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Ilustração/Miguel Falcão

Bob Sousa/Divulgação

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caderno C Recife I 21 de dezembro de 2014 I domingo

Vem muita coisa boa por aí

MÚSICA Carência de shows internacionais será compensada com aquecimento da produção local: artistas prometem muitos shows e CDs José Teles

teles@jc.com.br

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s Rolling Stones tocam no Recife em 2015? O grupo promete, em novembro, cinco shows no Brasil, quatro deles já confirmados (ainda sem as datas), nas cidades de Porto Alegre, São Paulo e no Rio (dois). Belo Horizonte e o Recife estariam disputando o quinto show da provável saideira dos Stones. De certo, apenas o DJ inglês David Guetta, logo no início do ano, dia 8 de janeiro, no Chevrolet Hall. Em matéria de grandes eventos internacionais, Pernambuco fica a mercê da sorte. Em compensação, haverá fartura em 2015 em projetos de discos e DVDs de artistas locais, muitos prometidos para o início do ano. Silvério Pessoa, por exemplo, está com tributo a Jackson do Pandeiro na agulha. “Quero lançar, impreterivelmente, no

fim de fevereiro ou início de março, estamos na fase criação do encarte e da capa”, diz sobre de Cabeça feita – Silvério Pessoa canta Jackson do Pandeiro. O CD tem 15 faixas e mais de duas dezenas de músicas pinçadas da obra de Jackson. Em seu primeiro trabalho solo, Silvério revisitou a obra de Jacinto Silva, no elogiado Bate o mancá (2000). O próprio Silvério admite que o mercado não está para discos de inéditas. “As rádios não tocam ou tocam muito pouco. Fazer show de inéditas é difícil porque o público não conhece as músicas. Eu sempre quis gravar Jackson, mas tive muita dificuldade para conseguir a autorização das editoras, sobretudo das mais antigas. Algumas músicas estão em duas editoras”. Ele optou por um repertório misto, parte com músicas conhecidas, que até fizeram sucesso, mas caíram no esquecimento, como a Secretária do diabo (Osvaldo

Oliveira/Reinaldo Costa). E vai de 1x1 (Edgard Ferreira, 1954) até Vou de tutano (J. Cavalcanti/Jackson do Pandeiro, 1974). O último disco de Silvério foi o Projeto forroccitania com o La Talvera, grupo Occitan do Sul da França. Com trilogia de EP prontas, Alessandra Leão lançou Pedra de sal, em novembro e arremessa as restantes Aço e Língua, respectivamente, no primeiro e no segundo semestre de 2015. Com direção musical da própria artista e produção de Caçapa, os discos levam o selo da Garganta Records, com distribuição da YB Music. Lirinha, ou Lira, que quando integrante do Cordel do Fogo Encantado participou do álbum Bate o mancá, de Silvério, apronta a sequência de Lira, primeiro disco solo. Com o título provisório de Lira 2, o álbum é produzido por Pupillo, que também participa das gravações, assim como o guitarrista

Neilton, da Devotos, que gravou no disco anterior. “O processo está bem avançado, falta gravar só uma música. Será um aprofundamento da sonoridade de Lira, mas me exigiu outro tipo de interpretação”. O talvez Lira 2 tem repertório autoral e quase inteiramente de Lira sozinho: “Tem duas parcerias. Uma com Junio Barreto e outra com Vitor Araújo, que toca cravo numa faixa, um instrumento antigo, que a gente descobriu numa igreja”. Lira volta a se apresentar no Recife em fevereiro, no Porto Musical, quando fará a ultima apresentação com o repertório do disco Lira. O novo ano levará José Paes Lira a revisitar as raízes culturais sertanejas. Este ano, ele participou de filmagens com Cláudio Assis e Lírio Ferreira, no Sertão do Pajeú pernambucano e na região da Serra do Teixeira, dois mananciais da poesia popular, terra dos

maiores nomes da cantoria: “Fizemos um trabalho para o Museu Cais do Sertão. Ano que vem, voltaremos para um mergulho nesta cultura. Vamos à Pedra do Ingá, de lá à Serra do Teixeira e para o Pajeú. Estou querendo ir antes para a festa do centenário de Louro, em São José do Egito”, diz ele. O Louro é Lourival Batista, um dos maiores nomes da história da cantoria de viola. Lira cresceu entre repentistas e poetas populares, a grande influência do seu trabalho no Cordel. No disco solo de estreia, porém, ele aparentemente se afastou desta trilha, enveredando pelo pop progressivo, a partir da vivência em São Paulo. Lírio Ferreira, que começa a se aprofundar em águas que passam despercebidas nos grandes centros urbanos, diz que o documentário tentará desvendar o mistério de tanta poesia numa mesma região. k Continua na página 6


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