Pontes dp 14 10 2013

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Lideranças se encontram hoje para discutir questões programáticas e evitar ruído entre os militantes

Até aquele evento da Marina era uma coisa, agora é outra, a tática tem que mudar”

Roberto Amaral, vice-presidente do PSB

Até porque é disputando eleição que o partido cresce e se consolida” Duarte Nogueira, deputado federal e presidente do PSDB paulista

BRENO FORTES/CB/D.A PRESS

Encontro para afinar o discurso O

governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), repete hoje uma agenda que tem virado rotina desde que firmou aliança com a Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, no dia 5 de outubro. Durante a manhã, participa de uma palestra dedicada a empresários, em Vitória, no Espírito Santo. À noite, janta com a exsenadora, novamente para afinar o discurso de socialistas e militância da Rede. O que era uma exigência programática dos aliados de Marina Silva, que pediam um discurso voltado para a sustentabilidade e contrário à velha política, foi adotado pelo governador em seus pronunciamentos. Hoje, em Vitória, por exemplo, ele dará palestra no Seminário Tribuna de Planejamento e Gestão Sustentável 2013, onde estarão alguns dos maiores empresários do estado. O tom ambiental foi usado também na inserção partidária do PSB, que foi ao ar na última quinta-feira, quando o governador aproveitou para dizer que a sigla reconhece as conquistas alcançadas pelo Brasil nos últimos 30 anos, mas diz que “é preciso mais”. Em contrapartida, sinaliza para o combate ao que está sendo chamado por socialistas e militantes da Rede de “velhas raposas da política brasileira”. A conversa entre os dois, em jantar reservado a poucas testemunhas, deve incluir também o afinamento do discurso em relação à questão programática, para evitar ruído entre os dois grupos. A aliança tem destoado, por exemplo, quando aliados de Marina Silva dizem que tanto ela, quanto Eduardo seriam opções para 2014. Para os socialistas, só há uma possibilidade para a cabeça de chapa. A política de alianças também gera polêmica. Para o secretário de Meio Am-

+ saibamais Veja a situação dos pré-candidatos em relação às alianças que estão sendo montadas para a construção de palanques nos estados

Dilma Rousseff (PT) Com a máquina na mão, presidente é a única a ter garantido ao menos um palanque em todas as unidades da federação, à exceção do Espírito Santo

Eduardo Campos (PSB) Tem palanque garantido em 18 estados (incluindo o Distrito Federal) e negocia alianças em outros nove. Ganhou força de barganha com a chegada de Marina

biente de Pernambuco, Sérgio Xavier, um dos elos entre Eduardo e Marina, os tensionamentos, no entanto, são bem menores do que os relatados. “Os dois têm aproveitado todo o espaço disponível para discutir a questão programática, mas há muita concordância entre os dois”, enfatizou Xavier, deixando claro que a prioridade é a construção de um programa que será apresentado à população. Um encontro entre socialistas e militantes da Rede foi marcada para o dia 29, em São Paulo. As propostas consolidadas serão disponibilizadas na internet e a população poderá opinar sobre o que concorda e o que precisa ser

aperfeiçoado. A concepção do grupo é a de que essa participação popular atende à demanda das pessoas que foram às ruas em junho, com protestos em todo o país.

Eduardo Campos e Marina Silva têm unificado o discurso para a disputa eleitoral

Aécio Neves (PSDB)

Palestra

Marina Silva desembarca no Recife na manhã de hoje. Às 15h, dará entrevista coletiva no Mar Hotel, em Boa Viagem. À noite, às 19h, dará palestra durante a I Jornada Sustentabilidade em Construção, na Faculdade de Ciências da Administração, no Recife. Marina fica na capital pernambucana até amanhã pela manhã, quando embarca para o Rio e grava para o Programa do Jô.

Os tucanos têm dificuldade para montar palanque em Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte. Nos outros estados, eles preveem ao menos um palanque

Estratégias para as disputas estaduais Com as candidaturas em prodefinição, a pouco menos cesso de definição, de um ano para a eleição de 2014, as articulações para a escolha de quem vai disputar os governos estaduais estão a todo vapor. Muito além da realidade local, o que está em jogo é o espaço que cada presidenciável precisa ter nos palanques regionais, decisivos para o resultado final. Levantamento feito pelo Correio Braziliense/Diario com representantes dos principais partidos que fazem parte do jogo eleitoral aponta que a presidente Dilma Rousseff é a única a já ter engatilhado pelo menos um

palanque em todas as unidades da federação, com exceção do Espírito Santo, onde as negociações ainda estão em curso. É ela também que tem mais espaços exclusivos. O senador Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), dividem palanques em seis estados. Os articuladores das legendas não escondem: a chance de vitória é apenas um dos itens levados em conta na escolha de quem será lançado ao comando de cada unidade federativa. “Faz parte da negociação a posição do pré-candidato na campanha presidencial,

um dos critérios é ter um palanque para a presidente”, frisa o secretário-geral nacional do PT, deputado federal Paulo Teixeira (SP). Na reunião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Dilma e o núcleo político na última quinta-feira, ficou claro que a ordem é isolar o agora assumido adversário Eduardo Campos, pressionando inclusive líderes estaduais que apoiam Dilma, mas que continuaram no PSB, a, no mínimo, serem neutros na questão nacional.

Espaço dividido

Em torno da chapa Eduardo

Campos-Marina Silva, os passos ainda são incipientes. A aliança anunciada na última semana pegou os próprios pessebistas de surpresa. O pacto de não agressão acordado semanas antes entre Eduardo e Aécio, em que concentrariam as armas contra Dilma, se dissolveu por completo quando a ex-senadora verde apareceu ao lado do governador pernambucano, reforçando seu nome nacionalmente. “Até aquele evento da Marina era uma coisa, agora é outra, a tática tem que mudar. Só há duas vagas no segundo turno e vamos ter que dis-

putar uma delas com o Aécio”, advertiu o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral. No espaço tucano, a ordem é dar preferência a candidaturas próprias em detrimento das alianças, para garantir que Aécio tenha espaço certo em todos os cantos do país. “Até porque é disputando eleição que o partido cresce e se consolida”, justifica tifica o presidente do PSDB paulista, deputado federal Duarte Nogueira. Por enquanto, falta para o projeto tucano definição de candidatos em três estados: Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte. (Do Correio Braziliense)


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