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Recife I 19 de agosto de 2014 I terça-feira

cidades

www.jconline.com.br

Parque da lama e da insegurança URBANISMO Quatro meses após inauguração, Parque da Macaxeira, Zona Norte, continua em obras e com problemas estruturais do, no entanto, impede que ela vá sozinha com a filha ao local. “Já ocorreram muitas brigas e confusões por lá, até um estupro e um tiroteio. Como o policiamento é praticamente inexistente, meu marido pediu que eu não fosse mais ao parque com nossa filha sem ele”, afirmou a professora.

Fotos: Bobby Fabisak/JC Imagem

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Parque Estadual Ministro Fernando Lyra, o Parque da Macaxeira, na Zona Norte do Recife, foi inaugurado há quatro meses e até agora não está completamente pronto. Em sua área externa uma grande obra vai sendo tocada. A calçada quase toda está tomada por tubulações, materiais de construção, máquinas, buracos enormes e lama, deixando um espaço ínfimo para a passagem de pedestres. Dentro do parque é possível ver homens finalizando o projeto e, principalmente nos trechos que não são pavimentados, várias poças de água de chuva que não tem por onde escoar. Segurança quase não existe. Construído no local onde no passado funcionava a Fábrica Têxtil da Macaxeira, o maior parque da Região Metropolitana oferece pistas de cooper, skate e bicicross, ciclovia, playground, quadras esportivas, uma escola técnica entre outros serviços. Uma unidade do Expresso Cidadão, uma biblioteca multimídia e o circo arena devem ser entregues à população até o fim do ano, segundo a Secretaria das Cidades. “O parque está praticamente do mesmo jeito desde que o inauguraram. As poças de água se espalham por todo lugar, inclusive no meio da pista de corrida”, comentou o vigilante Gustavo da Silva Braga, 28 anos. Também é possível ver água parada no playground, nas áreas gramadas e em outros pontos do parque. A professora Roberta Correia Santana, 43, sempre leva a pequena Eduarda, 6, ao Parque da Macaxeira, que considera uma importante conquista da comunidade. O me-

PERIGO

Na manhã de ontem, durante todo o período em que esteve no local, a reportagem viu apenas um guarda municipal cuidando da segurança do parque, que possui 10 hectares. Também não foram vistas viaturas ou policiais militares fazendo rondas na localidade. Por meio de assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Urbana do Recife informou que “a Guarda Municipal realiza rondas motorizadas diariamente no Parque da Macaxeira e no entorno”. Ainda segundo a pasta, “a partir de setembro serão instaladas quatro câmeras de videomonitoramento para reforçar a segurança no local”. De acordo com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), o serviço que está sendo feito na calçada do Parque da Macaxeira teve início no mês de abril, após sua inauguração, e vai desviar 700 metros da rede de drenagem de águas pluviais do espaço para a Avenida Norte. A intervenção, orçada em R$ 3,4 milhões, deve ficar pronta até o fim de 2014.

Desde que foi inaugurado, nada mudou no parque. Além disso, as poças de água estão por toda parte”, afirmou o vigilante Gustavo da Silva Braga, 28 anos

Por causa da insegurança, meu marido me pediu que eu não fosse mais ao parque sozinha com minha filha”, comentou

q Mais na web Fotos do Parque da Macaxeira, no www.jconline.com.br/cidades

Roberta Correia Santana, 43, professora

SEM INFRAESTRUTURA Água não tem por onde escoar e várias poças se formam ao longo do parque. Obra de drenagem vai desviar 700 metros de rede e só deve ficar pronta no fim do ano

k ciência/meio ambiente

Amazônia mais protegida

RELATÓRIO Noruega diz que Brasil avançou na conservação da área e promete continuar ajudando o País

Nave se desintegra na Terra

RASÍLIA – Apesar de o Instituto Amazon registrar aumento de 134% no desmatamento da Amazônia Legal – comparando julho deste ano com julho do ano passado – um relatório da Noruega, importante doador para preservação ambiental, disse que o Brasil teve bom progresso em proteger a floresta amazônica. A Noruega, país rico por seu petróleo e gás, pagou US$ 1,7 bilhão para combater o desmatamento tropical de 2008 a 2013 no Brasil e em outros lugares, de acordo com um relatório feito pela Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad, na sigla em inglês), financiada pelo governo. “A taxa de desmatamento do Brasil e as correspondentes emissões de gases-estufa caíram fortemente”, disse o relatório sobre o progresso da proteção na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. Projetos financiados com dinheiro norueguês no Brasil estão “traçando o caminho para futuras reduções”, disse o documento. A Noruega destinou ao Brasil US$ 720 milhões para ajudar a apoiar programas no País, informou o relatório. A Noruega prometeu ao Brasil, em 2008, até US$ 1 bilhão para ajudar a desacelerar o desmatamento, dependendo do desempenho brasileiro.

ASHINGTON – Uma nave espacial Cygnus, da Orbital Sciences, desintegrou-se domingo, conforme previsto, ao reentrar na atmosfera terrestre, após missão de um mês, que levou provisões à Estação Espacial Internacional (ISS). A nave tinha se desacoplado da ISS na sexta-feira às 7h40 de Brasília e depois se manteve em uma órbita independente por dois dias, antes de ligar seus motores para retornar à atmosfera terrestre. A operação de descida, na qual a nave se incendiou, foi programada para durar 30 minutos. A tripulação a bordo da Estação Espacial observou e documentou a queda da nave, publicando no Twitter fotos que mostram o veículo como uma espécie de cometa. Lançada em 13 de julho, a Cygnus levou à ISS 1.657 quilos de materiais, incluindo novos satélites, experimentos para cultivar rúcula no espaço e uma bomba para o módulo japonês que substituirá outra que parou de funcionar. Diferentemente das naves da SpaceX – outra empresa americana – que pousam no mar ao voltar para a Terra, as cápsulas da Orbital se incendeiam ao ingressar na atmosfera terrestre. A missão de reabastecimento era parte de um contrato de US$ 1 bilhão com a Nasa para realizar várias viagens à ISS.

José Patrício/Estadão Conteúdo/AE

RISCOS

O presidente-eleito Joko Widodo assume no lugar do antecessor Susilo Bambang Yudhoyono em outubro. “Pode haver novas prioridades”, disse Ida Hellmark, que coordenou a relatório na Norad, apontando para os riscos de mais destinação de território para plantio de palma. Até agora, a Indonésia só obteve 2% dos pagamentos totais da Noruega, segundo a Norad. Florestas absorvem dióxido de carbono quando crescem e o liberam quando apodrecem ou queimam. O desmatamento responde por um quinto das emissões humanas dos gases do efeito estufa, de acordo com estimativa da ONU.

Armando Fávaro/AE

B

Sob um acordo semelhante em 2010, a Noruega se comprometeu em destinar até US$ 1 bilhão para a Indonésia, que tem a terceira maior floresta tropical, atrás apenas da Amazônia e de uma floresta no Congo, afetada por desmatamento de grandes áreas para dar espaço para plantações. A Indonésia teve “bom progresso” no planejamento de proteger florestas, disse a Norad. Mas, segundo a agência, “a mudança de governo e as fraquezas nas bases legais representam um sério risco de que as conquistas possam ser perdidas”.

PASSOS Desmatamento avança, mas Noruega diz que resultado ainda é positivo e vai continuar mandando verba para o Brasil. Em 2008, país garantiu até US$ 1 bilhão para reduzir devastação

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