o país está em recessão. A resposta é simples: ainda não se pode dizer isso. A outra pergunta tem resposta mais complicada: o que fazer para retomar o crescimento? O dado de ontem foi a quinta retração mensal consecutiva do IBC-Br. Em bases trimestrais, houve queda no quarto trimestre do ano passado, estagnação no primeiro deste ano, e nova queda agora no segundo. Tecnicamente, dois trimestres consecutivos de número negativo é recessão. Mas o índice do Banco Central é apenas um composto de números que mostra a tendência. O PIB do segundo trimestre será divulgado pelo IBGE no dia 29 de agosto. Ele, muito provavelmente, será de queda. Se o PIB do primeiro trimestre, ao ser revisto como normalmente acontece, sair do 0,2% de alta para o terreno negativo, pode-se dizer então que o país está em recessão, palavra que ninguém quer ouvir. Mas isso será apenas uma formalidade, porque o país não está crescendo. Os números estão muito ruins, e o IBC-Br mostrou isso. Tudo esteve em queda neste mês de junho, e o trimestre foi de fato muito fraco. Não foi apenas a Copa, mesmo quando se separa o efeito dos dias parados dos jogos o resultado mostra um país em forte desaquecimento. Para piorar, há ainda a inflação no limite máximo da tolerância, o que impede um corte forte nos juros que promova uma retomada. O economista Armando Castelar, do Ibre/FGV acredita que o primeiro passo para voltar a crescer é recuperar a confiança. Seria preciso um choque de credibilidade na política econômica, para inverter a crise de confiança que está paralisando investimentos: — Para que o ajuste tenha o menor impacto possível na vida das pessoas, é preciso que haja confiança na política econômica. Isso facilitaria o trabalho do Banco Central de combater a inflação e destravaria os investimentos. Essa mudança de clima pode acontecer durante a campanha ou ao fim do processo eleitoral, se a pessoa eleita souber apresentar propostas de solução que convençam os investidores. Essa virada de humor pode acontecer mesmo no cenário de a presidente Dilma ser reeleita, mas o governo teria que sair do estado de negação dos problemas, abandonar o receituário de sempre e apresentar algo novo e realmente mobilizador. A economista Silvia Matos, também do Ibre, estima uma retração do PIB de 0,4% no segundo trimestre. A mesma taxa que é projetada pelo Itaú. O Banco ABC Brasil estima uma queda de 0,3%, e a LCA consultoria prevê menos 0,1%. Mesmo que o número surpreenda e seja positivo, ainda assim não melhora muito. Tudo que acontece é fugir do estigma da palavra recessão. Mas não se escapa da realidade que as pessoas sentem e os números têm contado. Esta semana, por exemplo, saiu a queda de 0,7% nas vendas do comércio, em junho. No varejo ampliado, que inclui automóveis e materiais de construção, foi a segunda retração seguida. O presidente do Banco Central disse na semana passada no Senado que o país está longe da estagflação, palavra também indesejada. A inflação zero de julho pareceu dar razão a ele. O problema é que no ano a taxa está nesse furanão-fura o teto da meta. E o crescimento está bate-não-bate no piso. Mesmo que as palavras indesejadas saiam do dicionário, o governo precisa reconhecer que a economia está com problemas. Do contrário, não conseguirá encontrar o remédio certo.

Venda da Camed Vida preocupa usuários

SILVINO SIL VINO/DP VINO /DP

ANS autoriza venda de plano para Unimed Norte/Nordeste. Carteira conta com 104,9 mil clientes do Acre à Bahia ROSA FALCÃO rosafalcao.pe@dabr.com.br

O

s usuários da Camed Vida em Pernambuco estão apreensivos com a venda da carteira total de planos de saúde à Unimed Norte/Nordeste. A operação autorizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve ser concluída até o final de setembro. Enquanto a transferência estiver em curso, a Camed Vida terá que garantir a assistência médica de todos os 104.923 usuários localizados do Acre à Bahia. As entidades de defesa do consumidor alertam para os problemas enfrentados pelos usuários, principalmente, quando a mudança envolve empresas com rede assistencial própria, como as cooperativas médicas associadas às Unimeds. Esta é a preocupação de Maria Auxiliadora Andrade de Aquino, de 74 anos. Ela é usuária da Camed Vida há dois anos, paga R$ 1,2 mil e faz quimioterapia. “Tenho seis sessões marcadas pelo médico. Fico receosa porque é um tratamento caro e não sei se a outra empresa vai pagar”, desabafa. A aposentada conta que tem duas consultas agendadas para os próximos dias 25 e 27 e agora está insegura com a mudança de plano de saúde. “A mudança me preocupa, porque o meu irmão era da Golden Cross, passou para Unimed Rio, e hoje tem problemas de atendimento”, diz a estudante Renata Peretrello, 27 anos, usuária da Camed Vida. O cliente Carlos Alberto Cavalcanti, 49 anos, conta que a operadora negou a cirurgia de enxerto ósseo. “Entrei na Justiça para fazer o tratamento e depois sai da Camed”.

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A operadora apresenta problemas econômicos-financeiros e assistenciais registrados nos canais de atendimento da ANS

A ANS autorizou a venda da carteira da Camed Vida à Unimed Norte/Nordeste

Os usuários da Camed Vida devem receber correspondência das duas operadoras explicando como acontecerá a mudança de plano de saúde

Enquanto a transferência da carteira estiver em curso, a Camed Vida terá que garantir a assistência médica de seus usuários

Fonte: ANS

Rafael Vinhas, gerente geral de estrutura e operação dos produtos da ANS, explica que a rede hospitalar da Camed Vida deverá ser absorvida pela Unimed Norte/Nordeste. Enquanto a rede de clínicas, laboratórios e médicos não tem a obrigatoriedade de ser mantida. “Todos os beneficiários em tratamentos contínuos e internados, na data de transferência da carteira, a operadora nova terá que garantir a assistência”, salienta. A coordenadora jurídica da

Associação de Defesa dos Usuários de Planos de Saúde de Pernambuco (Aduseps), Karla Guerra, questiona a aprovação da transferência de carteira pela ANS. Segundo ela, as Unimeds funcionam em rede de cooperativas médicas e não têm a mesma sistemática do ponto de vista empresarial. “A operação trará prejuízos para os usuários da Camed Vida. Vamos entrar com uma ação na Justiça para suspender a transferência da carteira.”

Em relação aos prazos de transferência da carteira de usuários, o gerente da ANS, Rafael Vinhas, observa que a norma regulatória prevê que a mudança de plano aconteça no primeiro dia após a formalização da operação pelo Cade. Ele acrescenta que a Unimed Norte/Nordeste terá a obrigação de comunicar os consumidores sobre a mudança nos próximos dias. A Camed Vida é responsável pela assistência médica até a véspera da formalização do negócio.

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INDICADORES

DÓLAR/R$ Comercial Paralelo Turismo

BC Compra 2,262 2,080 2,070

Mercado Venda 2,264 2,470 2,460

EURO/R$ Cotação

3,039

BOLSAS Ibovespa (Brasil) Dow Jones (EUA) Nasdaq (EUA) IPC (México) Merval (Argentina) IGPA (Chile) FTSE (Inglaterra) CAC (França) DAX (Alemanha) IBEX(Espanha) Nikkei (Japão)

SALÁRIO MÍNIMO

+2,12% -0,30% +0,27% -0,37% +3,54% +0,09% +0,06% -0,74% -1,44% -0,71% +0,02%

R$ 724,00

SALÁRIO-FAMÍLIA Salário até R$ 682,50 De R$ 682,51 até R$ 1.025,81

R$ 35,00 R$ 24,66

Recife, 15 de agosto de 2014

POUPANÇA Mês Junho Julho Agosto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

INSS

IMÓVEIS

Antig ntiga 0,5607 0,5467

Taxa(%) Nova 0,5607 0,5467

0,6059 0,6198 0,6118 0,5625 0,5668 0,5968 0,6434 0,6072 0,6403 0,5937 0,5532 0,5500 0,5783 0,6431 0,6103 0,6211 0,6069 0,5545 0,5663 0,5853 0,6273 0,6391 0,6212 0,5917 0,5561 0,5598 0,5884 0,6112

0,6059 0,6198 0,6118 0,5625 0,5668 0,5968 0,6434 0,6072 0,6403 0,5937 0,5532 0,5500 0,5783 0,6431 0,6103 0,6211 0,6069 0,5545 0,5663 0,5853 0,6273 0,6391 0,6212 0,5917 0,5561 0,5598 0,5884 0,6112

Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

INCC/FGV +0,88% +0,33% +0,28% +0,88% +2,05%

CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS E FACULTATIVOS

569,720 571,577 573,156 578,224 590,099

Salários de Contribuições

Individuais (por conta própria) 20 Individuais (renda de uma ou mais empresas) 11 Facultativo 0

INFLAÇÃO (%) Mês

INPC

Maio Junho Julho

+0,60

IGP-DI

IPC

+0,13 -0,74 -0,61

+0,13

Acumulado: Ano +3,92 12 meses +6,33

IGP-M

+3,22 +8,10

+1,82 +5,32

+2,74 +4,25

Alíquotas (%)

IPCA

Com a Medida Provisória Nº 83 de 12/12/2002 e a Instrução Normativa Nº 87 de 27/3/2003, fica extinta a partir de 1º de abril de 2003 a escala transitória de salários-base

+0,46 +0,40 +0,01

SEGURADOS-EMPREGADO, DOMÉSTICOS E TRABALHADORES AVULSOS

+3,76 +6,50

Salários de Contribuições Até R$ 1.317,07 De R$ 1.317,08 a R$ 2.195,12 De R$ 2.195,13 a R$ 4.390,24

Alíquotas (%) 8 9 11

IMPOSTO DE RENDA Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Até R$ 1.787,77 De 1.787,78 até 2.679,29 7,5 De 2.679,30 até 3.572,43 15 De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 Acima de 4.463,81 27,5

Deduzir (R$) 134,08 335,03 602,96 826,15

Obs: Deduções: R$ 179,71 por dependente; 1.787,77 por aposentadoria a quem já completou 65 anos; pensão alimentícia judicial; valor da contribuição paga no mês, à Previdência Social e a entidades de Previdência Privada no Brasil.

Limites do ssalário alário de contribuição: mínimo

R$ 724 máximo

R$ 4.390,24

Obs.: Percentuais incidentes de forma não acumulativa (artigo 22 do regulamento da Organização de Custeio da Seguridade Social)

Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso para pagamento de remuneração. As empresas têm até o dia 2 e as pessoas físicas até o dia 15 do mês seguinte para efetuarem os pagamentos sem acréscimos. Salário-família R$ 33,16 apenas para remuneração até R$ 646,55 e de R$ 23,36 para remuneração até R$ 971,78.

EMPREGADOR DOMÉSTICO Alíquota de contribuição: 12%


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