Mm dp 11 09 2014 política

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DIARIO d e P E R N A M B U C O

política

Recife, QUI - 11/09/2014

AFP PHOTO/EVARISTO SA

GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS

O BC autônomo é capaz de controlar a inflação e adquirir credibilidade para o país crescer. É fundamental para evitar o que acontece hoje como a Petrobras”

Parece que o que estão querendo aplicar aqui não deu certo no mundo. É uma política recessiva aberta. Nós seguramos essa crise mantendo o investimento” Dilma Rousseff, candidata à reeleição

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presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição, e a candidata do PSB, Marina Silva, tiveram mais um dia de embates em torno da proposta de autonomia do Banco Central. Enquanto Marina, na capital paulista, defendeu novamente a independência do órgão, Dilma, em terras candangas, disse que essa medida não dá certo e aproveitou para dizer que “não recebeu nem pagou bolsa banqueiro”. “Eu não criei bolsa banqueiro e também nunca recebi bolsa banqueiro. Não recebi e não paguei. São duas coisas”, frisou. A referência é dupla a Marina, que, além de ter acusado a presidente, na terça-feira, de ter feito a “bolsa banqueiro” e a “bolsa juros altos”, tem ao seu lado a herdeira do Itaú, Neca Setúbal, na coordenação do programa de governo. Na coletiva de imprensa de ontem, Dilma recebeu os jornalistas com um calhamaço nas mãos. Ao ser questionada sobre as “bolsas”, ela sacou as

Marina Silva, candidata do PSB ao Planalto

Opiniões antagônicas A autonomia do Banco Central voltou a ser o foco dos discursos das duas presidenciáveis em suas agenda de ontem. A petista e a socialista têm posições opostas em relação ao assunto tabelas e respondeu que o país tem as menores taxas de juros. “Se você ver de 1995 a 2002, a taxa média foi 17%; de 2003 a 2010 foi 8,2%; a média de 2011 a 2014 foi 3,3%. Eu acho que é uma questão de dados, de compreensão dos acontecimentos, nós não achamos necessário a autonomia do Banco Central”, enfatizou. Para Dilma, cada setor merece ser ouvido e ter seus interesses considerados como legítimos. “Agora entre isso e eu achar que os bancos podem ser aqueles que garantem a política monetária fiscal tem uma diferença”, pontuou. Segundo a presidente, medidas adotadas por países afeta-

dos pela crise seriam repeti- fazer um baita ajuste, um baidas no Brasil pelos outros can- ta superávit primário, aumendidatos. “Parece que o que es- tar os juros para danar, redutão querendo aplicar aqui não zir o emprego e reduzir saláestá dando certo no mundo, rio. Porque emprego e salário que é uma política recessiva não aumentam a produtiviaberta, nós seguramos essa dade, segundo eles. Eu sou crise mantencontra isso”, do o investi- SOCIALISTA justificou. mento”, afir- DEFENDE Do outro lamou. Entre as do, Marina ações do seu INDEPENDÊNCIA. acredita que a PETISTA, A governo conliberdade do tra a crise in- INTERVENÇÃO BC, medida ternacional, a comum em presidente destacou os inves- países desenvolvidos, resgata a timentos em concessões de ro- confiabilidade no país. “O BC dovias e em transporte públi- autônomo é capaz de controco de massa. “Esse povo da au- lar a inflação inf lação e adquirir creditonomia do Banco Central bilidade para o país voltar a quer o modelo anterior, quer crescer. É fundamental para

evitar o que acontece hoje como a Petrobras, que perdeu metade do seu valor e está quatro vezes mais endividada”, contra-atacou.

Lula

Marina destacou que o ex-presidente Lula assinou em 2002 uma carta aos brasileiros onde se comprometia a manter instrumentos da política macroeconômica do governo FHC como autonomia do Banco Central, responsabilidade fiscal e controle da inflação. inf lação. “Tudo isso foi negligenciado no governo da presidente Dilma”, disse Marina. Na resposta a Dilma, a socialista disse não ser “sustentada por banqueiros”. “Em

2010, quem recebeu o maior financiamento de campanha do Banco Itaú foi a própria Dilma”, lembrou. Marina também defendeu a educadora Neca Setúbal. “Quando a Neca ajudou no programa do (Fernando) Haddad era educadora. Agora é vista como banqueira”, reclamou, condenando a postura do PT de “satanizar” quem não está ao seu lado. Marina garantiu a manutenção de programas sociais como o Bolsa Família e cobrou projetos dos adversários e também adiantou que os advogados do PSB tomarão providências para combater o que Marina classificou como “força descomunal de mentiras” dos oponentes Dilma Rousseff e Aécio Neves (PSDB). “PT e PSDB estão juntos na mesma artilharia pesada, utilizando os mesmos meios para destruir a nossa candidatura.” Marina disse se sentir injustiçada pelas “indústria de boatos” e pelas “mentiras que estão sendo feitas”. (Do Correio Braziliense)

Aécio será oposição se socialista ganhar O candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, criticou ontem a adversária Marina Silva (PSB), por prometer governar com os “melhores nomes” de cada partido e indicou que o PSDB não cederia quadros para um possível governo da exministra. “O PSDB tem duas opções nessa eleição: ou vence e é governo ou perde e é oposição”, afirmou, em entrevista coletiva, depois de participar de sabatina do jornal O Globo. Aécio disse que vive uma “segunda eleição”, iniciada quando Marina entrou na dis-

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puta em substituição ao exgovernador Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo no dia 13 de agosto: “Precisamos nos adaptar à nova realidade”. Terceiro colocado nas pesquisas, o candidato evitou responder se apoiaria Marina no segundo turno, mas disse que todo político tem que se posicionar. Reeleito governador de Minas Gerais em 2006, Aécio disse que a reeleição “faz mal ao país”, embora não tenha reconhecido como erro a aprovação da emenda constitucional que a instituiu, durante o governo Fernando

Henrique Cardoso, com o empenho dos tucanos. “Foi uma experiência que o Brasil buscou. A reeleição não foi votada pelo Fernando Henrique. Foi votada pelo Congresso, para os prefeitos, para os governadores. Seria cômodo eu dizer que devíamos manter a reeleição para sempre. Acho que a reeleição faz mal ao Brasil. Vivi essa experiência, fui reeleito É uma covardia, uma disputa desigual”. Aécio afirmou que Dilma “desmoralizou a reeleição”. “Você vai ver os atos de campanha da presidente da República, são atos de governo”.

IGO ESTRELA/DIVULGACAO

Tucano destacou, em agenda no Rio, que reeleição não é salutar para o país


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