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DIARIO d e P E R N A M B U C O

opinião ■ ■ ■

Recife, SEG - 18/08/2014

OPINIÃO

Editor: Flávio Adriano

os artigos publicados não refletem, necessariamente, a opinião do jornal

O legado de Eduardo Campos PAULO SALLES CAVALCANTI ECONOMISTA sallescavalcanti@hotmail.com

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emoendo ainda a dura perda de um político sério e promissor, pergunto o que tem Marina Silva a ver com o já saudoso Eduardo Campos? Na minha visão, nada, com todo respeito as discordâncias. É um cenário totalmente novo. Os que discordavam das ideias de Eduardo, mesmo os seus adversários de outros partidos, viam nele um político que anunciava e defendia a necessidade de se fazer mais, e diferente. Uma nova política como ele chamava, embora não fosse tão nova assim quando observado algumas forças que o apoiavam. Tentava

ele descolar-se do que havia, e nesse afã, atirava em tudo e em todos, afirmando que o PT e o PSDB, que se revezaram no poder nos últimos anos, não mais se apresentam como solução para o que o Brasil precisa. Sabemos que não é bem assim. Não podemos nos fixar somente no Partido nem na pessoa que o representa. As circunstâncias são outras. A discussão tem que ser no campo das ideias. Mas não há como não reconhecer os valores do candidato precocemente saído de cena: sua visão dos problemas e suas soluções, seus projetos, suas propostas, sua postura e sua reconhecida capacidade administrativa e aglutinadora. E é aí onde afirmo que Marina não

email: opiniao.pe@dabr.com.br

tem nada a ver com ele. Ela é confusa em suas ideias, perdida em seus argumentos, sem conteúdo programático, político, econômico. Defende umas ideias malucas de sustentabilidade que nem mesmo ela sabe o que é. Não vejo nela preparo para governar um país que precisa corrigir rumos, fazer reformas, retomar o crescimento. Pesa a seu favor a idoneidade. E isso no meio de tantos corruptos vale muito. Por mais que seja importante, não é o suficiente. Não há nela nada de novo, como havia em Eduardo Campos. É notória a sua dificuldade em enfrentar posicionamentos divergentes. A verdade é que o momento Brasil não admite erros nem experimentações. Há um governo que não mais consegue governar e o país caminha para dias difíceis. Há uma desconfiança nas alternativas que se apresentam, mas é preciso decidir.

A atuação das ONGs e a Educação Integral ARTE/DP PAULO JOSÉ BARBOSA DIRETOR DO MOVIMENTO PRÓ-CRIANÇA paulobarbosampc@gmail.com

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processo de integralização de acordo com as teses dos pioneiros no Brasil, como Anísio Teixeira (Escola Parque - BA) e Darcy Ribeiro (CIEPS – Rio de Janeiro), seja do ensino fundamental ou médio, apesar de ser uma questão resolvida em muitos países, para nós se apresenta ainda como um problema persistente para os segmentos mais pobres da população. Não obstante, a sua importância, tendo em vista a melhoria da qualidade e dos resultados do ensino na formação profissional, é importante para o desenvolvimento do país. O Recife, como metrópole regional, tem sido palco de discussões e experiências sobre o assunto pelo que tenho acompanhado mais de perto, como membro da Diretoria do Movimento Pró-Criança, na área dos Coelhos, Coque e Joana Bezerra que congrega uma população de 20.262 pessoas, de acordo com a PCR, resultado da ação da Rede Solidariedade e as ONGs envolvidas, como: Associação Beneficente Criança Cidadã, Casa de Frei Francisco, Casa Menina Mulher, Em Cena – Arte e Cidadania, LBV, além do Movimento Pró-Criança, OAF, Instituto Nossa Senhora de Fátima e Projeto Quero Quero. A Rede Solidariedade atua na referida área desde 2008 com o objetivo de promover a articulação e Integração das ONGs estabelecidas nesse território, visando a melhoria das ações nas comunida-

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caso é daqueles tempos longínquos, meninos e meninos a brincar de manja e outros divertimentos, juntos, nas ruas que não passavam veículos, ingressando nas casas, nos longos pátios e nos grandes quintais. Instintivamente, num momento de falta de vigilância ou de vigilância interrompida, vinham à tona as brincadeiras de marido e mulher, príncipe e princesa, castas e inocentes, com as quais os meninos se aproveitavam e tiravam partido da situação, para gáudio eterno. Algum estudioso da vida privada há de dizer que o fogo, a explodir no homem e na mulher, vem no sangue, pas-

Recuperar a USP Principal referência do ensino superior brasileiro, verdadeiro patrimônio nacional, a Universidade de São Paulo (USP), uma das três instituições mantidas pelo governo paulista — as outras são a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) —, é, hoje, um reflex ef lexo da má administração pública no país. Para se ter ideia do tamanho do problema, nem a folha salarial cabe no orçamento. E parte dos professores e funcionários está há quase dois meses com os braços cruzados, numa greve por reajuste salarial que já chegou a fechar 10 prédios do complexo. Pior: centro de excelência acadêmica, a maior universidade brasileira, com mais de 90 mil alunos, não encontra saída para a crise. No cargo desde o início do ano, o reitor Marco Antonio Zago até tentou adotar alguma austeridade, congelando contratações e suspendendo obras. Agora, um programa de demissão voluntária (que abrangeria 3 mil funcionários) e uma proposta de corte de 25% na jornada de trabalho dos docentes, com a respectiva redução salarial, são bombardeados por professores e funcionários. O fato é que a USP despenca nos rankings internacionais. Em 2012, detinha o posto já pouco entusiasmante de 158ª melhor do mundo, que ao menos servia para lhe emprestar alguma visibilidade, uma vez que figurava entre as 200 primeiras colocadas. No ano seguinte, contudo, nem esse concolo sustentou-se, com o registro de uma queda para algum lugar entre o 226º e o 250º. Também deixou de ser a líder na América Latina, posto hoje da Pontifícia Universidade Católica do Chile, uma instituição privada. Já não dá para tapar o sol com a peneira. À USP, cabe preservar o papel de liderança no ensino superior do país, recuperar o auge da relevância latinoamericana (10 das 20 melhores da região são brasileiras) e, quiçá, subir nos rankings mundiais para postar-se à altura da própria história.

DIARIO na história HÁ 175 ANOS

O DP não circulou no domingo, 18 de agosto de 1839. Na edição do dia 17 publicou: SOCIEDADE THEATRAL - Forão escolhidas pela Direcção da Sociedade Theatral, a nova Comedia, intitulada - Waldemar ou o esposo Pintor, Dueto, Entremez etc.

HÁ 150 ANOS

des envolvidas, principalmente a qualidade do ensino junto às escolas, através da educação complementar. A ação da rede, onde o governo investe pouco, é importante, pois, as ONGs obtêm recursos através da captação de recursos diversos com sociedade para a realização de seus projetos. Segundo Moacir Gadotti, em Educação Integral no Brasil - Inovações em Processo: “atualmente um dos importantes desafios do sistema público de ensino é fazer chegar às populações

Das brincadeiras, o efeito VLADIMIR SOUZA CARVALHO MAGISTRADO vladimirsc@trf5.jus.br

editorial

sando de geração em geração. Assim, se explica a criança, de cinco a seis anos, como vi acontecer, ao tempo de calça curta, ensaiar passos para atos que nunca vira praticar, nem por leitura, nem por gravura. Vem no sangue, é do homem, brotando aqui e ali, quando a conveniência dita, sobretudo numa época em que a meninada não crescia presa em apartamento, mas morava em casa, de muitos compartimentos, fornida de excelente quintal. Ah, os quintais, suas mangueiras, os esconderijos ali contidos... Era assim mesmo, presto o meu depoimento. Ninguém tinha idéia de nada, mas no nada mergulhava, na busca de intimidades, como se fossem adultos, na sedução lenta da exibição das diferen-

mais pobres os benefícios das novas tecnologias e ampliar os espaços de formação para além da escola. Nisso, os movimentos sociais e ONGs podem contribuir muito. Eles podem chegar onde o Estado dificilmente chega”. Nesse sentido acreditamos que o governo (federal, estadual ou municipal) deveria investir mais na parceria com estas instituições (ONGs) sob a forma de um sistema de articulação buscando maior eficácia nas suas ações com as escolas.

ças, conduzindo a menina para onde seus instintos ditavam, na iniciação ao cultivo de algo diferente e escondido, fruto da carga genética recebida. Daí se justificar o motivo, durante décadas e décadas, de meninos e meninas estudarem em escolas separadas. Os avoengos sabiam que o fogo, ao esquentar a panela, fazia a água ferver. Terminei vítima de meu próprio veneno. Foi num dia, apresentado a uma candidata a cargo eletivo, que não via desde a infância. Alta, cabelos pretos, olhos graúdos, sumamente bela. Apertamos as mãos. Não toquei no fato de termos sido vizinhos. Ela foi direto na jugular: havia coisas que não podia esquecer, esclareceu, num riso irônico. Uma daquelas cenas brotou de repente. Minha cara se cobriu de vermelho. A candidata permaneceu firme. Lembrei-me, calado, de algo, lá detrás dos anos. Ela me fixou nos olhos, eu fiquei encabulado.

Quinta-feira, 18 de agosto de 1864 REVISTA DIARIA - Na segunda-feira (15) celebrou a irmandade da Misericordia desta cidade a festa de sua padroeira, Nossa Senhora do Paraizo, padre Lino do Monte Carmello.

HÁ 125 ANOS

Domingo, 18 de agosto de 1889 REVISTA DIARIA - S. A. o Sr. Conde d'Eu - Em trem expresso da ferro-via de S. Francisco, seguio hontem, às 7 horas do dia, para Palmares, S. A. o Sr. Conde d'Eu.

HÁ 100 ANOS

Terça-feira, 18 de agosto de 1914 O CONFLICTO AUSTRO-SERVIO - A CONFLAGRAÇÃO EUROPÉA - Paris, 18 - Noticias que chegam de Berlim contam do triste e lamentavel estado em que se encontra aquella cidade.

HÁ 75 ANOS

Sexta-feira, 18 de Agosto de 1939 Maior densidade demographica ao Brasil - RIO, 17 (A.M.) - O sr. Dulphe Pinheiro Machado, membro do Conselho de Immigração e Colonização declarou que está em entendimentos com os governos da Hollanda, Portugal, Belgica, Hungria, Dinamarca e Suissa, afim de trazer ao Brasil cerca de 60.000 immigrantes conhecedores de agricultura.

HÁ 50 ANOS

Terça-feira, 18 de Agosto de 1964 Outro Kennedy - NOVA YORK, 17 (UPI) - O Secretário de Justiça, Robert F. Kennedy, conferenciou, hoje, com o prefeito de Nova York, para acertar os últimos detalhes antes de anunciar sua candidatura como senador por este Estado.

HÁ 25 ANOS

Sexta-feira, 18 de agosto de 1989 Jaruzelski aceita governo sem a participação do PC - VARSOVIA - O presidente polonês, general Wojciech Jaruzelski, aceitou, ontem, a proposta do Solidariedade para formar um governo de coalizão com o Partido Camponês (SZL) e o Partido Democrata (SD).


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