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Recife I 10 de setembro de 2014 I quarta-feira

política

www.jconline.com.br

Esquema milionário

cláudio humberto Cláudio Humberto, Teresa Barros e Ana Paula Leitão

Da redação com agências

O Ministério Público Federal (MPF) requereu à Justiça do Paraná a anulação do acordo de delação premiada que beneficiou o mega-doleiro Alberto Youssef em 2004, no caso Banestado. Condenado pelo envolvimento no escândalo, ele admitiu ter movimentado ao exterior mais de US$ 5 bilhões ilegalmente. No acordo, que o livrou da cadeia, Youssef se comprometeu a não cometer mais crimes e a entregar comparsas. Ao sustentar a anulação do acordo, o MPF lembrou que a Operação Lava Jato constatou que Youssef até expandiu seus “negócios”. Os processos suspensos em razão do acordo de delação premiada devem ser retomados. E Youssef terá anos adicionais de cadeia. Em sua petição à Justiça Federal, a procuradora Mônica Dorotea Bora mostrou que não há extinção de punibilidade em razão de prescrição. O caso do Banestado, em 2002, foi investigado pela Polícia Federal por remessas ilegais de US$ 30 bilhões ao exterior, por meio de contas CC5.

Elza Fiuza/Agência Brasil

k PMDB admite demissão de Lobão

Assim como Guido Mantega (ministro da Fazenda), que já teve sua demissão confirmada em eventual segundo governo de Dilma Rousseff (PT), o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) também entrou na lista negra da presidente. No PMDB, lideranças admitem que será difícil o partido brigar para manter Lobão no cargo, caso venham a ser confirmados os rumores de sua participação no esquema bilionário de corrupção na Petrobras.

Lobão é um dos graúdos do PMDB citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimento à PF.

Tô fora

Lobão está de férias desde o dia 2 deste mês. Secretário-executivo Márcio Zimmermann é interinamente o ministro.

Mantra

Políticos citados por Paulo Roberto adotaram discurso padrão: “Mais importante do que a acusação são as provas”.

Nitroglicerina

Fome de cargos

A coluna parou de contar em 1.763, mas com quase três mil servidores, em atividades superpostas e desnecessárias, a Embrapa deveria ser o celeiro do mundo: só o setor de arroz e feijão emprega 348 pessoas.

Reforço

Ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) foi escalado para fazer a ponte com o movimento sindical e cuidar da campanha de Dilma em São Paulo, onde Alexandre Padilha não decola.

Conversa mole

Se fizer delação premiada, Carlos Alberto Pereira da Costa, “laranja” oficial do mega-doleiro Youssef, provocaria estragos. Ele assinava a documentação apreendida pela PF com Youssef.

Candidato ao governo, Armando Monteiro (PTB-PE) virou alvo de piada ontem nas redes sociais após convocar coletiva para revelar informação bombástica sobre o Cessna. Era só conversa mole.

Pagará a conta

Tirando atraso

Citado na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o ex-governador Sérgio Cabral tem dito que o escândalo “colará muito mais na campanha do PT que na do PMDB no Rio”.

Atrás de Marina nas pesquisas, Aécio (PSDB) intensificará a campanha no Rio, onde já tem três atos programados nas próximas duas semanas: São Gonçalo, Zona Oeste e Baixada Fluminense.

k Frase

Nunca os banqueiros ganharam tanto quanto no seu governo”.

Marina Silva (PSB) sobre os lucros siderais dos bancos durante o governo Dilma

O

ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que responde por participar de um esquema milionário de corrupção na Operação Lava Jato e denunciou vários políticos em troca da delação premiada, recebeu mais de R$ 36 milhões em contas abertas em seu nome em cinco bancos. Além dele, o cunhado Humberto Sampaio e as filhas Ariana e Shanni Azevedo também foram beneficiados, com R$ 42 milhões, R$ 5,7 milhões e R$ 4,4 milhões,respectivamente. Os dados foram divulgados ontem à noite pelo site do jornal O Estado de São Paulo. As informações vêm das quebras de sigilo encaminhadas à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras que apura a operação. Segundo os dados obtidos pela CPMI, Costa recebeu, no ano passado, R$ 2,1 milhões em sua conta do Unibando (hoje Itaú). O dinheiro, que passou por uma de suas empresas, a Costa Global Consultoria, seria fruto de supostas facilidades “vendidas” a empreiteiras, na relação com a Petrobras. Mais de R$ 1 milhão foi transferido, em fevereiro do mesmo ano, a uma conta do Santander por Marcelo Barboza, sócio do genro de Paulo Roberto Costa no Grupo Pragmática. Vários outros registros de repasses da estatal foram feitos para Costa, inclusive um

CONTADORA Meire: Costa recebeu carro como “presente” de R$ 220 mil, também na conta do Santander, em dezembro de 2011. Através de suas contas, Paulo Roberto Costa fez ainda diversos depósitos para contas de familiares, entre estes, a m ulher dele, Marici Costa.

RANGE ROVER

Ontem, a contadora Meire Poza declarou à Justiça Federal que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa fazia reuniões com o doleiro Alberto Youssef na sede da GFD Investimentos - empresa de fachada por meio da qual, segundo a Polícia Federal, Youssef direcionava o pagamento de propinas a políticos e fazia remes-

sas de valores para o exterior. “O comentário na GFD era que o Alberto ganhava muito dinheiro a partir dessa relação com Paulo Roberto”, disse a ex-contadora do doleiro, que está colaborando com as investigações. Meire depôs na semana passada como testemunha em uma das ações penais contra Costa. A contadora disse que os encontros ocorreram em 2013. Ela não soube informar se o doleiro e Costa se reuniam em outro endereço de Youssef. E disse que o doleiro presenteou Costa com um Range Rover. “Eu soube dessa história do carro que Alberto teria dado de presente para Paulo Roberto”, afirmou.

Senador diz que renuncia se tiver culpa Agência Estado

BRASÍLIA - O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que renuncia ao cargo se ficar comprovada qualquer vinculação entre ele e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, ambos presos pela Polícia Federal durante a Operação Lava Jato. Nogueira disse não conhecer o doleiro e afirmou que apenas se encontrou com Costa para tratar de obras da Petrobrás em seu Estado. “Eu me comprometo a renunciar ao mandato de senador se houver alguma vinculação financeira, alguma vinculação que possa ter desvio de ética, de conduta da minha pessoa, com essas pessoas”, disse o senador, que demitiu ontem um assessor que teria recebido passagens aéreas do doleiro. Costa citou em depoimento à PF e ao Ministério Público 32 parlamentares que receberiam 3% de propina por contratos arranjados na estatal. De acordo com a revista Veja desta semana, a lista inclui ainda um ministro e três governadores: Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo no dia 13 de agosto.

“Castigo físico” existia, diz coronel Valter Campanato/Agência Brasil

MPF quer anular delação

Premiada

Lucio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados

PETROBRAS Quebra de sigilo: Paulo Roberto Costa e familiares ganharam milhões

claudiohumberto@odianet.com.br twitter: @colunaCH

Folhapress

B

RASÍLIA - Em depoimento prestado ontem à Comissão Nacional da Verdade, o coronel da reserva Pedro Ivo Moezia confirmou a existência de castigo físico contra esquerdistas realizada pela Polícia Civil de São Paulo durante a ditadura militar (1964-1985). Ele também afirmou haver uma estrutura paralela dentro das Forças Armadas para obter informações de organizações armadas de esquerda durante o regime --sem especificar sua forma de funcionamento. Moezia negou, no entanto, a existência de sessões de tortura no Doi-Codi de São Paulo, um dos principais centros de repressão à esquerda armada no regime militar. “Diziam ‘vamos trabalhar o preso’, nisso você pode imaginar um monte de coisa. Ninguém desconhece que o método da polícia sempre foi esse: o do castigo físico, disse. Institucionalmente não havia a tortura, mas só um idiota imagina que não exista. No DOI, eu nunca presenciei”, afirmou. Chefe da equipe de interrogatório e depois da área administrativos do Doi-Codi, Moezia foi subordinado do general reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra no aparato de combate a militantes esquerdistas em São Paulo entre 1970 a 1974. No período, pelo menos 60 militantes de esquerda morreram pela atuação do órgão. Centenas foram submetidas à tortura, de acordo com depoimentos. Moezia esteve no Doi-Codi, sob o comando de Ustra, entre o final de 1970 até meados de 1972. Moezia defendeu Ustra, a quem definiu como maior herói do Exército e um injustiçado que devia obediência a superiores.

MOEZIA “Ustra é um herói”

NOTA DE ESCLARECIMENTO BANDEIRANTES CIA DE PNEUS S/A, empresa fundada e estabelecida no Estado de Pernambuco desde 1952, vem a público esclarecer: 1-) Com relação a aeronave que se acidentou em Santos no último dia 13/08 vitimando 7 pessoas. Novamente reitera que em nenhum momento comprou, pagou ou firmou qualquer contrato com o fim de adquirir a referida aeronave. 2-) É público que a empresa possui benefícios do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (PRODEPE), desde Abril/2004, na ocasião concedido pelo então governador Jarbas Vasconcelos após aprovação pelo CONDIC (Conselho Estadual de Política Industrial, Comercial e de Serviços), no qual tem assento várias entidades, inclusive a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco. (FIEPE) 3-) A concessão desse benefício, adquirido mediante o preenchimento de rigorosos critérios objetivos e formais, vem sendo renovado ao longo dos anos pelos demais governantes, não estando sujeito a interesses políticos ou qualquer manobra escusa, como foi inadvertidamente insinuado pelos meios de comunicação. 4-) A empresa declara que se encontra totalmente regular no que diz respeito aos compromissos fiscais, tanto para com o Estado de Pernambuco, como para os demais Estados da União e Fazenda Nacional, possuindo Certidões de Regularidade de todos eles. 5-) A Empresa Bandeirantes e seus acionistas lamentam e rejeitam qualquer acusação leviana que seja trazida a público a serviço de interesses eleitoreiros. A Diretoria.


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