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DIARIO d e P E R N A M B U C O

política ■ ■ ■

Recife, SÁB - 24/05/2014

brasília DF p

por denise rothenburg

deniserothenburg.df@dabr.com.br

O recado do PV Discretamente, o pré-candidato do PV à Presidência da República, Eduardo Jorge, se prepara para colocar à mesa de debates temas polêmicos que a maioria das campanhas menciona com muito cuidado para não perder votos. Em entrevistas recentes, ele tem iniciado a discussão do aborto e da legalização da maconha, sob uma nova abordagem. “Não somos a favor do aborto, mas há uma realidade de mulheres que se submetem a riscos”, diz. “O PV não quer estimular o uso da maconha. A gente quer ter uma política mais inteligente de regulação do seu uso como a gente procura e tenta fazer com o cigarro e com o álcool, duas drogas lícitas, com sucesso às vezes maior e menor”, diz ele. Para quem achava que, desta vez, o aborto estaria fora das campanhas, aí vem uma rodada bem mais profunda a respeito desses temas.

De volta à ribalta Depois de dias de glória por causa das audiências que a transformaram em pré-CPI da Petrobras, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara volta ao centro nervoso da política em outros temas. Vai cutucar, por exemplo, os milionários financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao grupo JBS (Fri-boi) e também ao porto Mariel, em Cuba.

E por falar em Petrobras… Agora que o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa está solto, a ideia é chamá-lo a depor na Comissão de Fiscalização e Controle. Isso porque, embora a CPI Mista esteja a um ponto de ser instalada, tem muita gente achando que até a fila de depoimentos andar, a Casa já estará esvaziada em função dos jogos da Copa.

Magela e o Mané O deputado Geraldo Magela (PT-DF) decidiu usar o estádio Mané Garrincha para apimentar a briga judicial entre o Ministério Publico, que deseja eleição direta para escolha dos integrantes do Conselho de Planejamento (Conplan) e o GDF, que nomeia esses conselheiros. Dia desses ele foi à tribuna dizer que o Mané não poderia funcionar, tampouco o Cine Brasília, porque uma liminar da Justiça invalidou as decisões do Conplan, por causa da forma como os conselheiros são escolhidos. No mesmo discurso, Magela alertou que nenhum dos conselhos do DF é preenchido por eleição direta, exceto o tutelar. O Mané entrou de gaiato no navio, uma vez que pode funcionar com o alvará provisório concedido desde a inauguração.

A força de cada um O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, já tem o apoio fechado de seis partidos, além do seu PSDB: DEM, PPS, PSC, SDD, PRB e PR. Está a um passo de levar o PSB. Paulo Skaf, do PMDB, tem o PROS e o marqueteiro Duda Mendonça. Padilha, do PT, tem o PCdoB e o PP de Paulo Maluf.

O pulo de Kassab Em São Paulo, outros partidos, como PDT e PV, terão candidatos próprios. É por essas e outras que muitos acreditam na hipótese de Gilberto Kassab ser mesmo candidato a governador. Assim, terá como escolher um caminho seguro no segundo turno, ficando independente e consolidando o PSD.

Dúvida cruel Na terça-feira, a presidente Dilma Rousseff janta com os candidatos do PMDB aos governos estaduais. O problema em Goiás tirava ontem o sono dos responsáveis pelos convites. Primeiro, o ex-prefeito e ex-governador Íris Rezende desistiu da candidatura. Depois, foi a vez de Júnior da FriBoi seguir pelo mesmo caminho. O Planalto está zonzo. Não sabe se chama os dois ou espera até a noite de segunda-feira para fazer o convite.

Seca promissora Os parlamentares reclamavam essa semana da dificuldade de obter recursos para a campanha. Ninguém diz abertamente, mas até no caixa dois está difícil. As últimas operações da Polícia Federal, como a Lava Jato, deu uma limpada geral na trilha do abastecimento das campanhas. O contribuinte agradece.

Armando: críticas até para Lula Pré-candidato ao governo do estado pelo PTB rebateu o prefeito Geraldo Julio e acusou Eduardo Campos de desconstruir governo Dilma, do qual o socialista fez parte

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período de campanha nem chegou, mas a troca de farpas entre representantes das duas principais chapas que concorrerão ao governo do estado já está a todo vapor. Ontem, durante entrevista a uma rádio local, o pré-candidato pelo PTB, o senador Armando Monteiro, rebateu críticas do prefeito do Recife Geraldo Julio à sua postulação e provo-

cou o ex-governador Eduardo Campos que, segundo ele, estaria tentando desconstruir o governo Dilma. Em meio ao bombardeio, sobrou até para um aliado, o ex-presidente Lula. O petebista disse não concordar com os recentes comentários do petista de que seria “babaquice” querer levar usuários até dentro dos estádios, por ocasião da Copa do Mundo. Segundo Armando, a população deve cobrar o legado que será deixado pelo mundial. As críticas ao prefeito vieram após Geraldo afirmar, durante uma visita à comunidade de Roda de Fogo, Zona Oeste, que Armando não possuía experiência administrativa, não apoiaria os trabalhadores e que ele se coloca-

LEO CALDAS/DIVULGAÇÃO

Armando ironiza: “Geraldinho não tem treino ainda” va como o candidato de Eduardo. A resposta veio em tom de ironia. “Nosso Geraldinho não tem treino ainda para o debate político. Eu também fui responsável por isso e quero fazer aqui uma espécie de mea-culpa, pois eu apoiei o nosso Geraldo. Mas ele não tem treino. Aí mandam ele cumprir um papel político. Ele aí vem pro debate e vem mal”. Armando disse, ainda, que

não se coloca como candidato de Eduardo, e que desaprova a maneira como o ex-governador tenta minar o governo da antiga aliada (Dilma). “Eu não desconstruo o governo Eduardo, pois fizemos parte dele. Eu não faço com Eduardo o que eles estão fazendo com Dilma. Uma posição extremamante oportunista de dizer ‘enquanto estive lá estava tudo bom, depois que eu saí ficou tudo ruim’”. ALUISIO MOREIRA/DIVULGAÇÃO

SERTÃO

Câmara ataca atraso em obras Enquanto o pré-candidato ao governo do estado pela oposição, o senador Armando Monteiro (PTB), fazia críticas a quadros políticos do PSB em entrevista a uma rádio no Recife, seu principal adversário, o socialista Paulo Câmara, tratava de dar o troco em cima do governo federal. Durante visita ontem ao Sertão Central, o pré-candidato do PSB questionou a paralisação das obras da ferrovia Transnordestina e da transposição do Rio São Francisco. Segundo

ele, estaria faltando gestão e acompanhamento da União no processo. Câmara, contudo, fez questão de frisar que seu companheiro de chapa, o pré-candidato ao Senado, Fernando Bezerra Coelho (PSB), destravou as obras enquanto foi ministro do governo Dilma. “Se o projeto tivesse continuado a seguir seu ritmo correto, talvez estivéssemos sentindo menos os efeitos da estiagem que vem assolando o Sertão”, salientou.

Durante passagem pelo município de Parnamirim, o socialista ainda prometeu aumentar a frequência de carne na merenda escolar (de dois para três dias) a pedido de pecuaristas da região.

Em Parnamirim, Câmara prometeu colocar mais carne na merenda escolar

CURTA VIA MANGUE

Ministro prepara terreno Antecipando a possível presença da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), o ministro Gilberto Magalhães Occhi (Cidades) vistoriou ontem as obras da Via Mangue, no Pina. O prefeito Geraldo Júlio (PSB) acompanhou o ministro e anunciou a entrega do corredor viário para o dia 31. Occhi é o sétimo ministro a pisar em solo pernambucano desde que Eduardo Campos deixou o governo.


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