Sp jc 21 09 2014

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jornal do commercio 5

Recife I 21 de setembro de 2014 I domingo

economia

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Edmar Melo/JC Imagem

-O cliente consegue perceber preços mais em conta nos chamados atacarejos. Segundo a Nielsen, o formato consegue ser mais competitivo em preços em 69% dos itens pesquisados. “Há 20 anos, antes do Plano Real, o hipermercado era o canal que a dona de casa utilizava para comprar produtos de uma vez só. Apenas recebia o salário e já comprava o máximo que podia para não perder o poder de compra. Hoje o atacarejo é a resposta do varejo que atende essa nova busca pelos preços”, analisa Sabrina. “Eu compro de grosso, sai mais barato”, atesta o comerciante Samuel Belarmino, que também se abasteceu de itens de primeira necessidade na semana passada. Outro fenômeno captado pelo trabalho da consultoria é o que os especialistas de mercado chamam de teoria da ampulheta, desenvolvida pelo CityGroup em 2009. “Em momentos de recessão ou situação desfavorável, o consumidor tende à polarização. Os produtos premium e os low price (baixo custo) crescem, enquanto os mainstream (médios) caem em vendas. É mais ou menos a tendência que enxergamos hoje no varejo. Então, o mesmo consumidor que vai à loja está disposto a pagar por produtos mais caros e para outros preferem o mais barato”, considera. Não à toa que o Deskontão vem dando destaque a produtos de maior valor agregado em suas gôndolas e vem incentivando os supermercados que a distribuidora Karne e Keijo abastece a aderir ao conceito. O mais recente nesse sentido é

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Atacarejo é mais competitivo

CARNE Alta é de 2,30% em setembro comparado a agosto

LEVANTAMENTO Em 69% dos itens pesquisados pela consultoria Nielsen preços são melhores a linha de produtos orientais, que ganhou destaque nas lojas da marca e em supermercados parceiros. “O mercado está sacrificado como um todo, por isso buscamos ações para não pararmos o crescimento. Temos de achar alternativas. Por isso, o setor oriental é uma boa opção para nós e nossos clientes revendedores, com uma margem que chega a 25%”, diz Diogo Padilha, salientando que produtos orientais podem agregar valor a qualquer negócio do setor alimentício. “Tanto no mercadinho de bairro, quanto em restaurantes. Um exemplo são os saquês softs, bebida especial para drinques que são servidos como saquerinha ou saqueroska”, diz. A marca também mantém

Em situações desfavoráveis, consumidor tende à polarização uma linha de bebidas destiladas e vinhos importados para atrair a clientela de melhor poder aquisitivo. Segundo a Nielsen, apesar da pressão inflacionária, de uma demanda menor por crédito e maior endividamento das famílias, uma parte do público consumidor ainda não sentiu os efeitos do cenário

mais difícil e continua gastando. Segundo a consultoria, ao contrário de anos anteriores, a classe A+B é a que menos sente o momento econômico de aperto. Em um ano, esse público aumentou seu gasto em 5,4% nas suas idas ao varejo, apesar de diminuir em 5,5% suas visitas às lojas, o que contribuiu também para o aumento do tíquete médio de compra em 8,6%, segundo dados deflacionados. Essa população foi a principal responsável pelos ganhos do setor, com 53% de contribuição nas vendas, seguidas da classe C, com 40% e depois D+E, com 6,4%. Apesar da crise, o setor supermercadista, puxado pelos atacarejos, foi o único do varejo a crescer em junho, segundo o IBGE.

Alimento volta a subir em setembro Depois de três meses de retração, os preços dos alimentos voltam a subir em setembro, de acordo com a prévia quinzenal do IPCA, o IPCA-15, medido pelo IBGE. Esse grupo deixou a deflação de lado e passou a subir. Alimentação e Bebidas saiu de um recuo de 0,32% em agosto para 0,28% nos primeiros dias de setembro, influenciado por carnes, leite longa vida e refeições fora de casa. As carnes ficaram 2,30% mais caras de um mês para o outro. Já a refeição fora de casa teve aumento de 0,90% e o leite longa vida aumentou em 1,47%. Além desse grupo, Vestuário passou de -0,18% para 0,17%, Despesas Pessoais (de -0,67% para 0,31%) e Comunicação (de -0,84% para 0,56%) também mostraram alta em setembro en-

quanto haviam apresentado variações em queda no mês de agosto. No grupo dos Artigos de Residência (de 0,41% para 0,43%), as variações ficaram próximas de um mês para o outro. Em Despesas Pessoais (-0,67% para 0,31%), as diárias de hotéis haviam sido as principais responsáveis pelo resultado do grupo em agosto, com redução de 23,54%, mas agora ficaram praticamente estáveis. A queda foi de 0,09% em setembro. Isso contribuiu para a aceleração do grupo. As despesas pessoais foram puxadas pela alta de 0,78% em empregados domésticos.

q Mais na web Assista vídeo sobre atacarejo no www.jc.com.br/economia


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