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2 jornal do commercio

Recife I 8 de outubro de 2014 I quarta-feira

cidades

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jc nas ruas Felipe Vieira (interino)

fvieira@jc.com.br twitter: @jc_jcnasruas telefone: (81) 3413.6103

Só em 2015, e olhe lá! No último dia 20 de agosto, o JC trouxe uma matéria mostrando a falta de fiscalização no Metrô do Recife. Na apuração dessa reportagem, passamos, eu e o fotógrafo Guga Matos, toda uma manhã percorrendo, nos dois sentidos, as duas linhas do modal. Não vimos um fiscal sequer, nem policiais. Ficou a pergunta e a sugestão para uma futura pauta: se durante o dia não há qualquer agente de segurança no sistema, e à noite, como deverá ser? Ouvimos relatos de assaltos, assédio sexual e até tráfico de drogas dentro dos trens. O comércio ambulante, nos vagões e nas estações, não tem qualquer ordenamento. Em dias de jogos de futebol, são comuns os confrontos entre torcidas organizadas. Enfim, um cenário insalubre e perigoso para metroviários e passageiros. Talvez por isso parcela dos usuários tem manifestado apoio à paralisação dos servidores do metrô, durante o dia de ontem, mesmo enfrentando dificuldades na locomoção. O sindicato da categoria afirma que são pouco mais de cem seguranças para uma demanda diária de 400 mil usuários. Convite certo, seguro e generoso para a ação de criminosos, atendido com presteza: foram 1.600 ocorrências apenas este ano, a maioria de assaltos e furtos. A bronca é federal, uma vez que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) é ligada à União. E Brasília, epicentro das decisões políticas do País, está em polvorosa por conta do explosivo segundo turno das eleições presidenciais, que se desenha para 26 de outubro. Até lá, e muito provavelmente nos dois meses seguintes, o jeito para metroviários e passageiros é rezar para não entrar na macabra estatística.

Pacientes renais em busca de dignidade

SAÚDE Por causa da dificuldade em conseguir tratamento, doentes se unem para criar associação. Hoje é a primeira vez que entidade terá reunião para debater os problemas

Falecido no final de 2013, Reginaldo Rossi não foi o homenageado do Carnaval do Recife em 2014 pois a prefeitura já havia escolhido Antônio Nóbrega. Na fila para 2015, o Rei deverá esperar de novo: a festa será para Eduardo Campos.

Prazo curto

Baixaria na web

Humberto Inojosa terá apenas três meses para dar um norte ao falido sistema prisional do Estado. Sua continuidade à frente da pasta de Ressocialização depende do que fizer nesse período, pois Paulo Câmara deverá mexer, e muito, na área de segurança pública.

E lá vai a disputa eleitoral, que deveria ser no plano das ideias, descambar para o preconceito, agressão e picuinhas. O clima anda pesado nas redes sociais, com direito a montagens toscas dos candidatos. É torcer para esse fla-flu não ganhar as ruas.

Lugar para bicicletas no Cecon

Pode ir pedalando à Feira do Empreendedor, que começa hoje, no Centro de Convenções: o Sebrae instalou um bicicletário no local.

Rômulo Moraes/Divulgação

k Dificuldade nível hard

A água e o lodo estão aumentando o nível de dificuldade das manobras dos skatistas do Parque Santana. É bom ter capacetes, luvas e joelheiras em dia. Prefeitura do Recife, que tal facilitar a vida da rapaziada?

Promessa de...

...vistoria rápida

Anime-se, condutor. De acordo com o Detran, a partir de hoje acaba a peleja para quem vai fazer vistoria do veículo nos pontos de atendimento do órgão. Agora as inspeções serão agendadas pela internet. É só acessar o www.detran.pe.gov.br

...e marcar horário e local para o atendimento. O serviço era motivo de esperas de mais de cinco horas, muitas vezes sem local adequado e sob o sol, como mostrou o Jornal do Commercio em matéria publicada no último sábado.

“ “

Fiz o meu transplante há 7 anos, mas sei das dificuldades enfrentadas por quem precisa passar por hemodiálise. Às vezes, fica difícil até para alguns chegarem às clínicas, porque falta passagem”, conta o membro da Aspret, Charles Albuquerque, 44 anos

Já fiquei três meses sem um dos remédios que tomo, porque não estava sendo distribuído. A gente acaba tendo que se virar para comprar, porque não podemos ficar sem”, conta a Aldenilda do Nascimento, 53

a refeição fica mais complicado ainda.” A demora para receber alguns medicamentos é outra queixa frequente. “Às vezes a entrega dos remédios demora mais de três meses. Os pacientes acaba tendo que comprar com o próprio dinheiro”, acrescenta. As cerca de 4.500 pessoas que se submetem à hemodiálise no Estado disputam vagas nas poucas clínicas existentes. “Muitos pacientes precisam ficar em hospitais públicos para fazer a hemodiálise, porque as clínicas estão superlotadas. Essas pessoas poderiam estar em casa, mas por falta de vagas, têm que ficar internados”, relata o médico Wagner Barbosa, membro da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Outra crítica é o valor da diálise pago pelo SUS. “O que está acontecendo é que não existe estimulo nenhum. Em alguns estados, algumas clínicas deixaram de atender os pacientes renais”, critica o médico. Além de denunciar a falhas do setor de hemodiálise no Estado, a associação também terá a função de criar projetos para prevenir o desenvolvimento de doenças nos rins. “A gente acaba procurando o tratamento quando a doença já está em estágio avançado. Foi o que aconteceu comigo e é o que queremos evitar.” De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, 125 mil brasileiros morrem antes mesmo de ter acesso ao primeiro tratamento de prevenção.

Um rastro de sujeira na praia M

ais uma lagoa de água preta e poluída, com direito a latas de refrigerante e plástico, foi formada na praia de Boa Viagem, em frente ao Parque dos Coqueiros, na Zona Sul do Recife. O problema se repete cerca de um mês depois de o Jornal do Commercio denunciar a formação de uma poça com mau cheiro e sujeira no mesmo local. A situação é causada pelo sistema de drenagem que leva água da chuva da Avenida Boa Viagem para o mar. Nem sempre a água alcança o destino final e se acumula na areia. Moradores da localidade e banhistas temem pelo potencial turístico e econômico da região. Segundo eles, o problema persiste há muito tempo e deixa marcas: quando a lagoa seca, a areia fica negra, evidenciado a sujeira. O idealizador do Parque dos Coqueiros e morador do bairro, Edson Campos e Silva, acompa-

Edmar Melo/JC Imagem

k Esqueceram de mim, bicho!

Fotos: Michele Souza/JC Imagem

A

pesar do número de doentes crônicos renais ter subido 138% no País em 14 anos, a abertura de espaços de atendimento não acompanhou o crescimento. No ano de 2000, 42 mil pessoas faziam hemodiálise. Em 2014, este número foi elevado para 100 mil, mas apenas 220 clínicas passaram a integrar o quadro de atendimento, quantitativo insuficiente para a demanda. Pernambuco tem hoje as mesmas 15 clínicas de quase uma década e meia atrás. A queda na qualidade do tratamento mobilizou pacientes para criar a Associação Pernambucana de Renais e Transplantados (Aspret). O grupo se reúne pela primeira vez hoje com representantes ligados à saúde no Estado para debater os problemas enfrentados no Sistema Único de Saúde(SUS) pelos doentes crônicos renais. O encontro, que acontece na Santa Casa de Misericórdia, na Avenida Cruz Cabugá, em Santo Amaro, área central do Recife, tem como meta cobrar melhorias no setor. O presidente da Aspret, Rubens Costa, que realiza diálise há dois anos e meio, resolveu criar a associação após perceber a piora no atendimento ao paciente renal. “Eu comecei a observar que as clínicas passaram a cortar custos. Por exemplo, antes era oferecida uma refeição, depois foi reduzido para um simples lanche. Quem está com a doença já tem que gastar muito com idas para a sessão, sem

DRENAGEM Água da chuva fica acumulada na faixa de areia nha a questão e afirma que as pessoas evitam a área por causa da sujeira. “Ninguém gosta de ficar na região. A prefeitura disse que está elaborando um projeto para levar esta água para a galeria da Rua Padre Carapuceiro. Enquanto a solução definitiva não sai, eles mandam tratores

para drenar a lagoa, mas esta é uma medida paliativa. Toda vez que chove, ela aparece.” Ontem, os garis retiraram o lixo da lagoa e reviraram a areia para tentar esconder a parte escura, mas ainda é possível ver os rastros. A Empresa de Manutenção e

Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) informou que a água é proveniente das chuvas e é escoada para o mar, através do sistema de drenagem da Avenida Boa Viagem. A cor é preta por causa de resíduos do pavimento e de pneus do carros que circulam na via. A Emlurb relatou que um trator é usado para melhorar o ponto de saída da água. A Prefeitura está elaborando um projeto para melhorar a drenagem do local e evitar futuros alagamentos. A lagoa deve aumentar de tamanho hoje. A Defesa Civil do Recife emitiu um alerta de que deve chover de madrugada e de manhã, por causa de um canal de umidade sobre o Oceano Atlântico.

q Mais na web Veja galeria de fotos no www.jconline.com.br/cidades


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