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DIARIO d e P E R N A M B U C O
opinião ■ ■ ■
Recife, TER - 12/08/2014
OPINIÃO
Editor: Flávio Adriano
os artigos publicados não refletem, necessariamente, a opinião do jornal
Consciência limpa ANTONIO BARBOSA CONSULTOR DE RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL DO SESI/PE antonio.barbosa@pe.Sesi.org.br
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ão existe esse vocábulo conjugado da forma como se vê titulando este artigo em nossos dicionários. O leitor encontrará no Aurélio “a reunião de palavras por campos semânticos ou por analogia a uma ideia”, como por exemplo: “consciência coletiva; de si; moral etc”. O que defendemos aqui, portanto, como consciência é o “cuidado com que se executa um trabalho, se cumpre um dever; senso de responsabilidade”. O que defendemos aqui como limpa é o de limpar: “livrar de impurezas, purificar (...) desembaraçarse de sujidade (...), limpeza pública”, ou seja; serviço de remoção de lixo das re-
sidências e vias públicas de uma cidade e a extinção dos lixões. O tema é complexo e de difícil aceitação pela nossa sociedade, que prefere alhear determinados problemas, como se não fosse seus. Algum esforço está sendo feito. Trata-se do contido na Lei 12.305/2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), constante do editorial Lixões: até quando? (Diario de 02.08.14). Aliás, nesta mesma edição, temos a reportagem de página inteira: Reciclagem é desafio para as cidades, em que os jornalistas Alice de Souza e Ed Wanderley esmiuçaram o tema com entrevistas e dados comparativos de Pernambuco e Recife, com outros estados e cidades brasileiras e estrangeiras, priorizando a coleta seletiva, “pedra de toque”, digamos assim, do manejo dos resíduos sólidos,
email: opiniao.pe@dabr.com.br
passagem importante para a nossa sustentabilidade, em toda acepção do termo. Eles fizeram um apanhado conclusivo de que “apenas 38,3% dos municípios brasileiros se adequaram a legislação no sentido de eliminar os lixões”, muito pouco para as ações esperadas pelos prefeitos das pequenas cidades e menos ainda para “as grandes cidades de mais de 100 mil habitantes (...) cuja concretização tem impacto direto na saúde e no meio ambiente”. Daí porque o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), “incluíram a sustentabilidade, acrescida dos temas justiça social e qualidade de vida, na pauta da campanha eleitoral. A entidade, que congrega 70 grupos empresariais e 40% do PIB, pede que eles (futuros governadores e o futuro presidente) se comprometam com um rol de 22 propostas apresentadas” (FSP, 07.08). Quem sabe é o começo da consciência limpa.
ARTE/DP
Lixo na lixeira ARY AVELLAR DINIZ DIRETOR DA FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE aryavellardiniz@yahoo.com.br
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lixo de produtos inaproveitáveis, certamente impregnado de microrganismos transmissores de doenças, também possui a característica de enfear as cidades, quando jogado nas vias públicas, em rios ou mares. Por sua vez, é de responsabilidade maior do poder público realizar a coleta dos lixos reciclados — vidro, metal, plástico e papel —, por serem reutilizáveis. Culturalmente, deve avançar cada vez mais tal prática salutar, que, além de higienizar o ambiente, é economicamente rentável. “Praia Limpa”, campanha educativa promovida pela PMR, solicita aos frequentadores das praias a colocação do lixo nas lixeiras. Campanha notável! Outra campanha educativa, de caráter simples mas eficaz: a necessidade de lavar as mãos em diversas situações. Fato pitoresco se deu após aconselhar determinada secretária do lar (antigamente cognominada empregada doméstica) a esse procedimento, uma vez que, no dia a dia, as mãos se impregnam de bactérias que devem ser eliminadas pelo uso da água e do sabão, a fim de prevenir doenças. Ela olhou para as próprias mãos depois de instruída e, curiosa, disse: “Cadê essas bactérias, que eu não estou vendo?” O modismo é cíclico e imprevisível. Atualmente, em certas camadas sociais, adota-se a cremação do corpo após a morte. É uma ideia louvável, visto que o fogo queima tudo que resta de asque-
roso no corpo humano, inclusive o intestino. A medida em questão evita igualmente o fenômeno da catalepsia. Não é brincadeira acordar depois de enterrado e considerado morto! É oportuna a preocupação dos cidadãos com os efeitos antiestéticos causados pelas poluições visuais, resultantes dos inúmeros letreiros posicionados desordenadamente, outdoor em excesso e pichações, prejudicando a beleza da capital pernambucana. Tranquilizam-se, porém, os recifenses, imbuídos de boas expectativas, ao sentir que serão resolvidos tais problemas pela atual gestão governamental. Salta aos olhos a sobra diária de alimentos dos restaurantes, da Ceasa, de hotéis, hospitais e fábricas jogada no lixo. Seria de melhor aproveitamento saciar a fome dos inúmeros carentes que existem, desde que esta sobra, evidentemente, seja adequada à alimentação. E a igrejinha de Boa Viagem, que ou-
Pequenos inconvenientes nos pés ANGELO CORTÊS MÉDICO ORTOPEDISTA acortes20@gmail.com
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oje é frequente ouvir pessoas reclamarem de pequenos problemas nos pés: calosidades, verrugas, unhas encravadas, fissuras no calcanhar, unhas quebradiças. Manicures, institutos de podologia, massoterapeutas, dermatologistas e ortopedistas são procurados para resolver as afecções que inf inflig ligem dor. Ocorre portanto a necessidade de separar o “joio do trigo”. Cada problema tem uma solução específica, o manicure observa algo estranho, remete ao podólogo, este tenta re-
solver à sua maneira. Quando não consegue, encaminha ao dermatologista. Por fim, após numerosos tratamentos, o paciente desiste ou procura um ortopedista, alguém o informou que só “operando” resolveria o caso. As verrugas na planta dos pés não necessariamente são cirúrgicas, são de origem viral. Utilizar salicilados e debridamento superficial com retirada da camada desvitalizada pelo salicilado, após algumas visitas ao consultório usualmente resolve. As “unhas encravadas” com frequência devem ser submetidas à descompressão, antibióticos orais. Quando recidi-
trora compunha uma paisagem bucólica, limpa, arejada, envolta pela brisa do Atlântico, encontra-se hoje acuada a um canto, perplexa em face da invasão de vida profana que se desenrola na praça do mesmo nome e que lhe atinge, em cheio, os santificados ambientes… Algumas iniciativas podem, sim, reverter a maior parte desses descasos, até mesmo pela via da coação legal com fins educativos: primeiramente pela construção de calçadas amplas (onde ainda se veem areia, lama, mato ou entulho), residências e prédios empresariais em parceria com a prefeitura local; em seguida, pela rigorosa abolição dos poluidores visuais; criação de uma fábrica de asfalto, tirando partido da Refinaria Abreu e Lima, prestes a ser inaugurada, a fim de atender às demandas das ruas esburacadas e outras sem cobertura asfáltica; e, mais e mais, campanhas do gênero “Praia Limpa”, “Recife Limpo” e “Lixo na Lixeira”!
vam, ressecção do canto da matriz ungueal do halux, sob anestesia e sutura é o tratamento adequado. Existem as calosidades interdigitais, chamadas de “calo moles” ou corns, estes são solucionados com ressecção da porção externa e do núcleo que normalmente tem cor mais escura. As calosidades plantares, hiperqueratóticas, dolorosas, estão relacionadas às anormalidades ósseas, encurtamentos musculares e formato dos pés. As palmilhas são um alívio e frequentemente a solução. Então, quando os demais profissionais apontarem para um ortopedista para solucionar o seu caso, não hesite em procurá-lo. No final de agosto de 2014 faremos um encontro com especialistas em tornozelo e pé onde serão abordados temas específicos e do cotidiano.
editorial
Renovação Não constitui novidade a negligência de deputados e senadores com relação à assiduidade. Legislatura após legislatura, aumenta o número de faltosos às sessões plenárias e aos debates de comissões. Nada mais revoltante que ver cada vez mais assentos vazios em época de tantas urgências. O país precisa de respostas contemporâneas para velhos problemas. O fórum para chegar a soluções por que tantos anseiam é, sem dúvida, o Congresso. Ali estão os representantes do povo e das unidades da Federação eleitas para buscar soluções democráticas aptas a pôr a nação nos trilhos do desenvolvimento sustentado. Mas deputados e senadores, uma vez obtido o mandato, nem sempre correspondem à confiança neles depositada. Entre fevereiro de 2011 e julho de 2014, houve quebra de triste recorde. As sessões plenárias da Câmara registraram 6.063 ausências sem justificativas — incremento de 14% em relação às computadas de 2007 a 2010. Em número absoluto, a diferença traduz nada menos de 62 dias de defasagem. É lamentável. Boa parte dos políticos não se deu conta de que a sociedade vive tempos novos. Graças à internet, hastag como a manchete do Correio Braziliense de ontem (#vaitrabalhardeputado) ultrapassa o universo dos leitores do jornal. Ganha as mídias sociais e se infiltra nos mais distantes rincões do país. As manifestações que tomaram as ruas das principais cidades brasileiras há pouco mais de um ano deram recado claro. O cidadão não está satisfeito com a realidade caduca que teima em se manter atual. “O que está aí não me representa”, diziam faixas de norte a sul do Brasil. Em outubro, abre-se a oportunidade de renovar um terço do Senado e 100% da Câmara dos Deputados. É hora de o povo, informado, escolher político que o represente. Em bom português: deixar para trás os representantes do atraso e eleger políticos sintonizados com o século 21.
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