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Recife I 18 de setembro de 2014 I quinta-feira

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CONGRESSO Ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa não respondeu aos parlamentares para preservar delação premiada

Agência Globo

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RASÍLIA – O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa fez a opção pelo silêncio no Congresso Nacional, ontem, e manteve em segredo o conteúdo da delação premiada negociada com o Ministério Público Federal (MPF). Para reagir ao imobilismo decorrente do silêncio do ex-diretor, a CPI mista da Petrobras votou e aprovou a convocação de Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef. Ainda não há data para esse depoimento. Ela também colabora com as investigações da Polícia Federal e do MPF dando detalhes do esquema e sobre as emissões de notas fiscais frias para simular serviços prestados por empresas do doleiro. A CPI também decidiu apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obter a íntegra da delação premiada de Costa. Segundo a revista Veja, ele já apontou o envolvimento do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de três governadores e de parlamentares, entre eles os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), com o esquema de corrupção na Petrobras. Foi marcada para próxima semana reunião da CPI com o presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski; com o ministro Teori Zavascki, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato no Supremo; e com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), o encontro ocorrerá na próxima terça-feira, às 18h. Houve bate-boca entre parlamentares governistas e da oposição, que trocaram acusações sobre a forma como deveria ser realizada a sessão. A oposição queria uma reunião secreta para ouvir Costa. Mas a tropa de choque do governo já chegou à sala da CPI mista com 100% de certeza sobre o silêncio do exdiretor e comandou o jogo de cena para que a sessão fosse aberta. Os governistas já sabiam que, sem sessão secreta, o ex-diretor não poderia mesmo fazer nenhuma revelação sobre a corrupção na Petrobras, sob pena de perder o acordo de delação premiada. Com a sessão aberta, o depoimento de Costa na CPI mista resumiu-se a uma sucessão de 18 frases com variações da expressão “nada a declarar”, seguindo a orientação de sua defesa e do próprio MPF. O relator Marco Maia fez perguntas genéricas sobre irregularidades nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, sem entrar no detalhamento da delação. Diante das negativas, o deputado abriu mão das demais perguntas. Costa voou de Curitiba, onde está preso, a Brasília num avião da PF. Depois de falar no Senado, permaneceu em Brasília e só hoje volta a Curitiba. Marco Maia e Vital do Rêgo agora cogitam a prorrogação em um mês dos trabalhos da CPI, cujo prazo termina em dezembro.

Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Costa opta pelo silêncio e frustra CPI

ESTRATÉGIA Costa na sessão da CPI: respondeu a 18 perguntas com um “nada a declarar”


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